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0 CCAADDEEIIAA PPRROODDUUTTIIVVAA DDAA FFLLOORRIICCUULLTTUURRAA NNAA GGRRAANNDDEE SSÃÃOO LLUUÍÍSS Arranjo com diversas flores JC Consultores Ltda Helicônia Bihai - JC Consultores Ltda Edição 1 CADEIA PRODUTIVA DA FLORICULTURA NA GRANDE SÃO LUIS SÃO LUÍS 2003 2 CONSELHO DELIBERATIVO DO SEBRAE/MA José de Ribamar Barbosa Belo Presidente do Conselho Deliberativo DIRETORIA EXECUTIVA João Vicente de Abreu Neto Diretor Superintendente Hélio da Silva Maia Filho Diretor Técnico Ana Maria da Silva Ramos Cavalcante Diretor Administrativo-Financeiro EMPPRESA DE CONSULTORIA EXTERNA J.C. CONSULTORES LTDA São Luís (MA) Fone (0..98) 268.3225 jcconsultores@elo.com.br http://www.sebraema.com.br Cadeia produtiva da floricultura na grande São Luís: SEBRAE/MA, 2003. 61p.: il.; 1. Flores tropicais 2. Arranjos produtivos. CDU 635.9 (812.1) 3 SUMÁRIO p. 1. Introdução 5 2. Floricultura 8 2.1. Informações preliminares 8 2.2. Histórico 9 2.3. Cadeia produtiva da floricultura 11 2.4. Mercado de flores na Grande São Luís 15 2.4.1. Características do mercado 15 2.4.2. Ações incentivadoras 16 2.4.3. Estágio atual da produção 17 2.4.4. Variedades exploradas 18 2.4.5. Preços praticados 22 2.4.6. Dificuldades encontradas 22 2.4.7. Perspectivas 23 3. Perfil da Produção 26 3.1. Quantidade e localização dos produtores 26 3.2. Área explorada e mão-de-obra empregada 27 3.3. Produtores entrevistados 28 3.4. Recursos utilizados 29 3.5. Custos de produção 30 3.6. Mercado explorado e potencial 31 3.7. Quem são os clientes 32 3.8. Problemas enfrentados pelos produtores 33 3.8.1. Problemas técnicos 33 3.8.2. Problemas de comercialização 33 3.8.3. Problemas de financiamento 35 3.8.4. Problemas com a mão-de-obra 35 3.9. Parceiras 36 3.10. Filiação 37 4. Vendedores 38 4.1. Identificação dos canais de venda 38 4.2. Características da comercialização 39 4.3. Sazonalidade 40 4.4. Geração de emprego 42 4.5. Origem do produto comercializado 42 4.6. Mercado explorado 43 4.7. Clientela 44 4.8. Problemas enfrentados 44 4 5. Decoradores 47 5.1. Importância na cadeia produtiva 47 5.2. Como vêem as flores tropicais 48 5.3. O campo de trabalho dos decoradores 48 5.4. Problemas enfrentados 49 5.5. Vantagens Identificadas 49 6. Conclusões 50 ANEXOS Formulário de pesquisa produtores Formulário de pesquisa - vendedores Relatório fotográfico BIBLIOGRAFIA Fontes consultados e trabalhos consolidados 5 1. INTRODUÇÃO A cadeia produtiva da floricultura na Grande São Luís envolve a produção de flores tropicais e plantas ornamentais produzidas e comercializadas nos municípios de São Luís, Paço do Lumiar, São José de Ribamar e Raposa, no Estado do Maranhão. Trata-se de uma atividade inserida no complexo produtivo da agricultura que vem experimentando significativas taxas de expansão no mercado nos últimos anos. As estatísticas do IBRAFLOR apontam para um crescimento dessa atividade, especialmente na região Nordeste do Brasil. Até pouco tempo atrás, o cultivo de flores no Nordeste brasileiro era uma atividade considerada impossível por muitos floricultores. Iniciativas isoladas em áreas férteis ao longo das serras deram início a uma mudança no panorama fazendo com que a atividade se alastrasse por outras áreas, transformando a floricultura e tornando-a uma das atividades que mais se expandiram, em termos de área. O setor de flores está bastante otimista no Brasil inteiro. Previsões apontam para um fechamento em 2003 com vendas ao exterior em torno de US$ 20 milhões, superando em 34% o volume exportado no ano passado. A produção brasileira ainda é voltada basicamente para o mercado interno, sendo que 97,1% dos produtores não exportam. Na Grande São Luís, não há registro de nenhuma exportação de flores por parte dos produtores locais, sendo que 98,04% da produção são comercializados na própria capital do Estado. Dados levantados mostram que o setor de floricultura no Estado do Maranhão se assemelha muito ao restante do Brasil. Segundo dados colhidos de um diagnóstico efetuado pela Flora Brasilis, 55,1% dos produtores brasileiros não recebem nenhum tipo de assistência técnica. Na Grande São Luís, esse indicador alcança a marca de 73,17%. Ainda segundo o documento da Flora Brasilis, o floricultor brasileiro é muito desconfiado em fornecer informações e não tem clareza dos benefícios que um diagnóstico pode trazer. Em São Luís, encontrou-se o mesmo tipo de dificuldade em obter informações. Alguns deles negaram-se peremptoriamente a fornecer qualquer dado da sua atividade alegando que já participaram de inúmeros outros diagnósticos e nada de novo aconteceu a partir de então. O Estado do Maranhão, com suas vastas áreas de terras férteis e clima favorável, apresenta-se como forte candidato à produção de flores tropicais. 6 Este relatório objetivou visualizar de maneira mais clara a produção e o consumo de flores e plantas ornamentais nos municípios que compõem a Grande São Luís (São Luís, Paço do Lumiar, São José de Ribamar e Raposa, no Estado do Maranhão). Além de levantar, um a um, os produtores da região pesquisada, o presente estudo também procurou quantificar e qualificar as espécies de flores comercializadas. Dessa forma, poder-se-á avaliar o montante ainda importado e quais espécies estão adentrando no mercado que poderiam, se fosse o caso, ser produzidas na região. Um outro ponto levantado no diagnóstico diz respeito à problemática enfrentada ao longo de toda a cadeia produtiva. Procurou-se identificar gargalos e dificuldades encontradas pelos vários atores e a significância dos seus papéis ao longo da cadeia, de forma a direcionar ações que possam eliminar ou reduzir tais entraves. Uma outra importante característica marca este trabalho. Ele pretende consolidar as variadas publicações e estudos já produzidos acerca da floricultura na Grande São Luís. Neste aspecto, a equipe de pesquisadores encontrou uma outra dificuldade não menos relevante para levantar as informações. Os autores de trabalhos já realizados ressentiram- se em liberar o seu material, alguns inclusive de domínio público (monografias, teses ou dissertações), transformando esse levantamento em uma verdadeira garimpagem de dados, alguns obtidos à custa de muitas horas de negociação. Espera-se, também, que este trabalho possa se caracterizar como um dos marcos iniciais para o conhecimento do potencial do mercado de flores tropicais e plantas ornamentais nos municípios da Grande São Luís. Foi dada especial atenção às características do mercado naquilo que se relaciona com os hábitos de consumo identificados nas lojas de varejo. Abriu-se, por essa via, um capítulo especial para tratar do papel dos decoradores na influência das compras. Para melhor compreensão daquele vai consultá-lo, este documento está dividido em capítulos. O capítulo 2 trata da floricultura, discorrendo sobre a sua origem, um pouco da história desse tipo de exploração, panorama do mercado (mundial, nacional e local), variedades exploradas, estágio em que se encontra a produção, perspectivas, entre outros assuntos. No capítulo 3, tratamos do perfil da produção na Grande São Luís. Nele, estão relacionados os produtorescom seus respectivos endereços, recursos utilizados para produzir, custo de produção, mercado explorado, clientela atingida, problemas enfrentados (técnicos, de comercialização, de obtenção de financiamento e com mão-de-obra), estimativa dos volumes produzidos, parcerias e filiação. O capítulo 4 trata do mercado vendedor de flores. São identificados os canais de venda, características da comercialização, 7 sazonalidade, geração de emprego, origem do produto comercializado, mercado explorado, clientela e problemas enfrentados. No capítulo 5, abriu-se um espaço especial para os decoradores, atores ímpares em toda a cadeia produtiva. Através deles, o mercado encontra o dinamismo esperado e o produto apresenta-se em sua melhor performance. Verdadeiros artistas, os decoradores conseguem divulgar a produção através de arranjos esteticamente singulares proporcionando à produção a necessária divulgação do produto. Utilizamos o capítulo 6 para discorrer sobre as principais variedades produzidas na Grande São Luís. Lá estão inseridos dados sobre as características de plantio, adubação, espaçamento, produtividade entre outros aspectos técnicos. Finalmente, o capítulo 7 traz as conclusões deste estudo e uma série de sugestões para dinamização da produção de flores tropicais e plantas ornamentais na Grande São Luís. Todo o estudo está arrematado pela lista de anexos, contemplando os formulários de pesquisa que foram elaborados, tabelas, informações tabuladas, dados levantados, entre outros. Espera-se que o presente estudo possa efetivamente direcionar ações em prol da floricultura e que, dessa forma, atenda aos objetivos iniciais. Espera-se, mais, que possa, no futuro próximo, ser atualizado e ampliado de forma a melhor atender aos interessados desse promissor segmento econômico. 