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ESTICA CRISTA TEOLOGIA OBRREIRO

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Reconhecido
APOCALIPSE / ESCATOLOGIA
BIBLIA
Edição 2012
Diretorias
ClEADEP
Pr. José Pimentel de Carvalho - Presidente de Honra 
Pr. Ival Teodoro da Silva - Presidente 
Pr. Moisés Lacour- I o Vice-Presidente 
Pr. Aparecido Estorbem - 2° Vice-Presidente 
Pr. Edilson dos Santos Siqueira - I o Secretário 
Pr. Samuel Azevedo dos Santos - 2o Secretário 
Pr. Hercílio Tenório de Barros - I o Tesoureiro 
Pr. Mirislan Douglas Scheffel - 2o Tesoureiro
IBADEP
Pr. M. Douglas Scheffel Jr. 
Coordenador
3
Lição 1
Apocalipse: 1a Parte
Apocalipse
Autor; João, Apóstolo. 
Data: Entre 90 e 96 d.C.
Tema: A Consumação do Conflito dos
Séculos.
Palavras-Chave: Trono, Sete, Vencer,
Cordeiro, Eu vi.
Versículos-chave: Ap 1.1a,5b,6 e 19
O Senhor Jesus Cristo é e sempre será a 
Revelação por excelência do Deus invisível. Ele é Deus 
manifesto às suas criaturas.
Deus se manifestou várias vezes, de diferentes 
maneiras e nestes últimos tempos por meio de Jesus 
Cristo Seu Filho. Estas manifestações foram feitas pela 
mesma Pessoa que mais tarde veio em carne. Portanto, o 
último livro do Novo Testamento nos diz que no futuro, o 
mesmo Senhor, a Segunda Pessoa da Santíssima 
Trindade, revelará Deus no clímax do plano divino, 
estabelecendo o reino eterno do bem. Estas 
manifestações serão de diferentes maneiras, reveladoras 
e significativas.
O Legislador nas chamas e nuvens do Sinai é o 
Juiz Supremo no Grande Trono Branco. O Príncipe dos 
Exércitos de Israel, que apareceu a Josué e destruiu 
Jericó, é Aquele que dirigirá a
13
última batalha e os acontecimentos que causarão a 
destruição final das forças malignas.
Ele providenciou o carneiro como sacrifício 
substitutivo em lugar de Isaque, é "O Cordeiro de Deus 
que tira o pecado do mundo", cordeiro que vencerá e 
abrirá os selos que colocará em ação os eventos finais da 
história humana.
Aquele que em companhia de dois anjos 
visitou Abraão em Manre e ordenou a destruição das 
cidades de Sodoma e Gomorra, salvando Ló e suas filhas, 
é o mesmo, em meio a inumeráveis hostes de anjos, 
ordenará as pragas e castigos que destruirão os rebeldes 
ao acontecerem os castigos dos selos, das trombetas e 
das taças da ira.
Deus estava no topo da escada que ia da terra 
ao céu e anjos subiam e desciam por ela, é o mesmo que 
disse a Natanael que no futuro ele veria o céu aberto e os 
anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do 
Homem (Jo 1.51).
Aos judeus do Concilio afirmou em ser o Filho 
do Deus Bendito e disse que haveriam de ver o Filho do 
Homem assentado à direita do Todo- Poderoso, vindo 
sobre as nuvens do céu (Mc 14.62).
Ele que um dia veremos sobre o trono 
excelso1, com milhões e milhões de anjos e de remidos ao 
Seu redor, adorando-o, e Ele mesmo ordenará o 
desenvolvimento dos acontecimentos finais.
O Apocalipse é o último livro do Novo 
Testamento, singular entre os demais. Ele é, ao mesmo 
tempo: s Uma revelação do futuro (Ap 1.1,19);
S Uma profecia (1.3; 22.7,10,18,19); e S Um conjunto 
de sete cartas (1.4,11; 2.1-3.22).
1 Al to, elevado; subl ime. Excelente, admirável .
14
Apocalipse deriva da palavra grega 
'apocalupsis', traduzida por revelação em Apocalipse 
1. 1. É uma revelação divina quanto à natureza do seu
conteúdo, uma profecia quanto à sua mensagem e uma 
epístola quanto aos seus destinatários.
Cinco fatos importantes no tocante ao contexto 
deste livro são revelados no capítulo 1.
1. é a "revelação de Jesus Cristo" (Ap 1.1).
2 Essa revelação foi dada ao autor sobrenaturalmente, 
por Cristo glorificado através do seu anjo (Ap 1.1,10­
18).
3- A Revelação, desvendamento, foi entregue a João, 
servo de Deus (Ap 1.1,4,9; cf. 22.8).
4 João teve as visões e recebeu a mensagem 
apocalíptica quando esteve exilado na Ilha de Patmos 
(80 km a sudoeste de Éfeso), por causa da Palavra de 
Deus e do testemunho do próprio João (Ap 1.9).
5 . Os destinatários iniciais foram às sete igrejas da Ásia 
(Ap 1.4,11).
O Propósito
O Apocalipse tem por finalidade dar ao
mundo uma última declaração divina de que Jesus é o 
Filho de Deus e há de triunfar sobre todo inimigo e será o 
Governador do Universo durante a eternidade.
O Apocalipse anunciao últimoconvite escrito por 
inspiração divina, chamando aos pecadores a 
reconciliarem-se com Deus pormeio da fé em Jesus Cristo.
A admoestação é feita às nações e seus reis: 
"Beijai o Filho" (SI 2.10-12). Neste convite de graça (Ap 
22.17), há também o aviso da mais triste
15
e irrevogável sentença: "Quanto,porém, aos covardes, 
incrédulos, abomináveis1, assassinos, impuros, feiticeiros, 
idólatras e todos os mentirosos, a parte que lhes cabe 
será no lago que arde com fogo e enxofre, a saber, a 
segunda morte" (Ap 21.8).
A escolha será: "Venha... receba de graça" (Ap 
22.17) ou "será lançado para dentro do lago de fogo" (Ap 
20.15).
Na presença de Cristo não entra nenhuma 
cousa imunda, ou seja, é preciso lavar nossas vestes no 
sangue do Cordeiro (Ap 22.14; 12.11; 7.9-17). Ficarão de 
fora os que têm prazer nos deleites carnais.
Aos crentes, esta profecia tem um propósito 
duplo de admoestação e de alento. Repreende e anima, 
esquadrinha e exorta. Incentivando e estimulando a 
serem santos e ativos diante de Deus, gratos pela 
salvação e a bem-aventurada esperança. Não apóia a 
idéia errônea de que a salvação eternadas almas é determ 
pelas obras feitas pelo indivíduo. A sua relação com o 
Cordeiro de Deus é indispensável.
A maneira de ensinar os cristãos é por 
meio dejuízos diretosrelacionados com as sete igrejas da 
Ásia; o Senhor Jesus Cristo elogiando ou censurando, os 
ensinamentos proféticos do futuro, findando com a 
descrição do Juízo Final e visão da Cidade Eterna, a Nova 
Jerusalém, com seu divino Rei.
Todas as divisões do livro têm suas lições para 
o salvo hodierno2. Observando o que o Senhor Jesus 
Cristo elogia ou censura nas igrejas, notamos o que lhe 
agrada ou não.
1 Que deve ser abominado; detestável , execrável , execrando, 
abominando, abominoso.
2 Re l at ivo aos dias de hoje; atual .
16
Reconhecendo a parte que teremos nos 
eventos celestiais como remidos, veremos que convém 
aprender agora a louvar ao Senhor Jesus e dar-lhe glória.
Aqui mesmo nos entregamos à tarefa de 
aprender como viver devidamente na presença de Deus, 
sabendo que os Seus olhos vêem a todos os nossos atos. 
Desta forma saberemos viver naquela cidade onde não há 
necessidade de sol, lua ou lâmpada, pois a glória de Deus 
a ilumina (Ap 21.23). O Cristo, Juiz do capítulo 1, é o 
Cordeiro iluminador do capítulo 21!
Quando habitarmos a Nova Jerusalém, teremos 
deixado para trás tudo o que é mau e indigno. O Espírito 
Santo nos revela o futuro neste livro, ao mesmo tempo 
Ele opera em nossas mentes produzindo os resultados 
que deseja. O cristão deve pensar que nessa ocasião ele 
é um santo preparado para habitar as mansões celestiais. 
Esta é outra prova da graça divina e que o Espírito Santo 
mora no crente.
Outra maneira que este último livro da Bíblia 
ajuda o cristão é revelando minúcias acerca do futuro. 
Apresenta um panorama ou perspectiva dos eventos do 
fim da História que, de outro modo, o estudante da 
Palavra não teria.
Embora ele faça uso de uma linguagem 
figurada e de símbolos, em sua maioria são explicados 
aqui mesmo e nas Escrituras Sagradas.
Uma verdade de importância sem igual se 
destaca entre as coisas simbólicas e figuradas, 
impressionando a pessoa cada vez que lê o Apocalipse, é 
esta: Jesus Cristo é o Vencedor! Vencerá todos os
inimigos! Levará o plano divino à sua apoteose1 
triunfante!
1 Conjunto de honras ou homenagens t r ibutadas a alguém. Glor i f i cação; 
esplendor.
17
A presença deste livro no cânon do Novo 
Testamento é justificada pela mensagem que anuncia. O 
Evangelho de João 14.1-3diz que o Salvador prometeu 
aos Seus voltar para levá-los, a estarem com Ele no lugar 
que Ele mesmo prepararia.
Exortou-lhes ter nEle a mesma fé que tinham 
em Deus, evitando a perturbação que estava sujeita. Nos 
últimos capítulos do Apocalipse, lemos sobre o lugar que 
o Redentor está preparando para os Seus. Que gloriosa 
cidade! Ler sobre a Nova Jerusalém é desejar alcançá-la.
O mesmo autor diz que ainda não se 
manifestou o que nós, filhos de Deus, havemos de ser, 
mas sabemos que quando Ele Se manifestar, seremos 
semelhantes a Ele, porque O veremos tal como Ele é (lJo 
3.2).
No Apocalipse, João descreve a maneira como 
Cristo há de manifestar em forma visível e gloriosa. Que 
satisfação deve ter sentido o apóstolo do Senhor ao 
receber esta revelação mais plena e ser comissionado a 
escrevê-la para torná-la conhecida das igrejas da Ásia 
Menor.
Há outras declarações no Evangelho de João 
acerca do futuro e este livro propõe a ampliar. Exemplo: 
João 3.16 fala da maneira de receber a vida eterna, e não 
perecer. Que quer dizer essas frases? No Apocalipse há 
mais detalhes acerca desta vida perene ou perdição.
João 11.25-26 ensina o mesmo acerca da 
ressurreição ou do arrebatamento, Paulo em I 
Tessalonicenses 4 e 5 confirma, e está de acordo com 
este último livro profético, isto é, que só os crentes terão 
parte na felicidade eterna. Também Cristo mencionou a 
Sua volta em João 14.28. Veja-se João 6.40,44,54.
O aspecto mais amplo do futuro que é 
mencionado no Quarto Evangelho que ocupa a maior
18
parte deste livro final é o juízo em relação a Jesus Cristo. 
