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Profetas Menores

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Índice 
Introdução Geral aos Profetas Menores .... . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 
Lição 1 - Oséias .... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19 
Joel ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29 
Amós ..... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36 
Lição 2 - Obadias .... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45 
Jonas..... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57 
Lição 3 - Miquéias .... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69 
Naum ..... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83 
Lição 4 - Habacuque .... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95 
Sofonias .... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .107 
Ageu ..... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 114 
Lição 5 - Zacarias .... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 121 
Malaquias .... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 131 
Referências Bibliográficas .... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 145 
13 
Introdução Geral 
Profetas Menores 
Iniciamos agora o estudo dos profetas que 
deixaram as suas mensagens registradas em livros. 
Tomando o cativeiro babilônico como ponto de referência, 
eles podem ser divididos em: 
Profetas que atuaram antes do Cativeiro: 
Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Isaías, Miquéias, 
Naum, Habacuque, Sofonias, Jeremias. 
Profetas que atuaram durante o Cativeiro: 
Jeremias, Ezequiel, Daniel. 
Profetas que atuaram após o Cativeiro: Ageu, 
Zacarias, Malaquias. 
Estudaremos nestas lições os livros dos 
Profetas Menores. São chamados “Menores” não por causa 
da sua importância, mas em relação ao seu tamanho, e a 
esse respeito estão em contraste com os escritos dos 
Profetas Maiores. 
Os Profetas de 
Israel 
Os Profetas de 
Judá 
Os Profetas do 
Pós-cativeiro 
Oséias, Amós 
e Jonas. 
Obadias, Joel, 
Miquéias, Naum, 
Habacuque e 
Sofonias. 
Ageu, Zacarias e 
Malaquias. 
Os doze Profetas Menores, embora apresentem 
proporcionalmente textos menos extensos 
15 
que os chamados Profetas Maiores, formam um bloco de 
livros divinos que primam pela limpidez de estilo, pela 
dinâmica da linguagem, pela riqueza de seu conteúdo. 
Seus autores não relatam apenas os problemas 
polít icos, sociais e religiosos do povo de Israel, mas 
clamam contra o pecado, a injustiça e a apostasia; 
convidam ao retorno, á fidelidade e ao arrependimento; 
anunciam a miser icórdia, a graça e o perdão de Deus; 
pregam a lei em todo seu vigor e o evangelho em todo seu 
consolo; apontam para a vinda do Messias “que há de 
reinar em Israel” (Mq 5.2), o “Rei”, Justo e Salvador, que 
anunciará a paz às nações (Zc 9.9-10), e lançarão todos os 
nossos pecados nas profundezas do mar (Mq 7.19). 
Os textos são escritos antigos; passou-se mais 
de 2.600 anos desde o seu surgimento, eis o divin o 
paradoxo; apesar de sua antigüidade histórica, é 
extraordinária e surpreendente a atualidade das mensagens 
dos Profetas Menores. 
O seu conteúdo não envelheceu, não caducou, 
não se desatualizou; traçando um paralelo entre o contexto 
polít ico, social e rel igioso do mundo de vinte e seis 
séculos passados e o nosso século, é fácil concluir que a 
história se repete. 
A mensagem dos Profetas Menores é nova, 
atual e necessária ao homem do século XXI; torna -se 
urgente examinar, refletir, aceitar e proclamar o que Deus 
está profetizando através dos Profetas Menores. 
Através deste estudo descobriremos que os 
profetas menores formam verdadeiras tochas acessas por 
Deus, para orientar o povo rebelde em meio à escuridão da 
desobediência. Eram as vozes do Senhor constantemente 
chamando para o arrependimento e a reconciliação. 
16 
A Classificação dos Livros Proféticos 
Os autores dos livros proféticos tinham estilos 
próprios, pois eram homens que viveram em épocas 
diversas, provenientes de várias estirpes 1, com cultura e 
poder econômico diferente. Contudo, todos eram dotados 
da convicção de suas chamadas para o ministério profético. 
A classificação dos livros proféticos em 
Profetas Maiores e Profetas Menores não se deve a 
importância de uns em relação aos demais, mas tão 
somente refere-se a extensão dos livros por eles escritos. 
Os que escrevem livros mais longos são chamados Profetas 
Maiores (Isaías, Jeremias, Ezequiel e Daniel). Os doze 
profetas autores dos livros mais breves são ditos Profetas 
Menores (Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, 
Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias). 
Na formação do Cânon hebraico do Antigo Testamento os 
livros dos doze profetas menores formavam um só livro 
chamado “O Livro dos Doze”. Provavelmente agrupados 
assim, por Esdras e a “Grande Sinagoga”, mais ou menos 
em 425 
a. C., possivelmente com a finalidade de acomodá -los 
em um rolo. 
