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Apostila de Administração. 4- TEORIA CLÁSSICA DA ADMINISTRAÇÃO TEORIA CLÁSSICA Henry Fayol. – Enquanto Taylor e outros engenheiros desenvolviam a Administração Científica, em 1916 surgia na França a Teoria Clássica da Administração. Se a Administração Científica se caracterizava pela ênfase na tarefa realizada pelo operário, a Teoria Clássica se caracterizava pela ênfase na estrutura que a organização deveria ter para ser eficiente. O objetivo de ambas era o mesmo: a busca da eficiência das organizações. Para a Administração Científica, essa eficiência era alcançada por meio da racionalização do trabalho do operário e no somatório da eficiência individual. Já na Teoria Clássica, partia-se de todo organizacional e da sua estrutura para garantir eficiência a todas as partes envolvidas, fossem elas órgãos ou pessoas. A abordagem no nível individual de cada operário com relação à tarefa é ampliada no nível da organização como um todo em relação à sua estrutura organizacional. Fayol, fundador da Teoria Clássica da Administração, partiu de uma abordagem sintética, global e universal da empresa, inaugurando uma abordagem anatômica e estrutural que rapidamente suplantou a abordagem analítica e concreta de Taylor. Segundo Idalberto Chiavenato, Fayol procurou dividir qualquer empresa em seis funções básicas: técnicas, relacionadas com a produção de bens ou de serviços da empresa comerciais, relacionadas com a compra, venda e permutação financeiras, relacionadas com a procura e gerência de capitais segurança, relacionadas com a proteção e preservação dos bens e das pessoas contábeis, relacionadas com inventários, registros, balanços, custos e estatísticas administrativas, relacionadas com a integração das outras cinco funções. Para Fayol, "nenhuma das cinco funções essenciais precedentes tem o encargo de formular o programa de ação geral da empresa, de constituir o seu corpo social, de coordenar os esforços e de harmonizar os atos. Essas atribuições constituem outra função, designada pelo nome de Administração. Fayol define o ato de administrar como: prever, organizar, comandar, coordenar e controlar. (POCCC) Planejar - Estabelece os objetivos da empresa, especificando a forma como serão alcançados. Parte de uma sondagem do futuro, desenvolvendo um plano de ações para atingir as metas traçadas. É a primeira das funções, já que servirá de base diretora à operacionalização Organizar - É a forma de coordenar todos os recursos da empresa, sejam humanos, financeiros ou materiais, alocando-os da melhor forma segundo o planejamento estabelecido. Comandar - Faz com que os subordinados executem o que deve ser feito. Pressupõe que as relações hierárquicas estejam claramente definidas, ou seja, que a forma como administradores e subordinados se influenciam esteja explícita, assim como o grau de participação e colaboração de cada um para a realização dos objetivos definidos. Coordenar - A implantação de qualquer planejamento seria inviável sem a coordenação das atitudes e esforços de toda a empresa, almejando as metas traçadas. Controlar - Controlar é estabelecer padrões e medidas de desempenho que permitam assegurar que as atitudes empregadas são as mais compatíveis com o que a empresa espera. O controle das atividades desenvolvidas permite maximizar a probabilidade de que tudo ocorra conforme as regras estabelecidas e ditadas. Proporcionalidades das Funções Administrativas Para Fayol existe uma proporcionalidade da função administrativa, isto é, ela se reparte por todos os níveis da hierarquia da empresa e não é privativa da alta cúpula. Em outros termos, a função administrativa não se concentra exclusivamente no topo da empresa, nem é privilégio dos diretores, mas é distribuída proporcionalmente entre todos os níveis hierárquicos. À medida que se desce na escala hierárquica, mais aumenta a proporção das outras funções da empresa e, à medida que se sobe na escala hierárquica, mais aumenta a extensão e o volume das funções administrativas. Diferenças entre Administração e Organização Fayol faz uma distinção entre Administração e organização. Para ele, Administração é um todo do qual a organização é uma das partes. O conceito amplo e compreensivo de Administração - como um conjunto de processos entrosados e unificados - abrange aspectos que a organização por si só não envolve, tais como os da previsão, comando e controle. A organização abrange somente o estabelecimento da estrutura e da forma, sendo, portanto, estática e limitada. A partir daí, a palavra organização passa a ser usada com dois significados diferentes: 1) Organização como uma entidade social na qual as pessoas interagem entre si para alcançar objetivos específicos. Nesse sentido, a palavra organização denota qualquer empreendimento humano moldado intencionalmente para atingir determinados objetivos. 