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1 UNIVERSIDADE NILTON LINS CURSO DE ODONTOLOGIA DISCIPLINA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA BUCO-MAXILO-FACIAL PROF ª. CAROLINA CASTILHO FRATURAS PERI-ORBITÁRIAS 1 INTEGRANTES DO GRUPO 2 Aluana Vasconcelos Igor Ramos Liciana Coimbra Luana Souza Natalia Fernandes 2 3 A órbita é uma cavidade do esqueleto da face em forma de pirâmide onde estão inseridos o bulbo do olho, músculos, nervos, vasos e o aparelho lacrimal. ANATOMIA Teto (2 osso) asa menor do esfenoide e osso frontal. Parede lateral 2 ossos): asa maior do esfenoide e zigomatico. Parrede media ( 4 ossos) : maxila, lagrimal, esfenoide e etmoide. Assoalho (3 ossos): maxila, zigomatico e palatino. 3 4 ETIOLOGIAS: Agressões físicas Impacto no olho Acidentes sem perfurocortantes Esportes Quedas FRATURAS BLOW-OUT 4 5 FRATURAS DE ÓRBITA Acidentes automobilísticos Classificação : Internas da órbita (blow-out, blow-in), e a fratura fronto-órbital . 5 6 FRATURAS BLOW-OUT 6 7 ANATOMIA: As estruturas anatômicas acometidas pelas fraturas blow-out : Parede medial: Maxilar, lacrimal, etmoide e esfenoide. Assoalho da órbita: zigomático, maxilar e palatino FRATURAS BLOW-OUT 7 8 CLASSIFICAÇÃO: Fraturas blow - out são classificadas: Puras Não puras FRATURAS BLOW-OUT 8 9 DIAGNÓSTICO: FRATURAS BLOW-OUT * Exame físico: * Exame pupilar * Mobilidade ocular * Campo visual * Seguimento anterior * Radiográfico * Tomografia * Exame neurológico 9 10 FRATURAS BLOW-OUT TRATAMENTO: Tratamento conservador : para fraturas não deslocadas; Tratamento cirúrgico; 10 11 FRATURAS BLOW-OUT TRATAMENTO: Sob anestesia geral; Acesso subtarsal, realizou-se a exposição da margem infraorbitária; Exploração do soalho orbitário e a localização da fratura e do conteúdo orbitário herniado para o interior do seio maxilar; 11 12 FRATURAS BLOW-OUT TRATAMENTO: 12 13 MATERIAIS PARA O TRATAMENTO: FRATURAS BLOW-OUT * Enxertos * Enxerto ósseo * Cartilagem auricular * Inclusão de silicone * Polietileno poroso * Telas de titânio 13 14 COMPLICAÇÕES E SEQUELAS: FRATURAS BLOW-OUT SINAIS E SINTOMAS : Edema Equimose Dor Hemorragia Hematoma 14 15 FRATURAS BLOW-IN X BLOW-OUT FIG: A: A maioria das fraturas Blow-out, em contraste , ocorre no aspecto inferior ou inferomedial da órbita e resulta em expansão volumétrica com descolamento do globo posteromedial e inferiormente. FIG: B: As fraturas Blow-in resultam de contração do volume orbitário e no deslocamento do globo em direção anterior e inferior. 15 16 FRATURAS BLOW-IN X BLOW-OUT 16 17 FRATURAS "BLOW-IN" ou INTRA-ORBITÁRIAS Exame clínico: Diplopia Epistaxe Exo Ou Enoftalmia Proptose. Resultados incomuns : ruptura do globo, síndrome da fissura orbital superior e lesão do nervo óptico. Tratamento Cirúrgico 17 18 FRATURAS "BLOW-IN" ou INTRA-ORBITÁRIAS EXAME RADIOGRÁFICO: Naso-mento-placa (Waters); Tomografia de Órbita; Exploração Cirúrgica. 18 19 FRATURAS INTRA-ORBITÁRIAS (ELEVAÇÃO DO ASSOALHO ORBITÁRIO) Incisão Feita na pálpebra inferior acima da reborda inferior da órbita, ao nível do forame infra-orbitário até o periósteo. 19 20 FRATURAS INTRA-ORBITÁRIAS (ELEVAÇÃO DO ASSOALHO ORBITÁRIO) Deslocamento: É produzido por um descolador em direção ao fundo da cavidade orbitária. Uma vez descolado o globo ocular, este é elevado, por instrumento próprio, e a pálpebra, afastada com o auxílio de garras. Este processo deve ser delicado para não romper o periósteo e a mucosa do lado sinusial. Todos os fragmentos têm de ser ajustados lado a lado. Redução: Este redução deve ser realizada por pressão por instrumental rombo e afastador, em direção sinusial. Via de regra esta redução é simples. 