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EXAME FÍSICO AP. RESPIRATÓRIO PROF. DRA CINTIA MENDES UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ - UESPI 2016.1 IMPORTANTE O exame físico geral, incluindo cabeça, tronco e membros, já deve ter sido feito; Cabe observar, no exame geral, eventuais alterações para correlacioná‐las com uma afecção pulmonar EXAME GERAL Nariz: Sinusite, rinite alérgica, lesão mucosa; Pescoço: Nódulos tireoidianos, bócio mergulhante, desvio lateral da traqueia, turgência das veias jugulares Linfonodos Abdome: hepatoesplenomegalia, líquido na cavidade ou circulação colateral; M e m b r o s s u p e r i o r e s e inferiores: Baqueteamento digital BAQUETEAMENTO DIGITAL Associa-se a diversas doenças: cardíacas e pulmonares; F i s i o p a t o l o g i a : p a r e c e r e l a c i o n a d a a o f a t o r d e crescimento derivado das plaquetas: Plaquetas se acumulariam nas extremidades dos membros em algumas situações ligadas à hipóxia crônica. BAQUETEAMENTO DIGITAL EXAME FÍSICO RESPIRATÓRIO INSPEÇÃO Paciente sentado e deitado; Inspeção estática : Forma e simetria Inspeção dinâmica: movimentos respiratórios; Morfologia variável de acordo com biotipo; Pele : coloração, hidratação,lesões; Estrutura óssea: Abaulamento e/ou retrações ATENTAR PARA : Como se apresenta o paciente? Está em ortopneia? prefere ser examinado sentado? Recusa-se em deitar ‐ insuficiência cardíaca Existe taquipneia, bradipneia ou trepopneia? Batimentos das asas do nariz - pneumonia grave, A u s ê n c i a d e s i n c r o n i s m o e n t r e o s movimentos respiratórios abdominais e torácicos - fadiga muscular. É preciso estar alerta!! ATENTAR PARA : Pleuropneumopatias: movimentos respiratórios assimétricos; DPOC grave : a expiração prolongada e lábios semicerrados durante a expiração; fossas supraclaviculares e os espaços intercostais se retraem na inspiração; Traumatismo torácico Movimentos respiratórios paradoxais (retração do gradil costal), durante a inspiração. Atenção, sempre!! INSPEÇÃO TIPOS RESPIRATÓRIOS Em pessoas sadias,de pé ou sentadas, ambos os sexos, p r e d o m i n a a r e s p i r a ç ã o torácica ou costal; No decúbito dorsal, ambos os sexos, predomina a respiração diafragmática; Observar o tipo respiratório é importância no diagnóstico da f a d i g a e d a p a r a l i s i a diafragmática. observar a movimentação do tórax e do abdome EXAME FÍSICO RESPIRATÓRIO PALPAÇÃO Complementa a inspeção; Avalia a mobilidade da caixa torácica; Identifica lesões superficiais quanto a sua forma, volume e consistência; Estuda sensibilidade superficial e profunda - avalia a dor relatada pelo paciente ; Processos inflamatórios pleuropulmonares determinam uma zona de maior sensibilidade na parede torácica correspondente. EXAME FÍSICO RESPIRATÓRIO PALPAÇÃO - TÉCNICA E ACHADOS Com o dorso das mãos, verifica‐se a temperatura cutânea, comparando‐a com a do lado oposto - diferença entre os lados : comprometimento pleuropulmonar subjacente; Compressão manual permite identificar : Edema e enfisema subcutâneos ( fossas supraclaviculares e espaços intercostais); empiema (fístula broncopleural) Palpação ganglionar regional: Adenomegalias mais ou menos fixas, consistência média, com tendência a se fundirem para depois fistulizarem, são mais comuns na tuberculose.; Os gânglios axilares, supraclaviculares, quando duros e isolados, de aparecimento relativamente recente, levantam a suspeita de malignidade; O comprometimento dos epitrocleanos sugere sarcoidose. EXAME FÍSICO RESPIRATÓRIO PALPAÇÃO - EXPANSIBILIDADE Nos ápices pesquisa-se com ambas as mãos espalmadas, de modo que as bordas internas toquem a base do pescoço, os polegares apoiem‐se na coluna vertebral e os demais dedos nas fossas supraclaviculares; Nas bases pulmonares, apoiam‐se os polegares nas linhas paravertebrais, enquanto os outros dedos recobrem os últimos arcos costais; Em ambas as manobras, o médico atrás do paciente; Exige do paciente respiração profunda e pausada; É útil na identificação dos processos localizados nas bases e que reduzem a mobilidade da região EXAME FÍSICO RESPIRATÓRIO PALPAÇÃO - FRÊMITO TORACOVOCAL Corresponde às vibrações das cordas vocais transmitidas à parede torácica; Nem sempre ocorre - deve‐se fazer com que o paciente pronuncie palavras ricas em consoantes “trinta e três”; Em homens e indivíduos