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A Importância da Bíblia Sagrada

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AEAÛEPAR - AssociaçAo Educacional das 
Assembléias de Deus no Estado do Paraná
] MA D E P - Ins t i tu to E io l i c o das A sse m b le ia s de D e u t no 
E s tado do P a r e r a A v . Bras i l . S/N* E le t r o tu l - Cx. P o i t a l 
2 4 B H 5 9 BD -W P Gua lr a PH loneyFax ( A A ) 3 6 4 2 25BI / 
3 6 4 2 6 9 6 1 / 3 6 4 2 - 5 4 3 1 E m a i l : i b a d e p f l I b a d e p ccm 
Site: wis-r t. iPadeQ.cam
índice
Lição 1 - A B íb l ia ..................................................... 13
Lição 2 - 0 Cânon da B íb lia .................................... 41
Lição 3 - Inspiração B íb lica .................................... 69
Lição 4 - Revelação Bíblica .................................... 95
Lição 5 - Preservação e Tradução B íb l ic a ............ 125
Referências B ib liográ ficas......................................153
\
A Bíblia
Lição 1
"Cremos na inspiração divina e plena da Bíblia, 
bem como na sua infalibilidade e inerrância1, 
como única regra de fé normativa para a vida e 
o caráter cristão".
Leia (2Tm 3.14-17)
Nos primórdios da civilização o homem 
para viver em grupo necessitou de normas que 
regulasse os seus direitos e deveres. Surge assim, 
após diversas experiências, a constituição que, 
transgredida, priva o cidadão dos bens maiores: a 
vida, a liberdade, etc.
Semelhantemente no mundo espiritual, 
Deus estabeleceu a Bíblia Sagrada como fonte de 
vida. A Palavra de Deus liberta da escravidão do 
pecado os que vivem na mentira.
Horace Greeley assim define a importância 
da Bíblia: "É impossível escravizar mental ou
socialmente um povo que lê a Bíblia".
Os princípios bíblicos são os fundamentos 
da liberdade humana: "E conhecereis a verdade, e a 
verdade vos libertará" (Jo 8.32).
1 Que não pode errar; infalível. Não errante; fixo.
13
O conhecimento da Bíblia Sagrada posto 
em pratica, liberta o ser humano da escravidão do 
pecado, pois quem comete pecado é escravo do 
pecado.
Necessitamos da Bíblia, pois é alimento 
espiritual para nós: "Achando-se as tuas palavras, 
logo as comi, e a tua palavra foi para mim o gozo e 
alegria do meu coração; porque pelo teu nome me 
chamo, ó Senhor, Deus dos Exércitos" (Jr 15.16).
A Escritura é a segurança para 
caminharmos no mundo de trevas: "Lâmpada para os 
meus pés é a tua palavra e luz para o meu caminho" 
(SI 119.105). Muitos andam em trevas por não 
conhecerem a luz gloriosa de Deus.
A Bíblia é a maravilhosa biblioteca de Deus 
com sessenta e seis livros. É acima de tudo a 
verdade para o fatigado peregrino; é hábil, eficaz e 
vigoroso cajado.
Para os sobrecarregados e oprimidos pelos 
fardos da vida, ela é suave descanso; para os que 
foram feridos pelos delitos e pecados, é um bálsamo 
consolador. Aos aflitos e desesperados, sussurra 
uma alegre mensagem de esperança.
Para os desamparados e arrastados pelas 
tormentas da vida é uma âncora segura; para a 
solidão, é uma mão repousante [s ic]1 que acalma e 
tranqüiliza suas mentes.
O termo Bíblia não existe no texto das 
Sagradas Escrituras. O vocábulo "Bíblia" significa 
coleção de livros pequenos e deriva da palavra 
"biblos", nome dado pelos gregos à folha de papiro 
preparada para a escrita.
1 [Lat "assim".]. Adv. Palavra que se pospõe a uma citação, ou 
que nesta se intercala, entre parênteses ou entre colchetes, 
para indicar que o texto orig inal é bem assim, por errado ou 
estranho que pareça.
14
A palavra portuguesa Bíblia vem do grego, 
bíblia, que é o plural de "bíblion", livros. A 
expressão "Bíblia" foi aplicada às Sagradas
Escrituras por João Crisóstomo, patriarca de
Alexandria. Trata-se de uma coleção de livros 
perfeitamente harmônicos entre si.
Tais livros foram reunidos num só volume 
através de um longo processo histórico divinamente 
dirigido: a sua canonização; isto é, o reverente, 
criterioso e formal reconhecimento pela Igreja dos 
escritos divinamente inspirados do Antigo e do Novo 
Testamento.
Esse conjunto de escritos sagrados passou 
a denominar-se cânon ou escrituras canônicas.
A Bíblia é uma Dádiva de Deus
Deus, que antigamente falou "muitas vezes 
e de muitas maneiras aos pais" (Hb 1.1), queria que 
a sua Palavra não somente ficasse guardada pelos 
homens por meio da sua própria experiência com 
Deus e pela tradição falada, isto é, os pais contando 
aos seus filhos, etc.
Deus ordenou a Moisés: "Escreva isto para 
a memória em um livro" (Êx 17.14). Ordem esta que 
foi depois repetida durante 1.600 anos por um valor 
aproximado de 40 homens inspirados por Deus, e 
assim surgiu: "O livro de Deus" (Is 34.16), a
"Palavra de Deus" (Ef 6.17; Mc 7.13), "As Santas 
Escrituras" (Rm 1.2), que nós chamamos de Bíblia.
Os que escreveram os livros da Bíblia 
receberam as mensagens de diferentes maneiras. Às 
vezes Deus disse: "Escreve num livro todas as
palavras que eu tenho dito" (Jr 30.2; 36.2; Hc 
2.1,2). Muitas vezes os autores escreveram: "Veio a 
mim a palavra de Deus" (Jr 1.4), "palavras da vida 
para no-las dar" (At 7.38).
15
Isaías menciona 120 vezes o que o Senhor 
lhe fala; Jeremias 430; e Ezequiel 329 vezes. Outros 
registram acontecimentos como se escreve história 
(Ex 17.14 etc.).
Uns examinaram minuciosamente sobre o 
que deveriam escrever (Lc 1.3); outros receberam a 
mensagem por revelação (At 22.14-17; Gl 1.11,12, 
15,16; Ef 3.1-8; Dn 10.1), sonhos e visões (Dn 7.1; 
Ez 1.1, 2Co 12.1-3). Mas, escreveram o que 
receberam pela inspiração do Espírito Santo e 
podiam dizer: "O que recebi do Senhor também vos 
entreguei" (ICo 11.23; 15.3).
As Escrituras produz resultados práticos
indiscutíveis; têm influenciado civilizações,
transformado vidas e trazido luz, inspiração, 
conforto a milhões de pessoas. Nelas podemos
confiar a orientação integral de nossa vida e extrair 
os fundamentos do bem-estar e liberdade humana. O 
Senhor as estabeleceu como: regra, bússola,
alimento e fonte de bênçãos para a vida do crente.
Autenticidade Bíblica
A autenticidade da Bíblia é fundamentada 
na infalibilidade e inerrância. Os atributos da 
divindade são por ela revelados. Ela é autêntica em 
tudo, pois o próprio Deus é o seu autor, o Espírito 
Santo, o seu inspirador. Nela são autênticos e 
inerrantes as revelações e os fatos narrados.
O racionalismo se opõe vorazmente contra 
a autenticidade, infalibilidade e a autoridade da 
Bíblia. O ateísmo, assim como o racionalismo, jamais 
poderá ofuscar a autenticidade das Escrituras. O 
problema do ateu em não querer aceitar a Bíblia 
como Palavra de Deus está na forma como ele se 
comporta ao ler as Escrituras, pelo fato de não 
querer observar o que ela realmente esta dizendo.
16
Uma das principais afirmações da 
autenticidade da Bíblia é sustentada por Jesus, 
quando diz aos judeus que as Escrituras dão 
testemunho dEle (Jo 5.39).
As Escrituras revela sua autenticidade à 
menção de Jesus ao profeta Jonas, cujo livro foi 
escrito aproximadamente 790 anos antes de Cristo. 
Jesus afirma que Jonas esteve no ventre do grande 
peixe por três dias e três noites e que o profeta 
pregou aos ninivitas.
Portanto, tentar obscurecer a inerrância 
das Escrituras é no mínimo um ato grotesco! O 
Senhor Jesus Cristo confirmou a sua veracidade: 
"Santifica-os na verdade, a tua palavra é a verdade" 
(Jo 17.17).
Verificação \/
O Antigo Testamento declara-se escrito sob 
inspiração especial de Deus. A expressão "Deus 
disse" ou "disse Deus" - como forte indicador da 
chancela1 divina nos escritos sagrados é usada mais 
de 2.600 vezes na Bíblia. A Lei, os Salmos, os 
Profetas, os Evangelhos, as Epístolas, o Apocalipse - 
Antigo e Novo Testamento receberam de Deus sua 
inspiração.
O Novo Testamento cita as leis antigas e 
as menciona com harmonia. Por isso há uma 
diferença insondável entre a Bíblia e qualquer outro 
livro.Essa diferença deve-se à origem, à forma e à 
organização da Bíblia.
Escrita por um valor aproximado de 
quarenta autores, num período de mais ou menos 
1.600 anos, abrangendo uma variedade de tópicos, a
1 Marca ou sinal que merece confiança e, portanto, faz aceitar 
como boa uma afirmação, referência, etc.
17
Bíblia demonstra uma unidade de tema e propósito 
que só é possível explicar, considerando que há uma 
mente diretriz, uma única fonte inspiradora.
Quantos livros suportam sucessivas
leituras? A Bíblia pode ser lida todos os dias e todas 
as horas da vida. Tem o seu lugar reservado em 
muitas bibliotecas do mundo, em centenas de
milhares de casas e no coração do homem.
A Bíblia está traduzida em milhares de 
idiomas e dialetos e é lida em todos os países do
mundo. O tempo não à afeta. É um dos livros mais
antigo do mundo e ao mesmo tempo moderno.
As defesas intelectuais da Bíblia têm o seu 
lugar, mas, o melhor argumento é o prático.
Como as Escrituras Chegaram Até Nós J
A história de como a Bíblia chegou até nós, 
na forma em que a conhecemos, é longa e 
fascinante. Começa com os manuscritos originais ou 
"autógrafos", como são às vezes chamados. Textos 
originais foram escritos por homens movidos pelo 
Espírito Santo (2Tm 3.16; 2Pe 1.20,21).
Céticos1 declaram que Moisés não poderia 
ter escrito a primeira parte da Bíblia porque a escrita 
era desconhecida na época (1500 a.C.). A ciência da 
arqueologia2 provou desde então que a escrita já era 
conhecida milhares de anos antes dos dias de 
Moisés.
Os sumérios já escreviam cerca de 4000 
a.C., e os egípcios e babilônios quase nessa mesma 
época.
1 Que duvida de tudo; descrente.
2 O estudo científ ico do passado da humanidade, mediante os 
testemunhos materiais que dele subsistem.
18
Divisão e Classificação
As Escrituras formam uma unidade 
perfeita. A palavra Bíblia significa: conjunto de livros 
e neste aspecto, forma o Livro dos livros, por se 
tratar da revelação de Deus aos homens.
