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EPISTOLAS PAULINAS E GERAIS

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Bíblia
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Lição 1
Cartas de Paulo: Aos Romanos,
Gálatas e Efésios
Autor: O Apóstolo Paulo 
Data: Cerca de 57 d.C.
Carta aos Tema: A Revelação da Justiça de Deus 
Romanos Palavras-Chave: Justiça, fé, jus tif icação, 
lei, graça.
Versículos-chave: Rm 1.16 e 17 5, ' I
Romanos é a epístola de Paulo mais longa, 
mais teológica e mais influente. Talvez por essas 
razões foi colocada em primeiro lugar entre as do 
apóstolo. De modo contrário à tradição católica 
romana, a igreja de Roma não foi fundada por Pedro, 
nem por qua lquer outro apóstolo. Ela ta lvez foi 
inic iada por convert idos de Paulo provenientes da 
Macedônia e da Ásia, bem como pelos judeus e 
p rosé l i to s1 conver tidos no dia de Pentecos tes (At 2.10). 
Paulo não t inha Roma como campo específ ico de outro 
apóstolo (Rm 15.20).
Em Romanos, Paulo afi rma que muitas vezes 
planejou ir até Roma para ali pregar o evangelho, mas 
que, até então fora impedido (Rm 1.13-15; 15.22). 
Reafi rma seu desejo de ir até eles (Rm 15.23-32).
1 Pagão que abraçou o judaísmo.
15
Em vista de seus planos pessoais, Paulo 
escreveu para apresentar-se a uma igreja que nunca 
t inha visi tado. Ao mesmo tempo, ele apresentou uma 
declaração comple ta e ordenada dos princípios 
fundamentais do evangelho que pregava.
Paulo, ao escrever esta epístola, perto do fim 
da sua terceira viagem missionária (cf. Rm 15.25,26; 
At 20.2,3; ICo 16.5,6), estava em Corinto como 
hóspede na casa de Gaio (Rm 16.23; ICo 1.14). 
Enquanto escrevia Romanos através do seu auxil iar 
Tércio (Rm 16.22), planejava voltar a Jerusa lém para o 
dia de Pentecoste (At 20.16; provavelmente na 
primavera de 57 ou 58 d.C.) e entregar pessoalmente 
uma oferta de socorro das igrejas gentias aos crentes 
pobres de Jerusa lém (Rm 15.25-27). Logo a seguir , 
Paulo esperava partir para a Espanha levando-lhe o 
evangelho, visi tar de passagem a igreja de Roma e 
receber ajuda dos crentes ali para prosseguir em sua 
caminhada para o oeste (Rm 15.24,28).
Nenhum livro da Bíblia tem tantos títulos 
como Romanos: Evangelho Segundo Paulo, Evangelho 
do Cristo Ressurreto, Tratado Teológico Paulino, Mais 
Puro Evangelho , Principal das Epístolas Paulinas, A 
Catedral da Doutr ina Cristã, etc.
Destinatários
“Todos os que estais em Roma, amados de 
Deus” são os destinatários desta carta. Pode-se notar 
que Paulo nesta saudação não usa a palavra igreja 
(como faz em 1 e 2Coríntios, Gálatas, 1 e 
2Tessalonicenses) . Isto pode mostrar que nessa época 
não exist ia nenhuma igreja organizada, mas várias 
igrejas de casa (Rm 16.5,14). Em todos os lugares 
havia cristãos que ali se reuniam para cultuar a Deus.
16
Não sabemos com certeza como e quando o 
Cris t ianismo chegou a Roma. Em Atos 18.2 fala-se 
acerca de Aqui la e Priscila que pertenciam àqueles 
judeus que Cláudio expulsara de Roma, cerca de 49 
d.C. No final do quarto d ecên io1 já havia cr is tãos em 
Roma. Agost inho informa que o cr is t ianismo chegou a 
Roma durante o governo do imperador Cal ígula (37 - 
41 d.C.).
Autor
Conforme a primeira palavra, Paulo, o servo 
e apóstolo de Jesus Cristo, é o autor da Epís tola . O 
conteúdo do l ivro indica que seja Paulo , não só pelas 
muitas re ferências pessoais (Rm 1.8-15; 9.1-5; 11.1,13 
e 16.3-23), mas também pela profundeza dos seus 
ens inamentos e conhecimentos da verdade de Deus (Rm 
3.20-25; 11.33-36, etc.). O livro todo fala do seu autor 
como de um homem erudito, profundamente espiri tual , 
intei ramente consagrado e conscientemente inspirado. 
Justino Mártir , Pol icarpo, Inácio, Clemente de Roma e 
Hipóli to fazem citações desta Epístola. Aceitavam-na 
como fazendo parte do cânon e até os próprios inimigos 
do Cris t ianismo reconheceram a carta como escrita 
pelo apóstolo Paulo. Não há motivos para se re jeitarem 
as muitas evidênc ias e favor de que a Epís to la seja o 
que pre tende ser. Não é de est ranhar que Paulo 
conhecesse tantas pessoas por seus nomes em uma 
cidade onde ele nunca t ivesse estado, porque essa 
cidade era Roma, a capital do mundo, e o apóstolo 
conhecia pessoalmente centenas de pessoas, tanto 
judeus, como gentios, que poderiam ter-se mudado para 
Roma por motivos comerciais ou particulares. Antes,
1 Período de 10 anos; década.
17
seria difícil que fosse de outro modo. O capítulo 16 
com saudações para tantas pessoas não é um argumento 
válido para se re jeitar a Epís tola como genuína. 
Convém acrescentar que os 300 manuscri tos existentes 
da carta aos Romanos , todos os que não têm sido 
danificados, contêm a Epís to la completa tal qual se 
acha hoje no Novo Testamento.
Data e as Circunstâncias
É claro que P au lo não t inha vis i tado esta 
cidade antes de enviar -lhes esta carta (Rm L8-15 ; 
15.22-24,28,29), que foi escri ta pelo apóstolo durante a 
sua terceira viagem missionária, quando se achava em 
Corinto. Durante sua permanência na Macedônia , Paulo 
escreveu duas cartas à Igreja de Corinto (Grécia), nas 
quais lhe falou a respeito da preparação de uma oferta 
para os necessitados em Jerusalém ( IC o 16.1,2; 2Co 8 
e 9). Em Atos 20.2,3 vemos que o apóstolo, depois de 
recolher as ofertas das igrejas sediadas na Macedônia, 
desceu à Grécia onde ficou três meses. Em Romanos 
15.25-28 vemos que Paulo t inha levantado a oferta em 
Corinto e está pronto para levá-la a Jerusa lém que, 
tendo desempenhado esta missão, pensava ir a Roma 
(At 19.21; Rm 1.8-15). Também evidencia a verdade o 
fato de que a portadora da carta aos Romanos foi Febe, 
de Cencréia, porto de Corinto. Por tanto , cremos que 
Paulo escreveu esta Epísto la estando em Corinto, 
durante a sua terceira viagem missionária, lá pelo ano 
57 d.C.
Muito se tem discutido a questão a respeito 
de quem teria sido o fundador da Igreja Cristã na 
cidade de Roma. Talvez não tenha importância, mas é 
quase impossível crer-se que t ivesse sido algum 
apóstolo, muito menos, Pedro, que permaneceu em
18
Jerusalém pelo menos até o ano 49, o qual concordou 
em ir para os judeus , e que Paulo fosse para os gentios 
(G1 2.7-9). É provável , ainda, em face de Romanos 
16.5,14,15, que os irmãos crentes que es tavam em 
Roma n ã o . es tivessem organizados em uma só igreja 
ainda, quando Paulo escreveu esta carta, ta lvez devido 
ao fato de que nenhum apóstolo os t ivesse visi tado.
Paulo chegou a Corinto (At 20.2,3) depois de 
ter passado dois anos em Efeso discutindo dia riamente 
na escola do mestre T i rano1 (At 19.9,10). Não se 
menciona o número de horas que Paulo falava cada dia, 
porém é provável que o apóstolo te rminasse o seu 
ministér io em Éfeso com a sua teologia organizada em 
sua mente. Ao mesmo tempo en tenderia m elhor as 
necessidades espiri tua is dos gentios e o modo mais 
claro e eficaz de apresentar-lhes a verdade. Não é de 
estranhar, então, que ele pensasse nas condições do 
grande número de crentes que estavam em Roma, e o 
Espíri to Santo lhe fez ver a importância de que todos 
fossem corre tamente instruídos na doutr ina verdadeira 
do Evangelho. Melhor era lançar um fundamento 
sólido, o mais depressa possível , antes que as heresias 
chegassem a levantar suas cabeças entre os irmãos.
Propósito
Paulo escreveu esta carta a f im de preparar o 
caminho para a obra que ele esperava realizar em Roma 
e na sua missão previs ta para a Espanha.
Seu propós ito era duplo:
1. Segundo parece, os romanos t inham 
ouvido boatos falsos a respeito da mensagem e da 
teologia de Paulo (Rm 3.8; 6.1,2,15); daí ele achar
1 Supõe-se que ele era gentio e mestre em filosofia.
19
necessário regis trar por escri to o evangelho que já 
pregava há vinte e cinco anos.
2. Queria corrigir certos problemas da igreja, 
causados por ati tudes erradas dos judeus para com os 
gentios (Rm 2.1-29; 3.1,9), e dos gentios para com os 
judeus (Rm 11.11-32).
Visão Panorâmica
Doutr inar iamente, Romanos é o maior l ivro 
já_escrito. É o coração e a alma da revelação de Deus 
ao p ovo desta época. Todo o conjunto da verdade da 
redenção, chamado na Escritura “o Evange lho” , Está 
aqui detalhado. A mais completa his tória d a 
necessidade, do remédio e dos resul tados da morte de 
Cristo, encontra-se em Romanos. O pensamento chave 
é a jus tiça de Deus. A progressão da verdade vai da 
completa condenação até a integral e jus ta glorificação.
O tema de Romanos está em 1.16,17, a saber: 
que no Senhor Jesus a jus tiça de Deus é revelada como 
a solução à sua jus ta ira contra o pecado. A seguir, 
Paulo expõe as verdades fundamentais do evangelho. 
Pr imeiro , destaca o fato de que o problema do pecado e 
a necessidade humana da jus tif icação são universais 
(Rm 1.18-3.20). Posto que tanto os judeus quanto os 
gentios estão sujeitos ao pecado e, portanto, sob a ira 
de Deus, ninguém pode ser jus ti f icado diante d ’Ele à 
parte do dom da jus tiça (Rm 3.24) mediante a fé em 
Jesus Cristo (Rm 3.21-4 .25) .
• Sendo jus ti f icado generosamente pela graça de Deus, 
e tendo recebido a certeza da salvação (capítulo 5);
• O crente demonst ra que recebeu o dom divino da 
just if icação, ao morrer com Cristo para o pecado 
(capítulo 6);
• É liberto da luta com a jus tiça da lei (capítulo 7);
20
• É adotado como filho de Deus, recebendo nova vida
segundo o Espíri to, o que o conduz à g lori ficação 
(Rm 8.18-30).
• Deus está levando a efeito o seu plano da redenção,
a despeito da incredulidade de Israel (Rm 9-11).
