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Cadeia Produtiva da Floricultura

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0 
 
 
 
 
 
CCAADDEEIIAA PPRROODDUUTTIIVVAA 
DDAA FFLLOORRIICCUULLTTUURRAA NNAA 
GGRRAANNDDEE SSÃÃOO LLUUÍÍSS 
 
 
 
 
Arranjo com diversas flores – JC Consultores Ltda Helicônia Bihai - JC Consultores Ltda 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Edição 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
CADEIA PRODUTIVA DA 
FLORICULTURA NA 
GRANDE SÃO LUIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO LUÍS 
2003 
 
 
2 
 
CONSELHO DELIBERATIVO DO SEBRAE/MA 
 
José de Ribamar Barbosa Belo 
Presidente do Conselho Deliberativo 
 
 
DIRETORIA EXECUTIVA 
 
João Vicente de Abreu Neto 
Diretor Superintendente 
 
Hélio da Silva Maia Filho 
Diretor Técnico 
 
Ana Maria da Silva Ramos Cavalcante 
Diretor Administrativo-Financeiro 
 
EMPPRESA DE CONSULTORIA EXTERNA 
 
J.C. CONSULTORES LTDA 
São Luís (MA) – Fone (0..98) 268.3225 
jcconsultores@elo.com.br 
 
 
http://www.sebraema.com.br 
 
 
 
 
Cadeia produtiva da floricultura na grande São 
Luís: SEBRAE/MA, 2003. 
61p.: il.; 
 
1. Flores tropicais 2. Arranjos produtivos. 
 
 
CDU 635.9 (812.1) 
 
 
 
 
3 
 
 
SUMÁRIO 
 
p. 
 
1. Introdução 5
 
2. Floricultura 8
2.1. Informações preliminares 8
2.2. Histórico 9
2.3. Cadeia produtiva da floricultura 11
2.4. Mercado de flores na Grande São Luís 15
2.4.1. Características do mercado 15
2.4.2. Ações incentivadoras 16
2.4.3. Estágio atual da produção 17
2.4.4. Variedades exploradas 18
2.4.5. Preços praticados 22
2.4.6. Dificuldades encontradas 22
2.4.7. Perspectivas 23
 
3. Perfil da Produção 26
3.1. Quantidade e localização dos produtores 26
3.2. Área explorada e mão-de-obra empregada 27
3.3. Produtores entrevistados 28
3.4. Recursos utilizados 29
3.5. Custos de produção 30
3.6. Mercado explorado e potencial 31
3.7. Quem são os clientes 32
3.8. Problemas enfrentados pelos produtores 33
3.8.1. Problemas técnicos 33
3.8.2. Problemas de comercialização 33
3.8.3. Problemas de financiamento 35
3.8.4. Problemas com a mão-de-obra 35
3.9. Parceiras 36
3.10. Filiação 37
 
4. Vendedores 38
4.1. Identificação dos canais de venda 38
4.2. Características da comercialização 39
4.3. Sazonalidade 40
4.4. Geração de emprego 42
4.5. Origem do produto comercializado 42
4.6. Mercado explorado 43
4.7. Clientela 44
4.8. Problemas enfrentados 44
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
5. Decoradores 47
5.1. Importância na cadeia produtiva 47
5.2. Como vêem as flores tropicais 48
5.3. O campo de trabalho dos decoradores 48
5.4. Problemas enfrentados 49
5.5. Vantagens Identificadas 49
 
6. Conclusões 50
 
 ANEXOS 
 Formulário de pesquisa – produtores 
 Formulário de pesquisa - vendedores 
 Relatório fotográfico 
 
 BIBLIOGRAFIA 
 Fontes consultados e trabalhos consolidados 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 
 
A cadeia produtiva da floricultura na Grande São Luís envolve a 
produção de flores tropicais e plantas ornamentais produzidas e 
comercializadas nos municípios de São Luís, Paço do Lumiar, São José de 
Ribamar e Raposa, no Estado do Maranhão. 
 
Trata-se de uma atividade inserida no complexo produtivo da 
agricultura que vem experimentando significativas taxas de expansão no 
mercado nos últimos anos. As estatísticas do IBRAFLOR apontam para um 
crescimento dessa atividade, especialmente na região Nordeste do Brasil. 
 
Até pouco tempo atrás, o cultivo de flores no Nordeste brasileiro 
era uma atividade considerada impossível por muitos floricultores. 
Iniciativas isoladas em áreas férteis ao longo das serras deram início a uma 
mudança no panorama fazendo com que a atividade se alastrasse por 
outras áreas, transformando a floricultura e tornando-a uma das atividades 
que mais se expandiram, em termos de área. 
 
O setor de flores está bastante otimista no Brasil inteiro. Previsões 
apontam para um fechamento em 2003 com vendas ao exterior em torno 
de US$ 20 milhões, superando em 34% o volume exportado no ano 
passado. 
 
A produção brasileira ainda é voltada basicamente para o mercado 
interno, sendo que 97,1% dos produtores não exportam. Na Grande São 
Luís, não há registro de nenhuma exportação de flores por parte dos 
produtores locais, sendo que 98,04% da produção são comercializados na 
própria capital do Estado. 
 
 Dados levantados mostram que o setor de floricultura no Estado 
do Maranhão se assemelha muito ao restante do Brasil. Segundo dados 
colhidos de um diagnóstico efetuado pela Flora Brasilis, 55,1% dos 
produtores brasileiros não recebem nenhum tipo de assistência técnica. Na 
Grande São Luís, esse indicador alcança a marca de 73,17%. 
 
Ainda segundo o documento da Flora Brasilis, o floricultor 
brasileiro é muito desconfiado em fornecer informações e não tem clareza 
dos benefícios que um diagnóstico pode trazer. Em São Luís, encontrou-se o 
mesmo tipo de dificuldade em obter informações. Alguns deles negaram-se 
peremptoriamente a fornecer qualquer dado da sua atividade alegando que 
já participaram de inúmeros outros diagnósticos e nada de novo aconteceu 
a partir de então. 
 
O Estado do Maranhão, com suas vastas áreas de terras férteis e 
clima favorável, apresenta-se como forte candidato à produção de flores 
tropicais. 
 
 
 
6 
Este relatório objetivou visualizar de maneira mais clara a 
produção e o consumo de flores e plantas ornamentais nos municípios que 
compõem a Grande São Luís (São Luís, Paço do Lumiar, São José de 
Ribamar e Raposa, no Estado do Maranhão). 
 
Além de levantar, um a um, os produtores da região pesquisada, 
o presente estudo também procurou quantificar e qualificar as espécies de 
flores comercializadas. Dessa forma, poder-se-á avaliar o montante ainda 
importado e quais espécies estão adentrando no mercado que poderiam, se 
fosse o caso, ser produzidas na região. 
 
Um outro ponto levantado no diagnóstico diz respeito à 
problemática enfrentada ao longo de toda a cadeia produtiva. Procurou-se 
identificar gargalos e dificuldades encontradas pelos vários atores e a 
significância dos seus papéis ao longo da cadeia, de forma a direcionar 
ações que possam eliminar ou reduzir tais entraves. 
 
Uma outra importante característica marca este trabalho. Ele 
pretende consolidar as variadas publicações e estudos já produzidos acerca 
da floricultura na Grande São Luís. Neste aspecto, a equipe de 
pesquisadores encontrou uma outra dificuldade não menos relevante para 
levantar as informações. Os autores de trabalhos já realizados ressentiram-
se em liberar o seu material, alguns inclusive de domínio público 
(monografias, teses ou dissertações), transformando esse levantamento em 
uma verdadeira garimpagem de dados, alguns obtidos à custa de muitas 
horas de negociação. 
 
Espera-se, também, que este trabalho possa se caracterizar como 
um dos marcos iniciais para o conhecimento do potencial do mercado de 
flores tropicais e plantas ornamentais nos municípios da Grande São Luís. 
 
Foi dada especial atenção às características do mercado naquilo 
que se relaciona com os hábitos de consumo identificados nas lojas de 
varejo. Abriu-se, por essa via, um capítulo especial para tratar do papel dos 
decoradores na influência das compras. 
 
Para melhor compreensão daquele vai consultá-lo, este 
documento está dividido em capítulos. O capítulo 2 trata da floricultura, 
discorrendo sobre a sua origem, um pouco da história desse tipo de 
exploração, panorama do mercado (mundial, nacional e local), variedades 
exploradas, estágio em que se encontra a produção, perspectivas, entre 
outros assuntos. 
 
No capítulo 3, tratamos do perfil da produção na Grande São Luís. 
Nele, estão relacionados os produtorescom seus respectivos endereços, 
recursos utilizados para produzir, custo de produção, mercado explorado, 
clientela atingida, problemas enfrentados (técnicos, de comercialização, de 
obtenção de financiamento e com mão-de-obra), estimativa dos volumes 
produzidos, parcerias e filiação. 
 
O capítulo 4 trata do mercado vendedor de flores. São 
identificados os canais de venda, características da comercialização, 
 
 
7 
sazonalidade, geração de emprego, origem do produto comercializado, 
mercado explorado, clientela e problemas enfrentados. 
 
No capítulo 5, abriu-se um espaço especial para os decoradores, 
atores ímpares em toda a cadeia produtiva. Através deles, o mercado 
encontra o dinamismo esperado e o produto apresenta-se em sua melhor 
performance. Verdadeiros artistas, os decoradores conseguem divulgar a 
produção através de arranjos esteticamente singulares proporcionando à 
produção a necessária divulgação do produto. 
 
Utilizamos o capítulo 6 para discorrer sobre as principais 
variedades produzidas na Grande São Luís. Lá estão inseridos dados sobre 
as características de plantio, adubação, espaçamento, produtividade entre 
outros aspectos técnicos. 
 
Finalmente, o capítulo 7 traz as conclusões deste estudo e uma 
série de sugestões para dinamização da produção de flores tropicais e 
plantas ornamentais na Grande São Luís. 
 
Todo o estudo está arrematado pela lista de anexos, 
contemplando os formulários de pesquisa que foram elaborados, tabelas, 
informações tabuladas, dados levantados, entre outros. 
 
Espera-se que o presente estudo possa efetivamente direcionar 
ações em prol da floricultura e que, dessa forma, atenda aos objetivos 
iniciais. Espera-se, mais, que possa, no futuro próximo, ser atualizado e 
ampliado de forma a melhor atender aos interessados desse promissor 
segmento econômico. 
 
 
 
 
 
8 
 
2. FLORICULTURA 
 
 
2.1. INFORMAÇÕES PRELIMINARES 
 
A floricultura, como 
atividade agrícola, envolve o 
cultivo de plantas ornamentais, 
desde flores de corte e plantas em 
vasos, floríferas ou não, até a 
produção de sementes, bulbos e 
mudas de árvores de grande 
porte. Trata-se de um setor 
altamente competitivo, que exige 
a utilização de tecnologia 
avançada, conhecimento técnico 
pelo produtor e sistema eficiente 
de distribuição e comercialização. 
 Foto: JC Consultores Ltda 
A produção de flores, apesar de estar presente na vida do 
brasileiro há muito tempo, muitas vezes, é encarada como uma atividade 
que demanda tecnologia avançada e de difícil acesso aos produtores, 
guardada a sete chaves por quem já está na atividade. A realidade é que a 
floricultura no Brasil está ainda em fase inicial de desenvolvimento. Até a 
década de 1950, tinha pouca expressão econômica, caracterizando-se como 
atividade marginal na agricultura. 
 
