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estrutura de mercado

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1
Microeconomia II – Nuno Moutinho – moutinho@fep.up.pt – Gab. 614
Estruturas 
de mercado
A Empresa
Microeconomia II – Nuno Moutinho – moutinho@fep.up.pt – Gab. 614
• É o agente económico que transforma factores produtivos e 
bens intermédios em bens;
– os bens são o resultado da actividade de produção, i.e., da 
combinação e transformação de factores e bens intermédios;
– note-de que os bens intermédios são também o resultado de um 
processo de produção:
• também eles resultam da combinação de factores e bens intermédios.
• O objectivo último da empresa é a maximização do lucro 
económico total, a diferença entre:
– receitas: que resultam da venda dos seus produtos; e
– custos: resultado do consumo dos factores produtivos e bens 
intermédios utilizados na produção.
2
Lucro Económico
Microeconomia II – Nuno Moutinho – moutinho@fep.up.pt – Gab. 614
• O lucro económico distingue-se do lucro contabilístico na
medida em que o primeiro considera o custo de
oportunidade - por exemplo, o valor do trabalho do
proprietário no seu melhor uso alternativo ou a renda de
instalações que o proprietário detém. Assim, há custos
imputados que têm que ser acrescentados aos custos
explícitos (contabilísticos), isto é, há que somar os custos
de oportunidade de todos os factores produtivos.
• O lucro económico total é o rendimento que resta após o
pagamento dos factores produtivos utilizados:
Lucro Total (LT) = Receita Total (RT) – Custo Total (CT)
Já analisámos os Custos, faltam as Receitas…
Análise da Receita Total
Microeconomia II – Nuno Moutinho – moutinho@fep.up.pt – Gab. 614
• A receita total corresponderá ao produto entre o preço e a
quantidade. Mas o preço pode depender da quantidade vendida!
• Para se desenvolver esta análise, é necessário conhecer a
curva da procura específica da empresa, isto é, a curva da
procura que a empresa enfrenta que, por sua vez, só coincidirá
com a curva da procura de mercado, caso seja a única empresa
a abastecer o mercado (monopólio).
• A curva da procura específica da empresa traduz a quantidade
procurada do seu próprio produto, para cada nível de preço
cobrado. A partir desta função, é possível deduzir a função
receita total que traduz a receita total resultante de cada volume
de produção.
RT = P(Q) x Q
3
Análise da Receita Total
Microeconomia II – Nuno Moutinho – moutinho@fep.up.pt – Gab. 614
P
10
7,5
5
2,5
0
25 50 75 100 Q
A (E=oo)
B (E>1)
RT = 250
M (E =1)
C (E<1)
H (E=0)
P = 10-0,1Q
F
G
RT
250
0 25 50 75 100 Q
M’
H
• Quando o preço baixa (sobe), a
quantidade procurada aumenta
(diminui). Dado que o preço e a
quantidade variam em sentido
contrário, a RT [P(Q)xQ] pode
aumentar, diminuir ou não variar.
• Consideremos uma diminuição
no preço. O efeito sobre a RT
depende da relação entre o
aumento percentual na
quantidade e a redução percentual
no preço. Se o aumento
percentual na quantidade for
maior (menor) que a diminuição
percentual no preço, a RT
aumenta (diminui).
Análise da Receita Total
Microeconomia II – Nuno Moutinho – moutinho@fep.up.pt – Gab. 614
P
10
7,5
5
2,5
0
25 50 75 100 Q
A (E=oo)
B (E>1)
RT = 250
M (E =1)
C (E<1)
H (E=0)
P = 10-0,1Q
F
G
RT
250
0 25 50 75 100 Q
M’
H
• quando a procura é elástica em relação
ao preço, uma redução (aumento) no
preço aumenta (diminui) a RT;
• quando a procura é rígida em relação ao
preço, uma redução (aumento) no preço
reduz (aumenta) a RT;
• quando a procura tem elasticidade
unitária, uma redução ou aumento no
preço não tem qualquer efeito na RT.
Ou:
• a porção da curva da RT com inclinação
positiva corresponde à porção da curva da
procura em que esta é elástica em relação
ao preço;
• a porção da curva da RT com inclinação
negativa corresponde à porção da curva
da procura em que esta é rígida em
relação ao preço;
• a RT máxima corresponde ao ponto em
que a elasticidade preço da procura é
unitária.
