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• I« IBADEP Instituto Bíblico da Assembléia de Deus - Ensino e pesquisa IBADEP - Instituto Bíblico da Assembléia de Deus - Ensino e Pesquisa Av. Brasil. S/N° - Eletrosul - Cx. Postal 24S 85980-000 - Guaíra - PR Fone/Fax: (44) 3642-2581 3642-6961 ' 3642-5431 E-maíl: ibadep u íbadep com Site: w~ww.ibadep.com índice Lição 1 - 0 Mundo B íb lico ........................................ 13 Lição 2 - Geografia Física da Pa les t ina ................... 39 Lição 3 - Geografia Econômica e Humana da Palestina................................................... 71 Lição 4 - Geografia Política da Pa lest ina................. 95 Lição 5 - A Ásia Menor e as Viagens do Apóstolo P a u lo ........................................................ 119 Referências B ib liográficas........................................141 Mapas Bíblicos 143 O Mundo Bíblico Lição 1 O mundo bíblico situa-se no atual Oriente Médio e terras do contorno do Mar Mediterrâneo, mais precisamente na Mesopotâmia, nas planícies entre os rios Tigres e Eufrates. É ele o berço da raça humana. Na dispersão das raças após o dilúvio (Gn 10 e 11): t Sem povoou o sudoeste da Ásia; t Cão povoou a África, Canaã e a Península Arábica; í Jafé povoou a Europa e parte da Ásia. O Fértil Crescente Se traçarmos uma linha curva partindo do Egito, passando pela Palestina e a Síria Mediterrânea, e, seguindo depois até ao Golfo Pérsico, teremos uma meia lua razoavelmente perfeita. Há quatro mil anos, esse poderoso semicírculo em redor do deserto da Arábia, denominado "Fértil Crescente" abrigava grande número de cultura e civilizações ligadas umas às outras como pérolas e um colar. Dela irradiou luz clara para toda humanidade. Ali foi o centro de civilizações desde a chamada "Idade da Pedra até a Idade do Ouro" da cultura greco-romana. 13 Como já vimos, a faixa de terra estreita que vai de Ur, no sul da antiga Caldéia, até as proximidades do Nilo, é chamado então de Fértil Crescente^ Em algum ponto dessa imensa região, a humanidade teve o seu berço, antes e depois do dilúvio. Civilizações importantes, tais como a Suméria, a Acádia e a Aramita, deram inicio ao progresso e os levaram para outras partes da terra. Tigre e Eufrates, no Oriente e no Ocidente, ligavam-se por estradas reais, que passavam por Harã, Alepo, Damasco, Jerusalém e alcançavam o Egito. Caldéia, Assíria e Egito se tornaram potências. Essas potências disputavam em campo de batalha o domínio do mundo. Canaã estava no centro dessas potências entre a Mesopotâmia e o Nilo. A terra de Canaã era uma passagem obrigatória para assírios, caldeus e egípcios. Sendo assim, Canaã se tornou o centro do Fértil Crescente, terras disputadas pelas potências do Mundo Antigo. Por isto, o Velho Testamento registra muitas vezes Israel sendo ameaçado pelos assírios e caldeus, recorrendo ao poder militar do Egito e vice-versa. Quando Napolassar, auxiliado por Ciaxiares, rei dos persas, destruiu Nínive e sepultou o grande Império Assírio e lançou as bases do Império Caldeu, com capital em Babilônia, todas estas potências perseguiram Israel e atacaram o Egito, e o Egito revidou também com suas tropas. Do poder dos gregos, Judá não se livrou; os romanos subjugaram IsraeJ e destruíram Jerusalém em 70 d.C. e só foi restaurado o Estado Judaico em 1948 d.C. Desde que os judeus se implantaram na Palestina, no meado do século passado, o mundo todo passou a se despertar pelo Oriente Médio, e até 14 mesmo os árabes, esquecidos por séculos, passaram a ocupar um lugar proeminente1 entre as nações. Os árabes se impõem pelo petróleo e os judeus pelo valor espiritual. Israel retornou à terra que Deus deu a Abraão e à sua descendência em possessão perpétua, conduzido pelo braço do Senhor, porque lhe está reservado por profecias, papel importante nos acontecimentos que precederão ao arrebatamento da Igreja, à Gna_ad_e Tribulação, à Volta de Cristo e o Milênio. Israel mais uma vez, ocupando o centro das atenções da terra e Jerusalém, sendo a coroa para todos os povos. Limites do Mundo Bíblico Em termos gerais pode-se delinear a área do Mundo Antigo da seguinte maneira: ^ Ao norte: começa na Espanha, passa pelo norte da Itália e Mar Negro e vai até ao Mar Cáspio; Ao leste: uma linha reta que parte do Mar Cáspio, e passando pelo Golfo Pérsico vai até o Mar Arábico; @ Ao sul: uma linha reta que, partindo do Mar Arábico, vai à direção oeste, passando pela Etiópia e terminando no deserto da Líbia, no continente africano; ® Ao oeste: uma linha reta que parte do sul do deserto da Líbia e termina na Espanha, abrangendo o Egito e as regiões do norte da Á fr ica . Em termos mais específicos diríamos que a referida área fica situada entre longitude 5o oeste e 55° leste, e entre 10° e 45° latitude norte. 1 Que se alteia acima do que o circunda; que sobressai. 15 A Extensão do Mundo Bíblico No Mundo Bíblico encontram-se diversas regiões, áreas, países e acidentes naturais. Citaremos apenas alguns casos, dado o limitado espaço que temos. ** Mesopotâmia (Gn 24.10; Dt 23.4; At 2.9). Berço da humanidade. Não é verdade o que muitos manuais de História Geral declaram ser o Egito o berço da humanidade. A verdade está na Bíblia. Aqui existiu o Éden Adamico. Na Mesopotâmia destacam-se dois países: s Babilônia, de capital do mesmo nome. Outros nomes antigos: Caldéia (Ez 11.24); Sinear (Gn 14.1); Sumer. É o sul da Mesopotâmia. •/ Assíria (Gn 2.14; 10.11). É o norte da Mesopotâmia. É hoje parte do Iraque. Capital: Nínive, destruída em 607 a.C. Ao oeste ficava o Reino de Mari. Os mitânios habitavam em volta de Haran, ao Norte da Assíria. Arábia. Capital: Petra (gr.) e Sela (hb.). Vai da foz do Nilo ao Golfo Pérsico. Local onde Israel peregrinou à procura de Canaã_, A parte da Península do Sinai era chamada Arábia Pétrea. A Lei foi dada nessa terra e o tabernáculo foi erigido pela primeira vez nesse lugar. A região de Ofir, fornecedora de ouro ficava possivelmente na Arábia (1 Rs 9.28). Pérsia. Documentos desenterrados nas últimas décadas revelam-nos existirem duas Pérsias. A Grande Pérsia, localizada no sudeste de Elã é 16 atualmente o Irã e a Pequena Pérsia limitava-se, ao norte, pela Magna Média. Em um sentido amplo, o território persa compreendia o Planalto do Irã, toda a região confinada pelo Golfo Pérsico, os vales do Tigre e do Ciro, o Mar Cáspio e os rios Oxus, Jaxartes e Indo. No tempo de Assuero, marido de Ester, as possessões persas estendiam-se da índia à Grécia, do Danúbio ao Mar Negro, e do Monte Cáucaso ao Mar Cáspio ao norte e atingia, ainda, o deserto da Arábia e Núbia. m' Elão. Região além do Tigre, ao oriente da Babilônia, limitada ao norte pela Síria e pela Média; ao sul pelo Golfo Pérsico, ao oriente e ao sudeste, pela Pérsia. Hoje incorporado no Irã. Capital: Susã (Gn 14.1; At 2.9). *" Média. Esta região ficava ao norte de Elão, ao leste da Assíria, ao sul do Mar Cáspio e partes da Armênia, e ao oeste da Pártia. Há uma única menção dos partas na Bíblia, em Atos 2.9, onde se faz referência aos povos representados em Jerusalém no dia de Pentecostes. Armênia. Em sua parte encontra-se o planalto chamado antigamente de Ararate (Gn 8.4) que por sua vez, localiza-se na Ásia Ocidental. É o lugar das nascentes dos rios Eufrates, Tigre e Aras. Síria. Mesmo que Arã (Não confundir com Harã). Capital: Damasco (Is 7.8). Seu território não é o mesmo da Síria moderna (At 11.26). 17 Nos dias de Jesus tornara-se sede da província romana, da qual fazia parte a Palestina (Lc 2.2). A capital dessa província era Antioau ia. A Síria era na época governada por um legado1 romano. •*" Fenícia.Atualmente é o Líbano, em parte. Cidades principais: Tiro e Sidon. Os fenícios eram navegantes famosos e primitivos exploradores; fundaram Cartago, na África do Norte (hoje Túnis). Nosso alfabeto vem dos fenícios cerca de 1500 a.C. ( IRs 9.26-28; Mt 11.22; 15.21). Egito. É o país mais citado na Bíblia depois da Palestina. Em hebraico seu nome é Mizraim (Gn 10.6). Teve várias capitais nos tempos bíblicos. Parte do seu futuro, profeticamente falando, está em Ezequiel 29.15. Fica ao norte da África. •' Etiópia. Fica ao sul do Egito. Segundo Gênesis 2.13, existia outra Etiópia na região norte da Mesopotâmia - a chamada Terra de Cush (hebraico). A profecia em Salmos 68.31 a respeito da Etiópia, teve seu cumprimento a partir de Atos 8.26- 39, quando a fé cristã foi ali introduzida. É país de princípios cristãos até hoje. A Etiópia da Bíblia compreende hoje a Abissínia e a Somália. m' Líbia. Extensa região da África do Norte. Simão, o que ajudou Jesus a levar a cruz, era natural de Cirene - cidade da Líbia (Mt 27.32). 1 Na antiga Roma, comissário do Senado encarregado de f isca lizar a administração das províncias. 18 Igualmente, no dia de Pentecostes estavam cireneus em Jerusalém (At 2.10). Ásia. A Ásia dos tempos bíblicos não era como o atual continente asiático atual, era uma província romana situada na parte ocidental da chamada Ásia Menor ou Anatólia (At 6.9; 19.22; 27.2; IPe 1.1; Ap 1.4,11). Capital dessa província: Éfeso. Toda a região dessa antiga Ásia Menor compreende hoje o território da Turquia. Grécia ou Hélade (At 20.2). No Antigo Testamento, em hebraico, é Java ou Iônia (Gn 10.4,5). A maior parte da Grécia Antiga era conhecida pelo nome de Acaia„(At 18.12); nome esse derivado dos aqueus - povo que a habitou. Na época do Novo Testamento a Grécia era constituída de estados isolados sob os romanos. Nesse tempo, sua capital política era Corinto, não Atenas. Em Corinto residia o procônsul romano. Macedônia (At 19.21). Ficava ao norte da Grécia. A antiga Macedônia é hoje parte do território de vários países, a saber: norte da Grécia, sul da Bulgária, Iugoslávia e parte da Turquia. O ministério do apóstolo Paulo ocorreu na Ásia Menor, Grécia e Macedônia, principalmente. A capital da Macedônia era Pella. Ilírico (Rm 15.19). Região européia onde Paulo ministrou a Palavra de Deus. É hoje a Albânia e parte da Iugoslávia. A parte principal da Iugoslávia de hoje é a antiga Dalmácia de 2Timóteo 4.10. 