Por causa de sua perfeita unidade, a Bíblia 
é uma biblioteca e um livro ao mesmo tempo. Possui 
vários nomes em seu próprio conteúdo, a saber: 
Escritura (Mt 21.42); Sagradas Escrituras (Rm 1.2); 
Livro do Senhor (Is 34.16); A Palavra de Deus (Mc 
7.13); A Lei e os Profetas (Js 1.7,8; Ne 8.3,4,18); 
Oráculos de Deus (ARA Rm 3.2; Hb 5.12), etc.
A Bíblia é dividida em Antigo e Novo 
Testamento, com um total de 66 livros. Uma divisão 
detalhada pode ser visualizada no quadro logo 
abaixo:
“ 3 S L
N° Livros 39 27 66
N° Capítulos 929 260 1.189
N° Versículos 23.214 7.959 31.173
Livro Central Pv 2Ts Mq e Na
Capítulo Central Jó 29 Rm 13 e 14 SI 117
Livro Mínimo Ob 3Jo 3Jo
Versículo Mínimo
Êx 20.13 
Dt 5.17
Jo 11.35
Êx 20.13 
Dt 5.17
Os livros das Escrituras estão classificados 
por assunto, sem ordem cronológica. O Antigo e o 
Novo Testamento se dividem em 4 partes.
 ^ Antigo Testamento:
I a) Lei. Os cincos primeiros livros da Bíblia, 
chamados de O Pentateuco, traz a revelação 
da criação e mostram todo o cuidado de
19
Deus em manifestar a lei, código de 
disciplina espiritual, civil e moral para seu 
povo.
2a) História. Do livro de Josué ao de Ester, é 
formado um conjunto de doze livros, que nos 
traz a história do Povo de Deus (Israel) em 
suas diversas fases ou períodos, após o 
estabelecimento em Canaã.
3 a) Poesia. De Jó a Cantares de Salomão, 
encontramos a poesia bíblica, em forma de 
revelação, adoração e conhecimento de 
Deus.
4a) Profecia: De Isaías até Malaquias, temos a 
revelação profética, que dividida em:
a) Profetas Maiores - Isaías à Daniel;
b) Profetas Menores - Oséias à Malaquias.
r Novo Testamento:
I a) Biografia. O NT se inicia com os quatros 
Evangelhos trazendo-nos a vida maravilhosa 
de Jesus Cristo. Três deles formam um 
paralelismo no Ministério de Cristo e são 
chamados Sinópticos1.
2a) História. A história do Novo Testamento é a 
história da Igreja, revelada em Atos dos 
Apóstolos.
3a) Doutrina. As Epístolas ou Cartas, de 
Romanos a Judas, mostra de maneira 
esclarecedora todos os mandamentos do 
Senhor Jesus Cristo à sua Igreja.
1 Os Evangelhos de S. Mateus, S. Marcos e S. Lucas, assim 
chamados porque permite uma vista de conjunto, dada a 
semelhança de suas versões.
20
4a) Profecia. No Apocalipse, Deus revela o 
encerrar de todas as coisas sobre a ég ide1 de 
um Senhor Soberano Eterno, Glorioso e 
revela manifestação pessoal de Jesus Cristo 
e sua vitória final.
Valor Espiritual das Escrituras
"O Valor da Palavra de Deus é inestimável!
Seu valor excede a todas as coisas. O valor 
espiritual está naquilo que é " .
m m m m ■ << 1 * * ^ a w 'h a r ■ r— 5 w g~ ; »
Os seres humanos têm experimentado o 
valor da Palavra de Deus em suas vidas. Pessoas 
dantes2 materialistas, céticas, indiferentes, alienadas 
e párias3 da Sociedade, encontraram com a Palavra 
de Deus foram transformadas, abençoadas, 
vivificadas (Ef 2.1) e valorizadas.
'•*' Seu valor como Livro:
Qual o valor de um livro, capa, volume, 
acabamento? Ou conteúdo? A Bíblia não é um mero 
livro, e sim "O Livro de Valor", seu conteúdo 
ultrapassa todos os limites do homem, suas palavras 
vieram do céu (SI 119.89). São palavras que 
produzem vida (Jo 6.63).
Desde o princípio Deus estabeleceu que 
suas Palavras fossem escritas em um livro (Êx 
17.14). Havia em Israel outros livros, principalmente 
o livro histórico dos Reis (2Cr 35.27). Entretanto o 
livro que trouxe avivamento em Judá foi o Livro do 
Senhor (2Rs 23.2,3), no tempo do Rei Josias.
1 Escudo; defesa, proteção. Abrigo, amparo, arrimo.
2 Antes, anteriormente.
3 Fig. Homem exclu ído da sociedade.
21
Ao retornarem do cativeiro, os poucos 
judeus que vieram a Jerusalém fizeram um grande 
ajuntamento na praça (Ne 8.3), onde Esdras, o 
Sacerdote, trouxe o livro de Deus e abriu diante do 
povo (Ne 8.5), o que trouxe um grande 
despertamento para o povo de Deus (Ne 8.17).
Nos dias do profeta Jeremias, Deus 
ordenou que sua Palavra fosse escrita num livro (Jr 
36.2), e fossem lidas diante do povo (Jr 36.6).
Daniel descobriu o número de anos do 
cativeiro pelos livros (Dn 9.2), certamente o livro 
dos profetas, e começou a orar para a libertação do 
povo do cativeiro (Dn 9.3).
O Senhor Jesus Cristo deu importância e 
valor ao livro divino, em Nazaré, foi à sinagoga e leu 
o livro do profeta Isaías aos ouvidos do povo (Lc 
4.17), ratificando1 o valor e o cumprimento da 
profecia (Lc 4.21).
Deus, na sua sabedoria, proporcionou uma 
coleção de livros para o seu povo em todo o mundo: 
A Bíblia (Jo 21.25).
Seu valor como Alimento:
Como o corpo físico precisa do alimento, 
nosso espírito e alma necessitam do alimento 
espiritual (Dt 8.3). Este é o princípio estabelecido 
por Deus para o seu povo valorizar a Palavra como 
alimento.
O próprio Senhor Jesus confirmou a 
Palavra do Pai, diante de Satanás (Mt 4.4). "Nem só 
de pão...".
A Palavra de Deus, como alimento 
espiritual, é comparada ao:
1 Confirmando autenticamente, va lidando (o que já fora 
prometido).
22
s Mel - O Salmo 19.10b nos apresenta a Palavra 
"mais doce do que o mel", ele fala do sabor 
espiritual da Bíblia, o mel é um alimento 
completo.
s Leite - O primeiro alimento do recém-nascido é 
também indicado para aqueles que iniciam na fé 
cristã (Hb 5.13).
O escritor aos Hebreus fala de crentes que 
com o tempo de vida cristã já deveriam provar 
alimentos sólidos, entretanto ainda precisam de leite 
(Hb 5.12). Toda doutrina, e os primeiros rudimentos1 
da Palavra de Deus, são como leite espiritual para os 
que nasceram de novo (Jo 3.3). Alimento sólido é 
para aqueles que superaram a infância espiritual.
r Seu valor como Guia:
Segundo o dicionário, a palavra guia, 
dentre outras coisas significa, caderno ou livro, que 
contém indicaçõesúteis acerca de lugares, horários, 
roteiros, etc.
Ao examinarmos as Escrituras, 
encontramos o fiel e perfeito roteiro de Deus que 
ajuda-nos alcançar: uma vida plena em Sua
presença e um caminho certo para chegarmos às 
mansões celestiais (Jo 14.6).
Quando Deus retirou o povo de Israel do 
Egito, para orientá-los acerca de sua vontade, deu- 
lhes a Lei, que consistia em um guia espiritual, 
moral e pessoal para cada família de Israel (Dt 
4.5,6).
A Bíblia é o livro por excelência que nos 
leva a salvação (At 4.12), nos conduz a uma vida de 
vitória (Rm 8.37), nos ensina a cerca da vida,
1 Elemento inicial; princípio, começo; esboço: Primeiras noções; 
p r in c íp io s :
23
orienta-nos diante das circunstâncias boas ou ruins 
(Lc 12.22-34).
Constitui-se num guia perfeito para as 
famílias, colocando a ordem de Deus em nossas 
vidas (Ef 6.1-4); orienta empregados (Ef 6.5-8), 
patrões (Ef 6.9) e muitos outros assuntos.
A Bíblia orienta-nos quando não sabemos 
como fazer (ICo 10.23) e ensina-nos acerca da 
vontade de Deus para com nossas vidas (Ef 
5.17,18).
7 Seu valor Espiritual:
Os dias de hoje é marcado por uma 
verdadeira corrida ao mundo espiritual. Cremos ser 
um dos sinais da vinda de Cristo. Cabe à Igreja do 
Senhor aproveitar este momento e disseminar1 a 
Palavra de Deus, só ela tem valor espiritual para 
estes dias de crise.
O Valor espiritual da Bíblia consiste em ser 
Alimento do espírito (Rm 7.22), pão que desceu do 
céu e que produz vida (Jo 6.58).
Nestes dias de indefinições para muitos a 
Bíblia viva e eficaz é como espada que penetra até a 
divisão da alma e espírito discernindo todas as 
coisas (Hb 4.12).
Testifica com nosso espírito confirmando 
nossa posição em Cristo (Rm 8.16). Ela produz fé 
nos corações (Rm 10.17), estimula a crer nas 
promessas de Deus, e mostra um Senhor fiel e 
cumpridor de suas palavras (Hb 10.23).
O livro dos Salmos registra algo 
importante acerca do mundo espiritual (SI 89.48). 
Este versículo fala do poder do mundo invisível, e 
pergunta: "Quem livra a sua alma?” .
1 Semear ou espalhar por muitas partes: Difundir, d ivulgar, 
propagar; espalhar:
24
Devemos estar sempre ligados no poder da 
oração, da fé, do nome de Jesus (Mc 16.17), que nos 
dá vitória sobre este mundo maligno (Ef 6.12).
Para muitos a Bíblia não valor algum (ICo 
2.14). Mas o homem espiritual, aquele cujos olhos 
estão abertos, pode discernir o valor precioso das 
Escrituras (ICo 2.15,16).
Apenas o Espírito Santo pode nos levar a 
compreender o valor espiritual da Palavra de Deus. 
Jesus declarou acerca disso em João 14.26, Dizendo: 
"Ele vos ensinará todas as coisas".
25
Questionário
S? Assinale com "X" as alternativas corretas
1. A expressão "Bíblia" foi aplicada às Sagradas 
Escrituras por
a) 0 João, o apóstolo
b) [U João Batista
c) D João Calvino
d) 0 J o ã o Crisóstomo
2. Profeta que Jesus fez menção para confirmar a 
autenticidade das Escrituras
a) 0 Jonas
b) [U Daniel
c) D Miquéias
d) E] Naum
3. Quanto às divisões do AT, é incerto dizer que:
a) EH A 4a parte são os livros proféticos divididos 
em: Profetas Maiores e Menores
b) D A 3a parte são os livros que vão de Jó até 
Cantares de Salomão denominados poéticos
c) 0 A 2a parte são os livros históricos que trazem 
a revelação da criação
d) 0 A I a parte é a Lei, que são os cincos primeiros 
livros da Bíblia, chamados de: O Pentateuco
4? Marque "C" para Certo e "E" para Errado
4. [?~1 A arqueologia provou que a escrita não era 
conhecida antes dos dias de Moisés
5.IZI1 A Palavra de Deus, como alimento espiritual, é 
comparada ao mel e ao leite
26
Unidade Singular
A Bíblia em sua perfeita unidade, só pode 
ser explicada como um perfeito milagre de Deus. A 
maneira como foi escrita sob diversas circunstâncias 
e tudo com perfeição uniforme em mensagem e 
conteúdo; só pode ser considerada como, um livro 
divino!