Finalmente , Paulo declara que uma vida 
transformada em Cristo resulta na prática da re tidão e 
do amor em todos os aspectos da vida social , civil e 
moral da pessoa (Rm 12-14). Paulo te rmina Romanos 
expondo seus planos pessoais (capítulo 15), uma longa 
lista de saudações pessoais, uma últ ima admoestação e 
uma doxo log ia1 (capítulo 16).
Romanos em Síntese
• A Pessoa do Evangelho: Cristo
• O poder do Evangelho: Poder de Deus
• O propósi to do Evangelho: Para a salvação
• As pessoas a quem se destinam: de todo aquele
• O plano de aceitação: Aquele que crê
• O plano de vida: O ju s to viverá por fé
Divisões Principais
Romanos é a alma da coerênc ia1 2. Começa 
com condenação, e prossegue através da salvação, 
jus tif icação, santi f icação (e depois uma secção a 
respeito da verdade dispensacional, conci l iando as 
promessas de Deus a Israel com as promessas de Deus 
à Igreja), te rminando com glorificação.
1 Fórmula litúrgica de louvor a Deus, geralmente ritmada.
2 Ligação ou harmonia entre si tuações, acontecimentos ou idéias; 
relação harmônica; conexão, nexo, lógica.
21
Característ icas Especiais
Sete destaques principais carac terizam
Romanos:
1. Romanos é a mais s is temática epístola de Paulo; a 
epístola teológica por excelência do Novo 
Testamento.
2. Paulo escreve num esti lo de pergunta e resposta, ou 
de diálogo (Rm 3.1,4-6,9,31).
3. Paulo usa amplamente o Antigo Testamento como a 
autoridade bíblica na apresentação da verdadeira 
natureza do evangelho.
4. Paulo apresenta “a jus tiça de Deus” como a 
revelação fundamental do evangelho (Rm 1.16,17); 
Deus restaura e ordena a si tuação do homem em 
Jesus Cristo e através d ’Ele.
5. Paulo focal iza a natureza dupla do pecado, bem 
como a provisão de Deus em Cristo para cada 
aspecto: O pecado como uma transgressão1 pessoal 
(Rm 1.1-5.11) e o pecado como um princípio ou lei 
(gr. he ham artia ), isto é, a tendência natural e 
inerente1 2 para pecar, existente no coração de toda 
pessoa, desde a queda de Adão (Rm 5.12-8.39).
6. O capítulo 8 é o mais longo da Bíblia sobre a obra 
do Espíri to Santo na vida do crente.
7. Romanos contém o estudo mais profundo da Bíblia 
sobre a rejeição de Cristo pelos judeus (excetuando- 
se um remanescente), bem como sobre o plano 
divino-redentor para todos, alcançando por fim 
Israel (Rm 9-11) .
1 Ato ou efeito de transgredir; infração, violação.
2 Que está por natureza inseparavelmente ligado a alguma coisa 
ou pessoa
22
Cristo Revelado
A epís to la inteira é a história do plano de 
redenção de Deus em Cristo: a necessidade dele (Rm 
1.18-3.20), a descrição detalhada da obra de Cris to e 
suas impl icações para os cristãos (Rm 3.21-11.36) e 
aplicação do evangelho de Cristo à vida cotid iana (Rm 
12.1-16.27).
Mais especif icamente , Jesus Cristo é o nosso 
Salvador, que obedeceu perfe itamente a Deus como 
nosso representante (Rm 5.18-19) e que morreu como 
nosso sacrifício substi tu to (Rm 3.25; 5.6,8). É nele que 
devemos ter fé para a salvação (Rm 1.16-17; 3.22; 
10.9-10). Através de Cristo temos muitas bênçãos: 
reconcil iação com Deus (Rm 5.11); justiça e vida 
eterna (Rm 5.18-21); identif icação com ele em sua 
morte, sepultamento e ressurreição (Rm 6.3-5); estar 
vivos para Deus (Rm 6.11); livres de condenação (Rm 
8.1); herança eterna (Rm 8.17); sofrimento com ele 
(Rm 8.17); ser glori ficados com ele (Rm 8.17); tornar- 
se como eles (Rm 8.29); e_o fato de que ele ora por nós 
mesmo agora (Rm 8.34). Na verdade, toda a vida cristã 
parece ser vivida através dele: oração (Rm 1.8), 
regozijo (Rm 5.11), exor tação (Rm 15.30), glor i ficar a 
Deus (Rm 16.27) e, em geral, viver para Deus e 
obedecer-lhe (Rm 6.11-14; 13-14).
23
Autor: O Apósto lo Paulo 
Data: Cerca de 49 d.C.
Carta aos Tema: Salvação Pela Graça Mediante 
Gálatas a
Palavras-Chave: Graça, evangelho, fé, 
justif icado, promessa, liberdade, lei 
Versículo-chave: G1 5.1
A ep ís to la aos G á latas fo i_escrita para salvar 
o cris t ianismo do legalismo juda ico . Apesar de ser uma 
das mais breves epístolas do apóstolo Paulo, tem 
exercido grande influência na vida da Igreja. Seu 
assunto cont inua atual, pois em qualquer época há 
sempre o risco de alguém, ou de um segmento da Igreja 
se inclinar para o legalismo religioso.
O assunto principal de Gálatas é o mesmo 
debatido e resolvido em Jerusalém (c. de 49 d.C.; cf. 
At 15). Tal assunto implica uma dupla pergunta:
• A fé em Jesus Cristo como Senhor e Salvador é o 
requisito único para a salvação?
• É necessár io obedecer a certas práticas e leis 
judaicas do Antigo Testamento para se obter a 
salvação em Cristo?
Talvez Paulo haja escri to Gálatas antes da 
controvérs ia da lei, na Assembléia de Jerusalém (At 
15), e antes de a igreja comunicar a sua posição final. 
Se assim foi, então Gálatas é a primeira epístola que 
Paulo escreveu.
Destinatários
Paulo escreveu esta epístola (G1 1.1; 5.2; 
6.11) “às igrejas da Galác ia” (G1 1.2). As autoridades 
no assunto declaram que os gálatas eram gauleses
24
oriundos do Norte da Galácia e que, mais tarde, parte 
deles emigrou para o Sul da Europa, de cujo te rr i tório a 
França de hoje faz parte. E muito mais provável que 
Paulo haja escri to esta epís to la às igrejas do Sul da 
província da Galácia (Ant ioquia da Pisídia, Icônio, 
Listra, Derbe), onde ele e Barnabé evangelizaram e 
estabeleceram igrejas durante sua primeira viagem 
missionária (At 13,14).
Autor
Ainda que por duas vezes a mesma carta diga 
que Paulo é o escri tor (G1 1.1; 5.2), o mesmo esti lo da 
carta, seus ensinamentos a respeito da Lei, e 
especialmente o que diz
de Pedro “resist i- lhe face a 
face” (G1 2.11), jun tam ente com a sua contenção de 
que os demais apóstolos não lhe deram nada, mas sim 
que sua comissão veio de Deus (G1 1.16,17; 2.6); tudo 
prova que somente Paulo pode ser o autor. O apóstolo 
aos gentios é o único que falaria dos judeus, da lei, e 
da graça, com a profundeza de entendimento e a 
certeza que ele o faz. A evidência interna desta 
Epís tola é conc luden te1 a favor de que Paulo seja seu 
autor humano.
Desde os dias de Pol icarpo em diante o livro 
tem sido citado pelos “Pa is” . Marción é o primeiro que 
cita por nome esta carta, colocando-a em primeiro 
lugar nos escri tos de Paulo. Quase todos os escri tores 
antigos, desde o segundo século em diante, c i tavam-na 
e se encontra nas versões lat inas, siríacas e o Cânon 
Muratori.
Na antiguidade nem suspeita exist iu da 
autenticidade, de que a carta fosse de Paulo, e é difícil
1 Que conclui, ou merece fé; terminante, categórico.
25
imaginar-se que outra pessoa pudesse ter falsif icado 
tão faci lmente e sem motivo aparente, em época 
posterior, tal documento.
Como disse Lightfoot: “Cada sentença
gramatical reflete tão perfe itamente a vida e o caráter 
do apóstolo aos gentios, que ninguém tem duvidado de 
que seja genuíno” .
A maioria das cartas de Paulo foi escri ta por 
seus am anuenses1 ou escribas. Como a si tuação das 
igrejas da Galácia era crí tica, estava em jogo não só a 
fé desses irmãos e nem apenas a autoridade apostólica 
de Paulo, mas princ ipalmente o futuro do cr ist ianismo. 
Ele mesmo escreveu de seu próprio punho (G1 6.11), 
pois não queria deixar margem para os gálatas 
duvidarem da autent icidade da carta.
Data
Tem havido muita controvérsia quanto à data 
e destinatário dessa epístola. Há três possíveis datas, 
mas todas elas têm os seus “ senões1 2” - 49,53 e 56 d.C. 
A seqüência de eventos é a seguinte: primeira viagem 
missionária, em seguida foi escri ta a epístola aos 
Gálatas, depois ocorreu o concíl io de Jerusalém e 
segue-se a segunda viagem. Isso nos dá subsídios para 
datá-la por volta de 49 d.C., e escri ta da região entre 
Ant ioquia da Síria e Jerusalém.
A data mais provável da carta si tua-se logo 
após o regresso de Paulo à igreja que o enviou - 
Ant ioquia da Síria, e pouco antes do Concíl io de 
Jerusa lém (At 15).
1 Escrevente, copista.
2 De outro modo; do contrário; aliás. Mas sim; e sim; mas, 
porém.
26
Propósito
Paulo tomou conhecim ento de que cer tos 
mestres judaicos estavam inquie tando seus novos 
convert idos na Galácia, impondo-lhes a circuncisão e o 
jugo da lei mosaica como requisitos necessários à 
salvação e ao ingresso na igreja. Ao saber disso, Paulo 
escreveu:
• Para demonst rar cabalmente que as exigências da lei, 
como a c ircuncisão do velho concerto, nada tem a 
ver com a operação da graça de Deus em Cristo para 
a salvação sob o novo concer to;
• Para reaf irmar c laramente que o crente recebe o 
Espíri to Santo e com Ele a nova vida espiri tual por 
meio da fé no Senhor Jesus Cristo e não por meio da 
lei do Antigo Testamento.
Característ icas Especiais
Quatro fatos singulares carac terizam esta
epístola:
1. É a defesa mais veemente no Novo Tes tamento da 
natureza do evangelho. Seu tom é enérgico, intenso e 
urgente, uma vez que Paulo lida com oponentes em 
erro (G1 1.8,9; 5.12), enquanto repreende os gálatas 
por se deixarem iludir tão faci lmente (G1 1.6; 3.1; 
4.19,20);
2. Quanto ao número de referências autobiográficas, 
Gálatas é superada somente por 2Coríntios;
3. Esta é a única epístola de Paulo em que ele 
explic itamente se dirige a várias igrejas (ver, no 
entanto, a in trodução a Efésios);
4. Contém a descrição do fruto do Espíri to (G1 5.22,23) 
e a lista mais comple ta do Novo Tes tamento das 
obras da carne (G1 5.19-21).