4
Elasticidade Preço da Procura e as Funções Receita Média e Marginal
Microeconomia II – Nuno Moutinho – moutinho@fep.up.pt – Gab. 614
( ) ( ) ( )
( ) ( ) ( ) ( )
11 1 P
D
Q P Q P QRTRmg P Q QQ Q Q
P Q QRmg P Q P QQ P Q ε
∂ ⋅  ∂∂  
= = = + ⋅ ⇔
∂ ∂ ∂
 ∂  
⇔ = + ⋅ = −   ∂   
( ) ( ) ( )
( ) ( ) ( )( )
11 P P
D D
P
DP
D
P Q
Rmg P Q Rmg P Q
P Q P Q
P Q Rmg
P Q Rmg
ε ε
ε
ε
 
= − ⇔ = − ⇔ 
 
⇔ = − ⇔ =
−
Ou:
Estruturas de Mercado
Estrutura de 
mercado
Produtores Consumidores Produto
Concorrência perfeita muitos e pequenos 
produtores
muitos homogéneo
Monopólio um único produtor muitos
Concorrência
monopolística
muitos e pequenos 
produtores
muitos diferenciado
Oligopólio poucos produtores muitos substitutos 
próximos
Monopsónio um único 
consumidor
Oligopsónio poucos 
consumidores
Monopólio bilateral um único produtor um único 
consumidor
Microeconomia II – Nuno Moutinho – moutinho@fep.up.pt – Gab. 614
5
Microeconomia II – Nuno Moutinho – moutinho@fep.up.pt – Gab. 614
Concorrência
Perfeita
Características da estrutura de mercado de concorrência perfeita
Microeconomia II – Nuno Moutinho – moutinho@fep.up.pt – Gab. 614
• existem muitos produtores e consumidores (são negligenciáveis
individualmente):
�cada produtor ou consumidor individual é incapaz de influenciar o
mercado (produtores e consumidores são price-takers), mas:
�o conjunto de todos esses agentes determina a oferta e a procura de
mercado (o conjunto deles afectam o mercado e o seu equilíbrio)
• o produto é homogéneo, ou seja, o produto vendido por uma
empresa é um substituto perfeito do produto vendido por outra
qualquer empresa do mesmo mercado
• todos os agentes que participam no mercado têm informação
perfeita sobre os elementos relevantes.
• existe livre mobilidade de recursos e não há barreiras à entrada: se
uma firma detectar uma oportunidade de negócio num determinado
mercado, então tem a possibilidade de contratar os factores de
produção e entrar nesse mercado.
6
Empresa como Price-Taker
Microeconomia II – Nuno Moutinho – moutinho@fep.up.pt – Gab. 614
O preço é formado no mercado e constitui um dado para a empresa. Assim, se, por
exemplo, uma determinada empresa decidir aumentar a quantidade oferecida, o
preço de mercado não se altera; porém, se todas fizerem o mesmo, o preço de
mercado diminui. Ao preço de mercado, a empresa vende a quantidade que quer.
Assim, a curva da procura de mercado é negativamente inclinada, mas a curva de
procura com que se depara cada empresa individual é horizontal (logo, a receita total
é linear).
X
P
D
x
P
d = Rmd = RmgPm
S
Pm
Lucro normal e supranormal
Microeconomia II – Nuno Moutinho – moutinho@fep.up.pt – Gab. 614
O lucro normal constitui a remuneração normal do empresário pela
utilização do seu factor produtivo (capacidade empresarial), podendo
ser visto como um custo de oportunidade. Como tal, está incluído na
função custo da empresa, sendo deduzido à receita total para
determinar o lucro económico.
O lucro supranormal representa os ganhos que a empresa
eventualmente obtenha depois de remunerar todos os factores
produtivos. É, por isso, considerado um ganho extraordinário.
Quando se fala em maximização do lucro, estamos a falar da
maximização do lucro supranormal, dado que o lucro normal
constitui a remuneração de um factor produtivo e, portanto, deve ser
considerado um custo.
7
A Função Lucro Total
Microeconomia II – Nuno Moutinho – moutinho@fep.up.pt – Gab. 614
Condição de maximização do lucro económico (ou supra-normal)
A função lucro total é deduzida a partir da função receita total e da 
função custo total e traduz o lucro económico total resultante de cada 
volume de produção. Geometricamente, o lucro total correspondeà 
distância vertical (para cada volume de produção) entre a função 
receita total e a função custo total:
u.m.
X1 X2 X
RT
CT
Condições de Maximização do Lucro
Microeconomia II – Nuno Moutinho – moutinho@fep.up.pt – Gab. 614
Condição de 1ª ordem:
dX
dpi
= 0 ⇔ 
dX
dRT
-
dX
dCT
= 0 ⇔ P = Cmg 
Condição de 2ª ordem:
2
2
dX
d pi
< 0 ⇔ 
dX
dCmg
> 0 A maximização do lucro acontece na 
fase crescente do custo marginal
A B
Cmg
P
Cmg
Pm
P
Cmg
X1 X2 X
Pm
CT
X1 X2 X
A e B verificam a condição de 1ª ordem
mas só B verifica a condição de 2ª ordem.
A corresponde ao mínimo lucro e B ao
máximo lucro.
