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CAMILA FERREIRA SOARES LABORATÓRIO IV: VISCOSIDADE DINÂMICA Trabalho apresentado à Disciplina de Laboratório de Física II, ministrada pelo Profª.: Kelli Cristina Aparecida Munhoz, como requisito parcial de avaliação. SINOP MAIO/2016 LABORATÓRIO IV VISCOSIDADE DINÂMICA 1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A resistência ao escoamento, também conhecida como viscosidade, é a propriedade que permite definir um fluido (líquido ou gás) como um material viscoso. A viscosidade pode ser determinada utilizando o método de Stokes, onde a influência de uma força viscosa sobre o movimento de um corpo em um fluido é definida pela Lei de Stokes. Para objetos esféricos movendo-se com velocidades baixas, a força viscosa ou força de arraste é determinada através da equação: Equação 1 𝐹𝑉 = 6𝜋𝑣𝐿𝑅; Equação 2 𝑣𝐿 = 𝐿 𝑡 Onde: = Coeficiente de viscosidade dinâmica do meio (N s/m²); 𝑣𝑳 = Velocidade limite da esfera (m/s); R = Raio da esfera (m) L = B = Altura total do fluido (m); t = Tempo que a esfera demora para entrar em contato com a base do tubo. Quando uma esfera com densidade maior que a do fluido solta na superfície do mesmo, atua sobre ele três forças: a Força Peso (P), Força de Empuxo (E), e Força Viscosa ou de Arraste (𝐹𝑣). Considerando que a esfera partiu do repouso, sua velocidade inicial é nula. No entanto, a velocidade da esfera aumenta não uniformemente com o tempo até atingir um valor limite (𝑣𝑳), que ocorre quando a força resultante, causadora da aceleração da esfera for nula. A partir daí, o corpo esférico move-se com velocidade constante, o que permite escrever a 2ª Lei de Newton da forma: 𝐹𝒗 + E − mg = ma se v = constante então 𝐹𝒗 + E − m × g = 0. Assim 𝐹𝒗 + E = mg. Se Equação 3 𝜌𝑒 = 𝑚 𝑉 , então 𝑚𝑔 = 𝜌𝑒 4 3 π𝑅3 × 𝑔. A força de Empuxo é o produto do peso líquido deslocado pelo volume da esfera (Princípio de Arquimedes). Assim temos que: E = 𝜌𝒇 4 3 π𝑅3 × 𝑔 Onde: 𝜌𝒇 = Densidade do fluido; Assim a equação 𝐹𝑣 − 𝐸 − 𝑃 = 0 pode ser reformulada da seguinte maneira: 6𝜋𝑣𝐿𝑅 + 𝜌𝒇 4 3 π𝑅3 × 𝑔 = 𝜌𝑬 4 3 π𝑅3 × 𝑔 Logo Equação 4 𝑉𝐿 = 𝑅 2(𝜌𝑒 − 𝜌𝑓)𝑔/9 que, em termos de viscosidade, pode ser expressa como Equação 5 = 2𝑅2(𝜌𝑒 − 𝜌𝑓)𝑔/9𝜌𝐿 No cálculo da velocidade limite, leva-se em consideração que as paredes do tubo afetam o movimento da esfera. Utilizando a correção de Ladenburg temos que a força viscosa ou força de arraste é Equação 6 𝐹′𝑉 = 𝑘𝐹𝑉. Sendo k o fator de Ladenburg (adimensional) dado pela equação: Equação 7 𝑘 = (1 + 2,4 𝑅 𝐴 )(1 + 3,3 𝑅 𝐵 ) Onde: A=raio do tubo (m); B=altura total do fluido (m); Assim, Equação 8 𝑉′𝐿 = k𝑉𝐿 e, incluindo a correção Equação 9 ′ = 2k(𝜌𝑒 − 𝜌𝑓)𝑔𝑅/9𝑣′𝐿. Sabe-se também que a Lei de Stokes está condicionada a fluidos com escoamento laminar. As partículas do fluido podem se mover em fluxo laminar ou turbulento e o que diferencia estes tipos de escoamento é o número de Reynolds Equação 10 𝑁𝑅 = 𝜌𝑓𝑉′𝐿𝑅/2. Com efeito, se 𝑁𝑅 < 1 temos o escoamento laminar, validando a Lei de Stokes. 