27
Cristo Revelado
Paulo ensina que Jesus coloca aqueles que 
têm fé nele (G1 2.16; 3.26) em uma posição de 
l iberdade (G1 2.4; 5.1), l ibertando-os da servidão ao 
legalismo e à l iber t inagem1. A principal ênfase do 
apóstolo está na crucificação de Cristo como base para 
a libertação do crente da maldição do pecado (G1 1.4; 
6.14), do próprio eu (G1 2.20; ver 5.24) e da lei (G1 
3.12; 4.5). Paulo também descreve uma dinâmica união 
de fé com Cristo (G1 2.20). Vis ivelmente re tra tada no 
batismo (G1 3.27), que relaciona todos os crentes como 
irmãos e irmãs (G1 3.28). Em relação à pessoa de 
Cristo, Paulo declara tanto sua divindade (G1 1.1,3,16) 
quanto sua humanidade (G1 3.16; 4.4). Jesus é a 
substância do evangelho (G1 1.7), que ele próprio 
revelou a Paulo (G1 1.12).
1 Devassidão, desregramento, l icenciosidade, crápula.
I
28
Questionário
• Ass inale com “X ” as alternat ivas corretas
1. E a epístola de Paulo mais longa, mais teológica e
mais influente
a ) | I lCoríntios
b ) |_I Gálatas
c ) | I Efésios
d) 0 Romanos
2. É errado afirmar
a ) R | Paulo diz que Gálatas é a Revelação da Justiça 
de Deus
b ) H Doutr inariamente , Romanos é o maior l ivro já 
escri to
c ) fcl Romanos é o coração e a alma da revelação de 
Deus ao povo desta época
d m A mais comple ta história da necessidade, do 
remédio e dos resul tados da morte de Cristo, 
encontra-se em Romanos
3. A epístola aos Gálatas foi escri ta para salvar o 
crist ianismo
a) |_| Do legalismo Romanos
b ) | I j D o legalismo gentio
c) 0 . D o legalismo juda ico
d ) |_| Do legalismo grego
« Marque “C ” para Certo e “E ” para Errado
4 . |g] E claro que Paulo t inha visi tado a cidade de Roma 
antes de enviar-lhes a carta aos Romanos
5. [f 1 Romanos contém a descrição do fruto do Espíri to 
e a lista mais comple ta do Novo Testamento das 
obras da carne
29
Autor: O Apóstolo Paulo 
Data: Cerca de 62 d.C.
Carta aos Tema: Cristo e Sua Igreja
Efésios Palavras-Chave: Glória, corpo,
lugares celestes 
Versículo-chave: Ef 1.3
Esta epís to la destaca-se pela universalidade 
do seu conteúdo, não só à igreja em Efeso, mas a todas 
as igrejas sob a l iderança de Paulo, bem como a toda a 
Igreja de Deus em todo o mundo e em todos os tempos. 
O caráter universal dessa epístola é percebido pelo 
PLúúo_da salvação p roposto por Deus desde a fundagão 
do m undo e que alcança a toda cr ia tura humana, 
independente de raca, cor ou nação. Esse plano não 
discr imina judeu nem gentio, mas coloca todos debaixo 
da graça imensurável de Deus em Cristo Jesus.
Efésios é um dos picos elevados da revelação 
bíblica, ocupando lugar único entre as Epís tolas de 
Paulo. Ela não foi e laborada no árduo trabalho da 
b igo rna1 da controvérs ia doutr inária ou dos problemas 
pastorais (como muitas outras epístolas de Paulo). Ao 
contrário, Efésios transmite a impressão de um rico 
transbordar de revelação divina, brotando da vida de 
oração de Paulo. Ele escreveu a car ta quando es tava 
pr is ioneiro por amor a Cristo (Ef 3.1; 4.1; 6.20), 
provave lmente em Roma. Efésios tem muita afinidade 
com Coíossenses , e talvez tenha sido escri ta logo após 
esta. As duas cartas podem ter sido levadas 
s imul taneamente ao seu destino por um cooperador de 
Paulo chamado Tíquico (Ef 6.21; cf. Cl 4.7).
1 Peça de fe no , com o corpo central quadrangular e as 
ext remidades em ponta ci líndrica, cônica ou piramidal, sobre a 
qual se malham e amoldam metais; incude.
30
É crença geral que Paulo escreveu Efésios 
também para outras igrejas da região, e não apenas a 
Efeso. Possivelmente ele a escreveu como carta 
c ircular às igrejas de toda a província da Ásia.
Autor
Duas vezes na Epís tola se diz que foi Paulo 
quem a escreveu (Ef 1.1; 3.1). Também poderemos 
fazer a pergunta: Quem, além de Paulo, poderia ter 
escri to uma carta
tão profunda na doutrina cristã? 
Porventura algum outro dos apóstolos teria escr i to o 
capítulo dois, versículos onze a vinte e dois, colocando 
os gentios em pé de igualdade com os judeus, alegando 
que não há diferença? E quem, senão Paulo, foi preso 
por causa dos gentios? O versículo dois do capí tu lo 
terceiro afirma que o escri tor recebeu de Deus a 
adminis tração ou ministér io do Evangelho entre os 
gentios, coisa que só Paulo podia alegar (Ef 3.1-13). O 
esti lo da carta é o de Paulo, sendo especia lmente 
semelhante à Epís tola aos Colossenses . Pr imeiramente 
expõe as verdades doutr inárias, como é costume de 
Paulo.
A evidência externa é a melhor possível . E 
citados por Clemente de Roma, Inácio, Policarpo, 
Hermes, Clemente de Alexandria, Tertuliano, Irineu, 
Hipóli to e outros. Nenhum deles teve dúvidas a 
respeito da autent icidade da Epís tola e de que Paulo 
fosse seu autor. Até o próprio Marción a inclui entre as 
epístolas de Paulo, mas diz que foi escri ta à igreja de 
Laodicéia, em vez de a de Efeso. Como em alguns dos 
manuscr itos antigos não aparecem no texto do primeiro 
versículo as palavras “Em Éfeso” alguns insistem em 
que esta tem de ser a Epís tola de Paulo aos de 
Laodicéia mencionada em Colossenses 4.16. Outros
31
afirmam que é antes uma carta particular. A tradição e 
a maior ia dos manuscritos dizem que foi a enviada a 
Éfeso, mas o que impor ta é que foi e é inspirada pelo 
Espíri to de Deus, e é para nós hoje a própr ia Palavra de 
Deus.
Quando Paulo escreveu a epístola aos 
Efésios, estava preso em Roma, de onde a enviou 
àquela igreja através de Tíquico, por quem, também, 
enviou as cartas a Filemom e à igreja de Colossos, 
provave lmente entre 60 e 62 d.C.
Data e Circunstâncias
Vê-se em Efésios 3.1; 4.1 e 6.20 que Paulo 
estava na prisão, em cadeias, quando escreveu a carta. 
Da história de sua vida no livro dos Atos dos 
Apóstolos, calculamos que esta Epís tola foi escri ta 
cerca do ano 60 ou 62 a.C. A semelhança do seu 
conteúdo com a de Colossenses e o fato de que Tíquico 
foi o portador da carta (Ef 6.21,22), como também a 
dos Colossenses (Cl 4.7,8), fazem-nos crer que foram 
escritas na mesma época. É provável que Onésimo, que 
acompanhou a Tíquico (Cl 4.9) levasse a carta de Paulo 
a Filemom nessa mesma época.
Em sua segunda viagem missionária, Paulo 
ficou em Éfeso poucos dias, prometendo voltar (At 
18.19-21). Deixou Priscila e Áquila na cidade, ao passo 
que ele seguiu para Jerusa lém e Antioquia. Antes que 
Paulo regressasse, Apoio chegou a Éfeso e teve um 
ministério ali (At 18.18,19,24-28). Em sua terceira 
viagem, Paulo ficou em Éfeso cerca de três anos, 
realizando o melhor ministér io de toda a sua longa 
carreira (At 19.1-20). Nos três primeiros meses pregava 
na sinagoga, mas a oposição obrigou-o a afastar-se e se 
estabeleceu em uma escola, onde “falou ousadam ente”
32
durante dois anos. Não é est ranho, então, que a igreja 
de Éfeso pudesse receber e entender uma car ta tão 
espir i tualmente profunda como esta. Durante os anos 
do ministér io pessoal do apóstolo, os novos crentes 
aprofundaram-se em seus conhecimentos bíblicos e do 
Evangelho; es tavam em condições de apreciarem estes 
ensinamentos , e Paulo bem o sabia.
Não há na carta referências a problemas 
especiais como os mencionados nas cartas aos 
Coríntios e aos Gálatas. Por que, então, foi escri ta? 
Não há quase dúvida de que exist iu um problema sério 
em Colossos, e Paulo, preparando a viagem de Tíquico 
para que levasse a Epís tola aos Colossenses , e 
enviando a Onésimo de volta para Fi lemom com sua 
carta de recomendação, quis escrever esta carta aos 
efésios (ou car ta-c ircular para todas as igrejas da Ásia, 
se ass im o desejarmos) . E possível que Paulo t ivesse 
tido novas revelações durante as suas prisões, e o 
Espíri to Santo desejava que Paulo deixasse por escri to 
estas verdades. Uma mente como a de Paulo, 
medi tando longas horas, mês após mês, no significado 
da morte, ressurreição e entronização do Senhor Jesus 
Cristo, sem dúvida seria guiada pelo Espíri to a novos 
passos e conhecimentos de verdades espiri tuais, como 
deduções lógicas do que já conhecia. A exper iência da 
matur idade e a apl icação no estudo mais ass íduo do 
Velho Testamento (2Tm 4.13) também contr ibuíram 
para que Paulo t ivesse verdades novas para transmit ir 
aos efésios, e aprouve a Deus que as deixasse em forma 
permanente para que nós, as gerações vindouras, nos 
aprove itássemos também delas. Não obstante, l ivremo- 
nos da idéia de que esta Epís tola cria uma nova 
dispensação, de modo que só ela e as Epístolas escri tas 
depois por Paulo, sejam para nós, atualmente, em vez 
de todo o Novo Testamento. Graças ao Pai Celestial ,
33
que por Seu Espíri to Santo impeliu o grande apóstolo 
aos gentios a escrever esta Epístola.
Não só devia preveni-los contra o erro que 
entrou em Colossos, e o outro que transtornou os 
gálatas, mas também os fez merecer a admoestação do 
Senhor Jesus em Apocal ipse 2.4,5.
É considerada uma das “cartas da p r i são” 
porque as escreveu enquanto estava preso em Roma. Na 
pr imavera de 63 d.C., provavelmente , foi liberto.
Propósito
O propósi to imedia to de Paulo ao escrever 
Efésios está implícito em Efésios 1.15-17. Em oração, 
ele anseia que seus leitores cresçam na fé, no amor, na 
sabedoria e na revelação do Pai da glória. Almeja 
profundamente que vivam uma vida digna do Senhor 
Jesus Cristo (Ef 4.1-3; 5.1,2). Paulo, portanto, procura 
fortalecer-lhes a fé e os alicerces espiri tuais ao revelar 
a plenitude do propósi to eterno de Deus na redenção 
“em Cris to” (Ef 1.3-14; 3.10-12) à igreja (Ef 1.22,23; 
2.11-22; 3.21; 4.11-16; 5.25-27) e a cada crente (Ef 
1.15-21; 2.1-10; 3.16-20; 4.1-3,17-32; 5.1-6.20).
Visão Panorâmica
Há dois temas fundamentais no Novo 
Testamento:
• Como somos redimidos por Deus;
• Como nós, os redimidos , devemos viver.