8
Interpretação económica da situação de equilíbrio
Microeconomia II – Nuno Moutinho – moutinho@fep.up.pt – Gab. 614
• a empresa deve produzir até que P (Rmg) = Cmg, ou seja, até que a receita
adicional que se obtém pela venda de uma unidade adicional de produto iguale o
custo de produzir essa unidade adicional;
• se P (Rmg) > Cmg, aquilo que se obtém pela venda de uma unidade adicional de
produto é superior ao custo de produzir essa unidade adicional, pelo que compensa
produzir mais uma unidade (a última unidade vendida proporcionar-lhe-ia um
acréscimo de receita superior ao acréscimo de custo, pelo que deveria aumentar a
quantidade produzida);
• se P (Rmg) < Cmg, aquilo que se obtém pela venda de uma unidade adicional de
produto é inferior ao custo de produzir essa unidade adicional, pelo que a empresa
deve diminuir a produção (a última unidade vendida proporcionar-lhe-ia um
acréscimo de receita inferior ao acréscimo de custo, pelo que deveria reduzir a
quantidade produzida).
• se o Cmg for crescente e dado que a Rmg é constante e igual ao preço de
mercado, antes do equilíbrio, a Rmg > Cmg, logo deve aumentar-se a quantidade
de equilíbrio e depois do equilíbrio Rmg < Cmg, pelo que se deve diminuir a
quantidade produzida.
Limiar de Encerramento da Empresa
Microeconomia II – Nuno Moutinho – moutinho@fep.up.pt – Gab. 614
A condição de maximização do lucro dá-nos o output que leva a empresa a
auferir o máximo lucro. Mas nada garante que a empresa esteja a ter lucros
económicos. Se P<CTM, a empresa tem prejuízos. Deve produzir?
Relembrar: 
O lucro normal constitui a remuneração normal do empresário pela utilização
do seu factor produtivo (capacidade empresarial), podendo ser visto como um
custo de oportunidade. Como tal, está incluído na função custo da empresa, sendo
deduzido à receita total para determinar o lucro económico.
O lucro supranormal representa os ganhos que a empresa eventualmente
obtenha depois de remunerar todos os factores produtivos. É, por isso, considerado
um ganho extraordinário. Quando se fala em maximização do lucro, estamos a
falar da maximização do lucro supranormal, dado que o lucro normal constitui a
remuneração de um factor produtivo e, portanto, deve ser considerado um custo.
9
Equilíbrio de Período Curto
Microeconomia II – Nuno Moutinho – moutinho@fep.up.pt – Gab. 614
Rmd=Rmg=p3
CVM
CmgCP
X
$
CFM
CTM
X3
p3
P = p3 Condição de maximização do lucro ⇒ Cmg = p3 ∧ Cmg’>0 ⇒X* = X3 
Receita Total•
•
Equilíbrio de Período Curto
Microeconomia II – Nuno Moutinho – moutinho@fep.up.pt – Gab. 614
CVM
CmgCP
X
$
CFM
CTM
X3
p3 Rmd=Rmg=p3
P = p3 Condição de maximização do lucro ⇒ Cmg = p3 ∧ Cmg’>0 ⇒X* = X3 
Custo Total•
•
10
Equilíbrio de Período Curto
Microeconomia II – Nuno Moutinho – moutinho@fep.up.pt – Gab. 614
CVM
CmgCP
X
$
CFM
CTM
X3
p3 Rmd=Rmg=p3
P = p3 Condição de maximização do lucro ⇒ Cmg = p3 ∧ Cmg’>0 ⇒X* = X3 
Lucro Total > 0 (Lucros supranormais) •
•
⇒ Empresa produz 
Equilíbrio de Período Curto
Microeconomia II – Nuno Moutinho – moutinho@fep.up.pt – Gab. 614
CVM
CmgCP
X
$
CFM
CTM
X2
p2 Rmd=Rmg=p2
P = p2 Condição de maximização do lucro ⇒ Cmg = p2 ∧ Cmg’>0 ⇒X* = X2 
Receita Total•
•
11
Equilíbrio de Período Curto
Microeconomia II – Nuno Moutinho – moutinho@fep.up.pt – Gab. 614
CVM
CmgCP
X
$
CFM
CTM
X2
p2 Rmd=Rmg=p2
P = p2 Condição de maximização do lucro ⇒ Cmg = p2 ∧ Cmg’>0 ⇒X* = X2 
Custo Total = Receita Total•
•
Lucro Normal ⇒ Empresa produz ⇒
Equilíbrio de Período Curto
Microeconomia II – Nuno Moutinho – moutinho@fep.up.pt – Gab. 614
CVM
CmgCP
X
$
CFM
CTM
X1
p1 Rmd=Rmg=p1
X
P = p1 Condição de maximização do lucro ⇒ Cmg = p1 ∧ Cmg’>0 ⇒X* = X1 
Receita Total•
•
12
Equilíbrio de Período Curto
Microeconomia II – Nuno Moutinho – moutinho@fep.up.pt – Gab. 614
CVM
CmgCP
X
$
CFM
CTM
X1
p1 Rmd=Rmg=p1
P = p1 Condição de maximização do lucro ⇒ Cmg = p1 ∧ Cmg’>0 ⇒X* = X1 •