8 2. FLORICULTURA 2.1. INFORMAÇÕES PRELIMINARES A floricultura, como atividade agrícola, envolve o cultivo de plantas ornamentais, desde flores de corte e plantas em vasos, floríferas ou não, até a produção de sementes, bulbos e mudas de árvores de grande porte. Trata-se de um setor altamente competitivo, que exige a utilização de tecnologia avançada, conhecimento técnico pelo produtor e sistema eficiente de distribuição e comercialização. Foto: JC Consultores Ltda A produção de flores, apesar de estar presente na vida do brasileiro há muito tempo, muitas vezes, é encarada como uma atividade que demanda tecnologia avançada e de difícil acesso aos produtores, guardada a sete chaves por quem já está na atividade. A realidade é que a floricultura no Brasil está ainda em fase inicial de desenvolvimento. Até a década de 1950, tinha pouca expressão econômica, caracterizando-se como atividade marginal na agricultura. O Estado de São Paulo têm a liderança em tecnologia, produção e lançamento de produtos. Aos poucos, porém, algumas iniciativas vêm tomando relevo em todo o país, algumas delas voltadas para fornecimento no mercado regional e também no mercado internacional. Apesar da exploração exigir, em muitos casos, a necessidade de operar em grande escala, alguns pequenos produtores conseguiram especializar-se em nichos de mercado por agregarem melhores técnicas de administração da mão-de-obra, praticar um sistema de comercialização direta, reduzir custo de transporte e proporcionar atendimento personalizado ao varejista, tornando o cultivo rentável em baixa escala. Dados colhidos pelo IBRAFOR Instituto Brasileiro de Floricultura em 2001 indicaram uma área total utilizada na produção de flores e plantas ornamentais próxima de 5.000ha, sendo que a região Sudeste do Brasil responde por 75% dessa área. Segundo alguns autores, o Brasil ainda apresenta um histórico de consumo sazonal, aumentando a demanda na véspera do Dia das Mães, Natal e Finado. 9 2.2. HISTÓRICO Segundo a mitologia grega, a rosa teria surgido do sangue de Afrodite, Deusa do Amor, quando um dia, em busca de seu amado Adônis, encontrou-o mortalmente ferido por um javali. Na ânsia de socorrê-lo, ela machucou um dos dedos da mão numa planta cheia de espinhos. O sangue que escorria transformou-se numa flor. Foto: JC Consultores Ltda A história romana sempre foi muito semelhante à dos gregos, tomando-lhe emprestado alguns mitos e lendas, bem como a admiração pelas rosas. Todas as festas romanas eram ornamentadas de rosas, inicialmente importadas do Egito. Com a elevação dos custos, os próprios romanos começaram a produzi-las, iniciando um negócio tão rentável que muitos lavradores deixaram o cultivo do trigo de lado e passaram a cultivar rosas. As flores existem muito antes dos seres humanos surgirem na face da Terra. Foram descobertos fósseis de folhas de rosas encontradas na Europa, Estados Unidos e Extremo Oriente, estimadas em aproximadamente 25 milhões de anos. Não se sabe, porém, quando a estética das rosas, ou seja, a floricultura em geral, foi reconhecida. No Brasil, foram identificados fragmentos pequenos, pétalas e folhas de 120 milhões de anos pertencem às mais antigas plantas com flores e podem ajudar a entender como esse grupo, chamado de angiospermas, passou a dominar o planeta, respondendo por 90% das espécies vegetais. As flores primitivas vêm da bacia do Araripe, entre os Estados do Ceará, de Pernambuco e do Piauí, que contém restos de inúmeras espécies animais e vegetais do Cretáceo (de 142 milhões a 65,5 milhões de anos atrás), o último período geológico antes da extinção dos dinossauros. O Nordeste brasileiro, portanto, pode ser um dos berços para seguir os caminhos ideais que irão permitir entender a origem das angiospermas. Tudo indica que o grupo surgiu na zona do planeta conhecida como equatorial árida. A análise dos fósseis até aqui realizada indica que a região nordestina, apesar de árida, não era tão inóspita assim. A existência de grandes lagos fazia com que as primeiras flores pudessem surgir e, com elas, os primeiros frutos. Tudo isso sugere que essas pioneiras tinham fortes ligações com espécies semi-aquáticas modernas, como as vitórias- régias. Não há, no Brasil, informações oficiais que permitam regredir no passado mais distante para buscar dados sobre a evolução da floricultura. O ponto de partida passa pela vinda da Família Real e a criação do Jardim 10 Botânico, no Rio de Janeiro. Daí até o início do século XX, a floricultura evoluiu até ser representada principalmente pelo cultivo de flores nos jardins e quintais das residências, muito mais como função paisagística do que propriamente uma atividade econômica. Em São Paulo, a empresa DIEBERGER, fundada em 1893, foi o primeiro empreendimento econômico nesse sentido. O progresso que transformou São Paulo e outras cidades em grandes metrópoles, trazendo consigo a especulação imobiliária fez com que as chácaras e as grandes mansões fossem gradativamente substituídas por apartamentos e condomínios, desprovidos de áreas verdes, privando parte da população da possibilidade de cultivar flores para o seu consumo. Houve, desse modo necessidade de desenvolver o cultivo em escala comercial de plantas ornamentais diversas. O pioneirismo da iniciativa coube à colônia portuguesa. A princípio a produção era pequena e visava abastecer o mercado em épocas definidas de intensa demanda como Dia das Mães, Dias dos Namorados, Finados e Natal. Com a ocorrência dos fluxos migratórios, assentamentos e diversificação das atividades dos imigrantes, a floricultura passou a apresentar os primeiros sinais de organização e crescimento. Papel preponderante tiveram os italianos, alemães e principalmente os japoneses.Com a fundação, por imigrantes holandeses, da Cooperativa Agropecuária Holambra, observou-se um novo e decisivo impulso.1 Holambra é uma estância turística localizada a 140km da cidade de São Paulo que teve a sua origem relacionada com a imigração holandesa ocorrida no final da II Guerra Mundial. O nome nasceu da junção das palavras HOLANDA, AMÉRICA e BRASIL, uma espécie de homenagem que os holandeses prestaram aos brasileiros, que os acolheram. Esse novo sistema obrigou a criação de meios de comercialização mais eficientes, organizando-se os primeiros mercados. No princípio, utilizavam-se barracões armados em praças públicas. A partir de 1969, com a inauguração do Mercado de Flores, em São Paulo, o comércio de flores e plantas ornamentais subia mais alguns degraus em termos de organização. Já em 1972, com o modelo implantado pela Cooperativa Agropecuária Holambra, o segmento conseguiu imprimir novo nível de profissionalização, quando a produção passou a ficar sob a responsabilidade de cada produtor. A abertura do Veiling (leilão, em holandês), um sistema de comercialização moderno e transparente na Cooperativa Agropecuária Holambra, em 1991, contribuiu para conduzir a floricultura nacional ao seu estágio de desenvolvimento atual. 1 REBOUÇAS, Alcebíades. Floricultura no Brasil. 2003. 11 2.3. CADEIA PRODUTIVA DA FLORICULTURA A larga extensão territorial brasileira e sua diversidade de solo e clima permitem a exploração das mais variadas espécies de flores, principalmente as plantas tropicais consideradas exóticas nos países estrangeiros. Apesar de não terem ainda se firmado definitivamente no mercado internacional, as flores brasileiras já são consideradas de qualidade e movimentam cerca de US$ 13 milhões por ano, segundo dados do Instituto Brasileiro de Floricultura (IBRAFLOR). Esse número, que representa menos de 5% da produção brasileira, é irrelevante num mercado que movimenta, em nível mundial, 13 bilhões por ano. Segundo CLARO2, o Complexo Agroindustrial das Flores pode ser visto na figura abaixo: Fonte: CLARO, Danny.Pimentel et all. Em linhas gerais, os principais atores foram definidos da seguinte forma: Fornecedores de Insumos: Representado por laboratórios (produtores de adubos químicos, inseticidas, herbicidas, entre outros produtos) e empresas fornecedoras de sementes e mudas. A ligação com os produtores é feita através dos grandes centros de distribuição (principalmente CEASA). Produtores: O Brasil possuía, em 1996, cerca de 10.285ha de cultivo de flores3. A IBRAFLOR aponta que em São Paulo se cultivava, neste mesmo ano, 3.457ha, mostrando a importância desse complexo em relação aos demais Estados brasileiros. Atualmente, a produção nacional de flores está distribuída em 12 pólos, sendo que a maioria dos 2.500 produtores catalogados está localizada em São Paulo (quase 70%). Rio de Janeiro, 2 CLARO D.P. Análise do complexo agroindustrial das flores no Brasil. Lavras, 1998. 103p. Dissertação (Mestrado) Universidade Federal de Lavras. 