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Metodologia RODOVIAS DE PISTA SIMPLES CAPACIDADE A capacidade de uma rodovia com duas faixas e dois sentidos de tráfego é de 1.700 carros de passeio por hora (ucp/h), para cada sentido de tráfego, não excedendo 3.200 ucp/h para o conjunto dos dois sentidos, exceto em trechos curtos, como túneis e pontes, onde pode atingir 3.400 ucp/h. CLASSIFICAÇÃO DAS RODOVIAS DE PISTA SIMPLES Para efeito de análise de capacidade, as rodovias pavimentadas com duas faixas e dois sentidos de tráfego são divididas em duas classes: • Classe I: Rodovias nas quais os motoristas esperam poder trafegar com velocidades relativamente elevadas. Compreende: – ligações de maior importância entre cidades e rodovias arteriais principais conectando importantes vias geradoras de tráfego – rotas de trabalho diário – ligações estaduais e federais de grande relevância. Geralmente atendem o tráfego de longa distância ou possuem conexões entre vias que servem o tráfego de longa distância. • Classe II: Rodovias nas quais os motoristas não esperam trafegar com velocidades elevadas. Compreende: – vias que funcionam como rotas de acesso às rodovias de Classe I ou servem como rodovias turísticas e recreacionais, não atuando como arteriais principais; – passam por terreno de topografia acidentada. Geralmente atendem às viagens curtas, inícios e fins de viagens longas ou viagens em que a contemplação cênica exerce um papel significante. CONDIÇÕES IDEAIS As condições ideais para uma rodovia de duas faixas e dois sentidos de tráfego são: • Ausência de fatores restritivos geométricos, de tráfego e ambientais; • Faixas de tráfego maiores ou iguais a 3,60 m; • Acostamentos ou afastamentos laterais livres de obstáculos ou restrições à visibilidade com largura igual ou superior a 1,80 m; • Ausência de zonas com ultrapassagem proibida; • Tráfego exclusivo de carros de passeio; • Nenhum impedimento ao tráfego direto, tais como controles de tráfego ou veículos executando manobras de giro; • Terreno plano; • Distribuição do tráfego por sentido de 50/50. NÍVEIS DE SERVIÇO As medidas que definem o nível de serviço para rodovias de pista simples são: • Classe I: tempo gasto seguindo e velocidade média de viagem. • Classe II: tempo gasto seguindo Os critérios de níveis de serviço são aplicados para o pico de 15 minutos e para segmentos de extensão significativa. Para trechos de rodovias com pelo menos 3 km de extensão são adotados os seguintes critérios para enquadramento em um dos níveis de serviço: Tabela 1 Enquadramento em níveis de serviço (Rodovias de Classe I) Figura 1 Níveis de serviço para rodovias de Classe I (Critério gráfico) Tabela 2 Enquadramento em níveis de serviço para rodovias de Classe II Determinação da Velocidade de Fluxo Livre (VFL) A Velocidade de Fluxo Livre corresponde a fluxos até 200 ucp/h. Deve ser obtida por pesquisa de campo através de uma amostra de pelo menos 100 veículos. Se o fluxo for superior a 200 ucp/h obtém-se VFL com emprego da fórmula: onde: VFL = estimativa da velocidade de fluxo livre (km/h) VMF = velocidade média do fluxo medida no campo (km/h) VF = volume médio horário do fluxo medido (veic/h) fVP = fator de ajustamento para veículos pesados Se não for viável a medição da velocidade no campo, deve ser usado valor de VMF com base em valores correspondentes a trechos semelhantes. Inicialmente determina-se um valor básico BVFL correspondente a rodovias semelhantes com faixas de tráfego de 3,60 m e acostamentos de 1,80 m. Em seguida determina-se VFL pela fórmula: onde: VFL = estimativa da velocidade de fluxo livre (km/h) BVFL = valor básico da velocidade de fluxo livre (km/h) ffa = fator de ajustamento de larguras de faixa e de acostamento, da Tabela 59. fA = fator de ajustamento para o número de acessos, da Tabela 60. Tabela 3 Ajustamento de larguras de faixa e de acostamento (ffa) Tabela 4 Ajustamento devido à densidade de acessos (fA) Determinação dos Fluxos de Tráfego Devem ser feitos