19 Itália (At 27.1; Hb 13.24). País banhado pelo Mediterrâneo, situado ao sul da Europa. Em Roma, sua capital, foi fundado um diminuto reino em 753 a.C., que mais tarde viria a ser senhor absoluto do mundo conhecido - O Império Romano. Para a Itália Paulo viajou e pregou o Evangelho como prisioneiro. *■ Espanha (Rm 15.24,28). Paulo manifestou o propósito de viajar para a Espanha. Segundo os estudiosos da Bíblia, a cidade de Társis mencionada em Jonas 1.3; 4.2; ficava ao sul da Espanha., sendo no tempo de Jonas o extremo do mundo conhecido do povo comum. Foi a Espanha grande perseguidora dos cristãos durante a Idade Média, especialmente através dos tribunais da sinistra Inquisição. Palestina ou Canaã. Região banhada pelo Mediterrâneo ao oeste, tendo ao norte a Fenícia e a Síria, e ao leste e sul da Arábia, sendo que ao sui também fica parte do Egito. As suas características serão estudadas detalhadamente mais adiante neste livro. Ilhas dos Gentios ou Ilhas do Mar. É designação aplicada na Bíblia às ilhas do Mediterrâneo e Mar Egeu, das quais as principais são: Creta, Chipre, Rodes, Patmos, Mitilene, Samotrácia e talvez Malta e Sicília, bem como de regiões mais remotas1, pouco conhecidas nos tempos bíblicos. 1 Muito afastado no espaço; distante, distanciado. 20 Montanhas Uma vez que vamos estudar separadamente - na lição 2 deste livro - a Geografia da Palestina, trataremos neste tópico das montanhas extrapalestínicas do Mundo Antigo relacionadas com a história bíblica. Destas, as quatro mais importantes são as seguintes: ■ *' Ararate. Fica no sudeste da Armênia; célebre pelo encalhe da arca de IMoé; tem cerca de 5.000 metros de altitude. Devemos notar, entretanto, que o texto bíblico em Gênesis 8.4 diz que a arca parou sobre "os montes de Ararate". Portanto ignora-se o local exato do pouso da arca, embora a tradição aponte a montanha mais alta da região como tal e cujo nome é Ararate. Sinai ou Horebe. Localizado no extremo sudoeste da Ásia, na Península1 do Sinai, que tem forma triangular e que é banhado por dois braços do Mar Vermelho chamados Golfo de Suez e Golfo de Ácaba, ficando este do lado oriental da península e aquele do lado ocidental. A península da sua natureza divide-se em duas partes: s Uma ao norte, predominante, deserta e com leves elevações; s Outra ao sul, na qual predominam a topografia montanhosa, de elevações entre 1000 e 2000 metros de altitude cortada por vales de dimensões variadas, cobertas de alguma 1 Porção de terra cercada de água por todos os lados, menos um, pelo qual se liga a outra terra. 21 vegetação em certas épocas do ano. É nesta região sul da península que se localiza o monte Sinai, também chamado Horebe. No monte Sinai Moisés recebeu a Lei com a qual se firmou o pacto entre Deus e o povo de Israel, originando-se, assim, a nacionalidade hebraica com seus aspectos religioso e civil. No mesmo monte, uns poucos anos antes, Moisés teve a visão da sarça ardente - quando apascentava os rebanhos do seu sogro - e seis séculos depois Elias, o profeta, teve a visão de Deus ( lR s 19) em que lhe foi revelado que, apesar da idolatria de Israel havia muitos joelhos em seu meio que não se haviam dobrado a^Baal. Hoje o Sinai é conhecido pelo nome de Jebel-Musa, que significa "monte de Moisés". *■ Líbanos. A cordilheira1 dos montes Líbanos, que corre paralelamente à costa oriental do Mediterrâneo, fica na parte ocidental da Síria, ao norte da Palestina, e apresenta-se em duas divisões: Líbano e Antelíbano. Esta divisão não é conhecida nas Escrituras Sagradas, mas vem desde os tempos da dominação grega e persiste até hoje. A cadeia de montanhas que fica ao oeste é conhecida como Líbano e a que fica ao leste como Antelíbano. A altitude de ambas as cadeias varia entre 1.900 e 3.300 metros. A sua extensão na direção norte-sul é de aproximadamente 180km e na direção oeste-leste varia entre 20 e 30 km em linha aérea. 1 Sistema de altas montanhas que se desenvolvem em grande extensão, geralmente parale las e próximas ao litoral, lançando cadeias de montanhas secundárias. 22 0 vale que separa as duas cadeias de montanhas toma nomes diferentes: v' Ao sul é chamado vale do Leontes, por onde corre o rio do mesmo nome; •/ Pouco mais para o norte é conhecido como o vale de Mispá. que se estende por entre os contrafortes das duas cadeias; ^ E do centro para o norte toma o nome de vale do Orontes, pois serve de leito para o rio do mesmo nome. No tempo de Josué o vale era conhecido simplesmente como vale do Líbano. Era famoso pela sua fertilidade. Nas encostas dos Líbanos cresciam os famosos cedros e as esbeltas faias, madeiras empregadas na construção do templo de Salomão, cobertura de navios, palácios dos reis, instrumentos musicais, enfim, por serem de grande duração. Os montes Líbanos são freqüentemente citados nas Escrituras. ~^ Seir. Na realidade Seir não é um monte isolado e sim uma serra de montanhas que corre na direção norte-sul na região de Edom, na Arábia Ocidental (durante a dominação romana denominada Arábia Pétrea), entre o sul do Mar Morto e o estremo norte do Golfo Ácaba, cuja altitude varia entre 300 e 2.000 metros na encosta leste.Um pouco afastado da serra, mas pertencendo ao mesmo sistema, fica o monte Hor, onde morreu Arão, irmão de Moisés, durante a peregrinação de Israel em demanda1 à terra da promessa. Nas montanhas de Seir, provavelmente na sua parte norte, habitava Esaú, na região central dos 1 Em busca de; à procura de. 23 montes Seir onde ficava a cidade-fortaleza Petra, também conhecida como Selá. posto militar guardião das fronteiras meridionais do Império Romano. Questionário f Assinale com "X" as alternativas corretas 1. O Mundo Bíblico situa-se no atual: a) CH Continente Asiático e parte da Oceania b) H Oriente Médio e terras do contorno do Mar Mediterrâneo c) D Ocidente, precisamente no continente europeu e africano d) D Oriente Próximo e terras do litoral do Golfo Ácaba 2. Na Mesopotamia, berço da humanidade, destacam- se dois países: a) 0 Fenícia e Egito b) CU Egito e Babilônia c) fx] Babilônia e Assíria d) D Espanha e Palestina 3. Célebre pelo encalhe da arca de Noé; fica no sudeste da Armênia. a) EH Monte Seir b) [J Monte Sinai c) D Monte Horebe d) [x] Monte Ararate y* Marque "C" para Certo e "E" para Errado 4.IC I A faixa de terra estreita que vai de Ur, no sul da antiga Caldéia, até as proximidades do Nilo, é chamado então de Fértil Crescente 5 5 O Egito foi o local onde Israel peregrinou à procura de Canaã 24 Rios Na vasta área do Mundo Antigo podemos considerar quatro rios importantes: Nilo, Tigre Eufrates e Jordão. *•" Nilo. Com cerca de 6.500 km de comprimento, é 0 primeiro rio do continente ajricano e o segundo do mundo, tendo suas nascentes na região dos grandes lagos da África Equatorial, por onde se estende seus dois braços chamados Nilo Branco e Nilo Azul e seus afluentes. O Nilo corre na direção sul-norte através do Egito, desaguando no Mediterrâneo através de um vasto estuário1 de 250 km de largura, formado pelo os três braços (que antigamente eram sete), denominado delta. As chuvas produzidas pelas nuvens formadas sobre o Oceano Índico e levadas pelos ventos sobre as cordilheiras da África Oriental e Equatorial faziam transbordar o Nilo e seus afluentes, levando para o Egito a aluvião1 2 fertilizante das vertentes das montanhas. O transbordamento do Nilo nas regiões áridas do Egito e conseqüentes abundância das colheitas, notadamente na região do delta, era considerado pelos egípcios obras dos seus deuses. Caráter sagrado que o povo atribuía ao rio. A parte navegável ia até a Ilha Elefantina, antigamente chamada Yeb, 1.145 km ao sul de Cairo, junto da primeira catarata. Há mais cinco 1 Tipo de foz em que o curso de água se abre mais ou menos largamente. 2 Depósito de cascalho, areia e argila que se forma junto às margens ou à foz dos rios, proveniente do trabalho de erosão; alúvio. 