3 Floriculture Statistics (1997). Fornecedores de Insumos Veiling Holambra Centrais de abastecimento Consumidores externos Atacadistas Funerárias Floriculturas Decoradores Supermercados Consumidores internos 12 Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Santa Catarina vem conquistando seu espaço, assim como ganha força a produção em alguns Estados do Nordeste, entre os quais o Ceará e Pernambuco. Comércio e Distribuição: A localização é fator primordial em função da rápida perecibilidade do produto e dos elevados custos com transporte e distribuição. Em São Paulo, lideram esse segmento a Veiling Holambra (leilão através da cooperativa), a CEAGESP (Cia de Entreposto de Armazéns Gerais de São Paulo) e a CEASA Campinas (Central de Abastecimento S.A.). Apenas a Veiling Holambra responde por 40% do comércio de flores brasileiro, enquanto a CEAGESP e a CEASA Campinas respondem, juntas, por 53%. Mercado Externo: Cada vez fica mais claro que o mercado de flores tem como tendência a exportação. No entanto, apenas cerca de 3% do movimento no mercado internacional são representados por flores tropicais, o que vislumbra a certeza do enorme potencial a ser explorado. Os principais países importadores das flores brasileiras são: Holanda, Alemanha, França, Estados Unidos e Suíça. Segundo a IBRAFLOR, as exportações brasileiras já atingiram, até setembro de 2003, a marca de US$ 14,4 milhões, superando o resultado global do ano de 2002, o que projeta vendas para 2003, em torno de US$ 20 milhões, crescendo 34% em relação ao ano passado. Em se tratando de números mundiais, a floricultura ocupa uma área de 190.000ha, movimentando valores superiores a US$ 13 bilhões no setor de produção e US$ 44 bilhões no varejo. A Holanda representa mais de 50% das vendas externas brasileiras. As flores frescas, musgos e liquens, folhas e folhagens e plantas para ornamentação são os itens mais procurados, sendo que alguns deles responderam por taxas de crescimento superiores a 200% em relação ao ano de 2002. Os produtores brasileiros têm dispensado atenção especial à exploração de novos mercados. França e China são exemplos de países recém conquistados nos negócios com mudas e plantas ornamentais, assim como a Hungria e a Polônia nas folhagens secas. O quadro seguinte demonstra a posição da Balança Comercial Brasileira relativamente aos produtos relacionados com a floricultura. Nele, podemos verificar a contribuição desse setor para o saldo positivo no comércio exterior brasileiro. Note-se que muito há a acrescentar, de forma que a floricultura pode se transformar em um dos segmentos com maior potencialidade de geração de divisas para a economia nacional. 13 Balança Comercial Brasileira Plantas Vivas e Produtos da Floricultura Valores em US$ FOB 2003 Conta-Corrente Mês Exportação Importação Saldo de Comércio janeiro 1.672.839 340.244 1.332.595 2.013.083 fevereiro 1.204.791 412.607 792.184 1.617.398 março 1.080.666 247.357 833.309 1.328.023 Abril 1.209.216 414.032 795.184 1.623.248 Maio 1.744.767 824.428 920.339 2.569.195 junho 2.076.702 503.894 1.572.808 2.580.596 Julho 2.137.559 499.513 1.638.046 2.637.072 agosto 2.011.442 297.940 1.713.502 2.309.382 setembro 1.358.005 616.569 741.436 1.974.574 outubro - - novembro - - dezembro - - Acumulado 14.495.987 4.156.584 10.339.403 18.652.571 Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio - Secretaria de Comércio Exterior - ALICE Elaboração: Hórtica Consultoria e Treinamento. (1) não inclui árvores, arbustos e silvados de frutos comestíveis; mudas de cana-de-açúcar e de videira. Consumo: Em qualquer lugar do mundo, o consumo de flores pode ser dividido em: consumo de ocasião (datas festivas ou especiais), consumo de impulso (caso das mulheres que gostam de decorar o ambiente de trabalho, residência etc); consumo técnico (donas de casa, que têm nas flores o seu hobby) e consumo institucional (profissionais, que adquirem em larga escala para decoração). No Brasil, ainda prepondera o consumo sazonal ou de ocasião, herança da colônia portuguesa cuja produção atingia o mercado em datas comemorativas. O quadro a seguir demonstra o consumo per capita em alguns países do mundo. No caso brasileiro, onde o consumo é fortemente influenciado pela sazonalidade (ascendência nas datas festivas), iremos 14 verificar que cada consumidor gasta meros US$ 6.00 porano com flores quando na Argentina, país vizinho e de economia menos favorecida, o consumo se eleva para US$ 25.00. Consumo per capita em diversos países País Consumo (US$) Japão 180.00 Noruega 143.00 Suíça 163.00 Alemanha 137.00 EUA 36.00 Argentina 25.00 Brasil 6.00 Fonte: KIYUNA (1998) Percebe-se que o Brasil possui amplas possibilidades de crescimento do consumo. Isso vai acontecer quando se intensificar a comercialização através de supermercados, quando a demanda tenderá a ser constante durante o ano, reduzindo os efeitos da sazonalidade. Alguns autores consideram que a demanda mundial por flores está em franca expansão, crescendo mais rapidamente que a oferta. Certamente esse será um segmento de forte atratividade para novos investidores onde vai prevalecer a qualidade e o preço (melhor relação custo x benefício). A floricultura brasileira evoluiu, nos últimos anos, numa média de 15% e começa a atrair não só mais produtores como também a atenção de governos e entidades de pesquisa. No Ceará, o governo estadual vê nas flores uma saída para elevar o emprego no campo e aumentar a renda dos produtores. Para o Secretário de Agricultura e Pecuária, Rubens Aguiar, "Um hectare plantado com frutas como uva e manga emprega até três pessoas, e as receitas chegam a R$ 10 mil por ano. Já o cultivo de rosas na mesma área emprega até 15 pessoas, e as receitas ficam entre R$ 100 mil e R$ 200 mil", diz ele. Essa performance já atraiu também a atenção da Embrapa, que tem 17 técnicos atuando no setor. Segundo estudos, o plantio de flores em um hectare de terra pode render 30 vezes mais do que o de milho, e três vezes mais do que o de uva e de manga. Por todas essas revelações, especialistas garantem um crescimento médio que deve se aproximar da taxa de 20% ao ano, tornando a floricultura uma das cadeias produtivas mais promissoras no agronegócio mundial. 15 2.4. MERCADO DE FLORES NA GRANDE SÃO LUÍS 2.4.1. CARACTERÍSTICAS DO MERCADO O Estado do Maranhão, com uma população de 5,6 milhões de habitantes, possui na Grande São Luís (municípios de São Luís, Paço do Lumiar, São José de Ribamar e Raposa), com 1,05 milhões de habitantes, o seu grande nicho de mercado para a floricultura. O mercado de flores da Grande São Luís começou a se estruturar a partir de 1970. Possui forte característica artesanal e, salvo poucas exceções, quase não se vale dos recursos tecnológicos e assistência técnica no processo produtivo. A despeito de algumas vantagens apresentadas na região de São Luís (clima, solo, mercado e infra-estrutura), a ainda pequena produção local é voltada basicamente para o mercado praticado em São Luís e municípios mais próximos. Na Grande São Luís, a Cadeia Produtiva da Floricultura pode ser vista de acordo com a figura abaixo: Fonte: JC Consultores Ltda Os atores que atuam na Grande São Luís na cadeia produtiva de flores podem ser classificados e caracterizados da seguinte forma: Fornecedores de insumos: Representados pelas empresas que vendem produtos químicos (adubos, inseticidas, herbicidas, entre outros) e Fornecedores de Insumos Produtores Atacadistas Varejistas Funerárias Prefeituras Consumidores 16 utensílios agrícolas; pelos fornecedores de adubos orgânicos (cama de galinha, esterco bovino etc); e pelos fornecedores de sementes e mudas. Esse grupo é importante para o funcionamento da cadeia produtiva porque os produtores, em sua maioria, dependem de adubos, defensivos, sementes, mudas e embalagem para produzir. Produtores: Formado por cerca de 41 produtores de flores e plantas ornamentais, sendo 14 em Paço do Lumiar, 14 em São José de Ribamar e 12 em São Luís, ocupando, ao todo, cerca de 35 ha. Estão divididos em dois grandes grupos. O primeiro grupo é formado pelos floricultores que produzem espécies voltadas para consumidores diretos, varejistas e decoradores. O segundo grupo está voltado para consumidores que desejam organizar jardins domésticos, praças públicas, áreas verdes etc. Na sua maioria, e em ambos os grupos, são produtores de pequeno porte e utilizam mão-de-obra familiar, empregando, em média, de três a quatro pessoas por unidade de produção, estas quase sempre inferiores a 01 ha (um hectare). Consumo: A estrutura de consumo da Grande São Luís basicamente é concentrada nas vendas diretas, do produtor para o cliente. Os poucos atacadistas existentes limitam-se a importar de São Paulo e demais Estados do Sul e Sudeste do Brasil algumas variedades pouco cultivadas por aqui. Em alguns casos, essa importação é realizada pelos próprios produtores ou varejistas que objetivam ofertar uma linha completa de produtos aos seus clientes. Uma parte da produção passa pelo mercado varejista, ainda incipiente, representado por lojas onde são vendidos arranjos e buquês em pequena quantidade, normalmente destinados a presentear alguém. O mercado formado pelas funerárias e Prefeituras opera basicamente com a compra de mudas e plantio na decoração e paisagismo de áreas verdes e logradouros. Finalmente, os consumidores finais, constituídos por todos aqueles que adquirem flores para seu próprio consumo ou decoração de ambientes. 