As designações “Profetas Maiores” e “Profetas 
Menores” foram dadas por Agostinho no princípio do 
século IV d.C. 
A abordagem não será seqüencial e sim 
cronológica, dentro dos principais acontecimentos da 
época de cada um: 
• De 841-612 a.C. - Oséias, Joel, Amós, Jonas, Miquéias, 
Sofonias e Naum. Os principais eventos históricos 
relacionados ao povo de Israel foram a 
1
 Origem, tronco, linhagem, raça, ascendência, cepa. 
17 
queda da supremacia Aramaica (800 a.C.), a 
estruturação de Israel por Jeroboão II, a queda de 
Samaria (722 a.C.) e o fim do Império Assír io (612 
a.C.). 
• De 605-539 a.C. - Habacuque e Obadias. Os fatos 
históricos foram a queda de Jerusalém (587 a.C.), o 
cativeiro judaico e a derrota Egípcia (605 a.C.). 
• De 539-322 a.C. - Ageu, Zacarias e Malaquias, onde 
estão registrados os regressos do cativeiro (538 a.C.), a 
reconstrução do Templo (515 a.C.) e a reforma de 
Esdras e Neemias (458-445 a.C.). 
Esquema Cronológico Aproximado 
Os Profetas 
Menores 
Acontecimentos Polít icos 
Oséias 
Joel 
Amós 
Jonas 
Miquéias 
Naum 
• Dominação da Assíria; 
• Queda de Samaria, 722 a.C.; 
• Exílio de Israel na Assíria; 
• Queda de Nínive, 612 a.C.; 
• Fim do Império Assírio; 
Habacuque 
Sofonias 
• Dominação da Babilônia; 
• Queda de Jerusalém, 587 a.C.; 
Obadias • Exílio de Judá; 
• Na Babilônia durante 70 anos; 
• Queda de Babilônia, 539 a.C.; 
Ageu 
Zacarias 
Malaquias 
• Dominação da Pérsia; 
• Rei persa Ciro toma a Babilônia, e 
• em 538 a.C. autoriza a volta do exílio; 
• Restauração do Templo 515 a.C.; 
• Espera do Messias, 450 a.C.; 
18 
Lição 1 
Oséias, Joel e Amós 
 Autor: Oséias. 
 Data: 715-710 a.C. 
 Tema: O Julgamento Divino e o Amor 
 Redentor de Deus. 
Oséias 
 Palavras-Chave: Pecado, Julgamento, Amor. 
 
 Versículo-chave: Os 3.1 
A profecia de Oséias foi a última tentativa de 
Deus em levar Israel a arrepender -se de sua idolatria e 
iniqüidade persistentes, antes que Ele entregasse a nação 
ao seu pleno juízo. O livro foi escrito com o objetivo de 
revelar: 
 Que Deus conserva seu amor ao seu povo segundo o 
concerto, e deseja intensamente redimi -lo de suainiqüidade; 
 Que conseqüências trágicas se seguem quando o 
povo persiste em desobedecer a Deus, e em rejeitar -
lhe o amor redentor. A infidelidade da esposa de 
Oséias é registrada como ilustração da infidelidade 
de Israel. Gomer vai atrás de outros homens, ao 
passo que Israel corre atrás de outros deuses. Gomer 
comete prostituição física; Israel, prostituição 
espir itual. 
19 
Visão Panorâmica 
(1) Os capítulos 1-3 descrevem o casamento entre Oséias 
e Gomer. Os nomes dos três filhos são sinais 
proféticos a Israel: 
Jezreel => (“Deus espalha”) 
Lo Ruama => (“Não compadecida”) 
Lo-Ami => (“Não meu povo”) 
O amor perseverante de Oséias à sua esposa adúltera 
simboliza o amor inabalável de Deus por Israel. 
(2) Os capítulos 4-14 contêm uma série de profecias que 
mostram o paralelismo entre a infidelidade de Israel 
e a da esposa de Oséias. 
Quando Gomer abandona Oséias, e vai à procura de 
outros amantes (Os 1), está representando o 
papel de Israel ao desviar -se de Deus (Os 4-7). 
A degradação de Gomer (Os 2) representa a vergonha 
e o juízo de Israel (Os 8-10). Ao resgatar Gomer do 
mercado de escravos (Os 3), Oséias demonstra o 
desejo e intenção de Deus em restaurar Israel no 
futuro (Os 11-14). 
O livro enfatiza este fato: por ter Israel 
desprezado o amor de Deus e sua chamada ao 
arrependimento, o juízo já não poderá ser adiado. 