com parede torácica delgada é sempre nítido; Coloca-se a mão direita espalmada sobre a superfície do tórax, comparando‐se a intensidade das vibrações em regiões homólogas; O FTV é mais acentuado à direita e nas bases, e melhor sensação se obtém quando se coloca apenas a face palmar correspondente ao 2o, 3o e 4o quirodáctilosas; Afecções pleurais prejudicam ou abolem a percepção do FTV, pois derrames pleurais dificultam a transmissão das vibrações Nas condensações pulmonares, com brônquios permeáveis, o FTV torna‐se mais nítido Brônquios obstruídos (atelectasias) o som não se propaga. o FTV está diminuído. ( EXAME FÍSICO RESPIRATÓRIO PERCUSSÃO Inicia-se pela sua face posterior, de cima para baixo, ficando o médico atrás e à esquerda; Percute‐se separadamente cada hemitórax; Percussão comparativa e simetricamente as várias regiões; A mão esquerda, com os dedos ligeiramente separados, deve apoiar‐se suavemente sobre a parede, e o dedo médio, sobre o qual se percute, exerce apenas uma leve pressão sobre o tórax; Os golpes dados com a extremidade distal do dedo médio serão sempre da mesma intensidade (suaves ou medianamente fortes); Um pequeno intervalo entre cada batida possibilita melhor avaliação do som e das vibrações. ( EXAME FÍSICO RESPIRATÓRIO PERCUSSÃO - TIPOS DE SONS Quatro tonalidades de som são obtidas: 1. som claro pulmonar ou sonoridade pulmonar nas áreas de projeção dos pul‐ mões; 2. som timpânico no espaço de Traube; 3. som submaciço na região inferior do esterno; 4. som maciço na região inframamária direita (macicez hepática) e na região precordial A percussão só possibilita captar os sons de estruturas localizadas no máximo a 5 cm do ponto de impacto do dedo percussor EXAME FÍSICO RESPIRATÓRIO PERCUSSÃO - IMPORTANTE Em hemitórax E , a ausência de timpanismo = esplenomegalias; A percussão da coluna vertebral é atimpânica. O som se torna maciço se há derrame de volume médio não s e p t a d o ; se o pac ient e se inclinar para frente ou assumir o decúbito ventral, a macicez desaparece; N a p r e s e n ç a d e h é r n i a d i a f r a g m á t i c a , v e r i f i c a - s e substituição do som atimpânico normal,por som timpânico EXAME FÍSICO RESPIRATÓRIO PERCUSSÃO - IMPORTANTE Afecção broncopulmonar altera a distribuição de ar no interior do tórax modificam os sons obtidos pela percussão; Afecções parenquimatosas reduzem o ar nos alvéolos : macicez neoplasias periféricas, infarto pulmonar volumoso, pneumonias lobares, cistos. Enfisema e asma, que aumentam a quant idade de ar , provocam hipersonoridade e timpanismo; EXAME FÍSICO RESPIRATÓRIO AUSCULTA A u s c u l t a é o m é t o d o semiológico básico no exame físico dos pulmões; É funcional por excelência, analisa o funcionamento pulmonar; Exige silêncio e posição cômoda do paciente e do médico. EXAME FÍSICO RESPIRATÓRIO AUSCULTA - TÉCNICA O paciente com o tórax despido e respirar pausada e profundamente, com a boca entreaberta, sem fazer ruído; Ausculta do murmúrio respiratório normal permite segurança, para i d e n t i f i c a r o s r u í d o sanormais. EXAME FÍSICO RESPIRATÓRIO AUSCULTA - TÉCNICA Requer o auxílio do estetoscópio; A ausculta se inicia pela face posterior do tórax, passando, a seguir, para as faces laterais e anterior; Deve‐se ter em mente que os limites dos pulmões com a omoplata. Ausculta‐se as regiões de maneira simétrica; É aconselhável solicitar ao paciente q u e f a ç a a l g u m a s r e s p i r a ç õ e s profundas e tussa, para separar os ruídos permanentes dos eventuais; EXAME FÍSICO RESPIRATÓRIO AUSCULTA - CLASSIFICAÇÃO DOS SONS EXAME FÍSICO RESPIRATÓRIO AUSCULTA - CLASSIFICAÇÃO DOS SONS http://solutions.3m.com.br/wps/portal/3M/pt_BR/ 3M-Littmann-LA/home/Education/SoundLibrary/ https://www.youtube.com/watch?v=mC7WeC_uMD8 EXAME FÍSICO RESPIRATÓRIO AUSCULTA - MURMÚRIO VESICULAR O componente inspiratório é mais intenso, duradouro e alto em relação ao componente expiratório; Ausculta‐se em quase todo o tórax, com exceção apenas das regiões esternal superior, interescapulovertebral direita e no nível da 3a e 4a vértebras dorsais; Não tem intensidade homogênea em todo o tórax; É mais débil nas pessoas musculosas ou obesas. EXAME FÍSICO RESPIRATÓRIO MURMÚRIO VESICULAR - ALTERAÇÕES Murmúrio vesicular é mais intenso : o paciente respira amplamente e com a boca aberta,; após esforço, em crianças e