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Resumo Teoria Geral dos Contratos e contrato de compra e venda e doação

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Síntese Direito Civil
Conceito de contrato é fonte de obrigação, ou seja, fato que lhe dá origem é uma espécie de negócio jurídico que depende, para sua formação, de pelo menos duas partes (bilateral) o fundamento ético do contrato é a vontade humana, seu efeito é a criação de direitos e obrigações. é um acordo de vontades, na conformidade da lei, com a finalidade de adquirir, resguardar, transferir, conservar, modificar ou extinguir direitos.
Evolução histórica No direito romano contrato e o pacto eram espécies do gênero convenção. O Código de Napoleão, influenciado pelo iluminismo, disciplinou contrato como mero instrumento para a aquisição da propriedade, era uma garantia para burgueses e classes proprietárias. Já no Código Alemão, o contrato por si só não transferia a propriedade (assim como no código brasileiro, pois adotamos o consensualismo como regra). Atualmente as expressões pacto, convenções e contrato são tidas como sinônimo. O contrato de Adesão surgiu com a Revolução Industrial, a partir da necessidade de contratos impessoais e padronizados (contratos de massa). Com isso, houve a necessidade de o Estado intervir na relação contratual privada, a fim de assegurar a supremacia da ordem pública (dirigismo contratual). Hoje, percebe-se que a liberdade de contratar está limitada pelos fins sociais. 
Função social dos contratos assim como o princípio da sociabilidade, reflete a prevalência dos valores coletivos sobre os individuais tem a função de limitar a autonomia da vontade (liberdade de contratar). procura promover a realização de uma justiça comutativa, aplainando as desigualdades substanciais entre os contraentes possibilita que terceiros, que não são propriamente partes do contrato, possam nele influir, em razão de serem direta ou indiretamente por ele atingidos. o contrato deve ser uma fonte de equilíbrio social. exige comportamento condizente com a probidade e a boa-fé.
Cláusulas gerais são normas orientadoras sob forma de diretrizes, dirigidas principalmente ao juiz, vinculando-o. São formulações contidas na lei, de caráter significativamente genérico e abstrato, cujos valores devem ser preenchidos pelo juiz. o juiz deve agir ex officio. 
Contrato no CDC parte da premissa de que o consumidor é a parte vulnerável das relações de consumo. Pretende restabelecer o equilíbrio entre os protagonistas de tais relações (consumidor e fornecedor (em sentido lato)). as regras do código civil tem caráter residual (aplica-se somente às relações não regidas pelo CDC) Obs.: O contrato de fornecimento de transportes em geral, que é modalidade de prestação de serviço, o CC/02 inverteu o critério, conferindo caráter subsidiário ao CDC. Alguns princípios do CDC são aplicados as relações tuteladas pelo CC/02, devido a sua amplitude: princípio da boa-fé; intangibilidade das convenções; obrigatoriedade da proposta; lesão nos contratos, onerosidade excessiva. Nos contratos bancários é vedado ao julgador reconhecer, de ofício, da abusividade das cláusulas.
Validade dos contratos 
Condições de validade dos contratos Requisitos de ordem geral: art. 104, CC/02 - A validade do negócio jurídico requer: I - agente capaz; II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável; III - forma prescrita ou não defesa em lei.; Requisito de ordem especial, específico dos contratos: consentimento recíproco ou acordo de vontades; aptidão específica para contratar.
Capacidade genérica (IMPORTANTE: EM 2015 HOUVE ALTERAÇÕES NESSA REGRA!) Absolutamente incapazes (menores de dezesseis anos), os atos praticados pelos absolutamente incapazes são nulos, sua anulação produz efeitos ex-tunc. Relativamente incapazes (atos anuláveis, passíveis de confirmação, a anulação produz efeitos ex-nunc) praticados pelos maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; os ébrios habituais e os viciados em tóxicos; aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; os pródigos.
Aptidão específica para contratar é capacidade ou o poder de disposição das coisas ou dos direitos que são objeto do contrato. Em algumas vezes, embora o agente não seja incapaz, deve exibir a outorga uxória, ou o consentimento dos descendentes e do cônjuge (para venda a outro descendentes).
Consentimento é o acordo de vontades, deve ser livre e espontâneo, sob pena de ter a validade do contrato afetada pelos vícios e defeitos do NJ (erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão e fraude).
Autocontrato só é possível na hipótese de representação, desde que a lei ou representado autorizem sua realização sem observância dessa condição o NJ é anulável.
Licitude do objeto objeto lícito é o que não atenta contra a lei, a moral (quando o objeto é imoral, os tribunais por vezes, aplicam o princípio de que ninguém pode valer-se da própria torpeza) ou os bons costumes.
Possibilidade física ou jurídica do objeto A impossibilidade do objeto pode ser física ou jurídica e deve ser absoluta.
Determinação do objeto o objeto deve ser determinado ou determinável (suscetível de determinação no momento da execução) o objeto do contrato deve ter algum valor econômico.
Forma prescrita ou não defesa (proibida) em lei é o meio de revelação da vontade Consensualismo = liberdade de forma; formalismo = forma obrigatória. a forma é, em regra, livre. Logo, o Consensualismo é a regra e o Formalismo a exceção.
Princípios do direito contratual
Princípio da autonomia da vontade As pessoas são livres para contratar, se quiserem, com quem quiserem e sobre o que quiserem. Apogeu na Revolução Francesa a avença faz lei entre as partes é limitado pela função social dos contratos .
Supremacia da ordem pública o interesse da sociedade deve prevalecer quando colide com o interesse individual a ideia de ordem pública é constituída por aquele conjunto interesses jurídicos e morais que incumbe à sociedade preservar. retira a eficácia de qualquer declaração de vontade ofensiva da ordem pública. 
Princípio do Consensualismo basta, para o aperfeiçoamento do contrato, o acordo de vontades, não é necessariamente obrigatório formalizar o contrato. contrapõe-se ao formalismo.