2.4.2. AÇÕES INCENTIVADORAS A Universidade Estadual do Maranhão e o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Maranhão - SEBRAE, através do Centro de Ciências Agrárias, realizaram, no dia 10/12/2002 a VI Feira de Flores e Plantas Ornamentais da Agronomia - FLOAGRO 2002. O tema central escolhido pelos organizadores foi "Flores do Maranhão". O evento buscou criar oportunidades para o agronegócio de plantas ornamentais e floricultura tropical, com uma visão empresarial; promover o intercâmbio técnico entre produtores, varejistas e atacadistas de São Luís e demais regiões do Maranhão, além de mostrar à população as potencialidades de flores tropicais e plantas ornamentais. Por conta desse encontro, nasceu entre os floricultores o ideal de constituir a Associação dos Produtores de Flores Tropicais e Plantas 17 Ornamentais da Ilha de São Luís TROPIFLORA, entidade que objetiva abrigar os produtores e proporcionar melhores condições de produção e competitividade. Segundo o Engenheiro Agrônomo Francisco de Assis da Costa, Presidente da TROPIFLORA, a associação já conta com 37 associados, a grande maioria representada por produtores. 2.4.3. ESTÁGIO ATUAL DA PRODUÇÃO O estágio atual da produção local ainda é rudimentar e o produtor busca mais a quantidade em vez da qualidade, afirma Assis Costa. São Luís produz cerca de 20% das flores tropicais comercializadas aqui. O restante é adquirido do Ceará e Pernambuco. No que diz respeito às folhagens, a produção local é auto-suficiente. Para Assis, as maiores dificuldades da produção local estão relacionadas com a falta de orientação técnica, escassez de financiamento, problemas de comercialização, falta de preocupação com a divulgação do produto e ausência de políticas seqüenciadas no setor. Nesse aspecto, citou a realização de um workshop no ano de 2001, reunindo SEBRAE/MA, Banco do Nordeste, CINPRA (Consórcio Intermunicipal de Abastecimento), IPR (Instituto Municipal de Produção e Renda), UEMA (Universidade Estadual do Maranhão) e Sindicato dos Técnicos Agrícolas. Incentivados pelas intenções firmadas no workshop, os produtores, através do CINPRA e do IPR, chegaram a produzir 80.000 mudas. No entanto, afirma ele, a UEMA só veio a iniciar suas pesquisas em 2002, ano em que o SEBRAE passou a organizar os Comitês de Gestão. No estágio em que se encontra atualmente,o setor de floricultura requer muita ação para sair da condição de artesanal para o status de profissional. Os participantes ainda praticam o tipo de concorrência predatória e autofágica, reduzindo preços para efetuar suas vendas. A maioria dos produtores não dispõe capital e submete-se a preços visivelmente deficitários. A burocracia para obtenção do crédito, associada às taxas de juros, inibe quaisquer tentativas de encurtar o caminho entre o estágio atual e o desejado. Visando eliminar ou reduzir esses entraves, a recém-constituída TROPIFLORA planeja realizar treinamentos sob a forma de extensão rural para difusão de tecnologias inovadoras na produção de flores. Está também em seus planos realizar feiras itinerantes, semelhantes às que hoje são realizadas em bairros de São Luís na área de frutas e verduras. A associação vai procurar, ainda, incentivar os produtores a buscarem a filiação como forma de fortalecer os seus pleitos individuais e, mais importante, atuarem conjuntamente no mercado, desenvolvendo um conceito de qualidade nos moldes praticados pela Cooperativa de HOLAMBRA, em São Paulo. 18 Nesse mister, a classificação do produto é fator decisivo. Os critérios utilizados na Holambra são os seguintes: GRUPO A Flores de qualidade (A1 Planta considerada perfeita; A2 Planta de boa qualidade e pequenas imperfeições). GRUPO B Flores de pior qualidade comercializadas sem a marca; GRUPO C Produtos considerados sem condições mínimas de comercialização. 2.4.4. VARIEDADES EXPLORADAS Pôde-se verificar, nas visitas empreendidas aos diversos produtores, a infinidade de variedades cultivadas e o sem-número de formatos de venda dos produtos. Tornar-se-ia ocioso e extremamente penoso descrevê-las todas aqui, mas importa dizer que, naquilo que tange à comercialização, foram identificados os seguintes formatos: • Mudas de plantas ornamentais; • Bulbos, tubérculos e rizomas; • Flores e botões frescos; • Folhagens, folhas e ramos secos; • Musgos e liquens; • Arranjos e composições individualizadas; Naquilo que tange à unidade comercializada, podemos encontrar uma gama de alternativas, entre as quais: unidade; vaso; dúzia; pacote; caixa; m²; arranjo etc. Em termos de espécies, as mais cultivadas são: o Bromélias: Aechmea aquilega, Aechmea blanchetiana, Aechmea chantinii, Aechmea chantinii, Aechmea fasciata, Alcantarea imperialis,Alcantarea regina, Ananas bracteatus, Guzmania ligulata, Guzmania sanguinea. Família: Bromeliaceae; o Crisântemo: Chrysanthemum frutescens L. Família: Compositae; o Samambaias: Davallia fejeensis, Nephrolepis biserrata, Nephrolepis cordifolia, Nephrolepis exaltata, Nephrolepis multiflora, Nephrolepis pectinata, Dicksonia sellowiana. Família: Davalliaceae, Dicksoniaceae; o Pinheiros: Cupressus macrocarpa. Família: Cupressaceae; o Alfinete: Silene pendula L. Família: Laryophyllaceae; o Maranthas: Calathea backemiana E,Morren. Família: Marantaceae; o Marantas-cascavel: Calathea insignis Hort. ex. Bull. Família: Marantaceae; 19 o Palmeira-verde: Chamaedorea cataractarum Mart. Família: Palmae; o Pingo-de-ouro: Peristrofre angustifólia. Família: Alcanthaceae; o Érica: Cuphea gracilis Kunth. Família: Lythraceae; o Dálias: Dahlia pinnata Cav. Família: Compósitas; o Hortência: Hydrangea macrophylla (Thumb.),Ser.,Hydrangea guilfaylei. Família: Saxifragaceae; o Árvore da felicidade: Polyscias fruticosa (L) harms. Família: Avaliaceae; o Anturio: Anthurium andraeanum Linden. Família: Araceae; o Afelandra: Aphelandra squarrosa, Aphelandra sinclairian. Família: Acanthaceae; o Cróton: Codiaeum variegatum. Família: Euphorbiaceae; o Cravo-de-defunto: Tagetes patula L. Família: Compositae; o Agave: Agave angustifolia Haw. Família: Amaryllidaceae; o Cica: Cycas circinalis L. Família: Cycadaceae; o Azaléia: Rhododendron simsii Planch. Família Ericaceae; o Moreia: Dietes iridioides (L.) Sweet ex. Klatt. Família: Iridaceae; o Ipê- Amarelo: Tecoma stans (L.) Juss ex Kunth. Família: Bignoniaceae; o Hera- roxa: Hemigraphis alternata. Hera-vermelha: Hemigraphis repanda. Família: Acanthaceae; o Alpinia: Alpinia purpurata (Vieill.) K. Schum. Família: Zingiberácea; o Lírio-de-lima: Alstroemeria x hybrida. Lírio-beladona: Amaryllis beladonna L. Família: Amaryllidaceae; o Copo-de-leite: Zantedeschia aethiopeca (L.). Família: Araceae; o Petúnia: Petunia axillaris (Lam.) Britton. Família: Solanaceae; 20 o Lantana: Lantana camara L. Família: Verbeneceae; o Heliconêas: Heliconia bihai, Heliconia rostrata Ruiz e Paer, Heliconia goden toch amarela, Heliconia goden toch poo, Heliconia adrian, Heliconia stricta Huber, Heliconia acuminnata, Heliconia collinsiana Griggs, Heliconia latispatha Benth, Heliconia ortotricha L. Andersson, Heliconia x rawliniana Barreiros, Heliconia richardiana Meq. Família: Musaceae; o Bastão-do-imperador: Etlingera elatior (Jack)R. M. Sm. Família: Zingiberaceae; o Bananeira-vermelha: Musa coccinea Andrews. Família: Musaceae; o Sorvete: Zingiber spectabile Griff. Família: Zingiberaceae; o Cheflera: Schifflera arborícola. Família: Araliaceae; o Abacaxi-roxo: Tradescantia spathacea. Família: Commelinaceae; o Açucena: Hippeastrum hybridum. Família: Amaryllidaceae; o Crossandra: Crossandra infundibuliformes Nees. Família: Acanthaceae; o Graptófilo: Graptophyllum pictum (L.) Griff. Família: Acanthaceae; o Rabo-de-gato: Amaranthus caudatus L. Família: Amaranthaceae; o Crista-de-galo: Celosia cristata L. Família: Amaranthaceae; o Crino-de-rosa: Crinum erubescens. Família: Amaryllidaceae; o Crino, açucena-gigante: Crinum x powellii. Família: Amaryllidaceae; o Lírio-aranha: Hymenocallus caribaea. Família: Amaryllidaceae; o Alamanda-amarela: Allamanda cathartica L. Família:Apocynaceae; o Alamanda-do-sertão: Allamanda puberula. Família:Apocynaceae; o Cravo-da-índia: Erratamia coronária. Família:Apocynaceae; 21 o Café-de-salão dourado: Aglaonema commmutatum Schott. Família: Araceae; o Falso café-de-salão: Aglaonema crispum. Família: Araceae; o Tajá: Caladium x hartulanum Birdsey. Família: Araceae; o Jibóia ou era-do-diabo: Epiprimnum pinnatum (L.) Engl. Família: Araceae; o Arália-redonda: Polyscias balfouriana (Hort. ex André) L. H. Bailey. Família: Araliaceae; o Arália samambaia: Polyscias filicifolia (C. Moore ex E. Fourn.) L.H. Bailey. Família: Araliaceae; o Begônia metálica: Begonia aconitifolia ADC. Família: Begoniaceae; o Begônia vermelha: Begonia cinnabarina Hook. Família: Begoniaceae; o Begônia tuberosa: Begonia x tuberhybrida Voss. Família: Begoniaceae; o Cravo: Dianthus caryophyllus L. Família: Caryophyllaceae; o Trapoeraba: Commelina erecta L. Família: Commelinaceae; o Trapoeraba-roxa: Tradescantia pallida (Rose). D.R. Hunt var. purpurea Boom. Família: Commelinaceae; o Acalifa: Acalypha welkesiana Mull. Arg. Família: Euphorbiaceae. o Coroa-de-espinho: Euphorbia millii var. breonii (Nois.). Família: Euphorbiaceae; o Gloxini: Sinningia speciosa (Lodd.) Hiern. Família: Gesneriaceae; o Coração-magoado,cóleus: Solenostemon scutellatioides (L.). Família: Labiatae; o Dracena: Dracaena fragrans (L.) Ker Grawl. Família: Liliaceae; o Hibiscos: Hibiscus rosa-sinensis L. Família: Malvaceae; o Bananeira-de-jardim: Ensete ventricosum (Welw.); Família: Musaceae; 22 o Primavera, buganvilia: Bougainvillea glabra Choisy var. graciliflora Heimerl, spectabilis Willed. Família: Nyctaginaceae;o Mini-rosa: Rosa chinensis Jacq. var. simperflorens Koelme, R. chinensis Jacq. var. mínima Rhd, R. rouletti Hort. Família: Rosaceae; o Roseira: Rosa x grandiflora Hort Família: Rosaceae; o Ixora: Ixora chinensis Lam. Família: Rubiaceae; o Ixora-branca: Ixora finlaysoniana wall. ex. G. Don. Família: Rubiaceae; o Mussaenda-arbustiva: Mussaenda alicia Hort..Família: Rubiaceae; o Léia-rubra: Leea rubra Blume ex Spreng. Família: Vitaceae; o Saudade: Scabiosa atropurpurea L. Família: Dipsacaceae; o Suspiro: Celosia argentea L. Família: Amaranthaceae. 