25 outras cataratas no alto Nilo que não permitem a navegação. Além de ser o ponto final da rota comercial, a Ilha Elefantina também era o posto militar mais avançado do governo egípcio na direção sul, pois as escavações nela efetuada mostram vestígios de fortificações que abrigavam guarnições militares. Provas iguais nos oferecem as ruínas da cidade de Siene (moderna Assuã), referida em Ezequiel 29.10, que fica em frente da ilha. Na mesma ilha ainda foram encontradas ruínas de colônias judaicas e documentos em papiro em grande quantidade que relatam acontecimentos entre 400 e 525 a.C., oferecendo novos dados sobre a dispersão dos judeus pelo mundo de então, suplementando, assim, a narrativa bíblica relativa ao assunto. Tigre (gr.) ou Hidéquel (hb.). Este é o rio que nasce nas montanhas da Armênia, corre na direção sudeste banhando o lado oriental da Mesopotâmia até juntar-se com o rio Eufrates, cerca de 160 km antes do Golfo Pérsico. Devido à mudança do leito do rio através dos tempos - pelos os meios naturais (inundações), e artificiais (canalização) - e também preferências de suas diversas nascentes, o percurso total do Tigre varia entre 1.780 e 2.300 km segundo os dados oferecidos pelos diversos autores. Nos tempos remotos ele desaguava diretamente no Golfo Pérsico, mas, devido ao aluvião formado na baixa Mesopotâmia, hoje despeja as águas no Eufrates que daí para frente recebe o nome de Shat-el-Arab. Em sua margem esquerda, na altura de seu terço superior, ficam as ruínas da antiguíssima 26 cidade de Nínive, cuja história começa no terceiro milênio a.C., e no seu terço inferior, na margem direita, fica a cidade de Bagdá. Fora os primeiros capítulos de Gênesis, pouquíssimas são as referências bíblicas ao Tigre. Eufrates, o "Grande Rio". As suas nascentes acham-se no maciço montanhoso da Armênia. De início, o rio corre para o ocidente, chegando a uma distância de apenas 93 km do Mediterrâneo. Depois toma a direção sudeste, atravessando a célebre cidade de Babilônia a cerca de 140 km do seu estuário. O curso total deste rio também varia entre 2.880 e 3.330 km, segundo diversos autores. Aparentemente esta diferença se explica pelas mesmas razões citadas com referência ao comprimento do rio Tigre. Na época da maior glória do domínio hebreu o rio Eufrates era o seu limite nordeste. Também constituía o limite ocidental da Mesopotâmia extremamente fértil especialmente na região sul, ou baixa - Mesopotâmia, também chamada Caldéia. Todos os anos os dois rios depositam uma faixa de terra no fundo do Golfo Pérsico fazendo-o recuar. Calcula-se que desde os tempos de Abraão, quando a sua cidade (Ur) era porto marítimo, o Golfo Pérsico tenha recuado cerca de 250 km. Também o Eufrates nos tempos antigos desaguava diretamente no Golfo Pérsico. Hoje, cerca de 160 km ao norte do referido Golfo junta-se com o Tigre e daí em diante é chamado Shajtjel-Arab. Jordão. Este é o rio da terra santa, inúmeras vezes referido nas Escrituras Sagradas. É formado por 27 várias nascentes nas encostas noroeste e oeste do monte Hermom - sendo quatro as principais: a Bareighit, Hasbani, Ledã e Banias - e corre na direção norte-sul. l\lo seu percurso total, cerca de 340 km pelo leito sinuoso1, atravessa dois lagos - o de Merom (atualmente chamado Hulé) e o da Galiléia - desaguando no Mar Morto. A peculiaridade do Jordão é que este é o único rio do mundo cujo leito é inferior ao nível do mar. A depressão começa desde 3 km ao sul das águas de Merom e continua cada vez mais acentuada até chegar a 426 metros no Mar Morto, cuja profundidade chega a 400 metros. Portanto, trata-se de uma depressão de 826 metros sendo a mais profunda do globo terrestre, O Jordão nasce nas montanhas do Antilíbano, ao oeste do monte Hermom, e é o principal rio da Palestina, ele corre na direção norte- sul, dividindo o estado judaico em duas partes diferentes deixando na região leste a Transjordânia e na região oeste, a terra de Canaã. Seu nome significa "decaimento" ou "aquele que desce"; e em virtude de sua grande sinuosidade, tem sido apelidado de "serpentina". No seu curso superior, ao norte, estão as fronteiras sírio-israelense e jordano-israelense. Nascentes: Esse rio inicia-se nos montes do Antilíbano, (especialmente o Hermom) em cujos picos a neve cai o ano todo; e quando esta sofre a alta temperatura, torna-se líquida e vai se deslizando pela superfície da terra, ou se infiltrando pelas brechas do solo até formar as nascentes do rio Jordão. 1 Que apresenta curvas irregulares, em sentidos diferentes; ondulante, tortuoso, f lexuoso. 28 O início do rio propriamente dito começa através do encontro de quatro principais riachos: s Hasbani. É um riacho com cerca de 40 km de extensão, que mana de uma grande fonte chamada "Ain Furar", onde a altitude é de cerca de 520 metros acima do nível do mar, com cerca de 300 metros deprofundidade. v' Banias. Cujo nome significa "o deus da fertilidade". É o mais oriental de todos. Esse riacho nasce perto das ruínas de Banias - antiga Cesaréia de Filipe (Mt 16.13), no sopé do monte Hermom, onde a elevação é de 348 metros acima do nível do mar. s Ledã. Essa é a fonte central e mais volumosa. Está a 157 metros acima do nível do mar. Inicia- se perto de Tel-el-Cadi, a antiga Dã da Bíblia. Trata-se de uma poderosa nascente que brota do solo naquele ponto. s Bareighit. Esse riacho é mais ocidental e mais alto, iniciando a 563 metros acima do nível do mar, e cujas fontes não se alimentam das torrentes do Hermom. Primeiro se encontram as vertentes, Banias e Bareighit, e logo após Ledã, e um pouco mais ao sul, esses três se ajuntam ao de Hasbani, e assim está formado o início do rio Jordão. Para um estudo mais detalhado, costuma- se dividir o curso do rio Jordão em três trechos, a saber: A Região das Nascentes, o Jordão Superior e o Jordão Inferior. s Região das Nascentes. Essa região, é exatamente a que acabamos de descrever nos seus aspectos mais setentrionais que se estende até o lago de Meron. Após a fusão das quatro nascentes já descritas, o Jordão atravessa uma 29 planície pantanosa numa extensão de 11 km e entra no lago de Meron. A sua largura varia muito nesse trecho, e a profundidade varia de 3 a 4 metros. s Jordão Superior. Trata-se da parte que está entre o lago de Meron e o Mar da Galiléia, com uma extensão de 20 km. Esse trecho é quase reto, com uma caída de 225 metros, o suficiente para fazer com que as águas fiquem altamente impetuosas, causando enormes erosões. A velocidade das águas nesse trecho é tão grande, a ponto de quase 20 km adentro do Mar da Galiléia ainda dá para perceber a sua correnteza. A largura do rio nesse trecho varia entre 8 a 15 metros, onde o seu leito percorre um terreno rochoso entre uma vegetação média. v' Jordão Inferior. É a região que fica entre o Mar da Galiléia e o Mar Morto. Esse trecho mede cerca de 117 km em linha reta, e cerca de 340 km pelo leito tortuoso do rio, com uma largura que oscila entre 25 a 35 metros, indo 1 a 4 metros de profundidade. O declive desse trecho é de 200 metros, levando o rio a descer precipitadamente formando meandros1 e cascatas, alargando o vale até uma extensão de 15 km, como ocorre nas proximidades de Jericó. Há outros três grandes rios no Mundo Antigo, porém sem importância para a geografiar bíblica, são eles: Leontes e Orontes na Síria - o primeiro correndo no seu último trecho pelo limite norte de Canaã e o segundo banhando a cidade de Antioquia - e Tibre na Itália, em cuja margem esquerda fica Roma. 1 Sinuosidade, rodeio, volteio de curso de água, de caminho, etc. 30 Desertos Na Bíblia encontramos várias referências a desertos, e isto em virtude das peregrinações dos patriarcas e do povo de Israel bem como da formação de Moisés, o grande guia do povo de Deus, que se efetuou especialmente nos desertos do êxodo. A idéia de deserto entre os judeus abrangia três aspectos: ■s Yeshimon: deserto absoluto, onde não há possibilidade de sobrevivência animal ou vegetal; s Heraboth: lugar devastado, desértico, em conseqüência de destruição. É o caso da cidade destruída pela guerra; v Midbar ou Arabah: deserto com certas possibilidades de vida animal e vegetal que, na época chuvosa do ano transformava-se em campo. Os israelitas peregrinaram 40 anos em desertos destes aspectos. Aqui abordaremos os desertos extrapalestínicos, deixando os palestínicos para mais adiante (lição 2). Os desertos extrapalestínicos relacionados com as narrativas bíblicas podem ser divididos em dois grupos, tomando-se a linha Mar Morto - Golfo de Ácaba como divisória: ** O grupo do oeste: s Shur (Êx 15.22), que alguns identificam como o de Etam (Êx 13.20), estende-se pelo noroeste da Península do Sinai, ao largo da fronteira nordeste do Egito e costa oriental do Mar Vermelho (Golfo de Suez) à altura do seu terço superior; 31 s Sin, que é o prolongamento do anterior na direção sul da costa oriental do mesmo mar, abrangendo o terço médio da mesma; ^ Sinai, que abrange toda a parte sul da península incluindo o monte Sinai, bem como a parte oriental da mesma até o fundo do Golfo de Ácaba; s Parã, que cobre todo o centro da península, deslocando-se um pouco para nordeste da mesma; s Cades, ou Cades-Barnéia, pequena área que fica ao norte do Parã e leste de Shur; s Zim, fica ao leste de Cades. Estes dois últimos desertos constituíam o limite sul da Palestina, também conhecidos pelo nome de Negeb; s Berseba. Este é um pequeno deserto em torno da cidade de Berseba, o marco meridional da terra santa. A expressão "de Dã a Berseba" era maneira de definir a extensão norte-sul do território palestínico. O grupo do leste: s Idumeu, que fica ao sudeste do Mar Morto; s Moabe, ao nordeste do mesmo mar; s Quedemote, ao norte de Moabe; s Diblat e Beser, cuja localização é desconhecida, são desertos de pouquíssima importância histórica. Cidades O estudo das cidades do Mundo Antigo requer que as dividamos em dois grupos: extrapalestínico e palestínico (este será estudado na lição 4). 32 Cidades principais do grupo extrapalestínico. Destacam-se neste grupo, pela sua importância e relação com os hebreus e com o cristianismo primitivo, as seguintes: 1. Ur. Situada no sul da Babilônia ou Caldéia, hoje chamada Mugheir (perto das escavações da antiga Ur). Cidade natural do patriarca Abraão; centro industrial, agrícola e comercial de grande importância; porto marítimo, segundo as descobertas arqueológicas (o Golfo Pérsico antigamente ia até Ur); anted iluv iana. Nas escavações arqueológicas de Ur temos as mais antigas evidências da cultura sumeriana. 