Princípio da relatividade dos efeitos do contrato os efeitos do contrato só se produzem em relação às partes, àqueles que manifestaram a sua vontade, não afetando terceiro nem seu patrimônio. a partir da concepção de função social do contrato, terceiros que não são propriamente partes do contrato podem influir nele, se forem direta ou indiretamente atingidos por ele.
Princípio da obrigatoriedade dos contratos intangibilidade dos contratos representa a força vinculante das convenções representa irreversibilidade da palavra empenhada. segurança nos negócios jurídicos o acordo de vontade faz lei entre as partes pacta sunt servanda (os pactos devem ser cumpridos).
Princípio da revisão dos contratos ou da onerosidade excessiva opõe-se ao princípio da obrigatoriedade permite ao contraente recorrerem ao judiciário para obter alteração da convenção em determinadas situações. rebus sic stantibus aplica-se aos contratos comutativos, de trato sucessivo e de execução diferido ocorre quando há alteração da situação de fato, ocorrida em virtude de acontecimentos imprevisíveis, que o tornem excessivamente oneroso para uma das partes e vantajoso para a outra teoria da imprevisão.
Princípio da boa-fé e da probidade a boa-fé exige comportamento de forma correta, não só durante as tratativas como também durante a formação e cumprimento do contrato o juiz deve presumir a boa-fé. A probidade é entendida com honestidade de proceder ou a maneira criteriosa de cumprir todos os deveres. é fonte de deveres de lealdade, esclarecimento, proteção, conservação, cooperação. Proibição de venire contra factum proprium. supressio, surrectio e tu quoque (um direito não exercido durante determinado lapso de temo não poderá mais sê-lo, por contrariar a boa-fé. Surrectio consiste no nascimento de um direito, sendo nova fonte de direito subjetivo, consequenteà continuada prática de certos atos. Tu quoque - aquele que descumpriu norma legal ou contratual, atingindo com isso determinada posição jurídica, não pode exigir do outro o cumprimento do preceito que ele próprio já descumprira.
Interpretação dos contratos 
Conceito o contrato origina-se de ato volitivo (vontade) e por isso requer sempre uma interpretação. interpretar o negócio jurídico é precisar o sentido e alcance do conteúdo da declaração de vontade diz-se que a interpretação contratual é declaratória quando tem com único escopo a descoberta da intenção comum dos contratantes no momento da celebração do contrato é construtiva ou integrativa quando objetiva o aproveitamento do contrato mediante suprimento das lacunas e pontos omissos deixados pelas partes. a integração é feita por meio de normas supletivas, precipuamente as que dizem respeito à sua função social, ao princípio da boa-fé, aos usos e costumes do local, bem como buscando encontra a verdadeira intenção das partes, muitas vezes revelada nas entrelinhas.
Princípios básicos nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem. o intérprete deve presumir que os contratantes procedem com lealdade e boa-fé . conservação ou aproveitamento do contrato, se uma cláusula contrato permitir duas interpretações diferente, prevalecerá a que possa produzir algum efeito, pois não se deve supor que os contratantes tenha celebrado contrato carecedor de qualquer utilidade, logo, deve-se primar sempre pela revisão do contrato e não por sua resolução. os NJ benéficos ou gratuitos e a renúncia interpretam-se estritamente. quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou contraditórias, dever-se-á adotar a interpretação mais favorável ao aderente a transação interpreta-se restritivamente a fiança não admite interpretação extensiva sendo a cláusula testamentária suscetível de interpretações diferentes, prevalecerá a que melhor assegure a observância da vontade do testador. nos contratos de adesão, são nulas as cláusulas que estipulem a renúncia antecipada do aderente a direito resultante da natureza do negócio.
Da formação dos contratos
A manifestação da vontade Pode ser expressa (exteriorizada verbalmente) ou tácita (infere-se através da conduta do agente) O silêncio pode ser interpretado com manifestação tácita da vontade quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem.
Negociações preliminares caracterizada por sondagens, conversações, estudos e debates, também denominada fase de puntuação. Não há nenhuma vinculação ao negócio, salvo se houver má-fé.
Proposta/oferta/policitação/oblação vincula o proponente, se o contrário não resultar dos termos dela (a proposta pode conter cláusula expressa a respeito, por exemplo quando o proponente declara que não é definitiva e se reserva o direito de retirá-la), da natureza do negócio (quando há uma limitação do estoque existente, por exemplo), ou das circunstâncias do caso (aquelas em que a lei confere esse efeito). a oferta ao público equivale a proposta quando encerra os requisitos essenciais ao contrato, salvo se o contrário resultar das circunstâncias ou dos usos. a morte intercorrente não desfaz a promessa, que se insere como elemento passivo da herança. Art. 428. Deixa de ser obrigatória a proposta: I - se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita. Considera-se também presente a pessoa que contrata por telefone ou por meio de comunicação semelhante; (internet: chats, bate-papos etc) II - se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do proponente; (para fins legais, são considerados ausentes os que negociam mediante troca de correspondência ou intercâmbio de documentos) III - se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado; (fixa-se um prazo e proponente espera pelo seu término. Esgotado, sem resposta, a proposta não prevalecerá) IV - se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a retratação do proponente.
Aceitação é a concordância com os termos da proposta. Para produzir efeito deve ser pura e simples, se apresentada fora do prazo, com adições, restrições ou modificações, importará em nova proposta “contraproposta”.
Hipóteses de inexistência de força vinculante da aceitação Se a aceitação, por circunstância imprevista, chegar tarde ao conhecimento do proponente, este comunicá-lo-á imediatamente ao aceitante, sob pena de responder por perdas e danos. Considera-se inexistente a aceitação, se antes dela ou com ela chegar ao proponente a retratação do aceitante.
Conclusão dos contratos entre presentes deve-se verificar em que momento o contrato se aperfeiçoou.
Contrato entre ausentes O CC/02 adota a teoria da expedição os contratos tornam-se perfeitos desde que a aceitação é expedida. exceções: se tiver havido retratação; se o proponente se houver comprometido a esperar resposta; se ela não chegar no prazo convencionado.