2.4.5. PREÇOS PRATICADOS Os preços praticados em São Luís são muito influenciados pelos preços em outros Estados do Brasil. A depender da espécie e da qualidade do produto, os preços variam entre R$ 0,50 a R$ 50,00. Como já foi citada anteriormente, a principal preocupação do produtor está relacionada com a quantidade produzida, já que exploram pequenas áreas e a variedade de espécies produzidas obriga-lhes a plantar pequeno lote de cada espécie. Na maioria das vezes, os produtores não conseguem atender integralmente os pedidos e, diante disso, buscar ampliar as suas áreas, descuidando-se da qualidade. Por essa razão, e a despeito da beleza intrínseca das flores tropicais aqui produzidas, uma parte significativa do mercado ainda é abastecida pelas flores provenientes de outros Estados, principalmente de São Paulo. 2.4.6. DIFICULDADES ENCONTRADAS As maiores dificuldades enfrentadas na cadeia produtiva de flores tropicais e plantas ornamentais são: • Mão-de-obra não qualificada • Baixo nível tecnológico na produção; • Falta de mudas de qualidade; 23 • Ausência de informações técnicas; • Assistência técnica deficiente (especialmente na produção e na comercialização); • Crédito insuficiente e burocratizado; • Infra-estrutura de escoamento deficiente; • Oferta irregular de água e energia elétrica; • Vias de acesso aos meios de produção considerados precários; • Falta de estudos e estratégias para abertura de novos mercados. Tais fatores inibem, senão inviabilizam, a estruturação mais eficaz da cadeia produtiva de flores em São Luís. Há certa unanimidade entre as pesquisas até aqui realizadas em afirmar que o baixo nível tecnológico, a assistência técnica insuficiente e a informalidade são as maiores causas da ainda baixa rentabilidade do setor. Considerado um produto destinado a um mercado onde os níveis de exigência são elevados, as flores e plantas ornamentais requerem cuidados especiais no quesito comercialização. Os floricultores, no entanto, sentem certo abandono no que tange à colocação do seu produto no mercado. As vias de acesso entre as áreas de produção e o mercado geralmente são precárias e os produtores não têm meios de transportar a sua produção até o consumidor. Não há, também, quase nenhuma divulgação das flores locais, o que dificulta qualquer ação de incrementar vendas. 2.4.7. PERSPECTIVAS A despeito das dificuldades já relatadas, o mercado de flores e plantas ornamentais em São Luís está encontrando espaço para crescimento. O número de produtores vem aumentando constantemente, despertando ações governamentais vindas especialmente da Prefeitura Municipal de São Luís, que promove as flores tropicais através de feiras, seminários e outros eventos. A criação de novos pólos de produção, com visão estratégica voltada para o agronegócio, vai tornar, sem dúvida, o setor mais dinâmico e potencialmente mais rentável. A infra-estrutura disponível no Estado permitirá que, uma vez vencida a limitação do aspecto qualitativo da produção, o produto alcance o desejado mercado externo, onde os resultados são mais promissores. De acordo com a Revista do Mercosul N° 69 - Ano 2001, a variedade de espécies exploradas em nosso País ajuda a ampliar o mercado onde o Brasil atua lá fora. Interessada em levar as flores maranhenses para a Europa, a Premium Seeds, do Paraná, que pesquisa, produz, importa e exporta espécies bulbosas ornamentais, esteve no Maranhão para conhecer as variedades de flores da região e levar algumas delas para serem comercializadas também nos Estados Unidos. 24 "Estamos em busca de novos produtos, para que possamos aumentar a variedade de produtos oferecidos aos nossos clientes", assegura o empresário paranaense Carlos Rodaka, que por quatro dias visitou o município de São José de Ribamar e São Luís (bairros de Maioba, Maiobão e Quebra-Pote), onde conheceu as plantas ornamentais. "Algumas variedades estão sendo levadas agora, para sabermos o grau de adaptação ao clima de Curitiba, e outras serão multiplicadas aqui e enviadas posteriormente para que possamos comercializá-las", informou. O governo do estado do Maranhão já desenvolve, em parceria com o Banco do Nordeste e o Sebrae, o Programa de Cultivo de Flores Tropicais. "A intenção é dinamizar a cultura desta beleza natural", diz a paisagista e coordenadora do programa, Antônia Lima Oliveira. Em termos de Brasil, os floricultores trabalham em parceria com a Agência de Promoção de Exportações (APEX). O objetivo é reunir produtores de todo o País, criar uma marca brasileira e conquistar os mercados dos Estados Unidos, Europa e Japão, informa a APEX. Parte da estratégia é aumentar a presença do Brasil nas grandes feiras internacionais do setor, como a de Aalsmeer, na Holanda, ou o Superfloral Show, em Charlotte, nos Estados Unidos. Além das rosas, o Brasil exporta flores tropicais, como helicônias, alpíneas e musáceas. A maioria dessas espécies é cultivada em estados do Nordeste. Para exportar um produto tão frágil como flores, é preciso que elas tenham alta qualidade, explica Alfredo Tilli, especialista em arranjos florais. O crescimento das exportações surtirá efeito na geração de empregos. Trata-se de um mercado de uso intensivo de mão-de-obra em toda a cadeia, desde a produção até a distribuição e comercialização. Por essa razão, a exportação de flores começa a desabrochar no Nordeste. O governo do Ceará desenvolve o projeto Agroflores, de incentivo à plantação de crisântemos e flores tropicais. Os produtores do Estado, além de vender para o mercado interno, já exportam para Holanda, Alemanha e Estados Unidos. A localização geográfica do Ceará a cerca de seis horas de avião tanto da Europa quanto do Sul dos Estados Unidos facilita a exportação. Esse exemplo se aplicaria facilmente aos produtores do Maranhão. Estados, como o Pará e Amazonas, também estão correndo por fora na tentativa de colocar um pé nesse mercado e incrementar a receita dos seus agro-empresários. O jornal Diário do Pará, edição de 28/09/2003 estampou a seguinte manchete: FLORES PARÁ VAI MUITO ALÉM DO JARDIM. Segundo o matutino, os floricultores paraenses se preparam para expandir as áreas cultivadas em busca do mercado internacional. A floricultura firma-se, portanto, como tendência de exploração dentro da cadeia do agrobusiness. Isso se deve, como já vimos, aos resultados que podem ser obtidos em cada hectare cultivado, à crescente demanda por flores no mercado mundial e, ainda, na especialização dos produtores. 25 O Maranhão precisa urgentemente dar maior atenção aos seus floricultores. As bases produtivas já estão montadas. No entanto, o segmento atua de forma precária por falta de assistência técnica, divulgação do produto e crédito. A solução desses problemas não é coisa do outro mundo. 26 3. PERFIL DA PRODUÇÃO 3.1. QUANTIDADE E LOCALIZAÇÃO DOS PRODUTORES Os produtores de flores tropicais e plantas ornamentais estão localizados nos municípios de São Luís, São José de Ribamar e Paçodo Lumiar, que compõem a Grande São Luís. Foram identificados e entrevistados 41 (quarenta e um) produtores, distribuídos de acordo com o gráfico seguinte. Localização dos Produtores 14 1215 São Luis P. Lumiar S.J. Ribamar Fonte: JC Consultores Ltda Alguns estudos anteriores haviam identificado 54 produtores na Ilha de São Luís, sendo 30 em Paço do Lumiar, 14 em São José de Ribamar e 10 em São Luís. Ocorre que os produtores de Paço do Lumiar, especialmente aqueles da comunidade Vassoural, exploram pequenas áreas em regime de produção familiar. Às vezes, numa mesma área, produzem duas ou três pessoas da mesma família em regime de cooperação entre si. Optamos, neste estudo, em consolidar a produção por área explorada, reduzindo o número de produtores para 14 em Paço do Lumiar. 27 3.2. ÁREA EXPLORADA E MÃO-DE-OBRA EMPREGADA No seu conjunto, os produtores de flores tropicais e plantas ornamentais da Grande São Luís exploram uma área aproximada de 35ha, sendo que a maioria deles explora área inferior a 01ha (um hectare) e emprega até 04 (quatro) pessoas na condução das atividades. Há preferência pela mão-de-obra familiar, como pode ser visto nos gráficos seguintes. Em Paço do Lumiar, todos os 14 produtores empregam menos de cinco trabalhadores em suas unidades produtivas. Em São José de Ribamar verificou-se que apenas dois produtores empregam mais de cinco pessoas nas unidades de produção. O restante ficou na média inferior a cinco. O mesmo acontece em São Luís, onde apenas um produtor emprega mais de cinco trabalhadores. 