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Material ADM II Professor Augusto Nepomuceno

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Direito Administrativo II
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO E SEUS AGENTES PÚBLICOS
 		A consagração da responsabilidade civil do Estado constitui-se em imprescindível mecanismo de defesa do indivíduo face ao Poder Público. Mediante a possibilidade de responsabilização, o cidadão tem assegurado a certeza de que todo dano a direito seu ocasionado pela ação de qualquer funcionário público no desempenho de suas atividades será prontamente ressarcido pelo Estado.
 		Em uma segunda visão do tema proposto, há que se analisar que responsabilidade civil significa a obrigação de reparar danos patrimoniais, que se exaurem com a indenização. Dentro deste contexto, Hely Lopes Meirelles dispõem a responsabilidade civil da Administração Pública como sendo a obrigação da Fazenda Pública em reparar o dano causado a terceiros por agentes públicos, no desempenho de suas atribuições ou a pretexto de exercê-las.
 		Nesse diapasão, o doutrinador orienta que melhor é a utilização da expressão “Responsabilidade Civil da Administração Pública” do que a expressão “Responsabilidade Civil do Estado”, pois essa responsabilidade surge de atos da Administração, e não de atos do Estado como entidade política, pois os atos que geram indenização são aqueles provenientes dos órgãos públicos, e não dos atos de governo.
 		No entanto, alguns doutrinadores divergem da opinião do Ilustre Doutrinador acima citado, dentre eles, Maria Sylvia Zanella Di Pietro:
“Trata-se de dano resultante de comportamento do Executivo, do Legislativo ou do Judiciário, a responsabilidade é do ESTADO, pessoa jurídica; por isso é errado falar em responsabilidade da Administração Pública, já que esta não tem personalidade jurídica, não é titular de direitos e obrigações na ordem civil. A capacidade é do Estado e das pessoas jurídicas públicas ou privadas que o representam no exercício de parcela de atribuições estatais. E a responsabilidade é sempre civil, ou seja, de ordem pecuniária.”
 		No presente estudo, preferi utilizar a expressão tradicional, qual seja, “Responsabilidade Civil do Estado”, expressão esta que causou variadas correntes na tentativa de explicar qual é a exata responsabilidade do Estado em consequência aos danos causados por seus agentes a terceiros.
 		Dentre as mais importantes, como a Teoria da Irresponsabilidade, que versava sobre a ideia de um Estado absoluto, soberano, onde o Estado não poderia ser contestado, que teve como consequência os princípios “the king can do no wrong; lê roi ne peut mal faire” (que o rei não pode errar) e “quod principi placauit habet legis vigorem” (aquilo que agrada ao príncipe tem força de lei), sendo esses princípios abolidos pelo Federal Tort Claim Act, de 1946, e Crow Proceeding Act, de 1947, nos Estados Unidos da América do Norte e Inglaterra. Teoria Civilistas, que tinha como principal tese a distinção entre os atos de império e os atos de Gestão, onde os primeiro seriam praticados pela Administração com todas as suas prerrogativas e privilégios de autoridade, sendo o segundo os atos onde a Administração se equipara no mesmo patamar de igualdade com os particulares, onde se aplica a ambos o direito comum.
 		As Teorias que merecem maior destaque são as Publicistas, que se desdobram em situações que a culpa pode manifestar-se no serviço ou sobre o risco, sendo ainda, esta última, por alguns autores, propagadas em teoria do risco administrativo e teoria do risco integral, vejamos:
 		Teoria da Culpa no Serviço: Maria Sylvia leciona que esta teoria “ocorre quando o serviço público não funcionou (omissão), funcionou atrasado ou funcionou mal...”. Nessa teoria, a idéia de culpa é substituída pela de nexo de causalidade entre o funcionamento do serviço público e o prejuízo sofrido pelo administrado. É indiferente que o serviço público tenha funcionado bem ou mal, de forma regular ou irregular.
 		Teoria do Risco Administrativo: Alexandre de Moraes , em sua obra Direito Constitucional, feito diversas e relevantes considerações, que comporta transcrição, como segue:
“Assim, a responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito público e das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público baseia-se no risco administrativo, sendo objetiva. Essa responsabilidade objetiva exige a ocorrência dos seguintes requisitos: ocorrência do dano; ação ou omissão administrativa; existência de nexo causal entre o dano e a ação ou omissão administrativa e ausência de causa excludente da responsabilidade estatal”.
 		Teoria do Risco Integral: Segundo Hely Lopes Meirelles , esta teoria “é a modalidade extremada da doutrina do risco administrativo, abandonada na prática, por conduzir ao abuso e à iniqüidade social”. Essa teoria previa que a Administração estaria obrigada a indenizar todo e qualquer dano suportado por terceiros, ainda que resultante de culpa ou dolo da vítima.
 		Mister se faz colacionar o comentário de Celso Ribeiros Bastos sobre o caso em tela, que assim se encontra:
“A responsabilidade civil é aquela que se preocupa com a reparação dos danos patrimoniais. Seu objetivo é recompor a situação econômica da vítima de um ato danoso. Originariamente as pessoas físicas eram aquelas chamadas a recompor os prejuízos. Daí falar-se em responsabilidade civil. Quando o Estado passou a responder pelos prejuízos causados por seus agentes, operou-se uma tendência no sentido de chamar-se, também a este dever de indenizar, de responsabilidade civil do Estado, se por ela quisermos entender uma transplantação pura e simples do direito civil para o Estado. Na verdade, este sempre respondeu patrimonialmente por seus atos, segundo pressupostos e princípios coadunados com a natureza própria do Poder Público. Essa a razão por que se nos afigura mais apropriado falar-se em responsabilidade patrimonial do Estado. Por ela deve-se entender do dever dos Poderes Públicos e das pessoas jurídicas de direito privado, prestadoras de serviços públicos, de indenizar os danos que seus agentes causem a terceiros. Toda a ação estatal está hoje adstrita a esse dever de não ser produtora de danos aos particulares. Toda vez que isso se der ocorre um encargo do Estado consistente em recompor o prejuízo causado. São pois pressupostos fundamentais para a deflagração da responsabilidade do Estado: a causação de um dano e a imputação deste a um comportamento omissivo seu. É o chamado nexo de causalidade.”
 		A responsabilidade objetiva, basilada na teoria do risco administrativo, tem suporte no ordenamento jurídico pátrio, no artigo 37, §6o, da Constituição Federal de 1988.
Art. 37, § 6°: “As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviço público responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso nos casos de culpa ou dolo.”
 		A teoria objetiva é esposada pelo ordenamento jurídico brasileiro desde a Constituição de 1946. Entretanto, a Constituição de 1988 trouxe-lhe maior amplitude, ao estendê-la às pessoas jurídicas privadas prestadoras de serviço público, sanando, deste modo, antiga controvérsia doutrinária.
 		Assim, imprescindível se faz, neste momento, frisar que o ordenamento jurídico pátrio consagra a responsabilidade objetiva do Estado pelo ato do administrador, com base na teoria do risco administrativo. Por fim, conforme Maria Sylvia Di Pietro , cabe-me estampar a regra da responsabilidade objetiva, segundo o referido artigo:
1. que se trate de pessoa jurídica de direito público ou de direito privado prestadora de serviços públicos;
2. que essas entidades prestem serviços públicos, o que exclui as entidades da administração indireta que executem atividade econômica de natureza privada;
3. que haja dano causado a terceiros em decorrência da prestação de serviço público;
4. que o dano seja causado por agente das aludidas pessoas jurídicas, o que abrange
todas as categorias, de agente políticos, administrativos ou particulares em colaboração com a Administração,sem interessar o título sob o qual prestam o serviço;
5. que o agente, ao causar o dano, aja nessa qualidade.
 		Portanto, o instituto da Responsabilidade Civil Pública do Estado visa um Estado que dispõem de atos condizentes com a atual sociedade, atos que resguardam o respeito e dignidade de seus agentes ao aplicá-los a terceiros. Responsabilidade essa que tem por fim proteger a Administração Pública e os seus serviços.
A Responsabilidade dos Servidores Públicos
 		O professor Celso Antônio Bandeira de Mello classifica em dois grupos os principais direitos do servidor público. Esses direitos estão previstos na Lei 8112/90 para os servidores públicos federais, já os municipais e estaduais seguem leis específicas dos entes federados, mas não há grandes diferenças com o Estatuto do Servidor Público Federal. A seguir serão descritos esses direitos e vantagens. 
DIREITOS
1. Direitos e vantagens que beneficiam diretamente o servidor, que é subdividido em três categorias: a) ordem pecuniária – subsídios, vencimentos e vantagens pecuniárias (indenizações, gratificações, adicionais e benefícios); b) ausência ao serviço – férias, licenças e afastamentos; c) aposentadoria – possui regime próprio de previdência social. 
2. Direitos e vantagens para os dependentes dos servidores: são os benefícios previdenciários concedidos aos dependentes – a) pensão; b) auxílio-funeral; c) auxílio reclusão. 
DEVERES 
 		A doutrina aponta os seguintes deveres do servidor público: a) dever de lealdade (para com o ente estatal e o usuário do serviço público); b) dever de obediência (acatar as ordens superiores e a lei); c) dever de conduta ética (honestidade, moralidade, decoro, zelo, eficiência e eficácia).
 		Lembre-se que esses direitos estão enumerados de modo a exemplificar a presente tratativa, na Lei 8112/90, por questão de espaço não foi possível transcrevê-los.