Custo Total•
Equilíbrio de Período Curto
Microeconomia II – Nuno Moutinho – moutinho@fep.up.pt – Gab. 614
CVM
CmgCP
X
$
CFM
CTM
X1
p1 Rmd=Rmg=p1
P = p1 Condição de maximização do lucro ⇒ Cmg = p1 ∧ Cmg’>0 ⇒X* = X1 •
Prejuízos Económicos• Será que a empresa deve encerrar? ⇒
13
Equilíbrio de Período Curto
Microeconomia II – Nuno Moutinho – moutinho@fep.up.pt – Gab. 614
CVM
CmgCP
X
$
CFM
CTM
X1
p1 Rmd=Rmg=p1
P = p1 Condição de maximização do lucro ⇒ Cmg = p1 ∧ Cmg’>0 ⇒X* = X1 •
Custos Fixos•
Se a empresa encerrar, tem 
que suportar os custos fixos, 
que neste caso são 
superiores aos prejuízos
⇒ ⇒ Empresa produz 
Equilíbrio de Período Curto
Microeconomia II – Nuno Moutinho – moutinho@fep.up.pt – Gab. 614
CVM
CmgCP
X
$
CFM
CTM
X0
p0 Rmd=Rmg=p0
•
P = p0 Condição de maximização do lucro ⇒ Cmg = p0 ∧ Cmg’>0 ⇒X* = X0 •
Prejuízos Económicos = Custos Fixos• ⇒ É indiferente produzir ou 
encerrar
14
Limiar de Encerramento da Empresa
Microeconomia II – Nuno Moutinho – moutinho@fep.up.pt – Gab. 614
A condição de maximização do lucro dá-nos o output que garante o
máximo lucro. Se P < CTM, a empresa tem prejuízo. Deve produzir? No
curto prazo, a empresa suporta custos fixos e custos variáveis se produzir,
mas se não produzir, a empresa continua a suportar os custos fixos.
Significa que, mesmo que a empresa não produza, a empresa incorre num
prejuízo equivalente ao valor dos custos fixos.
Logo, no curto prazo, a empresa deve encerrar se:
LT < -CFT⇔ RT-CVT-CFT < -CFT⇔ RT < CVT ⇔ P < CVM
Como P=Cmg e Cmg<CVM antes do mínimo deste → P < min CVM
(Limiar de encerramento no curto prazo)
No longo prazo, dado que a empresa não suporta custos fixos, então
deve encerrar se suportar qualquer prejuízo:
LT < 0 ⇔ RT < CTpl⇔ P < Cmdpl
(Limiar de encerramento no longo prazo = Limiar de rentabilidade)
Curva da Oferta Individual de Curto Prazo
Microeconomia II – Nuno Moutinho – moutinho@fep.up.pt – Gab. 614
• determinar o nível de output que garante o máximo lucro (X*)
(condição de maximização do lucro):




>
∂
∂
=
⇒pi 0
X
Cmg
CmgP
 Max X
Logo, em concorrência perfeita, a empresa competitiva escolhe o
montante de output para o qual o custo marginal iguala o preço de
mercado.
• decidir se é mais rentável produzir X* ou não produzir (Limiar de 
encerramento).
Não deve produzir se P < min CVM
No curto prazo, a empresa de concorrência perfeita irá:
15
Curva da Oferta Individual de Curto Prazo
Microeconomia II – Nuno Moutinho – moutinho@fep.up.pt – Gab. 614
CP
i
0 in CVMS :
: min CVM
S
S
CP
q P m
q P Cmg P
 = ⇐ <

= ⇐ ≥
Geometricamente, a curva da oferta da empresa de curto prazo em 
Concorrência Perfeita corresponde à curva de Cmg acima no 
mínimo do CVM.
CVM
CmgCP
X
$
CFM
CTM
X1
Si
P1
Equilíbrio da indústria no curto prazo
Microeconomia II – Nuno Moutinho – moutinho@fep.up.pt – Gab. 614
CP
D S D iQ =Q Q =n S⇔×
O equilíbrio da indústria no período curto será determinado pelo
confronto entre a curva da procura e a curva da oferta de período
curto.
Deste modo, para cada nível de preços (dado pelo mercado) a
quantidade de equilíbrio de cada empresa pode ser vista na curva de
custo marginal.
CVM
CmgCP
q
$
CTM
q1 Q
$
n.q1
P1P1
S 
Empresa Mercado
q2 n.q2
P2P2
D 
16
Excedente do Produtor de Curto Prazo da Empresa
Microeconomia II – Nuno Moutinho – moutinho@fep.up.pt – Gab. 614
P
q*
p*
Cmgpc
( )
*
0
 
q
cmg q dq∫
O preço é definido pelo mercado. A empresa típica aceita o preço e maximiza o seu
lucro, produzindo q*. Por cada unidade adicional vendida, o produtor incorre num
custo indicado pelo custo marginal, obtendo-se um valor agregado representado no
gráfico da empresa típica e definido analiticamente por:
D
Q
P
Q*
p*
S
Excedente do Produtor de Curto Prazo da Empresa
Microeconomia II – Nuno Moutinho – moutinho@fep.up.pt – Gab. 614
P
q*
p*
Cmgpc
* *p q×A empresa acaba por vender todas as q* unidades ao mesmo preço:
Esta é a sua receita total.