Os capítulos 1-3 de Efésios tratam 
principalmente do primeiro desses temas, ao passo que 
os capítulos 4-6 focalizam o segundo.
Os capítulos 1-3 começam por um parágrafo 
de abertura que é um dos trechos mais profundos da
34
Bíblia (Ef 1.3-14). Esse grandioso hino sobre redenção 
t r ib u ta1 louvores ao Pai pela eleição, predest inação e 
adoção que Ele nos propiciou (Ef 1.3-6), por nossa 
redenção mediante o sangue do Filho (Ef 1.7-12) e pelo 
Espíri to, como selo e garantia da nossa herança (Ef 
1.13,14).
Nesses capítulos, Paulo ressalta que na 
redenção pela graça mediante a fé, Deus nos reconci l i a 
consigo mesmo (Ef 2.1-10) e com outros que estão 
sendo salvos (Ef 2.11-15), e, em Cristo, nos une em um 
só corpo, a igreja (Ef 2.16-22). O alvo da redenção é 
“tornar a congregar em Cristo todas as coisas. .. tanto as 
que estão nos céus como as que estão na te rra” (Ef 
1. 10).
Os capítulos 4-6 cons is tem mais de 
ins truções práticas para a igreja no tocante aos 
requis itos que a redenção em Cristo demanda de nossa 
vida individual e coletiva. Entre as 35 diretrizes dadas 
em Efésios, sobre como os redimidos devem viver, 
destacam-se três categorias gerais.
1. Os crentes são chamados a uma nova vida de pureza 
e separação do mundo. São chamados a serem 
“santos e ir repreensíveis diante de le” (Ef 1.4), a 
crescer “para templo santo no Senhor” (Ef 2.21), a 
andar “como é d igno da vocação com que fostes 
chamados” (Ef 4.1), a “varão perfe ito” (Ef 4.13), a 
viver “em verdadeira jus t iça e santidade” (Ef 4.24), 
a andar “em amor” (Ef 5.2; cf. 3.17-19) e a serem 
santos “pela Pa lavra” (Ef 5.26), a fim de que Cristo 
tenha uma “igreja gloriosa, sem mácula1 2, nem ruga.. . 
santa e i rrepreensível” (Ef 5.27).
2. O crente é chamado a um novo modo de viver nos 
relacionamentos familiares e vocacionais (Ef 5.22-
1 Prestar ou dedicar a (alguém ou algo), como tributo.
2 Nódoa, mancha.
35
6.9). Esses re lacionamentos devem ser regidos por 
princípios de conduta que dis t ingam o crente da 
sociedade descrente à sua volta.
3. Finalmente , o crente é chamado a manter-se firme 
contra as a s tu tas1 ci ladas do diabo e as terríveis 
“hostes espiri tuais da maldade, nos lugares 
celes tia is” (Ef 6.10-20).
Cinco Característ icas Especiais
1. A revelação da grande verdade teológica dos 
capítulos 1-3 é in te rrompida por duas grandiosas 
orações apostólicas. Na primeira, o apóstolo pede 
para os crentes sabedoria e revelação no 
conhecimento de Deus (Ef 1.15-23); na segunda, 
roga que possam conhecer o amor, o poder e a glória 
de Deus (Ef 3.14-21).
2 . / “Em Cris to” , uma expressão paulina de peso (106 
I vezes nas epístolas de Paulo), sobressai grandemente
em Efésios (cerca de 36 vezes). “Toda bênção 
esp ir i tua l” e todo assunto prático da vida re lac iona­
s s e com o estar “em Cris to” .
3. Efésios salienta o propósi to e alvo eterno de Deus 
para a igreja.
4. Há um realce mul t i face tado1 2 do papel do Espíri to 
Santo na vida cristã (Ef 1.13,14,17; 2.18; 3.5,16,20; 
4.3,4,30; 5.18; 6.17,18).
5. Efésios é tida, às vezes, como epístola gêmea de
 ^ Colossenses, pelo fato de apresentarem definidas
semelhanças em seus conteúdos e terem sido escri tas 
quase ao mesmo tempo.
1 Habil idade em enganar; lábia, solércia, manha, artimanha, 
ardil. Finura, malícia, sagacidade.
2 Que tem muitas facetas; multiface.
36
Cristo Revelado
Efés ios foi chamado de “Os Alpes do Novo 
Tes tamento” , “O Grande Cânon da Escr itura” e “O 
Ápice Real das Ep ís to las” , não somente por seu grande 
tema, mas devido à majestade do Cris to revelado aqui. 
Capítulo 1: Ele é o Redentor (Ef 1.7), aquele em quem 
e por quem a história será def in it ivamente 
consumada (Ef 1.10); e Ele é o Senhor ressusci tado 
que não apenas ressusci tou dos mortos e do inferno, 
mas que reina como rei, derramando sua vida através 
de seu corpo, a Igreja - a expressão atual dele 
mesmo na terra (Ef 1.15-23).
Capí tulo 2: Ele é o pacif icador que reconci l iou o 
homem com Deus e que também torna possível a 
reconcil iação entre os homens (Ef 2.11-18); e Ele é a 
“principal pedra da esquina” do novo templo, que 
consiste de seu próprio povo sendo habitado pelo 
próprio Deus (Ef 2.19-22).
Capí tulo 3: E le é o t e souro em que são encontradas as 
r iquezas inescrutáveis da vida (Ef 3.8); e Ele é o que 
habita nos corações humanos, garantindo-nos o amor 
de Deus (Ef 3.17-19).
Capí tulo 4: Jesus é o doador dos dons do ministér io à 
sua Igreja (Ef 4.7-11); e Ele é o vencedor que 
acabou com a capacidade do inferno de manter a 
humanidade cativa (Ef 4.8-10).
Capítulo 5: Ele é o marido m odelo, dando-se sem 
egoísmo para realçar sua noiva - sua Igreja (Ef 5.25- 
27,32).
Capí tulo 6: Ele é o Senhor, poderoso na batalha, o 
recurso de força para seu povo enquanto eles se 
armam para a batalha espiri tual (Ef 6.10).
37
Questionário
• Assinale com “X ” as al ternativas corretas
6. É percebido pelo plano da salvação proposto por 
Deus desde a fundação do mundo
a) | ! O caráter universal da epístola aos Romanos
b ) | | O caráter universal da epístola aos Gálatas
C)I2L0 caráter universal da epístola aos Efésios 
d)|_J O caráter universal da epístola aos Hebreus
7. Efésios tem muita afinidade com
a) l I Romanos
b) |_| Gálatas
c ) l | Fil ipenses
d) 0 Colossenses
8. Quando Paulo escreveu a epístola aos Efésios, estava
preso em de onde a enviou àquela igreja
através de
a) | I Roma, Timóteo
b) 0 - R o m a , Tíquico
c ) |_| Jerusalém, Timóteo
d ) |_| Jerusalém, Tito
Marque “C ” para Certo e “E ” para Errado
9Xf] Em Cris to” , uma expressão paulina de peso (106 
vezes nas epístolas de Paulo), sobressai grandemente 
em Gálatas (cerca de 36 vezes)
10 .\&\ Efésios sal ienta o propósi to e alvo eterno de
Deus para os judeus
38
Lição 2____________________
Cartas de Paulo: ICoríntios e
2Coríntios
Autor: O Apósto lo Paulo 
Data: 55/56 d.C.
Tema: Problemas da Igreja e Suas 
Soluções
Palavras-Chave: A cruz, pecados 
sexuais, dons espiri tuais, amor, a 
ressurreição
Versículos-chave: ICo 13.1; 14.33a
Q Corinto, uma cidade antiga da Grécia, era, 
em muitos aspectos , a metrópole grega de maior 
destaque nos tempos de Paulo. Assim como muitas das 
cidades prósperas do mundo de hoje, Corinto era 
in te lectua lmente arrogante, materia lmente próspera e 
moralmente corrupta. O pecado, em todas as suas 
formas, g ra ssava1 nessa cidade de má fama, pela sua 
l icencios idade1 2.
Juntamente com Priscila e Aqui la ( IC o 
16.19) e com sua própria equipe apos tólica (At 18.5), 
Paulo fundou a igreja em Corinto, durante seu 
ministér io de dezoito meses ali, na sua segunda viagem
Primeira 
Carta aos 
Coríntios
1 Desenvolver-se; alastrar-se, propagar-se progressivamente.
2 Sensual, l ibidinoso; libertino.
39
missionária (At 18.1-17). A igreja era composta de 
alguns judeus, sendo sua maioria const i tuída de gentios 
convertidos do paganismo. Depois da partida de Paulo 
de Corinto, surgiram vários problemas na jovem igreja, 
que requereram sua autoridade e doutr ina apostól ica , 
por carta e visitas pessoais.
Autor
A autent icidade de ICorínt ios nunca foi 
ser iamente desafiada. Em esti lo, l inguagem e fi losofia, 
a epístola pertence ao apóstolo Paulo.
A própria ín d o le 1 da carta é uma prova de 
que Paulo é o autor humano da mesma. No primeiro 
capítulo diz ele que é Paulo, que exerceu um longo 
ministério entre eles, porém, que não bat izou muitas 
pessoas ali. Fala da sua conduta exemplar enquanto 
esteve em Corinto e manifesta uma compreensão de 
seus problemas e sua solução que só o apóstolo dos 
gentios poderia ter. A melhor explicação para se 
jus ti f icar a omissão do ensino doutr inário no começo 
da carta é que Paulo pregara em Corinto por espaço de 
quase dois anos, de maneira que não havia necessidade 
de que lhes escrevesse sobre as verdades fundamentais 
do Evangelho ( IC o 1.1,12-17; 3.4,6,22; 16.21).
Os antigos “Pa is” deram evidência de sobra 
quanto à sua aceitação deste livro como uma carta 
escrita pelo apóstolo Paulo. Tem feito parte do cânon 
desde o seu começo. Clemente de Roma chama-a 
“Epístola do bendito apóstolo Pau lo” e Clemente de 
Alexandr ia fez mais de cem citações dela. Os cristãos e 
os inimigos do Cris t ianismo ci taram-na como Epís tola
1 Propensão natural; tendência característ ica; temperamento. 
Feitio, condição, caráter.
40
autêntica esc ri ta por Paulo, o apósto lo aos gentios. 
Apresenta esta car ta mais evidência em seu favor do 
que a maioria dos escri tos antigos, sem exis t ir 
controvérs ia quan to a este assunto.
Data e as Circunstâncias
Existem vários motivos para ace itar-se a 
declaração de Paulo de que ele se achava em Éfeso 
quando escreveu a Epísto la ( IC o 16.8,9). Seu 
ministér io exercido em Éfeso durante três anos provê a 
oportunidade (At 19.8,10,21,22; 20.31). Não era coisa 
fácil escrever-se naqueles dias, porém de acordo com 
ICor ín t ios 5-9, Paulo já t inha escri to a estes irmãos, 
mas ignoramos como se perdeu a mencionada carta.