INCIDÊNCIA DA RESPONSABILIDADE DOS AGENTES PÚBLICOS
 		O servidor pode ser responsabilizado, pela prática de ato ilícito, nas esferas administrativa, civil ou penal. A administração pode aplicar a sanção de forma cumulativa (o mesmo ato pode ser punido por um sanção civil, penal e administrativa). 
Responsabilidade Civil – o servidor público é obrigado a reparar o dano causado à administração pública ou a terceiro, em decorrência de sua conduta dolosa ou culposa, praticada de forma omissiva ou comissiva. Essa responsabilidade é subjetiva, ao contrário da responsabilidade da administração que é objetiva. 
Responsabilidade penal – decorre da conduta ilícita praticada pelo servidor público que a lei penal tipifica como infração penal. Os principais crimes contra a administração estão previstos artigos 312 a 326 do Código Penal Brasileiro. 
Responsabilidade administrativa – quando o servidor pratica um ilícito administrativo, bem como o desatendimento de deveres funcionais. Essas práticas ilícitas poderão redundar na responsabilidade administrativa do servidor, que após apuração por meio de sindicância e processo administrativo, sendo culpado, será punido com uma das seguintes medidas disciplinares: a) advertência – faltas de menor gravidade, previstas no artigo 129 da Lei 8112/90; b) suspensão – se houver reincidência da falta punida com advertência; c) demissão – aplicada quando o servidor cometer falta grave, previstas no artigo 132 da Lei 8112/90; d) cassação de aposentadoria ou disponibilidade – aplicada ao servidor aposentado, que, quando em atividade, praticou falta grave;e) destituição de cargo em comissão ou função comissionada – também por falta grave.
Prescrição – As medidas disciplinares prescrevem em 5 anos nas faltas puníveis com demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade, e destituição de cargo ou função; em 2 anos se a punição aplicável for a de suspensão; e em 180 dias se for a advertência. 
 		Responsabilidade do servidor público é diferente da responsabilidade da Administração Pública.
Caso concreto (semana 01)
(OAB-FGV) José, enquanto caminhava pela rua, sofre graves sequelas físicas ao ser atingido por um choque elétrico oriundo de uma rede de transmissão de uma empresa privada que presta serviço de distribuição de energia elétrica. Na ação judicial movida por José, não ficou constatada nenhuma falha no sistema que teria causado o choque, tampouco se verificou a culpa por parte do funcionário responsável pela manutenção dessa rede elétrica local. No entanto, restou comprovado que o choque, realmente, foi produzido pela rede elétrica da empresa de distribuição de energia, conforme relatado no processo. 
Diante do caso em questão, discorra sobre a possível responsabilização da empresa privada que presta serviço de distribuição de energia elétrica, bem como um possível direito de regresso contra o funcionário responsável pela manutenção da rede elétrica. 
Questão objetiva
 
  
(OAB/Exame Unificado-2010.3) Um policial militar, de nome Norberto, no dia de folga, quando estava na frente da sua casa, de bermuda e sem camisa, discute com um transeunte e acaba desferindo tiros de uma arma antiga, que seu avô lhe dera. Com base no relatado acima, é correto afirmar que o Estado 
(A) será responsabilizado, com base na teoria do risco integral. 
(B) será responsabilizado, pois Norberto é agente público pertencente a seus quadros. 
(C) não será responsabilizado, pois Norberto, apesar de ser agente público, não atuou nessa qualidade; sua conduta não pode, pois, ser imputada ao ente público.
(D) somente será responsabilizado de forma subsidi­ária, ou seja, caso Norberto não tenha condições financeiras.
INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE
Introdução
Evolução Histórica
 		Entre tantos campos de ação que a sua autoridade mostra-se intrínseca ao desenvolvimento social, a Administração Pública tem a sua soberania deflagrada ante o direito de propriedade, em especial, no que tange à propriedade de bens imóveis. A prioristicamente, a intervenção da Administração Pública na propriedade civil teria sido conseqüência da evolução dos elementos caracterizadores do Estado no mundo contemporâneo. A atuação do Estado moderno não fica adstrita à mera manutenção da paz interna e da segurança externa, bem ao contrário, vai muito mais além, devendo efetivar as aspirações coletivas, tanto quanto as individuais, até porque, faz parte do exercício de suas prerrogativas:
Propriedade 
 		A previsão da Constituição Federal de 1988, atual Magna Carta da República Federativa do Brasil, é pouco esclarecedora quanto ao instituto político da propriedade, em seu art. 5°, inciso XXII, ao aduzir apenas que "é garantido o direito de propriedade".
 		Fazendo uma interpretação literal do dispositivo constitucional supra, chega-se à conclusão de que o direito de propriedade não é absoluto. O Poder Legislativo assegura aos cidadãos este direito, todavia, este deve ser exercido dentro das limitações administrativas impostas pela lei, nunca deixando de estar sujeito à tutela do Judiciário, quando da sua deturpação ou do descumprimento de seus propósitos.
Intervenção do Estado na Propriedade Privada
Substrato Constitucional
 		A Lei Maior abrange a intervenção estatal na propriedade em alguns dos seus tantos dispositivos. No caso da propriedade não honrar a sua função social, com arrimo nos arts. 5º, XXII (garantia do Direito de Propriedade) e 5º, XXIII (atendimento à função social), ambos da Constituição Federal do Brasil, o Poder Público adquire o direito de intervir nela, obrigando o proprietário a cumprir essa premissa constitucional, sob pena de sofrer conseqüências mais gravosas quanto ao exercício do seu bem imóvel.
 		O supedâneo jurídico à intervenção também é proporcionado pelo art.5º, XXV, da Magna Carta Brasileira, como se pode notar a seguir: "no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar da propriedade particular assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano".
 		O artigo transcrito in supra envolve a figura jurídica da requisição, a qual será discorrida detalhadamentea seguir.
 		Destarte, o art. 182, § 2º, da Lei Fundamental, aduz que sempre quando atender às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor, a propriedade urbana estará a cumprir sua função social. No que diz respeito a esta política urbanística adotada, quem diz o Direito é o plano diretor municipal que, ipso facto, haverá de defrontar-se com os interesses relativos aos particulares detentores das propriedades, em possíveis discussões judiciais. 
		Embora não esteja implícito na Lei Fundamental do Brasil, não há como excluir desta discussão, dada a sua extrema relevância, a Lei nº. 10.257, de 10 de julho de 2001, mais conhecida no âmbito doutrinário como Estatuto da Cidade.  Este estatuto vislumbra a consolidação do Plano Diretor dos Municípios, para cidades com população acima vinte mil pessoas, ao passo que autoriza o Município a estabelecer uma Política de Desenvolvimento Urbanístico mais eficaz e dinâmica e dá origem a institutos jurídicos novos. Para o ínclito professor José Maria Pinheiro Madeira, "um dos aspectos mais consideráveis da nova lei é que com ela se institui de forma mais incisiva a gestão participativa da cidade na administração democrática e justa". O Estatuto da Cidade regra a propriedade urbana objetivando o bem da coletividade, o bem-estar do Município, a segurança e o equilíbrio ambiental. Trata-se de um procedimento legal que pode trazer benefícios consideráveis ao Estado e ao povo, sempre na tentativa de fazer as cidades do Brasil evoluir, dependendo apenas da boa vontade da sociedade e da higidez dos atos provindos de seus governantes.
Competência
 		Um poder condicionado, de caráter político-constitucional, que só pode ser exercido por agente idôneo é o que significa competência, em sentido lato sensu. Este vocábulo é utilizado no mundo jurídico com uma propositura muito bem determinada. Trata-se de um tipo de poder concedido pelo ordenamento jurídico, cuja prática só será considerada legal, caso seja efetuado:
Pelo sujeito indicado na lei;
À vista do acontecimento dos fatos previstos na lei;
Em relação às matérias que a lei prevê;
Sobre o território sob a sua jurisdição;
Para alcançar o fim que levou à outorga deste poder.
 		A contrario sensu, sobre desapropriação, requisição e direito de propriedade, a competência para legislar condiz somente à União, nos moldes propostos pelo art. 22, incisos I, II e II, da Constituição Federal. Nesse sentido, o doutrinador Hely Lopes Meirelles ensina que:
 		Nem por isso fica excluída da competência do estado e do Município a regulamentação adjetiva do uso da propriedade e das atividades econômicas que se realizam em seus territórios, afetando o bem-estar da comunidade regional ou local. Essa regulamentação é tanto mais necessária quanto maior for a implicação do uso da propriedade e do exercício da atividade econômica com a higiene e a saúde públicas, com a segurança e a ordem públicas, e especialmente com o abastecimento da população local.
 		Ademais, segundo Carvalho Filho, esses atos administrativos estampam, como regra, o exercício do poder de polícia, com ênfase na Polícia Edilícia, da Administração, ou seja, o Poder Público, seguindo os parâmetros legais, concretiza as restrições autorizadas na lei e fiscaliza o seu cumprimento. Em síntese, o ente federativo a que compete legislar sobre tal matéria, em conseqüência desta incumbência, cumpre a ele o exercício de atos típicos de Polícia Administrativa para que seja observada a execução do que foi estabelecido em lei, nos limites de sua competência institucional e territorial.
Fundamentação Principialista:
Princípio da Supremacia do Interesse Público
 		O princípio da supremacia do interesse público sobre o interesse privado não se encontra expresso no ordenamento jurídico administrativo, porém há em inúmeros princípios manifestações concretas dele implícitas. Este princípio tem como cerne o poder-dever intrínseco ao Estado de impor a prevalência do interesse da coletividade, cominada com o automático sacrifício do interesse dos particulares, posto que em favor do Poder Público, posição esta juridicamente tangível ao predomínio do interesse dado à sua cura. Sempre que houver a necessidade de optar entre um interesse individual ou um interesse público, prevalecerá o interesse público, eis que este atua em prol de um interesse maior, ou seja, o da coletividade. 