Ninguém sabe como estes 66 livros 
divinos se encontram num só volume, isto é obra de 
Deus. Qualquer outra obra literária nas
circunstâncias da Bíblia seria como uma verdadeira 
Babel (confusão).
Num período de quase 16 séculos, os 
escritores inspirados, vivendo sob diversas
circunstâncias e em lugares distintos e distantes 
(três continentes), escrevendo em duas principais 
línguas, trouxeram-nos a revelação de Deus - A 
B íb lia .
•*" A diversidade de escritores:
Deus usou para escrever sua Palavra, 
homens de atividades variadas, razão que
encontramos os mais diversos tipos de linguagem na 
Bíblia. Abaixo segue alguns exemplos de escritores 
bíblicos com suas respectivas ocupações:
|p rofíssã S^Ocüaaç ã o Í3 ÊM
Moisés Cientista At 7.22
Josué Soldado Ex 17.9
Davi Pastor de ovelhas e Rei 2Sm 7.8; 8.15
Salomão Rei e poeta Ec 1.12
Isaías Estadista e profeta Is 6.8
Daniel Ministro do rei Dn 2.49
Zacarias Profeta Zc 1.1
Jeremias Profeta Jr 1.5
27
Amós Boiadeiro e cultivador Am 7.14,15
Ped ro Pescador Mt 4.18
Tiago Pescador Mt 4.21
João Pescador Lc 5.10
Paulo Doutor da lei At 22.3
Muitos outros homens foram usados por 
Deus para revelar-nos sua Palavra. Apesar da 
diversidade de atividades, ao examinarmos os 
escritos destes homens, observamos como eles se 
completam.
Na verdade não foram escritos muitos 
livros, mais sim um só livro, a maravilhosa Palavra 
de Deus (SI 119.152).
» A diversidade de condições:
O Deus Soberano permitiu que sua Palavra
fosse esc rita em diversas condições, certamente
para nos mostrar hoje, que Ele está no controle de
tudo.
Por exemplo, a Bíblia foi escrita:
s Na i:idade;
s Nos desertos como Elias ( lR s 19.4,5);
s Nas ilhas co mo João escreveu (Ap 1.9);
s Nas prisões como Paulo escreveu (Fm 1.1).
Entretanto a mensagem é uma só: "Como a 
luz da aurora, que vai brilhando mais e mais, até ser 
dia perfeito" (Pv 4.18), esta perfeição é exclusiva no 
livro divino - A Bíblia Sagrada.
' A diversidade de circunstâncias:
Desencontradas foram às circunstâncias 
em que foram escritos os livros da Bíblia. Davi, 
homem segundo o coração de Deus, escreveu, por 
exemplo, o Salmo 24, quando trazia a arca de Deus
28
à Jerusalém. Salomão certamente escreveu na 
tranqüilidade do palácio ( lR s 4.32-34). Josué 
escreveu após grandes conquistas (Js 24.26).
Apesar da diversidade de situações, a 
mensagem, a doutrina e o tema central são um só.
9 Autor da Bíblia:
Nenhum homem, ímpio, justo, piedoso ou 
mesmo judeu, seria o autor da Bíblia. Certamente 
estes homens não fariam um livro que falasse dos 
seus fracassos, derrotas, pecados, idolatrias e 
rebeliões contra Deus.
Deus, verdadeiramente é o autor deste 
livro maravilhoso e infalível que revela a salvação, 
libertação e transformação do homem em uma nova 
criatura (2Co 5.17).
As evidências confirmam o efeito e a 
influência da Bíblia em pessoas e nações. A Palavra 
de Deus tem influenciado e melhorado o mundo, pelo 
caráter que molda na vida das pessoas.
Muitos dantes incrédulos, indiferentes, 
viciados, idólatras, supersticiosos, que aceitaram 
este livro, foram por ele transformados, salvos, 
libertos e santificados. Nenhum outro livro tem 
poder de transformar pessoas, lares e nações (At 
19.18-19), como a Palavra de Deus.
A Mensagem das Escrituras
Deus na sua presciência estabeleceu sua 
Palavra, de modo que ela abrange o passado, o 
presente e o futuro.
As necessidades dos homens durante todo 
o tempo, tem sido as mesmas durante sua existência 
na terra. Somente uma palavra atual, poderia suprir 
as necessidades humanas.
29
Em Hebreus 4.12, diz que a Palavra de 
Deus "é viva e eficaz", sua mensagem, seu poder, se 
cumpre a cada dia na vida daqueles que a buscam 
como verdadeiro refúgio em dia de tempestade (cf. 
Is 32.2).
1. Apresenta Deus como criador e Senhor de tudo.
As Escrituras testificamda existência de 
Deus e tudo o que Ele fez, faz e fará. Toda a criação 
está sujeita a Ele e depende dEle.
O Eterno converge todas as coisas para a 
sua glória e alegria do seu povo. Vários textos 
confirmam estes fatos: Gênesis 1.1; Salmos 95.6; 
104.30; Isaías 40,26; Efésios 3.9; Apocalipse 10.6.
2. Apresenta sem reserva a verdade e a realidade 
do pecado.
Nenhum outro livro tem o poder de revelar 
o pecado e seu caráter maligno como a Bíblia. Ela 
não filosofa sobre o pecado, mas trata-o com clareza 
e o expõe sem qualquer reserva, como uma dívida 
do homem contraída com Deus (Rm 1.18-32; 3.23; 
5.12). 3
3. Apresenta o plano de salvação para o homem.
As religiões intentam salvar o homem 
pelos seus próprios méritos; entretanto, a salvação 
só é possível através da solução única apresentada 
na Bíblia.
A redenção humana foi planejada no céu 
pelo Pai, consumada na terra pelo Filho e é oferecida 
pelo Espírito Santo (Tt 3.5).
Só Deus através de sua poderosa Palavra, 
mediante o sangue remidor de seu Filho pode 
resgatar o homem da perdição eterna (At 4.12; Lc 
19.10).
30
4. A Bíblia tem mensagem para os nossos dias.
A Bíblia define os dias de hoje como: dias 
maus (Ef 5.16), de aflições, tempos trabalhosos. 
Temos visto o clamor do povo e até mesmo da 
Igreja, face aos acontecimentos mundiais.
A primeira grande mensagem da Bíblia 
para nós é sobre a fé. A Bíblia é um livro de fé e em 
suas páginas temos lições de fé. A fé bíblica dissipa 
todas as coisas: incertezas, dúvidas, temores,
angústias, depressões, num mundo onde as pessoas 
andam tateando. A fé vê o invisível (Hb 11.27). 
Quando muitos estão caindo e se prostrando diante 
das situações, os que têm fé estão de pé (2Co 1.24).
Onde encontrar fé num mundo de 
incredulidade? Na Palavra de Deus!
Outra grande mensagem bíblica para os 
dias atuais é a mensagem de revestimento 
espiritual. Muitas pessoas têm fé, entretanto não 
estão revestidas.
O apóstolo Paulo afirma em Efésios 6.13: 
"Portanto tomai toda a armadura de Deus". Fé sem 
revestimento nos traz decepções. Todos os homens 
de fé que a Bíblia registra, precisaram do 
revestimento de Deus para a peleja (At 7.55).
O mundo atual é um mundo vazio. São 
corações vazios de Deus, e muitas vezes, cheios do 
diabo. Diz em Romanos 13.14, "Mas revesti-vos do 
Senhor Jesus Cristo, e não tenhais cuidado da carne 
em suas concupiscências".
A fé e o revestimento do Espírito Santo, 
portanto, são duas grandes necessidades. Jesus 
disse aos discípulos "Quando, porém vier o Filho do 
homem, porventura achará fé na terra?" (Lc 18.8). 
Não esqueça o revestimento que Deus tem para dar 
( lT s 5.8).
31
5. A Bíblia tem esperança para nossos dias.
Uma outra grande mensagem da Bíblia 
para nossos dias é sobre a esperança. Deus é Deus 
de esperança (Rm 15.13), e gostaria que seus filhos 
fossem cheios de esperança.
Vemos, porém o contrário, vidas 
desesperadas, sem Deus, estranhos a tudo que é 
espiritual (Ef 2.12). Esperança é uma dádiva de 
Deus, que nem todos conhecem.
Jeremias, o profeta das lágrimas disse: 
"Bom é ter esperança, e aguardar em silêncio a 
salvação do Senhor" (Lm 3.26).
Esperança é motivo de alegria na vida 
daqueles que a têm. A esperança produz uma série 
de bênçãos (Jr 17.7,8). O mundo necessita de 
mensagens de esperança. Sem ela o mundo tem 
vivido em constantes sofrimentos ( lT s 4.13).
Cabe, portanto à Igreja, portadora dessa 
mensagem, divulgá-la com todos os recursos 
possíveis, pois esperança é uma das virtudes que 
permanecem (ICo 13.13); é algo que incentiva a 
viver na presença de Deus, esperança para os salvos 
é vida, é regeneração. Fomos regenerados para uma 
viva esperança (IPe 1.3).
Esperança precisa ser explicada àqueles 
que procuram saber sua razão de viver.
A esperança dos salvos tem uma razão 
(IPe 3.15), que leva-nos a viver uma vida de 
santificação na presença do Senhor, esperando-o a 
cada dia ( lJo 3.3), pacientemente como o lavrador 
espera pelos frutos.
Finalizando, podemos entender que a vida 
eterna em Cristo Jesus, torna-se o maior resultado 
de esperança na vida do cristão (Tt 1.2).
32
6. A Bíblia tem salvação para os nossos dias.
O que mais precisa o mundo moderno? 
Temos uma visão que em quase todas as áreas da 
vida humana tem havido progresso tecnológico, 
científico e humano. Entretanto, na área moral, 
pessoal, social, familiar e outras, o homem necessita 
de salvação. E salvação é com a Palavra de Deus.
Não vamos encontrar outro livro que nos 
mostre de maneira tão simples e clara tudo o que 
precisamos para nos tornar salvos.
A Bíblia nos mostra que a salvação é um 
ato de fé (Ef 2.8), da parte do homem, e um ato da 
graça partido de Deus. Em suma, o homem por meio 
da fé, Deus o encontra com a graça (At 16.31).
Precisamos testificar àqueles que estão 
próximo de nós que a salvação é necessária nos dias 
de hoje. Salvação é uma palavra abrangente, pois 
quando somos salvos, sentimo-nos seguros em Deus 
(SI 91.1) de todo o poder do pecado contra nossas 
vidas (Rm 6.14), somos resgatados acima de tudo 
das garras do diabo.
Em Atos 26.18, diz que o Senhor Jesus nos 
livrou do poder de Satanás, e nos converteu a Deus. 