É verdade que o Senhor não veio para condenar (ou 
julgar, que é a palavra original), mas para salvar o 
mundo (Jo 3.17). Ele disse em João 8.15: "Eu a ninguém 
julgo". Mas, diz em João 5.21- 22 e 26-29 que o Pai 
entregou ao Filho toda autoridade divina para julgar.
Virá o tempo em que Ele chamará a juízo todos 
os seres humanos e separará os salvos dos condenados. 
Em João 8.26 o Senhor diz: "Muitas coisas tenho para 
dizer a vosso respeito e vos julgar".
A maior parte do Apocalipse mostra Jesus 
Cristo entronizado e julgando os habitantes deste mundo. 
No primeiro sermão que fez na sinagoga de Nazaré, Jesus 
disse que havia vindo para "apregoar o ano aceitável do 
Senhor" citando Isaías 61.2 (Lc 4.19). E no Apocalipse 
vemos que chegou o tempo a que se refere o resto de 
Isaías 61.2 "o dia da vingança do nosso Deus".
Em Amós 5.18-20 diz "Ai de vós que desejais o 
dia do Senhor! Para que quereis vós este dia do Senhor? 
Trevas será e não luz". Veja Sofonias
1. 14; 2.2.
Nos capítulos 2 e 3 do Apocalipse o juízo 
começa com a casa de Deus (lPe 4.17-18). Mas, de 
Apocalipse 6.1 até 19.21 lemos sobre um juízo após 
outro, um castigo, uma praga, uma dor, uma pestilência, 
etc, cada vez mais severos, até que os homens busquem 
a morte, mas esta se distancia deles. Além disto, virá 
após o reino milenar, o tempo do juízo final, Cristo 
assentado sobre o Grande Trono Branco, todo o mundo 
diante dEle, para o juízo definitivo.
Por esta razão o Apocalipse é chamado de livro 
de juízo, de vingança, de terror. Muitos não enxergam 
nele mais que castigos, pragas e têm idéia
19
que Deus dará um fim à história humana, fazendo que 
todo o mundo sofra grandes penas.
O evento descrito no capítulo 19 mostra os 
santos e os seres celestiais alegres ao ver o julgamento 
da grande prostituta dizendo: Aleluia... Verdadeiros e 
justos são os seus juízos, pois julgou...
O objetivo deste livro é dar ao mundo a 
mensagem divina de que o fim de todas as coisas se 
aproxima. As condições atuais não continuarão sempre 
assim. A paciência de Deus não durará eternamente. O 
dia do juízo é inevitável.
O diabo e os seus perderão a batalha e 
sofrerão eterna perdição. Jesus Cristo gozará a vitória 
que obteve na cruz e com os Seus reinará eternamente.
Está decidido, que é o Cordeiro e não a besta 
ou dragão que será coroado Vitorioso e Vencedor. A 
santidade dominará o Reino perene1, enquanto a maldade 
deixará de existir. Que propósito digno para este 
importante livro final!
Autor
O autor refere a si quatro vezes como "João" 
(Ap 1.1,4,9; 22.8). Era conhecido e sua autoridade 
espiritual era reconhecida que não precisou impor suas 
credenciais.
A antiga tradição eclesiástica atribui unânime 
este livro ao apóstolo João. Evidências históricas e 
internas do livro indicam o apóstolo João como o autor.
Irineu vê que Policarpo (Irineu conheceu a 
Policarpo e este ao Apóstolo João) referiu-se a João,
1 Que não acaba; perpétuo, imperec í vel , imperecedouro, eterno.
20
escrevendo o Apocalipse perto do fim do reinado de 
Domiciano, Imperador romano (81-96 d.C.).
O livro retrata as circunstâncias históricas do 
reinado de Domiciano, que exigiu aos seus súditos1 que 
lhe chamassem de "Senhor e Deus". Sem dúvida, o 
decreto do Imperador estabeleceu um confronto entre os 
que dispunham a adorá-lo e os crentes fiéis que 
confessavam que somente Jesus era "Senhor e Deus".
Destarte2, o livro foi escrito num período em 
que os crentes enfrentavam intensa perseguição por 
causa de seu testemunho. A tribulação é demonstrada no 
contexto do livro de Apocalipse 1.19; 2.10,13; 7.14-
17;11.7; 12.11,17; 17.6; 18.24; 19.2; 20.4.
Como o estudante já deve ter percebido, 
cremos que o escritor do Apocalipse é o mesmo João que 
escreveu o Quarto Evangelho e as Epístolas que levam o 
seu nome. Não vemos razão para duvidar disto. 
Confessamos que não há aqui tantos indícios que é
aobra deum pobre pescador sem muita preparação 
acadêmica.
Embora João não tenha estudado em 
Jerusalém com Gamaliel, como Paulo, contudo não 
devemos deduzir que João era iletrado como os 
componentes do Sinédrio diziam.
Não se vestia como os estudantes ou 
discípulos de um reconhecido mestre da capital, de modo 
que, julgaram que ele só tinha a cultura ministrada pela 
escola rural da Galiléia. Para os orgulhosos cônsules, isto 
era ser "iletrado".
João era "o discípulo que Jesus amava". O 
Evangelho e as suas Epístolas falam do amor como
1 Que está submet ido à vontade de outrem; sujei to.
2 Por esta forma; deste modo; assim. Assim sendo; diante disto.
21
tema predileto. Um homem ideal para transmitir a 
revelação que o Senhor deu a ele em Patmos.
A idéia que havia outro ancião chamado João 
que escreveu o Apocalipse parece-nos fantasiosa. Dizer 
que algum anônimo o fez e atribuiu ao apóstolo a fim de 
assegurar a sua aceitação é uma conjectura.
Por que não crer na declaração do próprio 
livro? A lógica é aceitar que o autor é o mesmo apóstolo 
e, por conseguinte, crer também que ele foi inspirado, 
como afirmou.
João não pretende que a obra seja produto da 
sua própria sabedoria. Afirma ter recebido a revelação de 
Jesus Cristo. Escreveu o que lhe foi ordenado. Temos 
aqui, portanto, a "Revelação de Jesus Cristo, que Deus 
lhe deu... notificou ao seu servo João" (Ap 1.1). "E eu, 
João" (Ap 22.8).
A referência histórica mais recente ao 
Apocalipse encontra-se nas obras de Justino Mártir (135 
d.C.), por volta da metade do século II. Ele citou que foi 
escrito por João, apóstolo de Jesus Cristo (Diálogo com 
Trifon, pág. 81 - Citado por Tenny Interpreting
Revelation, pág. 16).
Irineu cita cinco passagens e declara que João 
foi o autor. Também, Pápias, Clemente de Alexandria, 
Teófilo de Antioquia, Pastor de Hermas, O Cânon 
Muratório, provando que nos fins do século II, o 
Apocalipse de João era aceito como livro apostólico, como 
parte legítima do cânon do NT.
Os outros livros apocalípticos foram rejeitados. 
As igrejas orientais não aceitaram o Apocalipse no cânon 
até o quarto século, isto é, não todas as igrejas desde o 
princípio. Mas, a decisão final foi favorável ao Apocalipse 
e contra os escritos em estilo similar.
Um mesmo autor pode usarestilos diferentes 
quando escreve. E é certo que a
22
linguagem é a da época da Igreja Primitiva, pois não 
durou muito a influência do aramaico sobre ela. E há 
críticos que alegam que o grego do Apocalipse prova que 
ele foi escrito antes da queda de Jerusalém no ano 70.
Questionário
Assinale com alternativas corretas
1. Sobre o Apocalipse é incorreto afirmar que:
a) Seu tema é: "A Consumação do Conflito dos 
Séculos"
b) É ao mesmo tempo, uma revelação do futuro, 
uma profecia e um conjunto de sete cartas
c) Transmite ao mundo uma última declaração 
divina de que Jesus é o Filho de Deus
í d)^ Seu nome deriva-se da palavra hebraica 
'apocalupsis', traduzida por revelação (Ap 1.1)
2. Evidências históricas e internas do livro de Apocalipse 
indicam como autor:
a) O apóstolo João
b) O apóstolo Pedro
c) O apóstolo Paulo
d) Um escritor anônimo 3
3. A referência histórica mais recente ao Apocalipse 
encontra-se nas obras de:
a) Pápias
b) Justino Mártir
c) Teófilo de Antioquia
d) Clemente de Alexandria
23
Marque "C" para Certo e "E" para Errado
4. O Apocalipse tem como objetivo: dar ao mundo a 
mensagem divina de que o fim de todas as coisas se 
a p ro xi ma
5. Apocalipse foi bem aceito nos primeiros quatro 
séculos, principalmente pelas igrejas orientais
24
Data
0 livro em si não oferece muita evidência 
acerca da data exata em que foi escrito. (A idéia que 
Apocalipse 13.18 se refere a Nero, porque o seu nome 
Neron Kesar em hebraico pode ser escrito de tal maneira 
que o valor numérico das letras seja 666, não é 
razoável).
Tampouco é certo que as referências ao 
templo como se ainda estivesse de pé sejam prova de 
que o livro foi terminado antes da destruição de
Jerusalém. Pode referir-se a outro templo futuro.
A favor da data comumente aceita pelos
evangélicos de teologia conservadora, ao redor do ano 90 
ou um pouco mais tarde, há várias considerações. O 
próprio texto oferece um testemunho que merece séria 
atenção, ao procurarmos descobrir a data da sua origem.
Os dois capítulos em que constam as cartas às 
igrejas, o segundo e o terceiro, descrevem uma condição 
de decadência que viria após um período de
desenvolvimento e maturidade.
Este estado de cousas não podia ter
prevalecido durante o Império de Nero. Não havia 
transcorrido tempo suficiente depois do estabelecimento 
daquelas igrejas, pelo apóstolo Paulo. Além disto, a 
evidência externa é a favor de uma data posterior, na 
última década do primeiro século.
Irineu diz especificamente que o Apocalipse foi 
escrito durante o reinado do Imperador Domiciano (81 a 
96 depois de Cristo). Este último dos Césares podia muito 
bem ter sido o que desterrou1 o velho apóstolo João para 
a ilha de
1 Fazer sai r da terra, do país; exi lar, banir.
25
Patmos. Vitoriano, Eusébio e Jerônimo estão de acordo 
com Irineu.
Não há dúvidas de que o autor do Apocalipse 
estava familiarizado com o Antigo Testamento, as 
Escrituras Sagradas do judaísmo. Considerando a 
existência de muitos escritos neste estilo, como o 
chamado Apocalipse de Pedro, outro de Paulo, de Esdras, 
de Elias, de Zacarias, etc, destaca-se que o livro do 
Apocalipse foi realmente escrito pelo apóstolo João, o 
discípulo amado.
É lógico deduzir que o Apocalipse foi escrito 
quando começaram as perseguições em todo o Império 
Romano.
Havendo em circulação várias obras de cunho 
apocalíptico, não é estranho que em tempos de 
perseguição, esta mensagem às igrejas tomasse este 
estilo de comunicação, embora seja uma literatura 
diferente e empregue um vocabulário distinto, especial.