Princípio da Função Social da Propriedade:
 		A maneira correta de se usufruir o direito de propriedade, regulamentada e imposta compulsoriamente pela lei, é o que a doutrina acostumou-se a invocar como função social da propriedade. A função social pode ser conceituada como a sujeição, a obediência do direito de propriedade, pela natureza que se lhe foi dada modernamente, a um interesse da coletividade. O possuidor de uma "riqueza" ganha a denominação de proprietário. Esta dita riqueza tem uma função para com a sociedade a ser honrada por seu respectivo proprietário que, enquanto cumpre essa missão delineada pela lei, tem seus atos de propriedade assegurados, sem correr o risco de possíveis represálias em razão do modo como a utiliza. 
Formas de Intervenção na Propriedade
 		Os meios executórios que dão suporte à Administração Pública para intervir na propriedade de particulares, sem ter de passar por cima das normais legais previstas, são inúmeros, variando desde os mais flexíveis até os mais enérgicos. No entanto, fazendo o uso devido da classificação adotada por José dos Santos Carvalho Filho, tem-se a apresentação de duas modalidades principais de intervenção na propriedade privada, tendo em vista a natureza e a eficácia desta quanto à propriedade. São elas: a intervenção supressiva e a intervenção restritiva.
 		A intervenção supressiva é o ato administrativo pelo qual a Administração Pública determina a transmissão da propriedade de terceiro para si, em razão de interesse público detectado naquele bem imóvel. Leva o nome de supressiva porque o Estado suprime a res do dominium do proprietário, apoderando-se coercitivamente, "doa a quem doer". Mais uma vez o interesse da coletividade sobrepõe-se ante o interesse individual. No que diz respeito a seus modais, esta intervenção possui apenas um: a desapropriação.
 		Diversamente da supressiva, a intervenção restritiva não tem apenas uma modalidade, mas cinco bem distintas: a servidão administrativa, a requisição, a ocupação temporária, as limitações administrativas e o tombamento. Este tipo de intervenção se caracteriza pela imposição de condicionamentos e limitações ao uso da propriedade, por parte do Poder Público, sem subtrair o bem das mãos do seu detentor, mas restringindo o seu uso – por isso da sua nomenclatura. Trata-se de uma intervenção que, visivelmente, não é tão drástica quanto à supressiva. É oportuno clarificar, ainda, que com a perfectibilização da intervenção restritiva, o dono da propriedade não disponibilizará do direito, que antes tinha, de praticar atos deliberadamente, visando somente os seus casos pessoais. A partir da interferência estatal, o proprietário terá de submeter-se ao cumprimento de todas as indicações advindas da Administração, caso queira preservar a sua res.
 		A seguir, serão explanadas as várias formas de se intervir na propriedade de particulares. 
FORMAS DE INTERVENÇÃO RESTRITIVA
Servidão Administrativa:
 		É o direito real público que autoriza o poder público se utilizar de propriedades privadas a fim de execução de serviços e obras de interesse da coletividade. São exemplos de servidão administrativa: a colocação de placas com avisos à população em prédios privados.
 		Podem ocorrer através de acordo administrativo ou sentença judicial. No primeiro, o particular firma um acordo formal por escritura pública com o Poder Público, para a utilização do bem. Já na última, quando não há acordo entre as partes e o Estado promove ação contra o proprietário, alegando a necessidade da utilização do imóvel ou sem a existência de acordo prévio, o proprietário promove ação contra o Estadopara reconhecimento de servidão.
 		A indenização somente caberá no caso de eventuais prejuízos decorrente da utilização do imóvel pelo Estado, não havendo ao proprietário esse direito na hipótese de não haver prejuízo algum. A servidão se extinguirá no momento em que não se fizer mais necessário o uso do bem imóvel para o objetivo a que foi destinado.
Requisição Administrativa:
 		De acordo com o que é expresso no art.5º, XXV, CF/88: “No caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar a propriedade particular, assegurado ao proprietário indenização ulterior, se houver dano”.
 		A requisição poderá ser militar, quando referente à segurança pública como, por exemplo, no caso de conflitos armados etc. Ou civil, quando referente à saúde, à vida coletiva como, por exemplo, na hipótese de enchentes, incêndios etc. Neste caso de perigo iminente, a requisição poderá ser decretada sem prévia autorização judicial.
 		O objeto da requisição pode ser bens móveis, semoventes, imóveis ou serviços particulares. Nos casos de indenização e extinção da requisição, seguirá a mesma regra da forma anterior.
 
Caso concreto (semana 02)
 	(OAB-FGV) No curso de uma inundação e do aumento elevado das águas dos rios em determinada cidade no interior do Brasil, em razão do expressivo aumento do índice pluviométrico em apenas dois dias de chuvas torrenciais, o Poder Público municipal ocupou durante o período de 10 (dez) dias a propriedade de uma fazenda particular com o objetivo de instalar, de forma provisória, a sede da Prefeitura, do Fórum e da Delegacia de Polícia, que foram completamente inundadas pelas chuvas. 
Diante da hipótese acima narrada, identifique e explicite o instituto de direito administrativo de que se utilizou o Poder Público municipal, indicando a respectiva base legal. 
Questão objetiva
 
 
 (OAB/FGV ) Com relação à requisição administrativa, analise as afirmativas a seguir.
I.   Terá sempre caráter de definitividade.
II. Será aplicada somente em situação de guerra ou de movimentos de origem política.
III.  Será a indenização sempre a posteriori, caso seja devida.
IV. Incidirá apenas sobre bens imóveis.
 
Assinale:
(A) se somente a afirmativa l estiver correta.
(B) se somente a afirmativa III estiver correta.
(C) se somente as afirmativas II e IV estiverem corretas.
(D) se somente as afirmativas l, II e III estiverem corretas.
(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.
Ocupação Temporária:
 		É quando é utilizada transitoriamente uma propriedade privada para servir de apoio à execução de uma obra pública, podendo esta utilização ser gratuita ou remunerada. É o caso, por exemplo, de propriedade que é utilizada para guardar os equipamentos de uma obra pública que ocorre contiguamente.
 		A instituição se dará mediante a expedição de ato pela autoridade administrativa, sendo o mesmo auto-executório, ou seja, não precisa de apreciação judicial prévia. Neste caso, também seguirá as mesmas regras das formas anteriores no que diz respeito à indenização e a extinção.
Limitações Administrativas:
 		São limitações que o Estado impõe aos particulares, podendo ser positivas (fazer), negativas (não fazer) ou permissivas (permitir fazer), sendo as propriedades particulares condicionadas à atender a função social. Como exemplo de limitações administrativas há a obrigação do proprietário de efetuar a limpeza de seu terreno etc. A instituição pode ser expressa na lei ou regulamento da União, estados ou municípios.
 		Por serem imposições gerais que são feitas à propriedades indeterminadas, nãos há que se cogitar a possibilidade de indenização em favor do proprietário do imóvel.
 		Cabe ao Poder Público definir os espaços territoriais especialmente protegidos, isto é, as unidades de conservação ambiental. Contudo, a Carta Magna já delimitou certas regiões no parágrafo 4 º. Note-se que o inciso III, acima transcrito, outorgou ao Poder Público a prerrogativa de criar outras unidades de conservação por meio de simples ato administrativo, em face da premência em se preservar áreas ambientais que não poderiam ficar à espera da tutela estatal até se completar o complexo processo legislativo, ante o risco de seu desaparecimento pela ação predatória. Porém, a supressão somente pode se dar por lei. 
 		O inciso IV e seu parágrafo quarto exigem estudo prévio de impacto ambiental das atividades a serem exercidas nas unidades de conservação, do qual resultará expedição de licença ambiental, bem como autorização de uso das áreas especialmente protegidas, na forma da lei, com a finalidade de não degradar o meio ambiente. 
 		Conclui-se, pois, não haver proibição de uso das áreas inseridas em unidades de conservação ambiental, mas, tão-somente, a instituição de controle prévio das atividades mediante estudo de impacto ambiental. Por óbvio, visando à proteção do meio ambiente, alguns projetos serão certamente indeferidos, o que não significa impossibilidade de uso do imóvel, visto que poderá ser explorado de outra forma, de sorte a não agredir o meio ambiente. Em doutrina, essa restrição é designada limitação administrativa, exercida através do Poder de Polícia, inerente ao Poder Público, e somente nos limites da lei.
 		O saudoso Professor Hely Lopes Meirelles assim conceituava a limitação administrativa:
"Limitação administrativa é toda imposição geral, gratuita, unilateral e de ordem pública, condi-cionadora do exercício de direitos ou de atividades particulares às exigências do bem-estar social". (Direito administrativo brasileiro, 16. ed., p. 529).
 		Enfim, convém explicitar-se a possibilidade de exploração do imóvel em qualquer unidade de conservação ambiental, mediante manejo sustentado, o que descaracteriza o apossamento administrativo, conhecido por desapropriação indireta, na qual o proprietário é totalmente impedido de usar seu imóvel.
A Jurisprudência assim se pronuncia:
"A conclusão é de rigor: não se provou que a legislação do Estado de São Paulo sobre a matéria tenha excedido as restrições impostas pelo Código Florestal de 1965 e diplomas subseqüentes baixados pela União. A proteção às matas existentes na região é bem antiga, muito anterior aos Decretos Estaduais ns. 10.251 e 19.448 ou à Resolução que cuidou do tombamento de áreas na Serra do Mar. 
