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#RESUMINHOSMEDB13 NEUROLOGIA HIPERTENSÃO INTRACRANIANA Ju Martins Anatomia e fisiologia O crânio do adulto é considerado inelástico, uma cavidade oca que se comunica com o canal raquiano por uma abertura ampla – o forame magno. O interior do crânio é dividido em compartimentos pela foice e tentório do cerebelo. A cavidade intracraniana é composta pelo parênquima nervoso, meninges, LCR e sangue. Tudo isso é considerado INCOMPRESSÍVEL. Etiologia Neoplasia, abscesso, hematoma, granuloma, hidrocefalia,parasitas ( cisticercose, hidatidose), traumatismo crânioencefálicos. Pressão intracraniana e sua medida PIC: total ocupação do espaço intracraniano e continua circulação do sangue. O LCR está em contato intimo com o parênquima nervoso e com a circulação sanguínea e obedece as leis de pascal. Isso quer dizer que a pressão do LCR deve ser a mesma quando medida nas cavidades ventriculares, na cisterna magna ou no fundo-de-saco lombar. Entretanto, se tiver alguma hérnia espinal no espaço subaracnóideo a avaliação da PIC fica prejudicada por este meio. PIC NORMAL: 15 mmHg e é tolerável até 20 mmHg. Ondas de pressão no registro da PIC: Ondas A patológicas e se associam a sinais clínicos do aumento da PIC. Ondas B associada a disfunção encefálica Ondas C flutuações na PA sistêmica. Se desaperecer essas ondas quer dizer que houve falência vasomotora e implica mau prognóstico. Circulação sanguínea - o encéfalo consome de 20 a 22% do oxigênio do organismo. - 15% do rendimento cardíaco - Fluxo Sanguíneo Encefálico (FSE): diferença de pressão de perfusão encefálica(PPE) e a resistência vascular encefálica (RVE). -Pressão de perfusão encefálica: é a diferença entre a pressão arterial no nível das artérias carótidas internas e vertebrais ao atravessarem a dura- mater e a pressão ao nível das jugulares. Na pratica, considera a PPE como PA sistêmica. -RVE: é proporcional a extensão do leito vascular e inversamente proporcional ao raio dos vasos. A extensão do leito é invariável então se liguem aqui que é o diâmetro do vaso que vai dar essa resistência. Auto regulação: mecanismo que mantem constante o fluxo sanguíneo cerebral. Essa auto-regulação age no diâmetro dos vasos. O aumento da pressão causa vasoconstrição e a diminuição causa vasodilatação. Relação volume pressão Para que a PIC se mantenha inalterada, se entrar volume ou se tiver algum processo expansivo ( tipo um tumor), é necessário que saia da cavidade craniana a mesma quantidade de volume que entrou. Vai ter aumento da PIC se o volume acrescentado por maior que o volume deslocado ( tirado). O novo volume pode ocupar de 8 a 10% do espaço intracraniano sem aumentar a PIC. A partir dai, se tiver um aumento de !% já altera drasticamente a PIC. Quando certo volume é acrescentado há: 1- Diminuição do espaço subaracnóideo. 2- Redução das cavidades ventriculares por redução do LCR ( tentativa de regulação) 3- Diminuição do volume sanguíneo 4- Redução do volume do parênquima nervoso por compressão e atrofia. Se for um aumento gradual de volume, há deslocamento gradual, progressivo e de grande quantidade de líquido no interior. Se for rápido não tem mecanismo compensatório então há desequilíbrio precoce da relação volume/pressão. Patologia da hipertensão intracraniana 1- Hérnias encefálicas: é a tentativa de expulsão do tecido encefálico pelo forame magno. A ideia é diminuir a pressão intracraniana. Isso so acontece quando o organismo já tentou de tudo. Hernia Central Na figura, é a seta de número 2. É o deslocamento caudal do diencéfalo e porção superior do mesencéfalo. Isso traciona a haste hipofisária contra o clivo e comprime o teto mesencéfalico, resulta em necrose hipofisária, diabete insipido e paralisia do olhar vertical pra