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Como a psicologia ocupou um espaço nos questionamentos de Darwin (trabalho de behaviorismo)

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 
INSTITUTO DE PSICOLOGIA
BEHAVIORISMO (IPA)
NOME: ANDREZZA FAVILLA FERREIRA ALVES DA SILVA
DRE: 115197813
RESPOSTA A QUESTÃO 2.
Questão 2 : Estabeleça os princípios de formulação da teoria de Darwin e de que modo algo como uma “psicologia” pôde ocupar espaço no interior de seus questionamentos. Como uma “psicologia animal” pode se consolidar não apenas como “herdeira”, mas também como legitimadora das teorias de Darwin? Aborde como tal psicologia estabeleceu critérios para legitimar a “observação exterior” como indicativo metodológico legítimo para a psicologia.
Charles Darwin foi um importante representante das modificações nos procedimentos classificatórios dos pesquisadores do mundo natural no final do século XVIII e inicio do século posterior. A classificação dos seres no século XVIII seguia como diretriz uma visão superficial do mundo, provinda da história natural, que classificava os seres segundo o que poderia ser visível deles, e por tal, era insubmisso as transformações que ocorriam dentre a própria espécie ao longo do tempo. Para Darwin, a classificação por comparação entre os seres vivos era pouco operacional e incapaz de chegar a um conhecimento consistente, devido a infinidade de categorias que elas possibilitavam emergir. Para se chegar a um conhecimento consistente, acreditava que essas categorias deveriam ser reduzidas radicalmente através da eleição de um principio norteador que oferecesse uma clareza manuseável. A partir de novos conhecimentos a respeito da vida e seu estudo, no século XIX, surge a biologia, que é propriamente o estudo da vida, gerando um aprofundamento da visão sobre os seres vivos. As classificações pela observação superficial dos seres dão lugar a princípios ordenados não visíveis que de alguma maneira davam sentido a classificação dos seres.
Alguns biólogos, classificados como teólogos naturalistas, tentavam agrupas os seres em categorias simbólicas com a escrita de Deus como principio norteador. Porém Darwin, através da observação de características semelhantes entre as espécies de animais vivas e as que não mais existiam e da percepção da variação de características entre membros da mesma espécie, percebeu que as diferenças entre os seres nasciam de um passado comum. Sendo assim, seria possível estabelecer um grande e indivisível grupo utilizando o critério da genealogia como base.
A partir da constatação das mudanças entre os seres, Charles Darwin inferiu que as formas vivas estão em constante mudança e evolução e estabeleceu a teoria da evolução das espécies por meio da seleção natural, apresentada em seu livro "A Origem das Espécies" (1859). 
A seleção natural seria o processo que possibilita a sobrevivência somente daqueles organismos que conseguirem de adaptar melhor aos ajustes e demandas do ambiente ao qual estão inseridos. Esses sobreviventes seriam responsáveis pela transmissão de suas características a prole, perpetuando a espécie. Tais mudanças e suas propagações, possibilitam que com o passar das gerações grandes variações possam ocorrer, o que poderia explicar as grandes diferenças entre as espécies de seres vivos existentes.
Por meio dessas constatações, o homem não é mais visto como um ser a parte dos outros animais e sim pertencendo a uma mesma história evolutiva, o que, por consequência, possibilitaria uma semelhança entre eles. Darwin procura, então, conexões do homem com alguma forma preexistente através de suas estruturas corporais e nas suas faculdades mentais, o que acaba por introduzir a psicologia nos trabalhos de Darwin. 
Embora a sua teoria tenha sido baseada enormemente em questões anatômicas, Darwin sugeria que a continuidade entre as espécies também ocorria nos processos mentais e no desenvolvimento de comportamentos, dando a psicologia um papel de destaque na sua teoria evolucionista. Concebia as faculdades mentais como fruto do funcionamento cerebral, por mais que não soubesse explicar como, e por tal motivo poderiam ser utilizadas para classificar organismos. Porém, precisa-se dizer que a sua utilização como método de classificação não foi satisfatória. 
Seguindo o raciocínio da continuidade mental entre homem e animal, percebe-se que o ser humano é uma espécie animal cuja complexidade comportamental está ligada ao processo evolutivo e, por isso pode-se entender que haveriam semelhanças entre as duas mentes.
A partir do argumento da continuidade homem-animal, os psicólogos da época veem o comportamento animal como um meio de chegar a compreensão a cerca do comportamento humano. Logo, o funcionamento mental animal entre como um novo tópico do laboratório da psicologia e origina a psicologia animal.
Dois aspectos são importantes de se ressaltar nesse momento: o primeiro sendo relação mutuamente legitimadora entre biologia e psicologia e o segundo sendo a mudança no objeto de estudo da psicologia. 