Ao sair Paulo de Corinto, levou consigo a 
Aquila e Pr iscila até Éfeso onde os deixou (At 
18.18,19). Enquanto Paulo seguiu para Jerusa lém, 
chegou a Éfeso o eloquente orador Apoio, de ' 
Alexandria, até pregou com muito poder, porém não 
conhecia senão o batismo de João Batista. Depois de 
ouvi-lo falar,
Pr isc ila e Áquila tomaram-no e 
ens inaram-lhe as demais verdades a respei to do Senhor 
Jesus e da vinda do Espíri to Santo. Depois Apoio 
passou por Corinto onde pregou com tanta e loqüência 
que alguns formaram um partido dando-lhe seu nome, 
ao passo que outros ficaram fiéis a Paulo , que t inha 
pregado a pura verdade, porém com s implic idade, com 
o propósito de evitar que os gentios fixassem sua 
atenção nele. Em Atenas Paulo falou perante os 
eruditos e f i lósofos da sua época e uns poucos se 
conver teram a despeito daqueles que zom bavam da 
doutrina. De Atenas o apóstolo foi a Corinto , e ele 
mesmo se expressou nestes termos: “E eu, irmãos, 
quando fui ter convosco, anunciando-vos o tes temunho
41
de Deus, não o fiz com ostentação de l inguagem, ou de 
sabedoria, porque decidi nada saber entre vós, senão a 
Jesus Cristo, e Este crucificado. E foi em fraqueza, 
temor e grande tremor que eu estive entre vós. A minha 
palavra e a minha pregação não consis t iram em 
linguagem persuasiva de sabedoria, mas em
demonst ração do Espíri to e do poder, para que a vossa 
fé não se apoiasse em sabedoria humana; e, sim, no 
poder de D eus” ( IC o 2.1-5).
Paulo também vivia do trabalho de suas 
próprias mãos, fabricando tendas de campanha ou 
barracas, e aos sábados discutia com os que 
freqüentavam as sinagogas. Só quando chegaram Silas 
e Timóteo de Macedônia , sem dúvida trazendo-lhe uma 
oferta (Fp 4.15) é que Paulo abandonou o trabalho 
manual que estava fazendo para dedicar-se
in tegralmente ao seu ministério. Natura lmente houve 
um contraste entre a humildade e abnegação de Paulo e 
a eloqüência de Apoio. Os dois pregadores não 
desejaram que isso acontecesse, nem pretendiam causar 
divisões entre os irmãos, nem houve ciúme ou inveja 
entre eles ( IC o 16.12). A formação dos dois partidos 
entre os coríntios foi simplesmente uma manifestação 
de sua carnalidade, e assim foi que Paulo considerou o 
fato ( IC o 3.3,4).
Enquanto Paulo estava em Efeso, de regresso 
de Jerusa lém e no começo de sua terceira viagem 
missionária, ouvia falar destas divisões entre crentes de 
Corinto, e também de certas imoralidades ali 
praticadas. Escreveu- lhes acerca do dever de se 
separarem dos que es tavam em pecado e recebeu uma 
resposta por escri to na qual lhe faziam certas 
perguntas. Talvez Estéfanas, Fortunato e Acaio 
trouxessem o recado e dessem mais notícias 
verbalmente ( IC o 16.17). Além da mencionada carta da
42
Igreja de Corinto, veio a Éfeso a família do irmão Cloe 
e os membros desta famíl ia contaram a Paulo 
deta lhadamente a condição espiri tual dessa igreja. O 
apóstolo enviou Timóteo para lá imedia tamente , sem 
esperar para escrever-lhes. Já vimos, então, como foi 
que ele sentiu a necessidade de escrever esta carta, a 
f im de apl icar a cada problema da igreja de Corinto a 
solução ditada pelo Espíri to Santo. Como fundador da 
mencionada igreja e como apóstolo dos gentios por 
de terminação de Deus, a responsabil idade pesava sobre 
ele (2Co 11.28). A inspiração divina na composição da 
epís to la nota-se no fato de que Paulo explica as 
verdades fundamenta is que formam os pr incípios ou 
regras para as decisões ou procedimentos que cabem 
em cada caso. Ass im sendo, a carta é de grande 
importância e u ti l idade para a ins ti tuição de igrejas na 
atual idade, e damos graças a Deus que no-la tem 
conservado.
Pelas razões acima expostas consideramos 
que esta Epís to la foi escri ta lá pelo fim dos três anos 
do minis tério de Paulo em Éfeso, entre 55 ou 56 da era 
cristã.
Propósito
Paulo t inha dois motivos principais ao 
escrever esta epístola:
• Trata r dos sérios problemas da igreja de Corinto, de
que fora informado. Eram pecados que os coríntios 
não levavam muito a sério, mas que Paulo sabia 
serem graves.
• Aconselhar e doutrinar sobre variados assuntos que 
os coríntios lhe encaminharam por escrito. Isso 
incluía assuntos doutr inários e de conduta e pureza, 
tanto individual, como da congregação.
43
Visão Panorâmica
Esta epístola trata dos problemas que uma 
igreja exper imenta quando seus membros continuam 
“carnais” ( IC o 3.1-3) e não se separam de uma vez, 
dos incrédulos a seu redor (2Co 6.17). São problemas 
t ipo espír i to de divisão ( IC o 1.10-13; 11.17-22), 
to lerância de pecado t ipo inces to1 ( I Co 5.1-13), 
imoral idade sexual em geral ( I C o 6.12-20), ação 
judic ia l entre os cristãos ( I C o 6.1-11), idéias 
humanis tas a respeito da verdade apostólica ( IC o 15) e 
confli tos a respeito da “ liberdade c r is tã” ( IC o 8-10). 
Paulo também instrui os coríntios a respeito do 
cel iba to1 2 e do casamento ( IC o 7), o culto público, 
inc lusive a Ceia do Senhor ( IC o 11-14) e a oferta para 
os santos de Jerusalém ( IC o 16.1-4).
Entre os ensinos mais impor tantes de Paulo 
em ICorín t ios , está o das manifestações e dons do 
Espíri to Santo nos cultos da igreja ( IC o 12-14). O 
ensino desses capítulos é o mais r ico do Novo 
Tes tamento sobre a natureza e o conteúdo da adoração 
na igreja primitiva ( IC o 14.26-33).
Paulo mostra que o propósito de Deus para a 
igreja inclui uma rica variedade de dons do Espíri to 
através de crentes fiéis ( IC o 12.4-10) e de pessoas 
chamadas para exercer certos minis térios ( IC o 12.28- 
30) - uma diversidade dentro da unidade, comparável 
às múltiplas funções do corpo humano ( IC o 12.12-27). 
No da operação dos dons espir i tuais na congregação, 
Paulo faz uma dist inção essencial entre a edificação 
individual e a coletiva como assemblé ia ( IC o 14.2-
1 União sexual ilícita entre parentes consangiiíneos, afins ou 
adotivos.
2 O estado de uma pessoa que se mantém solteira.
44
6,12,16-19,26) , e reitera que todas as manifestações 
públicas dos dons devem brotar do amor ( IC o 13) e 
exist irem para a edificação de todos os crentes ( I C o 
12.7; 14.4-6,26).
Características Especiais
Cinco caracterís t icas especiais vemos em
ICorínt ios:
1. De todo o Novo Testamento , é a epís to la que mais 
trata de problemas. Ao tratar dos vários problemas e 
assuntos de Corinto, Paulo apresenta princípios 
espir i tuais claros e permanentes , sendo cada um 
deles universalmente aplicáveis à igreja ( I C o 1.10; 
6.17,20; 7.7; 9.24-27; 10.31,32; 14.1-10; 15.22,23).
2. Há um destaque geral sobre a unidade da igreja local 
como corpo de Cristo, destaque este no ensino sobre 
divisões, Ceia do Senhor e dons espiri tuais.
3. Es ta epístola contém o mais amplo ensino do Novo 
Tes tamento em assuntos de grande importância como 
o celibato, o casamento e novo casamento (capítulo 
7); a Ceia do Senhor ( I C o 10.16-21; 11.17-34); 
l ínguas, profecias e dons espir i tuais durante o culto 
( I C o 12,14); o amor cristão ( I C o 13); e a 
ressurreição do corpo ( I C o 15).
4. A epístola é de valor incalculável para o ministér io 
pastoral , no tocante à discipl ina eclesiás tica ( I C o 5).
5. Salienta a possibil idade indubitável de decair da fé, 
aqueles que persistem numa conduta ímpia e que não 
têm fi rmeza em Cristo ( IC o 6.9,10; 9.24-27; 10.5- 
12,20,21; 15.1-2). 1 2
1 Tornar-se saliente ou notável; evidenciar-se, dist inguir-se, 
sobressair.
2 Sobre que não pode haver dúvida; incontestável, irrefragável.
45
Correções na Conduta Cristã ( IC o 1-11)
A maravilhosa igreja de Corinto, a jó ia 
br i lhante da coroa do trabalho de Paulo, estava 
f racassando, porque o mundanismo (carnalidade) se 
t inha in troduzido em seu seio.
Tudo corria bem enquanto a igreja penetrava 
na c idade de Corinto, mas quando Corinto penetrou na 
igreja, o desas tre começou.
O maior perigo da igreja de Corinto
vinha de 
dentro. É uma verdade sempre confirmada.
Espíri to de partidos.
Paulo fala das divisões e grupos na igreja. 
Nada destrói mais o coração e a vida de uma igreja, do 
que a polí t ica de partidos. Cris t ianismo é amor. Só 
Jesus Cris to pode curar o mal das divisões ( IC o 1.13). 
Todo olhar, todo coração e todo espíri to deve voltar-se 
para um objetivo: Jesus Cristo, nosso Salvador pessoal.
A Cruz.
1. A cruz era “escândalo para os j u d e u s” .
Algo com que não podiam conformar-se 
( I C o 1.23). Não era possível compreender como tal 
demonstração de fraqueza podia ser fonte de poder. 
Para eles, um homem morrendo na cruz não parecia o 
Salvador do mundo. A cruz significava fracasso para 
eles. 2
2. A cruz era “Loucura para os gregos” .
Os gregos olhavam com desdém a religião 
sem base científ ica, ensinada primeiro num recanto 
atrasado do mundo, como Nazaré, pelo filho de um 
carpintei ro que nunca estudara em Atenas ou Roma. Os 
gregos idolatravam “cérebros” .
46
Mas Deus nunca desprezou as coisas 
humildes. Ele usou a fu n d a1 de Davi para derrubar 
Golias, o pior inimigo de Israel. Usou a m erenda2 de 
um menino para a limentar uma multidão. Ou a cruz é 
“o poder de D e u s” ou é “ loucura” . Nenhuma pessoa 
jamais de ixa a cruz na mesma condição em que a ela 
veio. Terá de aceitá-la ou de rejeitá-la. Se a aceita, 
torna-se fi lho de Deus (Jo 1.12); se a repudia, é réu, 
condenado (Jo 3.36). Paulo não pregou um Cris to 
conquis tador ou filósofo, porém, Cris to crucif icado e 
humilde ( I C o 2.2). Paulo diz: “Nem eu tão pouco ju lgo 
a mim m esm o ” ( I C o 4.3).
Não sabeis?
Esta é uma expressão usada por Paulo. Sua 
fé se baseava em fatos. Ele queria saber das coisas. 
Sublinhe os “não sabe is?” do capítulo 6. Que nos 
compete saber? “Ou não sabeis porque o nosso corpo é 
o templo do Espíri to Santo, que habita em vós, 
proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? 
