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Disciplina de Infectologia FEBRE AMARELA 1 (KAROLINE JANONES) AGENTE Arbovirose causada por Vírus RNA, chamado Vírus amarílico, da família Flaviviridae, gênero Flavivirus Hospedeiro: organismo capaz de desenvolver a doença Definitivo: reprod. Sexuada do agente Intermediário: reprod. Assexuada do agente Reservatório: anima/artrópode/planta/matéria/local no qual o agente consegue viver e se multiplicar. CICLOS Urbano Transmitido pelo Aedes aegypti Ciclo: Homem- Mosquito Aedes- Homem Antigamente dizimava boa parte das populações urbanas (ex: RJ) Foi realizada campanha de erradicação do mosquito (Oswaldo Cruz) na época, o que gerou redução expressiva do número de casos. Atualmente ERRADICADA no ambiente urbano desde 1942 Silvestre Transmitido pelo mosquito Haemagogus Ciclo: Macaco- Mosquito silvestre- Homem Hospedeiro no ciclo silvestre é o macaco (prego, sagui, guariba, aranha). Homem entra como hospedeiro acidental (considera-se então zoonose) Impossível de ser controlada Hábitos do mosquito: hematofágicos de ação entre 10-14h RISCO de Reurbanização da FA Expansão territorial da infestação de Aedes aegypti Áreas urbanas com infestação de A. aegypti próximas de áreas endêmicas de FA. Intensa migração rural-urbana Períodos de incubação Homem: 3-6d (período de viremia no homem vai de 1 dia antes do início dos sintomas, até o 4° dia após. Mosquito: 9-12d (o mosquito demora esse tempo para tornar-se um transmissor do vírus) EPIDEMIOLOGIA Dividido entre Área endêmica (Região Norte, Região Centro Oest + Maranhão) Área de transição (MG, oeste da BA, PI, SP, PR) Área indene Área de risco potencial (ES, leste de MG, sul da BA) Essa divisão é importante pois as áreas de risco são mapeadas para recomendação de vacinas aos viajantes ACRV (Área COM recomendação de vacina) ASRV (Área SEM recomendação de vacina) Mais afetados: homens entre 15-40anos Aparecimento de surtos endêmicos com intervalos de 5-7 anos Maior frequência dos casos nos meses de Dezembro- Maio (maior índice pluviométrico) QUADRO CLÍNICO Período de incubação: 3-6 dias Início abrupto da febre alta (39-40°C). Comportamento Viscerotrópico Sinal de Faget (febre alta com pulso lento - bradicardia relativa) é comum no F.Amarela (NORMAL É a cada 1°C elevado, aumenta 10bpm na FC) Períodos Períodos de INFECÇÃO (3-4d), período de RECUDESCIMENTO da febre (duração de 12-24h) que correspondem às formas leves e moderadas da doença. Período de INTOXICAÇÃO (formação de anticorpos) + febre associada à sintomas exacerbados que corrersponde à forma grave da doença Formas Leve cefaleia, miagias, injeção conjuntival, rubor facial Resulução rápida (2-3d) Moderada Sintomas descritos na forma leve (síndrome febril) + icterícia, sangramento leve (epistaxe), albuminúria no EAS Grave 10% evoluem para esta forma Mortalidade: 20-50% Manifestações hemorrágicas: gengivorragia, epistaxe, hematêmese (em borra de café, denominada "vômito negro"), petéquias e púrpuras. São causadas por disfunções plaquetárias, endoteliais, CIVD (Coagulação Intravascular Disseminada) e diminuição da síntese de fatores de coagulação no fígado Manifestações Hepáticas: ação do vírus hepatotrópico e citopático causa necrose medio-zonal (apoptose dos hepatócitos localizados entre a veia centro lobular e o espaço porta), elevação de aminotransferase (TGO <AST> acima de 1000, icterícia. Manifestações Renais: necrose tubular aguda favorece a microalbuminúria, oligúria Manifestações cardíacas: miocardite, arritmia de