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Da Troca ou Permuta Conceito A troca , permuta ou escambo , consiste num contrato onde as partes obrigam-se a dar a coisa por outra que não seja dinheiro. operam-se ao mesmo tempo , duas vendas , servindo as coisas trocadas para uma compensação recíproca. Natureza jurídica É um contrato bilateral ou sinalagmático , oneroso, comutativo e consensual . Explicando os elementos da natureza jurídica Bilateral ou sinalagmático : pois traz direitos e deveres proporcionais; Oneroso : pela presença de sacrifício de vontade para as partes; Comutativo : em regra , translativo da propriedade , eis que serve como titulus adquirendi; Consensual : porque tem aperfeiçoamento com a manifestação de vontade das partes , assim como ocorre com a compra e venda ( art. 482 do CC ) Quanto à presença ou não de formalidade O contrato pode ser formal ou não formal , solene ou não solene . Utiliza-se das mesmas regras do contrato de compra e venda ,pois tem aplicação residual. As partes do contrato são denominadas permutantes ou tradentes . Objeto do contrato e relação com a compra e venda O objeto é a existências de dois ou mais bens , que possam ser trocados ou vendidos ,ou seja, bens alienáveis , sem a necessidade de que eles tenham o mesmo valor financeiro igual ou equivalente ou que sejam da mesma espécie . A relação entre compra e venda : assim como na compra e venda , na troca não é admitido onerosidade excessiva entre as parte , sendo esta , razão para revisão e resolução do contrato , de acordo com cada caso concreto. Também, por se tratar de um contrato oneroso e comutativo , em regra , podem ser aplicadas as regras previstas para os vícios redibitórios e evicção. E como já foi mencionado a aplicação residual do contrato de compra e venda , cabe também as restrições à liberdade de contratar e contratual. O art. 533 , I, do CC , fala com relação a despesa no momento da entrega da coisa , que as despesas devem ser divididas por iguais , metade a metade , salvo disposição em contrario . Não sendo assim , se vir a causa injustiça contratual para uma das partes, caberá revisão do contrato ,por onerosidade excessiva no negócio jurídico . Ainda falando sobre a relação entre compra e venda , devido suas similaridades , foi admitido a promessa de permuta , tão verdade que na V jornada de direito civil ,foi aprovado o enunciado admitindo promessa de permuta , nos seguintes termos : “O contrato de promessa de permuta de bens imóveis é titulo passível de registro na matrícula imobiliária ” ( Enunciado n. 434 ). As diferenças entre permuta e compra e venda : a diferença está na parte que , na troca , ambas as prestações são em espécies ( coisas são trocadas ) enquanto na compra e venda a prestação do comprador tem que ser em dinheiro ou em dinheiro e outra coisa ( a entrega do dinheiro seria um complemento ao pagamento feito mediante a entrega de uma coisa em valor menor ao da prestação estipulada). Outra diferença , é que na compra e venda , uma vez entregue a coisa vendida , mesmo que a oura parte não cumpra contraprestação , não poderá pedir a devolução da coisa vendida. Já na troca sim , o tradente poderá pedir a devolução se a oura parte não lhe entregar o objeto do contrato . Troca entre ascendente e descendentes Trata-se de norma especifica , e pode ser observada da seguinte maneira : se da troca , houver valores desiguais e o objeto mais valioso pertencer ao ascendente, exige o consentimento dos demais descendentes. Se os valores forem iguais , dispensa o consentimento dos demais descendentes. Se , os valores forem desiguais e o objeto mais valioso pertencer ao descente , dispensa o consentimento dos demais descendentes , nos casos em que couber , conta-se o consentimento do cônjuge do alienante . porem , por se tratar de lei específica , não se estende para companheiro ( união estável ) . desse modo , o dispositivo buscar proteger os direitos dos herdeiros necessários . Para essa troca se realizar , é preciso do consentimento dos descendentes e do cônjuge , sob pena do negocio jurídico ser anulável , conforme prevê o art. 533, II do CC. Obs ! como se trata de norma especifica , não justifica a aplicação do art. 496, parágrafo único do CC , que despensa a autorização do cônjuge se o regime for separação obrigatória . Para troca,haverá a necessidade de autorização do cônjuge qualquer que seja o regime em relação ao permutante . Quanto ao prazo O prazo para anular a troca é decadencial de dois anos , contados da data da conclusão do negocio jurídico ( art.179 do CC ).
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