20 21 FRATURAS INTRA-ORBITÁRIAS (ELEVAÇÃO DO ASSOALHO ORBITÁRIO) 21 22 FRATURAS INTRA-ORBITÁRIAS (ELEVAÇÃO DO ASSOALHO ORBITÁRIO) Contenção A contenção é obtida através da sutura do periósteo com fio reabsorvível e pontos isolados invertidos, assim como o músculos orbicular das pálpebras. A pele deve ser suturada com mononáilon 4-0 em ponto contínuo intradérmico. Imobilização É conseguida por curativo compressivo. O curativo deve ser grande para conter o possível edema e possuir uma abertura central que permita a visão. Pós-Operatório Passados cinco a sete dias removem-se o curativo e a sutura. Normalmente o globo ocular efetuará todos os movimentos e perfeita visão. 22 23 FRATURAS INTRA-ORBITÁRIAS (ELEVAÇÃO DO ASSOALHO ORBITÁRIO) 23 24 FRATURAS FRONTO-ORBITAIS 24 25 FRATURAS FRONTO-ORBITAIS DEFINIÇÃO: Um impacto na região central da face pode provocar uma fratura da parede anterior do seio frontal; uma força na região mediana pode causar disjunção craniofacial, fratura do tipo Le Fort III ou, fraturas complexas da região frontal e da órbita. Uma fratura na região frontal, pode acarretar possibilidade de comprometimento cerebral, ocular e sinusal, adquirindo importância significativa. 25 26 FRATURAS FRONTO-ORBITAIS 26 27 FRATURAS FRONTO-ORBITAIS SINAIS E SINTOMAS RELACIONADAS COM FRATURAS DO FRONTAL E TETO DE ÓRBITA Os sinais mais comuns de fraturas fronto-orbitais são edemas e hematomas, ferimentos cortantes ou escoriantes. Um trauma mais intenso pode provocar a síndrome da fissura orbital superior, causada por hematoma na região orbital posterior ou por fratura com deslocamento da asa maior do esfenoide. A presença de visão dupla (diplopia) deve ser pesquisada em todos os campos visuais. À palpação podem-se notar dor, crepitação, afundamento e até degraus ósseos. 27 28 FRATURAS FRONTO-ORBITAIS SINAIS E SINTOMAS RELACIONADAS COM FRATURAS DO FRONTAL E TETO DE ÓRBITA 28 29 FRATURAS FRONTO-ORBITAIS DIAGNÓSTICO: Há necessidade de se obter um histórico adequado do tipo de trauma, incluindo a situação do paciente no momento de impacto. A avaliação adequada da função visual, incluindo a movimentação ocular. Perda ou diminuição da visão devem ser diagnosticada o quanto antes e examinada pelo especialista. Fraturas do teto orbital podem provocar deslocamentos oculares, pela atuação dos fragmentos ósseos empurrando o globo para frente e para baixo. 29 30 FRATURAS FRONTO-ORBITAIS EXAME DE IMAGEM: Radiografia da face de frente e de perfil. Tomografia computadorizada, planos de corte axial e coronal. 30 31 FRATURAS FRONTO-ORBITAIS TRATAMENTO: Envolve especialmente especialidades odontológicas e médicas: oftalmologia, cirurgia plástica, cirurgia e traumatologia bucomaxilofaciais e neurocirurgia. Tratamento conservador de fraturas frontais e orbitais podem ser indicado quando não houver deslocamento ósseo. Há indicação de cirurgia quando se diagnosticar deslocamento ósseo, alteração de posição de globo ocular, restrição da mobilidade do olho. Quanto antes se realizar a cirurgia, mais facilmente se reduzirão os ossos fraturados, pois não haverá fribrose deslocando os fragmentos . 31 32 FRATURAS FRONTO-ORBITAIS FRATURA DA PAREDE ANTERIOR DO SEIO FRONTAL E TETO DA ÓRBITA O tratamento visa corrigir o afundamento e deve-se sempre lembrar que são fraturas cominutivas e podem atingir o teto da órbita. O acesso à fratura pode ser feito por incisão coronal, por incisão palpebral ou por incisão superciliar. Os fragmentos ósseos maiores devem ser reduzidos, e a fixação se faz com microplaca ou miniplaca. 32 33 FRATURAS FRONTO-ORBITAIS TRATAMENTO 33 34 FRATURAS FRONTO-ORBITAIS FRATURA DO TETO DA ÓRBITA: Fraturas isoladas do teto da órbita são raras. Quando há deslocamento do teto e da margem da órbita, geralmente se encontra fratura do nível do temporal, do zigoma, nasoetmoidal e outras. Fraturas ao nível de assoalho orbital, leva a enoftalmo por perda de substância no assoalho e parede medial da órbita. Se não houver falha óssea, realiza-se a osteossíntese com fio de aço ou miniplaca; havendo falha óssea, haverá indicação de enxerto ósseo. 