em pessoas emagrecidas; portadores de afecções pulmonares unilaterais. Murmúrio vesicular diminuido: presença de ar (pneumotórax), líquido (hidrotórax) ou tecido sólido (espessamento pleural); enfisema pulmonar; dor torácica que impeça ou diminua a movimentação do tórax; obstrução das vias respiratórias superiores; oclusão parcial ou total de brônquios ou bronquíolos. EXAME FÍSICO RESPIRATÓRIO AUSCUTA - SONS ANORMAIS DESCONTÍNUOS Trata-se dos estertores; São ruídos audíveis na inspiração expiração, superpondo‐se aos sons respiratórios normais; Podem ser finos ou grossos; EXAME FÍSICO RESPIRATÓRIO AUSCUTA - ESTERTORES FINOS Estertores finos ou crepitantes ocorrem no final da inspiração, têm frequência alta ( agudos) e duração curta; Não se modificam com a tosse; São ouvidos principalmente nas zonas pulmonares influenciadas pela força da gravidade; São produzidos pela abertura sequencial de vias respiratórias anteriormente fechadas pela presença de líquido ou exsudato ou por alteração no tecido de suporte das paredes brônquicas “Comparam-se ao ruído produzido pelo atrito de um punhado de cabelos junto ao ouvido ou fecho tipo velcro” EXAME FÍSICO RESPIRATÓRIO AUSCULTA - ESTERTORES GROSSOS Menos frequentes e com maior duração que os finos; Sofrem alteração com a tosse e podem ser ouvidos em todas as regiões do tórax; São audíveis no início da inspiração e durante toda a expiração. Originam-se na abertura e fechamento de vias respiratórias contendo secreção viscosa e espessa, bem como pelo afrouxamento da estrutura de suporte das paredes brônquicas. São comuns na bronquite crônica e nas bronquiectasias. EXAME FÍSICO RESPIRATÓRIO AUSCULTA-SONS ANORMAIS CONTÍNUOS - RONCOS São sons graves e de baixa frequência; Originam‐se nas vibrações das paredes brônquicas e do conteúdo gasoso quando há estreitamento destes ductos, seja por espasmo ou edema da parede ou achado de secreção aderida a ela, como ocorre na asma brônquica, nas bronquites, nas b r o n q u i e c t a s i a s e n a s o b s t r u ç õ e s localizadas; Aparecem na inspiração e expiração; São fugazes, mutáveis, surgindo e desaparecendo em curto período de tempo. EXAME FÍSICO RESPIRATÓRIO AUSCULTA - SONS ANORMAIS CONTÍNUOS - SIBILOS São agudos e de alta frequência Originam‐se nas vibrações das paredes brônquiolares e de seu conteúdo gasoso; E m g e r a l s ã o m ú l t i p l o s e disseminados por todo o tórax, Quando os sibilos são localizados em determinada região, indicam semiobstrução por neoplasia ou corpo estranho Aparecem na inspiração e expiração. EXAME FÍSICO RESPIRATÓRIO AUSCULTA - SONS ANORMAIS CONTÍNUOS - ESTRIDOR Som produzido pela semiobstrução da laringe ou da traqueia; Pode ser provocado: difteria; laringites agudas; câncer da laringe; estenose da traqueia. Intensidade pequena, se respiração calma e pouco profunda; Intensidade alta na respiração forçada EXAME FÍSICO RESPIRATÓRIO AUSCULTA - SONS ANORMAIS CONTÍNUOS - ATRITO PLEURAL Ruido irregular produzido pelos folhetos parietal e visceral da pleura recobertos de exsudato - PLEURITE; Mais intenso na inspiração, assemelha-se ao ranger de couro atritado; Longa duração maior e frequência baixa, tonalidade grave,; Imita-se colocando uma das mãos de encontro ao próprio ouvido e atritando‐o com a outra mão, com forte pressão; Comum nas regiões axilares inferiores; O aumento da pressão do receptor do estetoscópio sobre a parede torácica pode torná‐lo mais intenso; Principal é a pleurite seca - O derrame pleural determina seu desaparecimento. ( EXAME FÍSICO RESPIRATÓRIO AUSCULTA DA VOZ Ausculta da voz finaliza o exame físico do tórax - “trinta e três” O examinador percorre o tórax com o estetoscópio, comparando regiões homólogas; Voz nitidamente pronunciada e a voz cochichada; Em condições normais, tanto na voz falada como na cochichada, tem-se sons incompreensíveis, isto é, não se distinguem as sílabas que formam as palavras. Isto porque o parênquima pulmonar normal absorve muitos componentes sonoros,; Na presença de patologias - pneumonia, infarto pulmonar- a transmissão é facilitada; Na atelectasia, no espessamento pleural e nos derrames, ocorre diminuição da res‐ sonância vocal. “O aumento e a diminuição da ressonância vocal coincidem com as mesmas modificações do frêmito toracovocal” . \ Dúvidas? Obrigada!!!
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