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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ- FESMG
 BELO HORIZONTE 
 
 CURSO DE PÓS GRADUAÇAO
 
 SAÚDE MENTAL E CLINICA ATENÇAO PSICOSSOCIAL 
 
 TRABALHO FINAL DE 
 PROFESSORA
 ROGÉRIA ABALEN 
 
 ALUNAS- 
 ROSANGELA GALDINO DOS PASSOS
 SIMONE CRISTINA E CELINA
 
 
 
 BH- MG- 2016
“Súmula sobre, Guia Estratégico de Cuidado em Álcool e Outras Drogas”.
 O Guia Estratégico de Cuidado em Álcool e Outras Drogas foram formulados para nós, profissionais de saúde, que atendemos usuários com necessidades decorrentes do uso de álcool e outras drogas nas Redes de Atenção de Saúde do SUS, sobretudo nos pontos de atenção da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS). Este Guia surgiu a partir das necessidades identificadas no acompanhamento dos territórios que estavam implantando os serviços para atendimento aos usuários de drogas e também das diretrizes apontadas em documentos internacionais para promoção, prevenção, tratamento e reabilitação social. 
 Somado a isso, consideramos as reflexões resultantes do Seminário Internacional de Especialistas (2012) para identificar e discutir o estado da arte das atuais políticas de saúde para tratamento de drogas, em especial o crack e do Simpósio Internacional Sobre Drogas: da Coerção a Coesão (2013), ambos em Brasília, DF. 
 O objetivo é contribuir com a sua formação e na ampliação da sua atuação enquanto agente de mudança nas práticas de cuidado, fortalecendo assim o processo de trabalho das equipes a partir da utilização dos saberes práticos, técnicos e éticos para ampliar o acesso e vincular os usuários aos serviços do SUS. Por estes motivos, o Guia é uma ferramenta potencialmente prática para instrumentalizar processos de trabalho, favorecer as análises e intervenções dos trabalhadores. Será abordada desde a constituição da rede a intervenção nos casos. 
 Contamos com o envolvimento e a participação de todos na experimentação de caminhos na gestão do cuidado de forma concreta no cotidiano dos serviços, além de potencializar a discussão dos Projetos Terapêuticos Singulares entre as equipes nos territórios e impactar nas vidas das pessoas que sofrem em decorrência do uso de drogas. A Política Nacional de Saúde Mental busca consolidar um modelo de atenção aberto e de base comunitária. 
A proposta é garantir a livre circulação das pessoas com problemas mentais pelos serviços, pela comunidade e pela cidade. A Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) estabelece os pontos de atenção para o atendimento de pessoas com problemas mentais, incluindo os efeitos nocivos do uso de crack, álcool e outras drogas. A Rede integra o Sistema Único de Saúde (SUS). 
 A Rede é composta por serviços e equipamentos variados, tais como: os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS); os Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT); os Centros de Convivência e Cultura, as Unidade de Acolhimento (UAs), e os leitos de atenção integral (em Hospitais Gerais, nos CAPS III). Faz parte dessa política o programa de Volta para Casa, que oferece bolsas para pacientes egressos de longas internações em hospitais psiquiátricos.
Conforme Portaria 3.088, de 23 de dezembro de 2011, são objetivos gerais da RAPS: 
I - ampliar o acesso à atenção psicossocial da população em geral;
 II - promover o acesso das pessoas com transtornos mentais e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas e suas famílias aos pontos de atenção; 
III - garantir a articulação e integração dos pontos de atenção das redes de saúde no território, qualificando o cuidado por meio do acolhimento, do acompanhamento contínuo e da atenção às urgências.
 A Rede de Atenção Psicossocial, a RAPS, é o resultado de um processo de mobilização de usuários, familiares e trabalhadores do SUS e dos movimentos de reforma sanitária e psiquiátrica nacional desde a década de 80 para a mudança de paradigma da atenção ao cuidado. A RAPS se insere como uma das redes indispensáveis do cuidado nas Redes de Atenção a Saúde (RAS) com a finalidade de criar, ampliar e articular os pontos de atenção à saúde para pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas. 