O Estado de São Paulo têm a liderança em tecnologia, produção e 
lançamento de produtos. Aos poucos, porém, algumas iniciativas vêm 
tomando relevo em todo o país, algumas delas voltadas para fornecimento 
no mercado regional e também no mercado internacional. 
 
Apesar da exploração exigir, em muitos casos, a necessidade de 
operar em grande escala, alguns pequenos produtores conseguiram 
especializar-se em nichos de mercado por agregarem melhores técnicas de 
administração da mão-de-obra, praticar um sistema de comercialização 
direta, reduzir custo de transporte e proporcionar atendimento 
personalizado ao varejista, tornando o cultivo rentável em baixa escala. 
 
Dados colhidos pelo IBRAFOR – Instituto Brasileiro de Floricultura 
em 2001 indicaram uma área total utilizada na produção de flores e plantas 
ornamentais próxima de 5.000ha, sendo que a região Sudeste do Brasil 
responde por 75% dessa área. 
 
Segundo alguns autores, o Brasil ainda apresenta um histórico de 
consumo sazonal, aumentando a demanda na véspera do Dia das Mães, 
Natal e Finado. 
 
 
 
 
 
9 
2.2. HISTÓRICO 
 
 
Segundo a mitologia grega, a rosa teria 
surgido do sangue de Afrodite, Deusa do Amor, 
quando um dia, em busca de seu amado Adônis, 
encontrou-o mortalmente ferido por um javali. Na 
ânsia de socorrê-lo, ela machucou um dos dedos da 
mão numa planta cheia de espinhos. O sangue que 
escorria transformou-se numa flor. Foto: JC Consultores Ltda 
 
A história romana sempre foi muito semelhante à dos gregos, 
tomando-lhe emprestado alguns mitos e lendas, bem como a admiração 
pelas rosas. Todas as festas romanas eram ornamentadas de rosas, 
inicialmente importadas do Egito. Com a elevação dos custos, os próprios 
romanos começaram a produzi-las, iniciando um negócio tão rentável que 
muitos lavradores deixaram o cultivo do trigo de lado e passaram a cultivar 
rosas. 
 
As flores existem muito antes dos seres humanos surgirem na 
face da Terra. Foram descobertos fósseis de folhas de rosas encontradas na 
Europa, Estados Unidos e Extremo Oriente, estimadas em aproximadamente 
25 milhões de anos. Não se sabe, porém, quando a estética das rosas, ou 
seja, a floricultura em geral, foi reconhecida. 
 
No Brasil, foram identificados fragmentos pequenos, pétalas e 
folhas de 120 milhões de anos pertencem às mais antigas plantas com 
flores e podem ajudar a entender como esse grupo, chamado de 
angiospermas, passou a dominar o planeta, respondendo por 90% das 
espécies vegetais. 
 
As flores primitivas vêm da bacia do Araripe, entre os Estados do 
Ceará, de Pernambuco e do Piauí, que contém restos de inúmeras espécies 
animais e vegetais do Cretáceo (de 142 milhões a 65,5 milhões de anos 
atrás), o último período geológico antes da extinção dos dinossauros. 
 
O Nordeste brasileiro, portanto, pode ser um dos berços para 
seguir os caminhos ideais que irão permitir entender a origem das 
angiospermas. Tudo indica que o grupo surgiu na zona do planeta 
conhecida como equatorial árida. 
 
A análise dos fósseis até aqui realizada indica que a região 
nordestina, apesar de árida, não era tão inóspita assim. A existência de 
grandes lagos fazia com que as primeiras flores pudessem surgir e, com 
elas, os primeiros frutos. Tudo isso sugere que essas pioneiras tinham 
fortes ligações com espécies semi-aquáticas modernas, como as vitórias-
régias. 
 
Não há, no Brasil, informações oficiais que permitam regredir no 
passado mais distante para buscar dados sobre a evolução da floricultura. O 
ponto de partida passa pela vinda da Família Real e a criação do Jardim 
 
 
10 
Botânico, no Rio de Janeiro. Daí até o início do século XX, a floricultura 
evoluiu até ser representada principalmente pelo cultivo de flores nos 
jardins e quintais das residências, muito mais como função paisagística do 
que propriamente uma atividade econômica. Em São Paulo, a empresa 
DIEBERGER, fundada em 1893, foi o primeiro empreendimento econômico 
nesse sentido. 
 
O progresso que transformou São Paulo e outras cidades em 
grandes metrópoles, trazendo consigo a especulação imobiliária fez com 
que as chácaras e as grandes mansões fossem gradativamente substituídas 
por apartamentos e condomínios, desprovidos de áreas verdes, privando 
parte da população da possibilidade de cultivar flores para o seu consumo. 
Houve, desse modo necessidade de desenvolver o cultivo em escala 
comercial de plantas ornamentais diversas. 
 
“O pioneirismo da iniciativa coube à colônia portuguesa. A 
princípio a produção era pequena e visava abastecer o mercado 
em épocas definidas de intensa demanda como Dia das Mães, 
Dias dos Namorados, Finados e Natal. Com a ocorrência dos 
fluxos migratórios, assentamentos e diversificação das 
atividades dos imigrantes, a floricultura passou a apresentar os 
primeiros sinais de organização e crescimento. Papel 
preponderante tiveram os italianos, alemães e principalmente 
os japoneses.Com a fundação, por imigrantes holandeses, da 
Cooperativa Agropecuária Holambra, observou-se um novo e 
decisivo impulso”.1 
 
Holambra é uma estância turística localizada a 140km da cidade 
de São Paulo que teve a sua origem relacionada com a imigração holandesa 
ocorrida no final da II Guerra Mundial. O nome nasceu da junção das 
palavras HOLANDA, AMÉRICA e BRASIL, uma espécie de homenagem 
que os holandeses prestaram aos brasileiros, que os acolheram. 
 
Esse novo sistema obrigou a criação de meios de comercialização 
mais eficientes, organizando-se os primeiros mercados. No princípio, 
utilizavam-se barracões armados em praças públicas. A partir de 1969, com 
a inauguração do Mercado de Flores, em São Paulo, o comércio de flores e 
plantas ornamentais subia mais alguns degraus em termos de organização. 
Já em 1972, com o modelo implantado pela Cooperativa Agropecuária 
Holambra, o segmento conseguiu imprimir novo nível de profissionalização, 
quando a produção passou a ficar sob a responsabilidade de cada produtor. 
A abertura do Veiling (leilão, em holandês), um sistema de comercialização 
moderno e transparente na Cooperativa Agropecuária Holambra, em 1991, 
contribuiu para conduzir a floricultura nacional ao seu estágio de 
desenvolvimento atual. 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 REBOUÇAS, Alcebíades. Floricultura no Brasil. 2003. 
 
 
11 
2.3. CADEIA PRODUTIVA DA FLORICULTURA 
 
A larga extensão territorial brasileira e sua diversidade de solo e 
clima permitem a exploração das mais variadas espécies de flores, 
principalmente as plantas tropicais consideradas exóticas nos países 
estrangeiros. Apesar de não terem ainda se firmado definitivamente no 
mercado internacional, as flores brasileiras já são consideradas de 
qualidade e movimentam cerca de US$ 13 milhões por ano, segundo dados 
do Instituto Brasileiro de Floricultura (IBRAFLOR). Esse número, que 
representa menos de 5% da produção brasileira, é irrelevante num mercado 
que movimenta, em nível mundial, 13 bilhões por ano. 
 
Segundo CLARO2, o Complexo Agroindustrial das Flores pode ser 
visto na figura abaixo: 
 
 
 
Fonte: CLARO, Danny.Pimentel et all. 
 
 
Em linhas gerais, os principais atores foram definidos da seguinte 
forma: 
 
Fornecedores de Insumos: Representado por laboratórios 
(produtores de adubos químicos, inseticidas, herbicidas, entre outros 
produtos) e empresas fornecedoras de sementes e mudas. A ligação com os 
produtores é feita através dos grandes centros de distribuição 
(principalmente CEASA). 
 
Produtores: O Brasil possuía, em 1996, cerca de 10.285ha de 
cultivo de flores3. A IBRAFLOR aponta que em São Paulo se cultivava, neste 
mesmo ano, 3.457ha, mostrando a importância desse complexo em relação 
aos demais Estados brasileiros. Atualmente, a produção nacional de flores 
está distribuída em 12 pólos, sendo que a maioria dos 2.500 produtores 
catalogados está localizada em São Paulo (quase 70%). Rio de Janeiro, 
 
2 CLARO D.P. Análise do complexo agroindustrial das flores no Brasil. Lavras, 1998. 103p. Dissertação 
(Mestrado) Universidade Federal de Lavras. 
3 Floriculture Statistics (1997). 
Fornecedores 
de Insumos 
Veiling 
Holambra 
Centrais de 
abastecimento
Consumidores 
externos 
Atacadistas 
Funerárias 
Floriculturas 
Decoradores
Supermercados
Consumidores 
internos 
 
 
12 
Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Santa Catarina vem conquistando seu 
espaço, assim como ganha força a produção em alguns Estados do 
Nordeste, entre os quais o Ceará e Pernambuco. 
 
Comércio e Distribuição: A localização é fator primordial em 
função da rápida perecibilidade do produto e dos elevados custos com 
transporte e distribuição. Em São Paulo, lideram esse segmento a Veiling 
Holambra (leilão através da cooperativa), a CEAGESP (Cia de Entreposto de 
Armazéns Gerais de São Paulo) e a CEASA – Campinas (Central de 
Abastecimento S.A.). Apenas a Veiling Holambra responde por 40% do 
comércio de flores brasileiro, enquanto a CEAGESP e a CEASA – Campinas 
respondem, juntas, por 53%. 
 
Mercado Externo: Cada vez fica mais claro que o mercado de 
flores tem como tendência a exportação. No entanto, apenas cerca de 3% 
do movimento no mercado internacional são representados por flores 
tropicais, o que vislumbra a certeza do enorme potencial a ser explorado. 
Os principais países importadores das flores brasileiras são: Holanda, 
Alemanha, França, Estados Unidos e Suíça. 
 
Segundo a IBRAFLOR, as exportações brasileiras já atingiram, até 
setembro de 2003, a marca de US$ 14,4 milhões, superando o resultado 
global do ano de 2002, o que projeta vendas para 2003, em torno de US$ 
20 milhões, crescendo 34% em relação ao ano passado. 
 
Em se tratando de números mundiais, a floricultura ocupa uma 
área de 190.000ha, movimentando valores superiores a US$ 13 bilhões no 
setor de produção e US$ 44 bilhões no varejo. 
 
A Holanda representa mais de 50% das vendas externas 
brasileiras. As flores frescas, musgos e liquens, folhas e folhagens e plantas 
para ornamentação são os itens mais procurados, sendo que alguns deles 
responderam por taxas de crescimento superiores a 200% em relação ao 
ano de 2002. 
 