2. Nínive. Segundo Gênesis 10.11 foi uma das antigas cidades da Assíria. Tornou-se a capital do mundo no período áureo do Império Assírio. Ficava a margem oriental do Tigre Superior, 50 km ao norte da confluência do rio Zabe com o Tigre. Foi tomada pelos babilônios em 612 a.C., terminando assim a sua glória. Dois dos livros proféticos do Antigo Testamento têm Nínive por objetivo: Jonas e Naum. 3 3. Damasco. Segundo os historiadores é "a cidade viva mais antiga da terra", localizada ao sul da Síria, no planalto oriental do Antelíbano. Através dos séculos tem sido a capital da Síria. Notável por se constituir centro estratégico para o comércio do Mundo Antigo, por tratar-se de 33 um ponto de entroncamento1 das estradas que comunicavam Egito e Arábia com Assíria, Babilônia e Roma (via Éfeso, na Ásia Menor). É citada freqüentemente nas Escrituras Sagradas em que as referências vão desde os dias das peregrinações de Abraão (Gn 14) até o tempo do apóstolo Paulo (Gl 1.17). 4. Mênfis. Os hebreus a conheciam pelo nome de Nofe (Is 19.13). A cidade mais importante do Egito setentrional que, segundo Heródoto, teria sido edificado por Menes, primeiro rei do Egito mencionado na história, localizada na margem ocidental do Nilo, cerca de 20 km ao sul de Cairo, atual capital do Egito. As pirâmides egípcias mais famosas ficam perto desta cidade. 5. Babilônia. A antiga e bela capital do famoso Império Babilónico, notável pelos seus maravilhosos palácios, jardins suspensos, muralhas quase inexpugnáveis1 2 3. Segundo Heródoto, historiador grego - citado por J. D. Davis em seu Dicionário da Bíblia - as muralhas que cercavam a "cidade maravilhosa" do Mundo Antigo eram duplas e tinham cerca de 28 metros de largura e até 112 metros de altura e 96 km de extensão, construída de tijolos com argamassa3 de betume com 250 torres e 100 portões de cobre. 1 Ponto de junção de dois ou mais caminhos, deduas ou mais coisas. 2 Invencível, indestrutível, inabalável. 3 Mistura de um aglutinante com areia e água, empregada no assentamento de alvenaria, tijolos, ladrilhos, etc., da qual resulta uma massa de consistência mais ou menos plástica, que endurece com o tempo. 34 Esta cidade foi edificada sobre as duas margens do rio Eufrates, em torno do local da torre de Babel, cerca de 500 km ao noroeste do Golfo Pérsico (250 km no tempo de Abraão, pois Ur, cidade do patriarca, era cidade marítima conforme provam as escavações em suas ruínas que hoje ficam a cerca de 250 km do fundo do Golfo Pérsico). As suas origens pré-histõricas remontam aos dias de Ninrode (Gn 10.8-9). Foi na cidade de Babilônia que Alexandre, o grande, terminou seus dias em 323 a.C. 6. Harã. Poucos informes têm dessa cidade. Porém sabemos que ficava na região chamada Harã - Naaraim, Padã-Arã, no planalto setentrional da Mesopotâmia, onde permaneceram por algum tempo Tera e seu filho depois de deixarem Ur.. Entretanto, pelo que se pode concluir de alguns dados arqueológicos, tratava-se de um importante centro militar e comercial, ponto de convergência dos caminhos da Assíria, Babilônia, Ásia Menor, Egito (via Palestina) e Síria. 7. Tiro. Cidade antiga e muito importante na Fenícia. Conforme relatos de escritores e historiadores antigos (Heródoto e outros), sua fundação remonta a 2.750 anos a.C. De início, a cidade foi edificada sobre um pequeno promontório1, transferindo-se mais tarde para uma ilha mais próxima a fim de resistir melhor aos constantes ataques dos inimigos. Mas, Alexandre, o Grande, tomou a Ilha de Tiro em 332 a.C., depois de sete meses de cerco, tendo 1 Cabo formado de rochas elevadas ou alcantis. 35 construído um molhe1 através do estreito que separava do continente. Foram os tírios navegantes e comerciantes famosos que mantinham relações com as mais distantes regiões. Foram eles que fundaram Cartago, na África setentrional, no século IX a.C. Na época de Davi e Salomão, o rei de Tiro - Hirão - manteve estreita amizade com Israel, ajudando com sua madeira e artífice a construir os palácios e o templo (2Cr 2.1-16). Foram as cidades fenícias: Tiro e Sidon, as únicas em território estrangeiro que Jesus visitou durante o seu ministério terreno (Mt 15.21-31). O nome moderno dessa cidade é Sur. 8. Sidon. Outra cidade importante e muita antiga da Fenícia, cerca de 30 km ao norte de Tiro, porto marítimo do Mediterrâneo, é freqüentemente referida na Bíblia. Foi arrasada, muitas vezes, pelos conquistadores, e reconstruída. Floje seu nome é Saida. A importância desta cidade foi tão grande que os historiadores da antigüidade freqüentemente referia-se aos sidônios como sinônimo de fenícios. Um dos reis sidônios, Etbaal, era pai de Jezabel, a terrível mulher de Acabe, rei de Israel. 9. Atenas. Este é o nome da capital Ática, um dos estados da Grécia, fundada em 1156 a.C., que em 1834 tornou-se a capital de todo o reino da Grécia. Está cerca de S km de distância do mar Pireu., sendo seu porto comercial mais próximo Falero. 1 Estrutura marítima enraizada em terra, e que pode serv ir de quebra-mar (q. v.), guia-corrente ou cais acostável. 36 Atenas era célebre como centro da ciência, da literatura e das artes do Mundo Antigo, atraindo inúmeros estudantes de todas as regiões. As referências bíblicas a esta cidade são todas elas relacionadas com a obra missionária de Pâ iiio (At 17.15-18.1; lT s 3.1). 10. Éfeso. Cidade mais importante da costa ocidental da „Ásia Menor, cuja origem remonta o século XI a.C., localizada na margem direita do rio Caister. cerca de 18 km da desembocadura deste no Mar Egeu, na província,de Lídia. Era a um só tempo o porto mais importante do Egeu Oriental, a capital da Ásia proconsular e o entroncamento das duas estradas mais importantes (leste-oeste e norte-sul) da grande península no tempo dos romanos. Seu magnífico templo consagrado à deusa Diana (Ártemis dos gregos), levou 220 anos para ser construído e tinha 55 metros de largura por 112 metros de comprimento. Seu teatro com capacidade para 25 mil pessoas assentadas e seu hipódromo eram de fama mundial. Paulo, reconhecendo a importância estratégica de Éfeso, ficou ali durante dois anos e • rês meses (At 19.8-10) entre os anos 54 e 57 d.C., lealizando o seu maior trabalho missionário. 11 11. Roma. Cidade das mais antigas da Península itálica, edificada sobre sete colinas, na margem esquerda do rio Tibre, a 24 km da desembocadura deste no Mar Tirreno, na costa ocidental da península. A data de sua fundação, universalmente aceita, é 753 a.C. Famosa por ter sido a capital política e cultural do mundo por vários séculos. 37 No tempo do apóstolo Paulo a "cidade eterna" - como é chamada - já possuía cerca de 1.000.000 (um milhão) de habitantes. Paulo esteve preso em Roma durante dois anos e dali escreveu quatro epístolas: Efésios, Filipenses, Colossenses e Filemom. Questionário Assinale com "X" as alternativas corretas 6. Quatro rios mais importantes do Mundo Antigo: a) [ZI Zabe, Eufrates, Jordão e Quisom b) CH Belus, Caister, Zabe e Banias c) D Nilo, Tigre Eufrates e Jordão d) D Caister, Banias, Tigre e Nilo 7. Segundo os judeus, o deserto absoluto, onde não há possibilidade de sobrevivência animal ou vegetal é: a) D O Midbar b) D O Arabah c) D O Fleraboth d) LU O Yeshimon 8. Cidade natural do patriarca Abraão, de grande importância econômica nos tempos bíblicos a) D Ur b) CH Damasco c) D Sidon d) D Nínive f Marque "C" para Certo e "E" para Errado 9. C O rio Nilo tem cerca de 6.500 km de comprimento e é o primeiro rio do continente africano 10.[3 Paulo esteve preso em Roma durante dois anos e dali escreveu duas epístolas 38 Lição 2________________ Geografia Física da Palestina O nome "Palestina" deriva-se do termo Filistia, ou seja, a terra habitada pelos filisteus. Na Bíblia este nome é dado a uma faixa de terra ao sudoeste de Canaã, ao largo do Mar Mediterrâneo até ao Egito. Posteriormente, figuras como Plínio e Josefo, passaram a chamar por este nome toda a região de Canaã. E desde os tempos do domínio romano até os dias que precederam a fundação do moderno Estado de Israel, Palestina era o nome mais usado. Outros nomes são : z Canaã ou Terra de Canaã (Gn 13.12); Z Terra dos Amorreus; z Terra dos Hebreus (Gn 40.15); 2 Terra de Israel ou Terra dos Israelitas (ISm 13.19; 2Rs 5.2; Mt 2.20); 2 Terra de Judá ou Judéia (Ne 5.14; Is 26.1; Jo 3.22; At 10.39); 2 Terra da Promessa ou Terra Prometida (Hb 11.9); z Terra Santa (Zc 2.12; SI 78.54 - ARA); z Terra Formosa (Dn 8.9); z Terra do Senhor (Os 9.3); z Terra Gloriosa (Dn 11.41). 39 Localizada no continente asiático, a 30° latitude norte, banhada pelo Mar Mediterrâneo (extremo leste) em toda a extensão do seu limite ocidental, mais ou menos eqüidistante1 dos pontos principais do Mundo Antigo, a Palestina constituía-se num centro de gravidade para o mundo e as civilizações da antiguidade. Do ponto de vista comercial ficava na rota obrigatória do tráfego entre o oriente e o ocidente, bem como entre o norte e o sul; e do ponto de vista político era passagem inevitável dos exércitos conquistadores das grandes potências ao seu redor, razão pela qual estas se interessavam por sua conquista e fortificação. Com isso, a Palestina sofreu devastações em repetidas ocasiões durante a sua história. @ Limite sul: Cades-Barnéia e o ribeiro el-Arish, na Arábia, el-Arish é o "rio do Egito" (Gn 15.18). @ Limite norte: Síria e Fenícia. ® Limite oeste: Mar Mediterrâneo. É na Bíblia chamado de Mar Grande (Dn 7.2). @ Limite leste: Síria e Arábia. Naturalmente estes são os limites médiosou prevalecentes da história política da Palestina, havendo épocas em que eles sofriam algumas modificações resultantes das conquistas ou perdas nas guerras. Topografia O termo "Topografia" significa, literalmente, descrição de um lugar ou de uma região. A Palestina pode ser dividida em quatro seções, a saber: 1 Que dista igualmente. 