34 35 FRATURAS FRONTO-ORBITAIS FRATURA DO TETO DA ÓRBITA: Pós-operatório mostrando reconstrução de teto de órbita e região de osso Frontal. 35 36 FRATURAS FRONTO-ORBITAIS SEQUELAS DE FRATURAS FRONTO-ORBITAIS Retração de partes moles, fibrose e consolidação óssea viciosa com perda do contorno ósseo são os problemas que estão presentes na cirurgia de sequelas das fraturas faciais. Pode-se realizar Osteotomia dos fragmentos ou proceder a enxerto ósseo ou inclusão de aloplástico. A adição de osso ou material aloplástico tem indicação somente quando a quantidade a ser enxertada, para dar simetria à face, for pequena. 36 37 TIPOS DE INCISÕES VIAS DE ACESSO: Subciliar; Subtarsal; Infraorbitário; Transconjuntival; Superciliar ou Supra-orbital; Pálpebra superior; Coronal. 37 38 TIPOS DE INCISÕES E ACESSOS DA FRATURA ÓRBITA INCISÃO SUBCILIAR: incisão realizada 2mm abaixo dos cílios da pálpebra, por toda a extensão do comprimento da pálpebra. Sua vantagem: cicatriz imperceptível e facilidade de extensão lateral para exposição de toda a borda lateral da órbita. 38 39 TIPOS DE INCISÕES E ACESSOS DA FRATURA ÓRBITA INCISÃO SUBTARSAL: feita mais abaixo quer o acesso subciliar aproximadamente de 4 a 7mm abaixo a margem palpebral em uma ruga natural da pele no meio da pálpebra inferior. 39 40 TIPOS DE INCISÕES E ACESSOS DA FRATURA ÓRBITA A) Acesso Subciliar; B) Acesso Subtarsal; C) Acesso Infra-orbital. 40 41 TIPOS DE INCISÕES E ACESSOS DA FRATURA ÓRBITA Com a ponta aguda da tesoura a fissura palpebral e incisada inicialmente quando estiver indicada a cantotomia, ate o bordo lateral da orbita, aproximadamente 7 mm. Com a pálpebra evertida e notada a posição do disco tarsal, a conjuntiva e incisada a 2 mm inferior do tarso. C) Proteção da córnea, utiliza-se retalho conjuntival e tração superior. D) Incisão do periósteo. INCISÃO TRANSCONJUNTIVAL: 41 42 TIPOS DE INCISÕES E ACESSOS DA FRATURA ÓRBITA INCISÃO SUPERCILIAR: Colocação da incisão dentro dos limites do pelo do supercílio. A incisão é feita através da pele e dos tecidos subcutâneos até o nível do periósteo em um único movimento. Cirurgia finalizada. 42 43 TIPOS DE INCISÕES E ACESSOS DA FRATURA ÓRBITA INCISÃO PÁLPEBRA SUPERIOR: Realizada 10mm superior a margem palpebral superior e ser de 6mm acima do canto lateral. Incisão feita através do periósteo ao longo da borda orbital lateral. 43 44 TIPOS DE INCISÕES E ACESSOS DA FRATURA ÓRBITA INCISÃO CORONAL: Feita curvada anteriormente no vértice, correndo paralelamente, mas permanecendo internamente de 4 a 5cm a linha do contorno do couro cabeludo. Dissecação do retalho internamente de 3 a 4mm das bordas supra-orbitais. 44 45 TIPOS DE INCISÕES E ACESSOS DA FRATURA ÓRBITA INCISÃO CORONAL: Dissecação anatômica mostrando a extremidade posterior do tendão palpebral anterior medial (TPM) da órbita esquerda. 45 46 MATERIAIS CIRURGICOS PARA RECONSTRUÇÃO OSSEA Dispositivos de titânio para reconstrução da estrutura facial. Placas e parafusos absorvíveis . Afastador Joseph brocas de serie 700 Afastador 46 47 MATERIAIS CIRURGICOS PARA RECONSTRUÇÃO OSSEA Afastador Fomon Espátula para órbita Tesouras e pinças 47 48 MATERIAIS E TECIDOS DE REPOSIÇÃO ORBITAL ENXERTOS: Enxerto ósseos: osso autógeno; Tábua externa da calota craniana. A osteotomia é feita sob abundante irrigação com soro fisiológico, utilizando-se brocas da série 700 em baixa rotação, brocas do tipo serra e cinzéis. Enxerto cartilagíneo: Concha auricular e cartilagem quadrangular do septo nasal. Inclusão de silicone; Polietileno poroso; Tela metálica de Titânio. 