Lugar da celebração Lugar em que foi proposto art. 9º, §2º, LINDB – A obrigação resultante do contrato reputa-se constituída no lugar em que residir o proponente. 
Classificação dos contratos:
Quanto aos efeitos
Unilaterais criam obrigações unicamente para uma das partes.
Bilaterais geram obrigações para ambos os contratantes.
Plurilaterais contratos que contêm mais de duas partes (polos). ATENÇÃO! Na compra e venda, por exemplo, mesmo que haja mais de um comprador e de um devedor, este situam-se em DOIS POLOS. são plurilaterais aqueles contratos que têm varias partes, como ocorre no de sociedade, ou consórcio característica: rotatividade dos membros.
Gratuitos apenas uma das partes aufere benefícios ou vantagens, ex. doação pura, comodato.
Onerosos ambos os contraentes obtêm sacrifícios e benefícios.
Comutativos são os de prestações certas e determinadas, as partes podem antever as vantagens e os sacrifícios.
Aleatórios
Por natureza são os contratos em que pelo menos um dos contraentes não pode antever a vantagem que receberá em troca da prestação. a perda ou lucro dependem de um fato futuro e imprevisível. (contratos de risco)
Acidentalmente aleatórios são contratos tipicamente comutativos, que em razão de certas circunstâncias, tornam-se aleatórios. são os contratos de venda de coisas futuras (o risco pode ser à própria existência da coisa ou à sua quantidade) e de venda de coisas existentes mas expostas a risco.
Quanto à formação
Paritários as partes discutem livremente as condições do contrato, pois se encontram em situação de igualdade.
De adesão as partes não discutem as condições do contrato, devido a preponderância da vontade de um dos contratantes, que elabora todas as cláusulas.
Contratos-tipo as cláusulas não são impostas por uma parte à outra, mas apenas pré-redigidas. Em geral, são deixados claros a serem preenchidos pelo concurso de vontades, como ocorre em certos contratos bancários, que já vêm impressos, mas com espaços em branco no tocante à taxa de juros, prazo e condições do financiamento, a serem estabelecidos de comum acordo.
Quanto ao momento da execução (cumprimento)
Instantânea consumam-se em um só ato, sendo cumprido imediatamente após a sua celebração.
Diferida são cumpridos em um só ato, todavia, em momento futuro à celebração do contrato.
Trato sucessivo ou em prestações prestações que se cumprem por meio de atos reiterados.
Quanto ao agente
Personalíssimo são os contratos celebrados em atenção às qualidades pessoais de um dos contraentes. O obrigado não pode fazer-se substituir por outrem.
Impessoais as prestações podem ser cumpridas pelo obrigado ou por terceiro.
Individuais as vontades dos agentes são individualmente consideradas, ainda que envolva várias pessoas.
Coletivos os contratos coletivos perfazem-se pelo acordo de vontades entre duas pessoas jurídicas de direito privado, representativas de categorias profissionais, sendo denominadas convençõescoletivas.
Quanto ao modo para que existe
Principais têm existência própria, autônoma e não dependem de qualquer outro, como a compra e venda e a locação, por exemplo.
Acessórios ou adjetivos dependem da existência de outro, têm sua existência subordinada a do principal. nulo o contrato principal, nulo será também o negócio acessório, a recíproca não é verdadeira.
Derivados ou subcontratos têm por objetivo direitos estabelecidos em outro contrato, denominado básico ou principal. Ex. sublocação, subempreitada etc.
Quanto à forma
Solenes ou formais devem obedecer à forma prescrita em lei para se aperfeiçoar.
Não solenes ou de forma livre são os contratos em que basta o consentimento para a sua formação, podendo ser celebrados de qualquer forma.
Consensuais são aqueles que se formam unicamente pelo acordo de vontades, independentemente da entrega da coisa e da observância de determinada forma.
Reais exigem, para se aperfeiçoar, além do consentimento, a entrega da coisa.
Quanto ao objeto
Preliminares é aquele que tem por objeto a celebração de um contrato definitivo.
Definitivos 
Quanto à designação
Nominados são aqueles que têm designação própria.
Inominados não têm designação própria.
Típicos regulados pela lei.
Atípicos são os que resultam de um acordo de vontades, não tendo, porém, as suas características e requisitos definidos e regulados na lei.
Mistos combinação de um contrato típico com cláusulas criadas pela vontade dos contratantes.
Coligados são vários contratos celebrados interligados. Há dependência entre os contratos.
União de contratos ocorre quando há contratos distintos e autônomos, apenas são realizados ao mesmo tempo ou no mesmo documento, o vínculo é meramente externo.
Estipulação em favor de terceiro
 É uma exceção ao princípio da relatividade dos efeitos do contrato Nessa modalidade, uma pessoa convenciona com outra que concederá uma vantagem ou benefício em favor de terceiro, que não é parte do contrato. Figuram três personagens: o estipulante, o promitente e o beneficiário. A capacidade só é exigida dos dois primeiros, pois qualquer pessoa pode ser contemplada com a estipulação, seja ou não capaz. O contrato deve proporcionar uma atribuição patrimonial gratuita ao favorecido, ou seja, sem contraprestação não é necessário o consentimento do beneficiário, tendo ele a faculdade de recusar a estipulação em seu favor. embora a validade do contrato não dependa da vontade do beneficiário, sua eficácia fica dependente da sua aceitação. o contrato é consensual, de forma livre, o terceiro não precisa ser determinado, basta que seja determinável, podendo ser futuro. a obrigação assumida pelo promitente pode ser exigida tanto pelo estipulante como pelo beneficiário. o direito atribuído ao beneficiário, só pode ser por ele exercido se o contrato não foi inovado com a sua substituição prevista, a qual independe da sua anuência e da do outro contraente. O art. 793, CC/02, estabelece uma restrição, nos contratos de seguro, proibindo a instituição de beneficiário inibido de receber a doação do segurado, como a concubina do homem casado.
Natureza jurídica da estipulação em favor de terceiro contrato sui generis.