(...)
		Relevante destacar a distinção entre limitação e servidão civil ou administrativa, Como ensinam os tratadistas, entre eles Hely Lopes Meirelles (Direito administrativo brasileiro,
16. ed., p. 521-524), a servidão civil é uma relação entre dois prédios, o dominante e o serviente, em que o segundo tem o dever de suportar restrições em favor do primeiro. Na servidão administrativa, verifica-se a imposição de ônus a determinados imóveis, que deverão suportá-los em favor de legítimo interesse público. Por sua vez, diferente se dá nas limitações administrativas em que há uma obrigação de não fazer (v.g. não desmatar), geral e gratuita, em benefício da coletividade.
 		Portanto, a servidão pública é um ônus real de suportar que se faça, enquanto a limitação administrativa implica a obrigação de não fazer. A primeira incide sobre a propriedade; a segunda, sobre o proprietário. Ora, "não desmatar" é obrigação de não fazer, de caráter pessoal. Não tendo o proprietário a obrigação de suportar que se faça algo sobre o seu imóvel (v.g. passagem de fios elétricos ou telefônicos, passagem de aqueduto subterrâneo etc.), não há que falar em servidão administrativa.
FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE
 		Em diversos dispositivos, a Constituição Federal dispõe sobre a função social da propriedade. Vejamos:
"Artigo 5º - (...)
XXIII. a propriedade atenderá a sua função social;"
"Artigo 186 - A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:
I. aproveitamento racional e adequado;
II. utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente;"
 		Vê-se, pois, que a ConstituiçãoFederal prevê o exercício do poder de polícia objetivando à preservação do meio ambiente. Nas áreas que não apresentam interesse ambiental, isto é, que não integram unidade de conservação, o cumprimento da função social é medido pela produtividade, mas também pelo resguardo do meio ambiente saudável. Contudo, nas áreas de interesse ambiental, isto é, inseridas em unidades de conservação ambiental, a função social exsurge pelo manejo sustentado, sempre possível, mediante estudo prévio de impacto ambiental.
 		É manifesto que o proprietário não pode desmatar indiscriminadamente, causando erosão, destruindo solo e águas, enfim, degradando o meio ambiente, a ponto de não só destruir seu próprio imóvel, como também causar prejuízos à comunidade. 
 		Registre-se que a observância à função social da propriedade é obrigação constitucionalmente imposta ao proprietário, o que não impede o uso e exploração do imóvel; ao contrário, possibilita o uso adequado e prolongado da terra e das matas. 
REGRA - INEXISTÊNCIA DE DANO INDENIZÁVEL
 		Por oportuno, socorramo-nos dos ensinamentos do Professor Celso Antônio Bandeira de Mello (Curso de direito administrativo, 4. ed., p. 453). Segundo o eminente administrativista, o dano indenizável apresenta as características seguintes: a "certeza", não apenas eventual, mas possível; deve ser "especial", isto é, não geral; "anormal", ou seja, excede aos incômodos normais da vida social e, por fim, deve representar "lesão a um direito", a uma situação juridicamente protegida.
 		Por outro lado, para que se verifique direito à indenização, há que considerar a existência dos seguintes requisitos: a) um ato ou fato da administração; b) dano; c) relação de causalidade; d) culpa (responsabilidade subjetiva na omissão do Estado); e) independentemente de culpa (responsabilidade objetiva em atos comissivos do Estado).
 		Pois bem, na pretensão de proprietário de área da Serra do Mar de haver indenização do Estado de São Paulo está ausente a relação de causalidade, uma vez que as restrições ao exercício do direito de propriedade estão consignadas na Constituição Federal de 1988 e no Código Florestal de 1965. À evidência, não há relação de causalidade entre o dano alegado (impossibilidade de uso do imóvel) e o ato do Estado (criação da unidade de conservação ambiental), porquanto a área já estava submetida a restrições oriundas do Código Florestal de 1965.
Tombamento:
 		É a forma que o Poder Público utiliza para preservar o patrimônio cultural do Brasil, protegendo bens de ordem artística, arqueológica, histórica etc. O tombamento pode ocorrer também sobre bens móveis.
 		Como é expresso no art.216, §1º, CF/88: “O Poder Público, com a colaboração da comunidade promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas de acautelamento e preservação”.
 		O tombamento pode ocorrer com o consentimento do proprietário (voluntário) como com a resistência do mesmo (compulsório), sendo declarado definitivo no momento em que é inscrito no Registro de Tombamento.
 		A instituição pode ser feita através da competência de legislar da União, estados ou Distrito Federal (art.24, VII, CF/88), sendo suplementada pela legislação dos municípios (art.30, II, CF/88).
QUESTIONAMENTOS A RESPEITO DO TOMBAMENTO:
O que é o tombamento? É um ato administrativo realizado pelo poder público com o escopo de preservar, por intermédio de lagislação específica, bem como apoio constitucional, bens de valor histórico, arquiológico, arquitetónico, paisagistico, cultural, e também de valores afetivos para população, sendo inviável um vez declarado tal interesse, que haja destruição ou descaracterização do mesmo.
O que pode serr tombado? Tal modalidade restritiva de intervenção do estado na propriedade, poderá vir a recair sobre bens móveis e imóveis, sejam estes públicos ou privados, desde uma casa à uma mera fotografia, ou vestimenta.
Quem pode efetuar o tombamento? No caso da instaração deste, ou lançamento do referido gravame na vida do bem, serão competentes, a união, os Estados, o Distrito Federal, e os Municípios, desde que estes busquem amparo legal próprio ou mesm federal, valendo citar o artig 216 da CRFB/88.
Comparação entre tombamento e desapropriação? Tais institutos não devem confundir-se, pois primeiro além de não haver a descaracterização do bem, não há a perda da propriedade por parte de quem a possui. Ja no segundo caso há a perda do aludido bem, vindo este a incorporar o patrimônio da Administração pública envolvida.
Um bem tombado pode ser alugado ou vendido? Nestes casos há a plena fruição do bem por parte de seu proprietário, desde que se respeite os limites impostos quanto a manutenção de certos status a serem preservados. Mas no que tange a venda do bem deverá o atual proprietário conceder, tendo em vista a norma legal, o direto de preferência em face do poder público responsável pelo tombamento.
O que vem a ser o entrono do bem tombado? Nestes casos deve ser tratado o instituto do tombamento refletivo, ou por extensão, uma vez que imóveis não tombados dada suas localizações nas proximidades de bens com tais gravames, também restam poor receberem algumas resttrições quanto a edificações e outras caracterizações a serem almejadas por seus proprietários.
O tombamento pode atingir diversos bens de uma só vez, como uma cidade por exemplo? É possivel tai incidência plúrima do instituto do tombamento, não havendo espeço para doutrinas que dizem que tal forma de tombar congela certas localidades ao desenvolvimento, pois na realidade tal medida icentiva o crescimento, muitas das vezes agtravés de atividades empresáriais, como o turismo por exemplo (cidade de ouro preto, ou o bairro do pelourinho).
Qualquer do povo poderá pedir o tombamento? Sim qualquer do povo, seja pessoa física ou jurídica, poderá requerer que as autoridades competentes venham a examinar se há real escopo a ser tombado, e em seguida procede-lo.
Como se dá o processo de tombamento? Tal via procedimental ocorre etapas, assim descritas:
Atitude do podder executivo, de officio ou a requerimento de interessado;
Avliação técnica preliminar, que antecede a deliberação do órgão competente (Ex. IPHAN) que culmina na expedição de notificação ao proprietário do bem;
A partir desta notificação o bem ja encontra-se relativamente protegido, sendo chamado de tombamento provisório;
Vale dizer que neste ponto o proceso pode ser amigável ou compulsório, sendo que no segundo caso há resistência por parte do proprietário, sendo tal anseio submetodo em grau de impugnação à autoridade competente para que decida, se há pertinencia em tombar ou não, de tal decisão não cabe recurso, restando tão somente a apreciação do judiciário caso haja ilegallidade;
Por fim decidido poositivamente em face do tombamento ocorrerá seu lançamento no respectivo livro tombo, e nova notificação ao proprietário sobre as restrições geradas e os termos gerais do tombamento;
O imóve tombado poderá sofre a ação de obras? Quem deve custear? No que tange àos reparos ou reformas a serem processadas ante ao bens tombados, caberão ao proprietário dado seu dever de cuidado e conservação para com o que se quer preservar, mas tal onus poderá ser transmitido ao poder público que tombou, caso este proprietário não detenha recursos, lembrando que este deve noticiar taç situação à administração pública;
Há algum benefício em ter um bem tombado? Em se ttratando de imóveis há de fato agraciamento fiscais, pois dadas as restrições quanto a fruição do mesmo nada mais justo que se tenha alguns benefícios. No imposto de renda poderão seer deduzidos ate 10%, (pessoas jurídicas 2%), dos valores gastos com conservação do bem, desde que certificado tais atitude pela IPHAN, já na seara dos municípios, estes concedem mediante juizo de valores isenções de IPTU de proprietários de imóveis tombados. 
