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TECIDOS E ÓRGÃOS DO SISTEMA IMUNOLÓGICO

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TECIDOS E ÓRGÃOS DO SISTEMA IMUNOLÓGICO
O sangue é um tecido conjuntivo, composto por células e fragmentos celulares, constituído por uma parte de elementos figurados, e uma parte líquida, o plasma.
Sangue
Fluido contido nos vasos sanguíneos. Trata-se de uma suspensão de células, fragmentos celulares e água, contendo numerosas substâncias dissolvidas e que circulam através dos tecidos orgânicos.
Plasma
Parte líquida do sangue, de cor levemente amarelada, contendo água, sais inorgânicos e proteínas diversas, como fibrinogênio e albumina.
Elementos figurados
Parte líquida do sangue coagulado, sem o fibrinogênio. Muito usado para a detecção de anticorpos, em Imunodiagnóstico.
O que é o sangue?
Os elementos figurados são os glóbulos vermelhos (ou hemácias) e os glóbulos brancos (ou leucócitos). Os leucócitos são classificados de acordo com a presença de grânulos no citoplasma:
Os granulócitos são os neutrófilos, os basófilos e os eosinófilos.
Os monócitos e os linfócitos são agranulócitos.
Cada leucócito possui uma função diferenciada nas respostas imunes, como a ação fagocítica e de produção e secreção de citocinas. O aumento no quantitativo total de leucócitos caracteriza uma leucocitose, enquanto a diminuição abaixo dos valores normais caracteriza uma leucopenia.
Os órgãos linfoides são os que estão diretamente relacionados ao sistema imunológico, pois é nesses órgãos que as células envolvidas nas respostas imunes são produzidas, sofrem maturação e também onde ocorrem as apresentações de antígenos. São classificados em:
Órgãos linfoides primários (centrais)
Timo e medula óssea em indivíduos adultos além do fígado fetal durante a gestação.
Órgãos linfoides secundários (periféricos)
Baço, linfonodos e tecidos associados a mucosas (MALT), ao trato respiratório (BALT) e ao trato gastrointestinal (GALT).
As células envolvidas nas respostas imunes são, principalmente, as células que compõem o sangue.
A avaliação e contagem de células sanguíneas é denominada hemograma, que caracteriza a avaliação de três séries:
Série vermelha (eritrograma)
Considera-se a contagem das hemácias, o hematócrito e as hemoglobinas.
Série branca (leucograma)
Considera-se o quantitativo de leucócitos totais e o percentual de cada leucócito.
Série plaquetária
É mensurado o quantitativo de plaquetas.
As hemácias também são chamadas de glóbulos vermelhos. Estas estão em maior quantidade no sangue.
As células sanguíneas são produzidas na medula óssea vermelha, no processo denominado hematopoiese. 
A hematopoiese é a geração de todas as células sanguíneas e das células derivadas destas.
Ocorre, inicialmente, no saco vitelínico durante o desenvolvimento fetal, passando para o fígado fetal no terceiro ao quarto mês de gestação, gradualmente sendo assumida pela medula óssea.
As células sanguíneas são produzidas a partir de uma célula precursora comum: a célula-tronco hematopoiética pluripotente (ou hemocitoblato ou steam cell), de origem mesenquimatosa.
A partir dos fatores de diferenciação celular, são formados os precursores: linfoide e mieloide. A partir desses, todas as células sanguíneas são produzidas. 
(1) Os precursores linfoides dão origem aos linfócitos (T e B).
(2) Já os progenitores mieloides dão origem aos neutrófilos, basófilos, eosinófilos, monócitos, eritrócitos e ao megacariócito, além das células derivadas dessas, como as células dendríticas, mastócitos e macrófagos.
As células-tronco hematopoiéticas se proliferam por toda a vida, repondo células sanguíneas que foram perdidas ou se encontram senis.
Elas constituem um reservatório que se renova continuamente, dando origem a linhagens de células sanguíneas, a partir da influência de fatores de diferenciação e de crescimento celular, que controlam a extensão e maturação.
Com exceção dos linfócitos, todos os demais elementos sanguíneos são produzidos e maturam na medula óssea. Os linfócitos sofrem maturação no timo.
Elementos figurados do sangue
Glóbulos Vermelhos
Também chamadas de hemácias ou eritrócitos. São células anucleadas, em forma de disco bicôncavo, com coloração rósea-clara com um halo central, diâmetro de 6 μm a 8,5 μm.
Possuem a função de transporte de O2 e CO2. Os valores de referência são de 4.200.000 a 5.500.000 hemácias/μL para mulheres adultas e de 4.400.000 a 6.000.000 hemácias/μL para homens adultos. A diminuição no seu quantitativo constitui a anemia, que pode ter causas diversas.
 Plaquetas
Não são células, e sim fragmentos de uma célula localizada na medula óssea, denominada megacariócito.