Promessa de fato de terceiro
 O único vinculado é o que promete, assumindo obrigação de fazer que, não sendo executada, resolve-se em perdas e danos. não haverá responsabilidade se o terceiro for cônjuge do promitente, dependendo da sua anuência o ato a ser praticado, e desde que, pelo regime do casamento, a indenização, de algum modo, venha a recair sobre os seus bens. nenhuma obrigação haverá para quem se comprometer por outrem, se este, depois de se ter obrigado, faltar à prestação. A assunção da obrigação pelo terceiro libera o promitente.
Vícios redibitórios
 São defeitos ocultos em coisa recebida em virtude de contrato comutativo, que a tornam imprópria ao uso a que se destina, ou lhe diminuam o valor aplicam-se aos contratos bilaterais e comutativos essas regras não incidem sobre os contratos gratuitos a coisa defeituosa pode ser enjeitada pelo adquirente, mediante devolução do preço e, se o alienante conhecia o defeito, com perdas e danos. se o alienante não conhecia o vício, ou o defeito, tão somente restituirá o valor recebido, mais as despesas do contrato. O alienante tem a opção de ficar com o bem defeituoso e reclamar o abatimento do preço.
Requisitos para caracterização dos vícios redibitórios contrato comutativo, doação onerosa ou remuneratória. defeitos ocultos: os defeitos devem ser de forma que não permitam a imediata percepção existência do defeito no momento da celebração do contrato e sua persistência até o momento da reclamação. que os defeitos sejam desconhecidos do adquirente que os defeitos sejam graves: capazes de prejudicar o uso da coisa ou diminuir-lhe o valor.
Ações cabíveis (ações edilícias) O adquirente pode rejeitar a coisa mediante ação redibitória, ou conservá-la, reclamando abatimento no preço, através da ação quanti minoris ou estimatória. Quando ocorre perecimento da coisa, deve obrigatoriamente propor a ação redibitória. nas coisas vendidas conjuntamente, o defeito oculto de uma não autoriza a rejeição de todas. a entrega de coisa diversa da contratada não configura vício redibitório, mas inadimplemento contratual, respondendo o devedor por perdas e danos. também não configura vício redibitório o erro quanto às qualidades essenciais do objeto, pois dá ensejo ao ajuizamento de ação anulatória do negócio jurídico.
Prazos decadenciais 
	Bem móvel
	30 dias, contados a partir da tradição
	Bem imóvel
	1 ano, contado a partir da tradição
	Obs.: se o adquirente já estava em posse do bem, esse prazo deverá ser reduzido à metade.
	Os prazos podem ser ampliado pelos contraentes
	Quando o vício só puder ser conhecido mais tarde:
	Bem móvel
	180 dias, contatos a partir da ciência do vício
	Bem imóvel
	1 ano, a partir da ciência do vício
	No caso de constância de cláusula de garantia, os prazos não correrão, mas o adquirente deve denunciar o defeito ao alienante nos trinta dias seguinte ao seu descobrimento.
Da evicção
Conceito é a perda da coisa em virtude de sentença judicial, que a atribui a outrem por causa jurídica preexistente ao contrato. dá-se evicção quando o adquirente vem a perder, total ou parcialmente, a coisa por sentença fundada em motivo jurídico anterior. Nos contratos onerosos, o alienante responde pela evicção o alienante é obrigado a garantir ao adquirente o uso e gozo da coisa. o alienante, mesmo de boa-fé, responde pela evicção Inexiste, em regra, responsabilidade pela evicção nos contratos gratuitos, salvo se tratar de doação onerosa.
 Ocorrendo a perda da coisa, em ação movida por terceiro (evictor), o adquirente (evicto) tem direito a voltar-se contra o alienante só se excluirá a responsabilidade do alienante se houver cláusula expressa podem as partes reforçar, diminuir ou excluí-la. Não obstante a cláusula de exclusão da garantia, se a evicção se der, tem direito o evicto a recobrar o preço que pagou pela coisa evicta, se não soube do risco da evicção, ou, dele informado, não o assumiu.
Requisitos da evicção tem por causa um vício existente no título do alienante, ou seja, um defeito do direito transmitido ao adquirente deve decorrer de uma causa jurídica, fundada em direito real ou direito pessoal. São requisitos.
Perda total ou parcial da propriedade, posse ou uso da coisa alienada.
Onerosidade da aquisição;
Ignorância pelo adquirente, da litigiosidade da coisa;
Anterioridade do direito do evictor;
Denunciação da lide ao alienante para poder exercitar o direito que da evicção lhe resulta, o adquirente notificará do litígio o alienante imediato, ou qualquer dos anteriores, quando e como lhe determinarem as leis do processo.
Verbas devidas Art. 450. Salvo estipulação em contrário, tem direito o evicto, além da restituição integral do preço ou das quantias que pagou: I - à indenização dos frutos que tiver sidoobrigado a restituir; II - à indenização pelas despesas dos contratos e pelos prejuízos que diretamente resultarem da evicção; III - às custas judiciais e aos honorários do advogado por ele constituído. Parágrafo único. O preço, seja a evicção total ou parcial, será o do valor da coisa, na época em que se evenceu, e proporcional ao desfalque sofrido, no caso de evicção parcial.
Dos contratos aleatórios
Conceito é o contrato bilateral e oneroso em que pelo menos um dos contraentes não pode antever a vantagem que receberá em troca da prestação fornecida. está ligado à ideia de risco.
Contratos acidentalmente aleatórios são os de venda de coisa futura (risco quanto à existência da coisa ou risco quanto à quantidade da coisa) e venda de coisas existentes, mas expostas a risco.
Se o risco for da existência da coisa, terá o outro direito de receber integralmente o que lhe foi prometido, desde que de sua parte não tenha havido dolo ou culpa ainda que nada do avençado venha a existir. No entanto, se o risco for quanto a quantidade da coisa, terá o alienante direito a todo o preço, desde que de sua parte não tiver concorrido culpa, ainda que a coisa venha a existir em quantidade inferior à esperada. Mas, se da coisa nada vier a existir, a alienação não haverá, e o alienante restituirá o preço recebido. O contrato fica nulo se nada puder ser colhido.