Os produtores brasileiros têm dispensado atenção especial à 
exploração de novos mercados. França e China são exemplos de países 
recém conquistados nos negócios com mudas e plantas ornamentais, assim 
como a Hungria e a Polônia nas folhagens secas. 
 
O quadro seguinte demonstra a posição da Balança Comercial 
Brasileira relativamente aos produtos relacionados com a floricultura. Nele, 
podemos verificar a contribuição desse setor para o saldo positivo no 
comércio exterior brasileiro. Note-se que muito há a acrescentar, de forma 
que a floricultura pode se transformar em um dos segmentos com maior 
potencialidade de geração de divisas para a economia nacional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
Balança Comercial Brasileira 
Plantas Vivas e Produtos da Floricultura 
Valores em US$ FOB 
2003 
 Conta-Corrente 
Mês Exportação Importação Saldo de 
 Comércio 
janeiro 1.672.839 340.244 1.332.595 2.013.083 
fevereiro 1.204.791 412.607 792.184 1.617.398 
março 1.080.666 247.357 833.309 1.328.023 
Abril 1.209.216 414.032 795.184 1.623.248 
Maio 1.744.767 824.428 920.339 2.569.195 
junho 2.076.702 503.894 1.572.808 2.580.596 
Julho 2.137.559 499.513 1.638.046 2.637.072 
agosto 2.011.442 297.940 1.713.502 2.309.382 
setembro 1.358.005 616.569 741.436 1.974.574 
outubro - - 
novembro - - 
dezembro - - 
 
Acumulado 14.495.987 4.156.584 10.339.403 18.652.571 
Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio - Secretaria de Comércio Exterior - ALICE 
Elaboração: Hórtica Consultoria e Treinamento. 
(1) não inclui árvores, arbustos e silvados de frutos comestíveis; mudas de cana-de-açúcar e de 
videira. 
 
 
Consumo: Em qualquer lugar do mundo, o consumo de flores 
pode ser dividido em: consumo de ocasião (datas festivas ou especiais), 
consumo de impulso (caso das mulheres que gostam de decorar o ambiente 
de trabalho, residência etc); consumo técnico (donas de casa, que têm nas 
flores o seu hobby) e consumo institucional (profissionais, que adquirem em 
larga escala para decoração). No Brasil, ainda prepondera o consumo 
sazonal ou de ocasião, herança da colônia portuguesa cuja produção atingia 
o mercado em datas comemorativas. 
 
O quadro a seguir demonstra o consumo per capita em alguns 
países do mundo. No caso brasileiro, onde o consumo é fortemente 
influenciado pela sazonalidade (ascendência nas datas festivas), iremos 
 
 
14 
verificar que cada consumidor gasta meros US$ 6.00 porano com flores 
quando na Argentina, país vizinho e de economia menos favorecida, o 
consumo se eleva para US$ 25.00. 
 
 
Consumo per capita em diversos países 
País Consumo (US$) 
Japão 180.00 
Noruega 143.00 
Suíça 163.00 
Alemanha 137.00 
EUA 36.00 
Argentina 25.00 
Brasil 6.00 
Fonte: KIYUNA (1998) 
 
Percebe-se que o Brasil possui amplas possibilidades de 
crescimento do consumo. Isso vai acontecer quando se intensificar a 
comercialização através de supermercados, quando a demanda tenderá a 
ser constante durante o ano, reduzindo os efeitos da sazonalidade. 
 
Alguns autores consideram que a demanda mundial por flores está 
em franca expansão, crescendo mais rapidamente que a oferta. Certamente 
esse será um segmento de forte atratividade para novos investidores onde 
vai prevalecer a qualidade e o preço (melhor relação custo x benefício). 
 
A floricultura brasileira evoluiu, nos últimos anos, numa média de 
15% e começa a atrair não só mais produtores como também a atenção de 
governos e entidades de pesquisa. 
 
No Ceará, o governo estadual vê nas flores uma saída para elevar 
o emprego no campo e aumentar a renda dos produtores. Para o Secretário 
de Agricultura e Pecuária, Rubens Aguiar, "Um hectare plantado com frutas 
como uva e manga emprega até três pessoas, e as receitas chegam a R$ 10 
mil por ano. Já o cultivo de rosas na mesma área emprega até 15 pessoas, 
e as receitas ficam entre R$ 100 mil e R$ 200 mil", diz ele. 
 
Essa performance já atraiu também a atenção da Embrapa, que 
tem 17 técnicos atuando no setor. Segundo estudos, o plantio de flores em 
um hectare de terra pode render 30 vezes mais do que o de milho, e três 
vezes mais do que o de uva e de manga. 
 
Por todas essas revelações, especialistas garantem um 
crescimento médio que deve se aproximar da taxa de 20% ao ano, 
tornando a floricultura uma das cadeias produtivas mais promissoras no 
agronegócio mundial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
2.4. MERCADO DE FLORES NA GRANDE SÃO LUÍS 
 
 
2.4.1. CARACTERÍSTICAS DO MERCADO 
 
O Estado do Maranhão, com uma população de 5,6 milhões de 
habitantes, possui na Grande São Luís (municípios de São Luís, Paço do 
Lumiar, São José de Ribamar e Raposa), com 1,05 milhões de habitantes, o 
seu grande nicho de mercado para a floricultura. 
 
O mercado de flores da Grande São Luís começou a se estruturar 
a partir de 1970. Possui forte característica artesanal e, salvo poucas 
exceções, quase não se vale dos recursos tecnológicos e assistência técnica 
no processo produtivo. 
 
A despeito de algumas vantagens apresentadas na região de São 
Luís (clima, solo, mercado e infra-estrutura), a ainda pequena produção 
local é voltada basicamente para o mercado praticado em São Luís e 
municípios mais próximos. 
 
Na Grande São Luís, a Cadeia Produtiva da Floricultura pode ser 
vista de acordo com a figura abaixo: 
 
 
 
Fonte: JC Consultores Ltda 
 
 
Os atores que atuam na Grande São Luís na cadeia produtiva de 
flores podem ser classificados e caracterizados da seguinte forma: 
 
Fornecedores de insumos: Representados pelas empresas que 
vendem produtos químicos (adubos, inseticidas, herbicidas, entre outros) e 
Fornecedores 
de 
Insumos 
 
Produtores
Atacadistas 
Varejistas 
Funerárias 
Prefeituras 
Consumidores 
 
 
16 
utensílios agrícolas; pelos fornecedores de adubos orgânicos (cama de 
galinha, esterco bovino etc); e pelos fornecedores de sementes e mudas. 
Esse grupo é importante para o funcionamento da cadeia produtiva porque 
os produtores, em sua maioria, dependem de adubos, defensivos, 
sementes, mudas e embalagem para produzir. 
 
Produtores: Formado por cerca de 41 produtores de flores e 
plantas ornamentais, sendo 14 em Paço do Lumiar, 14 em São José de 
Ribamar e 12 em São Luís, ocupando, ao todo, cerca de 35 ha. Estão 
divididos em dois grandes grupos. O primeiro grupo é formado pelos 
floricultores que produzem espécies voltadas para consumidores diretos, 
varejistas e decoradores. O segundo grupo está voltado para consumidores 
que desejam organizar jardins domésticos, praças públicas, áreas verdes 
etc. Na sua maioria, e em ambos os grupos, são produtores de pequeno 
porte e utilizam mão-de-obra familiar, empregando, em média, de três a 
quatro pessoas por unidade de produção, estas quase sempre inferiores a 
01 ha (um hectare). 
 
Consumo: A estrutura de consumo da Grande São Luís 
basicamente é concentrada nas vendas diretas, do produtor para o cliente. 
Os poucos atacadistas existentes limitam-se a importar de São Paulo e 
demais Estados do Sul e Sudeste do Brasil algumas variedades pouco 
cultivadas por aqui. Em alguns casos, essa importação é realizada pelos 
próprios produtores ou varejistas que objetivam ofertar uma linha completa 
de produtos aos seus clientes. 
 
Uma parte da produção passa pelo mercado varejista, ainda 
incipiente, representado por lojas onde são vendidos arranjos e buquês em 
pequena quantidade, normalmente destinados a presentear alguém. O 
mercado formado pelas funerárias e Prefeituras opera basicamente com a 
compra de mudas e plantio na decoração e paisagismo de áreas verdes e 
logradouros. Finalmente, os consumidores finais, constituídos por todos 
aqueles que adquirem flores para seu próprio consumo ou decoração de 
ambientes. 
 
 
2.4.2. AÇÕES INCENTIVADORAS 
 
A Universidade Estadual do Maranhão e o Serviço de Apoio às 
Micro e Pequenas Empresas do Maranhão - SEBRAE, através do Centro de 
Ciências Agrárias, realizaram, no dia 10/12/2002 a VI Feira de Flores e 
Plantas Ornamentais da Agronomia - FLOAGRO 2002. 
 
O tema central escolhido pelos organizadores foi "Flores do 
Maranhão". O evento buscou criar oportunidades para o agronegócio de 
plantas ornamentais e floricultura tropical, com uma visão empresarial; 
promover o intercâmbio técnico entre produtores, varejistas e atacadistas 
de São Luís e demais regiões do Maranhão, além de mostrar à população as 
potencialidades de flores tropicais e plantas ornamentais. 
 
Por conta desse encontro, nasceu entre os floricultores o ideal de 
constituir a Associação dos Produtores de Flores Tropicais e Plantas 
 
 
17 
Ornamentais da Ilha de São Luís – TROPIFLORA, entidade que objetiva 
abrigar os produtores e proporcionar melhores condições de produção e 
competitividade. 
 
Segundo o Engenheiro Agrônomo Francisco de Assis da Costa, 
Presidente da TROPIFLORA, a associação já conta com 37 associados, a 
grande maioria representada por produtores. 
 
 
2.4.3. ESTÁGIO ATUAL DA PRODUÇÃO 
 
O estágio atual da produção local ainda é rudimentar e o 
“produtor busca mais a quantidade em vez da qualidade”, afirma Assis 
Costa. São Luís produz cerca de 20% das flores tropicais comercializadas 
aqui. O restante é adquirido do Ceará e Pernambuco. No que diz respeito às 
folhagens, a produção local é auto-suficiente. 
 
Para Assis, as maiores dificuldades da produção local estão 
relacionadas com a falta de orientação técnica, escassez de financiamento, 
problemas de comercialização, falta de preocupação com a divulgação do 
produto e ausência de políticas seqüenciadas no setor. 
 
Nesse aspecto, citou a realização de um workshop no ano de 
2001, reunindo SEBRAE/MA, Banco do Nordeste, CINPRA (Consórcio 
Intermunicipal de Abastecimento), IPR (Instituto Municipal de Produção e 
Renda), UEMA (Universidade Estadual do Maranhão) e Sindicato dos 
Técnicos Agrícolas. Incentivados pelas intenções firmadas no workshop, os 
produtores, através do CINPRA e do IPR, chegaram a produzir 80.000 
mudas. No entanto, afirma ele, a UEMA só veio a iniciar suas pesquisas em 
2002, ano em que o SEBRAE passou a organizar os Comitês de Gestão. 
 