2. OBJETIVOS O objetivo deste experimento é investigar o movimento de uma esfera em um meio viscoso. Determinar a velocidade limite (𝑉𝐿) dentro do fluido e a viscosidade () do fluido pelo método de Stokes. Determinar o número de Reynolds (𝑁𝑅) e identificar se os fluidos apresentam escoamento do tipo laminar ou turbulento. Determinar qual dos fluidos estudados é o mais viscoso e qual é o menos viscoso. 3. MATERIAIS Proveta de 1 L; 01 esfera de metal ; Cronômetro; Paquímetro; Micrômetro; Balança de precisão; Pinça; Imã; Detergente (Fluido 1); Óleo (Fluido 2); Álcool (Fluido 3); 4. METODOLOGIA Primeiramente, utilizando a balança de precisão, foi medida a massa da esfera que, por convenção, denota-se por 𝑚1. Então, com o paquímetro, foi feita a medição do diâmetro da esfera (d). Então se calculou a densidade da esfera (𝜌𝑒)Equação 3. Para cada fluido, foi colocada a mesma medida de volume na proveta e determinado sua massa, com isso calculou-se seu peso específico/densidade. Tabela 1. Com a pinça, foi preparada a esfera para ser solta. Esta ação foi repetida 5 vezes de modo a comparar o tempo de chegada da esfera na parte inferior da proveta. Determinada a altura total do fluido (L) e a marcação do tempo em que a esfera demora a alcançar a base da proveta, foi calculada a velocidade limite da esfera com a Equação 1. Com esses dados determinados, pode-se calcular o fator de Ladenburg (k), com a Equação 7. Utiliza-se da Equação 8 para determinar a velocidade limite, com o fator de correção, que acaba sendo o fator de Landenburg. Dados registrados na Tabela 2, Tabela 3, Tabela 4. 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO Tabela 1 Volume (m³) Massa (kg) Densidade (Kg/m³) Esfera 6,96 𝑥 10−7 𝑚3 5,55 𝑥 10−5 𝑘𝑔 7974,13 𝑘𝑔/𝑚3 Fluido 1 8,00 𝑥 10−5 𝑚3 79,93 𝑥 10−3 𝑘𝑔 999,12 𝑘𝑔/𝑚3 Fluido 2 8,00 𝑥 10−5 𝑚3 74,11 𝑥 10−3 𝑘𝑔 926,37 𝑘𝑔/𝑚3 Fluido 3 8,00 𝑥 10−5 𝑚3 68,62 𝑥 10−3 𝑘𝑔 857,75 𝑘𝑔/𝑚3 Tabela 2 Fluido 1 T (s) 𝑽𝑳 (m/s) R (m) A (m) B = L (m) 𝑽𝑳𝒎é𝒅 (m/s) k 𝑽′𝑳𝒎é𝒅 (m/s) 1 0,48 0,6770 5 ,5 5 x 1 0 − 3 0 ,0 6 1 0 0 ,3 2 5 0 ,5 8 6 2 1 ,2 8 4 3 0 ,7 5 2 8 2 0,60 0,5416 3 0,56 0,5803 4 0,55 0,5909 5 0,60 0,5416 Tabela 3 Fluido 2 T (s) 𝑽𝑳 (m/s) R (m) A (m) B = L (m) 𝑽𝑳𝒎é𝒅 (m/s) k 𝑽′𝑳𝒎é𝒅 (m/s) 1 0,25 1,3720 5 ,5 5 x 1 0 − 3 0 ,0 4 7 3 0 ,3 4 3 1 ,4 8 9 8 