O apóstolo João conhecia bem as igrejas da 
Ásia Menor. Sabia da preocupação dos irmãos, 
especialmente dos pastores, ao ver o princípio da 
perseguição imperial.
Onde está Cristo? Que prometeu: As portas do 
inferno não prevaleceriam contra a Sua Igreja? Ele havia 
vencido o mundo, e que o Pai lhes daria o Reino? E a 
vinda do Senhor em glória? Qual era a responsabilidade e 
maneira de proceder da igreja, naquelas circunstâncias?
Estas perguntas reclamavam uma mensagem 
divina para aquela época, alguma resposta autorizada, 
antes de encerrar-se o cânon do Novo Testamento.
Domiciano, o último dos doze Césares, que 
reinou até o ano 96, começou, no fim do seu reinado, a 
perseguir os cristãos. O governo percebia
26
que o cristianismo não era simplesmente uma seita do 
judaísmo, sem importância, mas um poder que rivalizava 
com o próprio Império na demanda da lealdade dos 
homens.
Roma decretou a adoração do imperador como 
deus visível, que supria as necessidades e outorgava 
benefícios ao povo nas festas, corridas e lutas no estádio.
Os cidadãos e escravos estavam acostumados 
a adorar deuses de madeira, gesso, pedra e metais. Não 
lhes era difícil acrescentar outro deus à lista de 
divindades, especialmente um que era visível, de 
reconhecido poder e autoridade, capaz de fazer bem ou 
mal.
Mas, o Evangelho fazia discípulos e estes 
recusavam a dobrar os joelhos diante do Imperador e a 
adorar a sua imagem. Não sacrificariam animais nos 
altares pagãos. Reconheciam somente a Jesus Cristo nos 
céus como seu Senhor e Salvador de suas almas.
Roma não podia permitir tal atitude de 
desobediência a suas leis e costumes. Percebeu a 
incompatibilidade entre o cristianismo e as outras 
religiões. Embora os cristãos não usassem armas carnais 
para propagar a sua fé, o Imperador temeu uma 
revolução civil como resultado de tais ideologias.
Verifica-se, que no tempo de Domiciano, as 
igrejas no Império estavam em perigo, e urgia1 a 
necessidade de uma nova luz e uma visão renovada da 
sua gloriosa esperança e destino. Por esta razão também 
cremos que o Apocalipse foi escrito pelo apóstolo João na 
última década do primeiro século da nossa dispensação.
1 Ser necessár i o sem demora; ser urgente.
27
Interpretação
O Apocalipse é o livro do NT que mais se 
encontra dificuldades em sua interpretação. Os leitores 
originais provavelmente entenderam a sua mensagem 
sem muita dificuldade, porém, nos séculos subseqüentes 
surgiram quatro escolas principais de interpretação deste 
livro, a saber:
Preteristas Consideram que o livro e as suas profecias 
cumpriram-se no contexto histórico 
original do Império Romano, a não ser os 
capítulos 19-22, que aguardam 
cumprimento.
Historicistas Entendem que o Apocalipse é uma 
previsão profética do quadro total da 
história da igreja, partindo de João até o 
fim da presente era.
Idealistas Consideram o simbolismo do livro como a 
expressão de princípios espirituais, sem 
limitação de tempo, concernente ao bem e 
ao mal, através da história sem prender- 
se a eventos históricos.
Futuristas Consideram os capítulos 4-22 como 
profecias de eventos da história, que 
ocorrerão somente no fim desta era.
Que Devemos Esperar do Apocalipse?
Quando Adão e Eva desobedeceram a Deus no 
Éden, o Senhor prometeu-lhes um Redentor que venceria 
Satanás, ao custo da Sua Própria vida. Na plenitude dos 
tempos o Filho de Deus nasceu de uma virgem conforme 
as Escrituras e disse: Veio para que os Seus tenham vida 
abundante (Jo 10.10).
28
s 0 apóstolo João escreve que " para isto Se
manifestou o Filho de Deus: para destruir as obras 
do diabo" (lJo 3.8).
s 0 apóstolo Pedro ensina que "Cristo morreu, uma
única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos,
para conduzir-vos a Deus" (lPe 3.18).
s Paulo diz: "Deus, que nos reconciliou consigo
mesmo por meio de Cristo" (2Co 5.18).
Cremos que a profecia em Gênesis 3.15, no 
plano soberano de Deus incluía em si, a promessa divina 
da anulação dos efeitos da queda do homem, juntamente 
com a completa reconciliação de Deus com os
descendentes de Adão (toda raça humana) que aceitaria 
reconciliação oferecida (2Co 5.20).
Portanto, no Apocalipse, devemos esperarencontrar o pleno cumprimento de tudo o que se 
subentende em Gênesis 3.15.
A esperança que tem fortalecido os santos 
durante os milênios, tem sido a confiança que Deus 
cumprirá o que prometeu ao primeiro homem pecador. No 
último livro da Bíblia deve haver o desenvolvimento da 
história humana, ver o homem cumprindo, por fim, o 
propósito divino para o qual foi criado.
Veremos a solução justa e eterna do problema 
do mal, veremos o bem triunfante para sempre sem 
possibilidade de mais luta.
Os salvos deverão estar gozando de todos os 
benefícios da redenção, porquanto o Redentor venceu e 
foi glorificado como Rei do universo, devido à eficácia1 da 
Sua obra salvadora.
Cristo ocupa essa posição suprema e sublime; 
não só agora, por ser o criador de tudo,
1 Qual i dade ou propr i edade de ef icaz; ef i c iência.
29
mas também por tê-lo merecido e pelo que fez; não 
unicamente como Filho de Deus, mas por ser o Filho do 
homem; não só como a Segunda Pessoa da Trindade, mas 
porque é o que veio em carne, foi morto, sepultado, 
corporalmente ressuscitado, e em corpo glorificado 
ascendeu ao Pai.
Por toda eternidade Ele será o Deus revelado, 
o Deus visível, o Cordeiro de Deus que foi morto, mas 
não pode morrer mais, porém antes, venceu a morte. 
Vive Eternamente. É o Cristo porque é Jesus e é Deus.
A exaltação de Jesus Cristo que esvaziou a Si 
mesmo é a mensagem principal deste precioso livro que 
encerra o cânon da Palavra de Deus.
A Revelação 
(Ap 1.1-8)
Escrita às "sete igrejas" que estão na Ásia (Ap 
1.4a). A obra de João é uma "revelação" das "coisas que 
em breve devem acontecer".
Notificada ao apóstolo João, por Jesus Cristo, é 
uma mensagem entregue por Deus ao Senhor para que a 
mostre aos seus "servos".
João escreveu sua profecia em forma de 
epístola, começando com uma saudação de graça e paz 
de cada pessoa da Trindade (Ap 1.4-5).
O tema do livro é claro: O Senhor Deus, Todo- 
poderoso, garante a vitória definitiva do Jesus crucificado 
perante toda a terra (Ap 1.7,8).
Sua vitória será inquestionável. Seu povo se 
alegrará em sua libertação definitiva, mas os que o 
rejeitaram lamentarão sua vinda, porque significará 
condenação para eles.
30
João em Patmos - Mensagens às Igrejas 
(Ap 1.9-20)
Exilado na ilha de Patmos João viu o Senhor 
ressurreto (Ap 1.9-20). Foi arrebatado em espírito, no dia 
do Senhor. Ouviu atrás de si uma grande voz, alta como 
de trombeta. A voz declarou que João deveria escrever o 
que iria ver e enviá-lo às sete igrejas:
E interessante que, antes de mencionar Cristo, 
ele afirma ter visto "sete candeeiros1 de ouro" (Ap 
1.12,20) que "são as sete igrejas".
Por isso o significado das visões de João, a 
mensagem às sete igrejas, não deve ser menosprezada. 
Na verdade, não encontramos as sete cartas dirigidas às 
igrejas apenas nos capítulos 2-3, mas em todo Apocalipse 
(1.3; 22.10,16-19).
Certamente não há evidências textuais de que 
as cartas, individualmente ou como coletânea, circularam 
separadas do restante da obra literária de João.
Constitui um erro sério pensar que certos 
trechos de Apocalipse não eram importantes para seus 
primeiros leitores. Apocalipse como um todo é pertinente 
para as igrejas daqueles dias e ao longo da história. Eram 
participantes com João "na tribulação, no reino e na 
perseverança, em Jesus" (Ap 1.9).
Cada igreja precisa prestar atenção não 
apenas em sua própria carta, na verdade, em todo
1 Vaso dest i nado a dar luz, al imentada por óleo.
31
Apocalipse (Ap 22.18-19), que adverte sobre o 
julgamento futuro e pronuncia uma bênção sobre todos 
os que perseveram nos momentos de tribulação e morrem 
fiéis ao Senhor (Ap 14.13).
O Apocalipse cheio de autoridade não é um 
mistério literário para quem está lutando para sobreviver 
em uma época difícil de perseguição e sofrimento. É uma 
exortação às igrejas para permanecerem fiéis a Jesus 
Cristo, perseverarem firmes nos momentos de tribulação, 
sabendo que Cristo é o Senhor das igrejas, aquele que 
anda entre os sete candeeiros de ouro (Ap 1.13; 2.1).
Entre os sete candeeiros de ouro, João viu no 
meio deles um "semelhante ao Filho do Homem" vestido 
até aos pés, usando um cinto de ouro em torno do peito 
(diferente do trabalhador que usava o cinto mais 
embaixo, em torno da cintura, para poder prender a ele 
as pontas da capa enquanto trabalhava).
Como o ancião de dias em Daniel 7.9-10, esse 
personagem glorioso tinha cabelos "brancos como alva 
lã, como neve" (Ap 1.14). Seus olhos, com poder 
penetrante para julgar e discernir, eram como uma 
chama de fogo. Seus pés, provavelmente aludindo a 
Daniel 10.6, eram como bronze polido. Sua voz, que João 
já comparara ao som de uma trombeta, como o som de 
muitas águas, semelhante à descrição da voz de Deus em 
Ezequiel 43.2.
Na mão direita ele tinha sete estrelas, que 
eram os anjos das sete igrejas (Ap 1.20). De sua boca 
viu saindo uma espada de dois gumes para ferir as 
nações (Ap 19.15), servindo de advertência às igrejas 
que ele é o Senhor do julgamento (Ap 2.12).
João, vencido por essa visão do Filho do
Homem cai u aos seus pés, como morto. O Glorioso,
porém, pôs a mão direita sobre ele e disse: "Não
32
temas; eu sou o primeiro e o último e aquele que vive" 
(Ap 1.17-18).
Essa definição é sinônima do título Alfa e 
Ômega dado ao Senhor Deus em Apocalipse 1.8. 0 "Eu 
Sou" de Êxodo 3.14 com a descrição do Senhor, 
o rei de Israel, Deus. Igual a Ele não existe outro (Is 
44.6). Que foi morto, mas agora está vivo para sempre 
(Ap 1.18).
Ele é o Senhor Jesus Cristo ressurreto. Apesar 
de "nascido de mulher, nascido sob a lei" (Gl 4.4) por 
isso, suscetível1 e vulnerável2 à morte, Jesus, depois de 
passar pelo sofrimento da morte, ressuscitou para a vida 
absoluta e nunca mais pode morrer (Rm 6.9; Hb 7.16­
25).