11 1 14 - 13 2 São Luis P. Lumiar S.J. Ribamar Número de Pessoas Empregadas Até 5 5 a 10 Fonte: JC Consultores Ltda Os produtores utilizam intensivamente a mão-de-obra familiar. Considerando todos eles, são 60 (sessenta) pessoas empregadas nas áreas que produzem flores tropicais e plantas ornamentais, sendo 11 em São Luís, 30 em Paço do Lumiar e 19 em São José de Ribamar. Paço do Lumiar é o município onde os produtos mais utilizam o sistema familiar de produção. Isso se deve ao modelo implantado, voltado para pequenas áreas cultivadas nas comunidades, quase sempre contando única e exclusivamente com o esforço dos membros da família. Em contrapartida, São Luís é o município que menos emprega a mão-de-obra familiar. Boa parte dos produtores têm suas áreas na própria zona urbana e preferem pagar trabalhadores para conduzir a atividade. 28 São Luis P. Lumiar S.J. Ribamar 11 30 19 - 5 10 15 20 25 30 Mão-de-Obra Familiar Fonte: JC Consultores Ltda 3.3. PRODUTORES ENTREVISTADOS Segue, abaixo, a relação dos produtores entrevistados, registrando- se que três produtores não foram localizados. PRODUTORES DE SÃO LUÍS BAIRRO ENDEREÇO/TELEFONE Antonia Lima Oliveira Jardim São Cristovao Rua 02, Qd. 02 Fone 221-4002 João de Sousa Guimarães Alegria/Maracana Rua Menino Jesus , 600 Fone 241-6057 Margarete Rocha Costa Calhau Rua 05, QD.04, nº 20 Fone 227-3205 Clademir Costa dos Santos Bequimação Av. Jerônimo de Albuquerque Fone 9617.0271 Miguel Assis Marques Maracanã Rua Nova,casa 100 Milton Ferreira de Araújo Quebra-Pote Rua Bom Jesus, 20 Nerivaldo Assunção Maracanã BR, 135 Km 08 Fone 241-1910 Raimunda Vieira Brasil Alto do Calhau Estrada velha da Caema, 52 Fone 221-0300/252-3003 Rogério Arlindo Brixner Bequimao Av. Jerônimo de Albuquerque Viveiro Cheroki São Francisco Rua 02, 531 Fone 3082-0899 Zilma Carmo Oliveira de Abreu Turu Rua General Artur Carvalho, nº 200 Fone 248-0061 Givaldo Macedo Correa Maracanã Estrada velha da Vila Esperança Fone 9601-5656/236-2334 PRODUTORES DE PAÇO DO LUMIAR COMUNIDADE ENDEREÇO/TELEFONE Ana Maria Barros Vassoural Maioba Rua Principal, nº 73 Tel. 239-4585 Antonia Gonçalves São Pedro- Maioba Rua Principal, Cleiton Leonardo S. Oliveira Vassoural Maioba Rua Principal, nº 55 Tel. 265-0306 Edvaldo Rodrigues Vassoural Maioba Rua Principal S/N Vassoural Eusamar da S. Ferreira de Melo São Pedro- Maioba Estrada da Maioba, nº 47 Tel. 265-0183 Francisco Ferreira Melo Vassoural Maioba Rua Principal, nº 58 Gercina Dalva Mendes Melo São Pedro- Maioba Rua Principal, nº 30 Luiza Ferreira de Melo São Pedro- Maioba Estr. da Maioba, Km 07 Sitio São Pedro, nº 32 Tel. 238- 8569 Maria Assunção F. de Melo São Pedro- Maioba Rua Principal, nº 31 Tel. 265-0451 Maria da Conceição F. Costa Vassoural Maioba Av. Principal, nº 63 Tel. 239-0741 Marlene de Jesus Ferreira São Pedro Maioba Estrada da Maioba, 104 Fone 265.0122 Maria Luiza Pires Sales Paço Lumiar Rua do Fio Telegrafo, nº 3 Maioba 236- Naide da Costa Pereira Vassoural- Maioba Rua Principal, nº 100 Tel. 265-0120 Zélia Maria da Silva Vassoural Maioba Rua Principal, nº 23 29 PRODUTORES DE SÃO JOSÉ DE RIBAMAR COMUNIDADE ENDEREÇO/TELEFONE Ana Lucia Caracas São Jose de Ribamar Estrada da Maioba km 12 Tel. 237-5056 Antonio Jose Campos Maiobinha Rua 13 de maio nº 164 Tel. 225-0579 Benilson do Nascimento Santos Maiobinha Rua do Colégio, nº 3 245-8958/9117-2292 Maria dos Anos Diniz da Silva São Jose de Ribamar Estrada da Maioba, 75 Fone 238.4615 José de Ribamar do Nascimento Maiobinha Fone 225.2036 Dilene Terezinha Lobão São Jose de Ribamar Povoado de Santana Tel. 235-6325 Eduardo Azevedo São Jose de Ribamar Estrada do Café, 32- Estrada da Mata- Tel. 245-6956/237-1014 Irmã Egidia de Sousa São Jose de Ribamar Estrada da Panaquatira Julio César de Sousa Martins São Jose dos Indios Rua do Janguara, nº 99 Tel. 236-1482 Luis Gomes da Silva Maiobinha Rua 13 de maio nº 125 - Tel. 225-1826 Mario de Godoy Jr. São Jose de Ribamar Quinta da Mata Rio São João Tel. 9971-8659 Reginaldo F. Silva São Jose de Ribamar Tel. 236-4433 Reniton Gomes do Nascimento São Jose de Ribamar Rua do Colégio, nº 33 -Tel. 225-2036 Valdenir Conceição dos Santos Maiobinha N. S. da Conceição, s/n Maiobinha Tel. 244-6756 Domingas de Fatima Fernandes Maiobinha Rua Tiangua, nº 30 - Tel. 225-0628 Fonte: JC Consultores Ltda 3.4. RECURSOS UTILIZADOS O recurso mais utilizado pelos produtores de flores tropicais e plantas ornamentais da Grande São Luís é a adubação. Quase todos os produtores declararam utilizar adubo, principalmente orgânico, comprado diretamente das granjas. O adubo constitui-se em um dos maiores custos enfrentados pelos produtores. Uma pequena parcela dos produtores declarou haver feito uma única análise do solo das suas propriedades, logo que iniciou a exploração. A maioria, porém, não utiliza tal recurso técnico. 0 10 20 30 40 50 Adubo/corretivo Análise solo Ass. Técnica Herb/inseticida Inform. Mercado Informática Mecanização Outros Recursos Utilizados SIM NÃO 30 RECURSOS UTILIZADOS SIM NÃO TOTAL Adubo e corretivo 35 6 41 Análise solo 8 33 41 Ass. Técnica 11 30 41 Herbicida einseticida 16 25 41 Informações de Mercado 9 32 41 Informática 1 40 41 Mecanização 1 40 41 Outros 1 40 41 Percebe-se que a produção pouco utiliza os recursos existentes para melhorar a performance da atividade. Quase ninguém utiliza mecanização agrícola ou tampouco os recursos da informática para controle e registro dos resultados. 3.5. CUSTOS DE PRODUÇÃO Em face do baixo nível de controle gerencial por parte dos produtores, não foi possível obter dados mais precisos a respeito da composição dos custos de produção. Para chegar aos indicadores registrados no gráfico abaixo, foram feitos levantamentos individualizados junto àqueles produtores com maior nível de organização. Para uma produção com rendimentomédio mensal em torno de R$ 1.000,00 (algo em torno de 0,20ha) os gastos são os seguintes: COMPOSIÇÃO DOS GASTOS E LUCRATIVIDADE % R$ GASTO TOTALPARA 35 HA Lucro 25% 250,00 43.750,00 Serviços 24% 240,00 42.000,00 Embalagem 5% 50,00 8.750,00 Equipamentos 1% 5,00 875,00 Adubo 36% 355,00 62.125,00 Herbicida e inseticida 8% 80,00 14.000,00 Sementes e mudas 2% 20,00 3.500,00 TOTAL 100% 1.000,00 175.000,00 Fonte: JC Consultores Ltda Assim, pode-se inferir que o rendimento médio por hectare gira em torno de R$ 5.000,00, o que é muito baixo considerando os padrões de rentabilidade alcançados em outros Estados. Esse, no entanto, é um rendimento razoável, se levarmos em conta o nível de tecnologia empregado, o que leva a acreditar no potencial de crescimento do negócio. 31 Composição dos Custos de produção 1% 5% 24% 25% 2%8% 36% Lucro Serviços Embalagem Equipamentos Adubo Herb/inseticida Sementes e mudas Fonte: JC Consultores Ltda Quanto ao volume total das compras, pode-se inferir, tomando como base de cálculo o valor levantado acima, que as compras gerais do setor em São Luís giram de acordo com a tabela seguinte. VOLUME ESTIMADODAS COMPRAS MARANHÃO OUTROS ESTADOS Embalagem 950,00 7.800,00 Equipamentos 75,00 800,00 Adubo 40.000,00 12.125,00 Herbicida e inseticida 2.000,00 12.000,00 Sementes e mudas 3.000,00 500,00 TOTAL 46.025,00 33.225,00 PERCENTUAL 61% 39% Fonte: JC Consultores Ltda Apesar da maioria dos produtores produzirem suas próprias mudas, às vezes é necessário comprar mudas melhoradas em outros Estados. Os demais insumos são adquiridos na própria capital do Estado ou nas imediações da unidade produtiva. A origem desses insumos, entretanto, quase sempre é de fora, à exceção do adubo orgânico. 3.6. MERCADO EXPLORADO E POTENCIAL O mercado atualmente explorado é São Luís, onde são destinadas mais de 98% da produção. O interior do Estado consome 1,54% da produção e há registro de uma única transação para outro Estado do Brasil, que representou 0,42% da produção. 32 0,00% 2,00% 0,42% 5,00% 1,54% 23,00% 98,04% 70,00% Exterior Brasil Interior MA São Luís Mercado: Atual x Potencial ATUAL POTENCIAL Fonte: JC Consultores Ltda Em termos de projeção do mercado, considerando as ações de divulgação do produto e a capacidade que a região oferece em termos de exportação, é possível alcançar outros mercados, inclusive o externo, conforme se verifica no gráfico acima. 3.7. QUEM SÃO OS CLIENTES As vendas diretas aos consumidores são a maioria, com mais de 37% de ocorrências. Vendas para as lojas varejistas vêm em segundo lugar, com 15,68%. Vendas nas feiras e bancas (13,25%), para Atravessadores e Outros tipos de vendas empatam na posição seguinte, com 12,05% cada uma. Por último, registram-se as vendas às funerárias, com 9,64%. 12,05% 37,35% 12,05% 13,25% 9,64% 15,66% Outros Venda própria Atravessadores Feiras/bancas Funerárias Lojas DESTINO DAS VENDAS Fonte: JC Consultores Ltda Os dados acima são confirmados por declarações prestadas por decoradores e proprietários de casas de eventos, grandes consumidores de flores temperadas (flores vindas de São Paulo). Para eles, o consumo das flores tropicais está em fase de crescimento e tenderá a assumir uma participação cada vez maior na decoração de ambientes na medida em que os consumidores passarem a aceitá-las com maior intensidade. 