D
Q
P
Q*
p*
S
17
Excedente do Produtor de Curto Prazo da Empresa
Microeconomia II – Nuno Moutinho – moutinho@fep.up.pt – Gab. 614
Cmg
q*
p*
Cmgpc
( )
*
* *
0
 - 
q
EP p q cmg q dq= × ∫
Assim, por cada unidade do bem que vende, o produtor beneficia de um excedente
correspondente à diferença entre a quantia que efectivamente recebe por essa
unidade e o que estaria disposto a receber por ela (custo marginal). O excedente do
produtor corresponderá então à área do gráfico abaixo indicada e definido
analiticamente por:
D
Q
P
Q*
p*
S
Excedente do Produtor de Mercado 
Microeconomia II – Nuno Moutinho – moutinho@fep.up.pt – Gab. 614
Cmg
q*
p*
Cmgpc
É o resultado da agregação do excedente do
produtor de todas as empresas.
D
Q
P
Q*
p*
S
18
Excedente do consumidor
Microeconomia II – Nuno Moutinho – moutinho@fep.up.pt – Gab. 614
Cmg
q*
p*
Cmgpc
D
Q
P
Q*
p*
S
( )
*
* *
0
 
q
EC p q dq p q= − ⋅∫
Da mesma forma, por cada unidade do bem que adquirem, os consumidores
beneficiam de um excedente correspondente à diferença entre o que estariam
dispostos a pagar por ela e aquilo que efectivamente paga.
O excedente do consumidor do mercado, a agregação de todos estes valores,
corresponderá então à área do gráfico abaixo indicada. Relativamente às
quantidades de equilíbrio produzidas por cada empresa, o excedente do
consumidor será definido analiticamente por:
Maximização do Bem-estar Social
Microeconomia II – Nuno Moutinho – moutinho@fep.up.pt – Gab. 614
A Função bem-estar social corresponderá à agregação do excedente 
do consumidor com o excedente do produtor, admitindo a não 
intervenção do Estado:
w = EC + EP =
( ) ( ) ( ) ( )
* *
* *
0 0
* *
* *
0 0
 - - 
q qq q
p q dq p q p q dqp q cmg q dq cmg q dq− ⋅× + =∫ ∫∫ ∫
Usando a condição de 1ª ordem de maximização do bem-estar 
social (w):
( ) ( )p q cmg q=
O valor atribuído à última unidade transaccionada no mercado feita 
pelos consumidores é igual ao valor atribuído à última unidade 
transaccionada no mercado pelos produtores.
Logo, o mercado perfeitamente concorrencial garante a maximização 
do bem-estar social.
19
Maximização do Bem-estar Social
Microeconomia II – Nuno Moutinho – moutinho@fep.up.pt – Gab. 614
Logo, o mercado perfeitamente concorrencial garante a maximização 
do bem-estar social. A área a azul escuro representa o excedente do 
produtor e a área a azul claro o do consumidor. A soma de ambas 
representa a função bem-estar social.
D
P
Q*
p*
S
O Equilíbrio da Empresa no Longo Prazo
Microeconomia II – Nuno Moutinho – moutinho@fep.up.pt – Gab. 614
No longo prazo, a empresa pode fazer ajustamentos na quantidade utilizada de todos
os factores de produção (todos os factores são variáveis), o que significa que apenas
existem custos variáveis. Significa então que a empresa prefere não produzir se não
registar, no mínimo, um lucro normal (LT=0). Consequentemente, o limiar de
encerramento coincide com o limiar de rentabilidade.
Então, no longo prazo, a empresa competitiva (Condição de maximização do lucro):
Escolhe a quantidade óptima X*: P=CmgLP
Se, para X*: (Condição de encerramento de LP)
P ≥ min CmdLP (LT≥0), então permanece do mercado;
P < min CmdLP (LT<0), então sai do mercado.
Situação de equilíbrio da empresa em período longo é diferente da situação de
equilíbrio da indústria de período curto.
- Quando uma empresa está em equilíbrio de período longo também está em
equilíbrio de período curto.
- Um empresa pode estar em equilíbrio de período curto e não estar em equilíbrio no
período longo.
20
O Equilíbrio da Empresa no Longo Prazo
Microeconomia II – Nuno Moutinho – moutinho@fep.up.pt – Gab. 614
Q 0
CTM(Q,K1)
CTM(Q,K3)
Q1 Q2 Q3
Cmdpl(Q)
Cmgpl(Q)
•
•
•
•
CMg(Q,K1) CMg(Q,K3)
u.m. A empresa que se encontra na
dimensão 1, está a maximizar os
lucros em período curto, a ter
lucros supranormais (área marcada
no gráfico) ao produzir Q1, mas
pode ter mais lucros se se ajustar a
sua dimensão.