 A Portaria 3.088/2011 normatiza a RAPS, que se configura como uma rede transversal, mas que não se forma apenas com base nos equipamentos de saúde, mas se estende a comunidade na medida em que grupos comunitários dispõem de recursos que podem ser úteis ao cuidado às pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de drogas (FRANCO; ZURBA, 2014).
Coordenação Geral de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas - CGMAD •Unidade Básica de Saúde, 
• Núcleo de Apoio a Saúde da Família, 
•Consultório na Rua, •Centros de Convivência e Cultura Atenção Básica em Saúde 
•Centros de Atenção Psicossocial, nas suas diferentes modalidades; Atenção Psicossocial Estratégica 
•SAMU 192, é outros
 Na mudança do paradigma asilar, que se baseava em uma dicotomia simplista de cura/doença, para o paradigma psicossocial, de caráter comunitário e territorial, a RAPS, ou melhor, os trabalhadores da RAPS, buscam garantir estratégias de cuidado integral (reconhecimento das diferentes esferas que compõe a vida como relações afetivas, doença, escolarização, trabalho, etc.). Esse cuidado integral advém do estímulo ao protagonismo de usuários, familiares, dos próprios trabalhadores e comunidade no tratamento a pessoa que sofre. Isso é possível pelo entendimento e exercício constante, muitas vezes diário, por parte dos trabalhadores em utilizar o acolhimento, a relação com o usuário de álcool e outras drogas como ferramenta de trabalho, assim como os protocolos e instrumentos avaliativos. 
 É uma postura técnica de cuidado para além da simpatia (ou não) a pessoa que sofre. Dessa maneira conseguimos combater estigmas e preconceitos, promover equidade e reconhecimento dos determinantes sociais, garantir acesso e qualidade dos serviços (para além da localização e ambiência do serviço), atenção humanizada centrada na necessidade das pessoas e garantir a autonomia e a liberdade. 
 O técnico de referência fica como referência, mas a responsabilização desse funcionamento em rede é de toda(s) a(s) equipe(s)! Por que trabalhar em rede? Para assegurarmos a acessibilidade e a resolutividade do cuidado e o tratamento das pessoas que fazem uso nocivo de álcool e outras drogas é preciso trabalhar em rede. As intervenções reducionistas, focadas apenas na droga e dependência química e tendo a abstinência como único resultado, não tem efetividade terapêutica. 
 As evidências nacionais e internacionais reafirmam que são necessárias estratégias que levem em consideração o multidimensionamento e as relações entre eles na história de vida do usuário, desconstruindo as formas abusivas, potencializando e aumentando a contratualização do sujeito com e na sociedade (Ver: Da coerção à coesão (UNODC), 2009; Relatório da Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes, 2011; e Cadernos de Atenção Básica, n. 34, 2013). Muitas vezes, por exemplo, em um PTS, são necessárias ações que vão além da esfera da saúde, e mesmo considerando as ações em saúde, nem sempre um único serviço pode demonstrar o potencial necessário para abarcar as diversas necessidadesdas pessoas. 
 Como operacionalizar o trabalho em rede dentro da Rede de Atenção Psicossocial? O fazer do dia a dia, a relação entre os trabalhadores, é o que faz a Rede. Ela se constitui na relação e a pactuação coletiva, como o trabalho em equipe permite a organização dos processos de trabalho e dos fluxos de acesso e cuidado aos usuários. São diretrizes que devem se tornar rotina na prática profissional. A integração dos serviços proporciona que estratégias de abordagens da rede de cuidado como ampliação do conceito de “porta aberta” em rede e da busca ativa sejam efetivas. 
 O matricialmente é uma dessas formas de integração. Para que(m) organizar dessa forma o trabalho? A rede existe para pensar nas diversas estratégias possíveis de suporte as necessidades dos usuários. Se a lógica de atendimento for inversa, de que o usuário que deve se adequar ao que o serviço oferece, como horários, ofertas terapêuticas massificadas, o fluxo das recorrentes crises permanecerá reincidindo. É o conhecido movimento da “porta giratória”. Isso não quer dizer que os serviços devem dar resposta a toda e qualquer necessidade do usuário, mas sim encontrar dentro da rede o serviço adequado para tal. 