Do contrato preliminar
 tem por objeto a efetivação de um contrato definitivo o contrato preliminar, exceto quanto à forma, deve conter todos os requisitos essenciais os contratos a ser celebrado. concluído o contrato preliminar e desde que dele não conste cláusula de arrependimento, qualquer das partes terá o direito de exigir a celebração do definitivo, assinando prazo à outra para que o efetive. o contrato preliminar deverá ser levado ao registro competente para que tenha efeitos em relação a terceiros, entre as próprias partes, o contrato preliminar pode ser executado mesmo sem o registro prévio.
Dos contratos com pessoa a declarar
 Nessa modalidade, um dos contraentes pode reservar-se o direito de indicar outra pessoa para, em seu lugar, adquirir os direitos e assumir as obrigações dele decorrentes. Um dos contraentes desaparece, sendo substituído pelo nomeado e aceitante. não se admite o contrato com pessoa a declarar quando o contrato celebrado é intuitu personae. 
Extinção do contrato
Modo normal de extinção a extinção dá-se, em regra, pela execução, seja instantânea, diferida ou continuada. 
Extinção do contrato sem cumprimento forma de extinção anormal causas anteriores ou contemporâneas e supervenientes a formação do contrato. 
Nulidade absoluta e relativa A nulidade absoluta decorre de ausência de elemento essencial do ato, com transgressão a preceito de ordem pública, impedindo que o contrato produza efeitos desde a sua formação. a anulabilidade advém da imperfeição da vontade: ou porque emanada de um relativamente incapaz não assistido, prejudicando o interesse particular de pessoa que o legislador quis proteger, ou porque contém alguns vícios de consentimento, tais como erro, dolo, coação. a anulabilidade tem efeitos ex tunc.
Cláusula resolutiva na execução do contrato, cada um tem a faculdade de pedir a resolução, se o outo não cumpre as obrigações avençadas. essa faculdade pode resultar de estipulação (cláusula resolutiva expressa) ou de presunção legal (cláusula resolutiva implícita) a cláusula resolutiva expressa opera de pleno direito, a tácita depende de interpelação judicial (em ambos os casos, a resolução deve ser judicial, ou seja, precisa ser judicialmente pronunciada. No primeiro caso, a sentença tem efeito meramente declaratório e ex tunc, pois a resolução dar-se automaticamente, no momento do inadimplemento; no segundo, tem efeito desconstitutivo, dependendo de interpelação judicial) a cláusula resolutiva expressa não dispensa a ação judicial. a parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se não preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo em qualquer dos casos, indenização por perdas e danos. o adimplemento substancial do contrato (pagamento de valor significativo) tem sido reconhecido, pela doutrina, como impedimento à resolução unilateral do contrato.
Direito de arrependimento quando expressamente previsto no contrato, o arrependimento autoriza qualquer das partes a rescindir o ajuste.
Resolução dissolução do contrato por consequência do inadimplemento voluntário (culposo), involuntário ou por onerosidade excessiva. tem como causa a inexecução ou incumprimento por um dos contratantes.
Resolução por inexecução voluntária decorre de comportamento culposo de um dos contraentes, com prejuízo do outro produz efeitos ex tunc extingue o que foi executado e obriga a restituições recíprocas, sujeitando ao pagamento perdas e danos e da cláusula penal.
Exceção de contrato não cumprido art. 476, CC/02 Nos contratos bilaterais, com prestações simultâneas, nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua obrigação, pode exigir o implemento da do outro. as prestações são sinalagmáticas, se uma delas não é cumprida, deixa de existir causa para o cumprimento da outra. Por isso, nenhuma das partes, sem ter cumprido o que lhe cabe, pode exigir que a outra o faça. aquele que não satisfez a própria obrigação não pode exigir o cumprimento da do outro.
Garantia da execução da obrigação a prazo Se, depois de concluído o contrato, sobrevier a uma das partes contratantes diminuição em seu patrimônio, capaz de comprometer ou tornar duvidosa a prestação pela qual se obrigou, pode a outra recusar-se à prestação que lhe incumbe, até que aquela satisfaça a que lhe compete ou dê garantia bastante de satisfazê-la.
Resolução por inexecução involuntária ocorre devido a ações de terceiros ou de acontecimentos inevitáveis, alheios à vontade dos contraentes, denominados caso fortuito ou força maior não há pagamento de perdas e danos, salvo se disposição expressa no contrário. efeitos ex-nunc.
Resolução por onerosidade excessiva (rebus sic stantibus) os negócios podem sofrer modificações posteriores das circunstâncias, com quebra insuportável da equivalência. se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação opõe-se ao pacta sunt servanda consiste em presumir, nos contratos comutativos, de trato sucessivo e de execução diferida, a existência implícita (não expressa) de uma cláusula, pela qual a obrigatoriedade de seus cumprimento pressupõe a inalterabilidade da situação de fato. não se aplica aos contratos aleatórios. a resolução poderá ser evitada, oferecendo-se o réu a modificar equitativamente as condições do contrato. se no contrato as obrigações couberem a apenas uma das partes, poderá ela pleitear que a sua prestação seja reduzida, ou alterado o modo de executá-la, a fim de evitar a onerosidade excessiva.
Resilição dissolução do contrato por vontade de um ou de ambos os contratantes; deriva unicamente da manifestação de vontade que pode ser bilateral ou unilateral a resilição bilateral denomina-se distrato a unilateral pode ocorrer somente em determinados contratos, pois a regra é a impossibilidade de um contraente romper o vínculo contratual por sua exclusiva vontade.
Distrato o distrato faz-se pela mesma forma exigida para o contrato.