O mesmo acontece, àquele preço,
se produzir na chamada dimensão
óptima (mínimo do Cmd de
período longo, neste caso, usar a
dimensão 2 na produção de Q2):
está a ter lucros supranormais, mas
não está a minimizar os seus custos
de produção; poderá aumentar os
lucros e minimizar os custos de
produção.
CTM(Q,K2)
CMg(Q,K2)
• •p*
•
Microeconomia II – Nuno Moutinho – moutinho@fep.up.pt – Gab. 614
Q 0
CTM(Q,K1) CTM(Q,K3)
Q1 Q2 Q3
Cmdpl(Q)
Cmgpl(Q)
•
•
•
•
CMg(Q,K1) CMg(Q,K3)
u.m.
Dado que, no longo prazo, a
empresa pode ajustar todos
os factores produtivos, então
deve escolher a dimensão 3 e
produzir Q3, por forma a
maximizar o seu lucro (área
marcada no gráfico)
CTM(Q,K2)
CMg(Q,K2)
• •p*
O Equilíbrio da Empresa no Longo Prazo
21
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Q 0
CTM(Q,K1) CTM(Q,K3)
Q1 Q2 Q3
Cmdpl(Q)
Cmgpl(Q)
•
•
•
•
CMg(Q,K1) CMg(Q,K3)
u.m.
Mera curiosidade: lucro 
ganho por se ter escolhido a 
dimensão 3 e não a 1 (área 
marcada no gráfico).
CTM(Q,K2)
CMg(Q,K2)
• •p*
O Equilíbrio da Empresa no Longo Prazo
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Q 0
CTM(Q,K1)
CTM(Q,K3)
Q1 Q3
Cmdpl(Q)
Cmgpl(Q)
•
•
•
CMg(Q,K1) CMg(Q,K3)
u.m.
O mercado estabelece um preço de 
equilíbrio tal que, se a empresa estiver 
a utilizar a dimensão 1 no curto prazo, 
produz Q1 e aufere lucros normais. No 
entanto, no longo prazo, escolherá a 
dimensão 3, produzirá Q3 e os lucros 
passam a ser supranormais.
p*
•
•
O Equilíbrio da Empresa no Longo Prazo
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Q 0
CTM(Q,K1)
CTM(Q,K3)
Q1 Q3
Cmdpl(Q)
Cmgpl(Q)
•
CMg(Q,K1)
CMg(Q,K3)
u.m.
Se o mercado ditar este preço de 
equilíbrio e a empresa estivesse, no 
período curto, a utilizar a dimensão 3, 
então teria prejuízos (ver área a 
vermelho) ao produzir Q3 (quantidade 
maximizadora do lucro). No longo 
prazo, escolheria a dimensão 1 e 
passaria a produzir Q1, auferindo lucros 
supranormais (área a azul).
•
•
•
•
•
p*
O Equilíbrio da Empresa no Longo Prazo
O Equilíbrio da Empresa no Longo Prazo
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LP
i
min 
S :
: min 
Cmd
Cmd
 = ⇐ <

= ⇐ ≥
S
LP
S
LP LP
q 0 P
q P Cmg P
No longo prazo, a curva da oferta da 
empresa corresponde à curva de Cmg 
acima no mínimodo CmdLP.
Dado que, no longo prazo, a empresa pode ajustar todos os factores
produtivos, então consegue produzir as mesmas quantidades a um
menor custo. Significa então que a curva da oferta individual de
longo prazo é menos inclinada que a curva da oferta individual no
curto prazo.
23
Equilíbrio da Indústria no Longo Prazo
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No longo prazo, há livre entrada e saída de empresas no mercado
↓
• as empresas só permanecerão no mercado se não tiverem prejuízos;
se houver saída de empresas, a oferta diminui, provocando uma
subida do preço do mercado até ao limiar de rentabilidade
• se o preço estiver acima do limiar de rentabilidade, as empresas
instaladas auferem lucros supranormais, o que vai atrair novas
empresas para o mercado; essa entrada de novas empresas vai
provocar um aumento da oferta e, logo, uma diminuição do preço de
mercado que só cessará quando o lucro for nulo.
Condições de equilíbrio da indústria em período longo:
- todas as empresas estão em equilíbrio de longo prazo, isto é, a
maximizar os lucros relativamente às curvas de custo de período
longo (P=Cmgpl);
- não existir incentivo para a entrada e saída de empresas.