Tal experiência tem acontecido hoje, em nossos dias 
com milhares de vidas, que, dantes presas, agora 
libertas em Cristo Jesus, foram livres do presente 
século mal, segundo a vontade de Deus, nosso Pai 
(Gl 1.4). 7
7. Salvação abrange também o futuro.
A Bíblia nos fala sobre a ira vindoura, 
quando Deus julgará os atos dos homens dissolutos 
e maus que desprezam sua salvação em Cristo (Rm 
2.5), e salvando de maneira gloriosa e poderosa, 
todos aqueles que em Cristo fizeram confissão de 
sua fé em Deus (Rm 10.10).
33
Esta salvação final é descrita na carta aos 
Romanos, capítulo 8 quando Paulo diz: Porque
sabemos que toda a criação geme e está juntamente 
com dores de parto até agora, e continuando afirma 
que não somente a criação, mas todos nós que 
temos as primícias do Espírito, também gememos 
esperando a redenção do nosso corpo.
Esta redenção final se dará no 
arrebatamento da Igreja, quando seremos
transformados à semelhança do corpo de Jesus (Fp 
3.21), e estaremos para sempre como o Senhor.
8. A Bíblia tem santificação para nossos dias.
A santificação bíblica é um dos aspectos de 
nossa salvação em Jesus Cristo. É descrita na Bíblia 
não como um mandamento apenas, mas sim como a 
vontade de Deus ( lT s 4.3). Santificação tem estado 
nos propósitos eternos de Deus.
Paulo afirma em Efésios 1.4, que antes da 
fundação do mundo, Deus planejou nossa
santificação. Santificação é coisa tão séria, que o 
escritor aos Hebreus escreve numa linguagem clara e 
fácil: "Sem santificação, ninguém verá o Senhor" (Hb 
12.14).
Assim sendo, quando o povo de Deus se 
reúne, Deus nos vê como uma congregação de 
santificados, que desejam cada dia mais e mais de 
seu Pai Celestial (Mt 6.9). A vida do povo de Deus é 
uma vida de santificados, pois a todo o momento 
esperam a volta do Senhor Jesus (Fp 4.5).
Infelizmente, hoje, muitos têm desprezado 
a santificação. Cremos ser isto uma investida do 
inimigo na vida do povo de Deus. A falta de 
santificação muito tem atrapalhado a operação de 
Deus no meio do seu povo (Js 3.5).
34
A santificação começa no interior do 
crente. É obra do Espírito Santo, que deseja nos 
preparar a cada dia para o arrebatamento da Igreja 
( lT s 5.23).
A Inerrância das Escrituras
Inerrância não significa que os escritores 
eram infalíveis, mas que seus escritos foram 
preservados de erros. Inerrância significa que a 
verdade é transmitida em palavras entendidas no 
sentido que foram empregadas, não expressava erro 
algum.
O conceito de inerrância das Escrituras 
contraria alguns críticos modernos que não aceitam 
a infalibilidadedas Escrituras. Tais críticos julgam 
haver erros nas Escrituras em razão de encontrarem 
nelas palavras divinas e humanas.
Para nós que cremos na inspiração plena 
das Escrituras estamos convictos que as dificuldades 
nela encontradas não representam erros e, 
geralmente, são explicadas pelos textos paralelos 
encontrados em toda a Bíblia.
A verdade divina revelada nas Escrituras é 
apresentada de modo explícito, certo e transparente. 
O ensino genuíno das Escrituras não tem
discrepâncias1 doutrinárias; é único em todo o 
mundo e adaptável a qualquer cultura (Jo 17.17; lR s 
17.24; SI 119.142,151; Pv 22.21).
‘r A infalibilidade das Escrituras.
As Escrituras é a infalível Palavra de Deus. 
A sua infalibilidade tem sido alvo de muita 
contestação, especialmente entre os chamados 
"racionalistas" que idolatram a razão humana, sem
1 Desacordos, divergênc ias, discórdias.
35
perceberem que ela é falha, afirmam que o 
racionalismo científico, com seus métodos de estudo 
e pesquisa, será capaz de analisar e responder todas 
as indagações do homem. Porém, são 
completamente limitados quando analisam coisas 
espirituais, além da matéria.
A ciência é incapaz de estudar elementos 
que não são pesados ou medidos, como a alma 
humana. Portanto, o poder sobrenatural das 
Escrituras não pode ser analisado em laboratório, 
porque se refere a algo espiritual.
A autoridade divina e humana das Escrituras.
Indiscutivelmente a Bíblia tem dupla 
autoridade. A autoridade divina é demonstrada pela 
infalibilidade das Escrituras, uma vez que elas têm 
origem em Deus e é a expressão de sua mente.
A autoridade humana é reconhecida pelo 
fato de Deus ter escolhido pelo menos 40 homens, 
os quais receberam a sua Palavra e a transmitiram 
na forma escrita.
Teorias Evangélicas de Inerrância * S
■r Posição: Inerrância Limitada
t Proponente: Daniel Fuller, Stephen Davis e
William Lasor.
S Formulação do conceito:
A Bíblia é inerrante somente em seus ensinos 
doutrinários salvíficos. A Bíblia não foi criada 
para ensinar ciência ou história, nem Deus 
revelou questões de histórias a compreensão da 
sua cultura e, portanto, pode conter erros.
36
®" Posição: Inerrância Plena
t Proponente: Harold Lindsell, Roger Nicole e
Millard Erickson.
S? Formulação do conceito:
A Bíblia é plenamente veraz em tudo o que ensina 
e afirma. Isso se estende tanto à área da história 
quanto da ciência. Não significa que a Bíblia tem 
o propósito primário de apresentar informações 
exatas acerca de história e ciência. Portanto, o 
uso de expressões populares, aproximações e 
linguagens fenomênicas são reconhecidos e 
entendidos no sentido de cumprir com o requisito 
da veracidade. Assim sendo, as aparentes 
discrepâncias podem e devem ser harmonizadas.
* Posição: Irrelevância da Inerrância 
t Proponente: David Hubbard 
Formulação do conceito:
A inerrância é substancialmente irrelevante por 
várias razões:
x A inerrância é um conceito negativo. A nossa 
concepção da Escritura deve ser positiva; 
x A inerrância não é um conceito bíblico; 
x Na Escritura, erro é uma questão espiritual ou 
moral, e não intelectual;
x A inerrância concentra a nossa atenção nos 
detalhes, e não nas questões essenciais da 
Escritura;
x A inerrância impede uma avaliação honesta 
das Escrituras;
x A inerrância produz desunião na Igreja.
37
^ Posição: Inerrância de Propósito 
í Proponente: Jack Rogers e James Orr 
Formulação do conceito:
A Bíblia é isenta de erros no sentido de 
concretizar o seu propósito primário de levar as 
pessoas a uma comunhão pessoal com Cristo. 
Portanto, a Escritura é verdadeira (inerrante) 
somente na medida em que realiza o seu 
propósito fundamental, e não por ser factual ou 
precisa naquilo que assevera. (Esta concepção é 
semelhante à Irrelevância da Inerrância, a 
próxima abordagem).
38
Questionário
^ Assinale com "X" as alternativas corretas
6. Quanto aos homens de atividades variadas que 
Deus usou-os na escrita de sua Palavra, é incerto 
dizer que
a) [H Paulo era doutor da lei
b) 0 Ageu era boiadeiro e cultivador
c) D Pedro, Tiago e João eram pescadores
d) C] Moisés era um cientista e Josué um soldado
7. É incorreto dizer que a esperança é
a) LZI Algo que incentiva a vivermos na presença de 
Deus
b) D É vida para os salvos - é regeneração
c) CD Uma das virtudes que permanecem
d) [7] Uma dádiva de Deus que todos conhecem
8. Teoria de inerrância que afirma em ser a Bíblia 
inerrante somente em seus ensinos doutrinários 
salvíficos
a) EH Inerrância Plena
b) íxl Inerrância Limitada
c) D Inerrância de Propósitod) 1ZZI Irrelevância da Inerrância
/<? Marque "C" para Certo e "E" para Errado
9.l~1 A Bíblia nos mostra que a salvação é um ato de fé 
da parte do homem e um ato da graça partido de 
Deus
10.m A ciência é capaz de estudar elementos que não 
são pesados ou medidos, como a alma humana
39
O Cânon da Bíblia
Lição 2
Quais são os escritos pertencentes à 
Bíblia? Que diremos dos chamados: Livros ausentes? 
Como foi que a Bíblia veio a ser composta de 66 
livros?
Essa é a questão do cânon das Escrituras, 
que pode ser definido da seguinte maneira: Cânon 
ou Escrituras Canônicas é a coleção completa dos 
livros divinamente inspirados, que constituem a 
Bíblia. Esse assunto intitula-se canonicidade. Trata- 
se do segundo grande elo da corrente que vem de 
Deus até nós.
A inspiração é o meio pelo qual a Bíblia 
recebeu sua autoridade; a canonização é o processo 
pelo qual a Bíblia recebeu sua aceitação definitiva. 
Uma coisa é o profeta receber uma mensagem da 
parte de Deus, bem diferente é tal mensagem ser 
reconhecida pelo povo de Deus.
Canonicidade é o estudo que trata do 
reconhecimento e da compilação dos que nos foram 
dados por inspiração de Deus. Não devemos 
subestimar1 a importância dessa questão. As
1 Não dar a devida estima, apreço, valor, a; não ter em grande 
conta; desdenhar.
41
palavras das Escrituras são as palavras pelas quais 
nutrimos nossa vida espiritual. Portanto, re­
afirmamos o comentário de Moisés ao povo de Israel 
a respeito da lei de Deus: "Porque esta palavra não 
é para vós outros, coisa vã; antes, é a vossa vida; e, 
por esta mesma palavra, prolongareis os dias na 
terra à qual, passando o Jordão, ides para possuí-la" 
(Dt 32.47).
Aumentar ou diminuir as palavras de Deus 
impediria o seu povo de obedecer-lhe plenamente, 
pois as ordens retiradas não seriam conhecidas pelo 
povo, e as palavras acrescentadas poderiam exigir 
das pessoas coisas que Deus não ordenou. Por isso, 
Moisés advertiu o povo de Israel: "Nada
acrescentareis à palavra que vos mando, nem 
diminuireis dela, para que guardeis os mandamentos 
do Senhor, vosso Deus, que eu vos mando" (Dt 4.2).
A determinação precisa da extensão do 
cânon das Escrituras é, portanto, de extrema 
importância. Para que possamos confiar em Deus e 
obedecer a Ele, precisamos de uma coleção de 
palavras sobre as quais temos certeza ser as 
palavras do próprio Deus para nós.
Se houver qualquer trecho das Escrituras 
sobre os quais tenhamos dúvidas, não vamos aceitar 
que tenham autoridade divina absoluta nem confiar 
nelas na mesma medida em que confiamos no 
próprio Deus.
O Termo "Cânon"
O termo "cânon" é proveniente do grego, 
no qual kanon significa cana, regra, lista - um 
padrão de medida, que por sua vez, se origina do 
hebraico kaneh, palavra do Antigo Testamento que 
significa "vara ou cana de medir" (Ez 40.3).
42
Em época anterior ao cristianismo, essa 
palavra era usada de modo mais amplo, com o 
sentido de padrão ou norma além de cana ou 
unidade de medida. Com relação à Bíblia, diz 
respeito aos livros que estavam de acordo com o 
padrão e foram dignos de inclusão.
Desde o século IV, o vocábulo kanon é 
usado pelos cristãospara indicar uma lista 
autoritária de livros que pertencem ao Antigo ou ao 
Novo Testamento.