Resilição unilateral ocorre somente nas obrigações duradouras, contra a sua renovação ou continuação, independentemente do não cumprimento da outra parte, nos casos permitidos na lei. independe de pronunciamento judicial e produz efeitos ex nunc. se uma das partes houver feito investimentos consideráveis para a sua execução, a denúncia unilateral só produzirá efeito depois de transcorrido prazo compatível com a natureza e o vulto dos investimentos é o meio próprio para dissolver os contratos por tempo indeterminado.denomina-se denúncia do contrato.
 Nos contratos de mandato a resilição denomina-se revogação ou renúncia. a morte de um dos contratantes só acarreta a dissolução dos contratos personalíssimos.
Rescisão modo específico de certos contratos. deve ser utilizado nas hipóteses de dissolução de contratos em que ocorreu lesão ou que foram celebrados em estado de perigo.
Da compra e venda
É o contrato pelo qual uma das partes (vendedor) se obriga a transferir o domínio de uma coisa à outra (comprador), mediante a contraprestação de certo preço em dinheiro. podem ser objeto do contrato os bens corpóreos (para os bens incorpóreos denomina-se cessão).
Classificação:
Bilateral gera obrigações recíprocas;
Consensual aperfeiçoa-se com o acordo de vontades;
Oneroso ambos os contraentes obtêm proveito, ao qual corresponde um sacrifício.
Comutativo em regra, pois de imediato se apresenta certo o conteúdo das prestações reciprocas. Podem ser aleatórios também, quando tem por objeto coisas futuras ou coisas existentes, mas sujeitas a risco.
Não solene, em regra.
Elementos do contrato:
Coisa A compra e venda pode ter por objeto coisa atual ou futura. Neste caso, ficará sem efeito o contrato se esta não vier a existir, salvo se a intenção das partes era de concluir contrato aleatório Se a venda se realizar à vista de amostras, protótipos ou modelos, entender-se-á que o vendedor assegura ter a coisa as qualidades que a elas correspondem. Prevalece a amostra, o protótipo ou o modelo, se houver contradição ou diferença com a maneira pela qual se descreveu a coisa no contrato.
Preço é elemento essencial da compra e venda. sem a fixação do preço, a venda é nula. pode ser determinado ou determinável A fixação do preço pode ser deixada ao arbítrio de terceiro, que os contratantes logo designarem ou prometerem designar. Se o terceiro não aceitar a incumbência, ficará sem efeito o contrato, salvo quando acordarem os contratantes designar outra pessoa. Também se poderá deixar a fixação do preço à taxa de mercado ou de bolsa, em certo e determinado dia e lugar. É lícito às partes fixar o preço em função de índices ou parâmetros, desde que suscetíveis de objetiva determinação. Convencionada a venda sem fixação de preço ou de critérios para a sua determinação, se não houver tabelamento oficial, entende-se que as partes se sujeitaram ao preço corrente nas vendas habituais do vendedor. Na falta de acordo, por ter havido diversidade de preço, prevalecerá o termo médio. Nulo é o contrato de compra e venda, quando se deixa ao arbítrio exclusivo de uma das partes a fixação do preço. Salvo cláusula em contrário, ficarão as despesas de escritura e registro a cargo do comprador, e a cargo do vendedor as da tradição. Não sendo a venda a crédito, o vendedor não é obrigado a entregar a coisa antes de receber o preço. O preço deve ser pago em dinheiro ou é redutível a dinheiro (quando pagamento é estipulado parte em dinheiro e parte em outra espécie, a configuração do contrato como compra e venda e ou troca é definida pela predominância de uma ou de outra porcentagem, se mais da metade do preço for paga em dinheiro, será compra e venda, se for em espécie, permuta) Até o momento da tradição, os riscos da coisa correm por conta do vendedor, e os do preço por conta do comprador. Todavia, os casos fortuitos, ocorrentes no ato de contar, marcar ou assinalar coisas, que comumente se recebem, contando, pesando, medindo ou assinalando, e que já tiverem sido postas à disposição do comprador, correrão por conta deste. Correrão também por conta do comprador os riscos das referidas coisas, se estiver em mora de as receber, quando postas à sua disposição no tempo, lugar e pelo modo ajustados.
Consentimento pressupõe capacidade das partes para vender e comprar e deve ser livre e espontâneo. é anulável a venda que houver erro sobre o objeto principal, bem como sobre as suas qualidades essenciais É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido (outorga uxória). É lícita a compra e venda entre cônjuges, com relação a bens excluídos da comunhão. Art. 497. Sob pena de nulidade, não podem ser comprados, ainda que em hasta pública: I - pelos tutores, curadores, testamenteiros e administradores, os bens confiados à sua guarda ou administração; II - pelos servidores públicos, em geral, os bens ou direitos da pessoa jurídica a que servirem, ou que estejam sob sua administração direta ou indireta; III - pelos juízes, secretários de tribunais, arbitradores, peritos e outros serventuários ou auxiliares da justiça, os bens ou direitos sobre que se litigar em tribunal, juízo ou conselho, no lugar onde servirem, ou a que se estender a sua autoridade; IV - pelos leiloeiros e seus prepostos, os bens de cuja venda estejam encarregados. Parágrafo único. As proibições deste artigo estendem-se à cessão de crédito.
Coisa é nula a venda de coisa inexistente, todavia, permite-se a venda de a venda de coisa com existência potencial, ou seja, coisas atuais o ou futuras. Admite-se a venda de coisa incerta, indicada pelo menos pelo gênero e pela quantidade A venda de coisas incorpóreas é denominada cessão (cessão de crédito, cessão de direitos etc). a coisa deve encontrar-se disponível
São efeitos primários da compra e venda:
Gerar obrigações recíprocas para os contratantes;
Responsabilidade do vendedor pelos vícios redibitórios;
Responsabilidade do vendedor pela evicção.
 O contrato gera apenas obrigações, mas não produz o efeito de transferir a propriedade, que só ocorre com a tradição.
Efeitos secundários ou subsidiários:
Responsabilidade pelos riscos até a tradição, os riscos da coisa pertencem ao vendedor; do preço, ao comprador. quando o comprador está em mora de receber a coisa adquirida, colocada à sua disposição, os riscos correrão por sua conta.