ajustamentos nos fluxos de tráfego para levar em conta três fatores: FHP (fator de hora de pico), fG (fator de greide), fVP (fator de veículos pesados), utilizando a fórmula onde: Vp = volume horário nos 15 minutos mais carregados da hora de pico, em carros de passeio equivalentes (ucp/h) V = volume da hora de pico em tráfego misto (veic/h) FHP = fator de hora de pico fG = fator de ajustamento de greide fVP = fator de ajustamento de veículos pesados Fator de Ajustamento de Greide O fator de ajustamento de greide fG leva em conta o efeito do terreno na determinação de velocidades e de tempo gasto seguindo. Seus valores são apresentados nas Tabela 5 e 6. Tabela 5 Fator de ajustamento de greide para determinação de velocidades em rodovias de pista simples para dois e um sentido separadamente (fG) Tabela 6 Fator de ajustamento de greide para determinação de percentual de tempo seguindo em rodovias de pista simples para dois e um sentido separadamente (fG) Fatores de Equivalência de Veículos Pesados Há dois tipos de veículos pesados: Caminhões (C), que incluem Ônibus, e Veículos de Recreio (VR). Seus equivalentes em carros de passeio (P) são apresentados nas Tabelas 7 e 8. Tabela 7 - Equivalentes em carros de passeio para determinação de velocidades para dois e um sentido separadamente (EC e EVR) Tabela 8 - Equivalentes em carros de passeio para determinação de percentual de tempo para dois e um sentido separadamente (EC e VR) Terreno Plano: trecho em que a combinação de curvas e rampas permite que os veículos pesados mantenham aproximadamente a mesma velocidade que os carros de passeio; incluem geralmente rampas curtas com greides de 1% a 2%. Terreno Ondulado: trecho em que os veículos pesados reduzem substancialmente suas velocidades, mas chegam a mover-se lentamente por intervalos de tempo significativos. Normalmente não incluem trechos longos com rampas de 4% ou maiores. Fator de Ajustamento para Veículos Pesados Uma vez determinados os valores de EC e EVR, o Fator de Ajustamento para Veículos Pesados (fVP) é calculado usando a equação: onde: PC = proporção de caminhões e ônibus na corrente de tráfego, em decimal PVR = proporção de veículos de recreio na corrente de tráfego, em decimal EC = equivalente de caminhões e ônibus, em carros de passeio EVR = equivalente de veículos de recreio, em carros de passeio Determinação da Velocidade Média de Viagem (VMV) A Velocidade Média de Viagem é determinada pela seguinte equação: onde: VMV = velocidade média de viagem para ambos os sentidos (km/h) VFL = velocidade de fluxo livre obtida das equações 10-1 ou 10-2 (km/h) Vp = volume horário nos 15 minutos mais carregados da hora de pico, em carros de passeio equivalentes (ucp/h) fup = fator de ajustamento para zonas de ultrapassagem proibida (Tabela 9) Tabela 9 - Fator de ajustamento para zonas de ultrapassagem proibida em rodovias de pista simples (fup) Determinação da Percentagem de Tempo Gasto Seguindo (PTGS) Para determinar a Percentagem de Tempo Gasto Seguindo deve-se inicialmente estimar o valor básico BPTGS, a partir da fórmula: Em seguida determina-se PTGS utilizando-se a equação: onde: PTGS = percentagem do tempo gasto seguindo, BPTGS = valor básico da percentagem do tempo gasto seguindo, fd/up = fator de ajustamento para o efeito combinado da distribuição do tráfego por sentido e da percentagemdas zonas de ultrapassagem proibida, constante da Tabela 10 Tabela 10 - Fator de ajustamento para o efeito combinado da distribuição de tráfego por sentido e da percentagem das zonas de ultrapassagem proibida, na percentagem do tempo gasto seguindo, em rodovias de pista simples (fd/up) Determinação do Nível de Serviço Inicialmente compara-se o fluxo de tráfego (vp) em ucp/h com a capacidade de uma rodovia de pista simples de 3.200 ucp/h. Se vp é maior que a capacidade a rodovia está supersaturada e o Nível de Serviço é F. Da mesma forma, se o fluxo em um dos dois sentidos ultrapassar 1.700 ucp/h o nível de serviço é F. Nesse nível a percentagem