baixo débito Manifestações neurológicas: obnubilação, torpor, coma Manifestações Gastrointestinais: diarreia, vômitos aspecto borra de café, melena MORTE POR choque, insuficiência hepática e CIVD por volta do 7-10°dia da doença Disciplina de Infectologia FEBRE AMARELA 2 (KAROLINE JANONES) DIAGNÓSTICO Pesquisa do agente etiológico por isolamento e detecção viral, ou busca por antígenos virais ou ácidos nucleicos. Porém, é menos utilizado Sorologia: MAC- ELISA que identifica IgM a partir do 4°/5° dia de infecção. Caso negativo, repetir duas vezes em 14 dias. É um exame muito sensível. Todavia, o paciente deve informar seu quadro vacinal para FA pois pode ser IgM vinda da imunização da vacina Outros métodos diagnósticos pouco utilizados: Inibição da Hemaglutinação (HI), Fixação de Complemento (FC), Neutralização (TN) Não é recomendada biopsia do fígado para diagnóstico devido ao risco de sangramento EXAMES INESPECÍFICOS As alterações laboratoriais ocorrem na maioria dos casos GRAVES (não nos casos leves e moderados) Leucograma Até o 4°dia: leucocitose, neutrofilia, desvio à esquerda, eosinopenia A partir do 4°dia: leucopenia, linfocitose, desvio à esquerda, eosinopenia Exames Bioquímicos Aumento das transaminases (AST >1000) devido à necrose hepática. AST alta quando há comprometimento muscular associado (ex: miocardite) Aumento da Bilirrubina (predomínio de BD>20mg/dl) Aumento do colesterol, fosfatase alcalina (FA), uréia , creatinina Urina Proteinúria, hematúria, cilindrúria, oligúria. Tudo devido ao dano tubular renal Coagulograma Aumento do tempo de protrombina, tempo de coagulação Diminuição dos fatores de coagulação produzidos no fígado (II, V, VII, IX, X) Se CIVD, há também queda de fator XIII, Fibrinogênio, além de trombocitopenia PARA O MINISTÉRIO DA SAÚDE... Caso suspeito: Quadro clínico compatível, oriundo de zona de risco, sem quadro vacinal Caso confirmado: Quadro clínico compatível + exame laboratorial positivo Caso descartado: quadro clínico razoavelmente compatível + exame laboratorial negativo É uma doença de NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA Alerta para evento sentinela: morte de macacos em região endêmica TRATAMENTO NÃO há TRATAMENTO ESPECÍFICO. O tratamento é apenas de suporte Local Casos leves e moderados: Residencia ou Ambulatório Casos graves: UTI PREVENÇÃO VACINA Anti- Amarílica Vírus vivo atenuado, cepa 17DD Eficaz em 95% dos casos a partir do 10°dia Duração: 10 anos Dose única 0,5ml via SC (subcutânea) Faixa etária: a partir dos 9 anos. Em caso de região endêmica, a partir dos 6meses Recomendada a todos os moradores de áreas endêmicas ou viajantes para tais áreas, com 10 dias de antecedência Reações adversas: ocorrem em menos de 5%. Forma mais grave é a donça viscerotrópica por disseminação do vírus, encefalite, hipersensibilidade Contraindicação: crianças menores de 6m, pacientes com quadros do imunossupressão, reação anafilática após ingestão de ovo e seus derivados, paciente em tto de QT ou RT. Gestante (avaliar risco) Controle de vetores Difícil controle do artrópode Haemagogus, porém há empenho em diminuir população urbana de Aedes, vetor da doença. QUANDO CONSIDERAR REURBANIZAÇÃO DA FA Confirmação de quadro de FA por A. aegypti em indivíduos que não se locomoveram para áreas de risco com infestação >5% Confirmação de que no ambiente urbano permaneceu alguém com a febre amarela silvestre e apareceram novos casos Isolamento no vírus no mosquito Aedes aegypti
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