 O reconhecimento e a coresposabilização do que compete a cada área, serviço, equipe, profissional permite a desburocratização do acesso e a resolutividade dos serviços de “portas abertas”, de baixa exigência e redutores de danos. 
 É necessária a sensibilização dos vários atores e a interlocução contínua para diminuir as barreiras de acesso, assim como evitar a descontinuidade do cuidado e a sobreposição de ações. O PTS é o norteador dessa forma de pensar os processos de trabalho e fluxo de atendimento dentro da RAPS e intersetorialmente.
 Assim, o Técnico de Referência tem papel fundamental de articulação entre os serviços. Funcionando a articulação da rede, como continuar? Criado um fluxo de atendimento dentro de rede e entre setores, e necessário que seja respaldado por políticas, planejamento, coordenação e monitoramento dessas ações. Uma forma de praticar essa continuidade é ter uma pessoa que detenha o conhecimento desses fluxos e tenha trânsito entre os serviços ou um colegiado com pessoas eleitas por cada serviço, como também criação de espaços para discussões e educação permanente. Contudo, e, não menos importante, o envolvimento comunitário, do controle social, da participação da família e do usuário, é imprescindível para continuidade e transformação permanente das realidades regionais de saúde e do cuidado integral em álcool e outras drogas. 
Abordagem familiar do dependente químico. 
 Família. Como defini - lá? Existe o modelo ideal? Qual delas oferece maior satisfação a seus membros? Enfim, as indagações são inúmeras, porém jamais se obterá uma resposta concreta, pois a família é extremamente dinâmica, correspondendo igualmente às transformações colocadas na sociedade, mas diante desta versatilidade algo é inquestionável: a influência que ela exerce sobre o indivíduo, seja de forma positiva ou negativa. O acondicionamento  familiar mantém uma posição de relevância no desenvolvimento e prognóstico do quadro de dependência química. Neste sentido, a abordagem familiar deve ser considerada como parte integrante do tratamento e um programa bem sucedido e essencial, para um desfecho favorável. 
 A intervenção que se realizada pode se contribuir numa importante ferramenta na abordagem dos dependentes químicos e de seus familiares, uma vez que não apenas proporciona uma possibilidade de escuta e acolhimento, como também de reflexões e significações de vivências. A família sofre com o uso de drogas por um de seus membros é correspondente ás reações que vão ocorrendo com o sujeito que a utiliza. Uma família que possui um dependente químico é sempre um desafio, principalmente quando falamos do contato direto de crianças e adolescentes com esta realidade. Filhos de dependentes químicos apresentam risco aumentado para transtornos psiquiátricos, desenvolvimento de problemas físicos, emocionais e dificuldades escolares. 
 Dentre os transtornos psiquiátricos, apresentam um risco aumentado para o consumo de substâncias psicoativas quando comparado com filhos de não dependentes químicos, sendo que filhos de dependentes de álcool têm um risco aumentado em quatro vezes para o desenvolvimento do alcoolismo. No entanto, também é um grupo com maior chance para o desenvolvimento de depressão, ansiedade, transtorno de conduta e fobia social. Na maioria das vezes os filhos sofrem com uma interação familiar negativa e um empobrecimento na solução de problemas, uma vez que estas famílias são caracterizadas como desorganizadas e disfuncionais.  
 Uma avaliação familiar pode ser um grande auxiliar no planejamento do tratamento; fornece dados que corroboram com presença do dependente, desde que acordado previamente entre as partes. Através de um encontro de famílias que compartilham da mesma problemática, cria-se um novo espaço terapêutico que permite um rico intercâmbio a partir da solidariedade e ajuda mútua, onde as famílias se convocam para ajudar a solucionar o problema de uma e de todas, gerando um efeito em rede. Todas as famílias são participantes e destinatárias de ajuda. 
EXEMPLO DE ABORDAGEM FAMÌLIAR
 Para os assistentes sociais e outros profissionais o primeiro atendimento familiar é considerado muito impactante. 
Caso
 É importante destacar que, mesmo sendo um tema difícil e sofrido para a família, os quatro membros da família compareceram a todos os atendimentos agendados.
