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AUDIÊNCIA DE CUSTÓD IA RESUMO

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FACULDADE INTEGRADA DE PATOS- FIP
FUNDAÇÃO FRANCISCO MASCARENHAS
PÓS GRADUAÇÃO EM DIREITO PENAL, DIREITO PROCESSUAL PENAL E SEGURANÇA PÚBLICA
JONATHAN DAMIÃO SILVA LIMA
JOÃO SOUTO MAIOR NETO
AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA
CAMPINA GRANDE
2016
AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA
Em fevereiro de 2015, o CNJ, em parceria com o Ministério da Justiça e o TJSP, lançou o projeto Audiência de Custódia, que consiste na garantia da rápida apresentação do preso a um juiz nos casos de prisões em flagrante. A ideia é que o acusado seja apresentado e entrevistado pelo juiz, em uma audiência em que serão ouvidas também as manifestações do Ministério Público, da Defensoria Pública ou do advogado do preso. 
Apesar de existir um projeto de lei tramitando no Congresso Nacional (PLS nº 554/2011), o certo é que a audiência de custódia ainda não foi regulamentada por lei no Brasil. Isso significa que não existe uma lei estabelecendo o procedimento a ser adotado para sua realização.
Durante a audiência, o juiz analisará a prisão sob o aspecto da legalidade, da necessidade e da adequação da continuidade da prisão ou da eventual concessão de liberdade, com ou sem a imposição de outras medidas cautelares. O juiz poderá avaliar também eventuais ocorrências de tortura ou de maus-tratos, entre outras irregularidades.
O projeto prevê também a estruturação de centrais de alternativas penais, centrais de monitoramento eletrônico, centrais de serviços e assistência social e câmaras de mediação penal, que serão responsáveis por representar ao juiz opções ao encarceramento provisório.
A implementação das audiências de custódia está prevista em pactos e tratados internacionais assinados pelo Brasil, como o Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos e a Convenção Interamericana de Direitos Humanos, conhecida como Pacto de San José. 
Podemos ver a norma no artigo 7º, item 5 da Convenção Americana de Direitos Humanos (CADH), que diz:
“(...)
 5. Toda pessoa detida ou retida deve ser conduzida, sem demora, à presença de um juiz ou outra autoridade autorizada pela lei a exercer funções judiciais e tem direito a ser julgada dentro de um prazo razoável ou a ser posta em liberdade, sem prejuízo de que prossiga o processo. Sua liberdade pode ser condicionada a garantias que assegurem o seu comparecimento em juízo. 
(...)”.
 
Contudo, não existe uma previsão específica de tempo, no que diz respeito à expressão “sem demora”, na CADH. A doutrina majoritária defende, contudo, que esse prazo deve ser de 24 horas, aplicando-se, subsidiariamente, a regra do § 1º do art. 306 do CPP.
O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo foi o primeiro a aderir a ideia, em parceria com o CNJ e com o Ministério da Justiça, lançou o projeto Audiência de Custódia (através do Provimento Conjunto 3/2015).
O procedimento adotado visa o prazo de 24 horas para os juízes ouvirem as pessoas que foram presas em flagrante. Com isto, os juízes podem avaliar se é necessário manter a pessoa presa, se pode sair mediante fiança, se cabe uma medida punitiva de caráter educativo — como, por exemplo, tornozeleiras eletrônicas — ou até mesmo se deve ficar em liberdade, por não ter sua prisão justificada.
Desta forma, a Audiência de Custódia confere ao cidadão preso em flagrante o direito de ter seu caso reanalisado por um juiz, que verá a legalidade da sua prisão em tempo excessivamente curto e, ainda, com a garantia do contato pessoal.
A audiência de custódia é presidida por autoridade que detém competências para controlar a legalidade da prisão. Portanto, sabe-se que o delegado lavra e o juiz controla seu funcionamento. Além disto, serão ouvidas também as manifestações de um Promotor de Justiça (Ministério Público), de um Defensor Público (Defensoria Pública) ou de seu Advogado.
A Associação dos Delegados de Polícia do Brasil (Adepol) ajuizou ADI contra o Provimento Conjunto nº 03/2015, do TJSP.
Na ação, a referida associação defendeu que a audiência de custódia somente poderia ter sido criada por lei federal e jamais por intermédio de tal provimento autônomo, já que a competência para legislar sobre a matéria é da União (art. 22, I, da CF/88), por meio do Congresso Nacional.
O STF julgou improcedente a ADI proposta, sob a afirmação de que o artigo 7º, item 5, da Convenção Americana de Direitos Humanos, por ter caráter supralegal, sustou os efeitos de toda a legislação ordinária conflitante com esse preceito convencional. Em outras palavras, a CADH inovou o ordenamento jurídico brasileiro e passou a prever expressamente a audiência de custódia. Ademais, a apresentação do preso ao juiz está intimamente ligada à ideia da garantia fundamental de liberdade, qual seja, o “habeas corpus”.
Desse modo, o STF entendeu que o Provimento Conjunto do TJSP não inovou na ordem jurídica, mas apenas explicitou conteúdo normativo já existente em diversas normas da CADH e do CPP.
 Apesar das divergências existentes entre o Adepol e o STF, foi possível se observar que, lançado experimentalmente em São Paulo (em fevereiro), o programa já reduziu em 45%(quarenta e cinco por cento) o número de prisões provisórias no estado desde então.
Com isso, podemos vislumbrar claramente a atuação do princípio da celeridade processual e do princípio da efetividade do processo nos casos abrangidos pela ação de custódia e, concluir que sua implantação tem por finalidade evitar prisões ilegais, feitas de maneira arbitrária ou desnecessária, além de desafogar o atual sistema carcerário, produz uma de valorizar a dignidade da pessoa humana, dando-a chances de ter sua prisão revista, ou ainda, revertida em sanção menos gravosa.
FONTES DE PESQUISA:
(http://www.cnj.jus.br/);
(http://www.cnj.jus.br/sistema-carcerario-e-execucao-penal/audiencia-de-custodia);
(http://jurisrael.jusbrasil.com.br/); e
(http://www.dizerodireito.com.br/).

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