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Mitos da legislacao trabalhista

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Caroline Cerqueira Pequeno
MITOS DA LEGISLAÇÃO TRABALHISTA
HISTÓRIA DO DIREITO BRASILEIRO
Rio de Janeiro - RJ
2016
CAROLINE CERQUEIRA PEQUENO
MITOS DA LEGISLAÇÃO TRABALHISTA
HISTÓRIA DO DIREITO BRASILEIRO
Trabalho apresentado à disciplina de História do Direito Brasileiro.
Professora Izabel.
Rio de Janeiro – RJ
2016
Mitos da Legislação trabalhista
→ Historicidade da Legislação Trabalhista ofuscada pelo popularismo de Vargas
Na aurora do século XX, ocorreu a libertação dos escravos, a industrialização, a
exploração da mão de obra adulta, feminina e infantil, má remuneração, jornadas de
trabalho de até 16 horas diárias, imigrações e afins. Junto com a primeira guerra mundial,
houve a fome, desemprego e diversas manifestações, nas quais, em sua grande maioria,
eram feitas por trabalhadores. 
No entanto, naquele momento, as relações de trabalho eram compreendidas
meramente como uma relação privada, na qual acreditava-se colocar o empregador e o
empregado em situação de igualdade. Questão também considerada política de Estado,
afinal, o Estado ainda não intervinha tanto nesta questão social trabalhista.
Até que então, surge o populista Getúlio Dornelles Vargas, notoriamente conhecido
como Getúlio Vargas, o consolidador das leis trabalhistas que ocorreu em 1943. “A fim de
defender os interesses mais legítimos do povo”, Getúlio, instituiu os direitos do trabalho
como a carteira de trabalho com registro profissional, férias remuneradas e horas
trabalhadas semanalmente de até 48 horas. Entretanto, a visão de que tudo se iniciou em
1943, com o Estado Novo, é completamente errônea.
A partir dos anos 30, o governo provisório (sustentado por aliança frágil e dividida),
que praticamente foram promulgadas quase toda essa legislação que estaria na CLT –
Consolidação das Leis do Trabalho, ou seja, o Estado Novo apenas sistematizou, tendo
dentro do governo provisório a aceleração e sistematicidade das leis trabalhistas. 
Corroborando com o parágrafo anterior, a legislação trabalhista já existia no Brasil
no governo provisório. Podemos observar isto na Constituição Brasileira, promulgada em
16 de julho de 1934 pela Assembleia Nacional Constituinte, na qual, em seus artigos 120
a 123, versam sobre o trabalho e são pela primeira vez vistos na constituição brasileira. 
Cabendo mencionar também que a segunda legislação, que versa sobre o direito
trabalhista no Brasil, é a Constituição Brasileira outorgada por Getúlio Vargas em 10 de
novembro de 1937, constituição também conhecida como “Polaca”. A título de
conhecimento, esta carta, que aqui atendia pela alcunha de “Polaca”, foi devido ao fato
dela ser baseada na Constituição autoritária polonesa e porque, na época, chegavam
mulheres polonesas que, muitas das vezes, eram de origem judaica e, mediante às más
condições econômicas e perseguições, para a sobrevivência e sustento familiar, se viam
obrigadas ao trabalho sexual – prostituição. Salientando que, devido à prostituição das
mulheres de origem polonesa, os paulistas, em um tom pejorativo, apelidaram a
constituição de 1937 de Constituição “Polaca”. 
Destarte, os artigos desta constituição, que versavam sobre o direito trabalhista, 
eram os artigos 136 a 139, cabendo salientar que vedavam o direito a greve, conforme 
preceituava o artigo 139 dizendo que “[...] A greve e o lock-out são declarados recursos 
anti-sociais, nocivos ao trabalho, ao capital e incompatíveis com os superiores interesses 
da produção nacional”.
→ Direitos trabalhistas como uma conquista 
Apesar da ideologia de alguns cientistas sociais afirmarem que no período
compreendido entre 1930 a 1964 havia muita troca de favores, o famoso clientelismo –
subsistema de relação política, e, também, havia o Estado utilizando de seus meios para
a manipulação da população, criando assim, trabalhadores “domesticados” e
dependentes do Estado. Cabe salientar, aqui, que estes cientistas acabavam
acreditando na efetivação concreta das intenções autoritárias dos promulgadores da
legislação trabalhista, durante a ditadura do Estado Novo. Quanto a questão dos
trabalhadores, isto é inverídico, tendo em vista que todo o esforço e empenho de uma
geração, que estava às ruas para lutar por um ideal trabalhista, não se pode ser
analisado ou então foi dispensado ou descartado pelos cientistas. 
Um grande sociólogo, chamado Karl Marx, disse que “as revoluções são a
locomotiva da história”, na alegoria, os trabalhadores daquela época são os maquinistas,
os heróis de uma era. Foram eles que lutaram em prol de um direito trabalhista e um
direito trabalhista digno. Não foram manipulados, tampouco baderneiros ou vagabundos.
Para corroborar com esta ideia, podemos parafrasear Josef Stalin, ex-presidente da
união soviética, “você não consegue fazer uma revolução com luvas de seda”.
É válido salientar que o Estado Novo, apesar da influência do fascismo na constituição
de 1937 e o regime ditatorial, não foi um Estado fascista, mas sim um Estado autoritário,
mas não um totalitarismo. Tendo sido a legislação trabalhista influenciada pela ideologia
positivista de filósofo francês Auguste Comte, com a finalidade de uma política de
Estado mediador de conflitos que eram gerados pelas classes, com a integração dos
trabalhadores à sociedade moderna.
Atualmente, podemos observar que o advento e a sistematização da legislação
trabalhista, permitiu a imposição de concessões e deveres ao Estado e aos
empregadores, adquirindo o Estado, agora, não apenas uma mera questão política,
tendo o papel fundamental. Foi com esta intervenção Estatal que os trabalhadores
puderam adquirir a Carteira de Trabalho, carteira esta que garantia ao indivíduo o
vínculo com a cidadania. 
Havia uma reciprocidade entre o Estado e os Trabalhadores, tendo em vista que o
Estado necessitava do apoio político dos trabalhadores e os trabalhadores precisavam
do Estado garantidor dos direitos.
Foi em um contexto nacional fraco, no qual os setores dominantes buscavam uma
base para a afirmação de seu poder, que houve a sistematização da legislação
trabalhista. Apesar disso, embora as leis trabalhistas atendessem alguns anseios da
burguesia industrial ascendente, elas também promoveram com relativo controle estatal
a organização e a estruturação da classe trabalhadora nos centros urbanos.
Por fim, em uma visão opinativa, podemos dizer que a historicidade da
Consolidação das Leis do Trabalho, que nos foi passada na vida, é totalmente vaga.
Apenas atribuem o grande ato da CLT ao Vargas, contudo, há uma grande “revolução”
nisso tudo, nos mostrando o quão forte o brasileiro se torna quando unido. Cabendo
salientar que, apesar da década de 30 ter sido influenciada pelo fascismo, constituição
polonesa ditatorial, ditadura e afins, atualmente temos uma legislação trabalhista em prol
dos direitos sociais que tem, segundo Vargas em seu discurso à época da promulgação
da CLT, “os interesses do povo”. 
Destarte, menciono também a coragem de um Estado em seu governo provisório,
sustentado por aliança frágil e dividida, por ter sido um dos pilares para esta
consolidação dos direitos trabalhistas, contraponto o poder patronal, que a partir da
consolidação ficou a merce da lei, ficou limitado pela lei.

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