No sentido religioso, cânon não significa 
aquilo que mede, mas aquilo que serve de norma, 
regra. Com este sentido, a palavra cânon aparece no 
original em vários lugares do Novo Testamento (Gl 
6.16; 2Co 10.13,15; Fp 3.16). A Bíblia, como o 
cânon sagrado, é a nossa norma ou regra de fé e 
prática.
Diz-se dos livros da Bíblia que são 
canônicos para diferençá-los dos apócrifos. O 
emprego do termo cânon foi primeiramente aplicado 
aos livros da Bíblia por Orígenes (185-254 d.C.).
A Canonicidade é Determinada Pela 
Inspiração
Os livros da Bíblia são considerados 
valiosos porque provieram de Deus - fonte de todo 
bem. O processo mediante o qual Deus nos concede 
sua revelação chama-se inspiração.
E a inspiração de Deus num livro que 
determina sua canonicidade. Deus dá autoridade 
divina a um livro, e os homens de Deus o acatam; 
revela, e seu povo reconhece o que o Ele revelou.
A canonicidade é determinada por Deus e 
descoberta pelos homens de Deus. A Bíblia constitui 
o "cânon", ou "medida" pela qual tudo mais deve ser
43
medido e avaliado pelo fato de ter autoridade 
concedida por Deus.
Sejam quais forem as medidas (i.e., os 
cânones) usadas pela Igreja para descobrir com 
exatidão que livros possuem essa autoridade 
canônica ou normativa, não se deve dizer que 
"determinam" a canonicidade dos livros.
Dizer que o povo de Deus, mediante 
quaisquer regras de reconhecimento, "determina" 
que livros são autorizados por inspiração de Deus só 
confunde a questão. Só Deus pode conceder a um 
livro autoridade absoluta e, por isso mesmo, 
canonicidade divina. Veja abaixo dois sentidos 
importantes:
v O sentido primário da palavra cânon aplicado 
às Escrituras é aplicado na acepção ativa, i.e., a 
Bíblia é a norma que governa a fé.
v o sentido secundário, segundo o qual um livro 
é julgado por certos cânones e é reconhecido 
como inspirado (o sentido passivo), não deve 
ser confundido com a determinação divina da 
canonicidade. Só a inspiração divina determina 
a autoridade de um livro, i.e., se ele é canônico, 
de natureza normativa.
O Surgimento do Cânon
A doutrina da inspiração bíblica foi 
completamente desenvolvida apenas nas páginas do 
Novo Testamento. Mas, muito antes disso, já 
encontramos na história de Israel certos escritos 
reconhecidos como autoridade divina e como regra 
escrita de fé e conduta para o povo de Deus.
Identificamos isso na resposta do povo, 
quando Moisés leu para eles o livro do concerto (Éx 
34.7), ou quando o livro da Lei, achado por Hilquias,
44
foi lido primeiro para o rei e depois para a 
congregação (2Rs 22-23; 2Cr 34), ou ainda quando 
Esdras leu o Livro da Lei para o povo (Ne 8.9,14-17; 
10.28-39; 13.1-3).
Os escritos em questão são uma parte do 
Pentateuco ou ele todo - no primeiro caso, 
provavelmente uma parte bem pequena do Êxodo, 
capítulos 20 a 23.
O Pentateuco é tratado com a mesma 
reverência em Josué 1.7,8; 8.31 e 23.6-8; IReis 
2.3; 2Reis 14.6 e 17.37; Oséias 8.12; Daniel 
9.11,13; Esdras 3.2,4; lC rôn icas 16.40, 2Crônicas 
17.9; 23.18; 30.5,18; 31.3 e 35.26.
Cânon do Antigo Testamento
Onde surgiu a idéia do cânon - a idéia de 
que o povo de Deus deve preservar uma coleção de 
palavras escritas de Deus? A própria Bíblia dá 
testemunho do desenvolvimento histórico do cânon. 
A coleção mais antiga das palavras de Deus é os Dez 
Mandamentos. Portanto, constituem o início do 
cânon bíblico.
O próprio Deus escreveu sobre duas tábuas 
de pedra as palavras que Ele ordenou ao seu povo 
(Êx 32.16; cf. Dt 4.13; 10.4). As tábuas foram
depositadas na Arca da Aliança (Dt 10.5) e 
constituíam os termos do pacto entre Deus e seu 
povo.
Nem todos os escritores dos livros do AT 
eram profetas, no sentido estrito da palavra. Alguns 
eram reis e sábios. Mas, as experiências da 
inspiração que tiveram, fez com que seus escritos 
também encontrassem um lugar no cânon.
A inspiração dos salmistas é mencionada 
em 2Samuel 23.1-3 e lC rôn icas 25.1, e a dos
45
sábios, em Eclesiastes 12.11,12. Note também as 
revelações feitas por Deus no livro de Jó (Jó 38.1; 
40.6) e a inferência exarada1 em Provérbios 8.1-9.6, 
indicando que o livro de Provérbios é obra da 
Sabedoria divina.
Na época patriarcal, a revelação divina era 
transmitida escrita e oralmente. A escrita já era 
conhecida na Palestina, séculos antes de Moisés; a 
arqueologia tem provado isto, inclusive tem 
encontrado inúmeras inscrições, placas, sinetes* 2 e 
documentos antediluvianos.
O cânon do Antigo Testamento como temos 
atualmente, ficou completo desde o tempo de 
Esdras, após 445 a.C. Entre os judeus, tem ele três 
divisões, as quais Jesus citou em Lucas 24.44: Lei, 
Profetas, Escritos.
A divisão dos livros no cânon hebraico é 
diferente da nossa. Consiste em 24 livros em vez dos 
nossos 39, isto porque é considerado um só livro 
cada grupo dos seguintes:
Os dois de Samuel 1
Os dois de Reis 1
Os dois de Crônicas 1
Esdras e Neemias 1
Os doze Profetas Menores 1
Os demais livros do Antigo Testamento 19
Total 24
A disposição ou ordem dos livros no cânon 
hebraico é também diferente da nossa. Damos a 
seguir essa disposição dentro da tríplice divisão do 
cânon, já mencionada (Lei, Profetas, Escritos).
‘ Cons ignar ou registrar por escrito; lavrar.
2 Utensíl io gravado em alto ou ba ixo-relevo.
46
Divisão Qtdade Livros
Lei 5
s Gênesis; 
s Êxodo; 
s Levítico; 
v" Números;
■s Deuteronômio.
Profetas 8
Divididos em :
-> Primeiros Profetas: 
s Josué;
^Juizes;
^Samuel; 
s Reis.
Últimos Profetas: 
s Isaías; 
s Jeremias;
S Ezequiel;
s Os Doze Profetas Menores.
Escritos 11
Divididos em :
-» Livros Poéticos: 
^Salmos; 
^Provérbios; 
s Jó.
-> Os Cinco Rolos: 
^Cantares; 
s Rute;
s Lamentações;
V Eclesiastes; 
s Ester.
Livros Históricos: 
s Daniel;
^Esdras e Neemias; 
^Crônicas.
47
Os Cinco Rolos eram assim chamados por 
serem separados, lidos anualmente em festas 
distintas:
Cantares, na Páscoa, em alusão ao êxodo.
Rute, no Pentecostes, na Celebração da 
Colheita, em seu início.
Ester, na Festa do Purim, comemorando o 
livramento de Israel da mão do mau Hamã.
Eclesiastes, na Festa dos Tabernáculos - 
festa de gratidão pela colheita.
Lamentações, no mês de abibe, relembrando 
a destruição de Jerusalém pelos babilónicos.
No cânon hebraico também os livros não 
estão em ordem cronológica. Os judeus não se 
preocupavam com um sistema cronológico. Também 
pode haver nisto um plano divino.
A nossa divisão em 39 livros vem da 
Septuaginta, através da Vulgata Latina. A 
Septuaginta foi a primeira tradução das Escrituras, 
feita do hebraico para o grego cerca de 285 a.C. 
Também a ordem dos livros por assuntos, do formato 
da Bíblia atual, vem dessa famosa tradução.
Jesus em Lucas 24.44, Ele chamou 
"Salmos" à última divisão do cânon hebraico, 
certamente porque esse livro era o primeiro dessa 
divisão.
Segundo a nossa divisão, o AT começa com 
Gênesis e termina em Malaquias, porém, segundo a 
divisão do cânon hebraico, o primeiro livro é Gênesis 
e o último é I e II Crônicas. Isto é visto claramente 
nas palavras de Jesus em Mateus 23.35 - o caso de 
Abel está em Gênesis e o do filho de Baraquias está 
em Crônicas.
48
7 A formação canônica do Antigo Testamento.
O cânon no Antigo Testamento foi formado 
num espaço aproximado de 1046 anos - de Moisés a 
Esdras. Moisés escreveu as primeiras palavras do 
Pentateuco por volta de 1491 a.C. Esdras entrou em 
cena em 445 a.C.
Esdras não foi o último escritor na 
formação canônica do AT; os últimos foram Neemias 
e Malaquias, porém, de acordo com os escritos 
históricos, ele como escriba e sacerdote reuniu os 
rolos canônicos, ficando o cânonencerrado em seu 
tempo.
A chamada Alta Crítica tem feito uma 
devastação com seu modernismo e suas contradições 
no que concerne à formação, fontes de autenticidade 
do cânon, especialmente do Antigo Testamento, 
mutilando quase todos os seus livros. 
s Alta Crítica é a discussão das datas e da 
autoria dos livros. Ela estuda a Bíblia do lado de 
fora, externamente, baseada apenas em fontes 
do conhecimento humano.
s Por outro ângulo, a Critica Textual, também 
conhecida por Baixa Crítica, estuda somente o 
texto bíblico, e, ao lado da arqueologia, vem 
alcançando um progresso valioso, posto à 
disposição do estudante das Escrituras.
Por exemplo, a teoria de que a escrita era 
desconhecida nos dias de Moisés já foi destruída. E 
de ano em ano, aumentam os achados nas terras 
bíblicas, evidenciando e comprovando as narrativas e 
fatos do Antigo Testamento.
Mediante tais provas irrefutáveis1, os 
homens estão respeitando mais às Sagradas 
Escrituras! Toda a Bíblia vem sendo confirmada pela
1 Que não se pode refutar; ev idente, irrecusável, incontestável.
49
pá do arqueólogo e pelos eruditos em antiguidades 
bíblicas. Coisas que pareciam as mais incríveis são 
hoje aceitas por todos, sem objeções.
A formação gradual do cânon.
Houve, originalmente, a transmissão oral, 
como se vê em Jó 15.18. O livro de Jó é tido como o 
mais antigo da Bíblia. Mostraremos a seguir a 
seqüência da formação gradual do cânon do Antigo 
Testamento.
Convém ter em mente aqui que toda 
cronologia bíblica é apenas aproximada. Já o Novo 
Testamento há precisão de muitos casos. Essa 
cronologia vai sendo atualizada à medida que os 
estudos avançam e a arqueologia fornece informe 
oficial.