40 v Planície da costa do Mediterrâneo; v Região montanhosa central; v Vale do Jordão; v planalto Oriental, ou zona montanhosa de Gileade, na Transjordânia. Planícies A palavra "planície" significa uma grande porção de terreno plano, enquanto que "planalto" significa uma grande porção de terreno plano sobre montes ou serras. ■** Planície Costeira. Israel apossou-se das montanhas centrais, quando ocupou a terra prometida, e depois, fez tentativa esporádica de estender seu domínio até o litoral. Mas esta região estava ocupada pela poderosa nação dos filisteus. Davi conseguiu controlá-la por um momento, mas durante a maior parte da história israelita foram os filisteus que, a partir das suas cinco cidades, fizeram pressão em direção às colinas. Naquela época o litoral não era região particularmente atraente, e consistia em uma faixa de dunas1, areia misturada com bosques e alguns pântanos. Ao sul do monte Carmelo não apresentava grandes pontos naturais. Os filisteus não eram navegadores. O primeiro grande porto nesta faixa costeira foi o porto oficial de Cesaréia, construída pelo rei Herodes, o grande, não muito tempo antes do nascimento de Jesus Cristo. 1 Monte de areia movediça formado pela ação do vento. 41 Ao sul do monte Carmelo a área era chamada de Planície da Filistéia e Planície de Saron, ao norte do Carmelo Planície de Aser. Continuando para o norte a planície se restringe, mas em compensação oferece melhores portos naturais, a partir dos quais operavam os fenícios navegadores e comerciantes. Planície do Aco (ou Acre). A palavra Acre (hb. akko) significa "areia quente" (Jz 1.31), e os Cruzados1 lhe deram o nome de "São João de Acre". Esta planície está na região do extremo noroeste da costa palestínica, ao sul da Fenícia e se estendendo até o monte Carmelo. No norte ela é mais estreita, medindo aproximadamente 5 km, e vai se alargando pouco a pouco, até alcançar 17 km ao sul. É irrigada por dois pequenos rios, a saber: o rio Belus ao norte e o rio Quisom ao sul, ao pé do monte Carmelo. As terras do centro que rodeia os montes são fertilíssimas, com exceção da parte praiana, onde as areias são muito quentes. Esta região coube por sorte a tribo de Aser (Js 19.25-28) que não conseguiu expulsar os cananeus. ■ *" Planície de Saron. A palavra "Saron" é semítica, e significa "zona de bosques". Essa planície está entre o sul do monte Carmelo e a cidade de Jope. Ela se alarga na direção das montanhas da região central à medida que avança para o sul, medindo 85 km no sentido norte-sul, com uma 1 Expedição militar de caráter religioso que se fazia na Idade Média, contra hereges ou infiéis. 42 largura que varia de 15 a 25 km, tendo a sua faixa mais estreita que se encontra nas proximidades do monte Carmelo. Esta planície tornou-se famosa por causa das variedades de flores e lírios que ali medravam1 (Ct 2.1-2). Planície da Filistia. Essa planície compreende a faixa de terra habitada pelos filisteus, que fica entre Jope e Gaza, no sudeste da Palestina, medindo cerca de 75 km de comprimento por 25 km de largura. As cinco cidades principais dos filisteus, fortemente muradas, eram: Gaza, Ascalon, Azoto, Gate e Ecrom. As três primeiras eram marítimas e as duas últimas ficavam no interior. Tais cidades eram as fortalezas da planície. Planície de Sefelá. A palavra Sefelá, literalmente significa "terras boas" ou "mais baixas". Essa região propriamente dita, é mais uma faixa de terra do que uma planície; trata-se de um altiplano rochoso que corre da costa, rumo sudeste, se estendendo até a fronteira da tribo de Judá (Dt 1.7; Js 10.40; 12.8; 15.33; 2Cr 26.10; 28.18). Na sua região norte ela limita-se com a Filistia, ao sul com o vale de Aijalom e Berseba, e ao leste com as montanhas de Judá. •■ Planície de Jezreel ou Esdraelon. O nome profético dessa região é "Armagedom". Apesar dessa região ser classificada como vale, pela sua extensão e aspecto do conjunto, preferimos qualificá-la de planície. 1 Crescer, vegetando; desenvolver-se. 43 Esse local encontra-se na confluência de três vales, o mais importante é o de Jezreel, que está situado entre os montes da Galiléia e os de Samaria, alargando-se para o noroeste até as fra ldas1 do monte Carmelo e sul dos montes Líbanos. Os três vales se formam ao leste da imensa planície separada pelo monte Gilboa e o pequeno Hermom. O do centro é o maior. É o Jezreel, que desce abruptamente para o Jordão. A entrada do vale está na cidade de Jezreel que foi a capital do Reino do Norte. A planície é cortada pelo rio Quisom do leste para o oeste, com destino ao Mar Mediterrâneo. O termo "esdraelon", é grego e não aparece na Bíblia, enquanto "Jezreel" aparece por 29 vezes no Antigo Testamento. Há quem pensa que Jezreel e Esdraelon não sejam o mesmo lugar. Em Josué 17.16 e 2Crônicas 35.22 esse lugar é chamado de "Vale de Megido". Essa é a maior planície de todo o Israel, medindo 40 km de comprimento por 20 km de largura. Essa região foi na verdade o celeiro de Israel, especialmente nos tempos da monarquia. Suas terras eram abundantemente férteis, regadas pelas constantes chuvas, pelo orvalho que caia do céu e pelos rios. Alguns intérpretes vêem na palavra "Armagedom" uma transliteração do hebraico Armegido, que significa, colina ou montanha de Megido. Além dessas, existem outras planícies menores espalhadas pelo interior da Palestina, como a de Jerico, a de Dotam, a de Moabe, a de Genezaré etc. 1 A parte inferior, as abas, o sopé (de serra, monte, etc). 44 Vales Apesar de ser a Palestina, terra de muitos vales conforme disse Moisés, contentemos em estudar apenas alguns dos mais importantes (Dt 11 . 10 , 11): 1. Vale do Jordão. É uma depressão geológica; os lados seguem duas falhas paralelas da crosta terrestre até a depressão conhecida pelo nome de Arabá, terminando no Golfo de Ácaba. As falhas são a causa que explica o caráter íngreme1 do vale. As praias do Mar Morto encontram-se 388 metros abaixo do nível do mar. A distância entre a linha do horizonte das montanhas de um lado para outro do vale é de 15 a 20 km. Nenhuma estrada importante percorre este vale, o que se explica pelo fundo difícil e continuamente interrompido pelo rio e seus afluentes e ainda pelas altas temperaturas estivais2. Este é o maior vale de toda a Palestina, que inicia no sopé3 do monte Hermom (extremo norte) e desce em direção sul, até terminar no Mar Morto. No seu ponto inicial esse vale é um tanto estreito medindo 100 metros; mas na medida em que vai se alargando ele cresce pouco a pouco. E logo um pouco abaixo do Mar da Galiléia ele mede 3 km, na região de Jerico ele chega até 15 km, e depois começa a estreitar-se novamente antes de chegar ao Mar Morto, seu ponto final. Por este grande vale corre o rio Jordão, do qual o seu nome deriva. 1 Difícil de subir; que tem forte declive; abrupto, escarpado, alcantilado 1 Referente ao, ou próprio do estio; calmoso, estivo, estio. ' Base (de montanha); falda. 45 Este é o mais profundo vale de toda a face da terra, com 426 metros abaixo do nível do Mar Mediterrâneo, em uma distância de 215 km em linha reta desde o monte Hermom até ao Mar Morto. Grande parte desse vale é de fertilidade exuberante, o que enriquecia a agricultura israelense. Este é o vale de maior contraste geológico da faceda terra. Como já vimos, ele inicia no sopé do monte Hermom a 3.000 metros de altitude, e termina no Mar Morto com cerca de 426 metros abaixo do nível do mar, com a agravante deste ter aproximadamente 400 metros de profundidade. Onde ele nasce, no monte Hermom, sua temperatura climática é bastante fria, em virtude da neve, enquanto no seu término, no Mar Morto, a temperatura chega a 50° no verão. A natureza do terreno desse vale é das mais variadas que se pode imaginar. A sua vegetação não é muito diferente, produzindo até maçãs, pêras e uvas. 2. Vale Acor. A palavra "Acor" significa "perturbação". O nome desse vale deriva-se de Acã. Este vale fica entre as terras que pertenciam às tribos de Judá e Benjamim, ao sul de Jericó. Foi neste vale que ocorreu o triste episódio que envolveu a vida de Acã e sua família (Js 7.24-26). 3 3. Vale de Aijalom (Js 10.12). A palavra "Aijalom" significa "das gazelas". Este vale situa-se na região de Sefelá, 24 km ao noroeste de Jerusalém. Este vale tem uma extensão de 18 km de comprimento na direção do Mediterrâneo, por 9 km de largura. 46 4. Vale de Escol (Nm 13.22-27). A palavra "Escol" em hebraico significa "cacho". Este vale fica ao oeste de Hebrom, e é muito famoso pela sua fertilidade especialmente na plantação de uvas. 5. Vale de Hebrom. Esse vale fica cerca de 30 km a sudoeste de Jerusalém, onde foi edificada a célebre cidade de Hebrom, em cujas cercanias fixou-se por longo tempo a família de Abraão. Planaltos A definição de planalto é: uma grande extensão de terras sobre montanhas ou serras. A Palestina é geralmente vista com dois planaltos, a saber: s O Planalto Central, que existe como a continuação dos montes Liba nos e se estende pelo centro do país na direção norte-sul; e c O Planalto Oriental, que pode ser considerado como continuação do Antilíbano, andando na mesma rota do anterior. Ambos variam em altitude, medindo de 650 a 1.300 metros. *■ Planalto Central. Esse planalto é compreendido pela região onde habitavam as tribos de: Naftali, Efraim e Judá. s O Planalto de Naftali, corresponde à região da Galiléia ao norte; c O Planalto de Efraim corresponde à região de Samaria, ao centro; e c O Planalto de Judá situa-se ao sul, entre Betei e Hebrom. 