Porque fostes comprados por bom preço; glorificai , 
pois, a Deus no vosso corpo e no vosso espíri to, os 
quais pertencem a D eus” ( IC o 6.19,20). Se o nosso 
corpo foi redimido pelo Senhor Jesus Cristo, então não 
nos pertence mais, e sim Aquele que nos comprou com 
o seu precioso sangue. “Porque fostes comprados por 
preço” . A Escritura não estabelece regrinhas de 
conduta nem diz que coisas devem ou não fazer, antes, 
estabe lece princípios pelos quais o cristão deve 
orientar suas ações. Alguém disse que a l iberdade 
cristã não quer dizer o direito que temos de fazer o que
1 Laçada de couro ou de corda para arrojar pedras, ou outros 
projetis, ao longe.
Refeição leve, entre o almoço e o jantar . O que se leva em 
farnel para comer no campo ou em viagem.
47
queremos, e sim o que devemos. Paulo diz: “Todas as 
coisas me são l ícitas, mas nem todas as coisas convêm; 
todas as coisas me são l ícitas, mas eu não me deixarei 
dominar por nenhum a” ( IC o 6.12).
Casamento.
Deus apresenta com clareza os princípios do 
casamento. Quando duas pessoas se casam, fazem-no 
por toda a vida. Leiam o que disse Jesus acerca do 
divórcio (Mt 5.31,32; 19.3-11; Mc 10.2-12). São 
declarações claras. Anotem ICorínt ios 7.9,13 na 
Bíblia. Meditem nesses versículos.
A Ceia do Senhor
A Ceia do Senhor é descrita em quatro 
trechos bíblicos: Mateus 26.26-29; Marcos 14.22-25; 
Lucas 22.15-20; ICorín t ios 11.23-32.
Sua importância re laciona-se com o passado, 
o presente e o futuro.
Sua importância no passado.
É um memoria l (gr. ana m n esis ; ICo 11.24- 
26; Lc 22.19) da morte de Cristo no Calvário , para 
redimir os crentes do pecado e da condenação. Através 
da Ceia do Senhor, vemos mais uma vez diante de nós 
a morte salvífica de Cristo e seu s ignificado redentor 
para nossa vida. A morte de Cristo é nossa motivação 
maior para não cairmos em pecado e para nos 
abstermos de toda a aparência do mal ( lT s 5.22). É um 
ato de ação de graças (gr. eucharistiá ) pelas bênçãos e 
salvação da parte de Deus, provenientes do sacrifício 
de Jesus Cristo na cruz por nós ( I C o 11.24; Mt 
26.27,28; Mc 14.23; Lc 22.19).
48
Sua impor tância no presente.
A Ceia do Senhor é um ato de comunhão (gr. 
' ko inon iá ) com Cris to e de part ic ipação nos benef íc ios 
da sua morte sacrificial e, ao mesmo tempo, comunhão 
com os demais membros do corpo de Cristo ( I C o 
10.16,17). Nessa ceia com o Senhor ressurreto, Ele, 
como o anfitr ião, faz-se presente de modo especial (cf. 
Mt 18.20; Lc 24.35). É o reconhecimento e a 
p roclamação da Nova Aliança (gr. kaine d ia theke) 
mediante a qual os crentes reaf i rmam o senhorio de 
Cris to e nosso compromisso de fazer a sua vontade, de 
permanecer leais, de resist i r o pecado e de identi ficar- 
nos com a missão de Cristo ( I C o 11.25; Mt 26.28; Mc 
14.24; Lc 22.20).
Sua impor tância no futuro.
A Ceia do Senhor é um antegozo do reino 
futuro de Deus e do banquete mess iânico futuro, 
quando então, todos os crentes estarão presentes com o 
Senhor (Mt 8.11; 22.1-14; Mc 14.25; Lc 13.29; 
22 .17,18 ,30) . Antevê a volta iminente de Cristo para 
buscar o seu povo ( IC o 11.26) e encena a oração: 
“Venha o teu Reino” (Mt 6.10; cf. Ap 22.20). Na Ceia 
do Senhor, toda essa impor tância acima mencionada, só 
passa a ter significado se chegarmos diante do Senhor 
com fé genuína, oração s incera e obediência à Palavra 
de Deus e à sua vontade.
Instruções Quanto à Conduta Cristã 
( IC o 12-16)
Em ICorín tios 12 encontramos os dons que o 
Espíri to dá aos crentes. Nos vers ículos 1-3 ele fala da 
transformação que se deu na vida dos cristãos corínt ios 
após abandonarem o culto de ídolos mortos para adorar
49
Autor: O Apósto lo Paulo 
Segunda Data: 55/56 d.C.
Carta aos Tema: Glória Através do Sofrimento 
Coríntios P a lavras~Chave: Consolação, sofrimento, 
minis tério , glória, poder, f raqueza 
Versículos-chave: 2Co 4.5; 5.20-21
Tendo Paulo fundado a igreja em Corinto, 
durante sua segunda viagem missionária, manteve 
contato freqüente com os coríntios a parti r de então, 
por causa dos problemas daquela igreja (ver a 
introdução a ICoríntios) .
A seqüência desses contatos e o contexto em 
que 2Coríntios foi escri to são os seguintes:
• Depois de alguns contatos e correspondência inicial
entre Paulo e a igreja ( IC o 1.1; 5.9; 7.1), ele 
escreveu ICorín t ios , de Éfeso (pr imavera de 55 ou 
56 d.C.).
• Em seguida, ele fez uma viagem a Corinto, c ruzando
o mar Egeu, para tratar de problemas surgidos na 
igreja. Essa visita, no período entre 1 e 2Coríntios 
(2Co 13.1,2), foi esp inhosa para Paulo e para a 
congregação (2Co 2.1,2).
• Depois dessa visi ta a fanosa1, informes chegaram a
Paulo em Éfeso de que seus adversár ios estavam 
atacando a sua autoridade apostólica em Corinto, 
tentando persuadir uma parte da igreja a rejeitá-lo.
• - 'Respondendo, Paulo escreveu 2Corín tios, na
Macedônia (outono de 55 ou 56 d.C.).
• Pouco depois, Paulo viajou outra vez a Corinto (2Co
13.1), permanecendo ali cerca de três meses (cf. At 
20.1-3a). Foi ali que escreveu a Epís to la aos 
Romanos.
Cheio de afã; trabalhoso, laborioso.i
Autor
Paulo escreveu esta epístola à igreja de 
Corin to e aos crentes de toda a Acaia (2Co 1.1), 
ident if icando-se duas vezes pelo nome (2Co 1.1; 10.1).
Há duas af irmações de que Paulo escreveu a 
carta (2Co 1.1 e 10.1). As coisas detalhadas que 
escreve e as referências par ticulares especialmente no 
capí tu lo dois, onde fala do mesmo homem que indica 
na primeira Epístola, o capítulo cinco: estas cons ti tuem 
provas de que o autor desta Epís to la é o mesmo que o 
da primeira. Não podia ser outro senão Paulo, o 
apóstolo dos gentios,
e que fundou a igreja de Corinto 
(2Co 3.1-3). Só Paulo podia ter escri to 2Corín tios 
12.19-13.10.
O testemunho ex terno é mais do que 
sufic iente para provar a mesma coisa. Desde Policarpo 
em diante encontram-se re ferências a este livro, e 
ocupa o terceiro lugar no Apostolicón de Marción (Ano 
145).
Tema e Propósito
Tendo em mente que 2Corín tios é a defesa 
pessoal do ministér io de Paulo, resumiremos o seu 
tema da seguinte maneira: o minis tério de Paulo, seus 
motivos, sacrifícios, responsabil idades e eficiência.
• Paulo escreveu esta epístola a três classes de pessoas 
em Corinto;
• Pr imeiro escreveu para encoraja r a maioria da igreja 
que lhe era fiel, como seu pai espiri tual;
• Escreveu para contes tar e desmascarar os falsos
apóstolos que continuavam a difamá-lo, para, assim, 
enfraquecer a sua autoridade e o seu apostolado, e 
dis to rcer a sua mensagem;
53
• Escreveu, também, para repreender a minor ia na 
igreja influenciada por seus oponentes e que não 
acatavam a sua autoridade e correção. Paulo 
reafi rmou sua integridade e sua autoridade 
apostól ica em relação a eles, esclareceu os seus 
motivos e os advertiu contra novas rebeliões. 
2Coríntios visou a preparar a igreja como um todo, 
para sua visi ta im inen te1.
A Data e as Circunstâncias
Depois de enviar a primeira Epís to la aos 
Coríntios Paulo esperou em Efeso até o alvoroço no 
teatro (At 19.23-41), que o fez sair da cidade. Já t inha 
o propósi to de vis i tar a Macedônia e Acaia e t inha 
enviado adiante dele Timóteo e Eras to (At 19.21,22). 
Partiu de Éfeso e chegou a Trôade. Nesta cidade teve 
muitas oportunidades para pregar o Evangelho, mas 
não teve sossego em seu espírito, pelo fato de Tito não 
ter regressado, o qual fora enviado a Corinto por Paulo 
para adverti- los a respeito da oferta (2Co 12.18-8.6,16) 
e para saber de que maneira os irmãos de Corinto 
t inham recebido a carta anterior (2Co 2.12,13).
Paulo partiu de Trôade para Macedônia , onde 
Tito o encontrou quando de seu regresso de Corinto 
(2Co 7.5-7). As notícias que trouxe da submissão da 
igreja às coisas que foram ordenadas na carta: sua 
pronta obediência e a tr isteza da maioria pelo que 
acontecera, não se acham somente neste capítulo sete, 
mas também de vez em quando por todo o livro. 
Também 2Coríntios 8.1 e 9.24 provam que esta carta 
foi escri ta desde a Macedônia , de modo que é claro que 
Paulo a escreveu quando do regresso de Tito com as
1 Que ameaça acontecer breve; que está sobranceiro.
54
notícias da recepção da primeira Epístola , talvez uns 
seis meses após aquela, cerca do ano 55 depois de 
Cristo.
* Quando Tito contou a Paulo que a igreja de 
Corinto t inha disciplinado o culpado de acordo com as 
suas ins truções ( IC o 5), e que a dita disciplina t inha 
t ido o efeito desejado pelo fato de o homem estar muito 
tr iste e desejarem perdoá-lo (2Co 2.5-8), o apósto lo 
na tura lmente sentiu a sua responsabil idade de escrever- 
lhes imedia tamente com as ins truções sobre o caso. 
Com mais detalhes de Tito a respei to do caráter da 
oposição ao apóstolo e a tendência de alguns em 
prestar- lhes atenção quanto à importância da lei 
mosaica, Paulo quis deixar claro também esse ponto, 
tanto para defender seu própr io apostolado, como 
também para dar autoridade aos seus ensinamentos. 
Estas considerações, jun tam ente com os assuntos 
materia is, com a sua visi ta e a coleta para os santos em 
Jerusa lém, fizeram-no sentir o impulso de escrever. 
Deus usava as c ircunstânc ias para fazê-lo cumpri r a 
vontade divina e ass im temos este precioso livro no 
cânon do Novo Testamento.
Visão Panorâmica
2Coríntios tem três divisões principais:
1. Na primeira (2Co 1-7), Paulo começa 
dando graças a Deus pela sua consolação em meio aos 
sof rimentos em prol do evangelho, elogia os coríntios 
por d iscip linarem um grande transgressor e defende a 
sua in tegridade ao alterar seus planos de viagem. Em 
2Coríntios 3.1-6.10, Paulo apresenta o mais extenso 
ensino do Novo Tes tamento sobre o verdadeiro caráter 
do minis tério . Ressalta a impor tância da separação do 
mundo (2Co 6.11-7.1) e expressa sua alegria ao saber,
55
através de Tito, do arrependimento de mui tos na igreja 
de Corinto, que antes desacatavam a sua autoridade 
apostól ica (2Co 7).