 Elizabeth, a mãe de Gustavo, mostrou-se bastante ansiosa: gesticulava muito, seu tom de voz era autoritário e ela ostentava um olhar firme em direção ao marido e à nora. Relatou que se sentia perdida pelo fato do filho sair à noite e voltar de madrugada "chapado". Guilherme, visivelmente emocionado, relatou que tinha vontade de ajudar o filho, embora percebesse dificuldades. Tanto Elizabeth como Guilherme relataram que já não suportavam mais o sofrimento causado pelas "loucuras" que Gustavo cometia. Cleusa permaneceu calada e precisou ser estimulada para expressar seus sentimentos. 
 Ela contou, com tristeza, que quando iniciou o relacionamento "ele já era assim". Disse que amava o marido e que dependia dele para o sustento dos filhos. Mencionou que estava evitando sair de casa para não escutar "fofocas" e intrigas de vizinhos. Depois de um pequeno silêncio, murmurou: "eu também tenho vergonha dele, às vezes penso em abandoná-lo, mas aonde eu vou?". De forma invasiva, Elizabeth verbalizou: " Este é o maior problema: Cleusa não faz nada pra mudar, ela cuida somente dos filhos e deixa o resto por conta". Cleusa, alterada, disse que a sogra transfere todas as culpas para ela e que protege o filho dos seus atos. Gustavo interviu, pedindo que mantivessem a calma. 
 Ele disse que sabia de sua responsabilidade enquanto pai de família, mas que não conseguia controlar a "fissura" que o levava até a boca de fumo. Elizabeth resumiu o sentimento de todos: "precisamos de ajuda e de uma resolução imediata". Ao longo dos atendimentos subsequentes, percebeu-se claramente que Elizabeth mantinha o controle sobre os demais membros da família. Ela era a pessoa que mais falava e demonstrava ser muito exigente com todos. Queixava-se constantemente do marido, responsabilizando-o por todos os problemas da família. Em uma ocasião, chegou a referir-se a ele como "esse vagabundo". Em vários momentos, a assistente social precisou intervir e retomar o contrato inicial estabelecido com a família para garantir um clima que propiciasse o diálogo e não a agressão. 
 Um dos benefícios dos atendimentos familiares foi á oportunidade que os quatro membros da família tiveram de expressar suas opiniões e aprenderem por modelagem novas possibilidades de relacionamento. A interação e a garantia de um espaço para falar dos anseios motivou a família a pensar em perspectivasdiante dos problemas apresentados e, com isso, a família começou a se comunicar de forma diferente.
 Ao longo dos atendimentos familiares, temas como falta de limites, frustrações, rancores e ressentimentos vieram à tona e foram sendo conversados, repensados e resinificados. Paulatinamente, as discussões deram lugar ao diálogo. Devido à confiança mútua e ao apoio reestabelecidos, segredos familiares foram revelados. Todas essas mudanças geraram novas expectativas e objetivos comuns a todos. A família conseguiu entender e administrar melhor suas angústias em relação à doença de Gustavo e, assim, conscientizar-se da importância de se engajar no tratamento. Com a inserção da família no tratamento oportunizou-se muitos aprendizados como, por exemplo, o fato de que, embora não exista cura, há tratamento para o problema, e que o engajamento da família no tratamento é fundamental para o sucesso do mesmo.
 Em relação a Gustavo e Cleusa, várias estratégias foram adotadas. Gustavo aceitou a sugestão da esposa de que ficasse em uma Comunidade Terapêutica para se fortalecer e ficar longe do convívio dos amigos que o estimulam a consumir drogas. A assistente social fez o referencialmente à Comunidade Terapêutica por conhecer o local e os coordenadores do mesmo. Assim, Gustavo pode continuar o tratamento medicamentoso e receber ajuda através de grupos terapêuticos de ordem espiritual e de convivência. Foi mostrada a importância da participação da família neste processo de recuperação e todos se comprometerem de visitá-lo. 