Repartição de despesas salvo cláusula em contrário, ficarão as despesas de escritura e registro a cargo do comprador, e a cargo do vendedor as da tradição.
Direito de reter a coisa ou o preço não sendo a venda a crédito, o vendedor não é obrigado a entregar a coisa antes de receber o preço. sendo a venda a crédito, pode o vendedor sobrestar a entrega, se antes da tradição o comprador cair em insolvência, até obter dele caução de que pagará no tempo ajustado. nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua obrigação, pode exigir o implemento da do outro.
 Não pode um condômino em coisa indivisível vender a sua parte a estranhos, se outro consorte a quiser, tanto por tanto. O condômino, a quente não se der conhecimento da venda, poderá depositando preço, haver para si a parte vendida a estranhos, se o requere no prazo de cento e oitenta dias, sob pena de decadência. Sendo muitos os condôminos, preferirá o que tiver benfeitorias de maior valor e, na falta de benfeitorias, o que de quinhão maior. Se as artes forem iguais, haverão a parte vendida os coproprietários, que a quiserem, depositando previamente o preço. A COISA DEVE SER INDIVISÍVEL;
 Um cônjuge, qualquer que seja o regime de bens do casamento, exceto no da separação absoluta, só estará legitimado a alienar, hipotecar ou gravar de ônus reais os bens imóveis depois de obter a autorização do outro, ou o suprimento judicial de seu consentimento.
Venda entre cônjuges qualquer que seja o regime de bens do casamento, exceto no da separação absoluta, só estará legitimado a alienar, hipotecar ou gravar de ônus reais os bens imóveis depois de obter a autorização do outro, ou o suprimento judicial de seu consentimento. é lícita a compra e venda entre cônjuges, com relação a bens excluídos da comunhão.
Venda ad corpus e venda ad mensuram Se, na venda de um imóvel, se estipular o preço por medida de extensão, ou se determinar a respectiva área, e esta não corresponder, em qualquer dos casos às dimensões dadas, o comprador terá o direito de exigir o complemento da área, e, não sendo isso possível, o de reclamar a resolução do contratoou abatimento proporcional ao preço. Trata-se de ad mensuram. Se em vez de falta houve excesso de área, e o vendedor provar que tinha motivos para ignorar a medida exata da área vendida, caberá ao comprador, à sua escolha, completar o valor correspondente ao preço ou devolver o excesso, sob pena de caracterizar-se o enriquecimento sem causa deste. prazo decadencial de um ano.
Venda ad corpus não haverá complemento da área, nem devolução de excesso, se o imóvel for vendido como coisa certa e discriminada, tendo sido apenas enunciativa a referência às suas dimensões, ainda que não conste, de modo expresso, ter sido a venda ad corpus. presume-se que a referência às dimensões foi simplesmente enunciativa, quando a diferença encontrada não exceder de um vigésimo (5%) da área total enunciada, ressalvado ao comprador o direito de provar que, em tais circunstâncias, não teria realizado o negócio.
Das cláusulas especiais de compra e venda
Retrovenda constitui um pacto acessório (adjeto), pelo qual o vendedor reserva-se o direito de reaver o imóvel que está sendo alienado, em certo prazo, restituindo o preço, mais as despesas feitas pelo comprador, inclusive as que durante o período de resgate, se efetuaram com a sua autorização escrita, ou para a realização de benfeitorias necessárias. o prazo máximo decadencial para o exercício do direito da retrovenda é DE 03 ANOS (as partes não podem ajustar prazo superior) esse direito pode ser cedido a terceiro, transmitido a herdeiro e legatários e ser exercido contra o terceiro adquirente.
Da venda a contento e da sujeita a prova
 A venda a contento do comprador constitui pacto acessório (adjeto) a contratos de compra e venda) entende-se realizada sob condição suspensiva, ainda que a coisa tenha sido entregue ao comprador e não se reputará perfeita, enquanto o adquirente não manifestar seu agrado. a tradição da coisa não transfere o domínio, limitando-se a transmitir a posse direta, visto que efetuada a venda sob condição suspensiva.
 A venda sujeita a prova presume-se feita sob a condição suspensiva de que a coisa tenha as qualidades asseguradas pelo vendedor e seja idônea pra o fim a que se destina. está ligada as qualidades asseguradas pelo vendedor.
Preempção/prelação/preferência é o pacto acessório (adjeto) à compra e venda pelo qual o comprador de uma coisa, móvel ou imóvel, se obriga a oferecê-la ao vendedor, na hipótese de pretender futuramente vendê-la ou dá-la em pagamento. preferência legal (preferência do condômino da aquisição de parte indivisa (CC, art. 504). a preferência convencional é resultante de acordo de vontades. o prazo para o exercício da preempção pode ser convencionado por lapso não excedente (prazo decadencial) a cento e oitenta dias, se a coisa for móvel e dois anos, se imóvel. se o comprador desrespeitar o prazo de preempção, responderá por perdas e danos. Responderá solidariamente o adquirente, se tiver procedido de má-fé o direito de preferência convencional não pode ser cedido nem passado a terceiros o vendedor pode exercer seu direito de prelação, intimando o comprador, quando lhe constar que este vai vender a coisa quando o direito de prelação for estipulado a favor de dois ou mais vendedores, então condôminos, só pode ser exercido em relação à coisa no seu todo, tal como fora alienada. o valor a ser pago deve corresponder ao preço atual da coisa.
Da venda com reserva de domínio constitui modalidade especial de venda de coisa móvel, em que o vendedor tem a própria coisa vendida como garantia do recebimento do preço só a posse é transferida ao adquirente, a propriedade permanece com o alienante. a adquirente só tem a propriedade após o pagamento integral o comprador pode vender o ceder a terceiro o direito expectativo, com efeito de assunção de dívida, com o consentimento expresso do vendedor. embora o domínio e a posse indireta permaneçam com o alienante, os riscos da coisa passam para o adquirente, mero possuidor direto inversão da regra res perit domino. para valer contra terceiros deve ser registrada no Cartório de títulos e documentos do domicílio do comprador. 