Cada característica na descrição que João faz 
do Cristo ressuscitado indica a presença de poder e 
majestade. Aquele que vive instruiu João escrever e 
relatar as coisas que vira e haveria de ver, "das que hão 
de acontecer depois destas" (Ap 1.19).
As Cartas às Sete Igrejas 
(Ap 2.1-3.22)
As cartas às igrejas de Éfeso, Esmirna, 
Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia
têm uma estrutura padronizada.
Após definir os destinatários, o Senhor 
ressurreto, apresenta e descreve a si mesmo usando 
parte da descrição do Filho do Homem conforme 
Apocalipse 1.9-20. Inicia com a palavra "conheço", de 
elogio ou de crítica.
Em seguida há um tipo de exortação. Aos 
repreendidos (criticados), a exortação é arrepender-
1 Passível de receber impressões, modi f i cações ou adqui r i r qual idades; 
capaz.
2 Diz-se do lado fraco de um assunto ou de uma questão, ou do ponto 
pelo qual alguém pode ser atacado ou fer ido.
33
se. As igrejas de Esmirna e de Filadélfia, porém, para as 
quais o Senhor elogiou, a exortação era que 
permanecessem firmes (Ap 2.10; 3.10-11).
Cada carta conclui, nem sempre na mesma 
ordem, com uma exortação para ouvir o que o Espírito diz 
às igrejas e com uma promessa de recompensa para o 
"vencedor", isto é, aquele que prevalece por perseverar 
na causa de Cristo.
À igreja de Éfeso (Ap 2.1-7) é dito que retorne ao 
primeiro amor, ou o seu candeeiro seria retirado do 
seu lugar, punição que implica a morte da igreja, 
mesmo que não indique perda individual da salvação 
eterna.
A igreja de Esmirna (Ap 2.8-11) foi amavelmente 
incentivada a ser fiel até a morte.
As igrejas de Pérgamo (Ap 2.12-17) e Tiatira (Ap 
2.18-29) foram advertidas com ternura a tomar 
cuidado com os falsos ensinos e as ações imorais.
A igreja de Sardes (Ap 3.1-6) é chamada a despertar 
e a completar seus atos de obediência.
A igreja de Filadélfia, perseguida pela sinagoga local 
(Ap 3.7-13) recebe a promessa, que a fé em Jesus lhe 
daria acesso ao reinoeterno. Somente Cristo tem a 
chave de Davi e a porta que Ele abre ninguém pode 
fechar.
E a igreja de Laodicéia (Ap 3.14-22) recebe a ordem 
de não se enganar e de arrepender-se da sua 
mornidão.
Essas advertências e exortações foram 
enviadas a sete igrejas da Ásia. Não há duvida de que o 
número "sete" tem significado simbólico e pode muito 
bem significar que as sete igrejas representavam muitas 
outras comunidades da Ásia
34
Menor. Todavia, por m ais representativas que possam 
ter sido, as sete igrejas eram igrejas que conheciam 
João, e este, instruído pelo Senhor ressurreto escreveu 
essas palavras de advertêhcia e de esperança.
Alguns comentaristas referem-se às sete 
igrejas como sete épocas da história do mundo, mas não 
há o mínimo indício no texto que as sete igrejas devem 
ser entendidas dessa forma. Trata-se, na verdade, uma 
maneira errada de ver a história da Igreja; o propósito é 
fazer as cartas às sete igrejas parecerem profecias de 
sete épocas da história do mundo.
Não há nenhum indício no texto de que João 
queria que entendêssemos as sete cartas dessa maneira. 
É notório que as cartas foram escritas e enviadas às 
igrejas locais, estabelecidas e envolvidas em lutas, 
tribulações, demonstrando a fé e perseverança em meio à 
perseguição.
Questionário
Assinale com "X" as alternativas corretas
6. Não faz parte das escolas principais de interpretação 
do Apocalipse
a) Os futuristas
b) Os idealistas
c Os arianistas
c) Os preteristas
7. Na ilha de Patmos, João escreve mensagens às igrejas 
de:
a) Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, - 
Filadélfia e Laodicéia
b) Colossos, Esmirna, Filipos, Tiatira, Corinto, 
Filadélfia e Telssalônica
c) Laodicéia, Éfeso, Colossos, Corinto, Esmirna, 
Filadélfia e Filipos
d) Pérgamo, Corinto, Éfeso, Filipos, Laodicéia, 
Tessalônica e Sardes 8 9 10
8. Foram advertidas com ternura a tomar cuidado com 
os falsos ensinos e as ações imorais
a) As igrejas de Filadélfia e Laodicéia
b) As igrejas de Pérgamo e Tiatira
c) As igrejas de Filipos e Corinto
d) As igrejas de Sardes e Éfeso
4? Marque "C" para Certo e "E" para Errado
9. Os futuristas entendem que o Apocalipse é uma 
previsão profética do quadro total da história da 
igreja, partindo de João até o fim da presente era
10. A igreja de Esmirna foi amavelmente incentivada a 
ser fiel até a morte
Apocalipse: 2a Parte
A Soberania do Deus Criador 
(Ap 4.1-5.14)
O elo central do livro se encontra entre os 
capítulos 4 e 5. Pois, unem as exortações iniciais do 
Senhor ressurreto às igrejas (capítulos 2-3) com o triunfo 
e as punições finais aplicadas pelo Cordeiro (capítulos 6­
22).
Vistas desta forma as exortações às igrejas, 
são advertências da vinda de aflições e do triunfo final de 
Deus, que serviriam e serve de estímulo de esperança 
para ajudar os destinatários da profecia a suportar as 
aflições.
Estes capítulos também são a bases histórica e 
teológica da autoridade do Senhor ressurreto sobre a Igreja 
e para o mundo, mostrando sua entronização e capacitação 
para executar os propósitos de condenação e de salvação de 
Deus.
O capítulo 4 assevera a autoridade soberana 
do Deus Criador. Sendo exaltado por quatro criaturas 
poderosas e os vinte e quatro anciãos que o adoram, o 
Senhor Deus Todo-poderoso é Santo, Soberano e Digno 
de todo louvor. Ele criou todas as coisas, e elas existem 
por causa da sua vontade graciosa e soberana (Ap 4.11).
A visão que João tem de Deus em seu trono 
(Ap 4.2) lembra Daniel 7 (note os vv. 9-10) e Ezequiel 1, 
ambos impressionam o leitor com seu poder e glória.
O capítulo 5 retrata a transferência da 
autoridade divina para o Senhor ressurreto, apresentando 
uma seqüência de acontecimentos que igualmente 
lembram Daniel 7. O povo de Deus estava sendo oprimido 
por quatro animais terríveis, que simbolizavam impérios 
e reis malignos.
Similarmente, o Apocalipse foi escrito para 
pessoas que estavam passando ou logo passariam por 
perseguições e lutas infligidas pelos poderes do mal. Em 
Daniel 7 são erguidos os tronos celestes de julgamento, 
livros do julgamento são abertos e a autoridade para 
exercer o julgamento de Deus e resgatar o seu povo das 
nações ímpias é entregue a uma figura humana. Essa 
figura humana, um "Filho do Homem" glorioso, aparece 
misteriosamente perante o trono de Deus nas nuvens.
De modo semelhante, em Apocalipse 5, vemos 
um livro de julgamento (neste caso com sete selos, na 
mão direita de Deus) e um agente glorioso e redentor de 
Deus. Entretanto, o notável agente de Deus não é uma 
figura humana sem identificação, é Jesus crucificado, o 
Cordeiro e Leão de Deus. Esse Jesus, por causa da sua 
obediência vitoriosa à vontade de Deus, está agora 
entronizado, razão pela qual é digno de abrir o livro e os 
seus selos.
Os acontecimentos descritos aqui são 
simbólicos, mas nem por isso devem ser considerados um 
simples mito. O evento sugere um momento histórico e 
teológico do ensino bíblico bem conhecido em outras 
passagens: a ascensão e
entronização de Jesus.
Além de explicar a ausência visível de Jesus e 
o fim das aparições da ressurreição, a
38
ascensão de Jesus é sua entronização como Senhor 
celeste (At 2.33-36; Ef 1.20-2.31; Cl 1.18). Ele agora 
recebeu poder para executar as decisões judiciais de 
Deus.
Ele é digno de tomar o livro, porque foi morto 
(Ap 5.9,12). Sua morte redentora, isto é, sua obediência 
à vontade de Deus, revelou-o como qualificado para o 
papel de Senhor celeste.
Ele "venceu" (Ap 5.5), palavra usada por João 
para descrever o sofrimento triunfal de Jesus e sua 
subseqüente1 entronização (veja Ap 3.21), que lhe 
permite agora como Senhor celeste, assumir o papel de 
agente e executor divino.
Todo o poder no céu e na terra lhe foi dado 
(Mt 28.18). Ele pode abrir o livro e os sete selos de juízo, 
executando assim os propósitos do Soberano Deus 
Criador. Com sua entronização, os céus se alegram (Ap 
5.8-14; 12.5-12), porque Ele é digno, e o povo de Deus 
agora tem seu Salvador reinando.
Os Sete Selos
( Ap 6 . 1 - 8 . 5 )
A abertura dos primeiros quatro selos mostra 
quatro cavaleiros de diferentes cores (Ap 
6.1- 8). Esses cavaleiros, no mesmo espírito do caos
predito em Marcos 13, representam os juízos de Deus por 
meio de guerras (Ap 6.2) e conseqüências sociais 
devastadoras, a saber: violência (Ap 6.3-4), fome (Ap 
6.5-6), epidemias e morte (Ap 6.7-8).
O quinto selo (Ap 6.9-11) fala do clamor por 
justiça dos santos martirizados em relação aos 
opressores. Recebem a resposta de que, por enquanto, 
precisam esperar, pois o número de mártires do povo de 
Deus ainda não está completo.
1 Que subsegue no tempo ou no lugar; imediato, seguinte:
39
Uma análise atenta do sexto selo (Ap 6.12) é 
importante para compreender a estrutura literária e a 
seqüência de episódios do Apocalipse.
Ao ser aberto, o sexto selo faz surgir os sinais 
do fim: um grande terremoto, escurecimento do sol, lua 
que se torna avermelhada ("como sangue") e a queda das 
estrelas do céu (Mt 24.29- 31; Mc 13.24-27).
Ao ler poucos capítulos do Apocalipse e já 
somos levados aos acontecimentos finais. O Céu é 
enrolado como um pergaminho; montanhas e ilhas são 
abaladas. Os poderosos e os insignificantes da terra 
percebem que chegou o grande dia da ira de Deus (e do 
Cordeiro) e que nada pode salvá-los (Ap 6.14-17).
O terremoto neste livro é um sinal que sempre 
indica a destruição que precede imediatamente o fim 
(veja Ap 8.5; 11.13,19; 16.18- 19) da história e a 
manifestação do Senhor.