Possuem a função primária de formação de coágulo, quando há lesão num vaso sanguíneo. Os valores de referência são de 150.000 a 450.000 /μL para um indivíduo adulto.
A diminuição no quantitativo de plaquetas é denominada plaquetopenia.
Glóbulos Brancos
São também chamados de leucócitos. São as células que participam diretamente das respostas imunes.
Leucograma
O exame que conta a quantidade de leucócitos circulantes é denominado leucograma. São mensurados os leucócitos totais e cada uma dos leucócitos individualmente. A contagem de leucócitos totais, num adulto normal é, em média, de 5.000 a 10.000 leucócitos/mm3.
Considerando-se que os valores podem sofrer alterações de acordo com o laboratório, as alterações mais frequentes são:
Leucocitose ≥ 10.000 leucócitos/mm3;
Leucopenia ≤ 5.000 leucócitos/mm3;
Leucemia ≥ 100.000 leucócitos/mm3.
Os leucócitos são classificados em:
Granulócitos: Aqueles que contêm substâncias em grânulos citoplasmáticos, como heparina e histamina.
Agranulócitos: Aqueles que não possuem grânulos.
Neutrófilos: São leucócitos polimorfonucleares (PMN), com núcleo segmentado, constituindo, aproximadamente, 65% dos leucócitos sanguíneos. São células fagocíticas que abandonam a corrente sanguínea e migram para o local da inflamação em resposta a fatores quimiotáticos.
Com o abandono de neutrófilos da corrente sanguínea, o quantitativo de neutrófilos diminui, fazendo com que haja necessidade de liberação de mais neutrófilos na circulação.
Quanto maior a infecção bacteriana, maior a necessidade de liberação de neutrófilos na circulação.
Com isso, neutrófilos precursores (imaturos) acabam sendo liberados na circulação. Estes precursores são denominados bastões, em contraste com o neutrófilo segmentado de diferenciação terminal.
Os neutrófilos fazem fagocitose e liberam os grânulos primários (azurófilos) e secundários (específicos) no fagossomo, para digerir a bactéria ingerida.
O aumento no quantitativo de neutrófilos (segmentados) num leucograma é denominado neutrofilia.
O aumento concomitante de bastões ao de neutrófilos segmentados passa a ser denominado desvio à esquerda (ou desvio maturativo), que consiste no aparecimento de formas jovens, imaturas na circulação.
O desvio pode ser também de outros elementos da série granulocítica (metamielócitos, mielócitos e mieloblastos). Quanto maior o quantitativo de elementos jovens, como os bastões, maior será o desvio.
Pus: O pus é uma secreção de cor amarelo-esverdeada, ou somente amarelada, que possui odor desagradável e que é indicativo de infecção bacteriana. É composto de leucócitos mortos ou degenerados, bactérias, proteínas e outros elementos do organismo.
Sua concentração é denominada abscesso e pode trazer danos graves, limitantes, deformantes e até mesmo ao óbito.
Eosinófilos: São leucócitos polimorfonucleares (PMN) e com núcleo bilobado. São células fagocíticas que desempenham função importante em infecções parasitárias, como as verminoses. Seus grânulos são liberados externamente (degranulação) e são tóxicos para muitos parasitas.
O aumento o quantitativo de eosinófilos, num leucograma, é denominado eosinofilia e pode ser indicativo de infecção parasitária.
Basófilos: São leucócitos polimorfonucleares (PMN), com núcleo em forma de trevo, contendo heparina e histamina em seus grânulos. São granulócitos não fagocíticos, que liberam histamina durante as respostas alérgicas e heparina, em respostas inflamatórias.
O aumento o quantitativode eosinófilos, num leucograma, é denominado basofilia e pode ser indicativo de alergias diversas.
Os mastócitos são células conjuntivas que liberam mediadores de inflamação (histamina, heparina e Fatores quimiotáxicos dos neutrófilos), semelhantes aos basófilos sanguíneos.
Monócito x Macrófago
Monócitos: São leucócitos agranulócitos, pertencentes ao sistema reticuloendotelial (ou sistema mononuclear fagocitário), constituído por monócitos no sangue e por células derivadas dos monócitos.
Possuem morfologias distintas como os macrófagos
macrófagos alveolares nos pulmões;
células dendrídicas nos tecidos;
células de Kupffer no fígado;
histiócitos do tecido conjuntivo;
células sinoviais e células microgliais no cérebro;
e osteoclastos nos ossos.
Macrófago: Os macrófagos são células de vida longa, encontradas em todo o corpo, que são fagocíticas. Podem desempenhar três funções:
Fazer fagocitose;
Agir como célula apresentadora de antígeno (APC);
Secretar proteínas de comunicação celular, denominadas citocinas (linfocinas, quimiocinas), que ativam as respostas imunes e alteram o comportamento de tipos celulares.