2. Nos capítulos 8 e 9, Paulo exorta os 
coríntios a demonst rar a mesma generosidade cristã e 
sincera dos macedônios , ao cont ribuírem na campanha 
por ele dirigida, a favor dos crentes pobres de 
Jerusalém.
3. O estilo da epístola muda nos capítulos 
10-13. Agora, Paulo defende o seu apostolado, 
discorrendo sobre a sua chamada, qual if icações e 
sofrimentos como um verdadeiro apóstolo. Com isso, 
Paulo espera que os coríntios reconheçam os falsos 
apóstolos entre eles, o que os poupará de futura 
discipl ina quando ele lá chegar. Paulo termina 
2Coríntios com a única bênção tr ini tár ia no Novo 
Tes tamento (2Co 13.13).
Características Especiais
Quatro fatos principais carac terizam esta
epístola:
1. -É a mais autobiográf ica das epístolas de Paulo. Suas
muitas referências pessoais são feitas com 
humildade, desculpas e até mesmo constrangimento, 
mas foi necessário, tendo em vista a si tuação em 
Corinto.
2. Ult rapassa todas as demais epístolas paulinas no que 
tange à revelação da in tensidade e profundidade do 
amor e cuidado de Paulo por seus fi lhos espiri tuais.
3. Contém a mais completa teologia do Novo 
Tes tamento sobre o sofrimento do crente (2Co 1.3- 
11; 4.7-18; 6.3-10; 11.23-30; 12.1-10), e de igual 
modo, sobre a contribuição cristã (2Co 8-9).
56
4. Termos-chave, tais como fraqueza, aflição, lágrimas, 
perigos, tr ibulação, sofrimento, consolação , 
jactância , verdade, ministér io e glória, destacam o 
conteúdo incomparável desta carta.
Comentário
Paulo estava um pouco preocupado sobre 
como a igreja de Corinto teria recebido sua primeira 
carta. Perguntava-se a si mesmo como teriam aceitado 
suas exortações. Por isso mandou Tito e talvez Timóteo 
a Corinto para verificar o resultado da epístola. 
Durante sua terceira viagem missionária, em Filipos, 
Tito contou que a maioria da igreja recebera a carta 
com bom espíri to.
Alguns , porém, duvidaram dos seus motivos, 
chegando mesmo a negar o seu apostolado. Talvez 
pusessem isto em dúvida porque Paulo não pertenceu 
ao grupo dos doze.
Nessas ci rcunstânc ias, Paulo escreveu a 
segunda epístola, não só para expressar sua alegria por 
causa das notíc ias alegres sobre a maneira como sua 
pr imeira epís to la foi recebida, como também para 
de fender o seu apostolado.
O Ministério de Paulo (2Co 1-7)
Paulo começa sua segunda epístola com as 
saudações habituais e ações de graças (2Co 1.1-11). 
Todos nós apreciamos uma his tória verdadeira. Paulo 
narra, nesse documento , tantas exper iências pessoais da 
sua vida, que não há quem não goste de lê-las. Começa 
contando as grandes afl ições pelas quais tem passado. 
Através de todas as suas provações , aprendeu a 
conhecer melhor a Deus.
57
Paulo t inha consc iência da sua sinceridade e 
fidelidade quando trabalhou entre os coríntios. 
Expl icou-lhes que t inha mandado sua primeira carta em 
vez de vir pessoalmente , a fim de poder, quando viesse, 
louvá-los e não repreendê-los (2Co 1.23-2.4). Ele 
invoca o tes temunho de Deus para a sua declaração.
Os doutores da lei, dos dias de Paulo, sempre 
levavam consigo cartas de apresentação. Procuravam 
combater Paulo por todos os meios. Perguntavam: 
“Quem é esse Paulo? Que carta de recomendação traz 
de Je rusa lém ?” Como era tola a pergunta! Acaso Paulo 
precisaria de carta de recomendação para uma igreja
que ele própr io fundara? “Por que” ? “Vós sois a nossa 
carta, escri ta em nossos corações, conhecida e lida por 
todos os hom ens” (2Co 3.2).
As vidas dos verdadeiros cristãos em Corinto 
eram cartas, que serviam para recomendar tanto a 
Paulo, o servo, como a Cristo, o Senhor.
Paulo teve um ministério tr iunfante , mas 
cheio de afl ições. A vitória tem um preço! Paulo conta 
muita coisa a respeito das suas tr ibulações (capítulos 
4,6 e 11). Na sua glor iosa conversão, o Senhor disse: 
“Pois eu lhe mostrarei quanto lhe importa sofrer pelo 
meu N om e” (At 9.16).
As provações parecem ter começado logo 
depois e o acompanharam durante tr inta anos. Paulo, 
porém, mostrava-se sempre otimista, pois sabia que as 
afl ições presentes tornavam maior a glória v indoura1 
(2Co 4.17,18).
Em todas as suas aflições Paulo encontra 
conforto na ressurreição. Vivia sob a inspiração de que, 
um dia, seu corpo seria transformado e glorificado 
(2Co 5.10).
1 Que há de vir ou acontecer; futuro, venturo.
58
O alvo do minis tério de Paulo é levar os 
homens a se reconci l i arem com Deus (2Co 5.20). O 
supremo interesse de Deus está no homem. Como 
embaixador de Cristo o apóstolo apela aos homens do 
mundo.
Segue-se o seu apelo para uma vida de 
santidade (2Co 6.11-7.16). Sant idade de vida quer 
dizer “ tudo” para Deus. Paulo roga aos seus 
cooperadores que não recebam em vão a benignidade 
de Deus, porém, abram seus corações a Ele.
Liberdade no Ar (2Co 8 e 9)
Paulo relata à igreja de Corinto a 
generosidade das igrejas da Macedônia em favor do 
Fundo de Socorro para a Palest ina, contra a fome. 
Embora fossem pobres, primeiro se haviam dado ao 
Senhor. Todas as igrejas da Ásia Menor e da Grécia 
contr ibuíram para o fundo. Isto começara um ano antes 
(2Co 8.10).
Paulo escreveu isto quando estava na 
Macedônia . Não t inha aceitado de nenhuma igreja 
qualquer salário para o seu trabalho. Cristo era o 
exemplo desses cristãos primit ivos (2Co 8.9). Como 
Dar:
• Da vossa pobreza (2Co 8.2);
• Generosamente (2Co 8.3);
• Espontaneamente (2Co 9.7);
• Proporc ionalm ente (2Co 8.12,13,14);
• Com alegria (2Co 9.7):
• Abundantemente (2Co 9.6).
Deus sempre prometeu recompensas ao que 
dá com generosidade (2Co 9.6). Ele nos enriquece não 
só de bênçãos espir i tuais como também materiais. 
Essas dádivas serviam para for ta lecer os laços de
59
fraternidade entre os cr istãos judeus e gentios. “Graças 
a Deus pelo seu dom ine fáve l1“ (2Co 9.15).
O Apostolado de Paulo (2Co 10-13)
Alguns membros da igreja acusavam Paulo 
de covardia. Diz iam que era corajoso nas suas cartas, 
mas fraco em pessoa. O Novo Testamento não nos dá 
qualquer idéia da aparência de Paulo. Imaginar que 
esse homem, capaz de revoluc ionar cidades, era fraco, 
seria absurdo. Devia ter uma personal idade poderosa e 
dominante . Era pessoa de extraordinários dons e dotado 
de intelecto agudo e pesquisador. Além disso, Cristo 
habi tava nele e operava através dele. Ele ocultava-se 
atrás da cruz.
Seus inimigos diziam que nenhum apóstolo 
traba lhava com as própr ias mãos para sustentar-se. 
Apontavam os outros apóstolos, mas Paulo explicou 
que t inha direito de receber um salário, porém o 
recusava a fim de que os falsos mestres não abusassem 
do seu exemplo comercia lizando o ministério. Declarou 
que, ao menos, havia fundado suas próprias igrejas e 
não andava perturbando igrejas fundadas por outros, 
como eles faziam. “Mas eles, medindo-se consigo 
mesmos, e comparando-se consigo mesmos, revelam 
insensa tez1 2“ (2Co 10.12-18).
Paulo foi arrebatado ao “Para íso” , a saber, o 
terceiro céu. Você se lembra que Jesus, ao morrer, foi 
ao Paraíso (Lc 23.43). Lá Paulo teve visões e 
revelações maravilhosas , e ouviu coisas que ao homem 
não era l ícito falar (2Co 12.4). Nenhuma linguagem
1 Que não se pode exprimir por palavras; indizível. Encantador, 
inebriante.
2 Falto de senso ou razão; demente, louco; descocado. Que não 
revela bom senso.
60
humana, jamais poderia descrever a glór ia delas. Seria 
o mesmo que tentar descrever um pôr de sol para um 
cego de nascença. Paulo não t inha com que compara- 
las para poder fazer-nos compreendê-las.
Parece que por causas dessas visões 
celestiais, Deus permit iu que Paulo sofresse um 
impedimento físico. O Senhor conhece o perigo do 
orgulho do coração humano depois de uma exper iência 
assim e, por isso, consentiu num “mensageiro de 
Satanás para esbofe tear” o seu servo. O Próprio 
apóstolo chamou a essa afl ição “espinho na ca rne” 
(2Co 12.7).
61
Questionário
• Assinale com “X ” as al ternativas corretas
6. A segunda carta de Paulo aos Coríntios foi escrita
a ) j_ ] Em Roma
b ) |_ J Em Jerusalém
c ) 0 ] Na Macedônia
d ) [ J Em Alexandria
7. Notic iou Paulo sobre a recepção da primeira 
Epístola, contou a Paulo que a igreja de Corinto 
t inha disciplinado um culpado de acordo com as suas 
instruções
a ) [ J Silvano
b) j pTi to
c ) [ J Erasto
d) j ] Tíquico
8. Lá Paulo teve visões e revelações maravilhosas , e 
ouviu coisas que ao homem não era lícito falar •
a ) [y1 No Paraíso
b ) | | Em Corinto
cj]_| No Templo
d ) 0 Em Roma
• Marque “C ” para Certo e “E ” para Errado
9. <c O alvo do ministér io de Paulo é levar os homens a
se reconci l iarem entre eles
1 0 . 0 2Coríntios é a mais autobiográfica das epístolas 
de Paulo
62
Lição 3
Cartas de Paulo: Aos Filipenses, 
Colossenses, 1 e 2Tessalonicenses, 1 e 
2Timóteo, Tito e Filemom
Carta aos 
Filip enses
Autor: O Apósto lo Paulo 
Data: Cerca Üe 62/63 d.C.
Tema: Alegria de Viver por Cristo 
Palavras-Chave: Alegria, regoz i ja r1 
Versíeulo-chave: Fp 4.4
A igreja de Fil ipos foi fundada por Paulo e 
sua equipe de cooperadores (Silas, Timóteo e Lucas) na 
sua segunda viagem missionár ia , em obediência a uma 
visão que Deus lhe dera em Trôade (At 16.9-40).