cima, dilatação das pupilas, atitude em descerebração e óbito. As graves consequências são devidos aos infartos isquêmicos no níve do mesencéfalo e ponte já que a vascularização não acompanha a herniação. Ou seja, as artérias são distendidas e se “arrebentam”. Herniação do uncus temporal Na figura é a seta 3. Há migração do uncus e porção medial do giro hipocampal através da incisura da tenda do cerebelo. É encontrada nos processos expansivos do lobo temporal ou da parte lateral da fossa média acompanhados ou não de HIC. Sinais : dilatação da pupila ipsilateral devido a compressão do nervo oculomotor contra o ligamento petroclinóideo. A medida que a herniação progride há compressão da artéria cerebral posterior resultando em hemianopsia consequente a isquemia do lobo occipital. Há também compressão do aqueduto de Sylvius acarretando em retenção do LCR acima do local da compressão. A compressão do pedúnculo causa hemiparesia ou hemiplegia contralateral quando compromete a via piramidal. Relação entre hipertensão intracraniana e fluxo sanguíneo encefálico 1º mecanismo: A HIC aumenta a RVE Queda do Fluxo sanguíneo ( já que o diâmetro dos vasos está menor ) se Tem queda do FSE então tem menos Oxigênio chegando menos oxigênio quer dizer aumento de gás carbônico o aumento do gás carbônico força as artérias a se dilatarem de novo se aumenta a dilatação então aumenta o FSE se aumenta o FSE então aumenta a quantidade de sangue na caixa craniana, ou seja, piora mais ainda a situação. 2º mecanismo HIC causa elevação da PA já que o FSE está diminuído ( e devido as isquemias que já foram causadas devido essa baixa perfusão) cuidado para não tentar baixar demais essa pressão e causar hipotensão e piorar as isquemias. Tríade de Cushing: Elevação da PA + bradicardia + arritmia respiratória Manifestações clínicas Fases 1ª fase: assintomática devido mecanismos compensatórios. 2ª fase: mecanismos esgotados, então há comprometimento do FSE, isquemia de centros bulbares e surgem as ondas A com redução da frequência cardíaca. 3ª fase: ondas A ( ou em platô) são mais frequentes. Comprometimento do tônus vascular e paralisia do mecanismo vasopressor aumentando o FSE aumentando a HIC. Comprometimento da consciência, PA e da frequência cardíaca e ritmo respiratório. Pode regredir se for tratada. 4ª fase: PA cai, ritmo respiratório e batimentos cardíacos irregulares. Surge o coma. Pupilas midriaticas e paraliticas e morte acontece por parada cardiorrespiratória. Os sinais e sintomas aparecem na segunda fase: cefaleia (mais intensa durante a noite causada pela vasodilatação secundária do co2), vômitos( ocorre pela manha e cauda alivio do edema por aumentar a hiperventilação- expulsão de CO2), edema de papila, alterações de personalidade ( mais comum em neoplasia) e do nível de consciência., crises convulsivas ( processos expansivos próximos ao córtex motor e de rápida evolução), tonturas ( edema no labirinto), macrocefalias, alterações da PA, respiração e frequência cardíaca e comprometimento de nervos oculares ( normalmente é o abducente) Tratamento -Cabeceira elevada em 30 graus com posição reta, analgesia pra controle de reações vegetativas e dor, colocação e manipulação de sondas (sempre com analgesia), aspiração e desobstrução das vias aéreas, além de manutenção da homeostase do equilíbrio hidroeletrolítico e do ácido lático, porque eles interferem nos gases sanguíneos e interferem no comportamento dos vasos cerebrais, com vasoconstrição ou vasodilatação, interferindo no fluxosanguíneo cerebral. Atentar também pra respiração e circulação. - usar diuréticos como acetazolamida e manitol ( mais usado) -fazer solução salina, porque você trata o choque e aumenta a pressão coloidosmótica.
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