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FISIOLOGIA RESPIRATÓRIA Profa. Maria Inês Lenz Souza maria.souza@ufms.br 1 FISIOLOGIA RESPIRATÓRIA esforço corporal moderado: ► 1000L ar/dia ► 8000L sangue/dia ► 500L O2 ► 450L CO2 atividade metabólica x metabolismo basal exercício: 40x 2 VIAS DE CONDUÇÃO AÉREA fossas nasais faringe laringe traquéia brônquios bronquíolos bronquíolos terminais bronquíolos respiratórios ductos alveolares sacos alveolares alvéolos ductos alveolares e sacos alveolares: revestidos por alvéolos tecido cartilaginoso músculo liso 300 milhões alvéolos/pulmão 3 ESPAÇO MORTO ANATÔMICO sem trocas gasosas sem epitélio respiratório condução do ar umidificação: muco aquecimento purificação do ar: muco, cílios odor, som, temperatura corpórea volume ar 4 ESPAÇO MORTO FUNCIONAL OU FISIOLÓGICO trato respiratório inferior sem troca gasosa tamanho: ≈ espaço morto anatômico perda de capacidade de troca gasosa equação CO2 diluído no espaço morto 5 ESPAÇO MORTO FUNCIONAL OU FISIOLÓGICO equação: VD = VC x PaCO2 – PECO2 PaCO2 VD = espaço morto fisiológico (mL) VC = volume corrente (mL) PaCO2 = PCO2 do sangue arterial (mmHg) PECO2 = PCO2 do ar expirado (mmHg) volume do EMF é VC x uma fração fração: diluição da PCO2 alveolar pelo EM (que não contribui com CO2) 6 ANATOMIA FUNCIONAL Zona de condução: fossas nasais brônquios / bronquíolos terminais; 10% volume total pulmonar Zona de transição: bronquíolos respiratórios + ductos alveolares; 30% volume total Zona respiratória: alvéolos + capilares pulmonares; 60% volume total Caixa torácica: movimento + pressões - pleuras parietal / visceral + espaço / líquido - pressão negativa = expansão pulmonar repouso 7 SISTEMA RESPIRATÓRIO ZONA DE CONDUÇÃO Traquéia Brônquio primário Árvore brônquica Bronquíolo 8 ALVÉOLO E SEU SUPRIMENTO SANGUÍNEO Rede capilar ao redor dos alvéolos Bronquíolo respiratório Bronquíolo terminal Saco alveolar Alvéolo Vênula pulmonar Arteríola pulmonar Bronquíolo 9 Pressão intrapleural negativa x atmosférica duas forças elásticas tracionando espaço intrapleural: pulmões: propriedades elásticas com tendência ao colapso parede torácica: propriedades elásticas com tendência à expansão PIP (-): oposta à tendência natural PLEURAS E PRESSÃO INTRAPLEURAL (PIP) 11 fibras elásticas células epiteliais (pneumócitos I e II) 12 ANATOMIA FUNCIONAL Musculatura: fibra lisa resistência x passagem ar vias aéreas R-2 adrenérgicos relaxamento muscular liso (exercício) histamina / leucotrienos contração (reações alérgicas) resistência via aérea contração muscular esquelética + forte movimento ar trabalho respiratório (asma) 13 INERVAÇÃO SNA simpático (Ad e agonistas 2 adrenérgicos (isoproterenol): broncodilatação parassimpático (Ach, R-muscarínicos): broncoconstrição R estiramento: parede alveolar / pleura visceral 14 IRRIGAÇÃO Circulação pulmonar: venosa capilares alveolares hematose efeitos gravitacionais Circulação brônquica: arterial nutrição tecido pulmonar sem mistura com circulação pulmonar 1/3 sai coração: veias brônquicas, veias broncopulmonares anastomoses broncopulmonares veia pulmonar AE 15 CORAÇÃO DIREITO CORAÇÃO ESQUERDO PULMÕES artéria pulmonar veia pulmonar átrio direito átrio esquerdo ventrículo direito ventrículo esquerdo válvula tricúspide válvula mitral veia cava VEIAS ARTÉRIAS válvula pulmonar válvula aórtica Músculo esquelético Pele C I R C U L A Ç Ã O P U L M O N A R C I R C U L A Ç Ã O S I S T Ê M I C A MECÂNICA RESPIRATÓRIA fluxos aéreos renovação ar alveolar PO2 / PCO2 constantes P alvéolos x exterior expansão / contração tórax torácico inspiratório = volume pulmonar torácica expiratória = volume pulmonar dinâmica pulmonar repouso, inspiração, expiração 17 MECÂNICA RESPIRATÓRIA forças: contração