Referências a terremotos em lugares 
estratégicos de Apocalipse não significam que a história 
em si chega várias vezes ao fim, mas que João empregou 
a conhecida técnica literária da "recapitulação" (veja Gn 
1-2), isto é, contar de novo a mesma história por 
"ângulos" diferentes,focalizando outras dimensões e 
personagens da mesma história. Desta forma somos 
levados, repetidas vezes em Apocalipse ao fim da história 
e à época da volta de Cristo.
João, porém, guardou sua última descrição (e 
mais completa) do fim do mundo até a última parte do 
seu livro (Ap 19.1-22.5). Usou a técnica literária da 
repetição (entre outras) a fim de preparar seus leitores 
para os traumas e esperanças da história humana, para o 
julgamento que viria pelas mãos do Cordeiro de Deus 
entronizado (Ap 6.1 -17, pensando na proteção do se 
povo I Ap 7.1-17;11.1)
40
e na responsabilidade que tinha de dar testemunho sobre 
ele na terra (Ap 10.1-11.13), no propósito redentor do 
julgamento (Ap 8.6-9.21), na perseguição futura (Ap 
11.7; 12.1-13.18)e no caráter definitivo do juízo de Deus 
(Ap 15.1-18.24).
João tinha muito a explicar a respeito do 
sofrimento dos santos e do triunfo aparente do mal, que 
parecem negar a confissão do cristão de que Cristo foi 
ressuscitado e entronizado como Senhor.
Será que ele protege mesmo o seu povo? Será 
que voltará realmente? Por que temos de sofrer, e "até 
quando, ó Soberano Senhor" (Ap6.10), temos de 
esperar?
Os caminhos misericordiosos e misteriosos de 
Deus para a raça humana exigem que se conte a história 
humana sob vários pontos de vista. Para certeza que a 
condenação ou salvação vem e é por meio de Jesus 
Cristo.
A descrição dos juízos iniciados com a abertura 
dos primeiros seis selos certamente deixou atônitos1 os 
leitores de João, mas a ira final não é o destino do povo 
de Deus (veja Rm 8.35,39; lTs 5.9). João interrompendo 
a seqüência de juízos que levavam ao sétimo selo nos 
lembra de que o povo de Deus não precisa entrar em 
desespero, pois "os servos do nosso Deus" (Ap 7.3) têm 
por promessa: o Céu.
Cento e Quarenta e Quatro Mil (Ap.7.4-8)
João observa 
12.000 de cada tribo, e 
nosso Deus" (Ap 7.3).
144.000 judeus 
que fazem parte
em sua visão, 
dos "servos do
Muito espantado e quase sem ação; pasmado, estupefato.
No Apocalipse, o grupo de 144.000 pessoas é 
formado pela etnia judaica. O apóstolo João enfatiza essa 
etnia identificando-os como membros das doze tribos de 
Israel (Ap 7.5-8). Sua presença testemunha a fidelidade 
de Deus e a certeza do cumprimento de suas promessas.
No Antigo Testamento, Deus prometeu 
preservar da destruição um "remanescente" (uma 
pequena fração) de Israel (Is 28.5; 37.31; Jr 23.3; 
50.20; cf. Rm 11.1-5), a despeito dos pecados que a 
nação praticou.
Ele só não os salvará da destruição como 
também prometeu uma nova aliança (Jr 31.31-33) e um 
novo relacionamento com Ele (Os 2.14-23; cf. Ap 21.3). 
Sua promessa incluía as dez tribos do Norte que é Israel 
(Is 11.16; Jr 3.11,12, 18; 23.8) e também as duas tribos 
do Sul - Judá (O mito popular das dez tribos perdidas de 
Israel é apenas isso - um mito; Deus nunca as perdeu).
Esses judeus não estão aqui por causa de sua 
qualificação étnica, mas pelo seu caráter. O livro diz que 
foram assinalados com "o nome dele e o de seu Pa i" (Ap 
14.1; cf. 7.3), para que pudessem ser reconhecidos por 
Deus, o Pai e Jesus, o Messias; foram "comprados" ou 
"remidos" (Ap 14.3).
Também haviam evitado os pecados de muitos 
de seus companheiros judeus, pois não mentiram a 
respeito dos cristãos (Ap 14.5; cf. 3.9) e nem se 
deixaram envolver pela imoralidade sexual (Ap 14.4; cf. 
2.14,20; 9.21; 17.2; 21.8; 22.15).
Sua recompensa será tornarem-se a 
companhia constante do Cordeiro (Ap 14.4) e conhecerem 
uma canção de adoração que somente eles poderão 
cantar (Ap 14.3).
42
Salvar-se-á Alguém no Período da Grande 
Tribulação?
O número de gentios entre o povo dé Deus 
claramente eclipsa1 o número de judeus. Usando sua 
descrição favorita do céu (ver Ap 21.3-4,23; 22.1­
5) , João disse que eles são "os que vêm da grande
tribulação", para agora experimentar as alegrias do céu e 
o alívio das tribulações que suportaram.
As interrogações sobre Salvação durante o 
período da Grande Tribulação são constantemente feitas 
por varias classes de pessoas, e por estranho que pareça, 
há sempre os que negam a resposta positiva; entretanto, 
examinando cuidadosamente as Escrituras, acharemos a 
resposta satisfatória.
Não há dúvida de que um restante foi visto por 
João, que vinha da "Grande Tribulação" e como já 
dissemos, serão os que crerão através da pregação das 
testemunhas aludidas, os quais estavam previstos no 
espírito dos profetas do AT (SI 64; 79; 80; Is 63.15-19; 
64).
Compreendemos que aquele restante suportou 
providencialmente, todo o tempo daquela aflição horrível, 
durante os sete anos do governo do anticristo, os quais 
constituirão os "cento e quarenta e quatro mil 
assinalados", que sofrerão, mas vencerão e serão fiéis 
até o fim.
Certamente eles tomarão parte ativa naquele 
duro ministério, como evangelistas voluntários, 
convidando seus contemporâneos a aceitarem ao Messias, 
apelando para a sua grande misericórdia. Será o 
cumprimento total de Mateus 24.31-40.
1 Esconde, encobre; obscurece, ofusca; vence; excede; sobrepõe.
43
Não há dúvida que haverá salvação no período 
da Grande Tribulação, porque ouvirão a Palavra de Deus, 
e é por meio dela que o homem recebe o conhecimento 
de Cristo e é salvo (Rm 10.17).
João vê e descreve a abertura do sétimo selo e 
novamente vemos a repetição dos sinais do fim, como 
"trovões, vozes, relâmpagos e terremoto" (Ap 8.5).
Esses sinais indicam o próprio fim da história 
humana e a vinda do Senhor, mas o profeta ainda não 
estava pronto para descrever a volta de Cristo. Ele ainda 
tinha muito a dizer (baseado no que vira) sobre a 
natureza do julgamento e sobre a perseguição pela besta, 
para encerrar sua profecia.
Antes de descrever o fim, João teve de 
começar de novo. Usando o instrumento simbólico das 
sete trombetas, ele declarou que os juízos de Deus 
também têm um propósito redentor porque são sinais, 
expressões parciais, do julgamento final do futuro.
As Sete Trombetas 
(Ap 8.6-11.19)
Os sete selos foram divididos entre os quatro 
cavaleiros e os três selos restantes, com uma interrupção 
narrativa entre o sexto e sétimo selos, para lembrar ao 
povo de Deus da promessa do Senhor sobre proteção 
final e sobre sua esperança de glória eterna. Um padrão 
semelhante se vê com as sete trombetas (Ap 8.7-11.19).
As quatro trombetas iniciais relatam juízos 
parciais, "a terça parte", (Ap 8.7) que caem sobre a 
vegetação da terra, os oceanos, a água fresca e as luzes 
celestes.
44
As últimas três trombetas são tratadas em 
conjunto como três "desgraças" que atingem a terra, 
destacando o juízo de Deus para a raça humana.
A quinta trombeta (primeira desgraça) libera 
gafanhotos infernais que ferroam os que não têm o selo 
de Deus (Ap 9.1-12).
A sexta trombeta (segunda desgraça) traz um 
poderoso exército de cavaleiros do inferno, que matam 
um terço da raça humana (Ap 9.13-19).
Todos os juízos não têm efeito redentor, 
pois orestante da raça humana que não
foi morto pelas epidemias recusa-se a se arrepender das 
suas Imoralidades (Ap 9.20-21). As advertências caíam 
em ouvidos surdos.
Assim como o interlúdio1 entre o sexto e o 
sétimo selo garantiu aos destinatários de Apocalipse que 
os que são de Deus estão protegidos dos efeitos
eternamente destrutivos da ira divina, também entre a 
sexta e sétima trombetas somos lembrados da mão 
protetora de Deus sobre o seu povo (Ap 10.1-11.14).
No interlúdio das trombetas, porém,
também ficamos sabendo que a proteção de Deus 
durante os dias de tribulação não significa Isolamento, 
pois o povo de Deus (os judeus) precisa dar testemunho 
profético ao mundo.
Em Apocalipse 10.1-11 o chamado de João 
(pelo padrão de Ez 2.1-3.11) é reafirmado. Ele recebe a 
ordem de comer um livro agridoce2 e "profetizar a 
respeito de muitospovos, nações, línguas e reis" (Ap 
10.11).
A nota de proteção e testemunho é tocada 
novamente em Apocalipse 11.1-13, onde a medição do 
templo de Deus alude à mão protetora de Deus sobre seu 
povo na hora do caos.
1 Intermédio.
2 Agro (azedo) e doce ao mesmo tempo; agro-doce, acre-doce.
45
As perseguições durarão quarenta e dois 
meses, mas seu povo, a ""cidade santa" (Ap 11.2), não 
será nem destruído nem silenciado.
As ""duas testemunhas" (Ap 11.3) darão 
testemunho nesse período, também chamado de 1260 
dias, da misericórdia e do julgamento de Deus.
Veja bem: os 42 meses e os 1260 dias
referem-se ao mesmo período de tempo de perspectivas 
diferentes, porque os dias de testemunho também são 
dias de oposição (Ap 11.2- 7; 12.6, 13-17). Referências 
negativas à perseguição e à atividade de Satanás e das 
bestas são sempre feitas em termos de " 42 meses" (Ap 
11.2; 13.5), enquanto asreferênciaspositivas à mão 
sustentadora de Deus ou ao testemunho profético das 
suas duas testemunhas são feitascomo "um tempo, 
tempose metade de um tempo" (Ap12.14) ou "1260 dias" 
(Ap 11.3; 12.6).
A sétima trombeta (terceira desgraça) 
novamente traz terremoto, relâmpagos e trovões 
(Ap11.15-19. O fim da história chegou, é a hora dos 
mortos serem julgados e dos santos serem
recompensados (Ap 11.18).
Sem dúvida o fim chegou de fato, porque o 
coro celeste agora fala da vinda do Reino de Deus (e de 
Cristo), assim como do dia do julgamento, como fatos do 
passado (Ap 11.17-18). O coro canta: "O reino do mundo 
se tornou do nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará 
pelos séculos dos séculos" (Ap 
11.15).