Muitos acreditam que as inovações de Darwin, tanto conceituais quanto metodológicas, tenham sido exportadas para a psicologia, o que faria da segunda um simples lugar de recolocação dos problemas a partir de um novo referencial propiciado pela biologia. Porém, esse pensamento não é correto. Na realidade, a psicologia influenciou relevantemente a teoria da seleção natural, ao passo de que o próprio Darwin relegou a psicologia o estudo da aquisição gradativa das faculdades mentais para que ela pudesse dar suporte as suas ideias. Por mais que suas ideias tivessem sido aceitas por um grupo amplo, a questão da continuidade homem-animal no plano mental ainda precisava ser provada no campo acadêmico. Darwin escolheu George John Romanes (1848-1894) para realizar a extensão das teses evolucionistas a mente e ao comportamento.
 Assim, ficou a cargo da psicologia animal ou comparada, que surge nesse momento, a tentativa de demonstrar a existência de uma mente nos animais inferiores e assim conseguir sustentar a teoria de continuidade entre a mente humana e animal proposta pela teoria evolutiva. A nova psicologia se fará por ser um dispositivo de legitimidade e pela emergência de novos temas, não por correção metodológica.
A teoria da evolução de Darwin influenciou na definição e no modo de encarar o objeto da psicologia. A psicologia comparada surgiu justamente da aproximação homem-animal, como já mencionado anteriormente, e a suposta continuidade no funcionamento mental entre animais e homens, que levava a uma relação entre ambos os estudos. Sendo assim, o trabalho de Charles Darwin inspirou os psicólogos da época a analisar funções da consciência no contexto do funcionamento do ser humano e do animal na adaptação ao seu ambiente e não mais investigar os elementos estruturais da consciência, como vinha fazendo a psicologia de Wundt. A partir da proposta de Darwin, o objetivo dessa psicologia era entender a expressão rudimentar dos traços mentais em espécies mais primitivas e como foi dado o desenvolvimentos dos traços mentais nos seres humanos.
Tal mudança na perspectiva da psicologia foi importante para que se pudesse montar uma metodologia legítima, aos moldes da época, para a psicologia através da observação exterior. Temos que as faculdades mentais passam a ser estudadas relacionadas ou em função de algo que lhes era exterior e determinava, o comportamento, e não é mais estudada em si mesma.
Quando o objeto tido eram as estruturas da consciência, o método utilizado era o introspeccionismo, incompatível com a ciência positivista de Auguste Comte que exige conhecimentos de fatos que só poderiam ser construídos a partir de verdades inquestionáveis. O positivismo pregava que um conhecimento só é válido quando pode ser verificado e ter seus experimentos replicados por diversos indivíduos. Tais critérios eliminam a percepção interna, uma vez que ela depende da consciência individual e inacessível a todos. O método introspeccionista coloca a legitimidade da psicologia como uma ciência em questionamento.
A psicologia animal, entretanto, tornou a metodologia da psicologia mais objetiva,por mais que ainda se utilizasse do subjetivo método da introspecção. O estudo dos animais teve uma grande importância para essa mudança uma vez que não deixava que o estudo continuasse completamente subjetivo. 
Romanes, no inicio da psicologia comparada, utilizada o método da inferência de estados mentais a partir do comportamento observável. Os pesquisadores supunham na mente do animas os mesmos provessos que se passavam em suas mentes para que, assim, pudessem interpretar os comportamentos observados. Atribuía então que os animais tinham os mesmos tipos de raciocínios e capacidades intelectuais que os homens, algo que caracterizava um antropomorfismo dos animais.
Cowny Lloyd Morgan é o responsável por reverter a tendência de antropomorfizar os animais na psicologia comparada. O cânone de Lloyd Morgan, como é conhecido, impõe limites aos antropomorfismos nas inferências ao dizer que " o comportamento do animal nunca deve ser interpretado através de um processo mental mais elevado, quando um processo mais simples seria suficiente" (HERRNSTEIN, p.570). Morgan justificava esse princípio pela própria teoria da evolução, uma vez que "o estudo adequado das mentes dos animais deveria supor uma complexidade crescente, a partir das formas inferiores para as mais elevadas, e não apenas supor os processos mentais do homem para todos os animais" (HERRNSTEIN, p.570).
REFERÊNCIAS
ABDELNUR, Aline. Constituição da ciência psicológica (uma perspectiva histórica) e o campo epistemológico do surgimento do Comportamentalismo. 2003. 26 f. Monografia para conclusão de curso (Bachalerado) - Faculdade de Psicologia, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2003.
PORTUGAL, F.T. Comparação e genealogia na psicologia inglesa do século XIX. História da Psicologia: Rumos e percursos.
Psicologia Comparativa – Romanes e Morgan - Livro "Textos Básicos de História da Psicologia"

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