47 Planalto Oriental. Esse planalto situa-se ao oriente do rio Jordão e também está subdividido em três partes diferentes, a saber: Basã, Gíleade e Moabe. ■s Planalto de Basã. Também conhecido como Auran, que se estende desde o sul do monte Hermom até o vale por onde corre o rio Iarmuque. A fertilidade dessa região é mais apropriada para o plantio de trigo e pastagem para o gado. v' Planalto de Gileade. Que se situa entre o Iarmuque e o Hebrom, cortado pelo rio Jaboque; esta é uma região fertilíssima. Essas terras são famosas pela abundante produção do bálsamo, muito apreciado no período do AT (Jr 8.22). Essa região, é hoje chamada de Jordânia. v' Planalto de Moabe. Localiza-se ao leste da última parte do curso do rio Jordão e do Mar Morto, indo até o rio Arnon. Esta região é um tanto rochosa entrecortado de prados e de lindas pastagens. Essa região levou esse nome em virtude de ter sido colonizada pelo filho de Ló (Gn 19.37). Montes da Palestina Canaã é uma terra montanhosa por excelência; esta é a razão da Bíblia chamá-la de "terra de montes e vales" (Dt 11.11). O núcleo central dos reinos hebreus encontra-se na região montanhosa ao longo do divisor de águas, que de um lado desce para o litoral e do outro para o vale do Jordão. Estas alturas atingem acima de 1.000 metros no seu ponto culminante, próximo a Hebrom. 48 O declive desapareceu há muito tempo, dando lugar a descalvados1 tabuleiros de calcário e terrenos pobres. A agricultura é praticada em terraços e em campos de animais. Na extremidade setentrional desta região certo números de colinas isoladas voltam à vizinha planície de Jezreel, a cadeia montanhosa retoma o seu caminho, avança na direção norte, elevando-se gradativamente à medida que se aproxima dos altos montes do Líbano. É constituída de patamares que geralmente se voltam para o sul ou sudoeste. Os mais baixos destes "degraus de escada" eram e são uma espécie de bacias férteis, separadas entre si por estéreis encostas de calcário. À medida que aumenta a altitude, as plataformas tornam-se escalvadas e batidas pelo vento até constituírem uma área desolada e estéril, destituída das florestas que cobrem as encostas das montanhas mais altas ao norte. Toda esta parte forma a região da Galiléia, ás vezes subdividida em alta e baixa Galiléia. Os limites meridionais e orientais da região são claros. Mas ao norte a divisa se perde nas montanhas. Os montes da Palestina normalmente são divididos em dois grupos gerais, a saber: / Montes Palestínicos, que ficam ao oeste do Jordão; e s Montes Transjordânicos, que se localizam ao leste do Jordão. I. Montes Palestínicos. i . l . Hermom. Este monte fica no extremo sul da cadeia dos montes Antilíbano, no limite sul da Síria e I alta de vegetação; árido, estéril, calvo, escalvado. 49 extremo norte da Palestina, também, conhecido como monte Sirion e monte Senir. Devido à sua altitude que atinge pouco mais de 3.000 metros (os dados oferecidos pelos vários autores divergem consideravelmente quanto à altitude deste monte, oscilando entre 2.750 e 3.365 metros), há uma escassez de vegetação (exceto nas encostas inferiores onde a vegetação é extremamente rica). Sua cobertura é permanente de neve e gelo. Este monte se reveste de uma imponência1 majestosa, podendo ser avistado de muitas partes da Palestina, Síria, Arábia, Fenícia e Mediterrâneo. Durante o inverno o enorme véu de neve baixa até cerca de 1.500 metros. À medida que avança o verão a neve vai derretendo, formando fios de água e riachos que descem pelas encostas e regam as partes inferiores do monte e os vales, ficando no seu tríplice cume (formado por três elevações ou picos dispostos em triângulo) uma calota de gelo que reflete os raios solares, como um espelho, a distâncias enormes. Hermom tem um papel importante na formação do clima da região, principalmente da Palestina, como catalisador das correntes de ar quente e úmido vindas do Mediterrâneo e precipitador1 2 das mesmas em forma do orvalho denso em áreas mais próximas e chuvas abundantes em regiões próximas e distantes. Isto, devido à baixa temperatura reinante em suas culminâncias. 1.2. Monte Tabor. Em hebraico significa "pedreira" ou simplesmente "montanha". Este monte está a 615 metros acima do nível do Mar Mediterrâneo e tem 1 Que impõe admiração; majestoso, magnificente. 2 Atirar, lançar, arremessar 50 í20 metros de altitude, e fica totalmente isolado. I stá localizado na Galiléia, na parte nordeste da exuberante Planície de Esdraelon, tem uma distância ili' 10 km da cidade de Nazaré e 16 km do Mar da (i < 11 i I é i a . 1.3. Monte Gilboa. É mais que um monte, parece ser mais uma pequena cordilheira. O monte Gilboa tem 13 km 111■ comprimento, com uma largura que varia entre 5 u 8 km; com cerca de 543 metros de altitude. Nele ■.<■ cultivam oliveiras, figueiras e alguns cereais que ii.io necessitam de muita umidade. 1.4. Monte Carmelo. Não é propriamente dito um monte, mas •.lm uma pequena cordilheira, situada no Planalto i t-iitraI na direção oeste, formando um promontório .ui sul da Planície do Acre, sendo a única parte da P.ilestina que avança mar adentro, formando, ao imite, a baía do Acre onde está situada a atual i ui.ide de Haifa. Em seus flancos1 existem várias cavernas, 11111’ pelos seus aspectos internos parecem que já lm um habitadas. A cadeia montanhosa do Carmelo se cMundepor cerca de 48 km, na direção noroeste- Milcste, desde as margens do Mar Mediterrâneo, ao m iI da baía de Acre, até à Planície de Dotã. Em um sentido mais estrito, o monte i uimelo é o pico principal dessa curta cadeia nimitanhosa, que alcança um máximo de 531 metros, i1111 sua extremidade nordeste, e que fica cerca de 19 I m distante da beira-mar. r . i i l o lateral de qualquer objeto; lado. 51 1.5. Montes de Efraim. Trata-se de uma região localizada no Planalto Central, onde se localiza a tribo de Efraim, meia tribo de Manassés e um pouco da tribo de Benjamim. Esta região é também conhecida como "monte de Naftali", bem como norte de Israel e monte de Samaria (Js 20.7; Jr 31.5-6). Os mais importantes desses montes são: Ebal e Gerizim, conhecidos também como montes das bênçãos e monte das maldições (Dt 11.29; 27.1-13; Js 8.33). O monte Ebal tem 300 metros e está a mais de 100 metros acima do nível do Mar Mediterrâneo. 1.6. Monte Sião. Alguns entendem que significa "montanha ereta", outros dizem que é "estrutura", mas, não falta quem defende o significado "colina ressicada1 pelo sol". Este monte situa-se na região leste da cidade de Jerusalém, com aproximadamente 800 metros de altitude, sendo a montanha mais alta da cidade sagrada. Antigamente, nas proximidades deste monte estava a fortaleza dos jebuseus (2Sm 5.17; IC r 11.5). 1.7. Monte Moriá. Segundo a tradição judaica, este monte está localizado ao lado leste do monte Sião, medindo cerca de 800 metros de altitude. É de forma alongada, tendo na sua parte mais baixa o monte O fe l. A primeira vez que a palavra "Moriá" aparece na Bíblia é em Gênesis 22.2, e não se refere 1 Tornar resseco; ressequir, ressecar. 52 a um monte, mas, a uma região onde tem muitos montes; e foi em um destes montes o lugar em que Abraão iria sacrificar Isaque por ordem de Deus. 1.8. Monte das Oliveiras. Este monte está situado na região oriental da cidade de Jerusalém, separado da cidade pelo vale do Cedron. Ele faz parte de uma pequena cordilheira, com cerca de 3 km de comprimento. A distância deste monte até o centro de Jerusalém era de 15 estádios (Jo 11.18), cerca de 2.775 metros, "jornada de um sábado" (At 1.12). Betfagé e Betânia estavam neste monte. Uetfagé significa "casa do figo", e Betânia, significa "casa da tâmara". Na encosta ocidental deste monte estava o Jardim do Getsêmani. Nos tempos do AT, essa região de muita Inrtilidade, era coberta por grandes oliveiras, vinhedos, figueiras e outras árvores frutíferas e ui namentais. A palavra "Getsêmani" (hb.) significa "prensa de azeite". 1.9. Áreas ao pé dos montes. Entre o litoral e as altitudes montanhosas estende-se uma zona constituída de colinas baixas .i() pé das montanhas, outrora cobertas de florestas e sicômoros1. Hoje grande parte dessa região é i MI ti va d a . 2. Montes da Transjordânia. Os montes da Transjordânia são aqueles que ficam ao lado oriental do rio Jordão, onde se • slabeleceram as tribos de Rúberi, Gade e a meia 11 ibo de Manassés. 1 ii í ínero de árvores da família das artocárpeas, espécie de liiimilra, de oito a quinze metros de altura. 53 A Transjordânia é uma região montanhosa semelhante à ocidental, porém mais elevada. A área é rica de água e fornece ótimas pastagens para grandes rebanhos de ovinos e bovinos. As montanhas sobem de 600 a 700 metros ao leste da Galiléia para quase 2.000 metros ao leste e ao sul do Mar Morto. Estas são cada vez mais chuvosas à medida que se elevam, constituindo uma faixa fértil entre o vale árido, de um lado, e o deserto arábico, do outro. 2.1. Montes de Basã. É uma região montanhosa de muita fertilidade, que está situada no Planalto Oriental. Ao norte faz divisa com o monte Hermom, ao leste, limita-se com o deserto da Síria e parte do deserto da Arábia, e ao sul com o vale do Iarmuque e ao oeste com o rio Jordão e o Mar da Galiléia. Este monte é referido no Salmo 68.15. 