As Duas Testemunhas
As duas testemunhas evidentemente são 
homens. Alguns crêem que sejam Enoque (Gn 5.24) e 
Elias (2Reis 2.11), porque estes nunca morreram,
46
1
Outros têm sugerido Moisés e Elias, representando a 
lei e os profetas. Porém, não o sabemos o certo.
O objetivo deles é chamar a atenção do 
mundo, e especialmente dos líderes do mundo,, para 
as reivindicações do Deus do céu, em meio a um 
período em que o mundo está seguindo loucamente 
as maquinações diabolicamente falsas do homem do 
pecado. Nenhuma arma prosperará contra elas até 
que a sua obra esteja realizada.
A nota trágica é a louca alegria do mundo 
por causa da morte violenta das testemunhas (Ap 
11.9,10) . Aqui se manifesta a impiedade do coração
humano, no que ele tem de pior. Mas a sua alegria 
frenética1 tem curta duração. Depois de três dias, os 
corpos ultrajados recebem nova vida, e são 
arrebatados visivelmente para o céu.
Questionário
4? Assinale com "X" as alternativas corretas
A abertura dos primeiros quatro selos mostram
quatro cavaleiros de diferentes cores que
a) Falam do clamor por justiça dos santos 
martirizados em relação aos opressores
b) Representam os juízos de Deus por meio de 
guerras e conseqüências sociais devastadoras
c) Chamam a atenção do mundo e de seus 
líderes, para as reivindicações do Deus do céu
d) Fazem surgir sinais do fim:grande terremoto, escure
1 Que tem frenesi; del i rante, desvai rado, fur ioso.
47
2. No Apocalipse, o grupo de 144.000 pessoas
a) É formado pela etnia cristã
b) É formado pela etnia judaica 
É formado pela etnia gentílica
c) É formado pela etnia gentílica e judaica
3. Quanto às Sete Trombetas, é errado dizer que
a) As quatro primeiras relatam juízos parciais que 
caem sobre a terra, a água e a iluminação
b) A sexta trombeta libera gafanhotos infernais 
que ferroam os que não têm o selo de Deus
c) A sétima trombeta traz terremoto, 
relâmpagos e trovões
d) As últimas três são tratadas como 
"desgraças", que atingem a terra e a raça humana
Marque "C" para Certo e "E" para Errado
4. O elo central do livro de Apocalipse encontra-
se entre os capítulos 4 e 5
5. Salvação não haverá no período da Grande
Tribulação
48
A Perseguição dos Justos pelo Dragão 
(Ap 12.1-13,18)
O capítulo 12 é crucial1 para compreender a 
perspectiva de João da seqüência histórica. O número 
três e meio era visto por cristãos e judeus como tempos 
de dor e de juízo (veja Lc 4.25). João referiu-se aos três 
anos e meio às vezes como "42 meses" (Ap 11.2; 13.5), 
outras como "1260 dias" (Ap 11.3; 12.6) e ainda outras 
como "um tempo, tempos e metade de um tempo" (Ap
12.14) .
Para João, este é o período de tempo em que 
os poderes do mal farão suas obras de opressão. Durante 
o mesmo tempo, porém, Deus protegerá seu povo (Ap
12.6.14) enquanto ambos testemunham da sua fé (Ap 
11.3) ao mesmo tempo em que sofrem nas mãos destes 
poderes maus (Ap 11.2,7; 12.13- 17; 13.5-7).
Todos os comentaristas concordam que este 
terrível período de tribulação terá fim com a vinda do 
Senhor. A questão crítica, porém, é saber quando o 
período de três anos e meio de perseguição e de 
testemunho começa.
Apesar de alguns estudiosos terem relegado2 
os três anos e meio a algum momento ainda futuro, o 
capítulo 12 inquestionavelmente liga seu início à 
ascensão e entronização de Cristo (Ap 
12.5).
Quando o descendente da mulher (de Israel) é 
"arrebatado para Deus até ao seu trono" (Ap 12.5), há 
guerra no céu e o dragão é lançado na terra. O céu se 
alegra porque o adversário (Satanás) foi vencido (Ap 
12.10-12), mas para a terra é hora de lamentar (Ap 
12.12) porque o mal foi lançado a
1 Terminante, categór i co, decisivo. Muito importante; capi tal .
2 Pôr em segundo plano; desprezar.
terra, e sua ira é muito grande. Satanás sabe que foi 
derrotado pela entronização de Cristo e que lhe resta 
pouco tempo (Ap 12.12).
A mulher (Israel) que gerou Cristo (Ap 
12.1- 2) e também outros descendentes (aqueles que
mantêm o testemunho de Jesus) agora recebem todo 
o ímpeto da ira frustrada do dragão. Mas quando o 
furioso dragão for para descarregar seu furor contra a 
mulher, ela será alimentada e protegida por "1260 dias" 
(Ap 12.6), ou seja, por "um tempo, tempos e metade de 
um tempo" (Ap 12.14).
A descrição muito breve que João faz da vida 
de Cristo (apenas seu nascimento e entronização são 
especificamente mencionados) não deve induzir ao leitor 
a pensar que o menino é "arrebatado para Deus até ao 
seu trono" (Ap 12.5).
Essa passagem não tem como propósito 
principal narrar a vida de Cristo, pois João sabia que 
seus leitores estavam familiarizados com os fatos 
decisivos da história de Cristo. Antes, a passagem quer 
mostrar a continuidade da perseguição iniciada por 
Satanás contra a mulher (Israel) e seu filho (Cristo) e 
continuada contra a mulher e o restante dos seus 
descendentes (os cristãos).
Naturalmente, é o Senhor crucificado e 
ressurreto que é entronizado e cuja ascensão ao trono 
traz consigo a derrota das trevas (Ef 1.19-23; lPe 3.22; 
compare Rm 1.4; lTm 3.16).
O relato da derrota do dragão no céu e sua 
expulsão dali começam claramente com a entronização 
do descendente da mulher e é causada por ela. Do 
mesmo modo, veja bem que a história de Apocalipse 
12.6, em que a mulher foge para o deserto e é protegida 
por Deus por "1260 dias" tem dois "ganchos" 
inconfundíveis que a inserem na história do capítulo 12.
50
Em primeiro lugar, a fuga da mulher e os 
"1260 dias" de proteção em Apocalipse 12.6 começam 
claramente com a entronização de Apocalipse 12.5. Mas 
em Apocalipse 12.14-17 é a perseguição do dragão, que 
agora foi lançado do céu para a terra, que motiva a 
mulher a fugir para o deserto. Por isso, o que temos em 
Apocalipse 12.14- 17 é a retomada e ampliação da 
história da mulher começada em Apocalipse 12.6.
Observe as referências paralelas em 
Apocalipse 12.6 e 12.14 a "deserto", alimentação e "um 
tempo, tempos e metade de um tempo" (Ap
12.14) ou a seu equivalente "1260 dias" (Ap 12.6).
Esse elo na história em que dois
acontecimentos são vistos com a fuga da mulher 
entre a entronização do descendente da mulher (Cristo)e 
a perseguição da mulher pelo dragão não é, nem 
estranha nem surpreendente. É a entronização que 
(praticamente ao mesmo tempo) causa a guerra no céu, 
que resulta na expulsão do dragão e depois 
imediatamente leva o dragão agora furioso a perseguir a 
mulher e "os restantes da sua descendência" (Ap 12.17).
Não apenas fica claro que os "1260 dias" de 
Apocalipse 12.6 eqüivalem a "um tempo, tempos e 
metade de um tempo" de Apocalipse 12.14.
Depois o dragão levanta dois carrascos1 (Ap 
13) para ajudá-lo a perseguir aqueles que crêem em 
Jesus. Um deles é apersonificação de Satanás 
em um líder político, a besta do mar (Ap 13.1),
chamado "o homem do pecado" ou "anticristo" (2Ts 
2.3,4; lJo 2.18), que falará blasfêmias durante "quarenta 
e dois meses" (Ap 13.5) e "pelejará contra os santos" (Ap 
13.7), enquanto a segunda besta (ou "falso profeta", Ap 
19.20), que procede da terra (Ap
1 Indi víduo cruel, desumano.
51
13.11) , procura enganar a terra de modo que seus
habitantes adorem a primeira besta, o anticristo.
Portanto, os capítulos 12-13, é mais uma 
forma de se referir aos três anos e meio, indicando o 
mesmo período de tempo.
Triunfo, Advertência e Condenação 
(Ap 14.1-20)
Após entregar mensagens de constantes 
perseguições ao povo de Deus pela trindade do mal, os 
leitores de João carecem de outra palavra de ânimo e 
advertência. Por isso o capítulo 14 usa sete "vozes" para 
relacionar mais uma vez as advertências e promessas do 
céu.
Há mais uma visão dos 144 mil, que "foram 
redimidos dentre os homens, primícias para Deus e para 
o Cordeiro" (Ap 14.4). Isentos da imoralidade sexual 
como figura da idolatria, João disse que esses seguidores 
do Cordeiro eram "sem mácula" (Ap 14.5).
Em outras palavras, não tinham se 
"prostituído" com a besta. São os homens e mulheres 
que foram fiéis na adoração ao único Deus verdadeiro 
por meio de Jesus Cristo, e não foram seduzidos pelos 
enganos satânicos da primeira besta e do seu aliado, o 
falso profeta.
Eles serão resgatados e levados ao trono no 
céu, onde em uma só voz cantarão um novo cântico de 
salvação (Ap 14.1-5).
Ouve-se outra voz (Ap 14.6-7), de um anjo 
anunciando o evangelho eterno e avisando a terra do 
juízo iminente1. As "vozes" (ou declarações) restantes 
seguem em rápida sucessão.
1 Que ameaça acontecer breve; que está sobrancei ro; que está em via 
de efet ivação imediata; impendente.
52
A queda da "grande Babilônia" (Ap 14.8), 
símbolo veterotestamentário de uma nação inimiga do 
povo de Deus é anunciado. Depois o povo de Deus é 
advertido para não seguir a besta, e aqueles que a 
seguem são advertidos dos futuros tormentos da 
separação de Deus (Ap 14.9-12).
Em seguida uma bênção é pronunciada aos 
que permanecem fiéis (Ap 14.13). Por fim, duas vozes 
convocam para a colheita. Uma chama o Filho do Homem 
para colher a terra como se fosse uma gigantesca 
plantação de trigo (Ap 14.14-16), enquanto a última voz 
compara a colheita da terra a uma vindima, pois a vinda 
do Senhor equivalerá a pisar o lagar1 da terrível ira do 
Deus Todo-poderoso (Ap 14.17-20).
As Sete Taças 
(Ap 15.1-16.21)
Assim como os sete selos e as sete trombetas 
mostram aspectos diferentes do julgamento de Deus 
efetuado por Cristo, agora mais uma dimensão do seu 
juízo é revelada.
As sete taças da ira são semelhantes às sete 
trombetas e aos sete selos, mas também são diferentes; 
pois vem o tempo em que à ira de Deus não será mais 
parcial ou temporária, mas completa e permanente.
Essas taças derramadas significam que a 
condenação divina também é definitiva e irrevogável2. O 
juízo parcial ("a terça parte") das trombetas mostra que 
Deus usa os sofrimentos e males da vida como 
advertências para levar a raça humana ao
arrependimento e à fé.