No estágio em que se encontra atualmente,o setor de floricultura 
requer muita ação para sair da condição de artesanal para o status de 
profissional. Os participantes ainda praticam o tipo de concorrência 
predatória e autofágica, reduzindo preços para efetuar suas vendas. A 
maioria dos produtores não dispõe capital e submete-se a preços 
visivelmente deficitários. A burocracia para obtenção do crédito, associada 
às taxas de juros, inibe quaisquer tentativas de encurtar o caminho entre o 
estágio atual e o desejado. 
 
Visando eliminar ou reduzir esses entraves, a recém-constituída 
TROPIFLORA planeja realizar treinamentos sob a forma de extensão rural 
para difusão de tecnologias inovadoras na produção de flores. Está também 
em seus planos realizar feiras itinerantes, semelhantes às que hoje são 
realizadas em bairros de São Luís na área de frutas e verduras. 
 
A associação vai procurar, ainda, incentivar os produtores a 
buscarem a filiação como forma de fortalecer os seus pleitos individuais e, 
mais importante, atuarem conjuntamente no mercado, desenvolvendo um 
conceito de qualidade nos moldes praticados pela Cooperativa de 
HOLAMBRA, em São Paulo. 
 
 
 
18 
Nesse mister, a classificação do produto é fator decisivo. Os 
critérios utilizados na Holambra são os seguintes: GRUPO A – Flores de 
qualidade (A1 – Planta considerada perfeita; A2 – Planta de boa qualidade e 
pequenas imperfeições). GRUPO B – Flores de pior qualidade 
comercializadas sem a marca; GRUPO C – Produtos considerados sem 
condições mínimas de comercialização. 
 
 
2.4.4. VARIEDADES EXPLORADAS 
 
Pôde-se verificar, nas visitas empreendidas aos diversos 
produtores, a infinidade de variedades cultivadas e o sem-número de 
formatos de venda dos produtos. Tornar-se-ia ocioso e extremamente 
penoso descrevê-las todas aqui, mas importa dizer que, naquilo que tange à 
comercialização, foram identificados os seguintes formatos: 
 
• Mudas de plantas ornamentais; 
• Bulbos, tubérculos e rizomas; 
• Flores e botões frescos; 
• Folhagens, folhas e ramos secos; 
• Musgos e liquens; 
• Arranjos e composições individualizadas; 
 
Naquilo que tange à unidade comercializada, podemos encontrar 
uma gama de alternativas, entre as quais: unidade; vaso; dúzia; pacote; 
caixa; m²; arranjo etc. 
 
Em termos de espécies, as mais cultivadas são: 
 
o Bromélias: Aechmea aquilega, Aechmea blanchetiana, 
Aechmea chantinii, Aechmea chantinii, Aechmea fasciata, 
Alcantarea imperialis,Alcantarea regina, Ananas bracteatus, 
Guzmania ligulata, Guzmania sanguinea. Família: 
Bromeliaceae; 
 
o Crisântemo: Chrysanthemum frutescens L. Família: 
Compositae; 
 
o Samambaias: Davallia fejeensis, Nephrolepis biserrata, 
Nephrolepis cordifolia, Nephrolepis exaltata, Nephrolepis 
multiflora, Nephrolepis pectinata, Dicksonia sellowiana. 
Família: Davalliaceae, Dicksoniaceae; 
 
o Pinheiros: Cupressus macrocarpa. Família: Cupressaceae; 
 
o Alfinete: Silene pendula L. Família: Laryophyllaceae; 
 
o Maranthas: Calathea backemiana E,Morren. Família: 
Marantaceae; 
 
o Marantas-cascavel: Calathea insignis Hort. ex. Bull. Família: 
Marantaceae; 
 
 
19 
 
o Palmeira-verde: Chamaedorea cataractarum Mart. Família: 
Palmae; 
 
o Pingo-de-ouro: Peristrofre angustifólia. Família: 
Alcanthaceae; 
 
o Érica: Cuphea gracilis Kunth. Família: Lythraceae; 
 
o Dálias: Dahlia pinnata Cav. Família: Compósitas; 
 
o Hortência: Hydrangea macrophylla (Thumb.),Ser.,Hydrangea 
guilfaylei. Família: Saxifragaceae; 
 
o Árvore da felicidade: Polyscias fruticosa (L) harms. Família: 
Avaliaceae; 
 
o Anturio: Anthurium andraeanum Linden. Família: Araceae; 
 
o Afelandra: Aphelandra squarrosa, Aphelandra sinclairian. 
Família: Acanthaceae; 
 
o Cróton: Codiaeum variegatum. Família: Euphorbiaceae; 
 
o Cravo-de-defunto: Tagetes patula L. Família: Compositae; 
 
o Agave: Agave angustifolia Haw. Família: Amaryllidaceae; 
 
o Cica: Cycas circinalis L. Família: Cycadaceae; 
 
o Azaléia: Rhododendron simsii Planch. Família Ericaceae; 
 
o Moreia: Dietes iridioides (L.) Sweet ex. Klatt. Família: 
Iridaceae; 
 
o Ipê- Amarelo: Tecoma stans (L.) Juss ex Kunth. Família: 
Bignoniaceae; 
 
o Hera- roxa: Hemigraphis alternata. Hera-vermelha: 
Hemigraphis repanda. Família: Acanthaceae; 
 
o Alpinia: Alpinia purpurata (Vieill.) K. Schum. Família: 
Zingiberácea; 
 
o Lírio-de-lima: Alstroemeria x hybrida. Lírio-beladona: 
Amaryllis beladonna L. Família: Amaryllidaceae; 
 
o Copo-de-leite: Zantedeschia aethiopeca (L.). Família: 
Araceae; 
 
o Petúnia: Petunia axillaris (Lam.) Britton. Família: Solanaceae; 
 
 
 
20 
o Lantana: Lantana camara L. Família: Verbeneceae; 
 
o Heliconêas: Heliconia bihai, Heliconia rostrata Ruiz e Paer, 
Heliconia goden toch amarela, Heliconia goden toch poo, 
Heliconia adrian, Heliconia stricta Huber, Heliconia acuminnata, 
Heliconia collinsiana Griggs, Heliconia latispatha Benth, 
Heliconia ortotricha L. Andersson, Heliconia x rawliniana 
Barreiros, Heliconia richardiana Meq. Família: Musaceae; 
 
o Bastão-do-imperador: Etlingera elatior (Jack)R. M. Sm. 
Família: Zingiberaceae; 
 
o Bananeira-vermelha: Musa coccinea Andrews. Família: 
Musaceae; 
 
o Sorvete: Zingiber spectabile Griff. Família: Zingiberaceae; 
 
o Cheflera: Schifflera arborícola. Família: Araliaceae; 
 
o Abacaxi-roxo: Tradescantia spathacea. Família: 
Commelinaceae; 
 
o Açucena: Hippeastrum hybridum. Família: Amaryllidaceae; 
 
o Crossandra: Crossandra infundibuliformes Nees. Família: 
Acanthaceae; 
 
o Graptófilo: Graptophyllum pictum (L.) Griff. Família: 
Acanthaceae; 
 
o Rabo-de-gato: Amaranthus caudatus L. Família: 
Amaranthaceae; 
 
o Crista-de-galo: Celosia cristata L. Família: Amaranthaceae; 
 
o Crino-de-rosa: Crinum erubescens. Família: Amaryllidaceae; 
 
o Crino, açucena-gigante: Crinum x powellii. Família: 
Amaryllidaceae; 
 
o Lírio-aranha: Hymenocallus caribaea. Família: 
Amaryllidaceae; 
 
o Alamanda-amarela: Allamanda cathartica L. 
Família:Apocynaceae; 
 
o Alamanda-do-sertão: Allamanda puberula. 
Família:Apocynaceae; 
 
o Cravo-da-índia: Erratamia coronária. Família:Apocynaceae; 
 
 
 
21 
o Café-de-salão dourado: Aglaonema commmutatum Schott. 
Família: Araceae; 
 
o Falso café-de-salão: Aglaonema crispum. Família: Araceae; 
 
o Tajá: Caladium x hartulanum Birdsey. Família: Araceae; 
 
o Jibóia ou era-do-diabo: Epiprimnum pinnatum (L.) Engl. 
Família: Araceae; 
 
o Arália-redonda: Polyscias balfouriana (Hort. ex André) L. H. 
Bailey. Família: Araliaceae; 
 
o Arália samambaia: Polyscias filicifolia (C. Moore ex E. Fourn.) 
L.H. Bailey. Família: Araliaceae; 
 
o Begônia metálica: Begonia aconitifolia ADC. Família: 
Begoniaceae; 
 
o Begônia vermelha: Begonia cinnabarina Hook. Família: 
Begoniaceae; 
 
o Begônia tuberosa: Begonia x tuberhybrida Voss. Família: 
Begoniaceae; 
 
o Cravo: Dianthus caryophyllus L. Família: Caryophyllaceae; 
 
o Trapoeraba: Commelina erecta L. Família: Commelinaceae; 
 
o Trapoeraba-roxa: Tradescantia pallida (Rose). D.R. Hunt var. 
purpurea Boom. Família: Commelinaceae; 
 
o Acalifa: Acalypha welkesiana Mull. Arg. Família: 
Euphorbiaceae. 
 
o Coroa-de-espinho: Euphorbia millii var. breonii (Nois.). 
Família: Euphorbiaceae; 
 
o Gloxini: Sinningia speciosa (Lodd.) Hiern. Família: 
Gesneriaceae; 
 
o Coração-magoado,cóleus: Solenostemon scutellatioides (L.). 
Família: Labiatae; 
 
o Dracena: Dracaena fragrans (L.) Ker Grawl. Família: Liliaceae; 
 
o Hibiscos: Hibiscus rosa-sinensis L. Família: Malvaceae; 
 
o Bananeira-de-jardim: Ensete ventricosum (Welw.); Família: 
Musaceae; 
 
 
 
22 
o Primavera, buganvilia: Bougainvillea glabra Choisy var. 
graciliflora Heimerl, spectabilis Willed. Família: Nyctaginaceae;o Mini-rosa: Rosa chinensis Jacq. var. simperflorens Koelme, R. 
chinensis Jacq. var. mínima Rhd, R. rouletti Hort. Família: 
Rosaceae; 
 
o Roseira: Rosa x grandiflora Hort Família: Rosaceae; 
 
o Ixora: Ixora chinensis Lam. Família: Rubiaceae; 
 
o Ixora-branca: Ixora finlaysoniana wall. ex. G. Don. Família: 
Rubiaceae; 
 
o Mussaenda-arbustiva: Mussaenda alicia Hort..Família: 
Rubiaceae; 
 
o Léia-rubra: Leea rubra Blume ex Spreng. Família: Vitaceae; 
 
o Saudade: Scabiosa atropurpurea L. Família: Dipsacaceae; 
 
o Suspiro: Celosia argentea L. Família: Amaranthaceae. 
 
 
 
2.4.5. PREÇOS PRATICADOS 
 
Os preços praticados em São Luís são muito influenciados pelos 
preços em outros Estados do Brasil. A depender da espécie e da qualidade 
do produto, os preços variam entre R$ 0,50 a R$ 50,00. 
 