muscular inspiração: ativa - músc. inspiratórios - caixa torácica - pressão intrapulmonar expiração: inverso (passiva) - reversão P pulmões x atmosfera 18 MOVIMENTO INSPIRATÓRIO torácico: vertical, lateral, ântero-posterior músculo diafragma (nervo frênico) contração: - diafragma abdômen - caixa torácica vertical - 1-10cm 19 MOVIMENTO INSPIRATÓRIO músc. intercostais externos nervos intercostais costelas: cima / fora volume torácico ântero-posterior lateral (“alça de balde”) tensão espaços intercostais músculos intercostais internos anteriores 20 MOVIMENTO INSPIRATÓRIO músc. acessórios - escaleno, trapézio, esternocleidomastóideo, outros ativos em ventilações intensas costelas / esterno armazenagem energia potencial distensão tecidos elásticos pulmões e tórax facilita expiração 21 MOVIMENTO EXPIRATÓRIO retração tecidos elásticos liberação energia armazenada exercício/hiperventilação voluntárias: - ativo - músc. expiratórios 22 MOVIMENTO EXPIRATÓRIO músc. oblíquos externo e interno, reto-abdominal, transverso abdominal contração: - flexiona tronco - últimas costelas e volume abdominal - diafragma músc. intercostais internos posteriores 23 SOLUÇO reflexo fechamento súbito glote + contração espasmódica e involuntária diafragma + movimentos distensão e relaxamento expulsão ar do estômago (entra na contração) ruído após ingestão líquido / sólido 24 CONTRAÇÃO MUSCULAR ATIVA retração elástica pulmões e tórax resistência ao atrito: deformação tec. torácicos e pulmonares resistência ao atrito: fluxo aéreo > pressão aplicada > distensão pulmonar 25 PRESSÕES ENVOLVIDAS NA MECÂNICA RESPIRATÓRIA pressão transpulmonar: - lados dentro / fora pulmão (intra-alveolar e PIP) pressão transmural: - lados dentro / fora sistema pulmão – caixa torácica pressão intrapleural: - pleuras parietal/visceral - -5 cmH2O - recuo elástico do pulmão pressão alveolar: - alvéolos pulmonares - sem fluxo aéreo (entre respirações) = atmosférica 26 MECÂNICA RESPIRATÓRIA INSPIRAÇÃO: pressão alveolar (-1 cmH2O) pressão de impulsionamento entrada de 0,5 L em 2 segundos expansão pulmonar recuo elástico PIP EXPIRAÇÃO: PIP menos negativa pressão alveolar +1 cmH2O 27 COMPLASCÊNCIA PULMONAR compliância, capacitância distensibilidade do sistema variação volume x alteração pressão resistência à deformação x grau de esforço V(L)/P(cmH2O) inclinação curva pressão-volume 200mL/cmH2O pressão expansão rigidez pulmonar complascência forças elásticas + tensão superficial (histerese) 29 COMPLASCÊNCIA PULMONAR forças elásticas + tensão superficial ausência superposição curvas inspiração e expiração histerese pulmonar TENSÃO SUPERFICIAL interfase gás-líquido forças de atração (coesão) átomos x moléculas pressão transpulmonar: alvéolo expandido pneumócito tipo II: surfactante agente tensoativo: tensão superficial lipídeos e proteínas (DPPC); íons Ca2+, apoproteínas hidrófobas + hidrofílicas = alinhamento superficial forças repulsivas x atrativas 31 TENSÃO SUPERFICIAL tensão superficial complascência pulmonar mantém estabilidade pequenos alvéolos “seca” alvéolos (capilares pulmonares) LEI DE LAPLACE A pressão que tende a retrair um alvéolo é diretamente proporcional à tensão superficial gerada pelas moléculas de líquido que revestem o alvéolo, e inversamente proporcional ao raio do alvéolo raio pressão retração mínimo pressão raio pressão retração máximo pressão SURFACTANTE 32 Alvéolo grande Alvéolo pequeno Alvéolo pequeno com surfactante Baixa pressão de retração Alta pressão de retração Baixa pressão de retração ATELECTASIA RESISTÊNCIA PULMONAR inverso da condutância componentes não elásticos pulmão resistência à alteração de volume resistência das vias aéreas - fluxo aéreo: laminar ou lamelar, turbulento, transicional resistênciados