2.) Organização como função administrativa e parte do processo administrativo. Nesse sentido, organização significa o ato de organizar, estruturar e alocar os recursos e os órgãos incumbidos de sua administração e estabelecer as atribuições de cada um deles e as relações entre eles. Fayol relacionou 14 princípios básicos que podem ser estudados de forma complementar aos de Taylor: Divisão do trabalho - Especialização dos funcionários desde o topo da hierarquia até os operários da fábrica, assim, favorecendo a eficiência da produção aumentando a produtividade. Autoridade - Autoridade é darem ordens que teoricamente serão obedecidas. Responsabilidade é a contrapartida da autoridade. Deve-se levar em conta o direito de dar ordens e exigir obediência, chegando a um bom equilíbrio entre autoridade e responsabilidade. Disciplina - Necessidade de estabelecer regras de conduta e de trabalho válidas para todos os funcionários. A ausência de disciplina gera o caos na organização. Unidade de comando - Um funcionário deve receber ordens de apenas um chefe, evitando contra-ordens. Unidade de direção - O controle único é possibilitado com a aplicação de um plano para grupo de atividades com os mesmos objetivos. Subordinação dos interesses individuais(ao interesse geral) - Os interesses gerais da organização devem prevalecer sobre os interesses individuais. Remuneração - Deve ser suficiente para garantir a satisfação dos funcionários e da própria organização. Centralização (ou Descentralização) - As atividades vitais da organização e sua autoridade devem ser centralizadas. Linha de Comando (Hierarquia) - Defesa incondicional da estrutura hierárquica, respeitando à risca uma linha de autoridade fixa. Ordem - Deve ser mantida em toda organização, preservando um lugar para cada coisa e cada coisa em seu lugar. Equidade - A justiça deve prevalecer em toda organização, justificando a lealdade e a devoção de cada funcionário à empresa. Direitos iguais. Estabilidade dos funcionários - Uma rotatividade alta tem consequências negativas sobre desempenho da empresa e o moral dos funcionários. Iniciativa - Deve ser entendida como a capacidade de estabelecer um plano e cumpri-lo. Espírito de equipe - O trabalho deve ser conjunto, facilitado pela comunicação dentro da equipe. Os integrantes de um mesmo grupo precisam ter consciência de classe, para que defendam seus propósitos. A Organização - A Teoria Clássica concebe a organização como se fosse uma estrutura. Essa maneira de conceber a estrutura organizacional é influenciada pelas concepções antigas de organização tradicionais, rígidas e hierarquizadas. Nesse aspecto, a Teoria Clássica não se desligou do passado. Para Fayol, a organização abrange o estabelecimento da estrutura e da forma, sendo, portanto, estática e limitada. A preocupação com a estrutura e com a forma da organização marca a essência da Teoria Clássica. Esta concebe a organização em termos de estrutura, forma e disposição das partes que a constituem, além do inter-relacionamento entre essas partes. A estrutura organizacional constitui um a cadeia de comando, ou seja, uma linha de autoridade queinterliga as posições da organização e define quem se subordina a quem. A cadeia de comando baseia-se no princípio de unidade de comando, que significa que cada empregado deve reportar a um só superior. Para a Teoria Clássica, a estrutura organizacional é analisada de cima para baixo e do todo para as partes, ao contrário da abordagem da Administração Científica. Divisão do Trabalho e Especialização- A organização se caracteriza por uma divisão de trabalho claramente definida. Enquanto a Administração Científica se preocupava com a divisão do trabalho no nível operário, a teoria Clássica se preocupava com a divisão no nível dos órgãos que