Um forte elo de amizade desenvolveu-se 
entre o apóstolo e a igreja em Filipos. Várias vezes a 
igreja enviou ajuda financeira a Paulo (2Co 11.9; Fp 
4.15,16) e contr ibuiu generosamente para a coleta que 
o apóstolo providenciou para os crentes pobres de 
Jerusalém (cf. 2Co 8-9). Parece que Paulo visi tou a 
igreja duas vezes na sua terceira viagem missionár ia 
(At 20.1,3,6).
' Causar regozi jo a; alegrar muito.
63
Propósito
Da prisão (Fp 1.7,13,14), cer tamente em 
Roma (At 28.16-31) , Paulo escreveu esta carta aos 
crentes fi l ipenses para agradecer-lhes pela sua oferta 
generosa, cujo portador foi Epafrodito (Fp 4.14-19) e 
para informá-los do seu estado pessoal. Além disso, 
escreveu para transmit ir à congregação a cer teza do 
triunfo do propós ito de Deus na sua prisão (Fp 1.12- 
30), para assegurar à igreja que o mensageiro por ela 
enviado (Epafrodito) cumprira f ielmente a sua tarefa e 
que não estava voltando antes do devido tempo (Fp 
2.25-30), e para levar os membros da igreja a se 
esforçarem para conhecer melhor o Senhor, 
conservando a unidade, a humildade, a comunhão e a 
paz.
Visão Panorâmica
Diferente de muitas das cartas de Paulo, 
Fil ipenses não foi escri ta primeiramente devido a 
problemas ou confli tos na igreja. Sua tônica básica é de 
cordial afeição e apreço pela congregação. Da saudação 
inicial (Fp 1.1) à bênção final (Fp 4.23), a carta 
focaliza Cris to Jesus como o propósi to da vida e a 
esperança da vida eterna por parte do crente. Nesta 
epístola, Paulo trata de três problemas menores em 
Filipos:
• O desânimo dos crentes ali, por causa da prisão 
prolongada de Paulo (Fp 1.12-26);
• Pequenas sementes de discórdia entre duas mulheres
da igreja (Fp 4.2; cf. Fp 2.2-4);
• A ameaça de deslealdade sempre presente entre as
igrejas, por causa dos mestres juda izantes e dos 
crentes de menta lidade terrena (Fp 3).
64
Carta aos 
Colossenses
Autor: O Apóstolo Paulo 
Data: Cerca de 62 d.C.
Tema: A Supremacia de Cristo 
Pa lavras-Chave: Plenitude , sabedoria, 
conhecimento , mistério 
Versículos-chave: Cl 1.18-29; 2.10
A cidade de Colossos estava local izada perto 
de Laodicéia (cf. Cl 4.16), no sudeste da Ásia Menor, 
cerca de 160 quilômetros a leste de Éfeso. A igreja 
colossense , tudo indica, foi fundada como resultado do 
grandioso minis tério de Paulo em Éfeso, durante três 
anos (At 20.31), cujos efeitos foram tão poderosos e de 
tão grande alcance que “todos os que habitavam na 
Ásia ouviram a pa lavra do Senhor Jesus” (At 19.10). 
Paulo talvez nunca tenha vis i tado Colossos 
pessoalmente (Cl 2.1), mas mantivera contatos com a 
igreja através de Epafras, um dos seus conver tidos e 
cooperadores naquela cidade (Cl 1.7; 4.12).
O motivo desta epís to la foi o surg imento de 
ensinos falsos na igreja colossense , ameaçando o seu 
futuro espiri tual (Cl 2.8). Quando Epafras, dirigente da 
igreja colossense e seu provável fundador, via jou com 
o obje tivo de visi tar Paulo e informar-lhe a respeito da 
si tuação em Colossos (Cl 1.8; 4.12), Paulo então 
escreveu esta epístola. Nessa ocasião Paulo estava 
preso (Cl 4.3,10,18), possivelmente em Roma (At 
28.16-31), aguardando comparecer perante César (At 
25.11,12). O cooperador de Paulo, Tíquico , entregou 
pessoalmente a carta em Colossos, em nome do 
apóstolo (Cl 4.7).
Não está descrita c laramente na carta a 
heresia surgida em Colossos, uma vez que os lei tores 
originais a conheciam bem.
65
No entanto, pelas re fu tações1 de Paulo ao 
falso ensino, deduz-se que era uma mistura est ranha de 
ensinos cristãos, tradições judaicas ex trabíb licas e 
f i losofias pagãs (semelhante ao s incre ti smo1 2 religioso 
das seitas falsas de hoje). Tal ensino subver t ia3 e 
substi tuía a centra lidade de Jesus.
Esta carta foi escri ta de Roma, Cerca de 62 
d.C. Colossenses é uma dííT“epístolas da p r i são” .
Propósito
Paulo escreveu esta carta:
• Para combater os falsos ensinos em Colossos, que 
estavam suplantando4 à centralidade e supremacia5 
de Jesus Cristo na criação, na revelação, na 
redenção e na igreja;
• Para ressa ltar a verdadeira natureza da nova vida em
Cristo e suas exigências para o crente.
Visão Panorâmica
Depois de saudar a igreja e expressar 
gratidão pela fé, amor e esperança dos crentes 
colossenses , bem como pelo seu progresso contínuo, 
Paulo focaliza dois assuntos principais: a doutr ina 
correta (Cl 1.13-2.23) e exortações práticas (Cl 3.1- 
4.6).
Teo log icam ente , Paulo enfatiza o verdadeiro 
caráter e glória do Senhor Jesus Cristo. Ele é a imagem
1 Réplica, contestação; resposta.
2 Tendência à unificação de idéias ou de doutrinas diversi ficadas 
e, por vezes, até mesmo inconciliáveis.
3 Perverter, corromper.
4 Abater, prostrar, derribar, derrubar.
5 Superioridade, preeminência, hegemonia. Poder supremo.
66
do Deus invisível (Cl 1.15), a p len itude da deidade em 
forma corpórea (Cl 2.9), o c riador de todas as coisas 
(Cl 1.16,17), o cabeça da igreja (Cl 1.18) e a fonte 
toda-sufic iente da nossa salvação (1.14,20-22). 
Enquanto Cristo é todo-sufic iente , a heresia colossense 
é to ta lmente insufic iente - vazia, enganosa e humanis ta 
(Cl 2.8); de espir i tualidade superfic ial e arrogante (Cl 
2.18) e sem poder contra os apeti tes pecaminosos do 
corpo (Cl 2.23).
Nas suas exortações práticas, Paulo faz um 
apelo em favor de uma vida a licerçada na suficiência 
comple ta de Cristo, como o único meio de progresso no 
viver cristão. A real idade da habitação de Cristo neles 
(Cl 1.27) deve evidenciar-se na conduta cristã (Cl 3.1- 
17), no re lacionamento domést ico (Cl 3.18-4.1) e na 
d iscipl ina espiri tual (Cl 4.2-6).
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Autor: O Apóstolo Paulo 
Primeira Carta Data: Cerca de 51 d.C. 
a o s Tema: A Volta de Cristo
rp i ■ Palavras-Chave: Agradecimento ,1 essalomcenses &
vinda, fe, esperança e
ca r idade1
Versículos-chave: lTs 1.9-10
Tessa lônica, si tuada a pouco menos de 160 
km a sudoeste de Fil ipos, era a capital, c idade principal 
e porto da província romana da Macedônia. Entre os 
200.000 habitantes da cidade, havia ali uma grande 
comunidade juda ica. Quando Paulo fundou a igreja 
tessa lonicense, na sua segunda viagem missionár ia , seu 
frutífero ministér io ali foi encerrado prematuramente 
devido à in tensa hos t i l idade1 2 judaica (At 17.1-9).
Forçado a sair de Tessa lônica, Paulo foi a 
Beréia, onde outro ministér io breve, porém bem- 
sucedido, foi in terrompido pela perseguição movida 
pelos judeus que o seguiram desde Tessa lônica (At 
17.10-13).
A seguir, viajou para Atenas (At 17.15-34), 
onde Timóteo se encontrou com ele; depois, Paulo 
enviou Timóteo de volta a Tessa lônica para verificar a 
condição da nova igreja ( lT s 3.1-5); ao mesmo tempo, 
Paulo seguiu para Corinto (At 18.1-17). Timóteo, ao 
comple tar sua tarefa, viajou para Corinto levando a 
Paulo informações sobre a igreja tessalonicense ( lT s 
3.6-8), o que levou Paulo a escrever esta carta, talvez 
três a seis meses depois de fundada a igreja.
1 Amor.
2 Contrário, adverso, inimigo. Agressivo; provocante.
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Tema
O assunto principal é a Vol ta de Cristo. Pelo 
fato de ter sido um tanto breve o minis tério de Paulo 
em Tessalônica, Havia necessidade de confi rmar os 
novos crentes nas verdades que Paulo já lhes havia 
minist rado. Ligado a este assunto, há uma exortação 
para santidade de vida, coragem a despeito da 
perseguição ( lT s 3.2-4) e consolo para os que haviam 
perdido entes queridos ( l T s 4.1-13).
Propósito
Por ter sido Paulo forçado pela perseguição a 
sair de Tessalônica, os novos conver tidos receberam 
apenas um mínimo de ensino sobre a vida cristã. Ao 
saber Paulo,, por meio de Timóteo, das reais 
circunstânc ias, escreveu esta epístola:
• Para expressar sua alegr ia pela fé e perseverança dos
tessa lonicenses em meio à perseguição;
• Para instruí-los na santidade e na vida piedosa;
• Para e luc idar1 certas doutrinas, especia lmente no
tocante à si tuação dos crentes que morrem antes da 
volta de Cristo.
Visão Panorâmica
Depois de saudar a igreja ( lT s 1.1), Paulo, 
com alegria, enaltece1 2 3 os tessa lonicenses pelo seu zelo 
e fé perseverantes em meio à advers idadeJ ( lT s 1.2-10; 
2.13-16). Responde às crí t icas contra ele, re lembrando
1 Tornar compreensível ; esclarecer; explicar.
2 Exaltar, engrandecer.
3 Contrariedade, aborrecimento.
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à igreja a pureza dos seus motivos ( lT s 2.1-6), a 
sinceridade da sua afeição e so l ic i tude1 pelo rebanho 
( lT s 2.7,8,17-20; 3.1-10) e a integridade da sua 
conduta entre eles ( lT s 2.9-12). Paulo destaca a 
necessidade e impor tância da santidade e do poder na 
vida cristã. O crente precisa ser santo ( lT s 3.13; 4.1-8; 
5.23,24), e o evangelho, acompanhado pelo poder e 
manifestação do Espíri to Santo ( lT s 1.5). Paulo 
admoesta os tessa lonicenses à não ex tinguirem o 
Espíri to, a não desprezar as suas manifestações, 
especia lm ente a profecia ( lT s 5.19,20).
Um tema de destaque é a volta de Cristo para 
l ivrar seu povo da ira de Deus sobre a terra ( lT s 1.10; 
4.13-18; 5.1-11). Parece que alguns crentes haviam 
morr ido em Tessalônica, motivando preocupação sobre 
a sua salvação final. Por isso, Paulo explica o plano de 
Deus para os santos que já t iverem partido quando 
Cris to voltar para buscar a sua igreja ( lT s 4.13-18), e 
exorta os vivos sobre a importância de estarem 
preparados quando

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