 Por fim, quando o período pré-estabelecido de três meses acabou, a assistente social fez um processo de reflexão sobre a importância de a família continuar frequentando outros grupos de apoio aos familiares de dependentes químicos e referenciou-os para grupos de mútua-ajuda, próximos a seu domicílio.
CODEPEDEMCIA
 O codependente é aquele que se deixou influenciar pelo comportamento de outra pessoa, e que vive obcecado em controlar o comportamento desse outro. É preciso deixar claro que o outro pode ser uma criança, um adulto, um amante, um cônjuge, um irmão ou irmã, um avô, pai, cliente, ou melhor, amigo. Pode ser um alcoólatra, dependente químico, um deficiente mental ou físico, alguém “normal” e que às vezes mergulha em sentimentos de tristeza, e seja qualquer pessoa mencionada anteriormente. 
 É uma doença emocional e comportamental, chegando à maioria das vezes desencadearmos doenças sérias como depressão, hipertensão, diabetes e outros males físicos. Uma das razões pelas quais chamam a codependência de doença é que muitos codependentes reagem a doenças (o alcoolismo, por exemplo), e o fato do problema ser progressivo. À medida que as pessoas que nos cercam tornam-se mais doentes, podemos reagir mais intensamente. 
 Qualquer que seja o problema do outro, a codependência envolve um sistema habitual de pensar, sentir e comportar-se, em relação a nós mesmos e aos outros, que pode causar sofrimento. Comportamentos ou hábitos codependentes são mais autodestrutivos. Podemos mudar? Somos capazes de aprender outros comportamentos mais saudáveis. O codepedentes tem seu próprio estilo de vida e seu modo de se relacionar consigo próprio, com os demais e com a pessoa problemática. 
 Devido sua baixa autoestima, ele sempre se preocupa mais com os outros do que consigo mesmo (pelo menos aparentemente). A pessoa codependente não sabe se divertir normalmente porque leva a vida demasiadamente a sério, parecendo haver certo orgulho em carregar tamanha cruz, em suportar as ofensas, humilhações e frustrações. Como ele precisa desesperadamente da aprovação dos demais, porque no fundo ele mesmo sabe que está exagerando em seus cuidados com a pessoa problemática, procura ter complacência e compreensão com todos por uma simples questão de reciprocidade (quer que os outros também entendam o que está fazendo). 
 Na realidade a codependência é uma espécie de falso-amor, uma vez que parece ser destrutivo, tendo em vista que pode agravar o problema em questão, seja a dependência química, alcoolismo, transtornos de personalidade, etc. Todo amor que não produz paz, mas sim angústia ou culpa, está contaminado de codependência, é um amor patológico, obsessivo é bastante destrutivo. Ao não produzir paz interior nem crescimento espiritual, a codependência cria amargura, angustia e culpa, obviamente, ela não leva à felicidade. Então, vendo desse jeito, a codependência aparenta ser amor, mas é egoísmo, medo da perda de controle, da perda da relação em si.
DESAFIOS COTIDIANOS.
 Nos desafios cotidianos profissional do assistente social e outros profissionais da saúde mental, vem sendo necessário buscar abordagens que produzam melhores resultados nas intervenções das diferentes demandas apresentadas pelas famílias, como àquelas que se propõe através das redes de apoio nos diferentes territórios de abrangência, onde se articulem as diferentes políticas sociais voltadas para o atendimento das necessidades das famílias. 
 Desafios persistentes impõem exigências diferentes daquelas relacionadas a crises repentinas. Famílias que enfrentam constantes períodos de estresse, por exemplo, aquelas que convivem com um membro que apresente problemas relativos a abuso ou dependência de substâncias psicoativas, precisam repetidamente ajustar seu funcionamento aos novos desafios pertinentes a esse tipo de situação. Isso, não raramente, gera sobrecarga e desgaste para as relações familiares e requer um conjunto de intervenções que vise à retomada do equilíbrio saudável do grupo familiar. 
 O processo de interlocução realizado no CAPS com as Unidades Básicas de Saúde (UBSs), Diante do exposto, este tem como objetivo discutir a importância da articulação de uma rede de cuidados em saúde para o alcance da integralidade e intersetorialidade, do atendimento, pautado no processo de socialização da informação. 