Caso concreto (semana 3)
 	(OAB/FGV) O Município de Rio Fundo, informando de que oprédio em que se localizava a escola pública estadual local – prédio antigo, e de importante significado histórico para aquela comunidade – seria objeto de demolição para que ali se construísse um depósito de mercadorias do Estado, deflagra o procedimento destinado ao tombamento do bem. Concluídas as providências atinentes ao tombamento, o Governo do Estado ingressa com mandado de segurança objetivando a declaração da ilegalidade do tombamento, invocando em seu favor: 1º) ausência de competência legislativa do Município para dispor sobre a matéria de tombamento; e 2º) a impossibilidade jurídica de Município empreender a tombamento de bem estadual, por aplicação analógica do art. 2º, § 2º, do DL 3.365/1941. Analise os argumentos da impetração, manifestando-se pela concessão ou denegação da segurança.
Questão objetiva
 
(OAB/FGV) No que concerne à inter­venção do Estado sobre a propriedade privada, é correto afirmar que
(a) a servidão administrativa afeta o caráter absoluto do direito de propriedade, implicando limitação perpétua do mesmo ern benefício do interesse coletivo.
(B) as limitações administrativas constituem medidas previstas em lei com fundamento no poder de polícia do Estado, gerando para os proprietários obrigações positivas ou negativas, com o fim de condicionar o exercício do direito de propriedade ao bem-estar social.
(C) a requisição de bens móveis e fungíveis impõe obrigações de caráter geral a proprietários inde­terminados, em benefício do interesse geral, não afetando o caráter perpétuo e irrevogável do direito de propriedade.
(D) o tombamento implica a instituição de direito real de natureza pública, impondo ao proprietário a obrigação de suportar um ônus parcial sobre o imóvel de sua propriedade, em beneficio de serviços de interesse coletivo.
INTERVENÇÃO SUPRESSIVA
Conceituação
 		Dada a complexidade indiscutível de que é imbuído o ato administrativo de desapropriar, é inegável que trata-se de um assunto sensível, isso porque, reproduz um dos maiores alicerces do embate, que parece não ter fim, entre o Poder Público e o cidadão. Sendo assim, requer muito cuidado a apreciação deste tema, tendo em vista o grau de polêmica que envolve. Partidário desta idéia, a contribuição de Moreira Neto não é diferente, ao aduzir que a desapropriação se faz presente por várias vezes no texto constitucional, suscitando cuidados especiais por ser a modalidade mais drástica de intervenção estatal na propriedade privada.
 		Deveras, o fato é que há uma vastidão doutrinária de conceitos relativos à desapropriação. Existem definições clássicas, em linhas mais gerais, e as mais contemporâneas, com fulcro em codificação constitucional e análises mais profundas dos pontos fundamentais que ensejam o modo interventivo em tela. 
 		Dentro do rol de conceituações lato sensu está a da jurista Odete Medauar, que assim reza: "a desapropriação é a figura jurídica pela qual o poder público, necessitando de um bem para fins de interesse público, retira-o do patrimônio do proprietário, mediante prévia e justa indenização". 
 		Podemos conceituar a desapropriação como um procedimento, pelo qual o Poder Público (em sentido amplo, abrangendo pessoas políticas e Administração Indireta) ou seus delegados (envolvendo concessionárias, permissionárias e outras pessoas delegadas), iniciando por prévia declaração de utilidade pública, necessidade pública ou interesse social, impõem ao proprietário (não necessariamente, mas geralmente um particular, podendo ser outro ente público ou sob seu controle) pessoa física ou jurídica, a perda ou retirada de bem de seu patrimônio, substituindo-o pela justa indenização que, em regra, será prévia, e em dinheiro, salvo as exceções previstas na Constituição Federal, bem esse que se incorporará, também, em regra, ao patrimônio do expropriante.
		À luz da análise das conceituações retro, salta aos olhos três pontos de convergência entre todas: a perda da propriedade de modo compulsório, a qualidade de direito público (eis que o princípio da supremacia do interesse público fundamenta a desapropriação) e o ressarcimento pecuniário de direito. A supressão do bem imóvel distingue a desapropriação das outras formas de intervenção estatal na propriedade privada (que tem como meta apenas restringir o uso daquela res, e não apossar-se dela). 
Natureza Jurídica
 		Por ser matéria de grande abrangência, a desapropriação tem a sua natureza jurídica espalhada entre alguns dos ramos fundamentais das Ciências Jurídicas e Sociais. Esse instituto jurídico tem a sua materialidade situada em quatro disciplinas do Direito: Direito Administrativo e Direito Constitucional (ambos conexos ao Direito Público), Direito Processual Civil e Direito Civil (ambos conexos ao Direito Privado).
 		Segundo Rizzardo, encontra-se inserido no Direito Administrativo porque este completa as normas genéricas da Constituição, além de desenvolvê-lo, discipliná-lo e adequá-lo conforme as condições reais e próprias das necessidades públicas e sociais. Como a Magna Carta prevê os elementos ensejadores da desapropriação, além de enumerar seus modais, nada mais coerente que esta forma interventiva estar implícita no Direito Constitucional. 
Requisitos
 		Para que a expropriação não esteja fadada ao insucesso, incorrendo em ilegitimidade, é de vital importância que sejam preenchidos os seus requisitos constitucionais. Destarte, no que calha ao art.5º, XXIV, da Constituição Federal do Brasil, os pressupostos para que haja uma desapropriação hígida e idônea, a serem honrados pela Administração Pública, são os seguintes: a necessidade pública, a utilidade pública, o interesse social e o pagamento de justa ou prévia indenização. 
 		Primeiramente, no que diz respeito à necessidade pública, esta se faz presente quando, em casos de urgência, o Estado se vê na obrigação de integrar determinado bem, antes pertencente ao particular, ao patrimônio público, para que seja resolvida uma problemática iminente que exige, desde logo, o uso do bem desapropriado.
 		Quanto à utilidade pública, esta se configura quando da conveniência da transmissão de um dado bem privado ao domínio público, mesmo que seja dispensável. Entretanto, a doutrina é muito dividida, longe de ter uma opinião unânime formada, no tocante à possibilidade do termo utilidade pública abarcar tanto o significado dele próprio como o da necessidade pública e do interesse social. Neste diapasão, discorre o jurista Celso Ribeiro Bastos:
 		Convém salientar que a distinção que outrora se fazia entre esses dois conceitos já não tem relevância jurídica. É que o Decreto-lei n. 3.365/41 não mais se refere às hipóteses de necessidade pública anteriormente previstas no Código Civil (art. 590, § 1º). Define, no seu art.5º, tanto as hipóteses de utilidade pública, quanto as de necessidade pública previstas na legislação civil acima referida, sob a denominação única de utilidade pública".
 		Para alguns doutrinadores a tripartição (utilidade pública, necessidade pública e interesse social) elaborada pela Carta Magna é de grande valia, eis que destaca melhor os casos da desapropriação, evitando confusões ou interpretações equivocadas. Em compensação, a outra parte da doutrina estabelece que a utilidade pública unifica, por si só, os três requisitos supra. A verdade é que a polêmica está mantida, até porque é cristalino que não há um consenso entre os diversos juristas que tratam do assunto. 
 		Já o interesse social acontece quando o Poder Público vislumbra a redução das disparidades sociais, normalmente, em questões relativas à função social da propriedade. O Estado visa o melhor aproveitamento da propriedade particular, quando da expropriação da res, em prol do interesse coletivo, ou até mesmo de classes sociais necessitadas. Cumpre salientar que os bens expropriados por interesse social não são transferidos ao patrimônio público, mas aqueles que a lei concede o direito de recebimento e uso destes (isto é, coletividade ou categorias da sociedade que merecem o amparoespecial da Administração). 
 		Derradeiramente tem-se a justa e prévia indenização, esta que também pode ser paga na forma de títulos especiais da dívida pública ou da dívida agrária. Este pressuposto expropriatório terá ênfase em tópico específico, mais adiante.
Espécies
 		Há diversos modos de se classificar as espécies de desapropriação. Do vasto rol de doutrinadores analisados, cada um com a sua metodologia própria para a elaboração destes tipos interventivos, escolheu-se, por questões de didática, aquela projetada por Diógenes Gasparini. O eminente doutrinador retro, estabelece duas espécies básicas de expropriação: uma, consubstanciada no inciso XXIV do art.5° da Constituição da República, chamada de ordinária; outra, fundada nos arts. 182, §4º, III e 184 e parágrafos dessa Constituição, denominada extraordinária.
 		A desapropriação ordinária, clássica ou comum, é aquela espécie geral, contemplada no art. 5º, XXIV, da Constituição Federal, que preenche os requisitos constitucionais de utilidade pública, necessidade pública, interesse social e indenização prévia e justa. Urge aclarar que esta modalidade expropriatória pode incidir sobre quaisquer bens, salvaguardo-se aqueles manifestos em lei, além disso, não se faz presente a figura do ius puniendi, eis que não dá ensejo a qualquer meio de punição. Quanto à competência, aqueles que a detêm são a União, os Estados-Membros, os Municípios, o Distrito Federal e todas aquelas pessoas que a lei permitir.
 		Por conseguinte, tem-se a desapropriação extraordinária ou especial, a qual se subdivide em urbanística sancionatória, rural e confiscatória. A expropriação urbanística sancionatória tem fulcro no art. 182, §4º, III, da Constituição Federal, sendo aplicada como punição aquele proprietário que não obedecer à obrigação de motivar o conveniente aproveitamento da sua propriedade, segundo o Plano Diretor do Município em que está localizado o bem imóvel. O Poder Público não pode deixar que o particular fique em estado de inércia, por isso, se faz necessária esta medida, para que o desenvolvimento urbano tenha prosseguimento. O Plano Diretor é o artefato administrativo, a idéia de planejamento que estatui as metas a serem alcançadas pelo Município, bem como a normatização do desenvolvimento urbanístico, regras comuns, instruções e pontos afins. No entanto, para se consolidar a eficácia do dispositivo constitucional supracitado, foi fundamental a edição do Estatuto da Cidade, isto é, a Lei Federal nº. 10.257, de 10 de julho de 2001, para que fosse regulamentada e estipulada a forma como se poderia executar a expropriação urbanística sancionatória. Em outras palavras, foi o próprio Estatuto da Cidade que regulamentou esse dispositivo constitucional. O art.8º da referida lei dispõe sobre o tema em discussão. Neste mesmo fito, a pessoa política do Município é delineada como expropriante, e a ele incumbe o encargo de editar a sua específica lei municipal para os locais em que serão realizadas as ações de desenvolvimento urbano. 