Como já foi citada anteriormente, a principal preocupação do 
produtor está relacionada com a quantidade produzida, já que exploram 
pequenas áreas e a variedade de espécies produzidas obriga-lhes a plantar 
pequeno lote de cada espécie. Na maioria das vezes, os produtores não 
conseguem atender integralmente os pedidos e, diante disso, buscar 
ampliar as suas áreas, descuidando-se da qualidade. 
 
Por essa razão, e a despeito da beleza intrínseca das flores 
tropicais aqui produzidas, uma parte significativa do mercado ainda é 
abastecida pelas flores provenientes de outros Estados, principalmente de 
São Paulo. 
 
 
2.4.6. DIFICULDADES ENCONTRADAS 
 
As maiores dificuldades enfrentadas na cadeia produtiva de flores 
tropicais e plantas ornamentais são: 
 
• Mão-de-obra não qualificada 
• Baixo nível tecnológico na produção; 
• Falta de mudas de qualidade; 
 
 
23 
• Ausência de informações técnicas; 
• Assistência técnica deficiente (especialmente na produção e na 
comercialização); 
• Crédito insuficiente e burocratizado; 
• Infra-estrutura de escoamento deficiente; 
• Oferta irregular de água e energia elétrica; 
• Vias de acesso aos meios de produção considerados precários; 
• Falta de estudos e estratégias para abertura de novos 
mercados. 
 
Tais fatores inibem, senão inviabilizam, a estruturação mais eficaz 
da cadeia produtiva de flores em São Luís. Há certa unanimidade entre as 
pesquisas até aqui realizadas em afirmar que o baixo nível tecnológico, a 
assistência técnica insuficiente e a informalidade são as maiores causas da 
ainda baixa rentabilidade do setor. 
 
Considerado um produto destinado a um mercado onde os níveis 
de exigência são elevados, as flores e plantas ornamentais requerem 
cuidados especiais no quesito “comercialização”. Os floricultores, no 
entanto, sentem certo abandono no que tange à colocação do seu produto 
no mercado. As vias de acesso entre as áreas de produção e o mercado 
geralmente são precárias e os produtores não têm meios de transportar a 
sua produção até o consumidor. Não há, também, quase nenhuma 
divulgação das flores locais, o que dificulta qualquer ação de incrementar 
vendas. 
 
 
2.4.7. PERSPECTIVAS 
 
A despeito das dificuldades já relatadas, o mercado de flores e 
plantas ornamentais em São Luís está encontrando espaço para 
crescimento. O número de produtores vem aumentando constantemente, 
despertando ações governamentais vindas especialmente da Prefeitura 
Municipal de São Luís, que promove as flores tropicais através de feiras, 
seminários e outros eventos. 
 
A criação de novos pólos de produção, com visão estratégica 
voltada para o agronegócio, vai tornar, sem dúvida, o setor mais dinâmico e 
potencialmente mais rentável. A infra-estrutura disponível no Estado 
permitirá que, uma vez vencida a limitação do aspecto qualitativo da 
produção, o produto alcance o desejado mercado externo, onde os 
resultados são mais promissores. 
 
De acordo com a Revista do Mercosul N° 69 - Ano 2001, a 
variedade de espécies exploradas em nosso País ajuda a ampliar o mercado 
onde o Brasil atua lá fora. Interessada em levar as flores maranhenses para 
a Europa, a Premium Seeds, do Paraná, que pesquisa, produz, importa e 
exporta espécies bulbosas ornamentais, esteve no Maranhão para conhecer 
as variedades de flores da região e levar algumas delas para serem 
comercializadas também nos Estados Unidos. 
 
 
 
24 
"Estamos em busca de novos produtos, para que possamos 
aumentar a variedade de produtos oferecidos aos nossos clientes", assegura 
o empresário paranaense Carlos Rodaka, que por quatro dias visitou o 
município de São José de Ribamar e São Luís (bairros de Maioba, Maiobão e 
Quebra-Pote), onde conheceu as plantas ornamentais. "Algumas variedades 
estão sendo levadas agora, para sabermos o grau de adaptação ao clima de 
Curitiba, e outras serão multiplicadas aqui e enviadas posteriormente para 
que possamos comercializá-las", informou. 
 
O governo do estado do Maranhão já desenvolve, em parceria 
com o Banco do Nordeste e o Sebrae, o Programa de Cultivo de Flores 
Tropicais. "A intenção é dinamizar a cultura desta beleza natural", diz a 
paisagista e coordenadora do programa, Antônia Lima Oliveira. 
 
Em termos de Brasil, os floricultores trabalham em parceria com a 
Agência de Promoção de Exportações (APEX). O objetivo é reunir 
produtores de todo o País, criar uma marca brasileira e conquistar os 
mercados dos Estados Unidos, Europa e Japão, informa a APEX. Parte da 
estratégia é aumentar a presença do Brasil nas grandes feiras internacionais 
do setor, como a de Aalsmeer, na Holanda, ou o Superfloral Show, em 
Charlotte, nos Estados Unidos. 
 
Além das rosas, o Brasil exporta flores tropicais, como helicônias, 
alpíneas e musáceas. A maioria dessas espécies é cultivada em estados do 
Nordeste. “Para exportar um produto tão frágil como flores, é preciso que 
elas tenham alta qualidade”, explica Alfredo Tilli, especialista em arranjos 
florais. 
 
O crescimento das exportações surtirá efeito na geração de 
empregos. Trata-se de um mercado de uso intensivo de mão-de-obra em 
toda a cadeia, desde a produção até a distribuição e comercialização. Por 
essa razão, a exportação de flores começa a desabrochar no Nordeste. O 
governo do Ceará desenvolve o projeto Agroflores, de incentivo à plantação 
de crisântemos e flores tropicais. Os produtores do Estado, além de vender 
para o mercado interno, já exportam para Holanda, Alemanha e Estados 
Unidos. A localização geográfica do Ceará – a cerca de seis horas de avião 
tanto da Europa quanto do Sul dos Estados Unidos – facilita a exportação. 
Esse exemplo se aplicaria facilmente aos produtores do Maranhão. 
 
Estados, como o Pará e Amazonas, também estão correndo por 
fora na tentativa de colocar um pé nesse mercado e incrementar a receita 
dos seus agro-empresários. O jornal Diário do Pará, edição de 28/09/2003 
estampou a seguinte manchete: FLORES – PARÁ VAI MUITO ALÉM DO 
JARDIM. Segundo o matutino, os floricultores paraenses se preparam para 
expandir as áreas cultivadas em busca do mercado internacional. 
 
A floricultura firma-se, portanto, como tendência de exploração 
dentro da cadeia do agrobusiness. Isso se deve, como já vimos, aos 
resultados que podem ser obtidos em cada hectare cultivado, à crescente 
demanda por flores no mercado mundial e, ainda, na especialização dos 
produtores. 
 
 
 
25 
O Maranhão precisa urgentemente dar maior atenção aos seus 
floricultores. As bases produtivas já estão montadas. No entanto, o 
segmento atua de forma precária por falta de assistência técnica, 
divulgação do produto e crédito. A solução desses problemas não é coisa do 
outro mundo. 
 
 
 
26 
 
3. PERFIL DA PRODUÇÃO 
 
 
3.1. QUANTIDADE E LOCALIZAÇÃO DOS PRODUTORES 
 
 
Os produtores 
de flores tropicais e 
plantas ornamentais 
estão localizados nos 
municípios de São Luís, 
São José de Ribamar e 
Paçodo Lumiar, que 
compõem a Grande São 
Luís. 
 
 
Foram identificados e entrevistados 41 (quarenta e um) 
produtores, distribuídos de acordo com o gráfico seguinte. 
 
Localização dos Produtores
14
1215
São Luis P. Lumiar S.J. Ribamar
 
Fonte: JC Consultores Ltda 
 
 
Alguns estudos anteriores haviam identificado 54 produtores na 
Ilha de São Luís, sendo 30 em Paço do Lumiar, 14 em São José de Ribamar 
e 10 em São Luís. Ocorre que os produtores de Paço do Lumiar, 
especialmente aqueles da comunidade Vassoural, exploram pequenas áreas 
em regime de produção familiar. Às vezes, numa mesma área, produzem 
duas ou três pessoas da mesma família em regime de cooperação entre si. 
Optamos, neste estudo, em consolidar a produção por área explorada, 
reduzindo o número de produtores para 14 em Paço do Lumiar. 
 
 
 
 
27 
3.2. ÁREA EXPLORADA E MÃO-DE-OBRA EMPREGADA 
 
No seu conjunto, os produtores de flores tropicais e plantas 
ornamentais da Grande São Luís exploram uma área aproximada de 35ha, 
sendo que a maioria deles explora área inferior a 01ha (um hectare) e 
emprega até 04 (quatro) pessoas na condução das atividades. Há 
preferência pela mão-de-obra familiar, como pode ser visto nos gráficos 
seguintes. 
 
Em Paço do Lumiar, todos os 14 produtores empregam menos de 
cinco trabalhadores em suas unidades produtivas. Em São José de Ribamar 
verificou-se que apenas dois produtores empregam mais de cinco pessoas 
nas unidades de produção. O restante ficou na média inferior a cinco. O 
mesmo acontece em São Luís, onde apenas um produtor emprega mais de 
cinco trabalhadores. 
 
11 1
14 -
13 2
São Luis
P. Lumiar
S.J. Ribamar
Número de Pessoas Empregadas
Até 5 5 a 10
 
Fonte: JC Consultores Ltda 
 
Os produtores utilizam intensivamente a mão-de-obra familiar. 
Considerando todos eles, são 60 (sessenta) pessoas empregadas nas áreas 
que produzem flores tropicais e plantas ornamentais, sendo 11 em São 
Luís, 30 em Paço do Lumiar e 19 em São José de Ribamar. 
 
Paço do Lumiar é o município onde os produtos mais utilizam o 
sistema familiar de produção. Isso se deve ao modelo implantado, voltado 
para pequenas áreas cultivadas nas comunidades, quase sempre contando 
única e exclusivamente com o esforço dos membros da família. 
 
Em contrapartida, São Luís é o município que menos emprega a 
mão-de-obra familiar. Boa parte dos produtores têm suas áreas na própria 
zona urbana e preferem pagar trabalhadores para conduzir a atividade. 
 
 
 
 
28 
São Luis
P. Lumiar
S.J. Ribamar
11
30
19
-
5
10
15
20
25
30
Mão-de-Obra Familiar
 
Fonte: JC Consultores Ltda 
 
 
 
3.3. PRODUTORES ENTREVISTADOS 
 
Segue, abaixo, a relação dos produtores entrevistados, registrando-
se que três produtores não foram localizados. 
 