1. Moisés (cerca de 1491 a.C.). Começou a 
escrever o Pentateuco, concluindo-o por volta 
de 1451 a.C. (Nm 33.2). Mais textos 
relacionados com Moisés e sua escrita do 
Pentateuco: Êxodo 17.14; 24.4,7; 34.27. As
partes do Pentateuco anteriores a Moisés, como 
o relato da Criação, todo o livro de Gênesis e 
parte de Êxodo, ele escreveu, ou lançando mão 
de fontes existentes (ver Gn 2.4; 5.1), ou por 
revelação divina. Gênesis 26.5 dá a entender 
que nesse tempo já havia "mandamentos, 
preceitos e estatutos" escritos. Algumas 
passagens do Pentateuco foram acrescentadas 
posteriormente, como: Êxodo 11.3; 16.35;
Deuteronômio 34.1-12; 2
2. Josué. Sucessor de Moisés (1443 a.C.),
escreveu uma obra que colocou perante o 
Senhor (Js 24.26);
50
3. Samuel (1095 a.C.), o último juiz e também 
profeta do Senhor, escreveu, pondo seus 
escritos perante o Senhor (ISm 10.25). 
Certamente "perante o Senhor" significa que 
seus escritos foram depositados na Arca do 
Concerto com os demais escritos sagrados (Êx 
25.21);
4. Isaías (770 a.C.) fala do "Livro do Senhor" (Is 
34.16), e "palavras do livro" (Is 29.18). São 
referências às Escrituras na sua formação;
5. Em 726 a.C. os Salmos já eram cantados (2Cr 
29.30). O fato aí registrado teve lugar nesse 
tempo;
6. Jeremias, cuja chamada deu-se em 626 a.C., 
registrou a revelação divina (Jr 30.1,2). Tal 
livro foi queimado pelo rei Joaquim, em 607 
a.C., porém, Deus ordenou que Jeremias 
preparasse um novo rolo, o que foi feito 
mediante seu amanuense1 Baruque (Jr 
36.1,2,28,32; 45.1);
7. No tempo do rei Josias (621 a.C.), Hilquias 
achou o "Livro da Lei" (2Rs 22.8-10);
8. Daniel (553 a.C.) refere-se aos "livros" (Dn 
9.2). Eram os rolos sagrados das Escrituras de 
então;
9. Zacarias (520 a.C.) declara que os profetas que 
o precederam falaram da parte do Espírito 
Santo (Zc 7.12). Não há aqui referência direta a 
escritos, mas há inferência. Zacarias foi o 
penúltimo profeta do Antigo Testamento.
1 Escrevente, copista. Funcionário público de cond ição modesta 
que fazia a correspondência e copiava ou registrava 
documentos.
51
10. Neemias, (445 a.C.), achou o livro das
genealogias dos judeus que já haviam 
regressado do exílio (Ne 7.5); certamente havia 
outros livros;
11. Nos dias de Ester, o Livro Sagrado estava 
sendo escrito (Et 9.32);
12. Esdras. Contemporâneo de Neemias e foi hábil 
escriba da lei de Moisés, e leu o livro do Senhor 
para os judeus já estabelecidos na Palestina, de 
regresso do cativeiro babilónico (Ne 8.1-5). 
Conforme 2Macabeus e outros escritos judaicos, 
Esdras presidiu a chamada "Grande Sinagoga", 
que selecionou e preservou os rolos sagrados, 
determinando, dessa maneira, o cânon das 
Escrituras do AT (cf. Ed 7.10-14).
S Uma Grande Sinagoga era um conselho 
composto de 120 membros que se diz ter 
sido organizado por Neemias, cerca de 410 
a.C., sob a presidência de Esdras. Essa 
entidade reorganizou a vida religiosa 
nacional dos repatriados e, mais tarde, deu 
origem ao S inédrio1, cerca de 275 a.C.
A Esdras é atribuída a tríplice divisão do cânon, 
já estudada. Foi nesse tempo, que os 
samaritanos foram expulsos da comunidade 
judaica (Ne 13) levando consigo o Pentateuco, 
que é até hoje a Bíblia dos samaritanos. Isto 
prova que o Pentateuco era escrito canônico;
13. Encontramos profeta citando outro profeta, do 
que se infere haver mensagem escrita (Cf. 
Miquéias 4.1-3 com Isaías 2.2-4.);
1 O supremo tribunal dos judeus.
52
14. Filo, escritor de Alexandria (30 a.C. - 50 d.C.) 
possuía todo o cânon do Antigo Testamento. Em 
seus escritos ele cita quase todo o Antigo 
Testamento;
15. Josefo, o historiador judeu (37-100 d.C.),
contemporâneo de Paulo, diz, escrevendo aos 
judeus, no livro "Contra Appion
"Nós temos apenas 22 livros, contando 
a história de todo o tempo; livros em 
que nós cremos, ou segundo se dizem, 
livros aceitos como divinos".
Desde os dias de Artaxerxes ninguém se 
aventurou a acrescentar, tirar ou alterar uma 
única sílaba. Faz "parte de cada judeu, desde 
que nasce considerar estas Escrituras como 
ensinos de Deus".
Josefo era um homem culto, judeu ortodoxo de 
linhagem sacerdotal, governou a Galiléia e foi 
comandante militar nas guerras contra Roma. 
Presenciou a queda de Jerusalém. Foi levado a 
Roma, onde se dedicou a escritos literários.
Ora, o Artaxerxes que ele menciona é o 
chamado Longímano, que reinou de 465-424 
a.C. Isso coincide com o tempo de Esdras e 
confirma as declarações de outras peças da 
literatura judaica que ensinam ter Esdras 
presidido a Grande Sinagoga que selecionou e 
preservou os rolos sagrados para a 
posterioridade.
Josefo conta os livros do AT como 22 porque 
considera Juizes e Rute como 1 (um) livro; 
Jeremias e Lamentações também. Isto, para 
coincidir com o número de letras do alfabeto 
hebraico: "22";
53
16. Nos dias do Senhor, esse livro chamava-se
Escrituras (Mt 26.54; Lc 24.27,45; Jo 5.39), 
com as suas três conhecidas divisões: Lei,
Profetas, Salmos (Lc 24.44). Era também 
chamada "A Palavra de Deus" (Mc 7.13; Jo 
10.34,35). Note bem este título aplicado pelo 
próprio Senhor Jesus! Outro fato notável é a 
citação feita por Jesus em Mateus 23.35 que 
autentica todo o Antigo Testamento!
17. Os escritores do Novo Testamento reconhecem 
como canônicos os livros do Antigo Testamento, 
pois este é am iúde1 citado naquele, havendo 
cerca de 300 referências diretas e indiretas. Os 
escritores do NT referem-se ao cânon do AT 
como sendo oráculos divinos (cf. Rm 3.2; 2Tm 
3.16 e Hb 5.12). Cremos que, começando por 
Moisés, à proporção que os livros iam sendo 
escritos, eram postos no tabernáculo, junto ao 
grupo de livros sagrados. Esdras como já disse, 
após a volta do cativeiro, reuniu os diversos 
livros e os colocou em ordem, como coleção 
completa. Destes originais eram feitas cópias 
para as sinagogas largamente disseminadas.
Data do reconhecimento e fixação do cânon 
do Antigo Testamento.
Em 90 d.C. em Jâmnia, perto da moderna 
Jope, em Israel, os rabinos, num concílio sob a 
presidência de Johanan Ben Zakai, reconheceram e 
fixaramo cânon do Antigo Testamento.
Houve muitos debates acerca da aprovação 
de certos livros, especialmente dos "Escritos". Note- 
se, porém que o trabalho desse concílio foi apenas
1 Repetidas vezes; repetidamente; freqüentemente; a miúdo.
54
ratif icar1 aquilo que já era aceito por todos os judeus 
através de séculos. Jâmnia, após a destruição de 
Jerusalém (70 d.C.) tornou-se a sede do Sinédrio.
r Livros desaparecidos, citados no texto do 
Antigo Testamento.
Notemos que a Bíblia faz referência a 
livros até agora desaparecidos (cf. Nm 21.14; Js 
10.13 com 2Sm 1.18; IRe 11.41; lC r 27.24; 29.29; 
2Cr 9.29; 12.15; 13.22; 33.19). São casos cujo
segredo só Deus conhece. Talvez um dia eles 
venham à luz como o MSS de Qumran, Mar Morto, em 
1947.
Questionário
à? Assinale com "X" as alternativas corretas
1. Cânon ou Escrituras canônicas é a
a) H Coleção completa dos livros divinamente 
inspirados, que constituem a Bíblia
b) IZ] Coleção completa dos livros divinamente 
inspirados, que constituem a Lei, os Profetas e os 
Escritos
c) D Parte da Bíblia composta pelos livros do NT
d) [ZH Parte da Bíblia composta pelos livros do AT
2. Os Cinco Rolos eram compostos de:
a) E] Lamentações, Neemias, Esdras, Salmos e 
Eclesiastes
b) E] Salmos, Neemias, Esdras, Provérbios e Jó
c) K Cantares de Salomão, Rute, Ester, Eclesiastes 
e Lamentações
d) D Eclesiastes, Jó, Rute, Provérbios e Ester
Confirmar ou reafirmar o que foi dito.
55
3. Discute as datas e a autoria dos livros, baseando-se 
apenas em fontes do conhecimento humano
a) H Alta Crítica
b) Q Baixa Crítica
c) D Critica Textual
d) CH Critica Execrável
4? Marque "C" para Certo e "E" para Errado
4. No sentido religioso, cânon significa aquilo que 
mede, não aquilo que serve de norma, regra
5. □ Em 90 d.C. em Jâmnia que reconheceram e 
fixaram o cânon do Antigo Testamento
56
Cânon do Novo Testamento
Semelhante ao AT, homens inspirados por 
Deus escreveram aos poucos os livros que compõem 
o cânon do Novo Testamento.
Sua formação levou apenas duas gerações: 
quase 100 anos. Em 100 d.C. todos os livros do NT 
estavam escritos. O que demorou foi o 
reconhecimento canônico, isto motivado pelo cuidado 
e escrúpulo1 das igrejas de então, que exigia provas 
concludentes2 da inspiração divina de cada um 
desses livros.
Outra coisa que motivou a demora na 
canonização foi o surgimento de escritos heréticos e 
espúrios3 com pretensão de autoridade apostólica. 
Trata-se dos livros apócrifos do Novo Testamento, 
fato idêntico ao acontecido nos tempos derradeiros 
do cânon do Antigo Testamento. Há também livros 
mencionados no NT até agora desaparecidos (ICo 
5.9; Cl 4.16).
A ordem dos 27 livros do NT, como é 
atualmente em nossas Bíblias, vem da Vulgata, e 
não leva em conta a seqüência cronológica.
 ^ As Epístolas Paulinas.
Foram os primeiros escritos no Novo 
Testamento. São 13: de Romanos a Filemom. Foram 
escritas entre 52 e 67 d.C.
Pela ordem cronológica, o primeiro livro do 
Novo Testamento é ITessalonicenses, escrito em 52 
d.C. 2Timóteo foi escrita em 67 d.C pouco antes do 
martírio do apóstolo Paulo em Roma.
1 Hesitação ou dúvida de consciência; inquietação de 
consciência; remorso.
; Que conclui, ou merece fé; term inante, categórico.
'Não genuíno; suposto, h ipotético.
57
Esses livros foram também os primeiros 
aceitos como canônicos. Pedro chama os escritos de 
Paulo de "Escrituras" - título aplicado somente à 
palavra inspirada de Deus! (2Pe 3.15,16).
r Os Atos dos Apóstolos. Escrito em 63 d.C., no 
fim dos dois anos da primeira prisão de Paulo em 
Roma (At 28.30).