33 3.8. PROBLEMAS ENFRENTADOS PELOS PRODUTORES 3.8.1. PROBLEMAS TÉCNICOS Poucos produtores acusaram a existência de problemas técnicos. A melhor explicação para o baixo índice de respostas se deve mais ao fato de que, por produzirem, em sua maioria, dentro de um nível muito rudimentar de produção, quase não recorrem à tecnologia, razão por que não consideraram a possibilidade de incorrerem em problemas técnicos. Onze produtores acusaram a falta de pesquisas para lastrear seus procedimentos produtivos. Dizem que a sua produção foi desenvolvida muito mais à custa da tentativa e erro do que propriamente seguindo algum estudo técnico. Para seis produtores entrevistados, o custo da tecnologia inviabiliza a sua aplicação no sistema produtivo adotado, ou seja, a produção que desenvolvem não suporta os custos tecnológicos. Quatro deles disseram que existe pouca oferta de tecnologia à disposição dos produtores de flores tropicais. Registraram-se, ainda, duas reclamações quanto a problemas com custo da produção. Problemas Técnicos Enfrentados 0 2 4 6 8 10 12 Outros Custo de produção Não existe pesquisa Baixa oferta de tecnologia Custo da tecnologia Fonte: JC Consultores Ltda 3.8.2. PROBLEMAS DE COMERCIALIZAÇÃO Os produtores, na sua maioria, acusaram os baixos preços como um dos principais problemas enfrentado em termos de comercialização dos seus produtos. Foram 17 reclamações nesse sentido. Interessante notar que os Decoradores disseram que não utilizam mais flores tropicais em seus arranjos porque são caras. Alguns chegaram a afirmar que as flores tropicais adquiridas em Fortaleza, no Ceará, chegam em São Luís mais baratas que as flores locais, mesmo considerando o custo do frete. 34 Problemas de Comercialização 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 Outros Rápida deterioração Qualidade do produto Preços baixos Pouca demanda Logística Fonte: JC Consultores Ltda A baixa demanda foi registrada por doze produtores como fator inibidor da produção. Esse aspecto está relacionado com a quase inexistente divulgação do produto. Falta marketing que, no atual estágio, não tem como ser bancado pela maioria absoluta dos produtores. Poucos são aqueles que divulgam a sua marca, dispõem de um catálogo ou fazem incursões profissionais junto aos potenciais clientes. Problemas de logística atrapalham muito, dizem nove produtores. Na verdade, o problema da logística atrapalha a quase todos porque os locais de produção quase sempre não dispõem de linha regular de transporte e o produtor não reúne condições para adquirir um veículo. Esse fato obriga ao cliente a ir até o produtor, enfrentando péssimas estradas não sinalizadas e, ainda, enfrentando atendimento de qualidade duvidosa. Apesar de seis produtores identificarem problemas com a qualidade do seu produto, os consumidores não fizeram registros nesse sentido. As flores tropicais produzidas em São Luís estão razoavelmente dentro de um padrão compatível com as exigências do mercado local, informa Assis Costa, Presidente da TROPIFLORA, a associação local dos produtores. Possivelmente, esse mesmo produto sofreria problemas de classificação em São Paulo e em outros mercados mais exigentes, mas já há uma tendência nascente em busca dos melhores padrões de qualidade. Rápida deterioração é um problema que cinco produtores fizeram questão de anotar. Diga-se que as flores tropicais, em ambientes propícios, apresentam durabilidade média acima de quinze dias contra três ou quatro dias das flores temperadas. O produtor se refere, quando acusa esse problema, ao prazo para venda do seu produto. Às vezes, as flores perdem suas melhores características e não aparecem interessados para adquiri-las. Há que se registrar, entretanto, que a baixa divulgação do produto e o desenvolvimento de um esquema que permita a comercialização mais amiúde são, de longe, os principais problemas enfrentados pelos produtores. 35 3.8.3. PROBLEMAS DE FINANCIAMENTO A maioria nunca chegou a se quer tentar obter um financiamento bancáriopara a implantação ou custeio da sua atividade. Eles justificam essa baixa aptidão ao crédito a fatores críticos, como as elevadas taxas de juros cobradas pelos bancos. Talvez resida aí a falta de informação ou a quase não existente orientação técnica. Existem linhas de crédito, como aquelas operacionalizadas com recursos dos Fundos Constitucionais, que financiam a atividade com taxa de juros bem razoáveis. Cerca de dez produtores tentou obter financiamento e desistiram porque encontraram muita burocracia para liberar os recursos. Esse é um argumento poderoso do qual os bancos não podem esquivar-se. A realidade mostra que o produtor, para obter um financiamento para a sua atividade, obriga-se a uma via crucis infindável, arrumando uma papelada que nunca satisfaz os analistas. Apesar dos inúmeros benefícios instituídos, como Fundo de Aval, o crédito continua inacessível para a maioria. Problemas de Financiamento 0 2 4 6 8 10 12 14 Poucos projetistas Faltam recursos Exigência de garantias Prazos inadequados Juros elevados Burocracia Fonte: JC Consultores Ltda Outros problemas foram indicados pelo produto, como a questão das garantias e a pouca disponibilidade de projetistas para elaborar projetos que sirva não apenas para obter o financiamento mas também para orientar o produtor. Nesse caso, a falta de especialização e de equipes de assistência técnica dificultam o acesso ao crédito e inibem o crescimento alavancado da produção. 3.8.4. PROBLEMAS COM A MÃO-DE-OBRA Baixa capacitação da mão-de-obra, eis um problema sério enfrentado pela imensa maioria dos produtores. Quase todos os trabalhadores rurais são oriundos da lavoura e estão pouco acostumados à lide da floricultura. Além disso, desconhecem os cuidados mínimos que 36 devem ter para obter a melhor qualidade do produto, principalmente na fase pós-colheita. Custo da mão-de-obra é um problema que afeta a todos os setores, inclusive o da floricultura. A questão está relacionada com os elevados encargos sociais que encarecem a mão-de-obra, razão pela qual preferem utilizar-se de mão-de-obra familiar, fugindo um pouco das exigências legais. Problemas de Mão-de-obra 0 2 4 6 8 10 12 14 16 Outros Baixa capacitação Cultura de lavouras Recrutamento Custo elevado Fonte: JC Consultores Ltda Alguns registraram certa dificuldade em recrutar a mão-de-obra com vocação para a atividade, o que não é nenhuma novidade ante a baixa capacitação. 3.9. PARCERIAS Apenas oito produtores afirmaram haver desenvolvido algum tipo de parceria, sendo que três deles não identificaram qual o parceiro, dois consideraram os bancos como parceiros e também os prestadores de assistência técnica. Um deles afirmou ter parceria com organismos de pesquisa. Principais Parceiros 3 1 2 2 Outros Órgãos de pesquisa Ass. Técnica Bancos Fonte: JC Consultores Ltda 37 3.10. FILIAÇÃO Dezenove deles declararam-se filiados a uma associação e 22 informaram não participar de nenhum tipo de associativismo. Essa informação destoa um pouco da informação prestada pela TROPIFLORA, que disse possuir 37 associados. É provável que alguns produtores não se considerem associados em função de que a TROPIFLORA ainda não iniciou as suas atividades junto aos filiados. Filiação 19 22 Associação Nenhuma Fonte: JC Consultores Ltda 38 4. VENDEDORES 4.1. IDENTIFICAÇÃO DOS CANAIS DE VENDA Foram identificados 16 (dezesseis) empreendimentos ocupados em vender ou distribuir flores, sendo 15 em São Luís e um em São José de Ribamar. Dois deles podem ser considerados atacadistas e revendem flores e arranjos trazidos basicamente de São Paulo. Os outros quatorze empreendimentos operam no varejo. Tipo de Empreendimento 2 14 Atacado Varejo Fonte: JC Consultores Ltda NOME LOCALIZAÇÃO TIPO Estação Verde Renascença Varejo Folhagem Curva do 90 Atacado Bosque Comércio de Plantas Ponta d'Areia Varejo Depósito das Flores Anjo da Guarda Varejo Floricultura Verde Arte Renascença Varejo Floricultura Lírio do Campo Vinhais Varejo Florestinha Pau Brasil (Ceasa) Cohafuma Varejo Florada das Rosas Renascença II Varejo Flor de Maio Renascença II Varejo Flor de Maio Jaracati Varejo Flor de Maio Cohama Varejo Flor de Maio Centro Varejo Flor de Maio Centro Varejo Cesar Cairo Paisagismo Calhau Varejo Floricultura Doces Rosas Cohatrac II Atacado Floricultura Doces Rosas Centro Varejo Fonte: JC Consultores Ltda 39 4.2. CARACTERÍSTICAS DA COMERCIALIZAÇÃO Uma das principais características das floriculturas de São Luís é a localização, geralmente nas principais vias de acesso da cidade, facilitando a comercialização. Alguns varejistas também produzem no mesmo local de comercialização, dispondo sempre de um produto fresco e com boas características. A maior parte das flores ornamentais comercializadas em São Luís, no mercado varejista, tem como procedência o Estado de São Paulo e, em segundo lugar, o Estado do Maranhão. Os principais fornecedores paulistas encontram-se nas cidades de Holambra, Atibaia, Campinas e Indaiatuba. O abastecimento da cidade é feito através dos atacadistas, que fazem pedidos à Cooperativa de Holambra e a outros produtores fora do Estado do Maranhão. As flores são enviadas em caminhões refrigerados, cabendo aos atacadistas redistribuírem junto aos varejistas (floriculturas, paisagistas, floras, feiras livres, decoradores, casas de evento etc). Numa escala menor, os próprios caminhões refrigerados incrementam a oferta local. Quase sempre, por medida de segurança, esses caminhões trazem uma quantidade de flores superior àquela que