PRODUTORES DE SÃO LUÍS BAIRRO ENDEREÇO/TELEFONE 
Antonia Lima Oliveira Jardim São Cristovao Rua 02, Qd. 02 Fone 221-4002 
João de Sousa Guimarães Alegria/Maracana Rua Menino Jesus , 600 Fone 241-6057 
Margarete Rocha Costa Calhau Rua 05, QD.04, nº 20 Fone 227-3205 
Clademir Costa dos Santos Bequimação Av. Jerônimo de Albuquerque – Fone 9617.0271 
Miguel Assis Marques Maracanã Rua Nova,casa 100 
Milton Ferreira de Araújo Quebra-Pote Rua Bom Jesus, 20 
Nerivaldo Assunção Maracanã BR, 135 – Km 08 Fone 241-1910 
Raimunda Vieira Brasil Alto do Calhau Estrada velha da Caema, 52 Fone 221-0300/252-3003 
Rogério Arlindo Brixner Bequimao Av. Jerônimo de Albuquerque 
Viveiro Cheroki São Francisco Rua 02, 531 Fone 3082-0899 
Zilma Carmo Oliveira de Abreu Turu Rua General Artur Carvalho, nº 200 Fone 248-0061 
Givaldo Macedo Correa Maracanã Estrada velha da Vila Esperança Fone 9601-5656/236-2334 
PRODUTORES DE PAÇO DO 
LUMIAR COMUNIDADE ENDEREÇO/TELEFONE 
Ana Maria Barros Vassoural – Maioba Rua Principal, nº 73 Tel. 239-4585 
Antonia Gonçalves São Pedro- Maioba Rua Principal, 
Cleiton Leonardo S. Oliveira Vassoural – Maioba Rua Principal, nº 55 Tel. 265-0306 
Edvaldo Rodrigues Vassoural – Maioba Rua Principal S/N – Vassoural 
Eusamar da S. Ferreira de Melo São Pedro- Maioba Estrada da Maioba, nº 47 Tel. 265-0183 
Francisco Ferreira Melo Vassoural – Maioba Rua Principal, nº 58 
Gercina Dalva Mendes Melo São Pedro- Maioba Rua Principal, nº 30 
Luiza Ferreira de Melo São Pedro- Maioba 
Estr. da Maioba, Km 07 – Sitio São Pedro, nº 32 – Tel. 238-
8569 
Maria Assunção F. de Melo São Pedro- Maioba Rua Principal, nº 31 Tel. 265-0451 
Maria da Conceição F. Costa Vassoural – Maioba Av. Principal, nº 63 – Tel. 239-0741 
Marlene de Jesus Ferreira São Pedro – Maioba Estrada da Maioba, 104 Fone 265.0122 
Maria Luiza Pires Sales Paço Lumiar Rua do Fio Telegrafo, nº 3 – Maioba – 236- 
Naide da Costa Pereira Vassoural- Maioba Rua Principal, nº 100 Tel. 265-0120 
Zélia Maria da Silva Vassoural – Maioba Rua Principal, nº 23 
 
 
 
 
29 
PRODUTORES DE SÃO JOSÉ 
DE RIBAMAR COMUNIDADE ENDEREÇO/TELEFONE 
Ana Lucia Caracas São Jose de Ribamar Estrada da Maioba km 12 – Tel. 237-5056 
Antonio Jose Campos Maiobinha Rua 13 de maio nº 164 – Tel. 225-0579 
Benilson do Nascimento Santos Maiobinha Rua do Colégio, nº 3 – 245-8958/9117-2292 
Maria dos Anos Diniz da Silva São Jose de Ribamar Estrada da Maioba, 75 Fone 238.4615 
José de Ribamar do Nascimento Maiobinha Fone 225.2036 
Dilene Terezinha Lobão São Jose de Ribamar Povoado de Santana – Tel. 235-6325 
Eduardo Azevedo São Jose de Ribamar Estrada do Café, 32- Estrada da Mata- Tel. 245-6956/237-1014 
Irmã Egidia de Sousa São Jose de Ribamar Estrada da Panaquatira 
Julio César de Sousa Martins São Jose dos Indios Rua do Janguara, nº 99 – Tel. 236-1482 
Luis Gomes da Silva Maiobinha Rua 13 de maio nº 125 - Tel. 225-1826 
Mario de Godoy Jr. São Jose de Ribamar Quinta da Mata – Rio São João – Tel. 9971-8659 
Reginaldo F. Silva São Jose de Ribamar Tel. 236-4433 
Reniton Gomes do Nascimento São Jose de Ribamar Rua do Colégio, nº 33 -Tel. 225-2036 
Valdenir Conceição dos Santos Maiobinha N. S. da Conceição, s/n – Maiobinha – Tel. 244-6756 
Domingas de Fatima Fernandes Maiobinha Rua Tiangua, nº 30 - Tel. 225-0628 
Fonte: JC Consultores Ltda 
 
 
 
3.4. RECURSOS UTILIZADOS 
 
 
O recurso mais utilizado pelos produtores de flores tropicais e 
plantas ornamentais da Grande São Luís é a adubação. Quase todos os 
produtores declararam utilizar adubo, principalmente orgânico, comprado 
diretamente das granjas. O adubo constitui-se em um dos maiores custos 
enfrentados pelos produtores. 
 
Uma pequena parcela dos produtores declarou haver feito uma 
única análise do solo das suas propriedades, logo que iniciou a exploração. 
A maioria, porém, não utiliza tal recurso técnico. 
 
 
0 10 20 30 40 50
Adubo/corretivo
Análise solo
Ass. Técnica
Herb/inseticida
Inform. Mercado
Informática
Mecanização
Outros
Recursos Utilizados
SIM
NÃO
 
 
 
 
 
 
 
30 
RECURSOS UTILIZADOS SIM NÃO TOTAL 
Adubo e corretivo 35 6 41 
Análise solo 8 33 41 
Ass. Técnica 11 30 41 
Herbicida einseticida 16 25 41 
Informações de Mercado 9 32 41 
Informática 1 40 41 
Mecanização 1 40 41 
Outros 1 40 41 
 
 
Percebe-se que a produção pouco utiliza os recursos existentes 
para melhorar a performance da atividade. Quase ninguém utiliza 
mecanização agrícola ou tampouco os recursos da informática para controle 
e registro dos resultados. 
 
 
 
3.5. CUSTOS DE PRODUÇÃO 
 
 
Em face do baixo nível de controle gerencial por parte dos 
produtores, não foi possível obter dados mais precisos a respeito da 
composição dos custos de produção. 
 
Para chegar aos indicadores registrados no gráfico abaixo, foram 
feitos levantamentos individualizados junto àqueles produtores com maior 
nível de organização. Para uma produção com rendimentomédio mensal em 
torno de R$ 1.000,00 (algo em torno de 0,20ha) os gastos são os 
seguintes: 
 
 
COMPOSIÇÃO DOS GASTOS E 
LUCRATIVIDADE % R$ 
GASTO 
TOTALPARA 
35 HA 
Lucro 25% 250,00 43.750,00 
Serviços 24% 240,00 42.000,00 
Embalagem 5% 50,00 8.750,00 
Equipamentos 1% 5,00 875,00 
Adubo 36% 355,00 62.125,00 
Herbicida e inseticida 8% 80,00 14.000,00 
Sementes e mudas 2% 20,00 3.500,00 
TOTAL 100% 1.000,00 175.000,00 
Fonte: JC Consultores Ltda 
 
 
Assim, pode-se inferir que o rendimento médio por hectare gira em 
torno de R$ 5.000,00, o que é muito baixo considerando os padrões de 
rentabilidade alcançados em outros Estados. Esse, no entanto, é um 
rendimento razoável, se levarmos em conta o nível de tecnologia empregado, o 
que leva a acreditar no potencial de crescimento do negócio. 
 
 
 
31 
Composição dos Custos de produção
1% 5%
24%
25%
2%8%
36%
Lucro Serviços Embalagem Equipamentos
Adubo Herb/inseticida Sementes e mudas
 
Fonte: JC Consultores Ltda 
 
 
Quanto ao volume total das compras, pode-se inferir, tomando 
como base de cálculo o valor levantado acima, que as compras gerais do 
setor em São Luís giram de acordo com a tabela seguinte. 
 
 
VOLUME ESTIMADODAS 
COMPRAS MARANHÃO OUTROS ESTADOS 
Embalagem 950,00 7.800,00 
Equipamentos 75,00 800,00 
Adubo 40.000,00 12.125,00 
Herbicida e inseticida 2.000,00 12.000,00 
Sementes e mudas 3.000,00 500,00 
TOTAL 46.025,00 33.225,00 
PERCENTUAL 61% 39% 
Fonte: JC Consultores Ltda 
 
Apesar da maioria dos produtores produzirem suas próprias 
mudas, às vezes é necessário comprar mudas melhoradas em outros 
Estados. Os demais insumos são adquiridos na própria capital do Estado ou 
nas imediações da unidade produtiva. A origem desses insumos, entretanto, 
quase sempre é de fora, à exceção do adubo orgânico. 
 
 
 
3.6. MERCADO EXPLORADO E POTENCIAL 
 
O mercado atualmente explorado é São Luís, onde são destinadas 
mais de 98% da produção. O interior do Estado consome 1,54% da 
produção e há registro de uma única transação para outro Estado do Brasil, 
que representou 0,42% da produção. 
 
 
 
 
32 
0,00%
2,00%
0,42%
5,00%
1,54%
23,00%
98,04%
70,00%
Exterior
Brasil
Interior MA
São Luís
Mercado: Atual x Potencial
ATUAL POTENCIAL
 
Fonte: JC Consultores Ltda 
 
Em termos de projeção do mercado, considerando as ações de 
divulgação do produto e a capacidade que a região oferece em termos de 
exportação, é possível alcançar outros mercados, inclusive o externo, 
conforme se verifica no gráfico acima. 
 
 
3.7. QUEM SÃO OS CLIENTES 
 
As vendas diretas aos consumidores são a maioria, com mais de 
37% de ocorrências. Vendas para as lojas varejistas vêm em segundo 
lugar, com 15,68%. Vendas nas feiras e bancas (13,25%), para 
Atravessadores e Outros tipos de vendas empatam na posição seguinte, 
com 12,05% cada uma. Por último, registram-se as vendas às funerárias, 
com 9,64%. 
 
12,05%
37,35%
12,05%
13,25%
9,64%
15,66%
Outros
Venda própria
Atravessadores
Feiras/bancas
Funerárias
Lojas
DESTINO DAS VENDAS
 
Fonte: JC Consultores Ltda 
Os dados acima são confirmados por declarações prestadas por 
decoradores e proprietários de casas de eventos, grandes consumidores de 
flores temperadas (flores vindas de São Paulo). Para eles, o consumo das 
flores tropicais está em fase de crescimento e tenderá a assumir uma 
participação cada vez maior na decoração de ambientes na medida em que 
os consumidores passarem a aceitá-las com maior intensidade. 
 
 
33 
3.8. PROBLEMAS ENFRENTADOS PELOS PRODUTORES 
 
 
3.8.1. PROBLEMAS TÉCNICOS 
 
Poucos produtores acusaram a existência de problemas técnicos. 
A melhor explicação para o baixo índice de respostas se deve mais ao fato 
de que, por produzirem, em sua maioria, dentro de um nível muito 
rudimentar de produção, quase não recorrem à tecnologia, razão por que 
não consideraram a possibilidade de incorrerem em problemas técnicos. 
 
Onze produtores acusaram a falta de pesquisas para lastrear seus 
procedimentos produtivos. Dizem que a sua produção foi desenvolvida 
muito mais à custa da tentativa e erro do que propriamente seguindo algum 
estudo técnico. 
 