 		Em seguida, apresenta-se a desapropriação rural, esta que se encontra prevista no art. 184, da Constituição Federal, tendo sua complementação na Lei nº. 8.629, de 25 de fevereiro de 1993 e na Lei Complementar nº. 76, de 6 de julho de 1993. Este modal recebe esta nomenclatura pois recai sobre bens imóveis provindos da zona rural com propósito de reforma agrária. Deveras, é possível afirmar que se refere a uma expropriação por interesse social, havendo o intuito da perda da propriedade quando do descumprimento da sua respectiva função social. Partindo-se do pressuposto de que o art. 186, da Lei Fundamental, elenca os pontos hipotéticos quando do cumprimento da função social da propriedade, presume-se que quando manifestar-se além dos casos previstos, a res terá aptidão para ser desapropriada por função social não honrada. Uma peculiaridade deste tipo de expropriação é que a única pessoa política que possui competência para praticá-la é a União Federal. No que alude ao pagamento de indenização, este se perfectibiliza de maneira diversa que na desapropriação ordinária, qual seja, por meio de títulos, tal como a desapropriação urbanística sancionatória, e não em dinheiro como na comum.
 		A espécie final a ser perfilada é a desapropriação confiscatória, também conhecida pela doutrina como expropriação de glebas de terra em que sejam cultivadas plantas psicotrópicas ou, ainda, expropriação de propriedade nociva. Com guarida no art. 243, da Magna Carta, e disciplina na Lei nº. 8.257, de 26 de novembro de 1991, este tipo expropriatório diverge de todos os outros por ter uma peculiaridade exclusivamente sua, qual seja, a de negar ao dominus da propriedade o justo ressarcimento pecuniário pela desapropriação realizada – motivo pelo qual é igualado ao confisco. Trata-se de uma supressão da propriedade privada sofrida por aqueles que nela cultivam ilicitamente plantas psicotrópicas. Sobre a matéria em comento, Maria Sylvia Zanella Di Pietro assim discursa:
 		Não é qualquer cultura de plantas psicotrópicas que dá margem a esse tipo de desapropriação, mas apenas aquela que seja ilícita, por não estar autorizada pelo Poder Público e estar incluída em rol elencado pelo Ministério da Saúde. Segundo o § único do art. 2º da Lei nº. 8.257/91, a autorização para a cultura desse tipo de plantas será concedida pelo órgão competente do Ministério Público da Saúde, atendendo exclusivamente as finalidades terapêuticas e científicas. 
 		O alvo precípuo da expropriação confiscatória é a doação das terras tomadas a colonos, sob a razão de cultivar produtos medicamentosos e alimentícios.
Caso concreto (semana 07)
(OAB-CESPE) O imóvel de Maria foi desapropriado para nele se construir uma escola. Passados 5 anos da efetiva transferência da propriedade, o referido imóvel foi cedido a uma borracharia. Diante disso, Maria pretende reaver o imóvel.
Considerando-se esse caso hipotético, qual o instituto que autoriza o retorno do imóvel à Maria, o prazo de sua utilização e a natureza jurídica e qual o termo inicial do prazo prescricional?
Questão objetiva
 (OAB/FGV) Acerca da desapropriação, assinale a opção correta:
 
A) Desapropriação indireta é o fato administrativo por meio do qual o estado se apropria de bem particular, sem a observância dos requisitos da declaração e da indenização prévia.
B) Na desapropriação por interesse social para fins de reforma agrária, serão indenizadas por título da dívida pública não apenas a terra nua, mas também as benfeitorias úteis e necessárias, sendo que as voluptuosas não serão indenizadas.
C) Os bens públicos não podem ser desapropriados.
D) Na desapropriação por zona, devem ser incluídos os imóveis contíguos ao imóvel desapropriado, necessários ao desenvolvimento da obra a que se destina.
Sujeitos da Relação
 		A relação jurídica expropriatória tem como seus sujeitos necessários o expropriado (sujeito passivo) e o expropriante (sujeito ativo). Não se pode esquecer que, nas questões atinentes à desapropriação de propriedade feita com vistas ao favorecimento de terceiros — como é o caso da desapropriação confiscatória — existe, também, a figura do beneficiário, o qual seria um voluntário ou terceiro interessado na lide. 
 		Aquele que é concedido o direito subjetivo de intervir na propriedade, com o fim de desapropriar, poder este que emana de leis ordinárias e, precipuamente, da Constituição Federal, é dado o nome de sujeito ativo. 
		Num plano universal, ter idoneidade para exercer o papel de sujeito ativo sugere três estirpes de competência, a saber: competência para legislar sobre a matéria, para promover a desapropriação e para desapropriar. A única pessoa que detém legitimidade para figurar no pólo ativo da lide, no que se refere à competência para legislar sobre a desapropriação, é a União Federal. Esta colocação é respaldada pelo disposto no art. 22, II, da Magna Carta, ao regrar que "compete privativamente à União legislar sobre desapropriação".
 		Sobre a competência para promovera desapropriação (oportunizada no art. 3º, do Decreto-lei 3.365), Bandeira de Mello aduz ser o mesmo que efetivar a desapropriação, ou seja, praticar os atos concretos para efetuá-la (depois de existente uma declaração de utilidade pública expedida pelos que têm poder para submeter um bem à força expropriatória), além da União, Estados, Municípios e Distrito Federal, as autarquias, os estabelecimentos de caráter público em geral, ou que exerçam funções delegadas do Poder Público e os concessionários de serviço, quando autorizados por lei ou contrato.
 		Quanto à competência para desapropriar, em outros dizeres, para imitir-se na posse de uma propriedade por meio de força expropriatória, são reconhecidos como aptos à prática da declaração de interesse social ou utilidade pública de um bem imóvel a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal.
 		Em segundo plano, apresenta-se o sujeito passivo da expropriação. Legítimo para tal é o expropriado, isto é, aquele que pode vir a ter seu bem imóvel retirado do seu patrimônio através de ato administrativo, podendo ser pessoa privada ou pública, jurídica ou física.
Objeto
Noções Gerais
 		In genere, o objeto passível de desapropriação é tudo aquilo que não tiver previsão legal contrária. 
 		Desmistificando o que foi mencionado, em consonância com o art. 2º, do Dec.-lei 3.365/41, todos os bens podem ser objetos da expropriação, sejam eles públicos, privados, semoventes, móveis, imóveis, corpóreos ou incorpóreos, em outras palavras, é expropriável quaisquer bens que sejam objeto da propriedade (salvo aqueles bens juridicamente ou fisicamente inexpropriáveis, tais como a "lua" e a moeda nacional). 
Peculiaridades
 		Como é costumeiro nas Ciências Jurídicas e Sociais, a polêmica volta a dar as cartas, suscitando dúvidas e dividindo opiniões doutrinárias a respeito das questões mais específicas da matéria. Passará a ser discutido nos próximos dois tópicos o que pode e o que não pode ser desapropriado, em sentido mais estrito. 
 		Da leitura do artigo supra, depreende-se que direitos também são objetos de desapropriação, desde que tenham valor econômico (por exemplo, os direitos autorais).
 		É admitida também a desapropriação do espaço aéreo e do subsolo quando sua utilização, pelo Poder Público ou seus delegados, acarretar prejuízo patrimonial ao proprietário (art. 2º, § 1º, do Dec-lei 3.365/41).
 		No que tange ao regime expropriatório referente aos bens públicos, estes podem ser expropriados desde que sejam respeitadas algumas condições impostas pelo art.2º, §2º, do Dec-lei 3.365/41. Retomando a segunda parte da citação de Bielsa no preâmbulo do tópico 2.8.1, o procedimento enaltecido pelo professor da Universidade de Buenos Aires requer seja obedecida uma hierarquia vertical, de cima pra baixo, da pessoa política mais importante até a menor (não pode entidade política menor desapropriar de maior). 
 		Disso, inferi-se que a União pode desapropriar bens dos Estados-membros, do Distrito Federal e dos Municípios, logo, os Estados-membros e o Distrito Federal podem desapropriar bens dos Municípios. Em contrapartida, Estado-membro ou Distrito Federal não pode desapropriar de Estado-membro, o mesmo acontecendo com os Municípios, eis que possuem o mesmo âmbito de interesse público. Como a União Federal pode expropriar os bens de todas as pessoas políticas, é possível afirmar que os bens de caráter federal não são expropriáveis. 
 		Como último ponto a ser destacado sobre a matéria em apreço, Maria Sylvia Zanella Di Pietro elucida que:
 		Em qualquer das hipóteses em que a desapropriação seja possível, deve ser precedida de autorização legislativa: entenda-se que essa autorização legislativa não é emanada da pessoa jurídica cujo patrimônio está sendo afetado, mas da pessoa jurídica expropriante.