1 ,3 4 6 7 2 ,0 0 6 3 2 0,21 1,6333 3 0,23 1,4913 4 0,26 1,3192 5 0,21 1,6333 Tabela 4 Fluido 3 T (s) 𝑽𝑳 (m/s) R (m) A (m) B = L (m) 𝑽𝑳𝒎é𝒅 (m/s) k 𝑽′𝑳𝒎é𝒅 (m/s) 1 0,56 0,7142 5 ,5 5 x 1 0 − 3 0 ,0 6 1 0 0 ,4 0 0 0 ,8 9 6 3 1 ,2 7 1 6 1 ,1 3 9 7 2 0,36 1,1111 3 0,36 1,1111 4 0,43 0,9302 5 0,65 0,6153 Na Tabela 5 estão registrados os resultados para a Viscosidade (), Força de Arraste ou Força Viscosa (𝐹𝑉) e o Número de Reynolds (𝑁𝑅). Para se determinar a Viscosidade, utiliza-se a Equação 9 ′ = 2k(𝜌𝑒 − 𝜌𝑓)𝑔𝑅/9𝑣′𝐿, para se determinar a Força de Arraste tem-se que 𝐹𝑣 = 𝑃 − 𝐸, ou seja, 𝐹𝑣 = 𝜌𝒆 4 3 π𝑅3 × 𝑔 − 𝜌𝒇 4 3 π𝑅3 × 𝑔 e o Número de Reynolds, a Equação 10 𝑁𝑅 = 𝜌𝑓𝑉′𝐿𝑅/2. Tabela 5 Viscosidade () Força de Arraste (𝑭𝒗) Número de Reynolds (𝑵𝑹) Fluido 1 142,67 0,0476 0,0144 Fluido 2 57,23 0,0481 0,0893 Fluido 3 96,06 0,0486 0,0279 Os resultados possuem erros de arredondamento considerando a precisão dos cálculos. 6. CONCLUSÃO O experimento foi realizado com êxito, possibilitando a análise do movimento de uma esfera em três meios viscosos. A média da velocidade limite obtida para o Fluido 1 (detergente), foi 𝑽𝑳 = 05862 m/s e utilizando a correção de Ladenburg temos: 𝑽′𝑳𝒎é𝒅 = 0,7528 m/s. Para o Fluido 2 (óleo), foi foi 𝑽𝑳 = 1,4898 m/s e utilizando a correção de Ladenburg temos:𝑽′𝑳𝒎é𝒅 = 2,0063 m/s. para o Fluido 3 (álcool), foi 𝑽𝑳 = 0,8963 m/s e utilizando a correção de Ladenburg temos: 𝑽′𝑳𝒎é𝒅 = 1,1397 m/s. O Número de Reynolds foi determinado para os três fluidos, sendo: Fluido 1 (detergente) = 0,0144, Fluido 2 (óleo) = 0,0893 e Fluido 3 (álcool) = 0,0279. Concluindo, portanto que os três fluidos apresentam escoamento laminar, pois o Número de Reynolds para cada um é >1, satisfazendo a condição de aplicabilidade da Lei de Stokes. A viscosidade de cada fluido se de por 𝟏= 142,67 para o Fluido 1 (detergente), 𝟐 = 57,23 para o Fluido 2 (óleo) e 𝟑 =96,06 para o Fluido 3 (álcool). Os cálculos foram realizados considerando o método de Stokes. As forças viscosas foram 𝑭𝒗𝟏 = 0,0476 N, 𝑭𝒗𝟐 = 57,23 N e 𝑭𝒗𝟑 = 96,06 N, para os fluidos 1, 2 e 3, respectivamente. 7. REFERÊNCIAS CRUZ, T. F. M. Estudo Numérico do Deslocamento de Fuidos não Newtonianos. Departamento de Engenharia Mecânica. [S.l.]. FÍSICA, G. D. E. D. Viscosidade. UFSM. [S.l.]. PINTO, G. H. V. P. Cinemática de Partículas em Fluidos de Viscosidade Variável com o Tempo e sua Aplicação na Construção de Poços de Petróleo: Avaliação durante paradas operacionais. UFRN - Centro de Ciências Exatas e da Terra. Natal. 2008. TIPLER, P. A. Física: Para cientistas e engenheiros. 5ª. ed. Rio de Janeiro: LTC, v. I, 2006.
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