Para seis produtores entrevistados, o custo da tecnologia 
inviabiliza a sua aplicação no sistema produtivo adotado, ou seja, a 
produção que desenvolvem não suporta os custos tecnológicos. 
 
Quatro deles disseram que existe pouca oferta de tecnologia à 
disposição dos produtores de flores tropicais. Registraram-se, ainda, duas 
reclamações quanto a problemas com custo da produção. 
 
Problemas Técnicos Enfrentados
0 2 4 6 8 10 12
Outros
Custo de produção
Não existe pesquisa
Baixa oferta de tecnologia
Custo da tecnologia
 
Fonte: JC Consultores Ltda 
 
 
3.8.2. PROBLEMAS DE COMERCIALIZAÇÃO 
 
Os produtores, na sua maioria, acusaram os baixos preços como 
um dos principais problemas enfrentado em termos de comercialização dos 
seus produtos. Foram 17 reclamações nesse sentido. Interessante notar que 
os Decoradores disseram que não utilizam mais flores tropicais em seus 
arranjos porque são caras. Alguns chegaram a afirmar que as flores 
tropicais adquiridas em Fortaleza, no Ceará, chegam em São Luís mais 
baratas que as flores locais, mesmo considerando o custo do frete. 
 
 
34 
Problemas de Comercialização
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18
Outros
Rápida deterioração
Qualidade do produto
Preços baixos
Pouca demanda
Logística
 
Fonte: JC Consultores Ltda 
 
A baixa demanda foi registrada por doze produtores como fator 
inibidor da produção. Esse aspecto está relacionado com a quase 
inexistente divulgação do produto. Falta marketing que, no atual estágio, 
não tem como ser bancado pela maioria absoluta dos produtores. Poucos 
são aqueles que divulgam a sua marca, dispõem de um catálogo ou fazem 
incursões profissionais junto aos potenciais clientes. 
 
Problemas de logística atrapalham muito, dizem nove produtores. 
Na verdade, o problema da logística atrapalha a quase todos porque os 
locais de produção quase sempre não dispõem de linha regular de 
transporte e o produtor não reúne condições para adquirir um veículo. Esse 
fato obriga ao cliente a ir até o produtor, enfrentando péssimas estradas 
não sinalizadas e, ainda, enfrentando atendimento de qualidade duvidosa. 
 
Apesar de seis produtores identificarem problemas com a 
qualidade do seu produto, os consumidores não fizeram registros nesse 
sentido. As flores tropicais produzidas em São Luís estão razoavelmente 
dentro de um padrão compatível com as exigências do mercado local, 
informa Assis Costa, Presidente da TROPIFLORA, a associação local dos 
produtores. Possivelmente, esse mesmo produto sofreria problemas de 
classificação em São Paulo e em outros mercados mais exigentes, mas já há 
uma tendência nascente em busca dos melhores padrões de qualidade. 
 
Rápida deterioração é um problema que cinco produtores fizeram 
questão de anotar. Diga-se que as flores tropicais, em ambientes propícios, 
apresentam durabilidade média acima de quinze dias contra três ou quatro 
dias das flores temperadas. O produtor se refere, quando acusa esse 
problema, ao prazo para venda do seu produto. Às vezes, as flores perdem 
suas melhores características e não aparecem interessados para adquiri-las. 
 
Há que se registrar, entretanto, que a baixa divulgação do 
produto e o desenvolvimento de um esquema que permita a 
comercialização mais amiúde são, de longe, os principais problemas 
enfrentados pelos produtores. 
 
 
 
 
 
 
35 
3.8.3. PROBLEMAS DE FINANCIAMENTO 
 
A maioria nunca chegou a se quer tentar obter um financiamento 
bancáriopara a implantação ou custeio da sua atividade. Eles justificam 
essa baixa aptidão ao crédito a fatores críticos, como as elevadas taxas de 
juros cobradas pelos bancos. Talvez resida aí a falta de informação ou a 
quase não existente orientação técnica. Existem linhas de crédito, como 
aquelas operacionalizadas com recursos dos Fundos Constitucionais, que 
financiam a atividade com taxa de juros bem razoáveis. 
 
Cerca de dez produtores tentou obter financiamento e desistiram 
porque encontraram muita burocracia para liberar os recursos. Esse é um 
argumento poderoso do qual os bancos não podem esquivar-se. A realidade 
mostra que o produtor, para obter um financiamento para a sua atividade, 
obriga-se a uma “via crucis” infindável, arrumando uma papelada que 
nunca satisfaz os analistas. Apesar dos inúmeros benefícios instituídos, 
como Fundo de Aval, o crédito continua inacessível para a maioria. 
 
 
 
Problemas de Financiamento
0 2 4 6 8 10 12 14
Poucos projetistas
Faltam recursos
Exigência de garantias
Prazos inadequados
Juros elevados
Burocracia
 
Fonte: JC Consultores Ltda 
 
 
Outros problemas foram indicados pelo produto, como a questão 
das garantias e a pouca disponibilidade de projetistas para elaborar projetos 
que sirva não apenas para obter o financiamento mas também para orientar 
o produtor. Nesse caso, a falta de especialização e de equipes de assistência 
técnica dificultam o acesso ao crédito e inibem o crescimento alavancado da 
produção. 
 
 
 
 
3.8.4. PROBLEMAS COM A MÃO-DE-OBRA 
 
 
Baixa capacitação da mão-de-obra, eis um problema sério 
enfrentado pela imensa maioria dos produtores. Quase todos os 
trabalhadores rurais são oriundos da lavoura e estão pouco acostumados à 
lide da floricultura. Além disso, desconhecem os cuidados mínimos que 
 
 
36 
devem ter para obter a melhor qualidade do produto, principalmente na 
fase pós-colheita. 
 
Custo da mão-de-obra é um problema que afeta a todos os 
setores, inclusive o da floricultura. A questão está relacionada com os 
elevados encargos sociais que encarecem a mão-de-obra, razão pela qual 
preferem utilizar-se de mão-de-obra familiar, fugindo um pouco das 
exigências legais. 
 
 
Problemas de Mão-de-obra
0 2 4 6 8 10 12 14 16
Outros
Baixa capacitação
Cultura de lavouras
Recrutamento
Custo elevado
 
Fonte: JC Consultores Ltda 
 
 
Alguns registraram certa dificuldade em recrutar a mão-de-obra 
com vocação para a atividade, o que não é nenhuma novidade ante a baixa 
capacitação. 
 
 
 
3.9. PARCERIAS 
 
 
Apenas oito produtores afirmaram haver desenvolvido algum tipo 
de parceria, sendo que três deles não identificaram qual o parceiro, dois 
consideraram os bancos como parceiros e também os prestadores de 
assistência técnica. Um deles afirmou ter parceria com organismos de 
pesquisa. 
 
 
 
Principais Parceiros
3
1
2
2
Outros Órgãos de pesquisa Ass. Técnica Bancos
 
Fonte: JC Consultores Ltda 
 
 
37 
3.10. FILIAÇÃO 
 
Dezenove deles declararam-se filiados a uma associação e 22 
informaram não participar de nenhum tipo de associativismo. Essa 
informação destoa um pouco da informação prestada pela TROPIFLORA, que 
disse possuir 37 associados. É provável que alguns produtores não se 
considerem associados em função de que a TROPIFLORA ainda não iniciou 
as suas atividades junto aos filiados. 
 
 
Filiação
19
22
Associação Nenhuma
 Fonte: JC Consultores Ltda 
 
 
 
38 
 
4. VENDEDORES 
 
 
4.1. IDENTIFICAÇÃO DOS CANAIS DE VENDA 
 
 
Foram identificados 16 (dezesseis) empreendimentos ocupados 
em vender ou distribuir flores, sendo 15 em São Luís e um em São José de 
Ribamar. Dois deles podem ser considerados atacadistas e revendem flores 
e arranjos trazidos basicamente de São Paulo. Os outros quatorze 
empreendimentos operam no varejo. 
 
 
Tipo de Empreendimento
2
14
Atacado Varejo
 Fonte: JC Consultores Ltda 
 
 
NOME LOCALIZAÇÃO TIPO 
Estação Verde Renascença Varejo 
Folhagem Curva do 90 Atacado 
Bosque Comércio de Plantas Ponta d'Areia Varejo 
Depósito das Flores Anjo da Guarda Varejo 
Floricultura Verde Arte Renascença Varejo 
Floricultura Lírio do Campo Vinhais Varejo 
Florestinha Pau Brasil (Ceasa) Cohafuma Varejo 
Florada das Rosas Renascença II Varejo 
Flor de Maio Renascença II Varejo 
Flor de Maio Jaracati Varejo 
Flor de Maio Cohama Varejo 
Flor de Maio Centro Varejo 
Flor de Maio Centro Varejo 
Cesar Cairo Paisagismo Calhau Varejo 
Floricultura Doces Rosas Cohatrac II Atacado 
Floricultura Doces Rosas Centro Varejo 
 Fonte: JC Consultores Ltda 
 
 
 
 
39 
4.2. CARACTERÍSTICAS DA COMERCIALIZAÇÃO 
 
Uma das principais características das floriculturas de São Luís é a 
localização, geralmente nas principais vias de acesso da cidade, facilitando 
a comercialização. Alguns varejistas também produzem no mesmo local de 
comercialização, dispondo sempre de um produto fresco e com boas 
características. 
 
A maior parte das flores ornamentais comercializadas em São 
Luís, no mercado varejista, tem como procedência o Estado de São Paulo e, 
em segundo lugar, o Estado do Maranhão. Os principais fornecedores 
paulistas encontram-se nas cidades de Holambra, Atibaia, Campinas e 
Indaiatuba. 
 
O abastecimento da cidade é feito através dos atacadistas, que 
fazem pedidos à Cooperativa de Holambra e a outros produtores fora do 
Estado do Maranhão. As flores são enviadas em caminhões refrigerados, 
cabendo aos atacadistas redistribuírem junto aos varejistas (floriculturas, 
paisagistas, floras, feiras livres, decoradores, casas de evento etc). 
 
Numa escala menor, os próprios caminhões refrigerados 
incrementam a oferta local. Quase sempre, por medida de segurança, esses 
caminhões trazem uma quantidade de flores superior àquela que foi pedida 
pelos atacadistas. Essas sobras são comercializadas pelos caminhões 
diretamente aos consumidores finais. 
 
Tal prática tem gerado certo desconforto junto a atacadistas e 
varejistas. A comercialização informal praticada nos caminhões (sem 
emissão de nota fiscal e sem os custos de uma loja de flores) é feita a 
preços muito baixos, contribuindo para vilipendiar o preço do produto. 
 
Alguns caminhões são, na verdade, empreendimentos particulares 
onde seus proprietários, geralmente o próprio motorista, adquirem as flores 
nos leilões em São Paulo (Veiling) e vêm distribuindo ao longo da rota pelos 
Estados onde passa. 
 
Além disso, existe um pequeno número de distribuidores que não 
dispõe de todo “mix” de flores e plantas ornamentais para ofertar, e 
recorrem aos proprietários dos caminhões para suprir suas ocasionais 
deficiências. 
 