Equilíbrio da Indústria no Longo Prazo
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Se LT > 0 ⇒ entrada de empresas no mercado ⇒ expansão da oferta 
⇒ descida do preço de equilíbrio de mercado ⇒ � LT
Se LT < 0 ⇒ saída de empresas do mercado ⇒ contracção da oferta 
⇒ aumento do preço de equilíbrio de mercado ⇒ � LT
Assim, no longo prazo, o equilíbrio da indústria corresponde à 
igualdade: 
P=min CmdPL (LT=0): é o único preço compatível com a estabilidade 
do número de empresas e o equilíbrio da empresa no longo prazo.
24
A Função Oferta da Indústria a Custos Constantes no Longo Prazo
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No longo prazo, a 
função oferta da 
indústria é uma linha 
horizontal ao nível 
do mínimo custo 
médio de longo 
prazo. 
Tal como no caso da oferta individual, a curva da oferta da indústria
no longo prazo é menos inclinada (mais elástica) do que a existente
no curto prazo.
Q
Slp ⇔ P = min Cmdlp
Scp
u.m.
D D'
E''E
E'
S'cp
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Se a curva da oferta da empresa é mais elástica a longo prazo, a
curva da oferta de mercado ainda o será mais, já que o facto do
número de empresas a laborar no mercado poder variar, ainda torna a
oferta de mercado mais sensível a variações no preço. O equilíbrio
da indústria no período longo será determinado pelo confronto entre
a curva da procura e a curva da oferta de período longo.
Q
Slp ⇔ P = min Cmdlp
Scp
u.m.
D D'
E''E
E'
S'cp
A Função Oferta da Indústria a Custos Constantes no Longo Prazo
25
Efeitos da Deslocação da Função Procura numa Indústria a Custos Constantes
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Admitamos que o mercado está em equilíbrio no longo prazo. Admitamos ainda que há
um aumento da procura de D para D’. Então:
• no curto prazo, P = P2, (E→E’) e a quantidade óptima é X2 (P2=Cmgcp), sendo o lucro
supranormal;
• no longo prazo, os lucros supranormais são um incentivo à entrada de empresas,
registando-se uma expansão da oferta e, portanto, uma descida do preço, até que este
volte ao nível inicial e os lucros económicos sejam nulos (E’’). Assim, no longo prazo,
o preço mantém-se, assim como a quantidade produzida por cada empresa. A
quantidade transaccionada no mercado aumenta, o que é possível devido ao aumento do
nº de empresas. No fundo, o nº de empresas é a variável de ajustamento.
Aplicação: Impostos / Subsídios
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O modelo de concorrência perfeita permite apreender de que forma os 
mercados respondem a alterações nas condições económicas, como é o 
caso do lançamento de um imposto / subsídio.
Os impostos / subsídios podem distinguir-se entre:
• lump sum (ou de soma fixa): são independentes do nível do output
e, como tal, não distorcem a eficiência da economia;
• específico (ou unitário): corresponde a um montante fixo por
unidade de produto (são proporcionais à quantidade);
• ad valorem: resultam da aplicação de uma taxa sobre o valor da
transacção (exemplo: IVA). Serão referidos quando for leccionada a
matéria de monopólio.
Para garantir clareza na exposição, e porque a extensão aos subsídios é
directa, só irei referir o caso dos impostos.
26
Efeitos do Imposto Fixo Sobre o Equilíbrio da Indústria
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Efectuando a análise dos seus efeitos pela via da oferta, este imposto tem a 
natureza de um custo quase fixo: é invariável com a quantidade produzida, mas 
quando decide não produzir, a empresa não paga o imposto. Como é afectado o 
equilíbrio da indústria?
• No curto prazo, porque a função Cmg não se altera, então a oferta individual e da 
indústria não se altera, pelo que a quantidade e o preço de equilíbrio são os 
mesmos, só se reduzindo o lucro das empresas. O imposto é pago à custa do 
excedente do produtor. 
CVM= CVM’
CmgPC = Cmg’PC
q
$
CTM
Q
$
SPC
Empresa Mercado
q* n.q*
P*
D 
CTM’
• •
Efeitos do Imposto Fixo Sobre o Equilíbrio da Indústria
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Suponhamos que a indústria está em equilíbrio de longo prazo e é lançado um
imposto fixo. No curto prazo, como cada empresa produz o mesmo ao mesmo
preço (o que garante o lucro normal antes do lançamento do imposto), passa a ter
prejuízos. O número de empresas existentes no mercado diminuirá, ajustando-se ao
novo mínimo do custo médio de período longo (ao novo limiar de rentabilidade).
Assim, no novo equilíbrio, existirão menos empresas, cada uma delas produzindo
mais (se bem que em termos agregados a quantidade transaccionada diminua) e
vendendo a um preço mais elevado.
CmgPL = Cmg’PL
q
$
Q
$
S’PL
Empresa Mercado
n2.q2*
p2*
D 
CmdPL’
CmdPL
S PL
n1.q1*q2*q1*
p1*
27
Preâmbulo à Análise dos Efeitos do Imposto Específico
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A análise dos efeitos do imposto específico pode ser feita pela via da oferta ou da
procura, usando a relação:
em que pc designa o preço que o consumidor paga e pp preço que o produtor recebe.