Os Evangelhos.
Estes, a princípio, foram propagados 
oralmente. Não havia perigos de enganos e 
esquecimento porque era o Espírito Santo quem 
lembrava tudo e Ele é infalível (Jo 14.26).
Os Sinópticos foram escritos entre 60 a 65 
d.C. João foi escrito em 85 d.C. Entre Lucas e João 
foram escritas quase todas as epístolas. Note-se que 
Paulo chama Mateus e Lucas de "Escrituras" ao citá- 
los em ITimóteo 5.18.
As Epístolas, de Hebreus a Judas, foraitt escritas 
entre 68 e 90 d.C.
•r O Apocalipse.
Foi escrito em 96 d.C., durante o governo 
do imperador Domiciano. Muitos livros antes de 
serem finalmente reconhecidos como canônicos 
foram duramente debatidos. Houve muita relutância 
quanto às epístolas de Pedro, João e Judas bem 
como quanto ao Apocalipse. Tudo isto tão-somente 
revela o cuidado da Igreja e também a 
responsabilidade que envolvia a canonização.
Antes do ano 400 d.C., todos os livros 
estavam aceitos. Em 367, Atanásio, patriarca de 
Alexandria, publicou uma lista dos 27 livros 
canônicos, os mesmos que hoje possuímos; essa 
lista foi aceita pelo Concílio de Hipona (África) em 
393.
58
ljr Dc.ta do reconhecimento e fixação do cânon 
do Novo Testamento.
Isso ocorreu no III Concílio de Cartago, em 
397 d.C. Nessa ocasião, foi definitivamente 
reconhecido e fixado o cânon do Novo Testamento. 
Como se vê, houve um amadurecimento de 400 
anos.
A necessidade da mensagem escrita do Novo 
Testamento.
A mensagem da Nova Aliança precisava ter 
forma escrita como a da Antiga. Após a ascensão do 
Senhor Jesus, os apóstolos pregaram por toda parte 
sem haver nada escrito. Suas Bíblias era o Antigo 
Testamento.
Ao decorrer do tempo, o grupo de 
apóstolos diminuiu. O Evangelho espalhou-se. Surge 
então a necessidade de reduzir a forma escrita, para 
ser transmitido às gerações futuras. Era o plano de 
Deus em marcha.
Muitas igrejas e indivíduos pediam 
explicações acerca de casos difíceis surgidos por 
perturbações, falsas doutrinas, problemas internos, 
etc. (cf. ICo 1.11; 5.1; 7.1).
Os judeus cumpriram sua missão de 
transmitir ao mundo os oráculos divinos (Rm 3.2). A 
Igreja também cumpriu sua parte, transmitindo as 
palavras e ensinos do Senhor Jesus, bem como as 
que Ele, pelo Espírito Santo inspirou aos escritores 
sacros.
Jesus disse: "Tenho muito que vos dizer... 
mas o Espírito de verdade... dirá tudo o que tiver 
ouvido e vos anunciará o que há de vir" (Jo 
16.12,13).
59
Testemunhas importantes.
Dão testemunho da existência de livros do 
Novo Testamento, em seu tempo, os seguintes 
cristãos primitivos, cujas vidas coincidiram com as 
dos apóstolos ou com os discípulos destes:
t Clemente de Roma, na sua carta aos Coríntios, 
em 95 d.C. cita vários livros do NT;
t Policarpo, na sua carta aos Filipenses, cerca de 
110 d.C., cita diversas epístolas de Paulo;
t Inácio, por volta de 110 d.C. cita grande 
número de livros em seus escritos;
t Justino Mártir, nascido no ano da morte de 
João, escrevendo em 140 d.C. cita diversos livros 
do Novo Testamento;
í Irineu (130-200 d.C.), cita a maioria dos livros 
do Novo Testamento, chamando-os de 
"Escrituras";
t Origines (185-200 d.C.), homem erudito,
piedoso e viajado, dedicou sua vida ao estudo 
das Escrituras, em seu tempo, os 27 livros já 
estavam completos; ele os aceitou, embora com 
dúvida sobre alguns: Hebreus, Tiago, 2Pedro, 2 e 
3João.
Datas e Períodos Sobre o Cânon em Geral
O AT foi escrito no espaço de mais ou 
menos 1046 anos, de 1491 a 445 a.C. isto é de 
Moisés a Esdras. A data de 445 a.C. é apenas um 
ponto geral de referência cronológica quanto ao 
encerramento do cânon do Antigo Testamento.
60
Se entrarmos em detalhes sobre o último 
livro do Antigo Testamento em ordem cronológica - 
Malaquias, teremos uma variação de espaço de 
tempo como veremos a seguir.
O Pentateuco, como já vimos, foi iniciado 
cerca de 1.491 a.C.. Malaquias, o último livro do 
Antigo Testamento por ordem cronológica, foi escrito 
entre 430 e 420 a.C., no final do governo de 
Neemias e do sacerdócio de Esdras. Ora, isto foi 
quando Neemias regressou a Jerusalém, procedendo 
da Pérsia, para onde tinha ido (430 - 425a.C.) a fim 
de renovar sua licença (Ne 13.6).
É a partir desse ano que Malaquias 
escreveu e talvez Neemias, não estivesse mais na 
Palestina, porque não o menciona em seu livro, como 
fazem Ageu e Zacarias, seus antecessores, os quais 
mencionam Zorobabel e Josué, respectivamente, 
governador e sacerdote dos reparos (cf. Zc 3; 4; Ag 
1 . 1 ).
Malaquias não menciona nominalmente 
Neemias, apenas menciona o "Governador" (Ml 1.8). 
O próprio livro de Malaquias apresenta outras 
evidências internas que o colocam de 432 a.C. em 
diante, como passamos a mostrar:
Em Malaquias 2.10-16, vê-se que os casamentos 
ilícitos que Esdras corrigira antes de Neemias, 
516 a.C. (Ed 9-10), estavam ocorrendo de novo.
-* Isto coincide com o estado descrito em Neemias 
13, acontecido em 432 a C.
Em Malaquias 3.6-12, havia pobreza no tesouro 
do templo. Situação idêntica à de Neemias 13, 
reinante em 432 a.C.
As referências de Malaquias 1.13; 2.17; 3.14, 
indicam que o culto Levítico já havia sido 
restaurado há bastante tempo. Temos essa 
restauração ampliada em Neemias 12.44 ss.
61
Portanto, Malaquias (O livro) deve ter sido 
escrito cerca de 432 a.C. Repetimos: a data 445 a.C. 
é apenas um ponto de referência quanto ao 
encerramento do cânon do Antigo Testamento. Foi 
nesse ano que Esdras iniciou seu grande Ministério 
entre os repatriados de Israel.
Se descermos a detalhes quanto ao livro 
de Malaquias, partiremos de 432 a.C. Malaquias é o 
último livro do Antigo Testamento, quanto à ordem 
cronológica. Quanto à disposição dos livros no corpo 
do cânon hebraico, o último livro é 2Crônicas, como 
já mostramos.
O IMovo Testamento foi completado em 
menos de 100 anos, pois seu último livro, o 
Apocalipse, foi escrito cerca de 96 d.C. Isto dá um 
total de 1.142 anos para a formação de ambos os 
Testamentos (1.046 + 96).
Leva-se em conta que a cronologia bíblica 
é sempre aproximada, pois os povos orientais não 
tinham um sistema fixo de anotar ou contar datas. 
Quando se fala do espaço de tempo, que vai da 
escrita do Pentateuco ao Apocalipse, é preciso 
intercalar os 400 anos do Período Interbíblico 
ocorrido entre os Testamentos, o que dará um total 
de 1.542 anos (1.046 + 96 + 400).
Por isso se diz que a Bíblia foi escrita no 
espaço de dezesseis séculos. Este é o período no 
qual o cânon foi completado. Noutras palavras: o 
cânon abrange na história um total de 1.142 anos, 
aproximadamente.
Os Livros Apócrifos
Nas Bíblias de edição católica-romana, o 
total de livros é 73, porque essa igreja, desde o 
Concílio de Trento, em 1.546, incluiu no cânon do
62
Antigo Testamento 7 livros apócrifos, além de 4 
acréscimos ou apêndices canônicos, acrescentando 
ao todo, 11 escritos apócrifos.
A palavra "apócrifo" significa, literalmente, 
"escondido", "oculto", isto em referência a livros que 
tratavam de coisas secretas, misteriosas, ocultas. No 
sentido religioso, o termo significa "não genuíno" ou 
"espúrio", desde sua aplicação por Jerônimo.
Os apócrifos foram escritos entre 
Malaquias e Mateus, ou seja, entre o Antigo e o Novo 
Testamento, numa época em que cessara por 
completo a revelação divina; isto basta para tirar- 
lhes qualquer pretensão a canonicidade.
Josefo rejeitou-os totalmente, nunca foram 
reconhecidos pelos judeus como parte do cânon 
hebraico. Jamais foram citados por Jesus nem foram 
reconhecidos pela Igreja Primitiva. Jerônimo,
Agostinho, Atanásio, Júlio Africano e outros homens 
de valor para os cristãos primitivos, opuseram-se a 
eles na qualidade de livros inspirados.
Apareceu pela primeira vez na
Septuaginta, a tradução do Antigo Testamento feita 
do hebraico para o grego. Quando a Bíblia foi
traduzida para o latim, em 170 d.C. seu Antigo
Testamento foi traduzido do grego da Septuaginta e 
não do hebraico. Quando Jerônimo traduziu a 
Vulgata, no início do século V (405 d.C.), incluiu os 
apócrifos oriundos da Septuaginta, através da Antiga 
Versão Latina, de 170 d.C. porque isso lhe foi 
ordenado, mas recomendou que esses livros não 
poderiam servir como base doutrinária.
São 14 os escritos apócrifos: 10 livros e 4 
acréscimos a livros. Antes do Concílio de Trento, a 
Igreja Romana aceitava todos, mas depois passou a 
aceitar apenas 11: 7 livros e 4 acréscimos. A igreja 
Ortodoxa grega mantém os 14 até hoje.
63
Os livros apócrifos constantes das Bíblias 
de edição católico-romana são:
1. Tobias (Após o livro canônico de Esdras);
2. Judite (Após o livro de Tobias);
3. Sabedoria de Salomão (Após o livro canônico 
de Cantares);
4. Eclesiástico (após o livro de Sabedoria);
5. Baruque (Após o livro canônico de Jeremias);
6. IMacabeu (após o livro canônico de Malaquias);
7. 2Macabeu (após o livro IMacabeu).
Os quatro acréscimos ou apêndices são:
1. Ester (Et 10.4-16.24);
2. Cântico dos três Santos Filhos (Dn 3.24-90);
3. A história de Suzana (Dn 13);
4. Bei e o Dragão (Dn 14).
Como já foi dito dos 14 apócrifos, a Igreja 
Romana aceita 11, rejeita 3, isto, após 1.546 d C.
Os livros rejeitados são: 3 e 4Esdras e "A 
Oração de Manassés". Os livros apócrifos de 3 e 
4Esdras são assim chamados porque nas Bíblias de 
edição católico-romana o livro de Esdras, é chamado 
de lEsdras e o de IMeemias, de 2Esdras.
A Igreja Romana aprovou os apócrifos em 
18 de abril de 1.546, para combater o movimento da 
Reforma Protestante, então recente. Nessa época, os 
protestantes combatiam violentamente as novas 
doutrinas romanistas: Purgatório, oração pelos
mortos, salvação mediante obras, etc.