foi pedida pelos atacadistas. Essas sobras são comercializadas pelos caminhões diretamente aos consumidores finais. Tal prática tem gerado certo desconforto junto a atacadistas e varejistas. A comercialização informal praticada nos caminhões (sem emissão de nota fiscal e sem os custos de uma loja de flores) é feita a preços muito baixos, contribuindo para vilipendiar o preço do produto. Alguns caminhões são, na verdade, empreendimentos particulares onde seus proprietários, geralmente o próprio motorista, adquirem as flores nos leilões em São Paulo (Veiling) e vêm distribuindo ao longo da rota pelos Estados onde passa. Além disso, existe um pequeno número de distribuidores que não dispõe de todo mix de flores e plantas ornamentais para ofertar, e recorrem aos proprietários dos caminhões para suprir suas ocasionais deficiências. Como não há uma fiscalização mais eficiente por parte das autoridades fazendárias, o município de São Luís transformou-se, nos dias atuais, em um verdadeiro paraíso da informalidade. Além das flores, podemos encontrar caminhões vendendo uma série de outros produtos, sem cumprir nenhuma formalidade fiscal. Entre outros produtos, já foram identificados os seguintes: cofres, frutas, vinhos, tapetes, móveis de vime, artigos de plásticos etc. 40 4.3. SAZONALIDADE A produção de flores tropicais e plantas ornamentais quase não sofre problemas relacionados com a sazonalidade. A maioria das espécies cultivada produz o ano todo, exceção a duas ou três variedades que têm a sua época especifica no ano. No entanto, a comercialização apresenta restrição em face dos hábitos de compra concentrarem-se nas datas festivas. Meses, como janeiro, maio, junho, novembro e dezembro são tradicionalmente favoráveis ao mercado de flores por estarem relacionados com as festividades de Ano Novo, dia das mães, mês das noivas,dia dos namorados, dia dos finados, Natal e confraternizações em geral. A sazonalidade decretada pelos hábitos de consumo faz com que os preços sofram ligeira alteração para cima nas épocas de maior demanda, principalmente na parte da comercialização relacionada com as flores provenientes de outros Estados. Os quadros a seguir mostram os preços médios de compra e venda praticados nas principais espécies comercializadas em São Luís. VARIEDADES ADQIRIDAS DE SÃO PAULO E OUTROS ESTADOS Produto Embalagem Preço em SP Preço local Antúrio Dúzia 17,50 35,00 Azaléia Dobrada Caixa 38,50 52,50 Begônia Caixa 20,50 28,00 Boca de Leão Maço 3,50 5,00 Branquinha Pacote 3,00 5,00 Cravina Pacote 6,50 15,00 Cravo Comum Dúzia 7,00 25,00 Crisântemo Comum Pacote 8,00 30,00 Crisântemo Polares Vaso 2,00 5,00 Estrelícia Dúzia 3,70 5,00 Gérbera Caixa 28,30 36,00 Gipysofila Maço 2,90 25,00 Girassol Pacote 3,40 25,00 Lírio Dúzia 13,50 36,00 Orquídea Unidade 1,10 4,50 Palmeira Maço 1,00 2,00 Rosa Dúzia 4,00 20,00 Sempre Viva Pacote 2,50 4,00 Violeta Caixa 12,50 42,00 Fonte: IBRAFLOR, CEASA Campinas, CEAGESP e JC Consultores Ltda. 41 VARIEDADES PRODUZIDAS NA GRANDE SÃO LUÍS Produto Preço Época Alpinea Rosa/Vermelho Grande 0,90 Ano Inteiro Alpinea Rosa/Vermelho Medio 0,80 Ano Inteiro Alpinea Rosa/Vermelho Pequeno 0,50 Ano Inteiro Alpinia Rosa/Vermelho Tipo B 0,60 Ano Inteiro Alpinia Klml 1,00 Ano Inteiro Alpinia Jungle Queen 1,00 Ano Inteiro Calatea Burlemaxil (várias cores) 1,00 Ano Inteiro Bastão do Imperador 1,00 Ano Inteiro Zingilber Spectabilis (Sorvete) 0,90 Setembro/Maio Musa Coccínea (vermelha) 1,20 Ano Inteiro Musa Velutina (Rosa) 1,50 Ano Inteiro Musa Ornata (Lilás) 1,50 Ano Inteiro Antúrio Francês 1,50 Ano Inteiro Antúrio (várias cores) 1,20 Ano Inteiro Antúrio (várias cores) 1,00 Ano Inteiro Antúrio (mini) 0,50 Ano Inteiro Costus Speciosus (vinho) 0,80 Ano Inteiro Costus Ananassae (Tapeinoquilus) 1,30 Ano Inteiro Costus Spicatus Vermelho/Laranja 0,80 Novembro/Setembro Cosuts Spicatus (cobra) 0,80 Setembro/Março Costus Kiss (Rosa) 0,80 Ano Inteiro Monocostus Uniflorus (verde) 1,00 Setembro/Junho Renanthera (Coral) 1,20 Set/Dez Abril/Maio Heliconia Rostrata (12 dias) 0,90 Agosto/Abril Heliconia Golden Torch Grande 0,70 Ano Inteiro Heliconia Golden Torch Pequena 0,50 Ano Inteiro Heliconia Episcopalis 0,80 Setembro/Junho Heliconia Raulialana (Bihai) 0,80 Setmbro/Marco Heliconia Liumilis (Bihai) 0,80 Ano Inteiro Heliconia Caribe 0,90 Agosto/Janeiro Heliconia Napi Yellow (Amazônica) 1,00 Setembro/Janeiro Heliconia Wagneriana 0,90 Agosto/Janeiro Heliconia Latispatha (várias cores) 0,80 Ano Inteiro Heliconia Stricta (Fiire Bird) 0,80 Ano Inteiro Heliconia Lingulata 1,00 Heliconia Collinstana 1,00 Setembro/Maio Heliconia Carthacea (sex Pink) 1,50 Ano Inteiro Heliconia Carthacea (sex Scarlet) 1,50 Ano Inteiro Heliconia Kameliamea 1,00 Janeiro/Setembro Heliconia Red Opol Grande 0,80 Ano Inteiro Heliconia Red Opol Pequena 0,70 Ano Inteiro Heliconia Fire Opol grande 0,80 Ano Inteiro Heliconia Fire Opol Pequeno 0,70 Ano Inteiro Heliconia Adrian Grande 0,70 Ano Inteiro Heliconia Adrian Pequeno 0,50 Ano Inteiro Heliconia Sassy grande 0,60 Setembro/Junho Heliconia Sassy Pequeno 0,50 Setembro/Junho Heliconia Suriname (Botão) 0,30 Setembro/Junho Heliconia Strawbery 0,40 Setembro/Junho Fonte: JC Consultores Ltda Os preços das variedades produzidas na Grande São Luís foram coletados junto aos produtores mais organizados e se referem à média praticada no mercado local. Sabe-se, como já foi dito, que muitos produtores baixam seus preços para efetivar vendas, sendo esse um dos grandes problemas enfrentados em toda a cadeia produtiva. 42 4.4. GERAÇÃO DE EMPREGO Tanto empreendimentos varejistas quanto atacadistas empregam um número pequeno de pessoas. Cerca de 75% deles empregam até cinco pessoas. Pouco menos de 20% empregam entre cinco e dez pessoas e um único empreendimento, que representa 6% do total pesquisado, emprega mais de dez pessoas. Nº Empregos 12 1 3 Até 5 5 a 10 Mais 10 Fonte: JC Consultores Ltda 4.5. ORIGEM DO PRODUTO COMERCIALIZADO Conforme já se podia antever, a maior parte das flores comercializadas na Grande São Luís é proveniente de outros Estados brasileiros, especialmente de São Paulo. São quase 63% do total contra pouco mais de 25% produzidas aqui mesmo. Se considerarmos que as flores comercializadas por atravessadores também são provenientes de outros Estados, chegamos à marca de quase 75%, conforme pode ser evidenciado no gráfico seguinte. É importante destacar que esse quadro ainda é conseqüência de alguns fatores que ocorrem no mercado, entre os quais o mais evidente é a falta de divulgação do produto local que contribui para que seja pouco utilizado junto ao público com maior potencial de consumo: os decoradores. Outro fator a considerar é o preço do produto. A helicônia, a flor tropical mais procurada, chega a ser comercializada pelos produtores locais a R$ 2,00 quando é comprada de outros Estados por R$ 1,50, incluindo o custo do frete. 43 Fornecedores 62,73%11,82% 25,45% Outros Estados Atravessadores Produtores Locais Fonte: JC Consultores Ltda 4.6. MERCADO EXPLORADO Cerca de 94% das flores são atualmente consumidas na Capital do Estado do Maranhão. O restante, pouco mais de 6%, é comercializada no interior do Estado. No entanto, existe possibilidade de, em curto prazo, haver mudanças nesse panorama. A demanda em outros Estados pode fazer com que 5% das flores possam ser comercializadas fora do Estado do Maranhão e, se bem estruturada, a cadeia produtiva pode até mesmo exportar 2% da sua produção. Exterior Outros Estados Interior MA São Luís 0,00% 20,00% 40,00% 60,00% 80,00% 100,00% Mercado: Atual x Potencial Atual Potencial Fonte: JC Consultores Ltda 44 4.7. CLIENTELA Os fornecedores de flores vendem seus produtos diretamente aos consumidores finais, nas lojas de varejo. Tais compras representam mais de 70% das vendas. Os decoradores vêm em segundo plano, representando quase 17% desse mercado. Deve-se considerar, entretanto, que boa parte dos decoradores efetua compras diretas o que faz desse grupo o mais influente na cadeia produtiva. Casas de evento, bares, restaurantes e funerárias participam com uma pequena fatia do mercado. O grupo Outros está relacionado com escolas, hospitais, prefeituras e o próprio governo, que demandam flores em ocasiões específicas. 6,82% 16,82% 70,45% 1,82% 1,36% 2,73% Outros Decoradores Consumidores Bares/Rest. Funerárias Casas de Evento Clientela Fonte: JC Consultores Ltda 4.8. PROBLEMAS ENFRENTADOS Os vendedores de flores identificaram vários problemas, entre os quais se destacaram a questão da rápida perecibilidade do produto e a elevada carga tributária. Registraram, ainda, como problema relevante os custos que incorrem na atividade e a falta de mão-de-obra capacitada para operar com flores. Não menos importantes e que mereceram registro foram os problemas com a oferta irregular, a baixa qualidade dos produtos e os preços que eles mesmos praticam, considerados baixos e sem perspectivas de reajustar no curto prazo. É importante analisar cada um desses problemas, de forma a entendê-los melhor para que possam surgir políticas de abordá-los com eficiência. 45 2 5 1 4 6 2 6 1 Outros Custos elevados Preços baixos Mão-de-obra Carga tributária Oferta irregular
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