Venda sobre documentos a tradição da coisa é substituída pela entrega do seu título representativo e dos outros documentos exigidos pelo contratos ou, no silêncio deste, pelos usos. o vendedor, entregado os documentos, libera-se da obrigação e tem direito ao preço; e o comprador, na posse justificada de tal documento, pode exigir do transportador ou depositário a entrega da mercadoria substituição da tradição real pela simbólica a entrega dos documentos gera, pois, presunção de que a coisa conserva as qualidades neles apontadas, não podendo o comprador condicionar o pagamento à realização de vistoria para constatação de inexistência de defeitos ocultos (vícios redibitórios).
Do contrato de doação
É o contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere do seu patrimônio bens ou vantagens para o de outra. 
Características:
Natureza contratual;
Intenção de fazer uma liberalidade animus donandi
Transferência de bens para o patrimônio do donatário; acarretando diminuição do patrimônio do doador.
Aceitação do donatário.
Exige-se a mesma capacidade ativa que os contratos em geral (agente capaz, consentimento, legitimidade para dispor do bem) a doação de cônjuge adúltero a seu cumplice é proibida, podendo ser anulada pelo outro cônjuge o menor não pode doar, no entanto, quando autorizado a casar, pode fazer doação ao outro nubente, no pacto antenupcial, mas a eficácia deste fica condicionada à aprovação de seu representante legal, salvo as hipóteses de regime obrigatório de separação de bens. tem capacidade passiva todos aqueles que podem participar dos atos da vida civil, e também o nascituro, se aceita pelo seu representante a transferência de bens ou vantagens é o objeto da doação a aceitação é indispensável para o aperfeiçoamento da doação. a doação pode ser expressa, tácita (revelada pelo comportamento do donatário), presumida (pela lei: quando o doador fixa prazo ao donatário, para declara se aceita, ou não, desde que o donatário, ciente do prazo, não se posicione, entender-se-á que aceitou o silêncio atua como manifestação da vontade (em doações puras)) ou ficta. a doação constitui ato inter vivos o doador não é obrigado a pagar juros moratórios, nem é sujeito às consequências da evicção ou do vício redibitório. exceção: a responsabilidade subsiste nas doações remuneratórias e com encargo, até o limite do serviço prestado e do ônus imposto.
Espécies:
pura e simples ou típica quando o doador não impõe nenhuma restrição ou encargo ao beneficiário, nem subordina a sua eficácia a qualquer condição.
onerosa, modal, com encargo ou gravada aquela em que o doador impõe ao donatário uma incumbência ou dever. não escrito o encargo ilícito ou impossível, salvo se constituir o motivo determinante da liberalidade, caso em que se invalida o negócio jurídico.
remuneratória é feita em retribuição a serviços prestados, cujo pagamento não pode ser exigido pelo donatário.
Mista é aquela que procura beneficiar por meio de um contrato de caráter oneroso. Decorre da inserção de liberalidade em alguma modalidade diversa de contrato. 
Contemplativa ou meritória configura-se quando o doador menciona, expressamente, o motivo da liberalidade. 
Feita ao nascituro valerá sendo aceita pelo representante.
Em forma de subvenção periódica trata-se de uma pensão, como favor pessoa ao donatário, cujo pagamento termina com a morte do doador, não se transferindo a obrigação a seus herdeiros.
Em contemplação de casamento futuro só ficará sem efeito se o casamento não se realizar eficácia subordinada a condição suspensiva.
Entre cônjuges importa adiantamento do que lhes cabe por herança.
Em comum a mais de uma pessoa (conjuntiva) quando a doação é feita em comum a várias pessoas, entende-se distribuída entre os beneficiados por igual. estabelece-se uma obrigação divisível se os donatários em tal caso forem marido emulher, a regra é o direito de acrescer, subsistirá na totalidade a doação para o cônjuge sobrevivo.
De ascendentes a descendentes importa adiantamento do que lhes cabe por herança. 
Com cláusula de retorno ou reversão é permitido que o doador estipule o retorno ao seu patrimônio dos bens doados, se sobreviver ao donatário. se o doador morre antes do donatário, os bens doados incorporam-se definitivamente ao patrimônio do beneficiário, transmitindo por sua morte aos seus próprios herdeiros. a reversão é exclusivamente em favor do próprio doador, não podendo estipular reversão em favor de terceiro.
Manual é a doação verbal de bens móveis de pequeno valor. é uma exceção à regra do consensualismo. 
Feita a entidade futura a doação feita a unidade futura, portanto inexistente, caducará se, em dois anos, esta não estiver constituída regularmente.
Restrições legais:
Doação pelo devedor já insolvente pode configurar fraude contra credores, podendo a sua validade ser impugnada por meio da ação pauliana (consiste numa ação pessoal movida por credores com intenção de anular negócio jurídico feito por devedores insolventes com bens que seriam usados para pagamento da dívida numa ação de execução).
Doação da parte inoficiosa doação quanto à parte que exceder à de que o doador, no momento da liberalidade poderia dispor em testamento.
Doação de todos os bens do doador é nula a doação de todos os bens sem reserva de parte, ou renda suficiente para a subsistência do doador.
Doação do cônjuge adultero a cúmplice pode ser anulada pelo outro cônjuge, ou por seus herdeiros necessários, até dois anos depois de dissolvida a sociedade conjugal. prazo decadencial de dois anos o cônjuge tem exclusividade em relação aos herdeiros necessários, assim, os herdeiros só podem pleitear a anulação da doação em caso de morte daquele.
Da revogação da doação a doação pode ser revogada por ingratidão do donatário, ou por inexecução do encargo (o donatário incorre em mora, a força maior afasta a mora), bem como pelos modos comuns a todos os contratos (erro, dolo, fraude, coação, estado de perigo, lesão, não configuração dos requisitos do art. 104, CC). a revogação por ingratidão só pode ocorrer se for pura e simples.

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