48 49 VANTAGENS/ DESVANTAGENS MATERIAIS VANTAGENS DESVANTAGENS MATERIAIS AUTÓGENOS Aplicabilidade pratica efetiva,resistente óssea, baixa taxa de reabsorção entre 20 a 30%. Necessidade de um segundositio operatório, aumentando o tempo e a morbidade cirúrgica. MATERIAIS ALÓGENOS Possibilidade de grandequantidade,não exige um segundo campo operatório, menor tempo cirúrgico. Taxa de reabsorção e infecção maiores do que os enxertos autógenos, risco de infecção. MATERIAIS ALOPLÁSTICOS Facilidade de uso, eliminação de morbidade da área doadora , menortempo cirúrgico, multiplicidade de formas e tamanhos disponíveis. Nãoapresenta as características do material ideal, visto que são corpos estranhos, com potencial de reação variável pelo hospedeiro. 49 50 CONCLUSÃO As fraturas orbitárias e suas sequelas deverão ser avaliadas por uma equipe interdisciplinar de oftalmologistas, cirurgiões plásticos e cirurgiões craniomaxilofaciais . A decisão para o tratamento cirúrgico deverá ser baseada nos sintomas presentes, achados clínicos e radiológicos, além de conscientizar o paciente quanto aos riscos e benefícios da cirurgia, pois a falha de uma reconstrução adequada pode levar a complicações subsequentes, como o afundamento do globo ocular dentro da órbita (enoftalmia) e diplopia residual. 50 51 RELATO DE CASO Paciente J.J.S, 22 anos, sexo masculino, vítima de acidente ciclístico, procurou o Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial do Hospital Estadual de emergência e Trauma Senador Humberto Lucena - João Pessoa - PB/Brasil, no sétimo dia pós trauma queixando-se de parestesia infraorbitária direita e diplopia ao olhar para baixo (Figura 1). 51 52 RELATO DE CASO Ao exame clínico, pôde-se observar equimose periorbitaria direita com afundamento do corpo do zigoma do mesmo lado. Ao exame radiográfico (Waters) diagnosticou-se fratura do assoalho orbitário do lado direito, associada à fratura do corpo do zigoma do mesmo lado (Figura 2). 52 53 RELATO DE CASO O tratamento escolhido foi cirúrgico, através do acesso infraorbitário, para fixação interna estável da fratura do corpo do zigoma direito, com placa de titânio do sistema 2.0 mais instalação e fixação de tela e placa de titânio do sistema 2.0 (Figuras 3 e 4). 53 54 RELATO DE CASO Em seguida, foi realizado sutura por planos até sua finalização, com sutura intradérmica.Não foram observados complicações, como diplopia persistente, limitação dos movimentos oculares e enoftalmia no período pós-operatório (Figura 5). 54 REFERÊNCIAS 55 Tratamento de fraturas NOE, Ricardo Lopes. Disponível em: <http://ricardolopesdacruz.com.br/img/cap44.pdf>. Acesso em 22 de Novembro de 2016. Fraturas naso-orbito-etmoidal: diagnóstico e tratamento, Archives of Health. Disponível em:<http://www.archhealthinvestigation.com.br/index.php/ArcHI/article/view/88/1157>. Acesso em 20 de Novembro de 2016. <http://www.itarget.com.br/newclients/bucomaxilo.org.br/2010/extra/down/revistas/revista_v2/artigo_11.pdf>. Acesso em 19 de Novembro de 2016. <http://www.revistacirurgiabmf.com/2015/1/Artigo05-correcaodefratura.pdf>. Acesso em 13 de Novembro de 2016. <http://files.bvs.br/upload/S/1413-4012/2012/v17n3/a3725.pdf>. Acesso em 19 de Novembro de 2016. <http://www.iapo.org.br/manuals/br_Fraturas-Orbitarias-White-Blowout.pdf>. Acesso em 21 de Novembro de 2016. 55 REFERÊNCIAS 56 SHAHROKH, C.B; BELL, R.B; HUSKAIN, A.K. Terapias Atuais Em Cirurgia Bucomaxilofacial. Rio De Janeiro: Elsevier, 2013. FONSECA, R; FAVANO, A; SILVA, I.I.C. Trauma Bucomaxilofacial. 4ed. Rio De Janeiro: Elsevier, 2015. ALVARES, D. B; RIBEIRO, T. V. Luiz. Fratura fronto-orbital: tratamento cirúrgico.Ed. 2011 56
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