1 Espécie de tanque onde se espremem e se reduzem a l íqu idos certos 
frutos, especi a lmente as uvas.
2 Que não se pode revogar; não revogável ; i ncontrastável .
53
As taças da ira representam os juízos do 
Cordeiro que atingem a terra, e especialmente às 
pessoas que receberam a marca da besta.
Entre o sexto e o sétimo selo e a sexta e a 
sétima trombeta somos avisados da proteção do povo de 
Deus e da missão de Deus para ele.
Nas sete taças não há interrupção entre o 
sexto e o sétimo derramamento de punição. Só resta a 
ira; a grande Babilônia, símbolo de todos os que se 
levantaram contra o Deus Altíssimo, cairá. Ao ser 
derramada a sétima taça da ira há novamente o grande 
terremoto acompanhado de " relâmpagos, vozes e 
trovões" (Ap 16.18), pois o fim chegou.
A noção da ira de Deus nem sempre é um 
tema bem vindo pelo leitor da Bíblia, mas é um ensino 
evidente do Antigo e do Novo Testamento. A realidade do 
mal, da liberdade humana, a justiça e o anseio de Deus 
de ter criaturas que, apesar de distintas dEle como 
criaturas, mesmo assim se relacionam com Ele em 
confiança e em amor, tornam inevitáveis as noções da ira 
de Deus.
Um Deus justo reage aos que persistem em 
sua recusa maligna de reconhecê-lo como Senhor. Deus 
deseja ver o homem rebelde depor as armas e voltar-se 
para Ele.
Deus agiu em misericórdia, por todos os meios 
possíveis a ponto de assumir pessoalmente, por meio do 
seu Filho unigênito, a pena que Ele mesmo prescrevera1 
para o pecado.
A ira causa tristeza até mesmo no coração de 
Deus, mas Ele não nos obriga a amá-lo. Ele deu 
liberdade aos seus filhos e não destruirá a humanidade 
deles tirando-lhes essa liberdade, mesmo se seus filhos 
insistem com teimosia em usar
1 Indi car com precisão; determinar, f ixar, precei tuar.
54
da liberdade para rebelar-se contra Ele. É incrível que, 
apesar da imensa misericórdia de Deus revelada [em Jesus 
Cristo, existem pessoas que rejeitam sua misericórdia. 
Nesses casos, o Deus fiel da criação e da redenção 
responderá fielmente de acordo com sua própria natureza e 
palavra, dando aos seus filhos e: filhas rebeldes aquilo em 
que insistiram com teimosia, isto é, a separação eterna 
dEle.
Certamente, enquanto a ira de Deus, este é o 
ponto alto do tormento e da desgraça: estar separado 
daquele que é a verdadeira fonte de vida, ser separado 
do seu Criador compassivo e, assim, experimentar para 
sempre a morte eterna que resulta da rejeição daquele 
que é a fonte da vida eterna. Todavia, não devemos 
negar nem lamentar a sabedoria de Deus em suas 
manifestações passadas ou futuras de ira.
Nosso Deus evidentemente ama a retidão, a 
justiça e a misericórdia a tal ponto que não tolera nossa 
tolerância covarde do mal. Não podemos descartar como 
insignificante o fato que o céu não está em silêncio nem 
embaraçado quando o mal é punido. O céu festeja com a 
justiça e com o juízo de Deus (Ap 19.1-6).
Queda e Ruína da Cidade Imoral e da Besta 
(Ap 17.1-18.24)
O cap. 17 menciona a sexta taça anunciando a 
queda da grande Babilônia, e o cap. 18 traz um lamento 
comovente sobre a grande cidade, que não cumpriu os 
propósitos de Deus para ela.
Todas as suas produções e obras grandiosas 
são reduzidas a nada, porque ela se fez prostituta e 
adorou a besta em vez de dedicar sua capacidade e 
energia a Deus e ao Cordeiro.
55
Júbilo no Céu e a Revelação do Cordeiro 
(Ap 19.1-22.5)
O céu festeja porque a grande Babilônia caiu e 
está na hora de aparecer a noiva do Cordeiro. O grande 
banquete da salvação está pronto para começar. Depois 
de ter evitado a descrição da vinda do Senhor em pelo 
menos três ocasiões anteriores, João agora está 
preparado para descrever as glórias da manifestação do 
Senhor.
Todo o céu festeja com a gloriosa punição do 
mal por Deus (Ap 19.1-6). A noiva do Cordeiro, o povo 
de Deus, preparou-se com sua fidelidade para seu 
Senhor por meio do sofrimento. Por isso "lhe foi dado" (a 
salvação é sempre uma dádiva de Deus) vestir-se de 
linho fino, "porque são chegadasas bodas do Cordeiro" 
(Ap 19.7-8).
O céu está aberto, e aquele cuja vinda foi 
fielmente pedida desde os tempos antigos, o Verbo de 
Deus, Rei dos reis e Senhor dos senhores, surge para 
combater os inimigos de Deus em um conflito sobre cujos 
resultados não restam dúvidas (Ap 
19.11-16).
Quando o Cordeiro vir com seus exércitos 
celestes, as duas bestas serão lançadas no lago de fogo 
(Ap 19.20). O dragão, a antiga serpente, Diabo e 
Satanás são lançados em um abismo, que é fechado e 
lacrado por mil anos (Ap 20.1-3).
Os poderes do mal reinarão por "três anos e 
meio", mas, Cristo reinará por "mil anos". Os que 
morreram em Cristo serão ressuscitados para governar 
com Ele (Ap 20.4-6), e o governo do direito de Deus 
sobre a terra é vindicado.
O reino de mil anos é chamado milênio. O 
termo vem do latim (mille, mil, e annum, ano) e significa 
período de mil anos.
56
A palavra "mil" na Bíblia é eleph em hebraico e 
chilioi em grego. Em muitas passagens do AT o termo é 
usado em contagens, assim como no NT (veja Gn 24.60; Lc 
14.31). Às vezes é usado para referir-se a um grande 
número, sem a pretensão de ser exato (veja Mq 5.2; 6.7; 
Ap 5.11). A referência específica usada para criar a 
doutrina do reinado de mil anos ligado à última vinda de 
Cristo que se encontra em Apocalipse 20.2-7.
O material bíblico não apresenta uma 
escatologia sistemática em que todas essas diferentes 
referências ao tempo do fim são organizadas em um só 
ensino. Por isso, na história cristã, surgiram diferentes 
tipos de interpretação.
Os estudiosos cristãos que querem elaborar uma 
doutrina sistemática coerente dos últimos acontecimentos 
relacionam:
s Os trechos apocalípticos das profecias do AT (Vide o 
livro de Daniel);
s Os trechos apocalípticos do NT (Ver Mt 24-25;
Mc 13; 2Pe; Jd; Ap);
s Os escritos de Paulo sobre a última vinda (lTs 4.13­
18; 2Ts 2.1-11 - o homem da iniquidade);
s As opiniões de Paulo sobre o relacionamento
entre judeus e gentios (Rm 9-11); e
s As referências ao anticristo (ou anticristos) em 1 
João.
Nosso interesse nas questões do milênio, ou 
seja, se a volta de Cristo ocorrerá antes do 
milênio (pré-milenismo) ou depois do milênio (como no 
pós-milenismo e no amilenismo) é uma preocupação cujo 
valor é muito exagerado quanto à interpretação de 
Apocalipse.
O que realmente importava para João é que os 
seguidores de Cristo, aqueles que sofreram
57
as aflições e perseguições desta época má, um dia serão 
resgatados pela vinda de Cristo, quando Ele destruirá os 
poderes do mal.
Está claro no NT que a forma e a promessa da 
esperança futura devem exercer influência sobre nossa 
conduta presente e sobre nossa dedicação moral a Cristo 
(compare com Rm 8.18-25).
Na verdade, o objetivo do Apocalipse é 
incentivar os cristãos a perseverar no presente à luz do 
triunfo de Deus no futuro por meio de Jesus Cristo.
A interpretação sobre o reino de mil anos com 
a volta de Cristo dada no comentário acima poderá ser 
mais bem entendida na lição 3.
Logo após o término dos "mil anos" (Ap 20.7, 
o dragão deverá ser solto. Permite-se a ele mais um 
tempo para enganar as pessoas, mas de curta duração.
Depois desse episódio de engano, no fim dos 
mil anos, o dragão é recapturado e dessa vez lançado no 
lago de fogo e enxofre, "onde já se encontram não só a 
besta como também o falso profeta" (Ap 20.10).
O destino reservado para a besta e para o 
falso profeta na volta de Cristo é estendido também ao 
dragão, no fim do reinado de Cristo. Então ocorre o 
julgamento final, e os que não estiverem incluídos no 
livro da vida serão lançados no lago de fogo (Ap 20.11­
15).
Com frequência pensa-se que o capítulo 21 
refere-se ao período que segue o reinado de mil anos, 
mas ele está mais provavelmente recontando a volta de 
Cristo do ponto de vista da noiva.
Aqui temos indicações claras de uma 
"repetição" literária. Assim como o capítulo 17 é uma 
recapitulação da sétima taça e da queda da meretriz, a 
grande Babilônia (compare a linguagem de
58
Apocalipse 17.1-3, que apresenta claramente uma 
"narrativa repetida", com a linguagem de Apocalipse 
21.9-10), o capítulo 21 recapitula a glorificação da noiva 
do Cordeiro (Ap 22.1-22.5).
Aqui a revelação é contada da perspectiva da 
noiva. Ser a noiva significa ser a cidade santa, a nova 
Jerusalém, viver na presença de Deus e do Cordeiro, e 
ter proteção, alegria, luz eterna e vivificadora de Deus 
(Ap 21.9-27).
A árvore da vida cresce ali, onde também flui 
o rio da água da vida. Ali não haverá mais noite; não 
haverá mais nenhuma maldição, pois o trono de Deus e 
do Cordeiro está presente. Ali seus servos o servirão e 
reinarão com ele para todo o sempre (Ap 21.1-5).
Conclusão 
(Ap 22.6-21)
João conclui sua narrativa declarando a 
fidelidade de suas palavras. Os que ouvirem a sua 
profecia se beneficiarão das bênçãos de Deus. Os que 
desprezarem suas advertências serão deixados do lado 
de fora das portas que dão acesso à presença de Deus 
(Ap 22.6-15).
João encerra seu livro orando pela volta do 
Senhor (Ap 22.17,20). As igrejas devem dar ouvidos ao 
que o Espírito diz (Ap 22.16-17).
Sob a ameaça de maldição eterna, os leitores 
são advertidos a proteger o texto sagrado de João: não 
devem acrescentar nem tirar nada das palavras de sua 
profecia (Ap 22.18-19).
O povo de Deus precisa, pela graça divina, 
perseverar na hora da tribulação, sabendo que seu 
Senhor entronizado logo voltará em triunfo.