Quando é introduzido um imposto específico, o preço que o consumidor paga deixa
de ser igual ao preço que o produtor recebe. A quantidade oferecida de um bem
representa a quantidade que os produtores podem e desejam vender em função do
preço que recebem, ceteris paribus. A quantidade procurada de um bem representa a
quantidade que os consumidores podem e desejam comprar em função do preço que
terão que pagar, ceteris paribus. Assim, o equilíbrio após o lançamento do imposto
específico só poderá ser determinado depois de manipular ou a função oferta ou a
função procura:
• Análise via oferta – a quantidade oferecida terá que aparecer em função do preço
que o consumidor paga (a função oferta desloca-se paralelamente para a esquerda e
para cima).
• Análise via procura – a quantidade procurada terá que aparecer em função do preço
que o produtor recebe (a função procura desloca-se para baixo e para a esquerda)
c pp p t= +
Efeitos do Imposto Específico Sobre o Equilíbrio da Indústria
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CVM
Cmg’PC
q
$
CTM
Q
$
SPC
Empresa Mercado
D 
CTM’
CmgPC
CVM’
t
t
n.q2* n.q1*q2*q1*
•
•
•
•
S’PC
Efectuando a análise dos seus efeitos pela via da oferta, no curto prazo, o
lançamento de um imposto unitário faz deslocar o custo médio e o custo marginal
paralelamentepara cima. A oferta de período curto da indústria diminui (desloca-
-se para a esquerda e para cima), o que faz com que o preço pago pelo consumidor
(pc2*) aumente e que o preço recebido pelo produtor diminua (pp2*). A quantidade
transaccionada no mercado diminui, assim como a quantidade produzida por cada
empresa.
p1*
pc2*
pp2*
28
Efeitos do Imposto Específico Sobre o Equilíbrio da Indústria
Microeconomia II – Nuno Moutinho – moutinho@fep.up.pt – Gab. 614
CVM
q
$
CTM
Q
$
SPC
Empresa Mercado
D (preço que o consumidor 
paga) 
CmgPC
t
n.q2* n.q1*q2*q1*
•
•
•
•
D’ (preço que o produtor 
recebe) 
Fazendo a mesma análise pelo lado da procura, no curto prazo, o lançamento de um
imposto unitário faz deslocar a função procura para baixo e para a esquerda pelo
montante do imposto unitário (t), por forma a que o equilíbrio indique o preço que o
produtor recebe. Esse preço de equilíbrio (pp2*) e a quantidade transaccionada no
mercado são agora menores. A esse novo preço de equilíbrio, a empresa maximiza o
seu lucro, diminuindo a sua quantidade produzida. O preço que o consumidor paga é
maior (pc2*), pelo que a carga fiscal é repartida por produtores e consumidores,
dependendo essa repartição das diferentes elasticidades-preço.
p1*
pc2*
pp2*
Efeitos do Imposto Específico Sobre o Equilíbrio da Indústria
Microeconomia II – Nuno Moutinho – moutinho@fep.up.pt – Gab. 614
CmgPL
q
$
Q
$
S’PL
Empresa Mercado
n2.q1*
p2*
D 
CmdPL’
CmdPL
S PL
n1.q1*q1*
p1*
•
•
Cmg’PL
Se a indústria está em equilíbrio de longo prazo e é lançado um imposto específico,
então cada empresa enfrenta prejuízos. O número de empresas existentes no mercado
ajustar-se-á ao novo mínimo do custo médio de período longo (ao novo limiar de
rentabilidade). Resolvendo o novo equilíbrio pelo lado da oferta, como a função de
custo médio de período longo se desloca paralelamente para cima, a quantidade
produzida por cada empresa mantém-se (apesar da quantidade transaccionada no
mercado diminuir). O preço recebido pelos produtores é o mesmo (p1*): no longo
prazo, os consumidores suportam inteiramente o imposto específico.
29
Efeitos do Imposto Específico Sobre o Equilíbrio da Indústria
Microeconomia II – Nuno Moutinho – moutinho@fep.up.pt – Gab. 614
CmgPL
q
$
Q
$
Empresa Mercado
n2.q1*
p2*
CmdPL’
CmdPL
S PL
n1.q1*q1*
p1*•
D (preço que o consumidor paga) 
(preço que 
o produtor 
recebe) 
D’
• •
Resolvendo o novo equilíbrio pelo lado da procura, a função procura desloca-se
paralelamente para baixo e para a esquerda pelo montante do imposto específico (t).
Sendo a oferta da indústria de período longo perfeitamente elástica (já que o
mecanismo de entrada/saída de empresas mantém o preço que garante o lucro
normal), o preço que o produtor recebe não se altera (e logo, a quantidade produzida
por cada empresa e maximizadora do seu lucro também não). O preço que o
consumidor paga aumenta exactamente pelo valor do imposto específico (t), pelo que
a quantidade transaccionada no mercado e o nº de empresas diminui.

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