 Assim o mesmo divide-se em dois itens: No primeiro faz-se uma breve reflexão a cerca de conceitos básicos para a discussão do processo de intersetorialidade e integralidade do atendimento na saúde mental. 
O profissional do assistente social na saúde mental, como em qualquer campo, não se concretiza somente em uma ação, mas sim em inúmeras, expressas no complexo quadro em que se mostra o cotidiano profissional, todas estas devem ser permeadas pela busca da integralidade do atendimento, do desenvolvimento da autonomia dos usuários, da participação popular e, consequentemente, da melhoria da qualidade de vida do usuário e da superação de expressões da questão social. 
CONCLUSAO
 Podemos analisar que os familiares sofrem com a condição de dependência química de seus entes queridos e manifestam esse sofrimento por meio de diversos sentimentos e mudanças no estilo de vida. Foi possível identificar que eles sofrem e muitos querem ajuda e a procuram. 
Observa-se, na prática dos serviços de tratamento da dependência química, o fato de o sofrimento e as necessidades dos familiares passarem despercebidas, concentrando-se a atenção apenas no usuário. 
 Codependência presentes na vivência do familiar do dependente químico que é assistido em um grupo, certamente ficará mais fácil interferir na rede de relações familiares e no processo de adoecimento e tratamento dos envolvidos com a dependência química. Nessa realidade, afirma a importância da família ao se envolver na recuperação do dependente químico, mas, para que isso ocorra, é necessário conhecermos essa instituição, na busca de melhor apreensão de sua dinâmica com atenção para o problema vivenciado. 
 Se na prática as ações Inter setoriais por parte das diferentes políticas públicas, contribuísse para a melhoria da qualidade de vida das famílias deste dependente químico, os problemas relacionados com vergonha e outros, teríamos mais eficiência ao trazer esta família para o lado do tratamento de tal indivíduo. Outro fator relevante que chama a atenção é o quanto que setornou “natural” para a sociedade discriminar as pessoas que fazem uso problemático de drogas, taxando-as com criticas, ao invés de procurar entender o significado que a droga possui em suas vidas. 
 Acerca da eficácia do tratamento, dada á condição multifatorial da droga, torna-se imprescindível que este seja realizado sobre uma perspectiva diferenciada e humanizada sob a saúde e com uma abordagem interdisciplinar, voltada não somente para as limitações e incapacidades, mas principalmente para o saudável, para as potencialidades, para o que é possível. As recaídas fazem parte do tratamento.
 Quando o usuário não vivencia uma recaída leve, em que consiga voltar à dinâmica do tratamento logo em seguida, o que acontece na maioria dos casos é que os utilizadores que em geral, antes da internação faziam uso diário e compulsivo de drogas, com abandono dos autocuidados, experiência de moradia de rua e abandono total dos papéis ocupacionais, acabam por envolver-se rapidamente após restabelecer novo contato com a droga, retomando as práticas anteriores à desintoxicação. 
 O atendimento oferecido por um CAPS para o tratamento da dependência química, considerando-a como uma doença que acomete toda a família. No entanto, nossas lutas cotidianas apresentam algumas limitações. Os casos em que as famílias foram incluídas nos atendimentos no CAPS em questão houve algumas falhas nas intervenções. 
 Portanto, ao consideramos que o caso aprestando neste trabalho fora uns de vários, que os profissionais da saúde enfrentam no seu dia a dia com as famílias nos CAPS. São relatos de casos deprimentes e difícil até mesmo de relacionarmos, pois sabemos que após esta convivência de profissional e família, não será suficiente para que haja resolução dos seus problemas, teríamos que ter continuidade em acompanhamento. Mais infelizmente a ineficácia das intuições não tem limites.
 
Referencias
http://pbpd.org.br/wordpress/wp-content/uploads/2015/09/201509091131_Guia_AD_Mental_-_Vers--o_Consulta_P--blica_Final.pdf
ISSN 1982-3541 2014, Vol. XVI, no. 1, 67 - 82 Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva. 
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-29702014000200010
http://www.clinicajorgejaber.com.br/curso/2013ago12_CodependenciaTratamentoFamiliar.pdf

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