2.2. Monte de Gileade. Este é mais um conjunto montanhoso, que vai do sul do rio Iarmuque e se estende até o Mar Morto. Toda sua extensão era de 90 km de comprimento, por 30 km de largura. O rio Jaboque divide esta região montanhosa, de leste a oeste, em duas partes quase iguais; ficando ao norte a tribo de Gade e ao sul a tribo de Rúben. Nos tempos de Jesus, esta região era chamada de Peréia. O nome "Gileade" tem origem no encontro de Jacó com Labão (Gn 31.46-48), e logo após com o Anjo do Senhor (Gn 32). 2.3. Monte Nebo ou Pisga. Com 800 metros de altitude, este monte localiza-se a cerca de 15 km ao leste da foz do rio 54 Jordão e por trás da Planície de Moabe, perto do Mar Morto. Alguns palestinólogos entendem que o monte Pisga (Nm 21.20) é um acidente geográfico do monte Abarim, que compreendia toda a região montanhosa, onde se localizava também o pico do monte Nebo. Calvário. Pequena elevação fora dos muros de Jerusalém. Fica ao norte, perto da Porta de Damasco (Lc 23.33). Calvário vem do latim "calvária" - crânio. Em hebraico é Gólgota - crânio, caveira (Mt 27.33; Jo 19.17). No local acima, em 1885 o general inglês Charles George Gordon descobriu um túmulo, cujas pesquisas revelaram nunca ter sido o mesmo ocupado continuamente. Passou a ser tido como o de Cristo. 55 Questionário f Assinale com "X" as alternativas corretas 1. O termo "Topografia" significa, literalmente: a) D Grande porção de terreno plano b) [ZI Descrição de um lugar ou de uma região c) D Grande porção de terreno plano sobre montes ou serras d) D Conjunto de estados da atmosfera próprios de um lugar 2. O mais profundo vale de toda a face da terra, com 426 metros abaixo do nível do Mar Mediterrâneo: a) D Vale de Escol b) 0 Vale do Jordão c) D Vale de Aijalom d) 0 Vale de Hebrom 3. A Palestina é geralmente vista com dois planaltos: a) 0 O Planalto Oriental e o Planalto de Ur b) 0 O Planalto de Ur e o Planalto de Basã c) D O Planalto de Basã e o Planalto Central d) Q O Planalto Central e o Planalto Oriental f Marque "C" para 4 . 0 A palavra "planalto" significa uma grande porção de terreno plano 5.ICI O Planalto Oriental está subdividido em três partes diferentes: Basã, Gileade e Moabe 56 Hidrograf ia1 O sistema hidrográfico da Palestina é talvez um dos mais pobres do mundo. Desde os tempos patriarcais vemos o quanto aquela terra tem sido castigada pela seca. Mesmo com toda engenharia desenvolvida no atual Estado Israelense a terra ainda sofre com as terríveis secas, com exceção da orla marítima, onde as chuvas são mais freqüentes. Apesar de todas estas deficiências, a Palestina é chamada na Bíblia de "terra que mana leite e mel" (Êx 33.3); "jardim regado" (Gn 13.10; Is 58.11); "terras das chuvas" (Dt 11.11); a " terra da abundância" (Dt 28.11). A hidrografia da Palestina pode ser dividida nm três partes, a saber: Mares, Lagoas e Rios. Mares Mar Mediterrâneo. Banha a Europa Meridional, a Ásia Ocidental, a África Setentrional e toda a costa ocidental da Palestina. Liga três continentes, Ásia, África e Europa e era o único mar navegado nos tempos bíblicos. A palavra "Mediterrâneo", não aparece na Bíblia nenhuma vez, esse mar é mencionado na llíblia com o nome de Mar Grande (Js 1.4); Mar ocidental (Dt 11.24); Mar dos Filisteus (Êx 23.31). Apesar de todos estes nomes, o termo mais usado na Bíblia para se referir a este mar é "O Mar". 1 A palavra Hidrografia é formada por dois vocábulos gregos U i d r o " (água) e " g r a p h e i n " (descrever); sendo assim, Hidrografia é a ciência que estuda as regiões aquáticas. 57 Os gregos o chamavam de "Mar Grande", e os romanos de "Internum Maré". Com uma extensão de 4.500 km, o Mediterrâneo é o maiordos mares internos. Neste mar estão as ilhas de Chipre (At 4.36; 11.19; 13.4; 15.39; 27.4), Creta (At 27.7,12- 13,21; Tt 1.5) e Malta (At 28.1). Para os judeus, o Mediterrâneo constituía numa enorme defesa natural, em seu flanco ocidental, uma vez que na sua costa não havia nenhum porto exceto o da cidade de Jope. Mar Morto. Localiza-se no extremo sul do rio Jordão. Fica na foz do rio Jordão, entre as montanhas de Judá e as montanhas de Moabe, na região mais profunda do planeta. Não tem saída, mas produz uma imensa evaporação de aproximadamente oito milhões de toneladas de água por dia, o suficiente para controlar suas dimensões. No verão, a temperatura chega até 50°. Está situado entre Israel e a Jordânia, a uma distância de 24 km ao leste de Jerusalém. Tem cerca de 74 km de norte a sul e 16 km de leste a oeste, com um total de 930 km. O Mar Morto é profundíssimo, medindo cerca de 300 metros de profundidade. Seu ponto mais profundo tem 410 metros. Fica a quase 369 metros abaixo do nível do Mar Mediterrâneo, o que faz o mais baixo lençol de água do mundo. Ao longo da história, esse mar tem sido conhecido por diversos nomes; em algumas passagens bíblicas ele é chamado de "Mar Salgado" (Gn 14.3; Nm 34.12), "Mar do Arabá" (Dt 3.17; 4.49), "Mar do Oriente" (Ez 47.18; Jl 2.20; Zc 14.8). O Mar Morto é um dos mais salgados do planeta, sua água contém 25% de salinidade. 58 Além do sal, existem em abundância nas águas desse mar outros elementos químicos como magnésio, cloro, potássio, cálcio, bromo e enxofre. ■ *' Mar da Galiléia. O Mar da Galiléia que não é propriamente um mar, mas um grande lago de água doce, está localizado ao lado norte da Palestina e é formado exclusivamente pelo alargamento do rio Jordão, num I recho do seu curso. Com uma forma ovalada1, nos lembra uma pêra. Este mar está aproximadamente a 18km ao sul do lago de Meron, e 96 km ao norte de Jerusalém. I stá a 212 metros abaixo do nível do mar Mediterrâneo, medindo aproximadamente 18 km de • umprimento e cerca de 14 km de largura. As suas margens que dão para o oriente .áo montanhosas, enquanto o seu lado ocidental e 11a parte noroeste estendem-se planícies férteis com ( Idades que foram muito importantes nos tempos bíblicos. Tem em média 45 metros de profundidade; .i sua parte mais rasa não chega menos de 4 metros de profundidade; e a sua parte mais funda não vai .ilém de 50 metros de profundidade. Fica situado em uma grande bacia, i ousada por uma grande falha geológica. Com águas ■ ivermelhadas e turvas, deságua exausto sobre este qiande lago de água doce o rio Jordão. Apesar disso, .is suas águas são relativamente limpas. Além do rio Jordão, ele recebe muitas Imites em suas margens. Entretanto, suas praias localizadas ao norte e ao leste são barrentas e i ochosas. O Mar da Galiléia nos tempos bíblicos nparece com vários nomes, a saber: I ornado oval. 59 ✓ Quinerete (Dt 3.17; Js 13.27; 19.35; Nm 34.11). Esse vocábulo vem de "Kinnor", que significa "cítara", pelo fato de parecer com este instrumento musical, que é ovalado, em forma de uma pêra. s Lago de Genesaré (Lc 5.1; Mc 6.53). Ganhou esse nome, peio fato de estar localizado em uma planície no seu ângulo noroeste chamada "Genesaré". Este nome significa "Jardim do príncipe". s Tiberíades (Jo 6.1,23; 21.1) recebeu esse nome, por causa da cidade de Tiberíades, construída pelo rei Herodes Antipas, em homenagem ao imperador Tibério César. s Mar da Galiléia (Mt 4.18). Esse nome lhe foi dado pelo fato de estar localizado em uma divisão política do Império Romano na Palestina, chamada de "Galiléia". Lagos O único lago existente em todo o território palestínico é o Lago de Merom; mencionado apenas duas vezes no livro de Josué (Js 11.5,7) com o nome de "águas de Merom". O seu nome atuai é "Lago de Hulé" (nome árabe). Esse lago mede cerca de 8 km de comprimento por 6 km de largura, tendo 3 a 4 metros de profundidade, está a 2 metros acima do nível do Mar Mediterrâneo e a 280 metros acima do Mar da Galiléia, lugar aonde iam as águas que por ele passava. O seu nome significa literalmente "superior", talvez pela sua posição geográfica, ao compará-lo com o Mar da Galiléia e o Mar Morto. 60 As suas águas eram doces e produziam muitos peixes. A sua parte norte era inóspita* 1, e icpleta de mosquito transmissor da malária. Antigamente, nas margens desse lago vicejava2 o papiro. Esse lago não existe mais, porque loi totalmente drenado pela engenharia de Israel, ieduzindo - 0 a uns pequenos açudes. Rios Todos os cursos de água da Palestina (com exceção do Jordão) são de pouca expressão. A palavra "Rio" no hebraico aparece em diversas lormas: s "Wadi", Trata-se de uma ravina3, ou de um leito seco onde só correm águas em seu leito no período do inverno ou de chuvas. ■/ "Nãhãr", é o vocábulo normalmente usado para designar um rio comum. Os rios da Palestina são divididos em duas bacias hidrográficas: Bac/a do Mediterrâneo e Bacia tio Jordão, l. Bacia do Mediterrâneo. 1.1. Belus. Esse não é propriamente dito um rio de éguas perene, mas tão somente um "Wadi", que fica •meo por quase dois terços do ano. Tradicionalmente irm sido identificado com o rio Sior-Libnate mencionado em Josué 19.26. Apesar de não ser identificado a localidade deste rio, muitos autores dizem que ele deveria estar ao sul da tribo de Aser, onde corria um riacho. ' I m que não se pode viver. Ilrotar, produzir, lançar. 1 I scavação provocada pela enxurrada; barranco. 61 O nome "Belus" foi dado pelos gregos. Os judeus e os árabes o chamam hoje de "Nannã". 