59
Questionário
Assinale com "X" as alternativas corretas
6. A expressão: "um tempo, tempos e metade de um
tempo" de Apocalipse 12.14 não se refere a
a) Do is a n o s e me i o
b) Três anos e meio
c) Quarenta e dois meses
d) Mil duzentos e sessenta dias
7. Quanto a primeira besta, é incerto dizer que:
a) É a besta que sai do mar
b) É o"anticristo" ou "o homem do pecado"
c) É considerada como "o falso profeta"
d) É a personificação satânica em um líder político
8. Logo após o término do "milênio"
a) Deus extirpará o dragão e seus seguidores para 
todo o sempre
b) Deus lançará o dragão juntamente com as 
bestas na lago de fogo e enxofre
c) Deus prenderá o dragão por um período longo 
de tempo
d) Deus permitirá que o dragão seja solto por 
um período curto de tempo
Marque "C" para Certo e "E" para Errado
9. As sete taças da ira representam os juízos do 
Cordeiro que atingem a terra, e especialmente às 
pessoas que receberam a marca da besta
10. Quando o Cordeiro vir com seus exércitos, a duas 
bestas serão lançadas no lago de fogo
60
Lição 3
Escatologia: 1a Parte
Escatologia bíblica (Is 5.1-4; Mt 24.3-24; 
27,44) é o estudo dos eventos que estão para acontecer, 
segundo as Escrituras. O termo escatologia deriva do 
grego "eschatos" (último), e "logia" (trato ou estudo), 
logo, escatologia é o tratado das últimas coisas.
Nas primeiras palavras do texto de Apocalipse 
1.1 podemos entender o sentido da escatologia para a 
Igreja. Significa para os cristãos "o estudo ou a doutrina 
das últimas coisas".
A escatologia é o ponto alto do estudo 
teológico. A teologia só pode ser completa quando 
apresenta uma escatologia fidedigna, harmônica e com 
interpretação fiel.
Pela palavra profética, Deus informa aos 
homens algo sobre os tempos e estações que estabeleceu 
pelo seu próprio poder (At 1.7). Para os salvos, 
maravilhosas e surpreendentes coisas estão reservadas 
dentro de um futuro breve, de riquezas ímpares e 
regozijantes.
Para os ímpios, que não se arrependerem, o 
quadro futurístico é dramático e lamentável; o 
sofrimento eterno os colocam num inferno real de dor e 
desespero (Mt 25.46; Lc 16.19-31).
61
Os acontecimentos do futurotêm sido assunto 
do interesse da humanidade, principalmente neste século. 
A Igreja de Cristo aguarda um futuro glorioso como 
consequênciade sua comunhão com Deus, Apesar de 
estarmos tratando de um tema que, se nãohouver cuidado 
entra no terreno da especulação.
Deus tem um plano eterno de ação em 
andamento (Ef 3.11):
> Em relação ao homem;
> Em relação à criação;
> Ao universo material.
Este plano eterno e divino aproxima-se do seu 
fim, quanto ao ciclo da históriahumana, inclusive a 
história de redenção (lPe 4.7). Abrange:
1. Is rae l. Seu renascimento nacional e seu atual
desenvolvimento;
2. Os gentios. Sua expansão, seus movimentos, suas
convulsões1 2 sociais; seu humanismo e sua salvação;
3. A Igreja. O derramamento do Espírito Santo na Igreja
em geral; a renovação da Igreja;
4. Satanás e suas hos te s2. Proliferação do satanismo
sob os mais diversos nomes e formas.
A Importância da Escatologia Bíblica
A escatologia bíblica não é apenas 
é amorosamente conclusiva. Percorre a 
descortina a eternidade. Revela-se, e é 
mistério. Deus a engendrou3 nos
abrangente; 
História e 
sempre um
1 Grande agi tação ou t ransformação.
2 Tropa; exérc i to. Bandos, chusma; mult idão.
3 Dar or igem a; gerar, produzir. Inventar, imaginar , engenhar.
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profetas, fecundou-a nos Evangelhos e Epístolas, e deu- 
a a pleníssima luz no Apocalipse.
Ela desvenda-nos o Estado Intermediário e o 
que há de suceder-se no Arrebatamento da Igreja, na 
Grande Tribulação, no Milênio, na instauração do Juízo 
Final e no estabelecimento do Eterno Estado.
Se alguma coisa esconde, isto fica por conta 
da economia divina (Dt 29.29). É revelação; não admite 
hipóteses. Onde ela se cala, não precisamos ter voz.
No essencial e básico: unidade; nos adiáforos1 
e pontos secundários: liberdade; mas nunca sem o amor.
A Igreja sempre se preocupou com a Doutrina 
das Últimas Coisas. A História mostra que o cristianismo, 
desde a sua fundação, vem sendo caracterizado por um 
decisivo enfoque escatológico. E, hoje, segundo o Dr. 
Orr, a Escatologia Bíblica vive o seu ápice2. Nunca os 
cristãos estudaram tanto as Últimas Coisas quanto 
nestes dias que se abreviam.
O Campo da Escatologia Bíblica
A esca to log ia é baseada na reve lação divina.
A Bíblia é a revelação da vontade de Deus à 
humanidade. Inicialmente, Deus escolheu a semente de 
Abraão, ou seja, o povo de Israel, para revelar a sua 
vontade. Mais tarde, Deus ampliou o campo da sua 
revelação e formou um novo povo, a Igreja, constituído 
de judeus e gentios (Ef 2.11-19).
A partir de então, a Igreja é o alvo da 
revelação divina. Toda a revelação aponta para o futuro 
e a Igreja caminha com esta esperança, pois é 
identificada como "peregrina e forasteira" (lPe
1 Não essencial ; acessór io, secundár io, dispensável .
2 O mais alto grau; apogeu.
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2.11) . Ela existe por causa da esperança (Rm 5.2;
8.24; Ef 4.4 e lTs 4.13). A esperança indica uma meta; 
traça planos para um futuro.
O mundo pagão se fecha dentro de um 
fatalismo1 histórico, sem expectativas, sem futuro, mas a 
Bíblia revela o futuro.
A esca to log ia pertence ao campo da profecia.
Interpretar os textos proféticos das Escrituras 
é a preocupação principal e a atenção da escatologia.
As verdades proféticas se tornam claras e 
definidas quando se tem o cuidado de interpretá-las 
seguindo os princípios da hermenêutica, observando o 
seu contexto histórico e doutrinário (2Pe 1.19-21).
Métodos de Interpretação da Escatologia
Na História da Igreja têm sido adotados vários 
métodos de interpretação no que concerne às escrituras 
proféticas. Eles têm produzido explicações e posições 
que obrigam os cristãos a serem cautelosos. Para isso, 
dois métodos de interpretação devem merecer a nossa 
atenção.
1) Método a legór ico ou f igurado.
Alguns teólogos definem a alegoria "como 
qualquer declaração de fatos supostos que admite a 
interpretação literal, mas que requer, também, uma 
interpretação moral ou figurada".
Se interpretarmos uma profecia bíblica, não 
observando o sentido real, figurado ou literal, negando o 
valor histórico, dando uma interpretação
1 At i tude ou doutr ina que admite que o curso dos acontec imentos esteja 
prev i amente f ixado, nada podendo al terá- lo.
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de somenos1 importância; corremos o sério risco de 
anular a revelação de Deus.
2) Método l i te ra l e textua l
É o método gramático-histórico, isto é, 
preocupa-se em dar um sentido literal às palavras da 
profecia, interpretando-as conforme o significado 
ordinário, de uso normal.
Contudo, os dois métodos abordados aqui são 
válidos, mas devem ser utilizados com cuidado e 
precisão. Há uma perfeita relação entre as verdades 
literais e a linguagem figurada.
O Plano de Deus para Israel
Descendentes de Abraão (Gn 12.1,3).
Os filhos de Israel foram privilegiados como 
nenhuma outra nação o foi, Deus escolheu a nação 
israelita para o estabelecimento de seu plano salvífico, 
beneficiando toda a humanidade. Abaixo vemos as
bênçãos de Deus para com Israel:
A. Israel é a nação eleita por Deus (Dt 7.6; Lv
20.24; Êx 19.6);
B. Deus prometeu abençoar o mundo através de
Israel (Gn 22.18);
C. Deus outorgou a Israel sete privilégios (Rm
9.4,5):
1. Adoção de filhos;
2. A glória (manifesta no Monte, Tabernáculo e no 
Te m p lo ) ;
3. Os concertos (com Abraão, Moisés e Davi);
4. A Lei;
5. O Culto (consistia no serviço espiritual, 
sacrifícios, ofertas e festas);
1 De menor val or que outro; infer ior.
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6. As promessas; e por fim
7. Israel rejeitou o próprio Cristo que nós
consideramos o "privilégio dos privilégios" (Rm 
9.5).
A h is tó r ia de Israe l abrange 10 períodos:
1. Patriarcal...... Abraão a José;
2. Opressão...... no Egito por 430 anos;
3. Peregrinação. Moisés no deserto;
4. Conquista..... com Josué;
5. Indecisão...... época dos Juizes;
6. Consolidação. época do reino unido;
7. Divisão.......... época do reino dividido;
8. Maldição........ no cativeiro;
9. Dispersão ..... interbíblico até a vinda de Jesus;
10. Purificação__ Daniel 9.24.
Desobediência e Rejeição de Israel
Deus demonstrou sua presença, seu poder e 
seu nome (Rm 9.17), Israel falhou e a tudo rejeitou. As 
conseqüências destas rejeições foram:
= >Perderam o reino (Mt 21.43; Lc 20.16);
= >A casa ficou deserta (Mt 23.38);
= >Foram dispersos (Os 9.17);
= >Seus ramos foram quebrados (Rm 11.17).
Israel no Plano Divino para a Salvação
Em Romanos 9-11, Paulo trata da eleição de 
Israel no passado, da sua rejeição do evangelho no 
presente, e da sua salvação futura. Três capítulos foram 
escritos para responder à pergunta que os crentes 
judaicos faziam: Como as promessas de
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Deus a Abraão e à nação de Israel poderiam permanecer 
válidas, quando a ação de Israel, como um todo, não 
parece ter parte no Evangelho?
O presente estudo resume o argumento de 
Paulo. Há três elementos distintos no exame que Paulo 
faz de Israel no plano divino da salvação.
O p r im e iro e lem ento (Rm 9.6-29).
É um exame da eleição de Israel no passado. 
Em Romanos 9.6-13, Paulo fala que a promessa de Deus 
a Israel não falhou, pois a promessa era só para os fiéis 
da nação.
Visava somente o verdadeiro Israel, que eram 
fiéis à promessa (Gn 12.1-3; 17.19). Sempre há um 
Israel dentro de Israel, que tem recebido a promessa.
Em Romanos 9.14-29, Paulo chama a nossa 
atenção para o fato que Deus tem o direito de fazer o 
que Ele quer com os indivíduos e as nações. Tem o 
direito de rejeitar a Israel, se desobedecerem a Ele e o 
direito de usar de misericórdia para com os gentios, 
oferecendo-lhes a salvação.
O segundo e lem ento (Rm 9.30-10.21).
Analisa a rejeição presente do Evangelho por 
Israel. Seu erro de não se voltar para Cristo, não se 
deve a um decreto incondicional de Deus, mas à sua 
própria incredulidade e desobediência (Rm 10.3).
O te rce iro e lem ento (Rm 11.1-36).

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