64
A Igreja Romana via nos apócrifos bases 
para essas doutrinas, e, apelou para eles, 
aprovando-os como canônicos.
Houve prós e contras dentro da própria 
Igreja de Roma. Nesse tempo os jesuítas exerciam 
muita influência no clero. Os debates sobre apócrifos 
motivaram os dominicanos contra os franciscanos.
O Cardeal Pallavacini, em sua "História 
Eclesiástica", declara que em pleno concílio, 40 
bispos, dos 49 presentes, travaram luta corporal, 
agarrados às barbas e batinas uns dos outros. Foi 
neste ambiente espiritual que os apócrifos foram 
aprovados!
A primeira edição da Bíblia romana com os 
apócrifos deu-se em 1.592, com a autorização do 
Papa Clemente VIII.
Os Reformadores protestantes publicaram 
a Bíblia com os apócrifos colocando-se entre o AT e 
o NT; não como livros inspirados, mas bons para 
leitura e de valor literários e históricos. Isto 
continuou até 1.629. A famosa versão inglesa King 
Jaimes, de 1.611, ainda os conservou.
Após 1.629, os evangélicos os omitiram de 
vez nas Bíblias editadas, para evitar confusão entre 
o povo simples que nem sempre sabe discernir entre 
um livro canônico e um apócrifo.
A aprovação dos apócrifos pela Igreja 
Romana foi uma intromissão1 dos católicos em 
assuntos judaicos, porque, quanto ao cânon do 
Antigo Testamento, o direito é dos judeus e não de 
outros. Além disso, o cânon do Antigo Testamento 
estava completo e fixado há muitos séculos.
Entre os católicos corre a versão de que as 
Bíblias de edição protestante são falsas. Quem, 
contudo, comparar a Bíblia editada pelos evangélicos 
com a editada pelos católicos há de concordar em
1 Ato de intrometer; intrometimento.
65
que as duas são iguais, exceto na linguagem e 
estilo, que são peculiares a cada tradução.
Outros Livros Apócrifos
Há ainda outros escritos espúrios 
relacionados ao Antigo e Novo Testamento. São 
chamados de pseudo-epigráficos.
Os do Antigo Testamento pertencem à 
última parte do período interbíblico. Todos os livros 
dessa classe apresentam-se como tendo sido escritos 
por santos de ambos os Testamentos, daí seu título: 
pseudo-epigráficos.
São na maioria, de natureza apocalíptica. 
Nunca foram reconhecidos por nenhuma Igreja. Os 
principais do Antigo Testamento chegam a 26.
Os referentes ao período doNT também 
nunca foram reconhecidos por ninguém como tendo 
canonicidade. São cheios de histórias grotescas e até 
indignas de Cristo e seus apóstolos. Essas histórias 
são muito exploradas pela gente simplória e crédula. 
Desse período há de tudo: evangelhos, epístolas, 
apocalipse, etc. Os principais somam 24.
O estudante da Bíblia deve estar 
acautelado, concernente aos livros canônicos e 
apócrifos em gera l:
•* Os 39 livros canônicos do AT são chamados de 
protocanônicos pelos católicos;
4 Os 7 livros que chamamos de apócrifos, são 
chamados de deuterocanônicos pelos católicos;
-* Os livros que chamamos de pseudo-epigráficos, 
são chamados de apócrifos pelos católicos.
A respeito dos livros apócrifos, seja qual 
for o valor devocional ou eclesiástico que tiverem, 
não são canônicos, comprova-se pelos seguintes 
fatores:
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-* A comunidade judaica jamais os aceitou como 
canônicos;
■* Não foram aceitos por Jesus, nem pelos autores 
do Novo Testamento;
A maioria dos primeiros grande pais da Igreja 
rejeitou sua canonicidade;
-» Nenhum concílio da Igreja os considerou canônicos 
senão no final do século IV;
-* Jerônimo, o grande especialista bíblico e tradutor 
da Vulgata, rejeitou-os fortemente;
Muitos estudiosos católicos romanos, ainda ao 
longo da Reforma, também os rejeitaram;
■* Nenhuma Igreja ortodoxa grega, anglicana ou 
protestante, até a presente data, reconheceu os 
apócrifos como inspirados e canônicos, no sentido 
integral dessas palavras.
A vista desses fatos importantíssimos, 
torna-se absolutamente necessário que os cristãos 
de hoje jamais usem os livros apócrifos como se 
fossem Palavra de Deus, nem os citem em apoio 
autorizado a qualquer doutrina cristã.
Com efeito, quando examinados segundo 
os critérios elevados de canonicidade, verificamos 
que aos livros apócrifos faltam os seguintes 
aspectos:
Os apócrifos não reivindicam ser proféticos;
-» Não detêm a autoridade de Deus;
-» Contêm erros históricos (ver Tobias 1.3-5; 14.11) 
e graves heresias teológicas, como a oração pelos 
mortos (2Macabeus 12.45,46; 4);
-> Embora seu conteúdo tenha algum valor para a 
edificação nos momentos devocionais, na maior 
parte se trata de texto repetitivo; são textos que 
já se encontram nos livros canônicos;
-* Há evidente ausência de profecia, o que não 
ocorre nos livros canônicos;
67
-* Nada acrescentam ao nosso conhecimento das 
verdades messiânicas;
O povo de Deus, a quem os apócrifos teriam sido 
originariamente apresentados, recusou-os 
terminantemente.
Questionário
Assinale com "X" as alternathvas corretas
6. Foram os primeiros escritos no NT entre 52-
a )Q Os Atos dos Apóstolos
b)[X| As Epístolas Paulinas
c )D Os Evangelhos
d ) d As Epístolas Gerais
7. Quanto aos livros apócrifos, é ince rto dizer
a )D No sentido religioso, 0 termo "apócrifo"
significa "não genuíno" ou "espúrio"
b) d] Baruque e Tobias são exemplos de apócrifos 
contidos nas Bíblias de edição católico-romana
c) D Foram escritos numa época em que cessara por 
completo a revelação divina
d) d Foram escritos entre Ester e Mateus, ou seja, 
entre o Antigo e o Novo Testamento 8 9 10
8. Os 39 livros canônicos do AT são chamados de:
a) D Apócrifos pelos católicos
b) D Pseudo-epígrafos pelos católicos
c) H Protocanônicos pelos católicos
d) D Deuterocanônicos pelos católicos
Marque "C" para Certo e "E" para Errado
9. 0 A ordem dos 27 livros do NT, como é atualmente 
em nossas Bíblias, vem da Vulgata, e não leva em 
conta a seqüência cronológica
10. E l Os apócrifos contêm erros históricos e graves 
heresias teológicas, como a oração pelos mortos
68
Lição 3_______________
Inspiração Bíblica
A característica mais importante da Bíblia 
não é sua estrutura e sua forma, mas o fato de ter 
sido inspirada por Deus. Não se deve interpretar de 
modo errôneo a declaração da própria Bíblia a favor 
dessa inspiração. Quando falamos de inspiração, não 
se trata de inspiração poética, mas de autoridade 
d iv ina.
A Bíblia é singular, ela foi literalmente 
"soprada por Deus". A seguir examinaremos o que 
significa isso.
Não podemos confundir revelação com 
inspiração. Enquanto a revelação é o ato pelo qual 
Deus torna-se conhecido pelos homens, a inspiração 
diz respeito ao modo como os' homens recebem e 
transmitem essa revelação.
As Escrituras tanto falam da inspiração do 
escritor quanto da inspiração do escrito: um é o 
agente, o outro é o efeito.
^ Exe mplos:
s O texto de 2Timóteo 3.16: "Toda Escritura é 
divinamente inspirada", faz referência ao 
escrito como inspirado;
s Em 2Pedro 1.21: "Homens santos de Deus 
falaram inspirados pelo espírito Santo", fala 
do escritor.
69
Embora a palavra inspiração seja usada 
apenas uma vez no Novo Testamento (2Tm 3.16) e 
outra no Antigo Testamento (Jó 32.8), o processo 
pelo qual Deus transmite sua mensagem autorizada 
ao homem é apresentado de muitas maneiras.
Um exame logo à frente, das duas grandes 
passagens a respeito da inspiração encontradas no 
Novo Testamento poderá ajudar-nos a entender o 
que significa a inspiração bíblica.
Descrição Bíblica de Inspiração
Assim escreveu Paulo a Timóteo: "Toda 
Escritura divinamente inspirada é proveitosa para 
ensinar, redargüir1, corrigir e instruir em justiça" 
(2Tm 3.16). Em outras palavras, o texto sagrado do 
Antigo Testamento foi "soprado por Deus" (gr. 
theopneustos) e, por isso, dotado da autoridade 
divina para o pensamento e para a vida do crente.
A passagem correlata de ICoríntios 2.13 
realça a mesma verdade. "Disto também falamos", 
escreveu Paulo, "não com palavras de sabedoria 
humana, mas com as que o Espírito Santo ensina, 
comparando as coisas espirituais com as espirituais". 
"Quaisquer palavras ensinadas pelo Espírito Santo 
são palavras divinamente insp iradas".
A segunda grande passagem do NT a 
respeito da inspiração da Bíblia está em 2Pedro 
1.21: "Pois a profecia nunca foi produzida por
vontade dos homens, mas os homens santos da 
parte de Deus falaram movidos pelo Espírito Santo". 
Em outras palavras, os profetas eram homens cujas 
mensagens não se originaram de seus próprios 
impulsos, mas foram "soprados pelo Espírito".
1 Replicar argumentando; responder argüindo; replicar.
70
Pela revelação, Deus falou aos profetas de 
muitas maneiras (Hb 1.1), mediante: anjos, visões, 
sonhos, vozes e milagres.
Inspiração é a forma pela qual Deus falou 
aos homens mediante os profetas. Mais um sinal de 
que as palavras dos profetas não partiam deles 
próprios, mas de Deus, é o fato de eles sondarem 
seus próprios escritos a fim de verificar "qual o 
tempo ou qual a ocasião que o Espírito de Cristo, 
que estava neles, indicava, ao dar de antemão 
testemunho sobre os sofrimentos que a Cristo 
haviam de vir, e sobre as glórias que os seguiram" 
(IPe 1.11).
Fazendo uma combinação das passagens 
que ensinam sobre a inspiração divina, descobrimos 
que a Bíblia é inspirada no seguinte sentido:
^ Homens, movidos pelo Espírito, escreveram 
palavras sopradas por Deus, as quais são as 
fontes de autoridade para a fé e para a prática 
cristã.
Definição Teológica da Inspiração
l\la única vez em que o NT usa a palavra 
inspiração, ela se aplica aos escritos, não aos 
escritores. A Bíblia que é inspirada, e não seus 
autores humanos. O adequado, então, é dizer que: o 
produto é inspirado, os produtores não.
Os autores escreveram e falaram sobre 
muitas coisas, como, por exemplo, quando se 
referiram a assuntos mundanos, pertinentes a esta 
vida, os quais não foram divinamente inspirados.
Todavia, visto que o Espírito Santo, 
conforme ensina Pedro, tomou posse dos homens 
que produziram os escritos inspirados, podemos, por 
extensão, referir-nos à inspiração em sentido mais
71
amplo. Tal sentido mais amplo inclui

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