1.2. Quisom ou Kschon. Trata-se de um rio profundo e de águas rápidas, em certos meses do ano quase não pode ser atravessado. Este é o maior rio da Bacia do Mediterrâneo, e o segundo de toda a Palestina, perdendo somente para o Jordão. Esse rio nasce nas pequenas correntes dos montes Gilboa e Tabor, e vai recebendo águas de outras pequenas vertentes; correndo na direção noroeste do monte Carmelo, ele passa peia planície de Esdraelon; e em fim, deságua no Mar Mediterrâneo, na parte sul da baía de Acre. Sem muita certeza, alguns autores dizem que o seu nome significa "turvo e tortuoso". Em Juízes 5.19 esse rio é chamado de "águas de Megido". Em virtude do grande episódio que envolveu o profeta Elias e os profetas de Baal ( lR s 18.40), é atualmente chamado de "Nah el Mukatta" que significa "rio da matança". 1.3. Caná (Js 16.8; 17.9). Trata-se de um "Wadi" e não de um rio de águas perenes. Nascendo em Samaria, esse rio se estende pela planície de Saron irrigando suas terras em direção ao mar Mediterrâneo onde termina o seu curso. Tem esse nome, em virtude do seu leito correr nas proximidades da cidade de "Caná de Efraim". 1.4. Gaás (2Sm 23.30; lC r 11.32). Aqui temos um outro " Wadi”, que atravessa o território de Saron na direção leste- oeste terminando no Mar Mediterrâneo, nas proximidades da antiga cidade de Jope. 62 1.5. Soreque ( J z 16.4). O nome "Soreque" significa "vinha seleta". Este também não é um rio perene, porém, um "Wadi". A palavra Soreque, indicava tanto um ribeiro quanto um vale, entre Asquelom e Gaza, não muito longe da cidade de Zorá. Este rio nasce nas montanhas de Judá, ao sudoeste da cidade de Jerusalém, e anda em direção noroeste findando o seu trecho no Mar Mediterrâneo entre Jope e Ascalom, na região setentrional da l ilistia. 1.6. Besor (ISm 30.9,21). A palavra "Besor" no hebraico significa "Refrigério". Este é o maior "Wadi" da Palestina, localiza-se nas vizinhanças de Ziclague, na região sul de Judá . Nasce no sul das montanhas de Judá, passa pelo lado sul de Berseba e precipita-se no Mar Mediterrâneocerca de 8km ao sul da cidade de Gaza. 2. Bacia do Jordão. Compreende-se como Bacia do Jordão, nquelas fontes de água que deságuam no leito do rio lordão, e elas estão tanto na parte leste como oeste ilu Jordão. Na lição 1 estudamos sobre o rio Jordão e quatros principais riachos. Agora, continuamos a ver iiulros riachos importantes: 2.1. Querite. Aqui temos mais um dos muitos "Wadi" 1'Vistentes na Palestina. Até hoje se discute a vmdadeira localidade desse ribeiro de águas in lcrm itentes1. ' i.Mid apresenta interrupções ou suspensões; não contínuo. 63 Baseando em IReis 17.5, onde diz que esse ribeiro está ao oriente do Jordão, alguns autores identificam-no na margem oriental do Jordão. Porém, a maioria dos autores diz que tal ribeiro situa-se na margem ocidental. Entende-se que esse "Wadi" desce dos montes de Efraim e desemboca no Jordão, pela margem ocidental, um pouco ao norte de Jericó, depois de percorrer uma região agreste, povoada de corvos e águias. 2.2. Cedron (Jo 18.1). Trata-se também de um "Wadi" e não de um rio perene. Não passa de apenas um riacho com regime de inverno, que atravessa o vale de Josafá. O termo é aplicado tanto ao riacho quanto ao vale por meio do qual flui. O seu nome significa "turvo", "melancólico" (no hebraico). Somente nos tempos chuvosos é que produz águas impetuosas. Nasce a 2 km ao noroeste de Jerusalém e, correndo na direção sudeste, passa ao lado da cidade de Jerusalém, e deságua no Mar Morto, numa distância de 40 km, por um leito profundo e sinuoso (1 Rs 2.37; 15.13; 2Cr 15.16; Jr 31.40; 2Sm 15.23). 2.3. Iarmuque. Apesar de não ser mencionado na Bíblia, este rio é o principal afluente na região leste do rio Jordão. O seu corpo é formado por três braços, sendo que o mais setentrional recebe abundantemente águas das vertentes orientais e meridionais do monte Hermom. O seu encontro com o rio Jordão ocorre 6 km ao sul do Mar da Galiléia. 2.4. Jaboque (Gn 32.22,23). Este rio nasce no sul do monte Gileade, a princípio corre para o leste, depois para o norte e noroeste, fazendo uma semi-elípse, até despejar 64 '.uas águas no Jordão entre o Mar da Galiléia e o Mar Morto, após um trajeto de 130 km. O seu nome significa "o que derrama". 2.5. Arnon (Is 16.2; Nm 21.13; Dt 2.24). O seu nome no hebraico significa "murmúrio". Nasce nas montanhas de Moabe e ao leste do Mar Morto termina o seu leito. Formado por dois braços esse rio percorre 80 km. Primeiramente, esse rio separava os moabitas dos amorreus e depois os moabitas do lerritório israelita da Transjordânia. Em épocas de chuva é bastante volumoso, mas no rigor do verão ( hega a secar. Desertos Palestínicos Deserto da Judéia. As áreas localizadas do Leste dos montes de Judá ao rio Jordão e ao mar Morto formam o deserto da Judéia. Subdivide-se este em vários desertos sem importância: Maon, Zife e En-Gedi. Nessa árida região, perambulou Davi quando era perseguido pelo rei Saul. Eis mais alguns desertos de Judá: Tecoa e Jeruel. Nesse território, o rei Josafá obteve estrondosa vitória sobre as forças moabitas e ■ imonitas. Nessa mesma região, o profeta Amós exerceu o seu ministério e João Batista clamou i ontra seus reticentes contemporâneos. Desertos de Jerico, Bete-Áven e Gabaom. O deserto de Jerico fica no território henjamita. Esse desolado território forma, segundo descreve o pastor Tognini, um longo desfiladeiro inchoso de cerca de 15 km que desce de Jerusalém a lericó. 65 Nessa área, há muitas cavernas, nas quais escondem-se malfeitores. Essa região serviu de cenário para a Parábola do Bom Samaritano, contada por Jesus Cristo. Bete-Áven e Gabaom são outros importantes desertos de Jericó. Em Gabaom, por exemplo, obteve Josué importante vitória sobre os inimigos dos israelitas. Clima da Terra Santa Israel, geograficamente, localiza-se na faixa subtropical. Explica-se, portanto, a variedade de seu clima. Genericamente, contudo, apenas duas estações sobressaem na Terra Santa: a chuvosa e a seca. Ambas são acompanhadas, respectivamente, com muito frio e calor. O clima nas montanhas. Um país montanhoso, assim é Israel. Hebrom é o ponto mais elevado do território israelita, com mais de mil metros. Jerusalém, por seu turno, encontra-se a 800 metros de altura. Nas montanhas, o clima é fresco e bastante ventilado. No verão, esse quadro altera-se um pouco, em conseqüência das correntes de ar quente provenientes do Sul e do Ocidente. Na cidade santa, durante o inverno, a temperatura chega a 6 graus positivos, com neves e freqüentes geadas. No verão, os termômetros oscilam entre 14 e 29 graus. ■*" O clima no litoral. Encontrando-se ao ocidente do mar Mediterrâneo, Israel é bafejado por reconfortadoras e constantes brisas, principalmente à noite. 66 Durante o inverno, a temperatura baixa para menos de 14° em Gaza e Jafa. No pico do verão, os termômetros chegam a registrar 34o! Em algumas localidades situadas mais ao norte, o inverno torna- se insuportável. O clima no deserto. De uma maneira geral, nos desertos de Israel, as temperaturas oscilam, no verão, entre 43°, 47° e 50°. Inclui-se, nessa classificação, o Vale do Jordão. Ventos. As correntes de ventos que varrem o Oriente Médio encarregam-se da formação do clima da Terra Santa: -* As úmidas, do mar Mediterrâneo; As frias, dos montes do Norte; e As quentes, das regiões desérticas. Eis como os hebreus classificavam os ventos: v Safon, portador de geadas; v Quadim, faz crescer a vegetação; v O do Oeste encarrega-se das chuvas; e ^ Darom é mensageiro do calor. Há, também, uma corrente de ar proveniente da Arábia, cognominada Sirô. Esses ventos são tão quentes que chegam a queimar a lavoura. Estações. Depreendemos de algumas passagens bíblicas (I u e, no Oriente Médio, havia somente duas estações: inverno e verão. Diz o profeta Isaías: "Eles serão deixados luntos às aves dos montes e aos animais da terra e sobre eles veranearão as aves de rapina, e todos os animais da terra invernarão sobre eles" (Is 18.6). 67 Começava o inverno em outubro e estendia-se até o mês de março. Nessa época, os montes cobriam-se de neve. O verão tinha o seu início em abril e ia até setembro. Os agricultores aproveitavam bem essa estação para colher e preparar a terra. Chuvas. Ao contrário do Egito, as chuvas em Israel são abundantes. As primeiras chuvas começam em outubro e, constituem-se em fortes aguaceiros, notadamente, no litoral. Nas montanhas, as precipitações são fracas e finas. No deserto não chove. Alguns estudiosos, porém, acreditam que, no tempo de Herodes, o Grande, as chuvas não eram escassas nas regiões desérticas. Isto porque, ele construiu uma fortaleza em Massada com grandes cisternas, para captar água proveniente das chuvas. Eis a média das precipitações pluviais: 1.090 mm por ano. O orvalho continua a cair na Terra Santa. Até mesmo as áreas desérticas recebem essa dádiva dos céus. O orvalho de Hermom, por exemplo, é proverbial. 68 Questionário >’ Assinale com "X" as alternativas corretas 6. Quanto ao Mar Morto, é INCERTO afirmar que: a) EU É profundíssimo, medindo cerca de 300 metros b) [H Em algumas passagens bíblicas ele é chamado de "Mar Salgado" c) [D É um dos mais salgados do planeta, sua água contém 25% de salinidade d) E3 Os gregos o chamavam de "Mar Grande", e os romanos de "Internum Maré" /. O único lago existente em todo o território palestínico é o Lago de: a) CU Ledã b) CZI Merom c) D Orontes d) Q Leontes H, Os rios da Palestina são divididos em duas bacias hidrográficas, a saber: a) CC Bacia da Galiléia e Bacia do Atlântico b) 0 Bacia do Atlântico e Bacia do Mar Morto c) H. Bacia do Mediterrâneo
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