 		Ainda são suscetíveis de expropriação arquivos, documentos com valoração histórica, bens que se tornaram inalienáveis por ato jurídico, das missões de diplomacia, pertencentes a entidades religiosas, de concessionárias de serviço público, direitos imateriais e bens móveis localizados no estrangeiro por determinado tempo. Com entendimento resultante da Súmula nº. 476, do Supremo Tribunal Federal, Carvalho Filho ensina que, em razão dessa amplitude de bens expropriáveis, o são também as ações, as cotas ou os direitos relativos ao capital de pessoas jurídicas. 
 		Vale tecer algumas considerações em relação à desapropriação de bens das entidades da Administração Indireta. Preliminarmente, no que diz respeito à expressão "entidades de Administração Indireta", esta compreende as sociedades de economia mista, as autarquias, as fundações públicas e as empresas públicas, cada uma delas podendo estar vinculadas ao âmbito federal, estatal ou municipal. 
 		Este tipo de bem é considerado expropriável, conforme interpretação do já citado art. 2º, §2º, da Lei Geral das Desapropriações, desde que quem o desaproprie seja uma entidade política maior que a detentora da res. Assim, os Estados-membros têm poderes para desapropriar bens de uma autarquia municipal, a União para desapropriar bens de uma sociedade de economia mista estatal, o Distrito Federal para desapropriar uma empresa pública municipal, entre outros exemplos (o recíproco disso não pode ocorrer). 
 		Ainda nesta linha de pensamento, quanto à probabilidade de ser cabível a desapropriação de um bem por parte de uma pessoa da Federação (o Distrito Federal, v.g.), ante uma entidade administrativa indireta maior (sociedade de economia mista com vínculos junto à União Federal, v.g.), esta não se mostra verdadeira ou possível, tendo em vista a doutrina majoritária e os decisuns dos Tribunais Superiores do Brasil (STF e STJ). Atualmente, é o modo mais correto de se submeter o assunto em questão.
Bens Inexpropriáveis
 		Extremamente reduzido se comparado ao de bens expropriáveis, o rol de bens não suscetíveis de expropriação não abarca muitos casos. Os direitos personalíssimos (o direito à honra, à liberdade, à cidadania, à vida, à imagem, à alimentação e o direito de autor, v.g.) constituem exemplos de bens que não podem ser retirados da propriedade de seus donos em razão de não terem conteúdo patrimonial algum. Também não se encontram entre os bens passíveis de desapropriação a moeda corrente do próprio País (dinheiro) e as pessoas (concessionárias de serviços públicos, fundações e empresas), eis que são desapropriáveis os bens ou certos direitos que estas detêm, e não elas. Exemplificando, não há falar em desapropriação — ou até extinção — de uma empresa, mas sim, em expropriação possível de suas ações.
 		Outro caso típico de impossibilidade de expropriação é o relativo à desapropriação de propriedade produtiva ou de pequena e média propriedade rural, in casu, respeitando o indicado pela Lei. O supedâneo jurídico vem do descrito no art. 185, da Lei Fundamental, que assim explicita:
 		São insuscetíveis de desapropriação para fins de reforma agrária:
I – a pequena e média propriedade rural, assim definida em lei, desde que seu proprietário não possua outra;
II – a propriedade produtiva.
Portanto, desapropriada será somente aquela propriedade, localizada na zona rural, que não satisfazer plenamente a sua respectiva função social, salvo nas duas hipóteses do artigo retro, podendo, ainda, receber tratamento especial a res, conquanto sejam honrados os requisitos que competem à função social. 
Procedimentos
 		A legislação dá margem a uma série de atos que precisam ser tomados pela figura do expropriante para que a expropriação não tenha a sua legitimidade prejudicada, ou venha a ser declarada nula. Nos termos da lei, para a propriedade ter condições de integrar o patrimônio público através da desapropriação, é preciso que o Estado aja em conformidade com o procedimento expropriatório previsto, enfrentando, inevitavelmente, as duas fases deste, quais sejam: a fase declaratória e a fase executória. Assevera-se que são duas fases consecutivas (primeiro se passa por uma para depois adentrar na outra)e que não se confundem devido as suas diferenças. 
Fase Declaratória
 		A primeira fase do procedimento de desapropriação, chamada declaratória, tem por finalidade a declaração de interesse público, utilidade pública ou interesse social do bem que o Poder Público deseja retirar do patrimônio do particular. São legitimadas para expedir esta declaração todas as pessoas políticas da Federação (União Federal, Estados-membros, Distrito Federal e Municípios) e, em casos especiais, as entidades da Administração Indireta (quando autorizadas). 
 		A manifestação desta declaração de expropriação deve ser realizada por intermédio do Poder Executivo ou do Poder Legislativo. A declaração via Poder Executivo se perfectibiliza na forma de decreto, tendo o Presidente da República, os governadores dos Estados, os prefeitos e os interventores como aptos à prática deste ato (de acordo com art. 6º, do Dec-lei 3.365/41). A contrario sensu, a declaração feita pelo Legislativo se materializa na forma de lei — o que não afasta a participação do Executivo, eis que deve honrar suas prerrogativas em promover a desapropriação, tomando as medidas adequadas para tanto (art. 8º, do Dec-lei 3.365/41). Existe, ainda, uma terceira modalidade de formalização, na qual a declaração de utilidade pública é feita pelo DNER, podendo ocorrer quando motivada pela pessoa do Ministro dos Transportes (por meio de uma portaria) ou pela pessoa do Diretor-Geral do próprio DNER. 
 		O ato de declaração, para ser considerado hígido, deverá ter descrito no seu âmago os elementos que se seguem: o sujeito passivo da ação expropriatória (o expropriando), a análise do bem a ser expropriado (identificação, medidas, caracteres relevantes, etc.), o rumo que será dado ao bem, (o que será feito com ele, de que forma será utilizado em prol da coletividade), o embasamento legal, os recursos do orçamento que serão direcionados à quitação da despesa e a declaração de necessidade pública, utilidade pública ou interesse social. 
 		Quanto aos efeitos decorrentes da declaração de desapropriação, no magistério do festejado Miguel Seabra Fagundes, são os seguintes:
autorização implícita para que a autoridade administrativa penetre nos imóveis compreendidos na declaração;
início do prazo de caducidade da própria declaração;
fixação do estado físico da coisa, sobre o qual será calculado o seu valor e arbitrada a indenização;
desobrigação do expropriante do pagamento das benfeitorias voluptuárias, que ainda realize o proprietário;
desobrigação, para o expropriante, do pagamento das benfeitorias úteis, que o proprietário ainda venha a realizar, salvo se autorizadas por ele próprio;
impossibilidade de deslocação da coisa exproprianda para a circunscrição territorial diferente daquela em que se deve efetuar o expropriamento. 
 		Os efeitos da declaração não afetam o direito do proprietário de utilizar o bem, caracterizando-se apenas como condição para o ajuizamento da ação ou realização do acordo, possibilitando, no entanto, que as autoridades penetrem nos prédios compreendidos na declaração, podendo recorrer, em caso de oposição, ao auxílio de força policial. Isto que dizer que o dono da propriedade mantém o poder de usar, dispor e gozar dela normalmente, podendo, inclusive, aliená-la ou até construir nela.
 		Como último ponto a ser detalhado sobre a fase declaratória da expropriação, tem-se a caducidade. É possível definir caducidade como sendo o desaparecimento de um direito em face da inércia ou da renúncia por parte de seu titular, podendo originar-se de ato, fato, transcurso de prazo ou decisão judicial. Regido no art. 10, da Lei das Desapropriações, o prazo de caducidade para expropriações com fulcro na necessidade pública ou na utilidade pública é fixado em cinco anos, iniciando-se este a partir da expedição do ato declaratório da desapropriação e findo os quais esse caducará. No entanto, em razão da segunda parte do dispositivo supramencionado, a declaração poder vir a ser passível de renovação, contanto que tenha transcorrido doze meses desde que a última declaração caducou, ou seja, não há falar em extinção ou decisão imutável do poder de expropriar. 
 		Já as expropriações motivadas pelo interesse social caducam em dois anos, consoante art. 3º, da lei 2.132/62, não havendo qualquer menção a uma "futura renovação" como ocorre no Dec-lei 3.365/41. Outra distinção entre os dois dispositivos é que a caducidade nas desapropriações por interesse social guarda vínculo tanto com o momento da desapropriação se consumar, como com as medidas levadas a cabo com vistas ao aproveitamento da res desapropriada — enquanto as expropriações por necessidade ou utilidade pública caducam somente quando da efetivação da incorporação do bem ao patrimônio público.
 		No tocante às desapropriações de glebas de terras em que são cultivadas plantas psicotrópicas e às por não cumprimento da função social da propriedade localizada na zona urbana, as leis silenciam a respeito do prazo de caducidade da declaração (leis nº. 10.257/01 e nº. 8.257/91, respectivamente). Sem esquecer das expropriações com fins de reforma agrária, a declaração expropriatória destas caduca em dois anos, na forma do art. 3º, da Lei Complementar nº. 76/91. 
Fase Executória
 		Concluídos com sucesso os trâmites legais referentes ao primeiro nível do procedimento expropriatório, subseqüentemente apresenta-se a parte final deste, qual seja, a fase executória. Esta segunda fase, que pode desenvolver-se judicial ou extrajudicialmente, é caracterizada pelos atos levados a cabo pela Administração Pública, objetivando a promoção da expropriação por meio da ratificação do que foi firmado na declaração de expropriação (ocorrida na primeira fase). Em síntese, nada mais é que o instante no qual as medidas pertinentes à consumação da incorporação do bem ao patrimônio público são tomadas. 