Como não há uma fiscalização mais eficiente por parte das 
autoridades fazendárias, o município de São Luís transformou-se, nos dias 
atuais, em um verdadeiro paraíso da informalidade. Além das flores, 
podemos encontrar caminhões vendendo uma série de outros produtos, 
sem cumprir nenhuma formalidade fiscal. Entre outros produtos, já foram 
identificados os seguintes: cofres, frutas, vinhos, tapetes, móveis de vime, 
artigos de plásticos etc. 
 
 
 
 
 
 
40 
4.3. SAZONALIDADE 
 
 
A produção de flores tropicais e plantas ornamentais quase não 
sofre problemas relacionados com a sazonalidade. A maioria das espécies 
cultivada produz o ano todo, exceção a duas ou três variedades que têm a 
sua época especifica no ano. 
 
No entanto, a comercialização apresenta restrição em face dos 
hábitos de compra concentrarem-se nas datas festivas. Meses, como 
janeiro, maio, junho, novembro e dezembro são tradicionalmente favoráveis 
ao mercado de flores por estarem relacionados com as festividades de Ano 
Novo, dia das mães, mês das noivas,dia dos namorados, dia dos finados, 
Natal e confraternizações em geral. 
 
A sazonalidade decretada pelos hábitos de consumo faz com que 
os preços sofram ligeira alteração para cima nas épocas de maior demanda, 
principalmente na parte da comercialização relacionada com as flores 
provenientes de outros Estados. Os quadros a seguir mostram os preços 
médios de compra e venda praticados nas principais espécies 
comercializadas em São Luís. 
 
 
 
VARIEDADES ADQIRIDAS DE SÃO PAULO E OUTROS ESTADOS 
Produto Embalagem Preço em SP Preço local 
Antúrio Dúzia 17,50 35,00 
Azaléia Dobrada Caixa 38,50 52,50 
Begônia Caixa 20,50 28,00 
Boca de Leão Maço 3,50 5,00 
Branquinha Pacote 3,00 5,00 
Cravina Pacote 6,50 15,00 
Cravo Comum Dúzia 7,00 25,00 
Crisântemo Comum Pacote 8,00 30,00 
Crisântemo Polares Vaso 2,00 5,00 
Estrelícia Dúzia 3,70 5,00 
Gérbera Caixa 28,30 36,00 
Gipysofila Maço 2,90 25,00 
Girassol Pacote 3,40 25,00 
Lírio Dúzia 13,50 36,00 
Orquídea Unidade 1,10 4,50 
Palmeira Maço 1,00 2,00 
Rosa Dúzia 4,00 20,00 
Sempre Viva Pacote 2,50 4,00 
Violeta Caixa 12,50 42,00 
Fonte: IBRAFLOR, CEASA Campinas, CEAGESP e JC Consultores Ltda. 
 
 
 
 
 
 
 
41 
VARIEDADES PRODUZIDAS NA GRANDE SÃO LUÍS 
Produto Preço Época 
Alpinea Rosa/Vermelho Grande 0,90 Ano Inteiro 
Alpinea Rosa/Vermelho Medio 0,80 Ano Inteiro 
Alpinea Rosa/Vermelho Pequeno 0,50 Ano Inteiro 
Alpinia Rosa/Vermelho Tipo B 0,60 Ano Inteiro 
Alpinia Klml 1,00 Ano Inteiro 
Alpinia Jungle Queen 1,00 Ano Inteiro 
Calatea Burlemaxil (várias cores) 1,00 Ano Inteiro 
Bastão do Imperador 1,00 Ano Inteiro 
Zingilber Spectabilis (Sorvete) 0,90 Setembro/Maio 
Musa Coccínea (vermelha) 1,20 Ano Inteiro 
Musa Velutina (Rosa) 1,50 Ano Inteiro 
Musa Ornata (Lilás) 1,50 Ano Inteiro 
Antúrio Francês 1,50 Ano Inteiro 
Antúrio (várias cores) 1,20 Ano Inteiro 
Antúrio (várias cores) 1,00 Ano Inteiro 
Antúrio (mini) 0,50 Ano Inteiro 
Costus Speciosus (vinho) 0,80 Ano Inteiro 
Costus Ananassae (Tapeinoquilus) 1,30 Ano Inteiro 
Costus Spicatus Vermelho/Laranja 0,80 Novembro/Setembro 
Cosuts Spicatus (cobra) 0,80 Setembro/Março 
Costus Kiss (Rosa) 0,80 Ano Inteiro 
Monocostus Uniflorus (verde) 1,00 Setembro/Junho 
Renanthera (Coral) 1,20 Set/Dez – Abril/Maio 
Heliconia Rostrata (12 dias) 0,90 Agosto/Abril 
Heliconia Golden Torch Grande 0,70 Ano Inteiro 
Heliconia Golden Torch Pequena 0,50 Ano Inteiro 
Heliconia Episcopalis 0,80 Setembro/Junho 
Heliconia Raulialana (Bihai) 0,80 Setmbro/Marco 
Heliconia Liumilis (Bihai) 0,80 Ano Inteiro 
Heliconia Caribe 0,90 Agosto/Janeiro 
Heliconia Napi Yellow (Amazônica) 1,00 Setembro/Janeiro 
Heliconia Wagneriana 0,90 Agosto/Janeiro 
Heliconia Latispatha (várias cores) 0,80 Ano Inteiro 
Heliconia Stricta (Fiire Bird) 0,80 Ano Inteiro 
Heliconia Lingulata 1,00 
Heliconia Collinstana 1,00 Setembro/Maio 
Heliconia Carthacea (sex Pink) 1,50 Ano Inteiro 
Heliconia Carthacea (sex Scarlet) 1,50 Ano Inteiro 
Heliconia Kameliamea 1,00 Janeiro/Setembro 
Heliconia Red Opol Grande 0,80 Ano Inteiro 
Heliconia Red Opol Pequena 0,70 Ano Inteiro 
Heliconia Fire Opol grande 0,80 Ano Inteiro 
Heliconia Fire Opol Pequeno 0,70 Ano Inteiro 
Heliconia Adrian Grande 0,70 Ano Inteiro 
Heliconia Adrian Pequeno 0,50 Ano Inteiro 
Heliconia Sassy grande 0,60 Setembro/Junho 
Heliconia Sassy Pequeno 0,50 Setembro/Junho 
Heliconia Suriname (Botão) 0,30 Setembro/Junho 
Heliconia Strawbery 0,40 Setembro/Junho 
Fonte: JC Consultores Ltda 
 
 
Os preços das variedades produzidas na Grande São Luís foram 
coletados junto aos produtores mais organizados e se referem à média 
praticada no mercado local. Sabe-se, como já foi dito, que muitos 
produtores baixam seus preços para efetivar vendas, sendo esse um dos 
grandes problemas enfrentados em toda a cadeia produtiva. 
 
 
 
 
 
 
42 
4.4. GERAÇÃO DE EMPREGO 
 
Tanto empreendimentos varejistas quanto atacadistas empregam 
um número pequeno de pessoas. Cerca de 75% deles empregam até cinco 
pessoas. Pouco menos de 20% empregam entre cinco e dez pessoas e um 
único empreendimento, que representa 6% do total pesquisado, emprega 
mais de dez pessoas. 
 
 
Nº Empregos
12
1
3
Até 5 5 a 10 Mais 10
 Fonte: JC Consultores Ltda 
 
 
 
4.5. ORIGEM DO PRODUTO COMERCIALIZADO 
 
Conforme já se podia antever, a maior parte das flores 
comercializadas na Grande São Luís é proveniente de outros Estados 
brasileiros, especialmente de São Paulo. São quase 63% do total contra 
pouco mais de 25% produzidas aqui mesmo. Se considerarmos que as 
flores comercializadas por atravessadores também são provenientes de 
outros Estados, chegamos à marca de quase 75%, conforme pode ser 
evidenciado no gráfico seguinte. 
 
É importante destacar que esse quadro ainda é conseqüência de 
alguns fatores que ocorrem no mercado, entre os quais o mais evidente é a 
falta de divulgação do produto local que contribui para que seja pouco 
utilizado junto ao público com maior potencial de consumo: os decoradores. 
 
Outro fator a considerar é o preço do produto. A helicônia, a flor 
tropical mais procurada, chega a ser comercializada pelos produtores locais 
a R$ 2,00 quando é comprada de outros Estados por R$ 1,50, incluindo o 
custo do frete. 
 
 
 
 
 
43 
Fornecedores
62,73%11,82%
25,45%
Outros Estados Atravessadores Produtores Locais
 
 Fonte: JC Consultores Ltda 
 
 
 
4.6. MERCADO EXPLORADO 
 
Cerca de 94% das flores são atualmente consumidas na Capital do 
Estado do Maranhão. O restante, pouco mais de 6%, é comercializada no 
interior do Estado. No entanto, existe possibilidade de, em curto prazo, 
haver mudanças nesse panorama. A demanda em outros Estados pode 
fazer com que 5% das flores possam ser comercializadas fora do Estado do 
Maranhão e, se bem estruturada, a cadeia produtiva pode até mesmo 
exportar 2% da sua produção. 
 
 
Exterior Outros
Estados Interior MA São Luís
0,00%
20,00%
40,00%
60,00%
80,00%
100,00%
Mercado: Atual x Potencial
Atual
Potencial
 
 Fonte: JC Consultores Ltda 
 
 
 
 
 
 
 
44 
4.7. CLIENTELA 
 
Os fornecedores de flores vendem seus produtos diretamente aos 
consumidores finais, nas lojas de varejo. Tais compras representam mais de 
70% das vendas. Os decoradores vêm em segundo plano, representando 
quase 17% desse mercado. Deve-se considerar, entretanto, que boa parte 
dos decoradores efetua compras diretas o que faz desse grupo o mais 
influente na cadeia produtiva. Casas de evento, bares, restaurantes e 
funerárias participam com uma pequena fatia do mercado. O grupo Outros 
está relacionado com escolas, hospitais, prefeituras e o próprio governo, 
que demandam flores em ocasiões específicas. 
 
 
6,82%
16,82%
70,45%
1,82%
1,36%
2,73%
Outros
Decoradores
Consumidores
Bares/Rest.
Funerárias
Casas de Evento
Clientela
 
 Fonte: JC Consultores Ltda 
 
 
 
4.8. PROBLEMAS ENFRENTADOS 
 
Os vendedores de flores identificaram vários problemas, entre os 
quais se destacaram a questão da rápida perecibilidade do produto e a 
elevada carga tributária. Registraram, ainda, como problema relevante os 
custos que incorrem na atividade e a falta de mão-de-obra capacitada para 
operar com flores. 
 
Não menos importantes e que mereceram registro foram os 
problemas com a oferta irregular, a baixa qualidade dos produtos e os 
preços que eles mesmos praticam, considerados baixos e sem perspectivas 
de reajustar no curto prazo. 
 
É importante analisar cada um desses problemas, de forma a 
entendê-los melhor para que possam surgir políticas de abordá-los com 
eficiência. 
 
 
 
45 
2
5
1
4
6
2
6
1
Outros
Custos elevados
Preços baixos
Mão-de-obra
Carga tributária
Oferta irregular

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