tecidos: deslizamento Q = P R Q = fluxo de ar (mL/min. ou L/min.) P = gradiente de pressão (mmHg ou cmH2O) R = resistência vias aéreas (cmH2O)/L/s 34 FLUXOS AÉREOS Fluxo turbulento Fluxo transicional Fluxo laminar Localização e modelos de fluxos 35 Fatores que determinam a resistência das vias aéreas ciclo respiratório fatores intra / extrapulmonares variações fluxo aéreo Fatores: - volume pulmonar - retração elástica - tônus músc. liso - densidade / viscosidade gasosas 36 Fatores que determinam a resistência das vias aéreas volume pulmonar distensão diâmetro vias aéreas intrapulmonares resistência total inspiração: fluxo ( resistência) expiração: fluxo ( resistência) efeito da fixação mecânica brônquios x alvéolos 37 Fatores que determinam a resistência das vias aéreas retração elástica retração elástica > raio resistência pressão transmural (PIP + negativa) 38 Fatores que determinam a resistência das vias aéreas tônus do músc. liso; brônquios influência nervosa e humoral contração vias aéreas resistência Parassimpático (vago): broncoconstrição Simpático: broncodilatação receptores de distensão: vias aéreas tronco cerebral 39 Fatores que determinam a resistência das vias aéreas distensão diâmetro vias aéreas intrapulmonares resistência total retração elástica > raio resistência dilatação vias aéreas resistência (simpático) 40 Fatores que determinam a resistência das vias aéreas densidade e viscosidade gasosas mergulho profundo: > densidade / viscosidade gás resistência respirar Hélio-O2: < densidade / viscosidade gás He resistência 41 VOLUMES PULMONARES 1. VOLUME CORRENTE (VC): ar inspirado/expirado movimento respiratório normal 2. VOLUME DE RESERVA INSPIRATÓRIO (VRI): ar inalado sobre/além VC (esforço inspiratório máximo) 3. VOLUME DE RESERVA EXPIRATÓRIO (VRE): ar expelido expiração forçada 4. VOLUME RESIDUAL (VR): ar permanece mesmo após esforço expiratório máximo 42 CAPACIDADES PULMONARES 1. CAPACIDADE INSPIRATÓRIA (CI): VC + VRI 2. CAPACIDADE RESIDUAL FUNCIONAL (CRF): VRE + VR 3. CAPACIDADE VITAL (CV) ou CAPACIDADE VITAL FORÇADA (CVF): VRI + VC + VRE 4. CAPACIDADE PULMONAR TOTAL (CPT): CV + VR 43 44 TROCAS GASOSAS eupnéia dispnéia taquipnéia bradipnéia anóxia hipóxia estertores Princípios físicos de trocas de gases CO2, O2 e N2 alvéolos x capilares pulmonares solubilidade: CO2 > O2 difusão + rápida troca gasosa: difusão - P (O2 x CO2) + tempo permanência ar alvéolos + velocidade FS capilares alveolares PRESSÕES DOS GASES NO AR INSPIRADO E ALVEOLAR PRESSÕES PARCIAIS NO AR INSPIRADO E NO AR ALVEOLAR Ar inspirado Ar alveolar Pressão Total 47 MEMBRANA RESPIRATÓRIA ou ALVEOLAR líquido água + surfactante epitélio alveolar (cél. epiteliais escamosas tipo I) espaço intersticial membrana basal fundida (cél. endoteliais e epiteliais) membrana endotelial capilar 48 ESTRUTURA DA MEMBRANA RESPIRATÓRIA membrana respiratória epitélio escamoso simples do alvéolo membrana basal alveolar membrana basal capilar epitélio escamoso simples do capilar fluido intersticial ALVÉOLO CAPILAR PULMONAR Em muitas regiões não há fluido intersticial. O2 e CO2 podem difundir-se facilmente através da fina membrana respiratória. A membrana respiratória tem cerca de 0,5m de largura. Fatores que afetam o intercâmbio alvéolo-sanguíneo área de superfície da membrana respiratória espessura da membrana respiratória coeficiente de difusão do gás: CO2 > O2 gradiente pressão / concentração gás: Pp gás intercâmbio 50 Concentração de O2 e CO2 nos alvéolos (e Pp): O2: velocidade absorção O2 sangue velocidade entrada novo O2 pulmões (processo ventilatório) CO2: velocidade eliminação CO2 sangue alvéolos velocidade remoção CO2 alvéolos (processo respiratório) 51
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