Fase Executória com Resolução Extrajudicial
 		A fase de execução do procedimento expropriatório será conhecida como extrajudicial, voluntária, graciosa ou administrativa, quando, em não havendo interferência do Poder Judiciário, as partes envolvidas no processo (expropriante e expropriando) transigirem com relação ao preço a ser pago pelo Estado ao particular, como forma de indenização pela res expropriada.
 		Neste caso, existindo acordo entre os sujeitos da relação, tem-se a configuração de uma compra e venda, como se pode notar na ótica de José Cretella Júnior:
 		Se o expropriado concordar com a proposta do poder público para que desocupe o imóvel em troca do preço, inexiste a figura jurídica da desapropriação. Houve mera compra e venda civil. Formaliza-se em documento escrito o que foi pactuado, o poder público interessado paga o preço e efetiva-se a transição do domínio, pela convergência dos elementos: pagamento, tradição e escrita.
 		Cumpre gizar, que se o objeto da desapropriação for um bem imóvel, necessitar-se-á da escrituração no Registro de Imóveis para que se dê a traditio. Há vezes em que na fase executória não há a reunião das condições vitais para a resolução de modo extrajudicial. Isto ocorre quando o Estado não encontra o dono da propriedade, fato que não o proíbe de desapropriar aquele bem.
Fase Executória com Resolução Judicial 
 		A expropriação tem o seu desfecho, via judicial, a partir do momento em que o Poder Público interpõe ação expropriatória contra o dominus do bem discutido. Deste modo, o expropriante tira o Judiciário da inércia, provocando a sua atuação para que encontre a melhor solução ao caso em tela. Nestes termos, a manifestação judicial poderá ser de dois tipos, conforme Bandeira de Mello: 1) homologatória, quando o proprietário do bem aceita, em juízo, a oferta pelo expropriante; aí, o juiz apenas homologa o acordo judicial; 2) contenciosa, quando o proprietário e o expropriante não acordam em relação ao preço, que terá que ser fixado pelo juiz, após arbitramento.
 		A Lei das Desapropriações é que determina o modo como será celebrado o processo judicial de desapropriação, sendoque, nas questões em que esta lei mostrar-se incompleta, admitir-se-á a aplicação secundária do Código de Processo Civil, mais precisamente em seu art. 42.
 		Quanto ao foro competente para o ajuizamento da ação expropriatória, o professor Juarez Freitas elucida que:
 		A ação, quando a União for autora ou tiver interesse, será proposta perante a Justiça Federal (CF, art. 109, I e Decreto-lei 3.365/41, art. 11). Não sendo assim, o foro competente (mesmo na chamada desapropriação indireta) é o da situação do bem.
 		Em resumo, a regra é que competente será a Justiça Estadual (no foro em que se encontra a res), exceto quando o autor da ação for a União Federal ou entidade da Administração Indireta, com vínculos federais, que goze de autorização da lei — in casu, a competência para julgar o processo será da Justiça Federal.
 		A respeito da forma como a Justiça haverá de julgar o processo judicial de expropriação, nunca olvidando a limitação disposta no art. 9º, do Dec-lei 3.365/41, a que ela está sujeita, pode-se concluir que serão aceitas somente análises sobre algum tipo de vício que possa vir a macular o processo ou sobre o valor do bem. O artigo recém citado deve ser complementado pelo art. 20, da mesma lei, do qual se depreende que, caso a parte queira discutir questões atinentes a outros elementos, que não os elencados por esse dispositivo, terá de interpor ação autônoma, ou ação direta (como é chamada pela legislação expropriatória).
 		Não se quer, com isso, causar prejuízo às partes interessadas, mas sim, garantir a celeridade do processo de desapropriação do bem. Se em meio ao processo fossem aceitos pedidos de magnitude diversa da exposta no art. 20, da Lei das Desapropriações, haveria lentidão processual, uma demora demasiada para a resolução da lide formada. Assim, sem desrespeitar os Princípios da Celeridade Processual e do Devido Processo Legal (Due Proccess of Law), a lei mantém a sua imparcialidade ao permitir que o interessado busque, através de outras vias abertas de justiça, os direitos que entende terem sido suprimidos.
 		Entretanto, o tratamento não é o mesmo quando o objeto da ação expropriatória é um bem que será retirado do patrimônio do seu titular com intuito de reforma agrária. Aplica-se o art. 4º, da Lei Complementar nº. 76/93 c/c art. 9º, da mesma lei, dos quais se deduz que o "direito de extensão" poderá ser requerido na contestação elaborada pelo particular. Todavia, nesta mesma peça processual não deverá conter qualquer apreciação sobre o interesse social declarado, já que o art. 9º, caput, da Lei Complementar reza que: "a contestação deve ser oferecida no prazo de quinze dias se versar matéria de interesse da defesa, excluída a apreciação quanto ao interesse social declarado".
 		Ora, o direito de extensão nada mais é que o pedido de que seja estendida a expropriação à totalidade do bem imóvel, requerendo seja alguma parte da propriedade, que não foi aproveitada em separado, incluída. É um meio de proteger o indivíduo expropriado, até porque, a meta da desapropriação não é prejudicá-lo, embora se trate de uma forma compulsória de se tomar um bem. O fato é que o particular tem garantido o direito de receber uma justa indenização pela sua propriedade, que haverá de ser inteiramente vendida, sem perdas para nenhuma das partes, nos moldes propostos pela legislação.
 		O procedimento de desapropriação de bens imóveis tem a sua finalização quando do pagamento efetivo, por parte do autor, do valor arbitrado pelo magistrado ou, ainda, quando da consignação em pagamento. Assim, segundo o art. 29, da Lei das Desapropriações, "efetuado o pagamento ou a consignação, expedir-se-á, em favor do expropriante, mandado de imissão de posse, valendo a sentença como título hábil para a transcrição no registro de imóveis".
Caso concreto (semana 04)
 	(OAB-CESPE) O Poder Público municipal, por meio de decreto, desapropriou imóvel de Paulo e Maria, para implantar, no local, um posto de assistência médica. A expropriação foi amigável, tendo sido o bem devidamente integrado ao patrimônio público municipal. Não obstante a motivação prevista no ato expropriatório, que era a de utilidade pública, o município alterou a destinação atribuída ao bem para edificar, no local, uma escola pública.
Nessa situação hipotética, ocorreu tredestinação ilícita? Paulo e Maria têm direito à retrocessão? Fundamente suas respostas, mencionando a definição do instituto da retrocessão e sua(s) hipótese(s) de cabimento.
Questão objetiva
 
 
 (OAB-FGV-) Assinale a alternativa correta.
(A) Segundo jurisprudência dos Tribunais Superiores, a imissão provisória do Poder Público no bem, em procedimento expropriatório, na desapropriação por utilidade pública, é inconstitucional à luz da Constituição Federal de 1988.
(B) As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa indenização. No entanto, caso o imóvel não esteja cumprindo sua função social, poderá o Poder Público Municipal, após a aplicação de outras medidas previstas na Constituição Federal, desapropriar o imóvel com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão prévia, aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até 10 anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.
(C) O decreto que declarar o imóvel como de interesse social, para os fins de reforma agrária, autoriza desde já ao Município propor a ação de desapro­priação.
(D) Segundo comando constitucional, nos casos de "desapropriação confisco", as terras desapro­priadas devem integrar, de forma permanente, o patrimônio do ente federativo expropriante, que deverá utilizá-las para o cultivo de produtos alimentícios e medicamentosos.
(E) A declaração expropriatória, nas desapropriações por utilidade pública, é o marco para a indenização das benfeitorias necessárias. Essas serão indenizadas se realizadas até a data da publicação da declaração.
Caso concreto (semana 05)
(OAB-FGV) Para viabilizar a pesquisa botânica de alunos da rede pública, o Prefeito municipal iniciou a desapropriação de certa área florestal em perímetro urbano, alegando urgência. Baseando-se no contido no § 1o, do art. 15 do Decreto-Lei 3.365/41, requereu à Administração a imissão provisória na posse do bem, oferecendo como depósito valor encontrado em avaliação prévia administrativa muito inferior ao valor venal do imóvel, uma vez que este, por ter sido tombado pelo Poder Público Federal, sofrera significativa desvalorização. Sabendo-se que atualmente é notória a indisponibilidade de recursos para satisfação de dívidas pelos entes públicos, os quais protraem no tempo a quitação de suas obrigações, como você opinaria o pedido de imissão provisória na posse do bem? 
Questão objetiva 
No que se refere ao instituto da desapropriação, assinale a opção incorreta.
(A) A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios possuem competência concorrente para legislar sobre desapropriação.
(B) Ao Poder Judiciário é vedado, no processo da desapropriação, discutir sobre eventual desvio de finalidade do administrador ou sobre a existência dos motivos que o administrador tenha considerado como de utilidade pública.
(C) A União pode desapropriar bens dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, mas os bens da União não são expropriáveis.
(D) O Estado-membro tem competência para desapropriar bens de uma autarquia ou de uma empresa pública municipal.
Caso concreto (semana 08)
(OAB-CESPE) Prefeito de certa municipalidade deseja saber se possui competência para, em sua esfera, legislar sobre o Domínio Econômico. Desta forma, o Prefeito espera de você, assessor jurídico, que elabore um parecer sobre o assunto para que possa ou não encaminhar projeto de lei sobre esta matéria para a Câmara Municipal. Elabore o parecer sem se preocupar com as formalidades.
Questão objetiva
   (OAB-CESPE) - Acerca da intervenção do Estado no domínio econômico e dos princípios constitucionais da ordem econômica, assinale

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