compõe a organização. Para a Teoria Clássica, a divisão do trabalho pode dar-se me duas direções, a saber: a) Verticalmente, segundo os níveis de autoridade e responsabilidade. Em toda a organização deve haver uma escala hierárquica de autoridade. Daí a denominação autoridade de linha para significar a autoridade de comando e hierárquica de um superior sobre um subordinado. b) Horizontalmente, segundo os diferentes tipos de atividades da organização. Em um mesmo nível hierárquico, cada departamento ou seção passa a ser responsável por uma atividade específica e própria. A divisão do trabalho no sentido horizontal que assegura homogeneidade e equilíbrio é chamada departamentalização: refere-se à especialização horizontal da organização. Qualquer um desses quatro fatores - função, processo, clientela, localização - proporciona respectivamente departamentalização por função, por processo, por clientela ou por localização geográfica. A idéia básica era a de que quanto mais departamentalizada a organização tanto mais eficiente ela será. Organização Linear- A organização linear é um tipo e estrutura organizacional que apresenta uma forma piramidal. Nela ocorre a supervisão linear, baseada na unidade de comando que é o oposto da supervisão funcional proposta pela Administração Científica. Na organização linear, os órgãos de linha, ou seja, os órgãos que compõem a organização seguem rigidamente o princípio escalar, porém, tornam-se necessários outros órgãos prestadores de serviços especializados estranhos às atividades dos órgãos de linha. São os chamados órgãos de staff. O principal seguidor de Fayol foi Luther Gulick que propõe sete elementos da Administração que formam o acróstico (POSDCORB) a) Planejamento (planning). b) Organização (organizing). c) Acessória (staffing). d) Direção ( directing). e) Coordenação (coordinating). f) Informação (reporting). g) Orçamento (budgeting). APRECIAÇÃO CRÍTICA DA TEORIA CLÁSSICA 1. Abordagem Simplificada da Organização Formal - A preocupação com a estrutura da organização constitui uma substancial ampliação do objeto de estudo da TGA. A micro abordagem no nível individual de cada indivíduo com relação à tarefa é enormemente ampliada no nível da empresa como um todo em relação a sua estrutura organizacional. 2. Ausência de Trabalhos Experimentais- A Teoria Clássica pretendeu elaborar uma Ciência de Administração, para estudar e tratar a organização e a Administração substituindo o empirismo e a improvisação por técnicas científicas. Porém, falta comprovação científica para as afirmativas dos autores clássicos. 3. O Extremo Racionalismo na Concepção da Administração- Os autores clássicos se preocupam com a apresentação racional e lógica das suas proposições, sacrificando a clareza das suas idéias. O abstracionismo e o formalismo são criticados por levarem a análise da Administração à superficialidade, á supersimplificação e à falta de realismo. 4. Teoria da Máquina- A teoria clássica recebe o nome de teoria da máquina pelo fato de considerar a organização sob o prisma do comportamento mecânico de uma máquina. 5. Abordagem Incompleta da Organização- Tal como aconteceu com a Administração Científica, também a Teoria Clássica somente se preocupou com a organização formal, descuidando-se da organização informal. À preocupação com a forma e a ênfase na estrutura levou a exageros. 6. Abordagem de Sistema Fechado- Tal como aconteceu na Administração Científica, a Teoria Clássica trata a organização como se ela fosse um sistema fechado, composto de poucas variáveis perfeitamente conhecidas e previsíveis e de alguns aspectos que podem ser manipulados por meio de princípios gerais e universais de Administração. As seis funções básicas da empresa segundo Fayol. Exercício 19 * * * Funções Técnicas Funções Comerciais Funções Financeiras Funções de Segurança Funções Contábeis Funções Administrativas Prever Organizar Comandar Coordenar Controlar 28 Taylor Administração Científica Ênfase nas Tarefas Aumentar a eficiência da empresa por meio do aumento da eficiência no nível operacional Fayol Teoria Clássica Ênfase na Estrutura Aumentar a eficiência da empresa por meio da forma e disposição dos órgãos componentes da organização e das suas inter-relações Confronto das teorias de Taylor e Fayol
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