Linfócitos
Linfócitos são leucócitos com citoplasma agranular e núcleo grande em relação ao mesmo. Constituem 20 a 30% dos leucócitos do sangue.
As duas classes de linfócitos, as células T e as células são morfologicamente indistinguíveis, mas podem ser diferenciados por marcadores de superfície e pelas funções que desempenham.
Os marcadores de superfície são designados pela sigla CD (cluster of differenciation), que está relacionado com a função e evolução do linfócito.
Todas as células T expressam um receptor de célula T (TCR) de ligação de antígenos e proteínas associadas CD2 e CD3 sobre a superfície celular.
As células T são divididas em três grupos principais com base no TCR e na expressão de duas proteínas CD4 e CD8, sobre a superfície celular. Passam a expressar dois marcadores de superfície (CD4 e o CD8) ao mesmo tempo (duplopositivos), constituindo os linfócitos TCD4+CD8+.
Ao final da maturação, elas passarão a ser unipositivos, isto é, passarão a deixar de ter um dos marcadores, permanecendo com apenas um deles, ou serão TCD4+ (TCD4+ CD8-) ou TCD8+ (TCD4- CD8+). Ao sair do timo, o linfócito que finalizou a maturação vai para a circulação sanguínea como linfócito T virgem.
Os linfócitos TCD8+ são denominados citotóxicos. Destroem células tumorais ou infectadas por vírus.
Os linfócitos B, quando ativados, diferenciam-se em plasmócitos e passam a produzir e secretar anticorpos. Também fazem parte da resposta imune celular, onde agem como células apresentadoras de antígenos como células de memória.
Num leucograma, o aumento no quantitativo de linfócitos ocorre, principalmente, em infecções virais e é denominada linfocitose.
O estresse e a depressão diminuem a quantidade de linfócitos circulantes, levando á linfocitopenia, que geralmente caracteriza uma baixa imunidade.
Os linfócitos TCD4+ podem desencadear, principalmente, respostas Ta1, inflamatória, e Ta2, que consiste na ativação de linfócitos B para a produção de anticorpos.
Órgãos linfoides
Conheça quais são os órgãos linfoides:
Medula óssea: Situada no interior de ossos longos e chatos.
Local em que ocorre a hematopoiese, a partir de células-tronco pluripotentes (steam cell), que dão origem a todas as células sanguíneas e do sistema imune, além dos fragmentos de megacariócito (plaquetas) e eritrócitos. É ainda o local de maturação de todas estas células, com exceção dos linfócitos T.
Timo: Órgão bilobado, situado no mediastino, onde ocorre a maturação de linfócitos T. Involui com a idade.
Fígado fetal: Órgão linfoide onde ocorre a hematopoiese durante a vida fetal.
Linfonodos: São órgãos pequenos, em forma de feijão, situados em todo o corpo, situando-se como sítios de convergência. São conhecidos, popularmente, como gânglios linfáticos. Contêm linfócitos B e linfócitos T. São os locais de recolha de antígenos (filtração) presentes na linfa. Eles possuem tecido encapsulado e são divididos em regiões:
Cortical: Encontram-se linfócitos B, plasmócitos, macrófagos, células reticulares e células dendríticas;
Paracortical: São encontrados linfócitos T;
Medular: São encontrados linfócitos B, células reticulares e fibras reticulares.
Baço: Órgão do sistema reticuloendotelial, em forma oval, dividido em polpa branca e polpa vermelha. Está situado atrás do estômago e em cima do rim esquerdo. Possui diferentes funções fisiológicas:
Destruição das hemácias velhas, senis, alteradas ou parasitadas (hemocaterese);
Filtragem do sangue e retenção de microrganismo e outros corpos estranhos a serem fagocitados;
Local de seleção clonal entre linfócitos e antígenos.
Sistema linfático
O sistema linfático é composto pelos órgãos linfoides e pelos tecidos, capilares, ductos e vasos linfáticos, por onde circula a linfa.
A circulação linfática remove macromoléculas e resíduos ou detritos produzidos pelas células. Pode conter a presença de microrganismos, que levarão o linfonodo a se tornar inchado e dolorido, caracterizando uma linfadenopatia, popularmente conhecida como “íngua”.
Caso a presença do microrganismo seja na corrente sanguínea, o órgão linfoide será o baço, e não os linfonodos, o que levará ao aumento do baço, caracterizando a esplenomegalia.
A linfa é um líquido esbranquiçado e transparente, de sabor levemente salgado, que circula em sentido unidirecional para os linfonodos, a partir de contrações musculares e pulsação de artérias, com o intuito de ser filtrado pelos linfonodos. Após a filtragem, retorna para o sangue pelas veias. É formada pelo líquido intersticial drenado dos tecidos, somados a células endoteliais e plasma.

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