de tempo seguindo é próxima de 100% e as velocidades são sujeitas a grandes variações e difíceis de estimar. Quando um trecho de uma rodovia de Classe I tem fluxo inferior à capacidade, o Nível de Serviço é determinado marcando na Figura 1 um ponto com abscissa igual à velocidade média de viagem (VMV) e ordenada igual à percentagem de tempo gasto seguindo (PTGS). A região em que se situar define o Nível de Serviço. Se a rodovia é de Classe II tem-se apenas que comparar a percentagem de tempo seguindo com o critério da Tabela 2. Em qualquer caso a análise deve incluir sempre o Nível de Serviço, a percentagem de tempo seguindo e a velocidade média de viagem, informações úteis na avaliação da qualidade do serviço prestado pela rodovia. Razão Volume/Capacidade A razão v/c (volume-capacidade), pode ser dada pela equação: onde: v/c = razão do volume sobre a capacidade c = capacidade de uma rodovia de 2 faixas e 2 sentidos – normalmente 3.200 ucp/h. Para um único sentido é de 1.700 ucp/h Vp = volume horário no 15 minutos mais carregados da hora de pico, em carros de passeio equivalentes (ucp/h) Considerações para níveis de serviço por sentido de tráfego Determinação da Velocidade Média de Viagem A velocidade média de viagem é estimada a partir da VFL, do fluxo no sentido analisado, do fluxo no sentido oposto, e do fator de ajustamento, função da percentagem de zonas de ultrapassagem proibida no sentido em estudo. É usada a equação: onde: VMVs = velocidade média de viagem no sentido de análise (km/h) VFLs = velocidade de fluxo livre no sentido de análise (km/h) Vs = fluxo em unidades de carros de passeio no período de 15 minutos de pico no sentido de análise (ucp/h) Vo = fluxo em unidades de carros de passeio no período de 15 minutos de pico no sentido oposto ao de análise, determinado pela equação 10 -10 (ucp/h) fup = fator de ajustamento para a percentagem de zonas de ultrapassagem proibida para o sentido de análise, constante da Tabela 11. Tabela 11 - Fator de ajustamento da velocidade média de viagem por ação das zonas de ultrapassagem proibida em segmentos analisados por sentido de tráfego (fup) Determinação da Percentagem de Tempo Gasto Seguindo A percentagem de tempo gasto seguindo é estimada com base no fluxo no sentido analisado, no fluxo do sentido oposto, e um fator de ajustamento, função da percentagem de zonas de ultrapassagem proibida no sentido de análise. A percentagem de tempo gasto seguindo é obtida pela fórmula: onde: PTGSs = percentagem do tempo gasto seguindo no sentido analisado, BPTGSs = valor básico da percentagem do tempo gasto seguindo no sentido analisado fup = ajustamento, função da percentagem de zonas de ultrapassagem proibida no sentido de análise (Tabela 12). O valor básico da percentagem do tempo gasto seguindo no sentido analisado, para o fluxo existente nesse sentido é determinado pela seguinte equação: Os valores dos coeficientes a e b são determinados pelo fluxo no sentido oposto ao da corrente em estudo, e são obtidos na Tabela 13. Determinação do Nível de Serviço Inicialmente verifica-se se o fluxo vs excede 1.700 ucp/h. Se isto acontecer a rodovia está supersaturada e o nível de serviço é F. O tempo gasto seguindo se aproxima de 100% , e as velocidades variam muito e são de difícil determinação. Para um trecho de rodovia de Classe I com fluxo vs ≤ 1.700 ucp/h o nível de serviço é determinado na Figura 60, em função da velocidade média de viagem e da percentagem de tempo gasto seguindo. Para um trecho de Classe II com fluxo vs ≤ 1.700 ucp/h o nível de serviço é determinado pela Tabela 2, em função da percentagem de tempo gasto seguindo. Tabela 12 - Fator de ajustamento da percentagem de tempo gasto seguindo por ação das zonas de ultrapassagem proibida em segmentos analisados por sentido de tráfego (fup) Tabela 13 - Valores dos coeficientes usados na estimativa da percentagem de tempo gasto seguindo para segmentos analisados por sentido
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