Tema 
Jeroboão morreu em 752 a.C., Ezequias subiu 
ao trono em 728, somando alguns anos, o período de 
tempo sugere aproximadamente 755-725 a.C., 
20 
embora sejam dados nomes dos reis de Judá com a 
finalidade de localizar a época, e Judá seja mencionado no 
livro, a profecia é dirigida ao Reino do Norte, Israel (Os 
1.4,6,10; 3.1; 4.1,15), dirige-se a ele como “Efraim” (que 
significa fért il) trinta e sete vezes, em virtude da poderosa 
tribo do centro or iunda do muito abençoado f ilho de José. 
Verificamos que nacionalmente a monarquia 
havia sido dividida em dois reinos há aproximadamente 
200 anos, os dois reinos experimentaram per íodos muito 
prósperos conhecidos como Era Áurea. 
O Senhor dera a Israel grande expansão até 
Damasco, sob o reinado de Jeroboão II, sem dúvida foi 
uma dádiva especial da graça de Deus que queria levá-los 
ao arrependimento (2Rs 14.25-28). Se analisarmos tanto o 
ponto de vista religioso ou moral, Israel havia descido ao 
ponto mais baixo, os sacerdotes uniram-se aos salteadores 
e assassinos nas estradas (Os 6.9). Despreparados 
moralmente a ponto de sacrificarem crianças e se 
prostituírem em forma de culto. 
Os profetas Jonas e Amós haviam falado para 
aquela geração, Amós fora enviado de Judá para condenar
 Israel em termos fustigantes
1
 por sua 
corrupção moral, indiferença religiosa e por não 
atender a repreensão. Contudo o ministér io de Amós 
foi curto e explosivo, enquanto que o de Oséias foi longo e 
paciente, como de um pastor que implora e derrama 
lágr imas por um rebanho enlouquecido a caminho da 
destruição. 
Assim, descobrimos o objetivo do livro de 
Oséias, que é o de registrar a chamada divina final ao 
arrependimento do indiferente Reino do Norte que afunda 
na desgraça, com isto descreve-se o estado 
1 Fustigar: bater com vara. Vergastar, açoitar, zurzir. 
21 
abominável da nação que, a semelhança de sua esposa 
tinha-se entregue à prostituição. Fala do amor 
inextinguível
1
 do Senhor que derramou lágrimas diante da 
alienação de Israel e estava pronto a receber o povo de 
volta para a aliança mediante arrependimento. 
Deus havia mandado Oséias tomar como esposa 
uma mulher que provou depois, ser inteiramente infiel, e 
que sofreu em grande medida as conseqüências de sua 
conduta. 
Que a narrativa é histórica não precisamos 
duvidar, porque não há motivo para considerar em 
parábola aquilo que as Escr ituras narra como fato. 
Considerando este fato, vamos notar os nomes dos três 
filhos de Oséias: Jezreel, Lo-Ruama e Lo-Ami. 
Estes foram sinais para o povo, como também 
foram os filhos de Isaías. O Senhor deu instruções claras 
ao seu profeta sobre como dar nomes aos seus filhos. Sua 
intenção, mediante o sentido dos três nomes, era a de 
revelar a sua atitude ao seu povo. 
Autor 
Oséias significa “salvação ou livramento”. A 
forma hebraica desse nome é “Hoshca”, pertencente à 
mesma raiz da palavra Josué, que tem o prefixo “Yod” para
 “Yad” ou Senhor “Yahweh é Salvação”. 
Sabemos que é filho de Beeri, e que profetizou 
para Israel, Reino do Norte, nos últ imos trinta an os antes 
do cativeiro. Evidentemente mudou-se para o sul antes do 
cativeiro em 722, foi contemporâneo de Isaías e Miquéias. 
Como Isaías, Oséias tinha uma família que foi usada pelo 
Senhor como “sinal” para nação quanto ao futuro 
julgamento e 
1 Não extinguível. Que nunca acaba, extingue. 
22 
poster ior restauração. Acredita -se que ele tenha sido 
natural do norte e que por isso conhecia as más condições 
existentes em Israel. Isto deu um peso especial à sua 
mensagem. 
Casou-se com uma mulher que lhe foi infiel , 
suas amargas experiências conjugais tornaram-se a trama, 
ao redor da qual o Senhor construiu sua mensagem final ao 
Reino do Norte. 
Nada mais se sabe do profeta, a não ser os 
lances biográficos que ele mesmo revela em seu livro. Que 
Oséias provinha de Israel, e não de Judá, e que profetizou 
à sua nação, é evidente: 
■ Em suas numerosas referências a “Israel” e “Efraim”, 
as duas principais designações do Reino do Norte; 
■ Em sua referência ao Rei de Israel, em Samaria, como 
“nosso rei” (Os 7.5); 
 Em sua intensa preocupação com a corrupção 
espir itual, moral, polít ica e social de Israel. 
O ministér io de Oséias, no Reino do Norte, 
seguiu-se logo após ao ministér io de Amós que, embora 
fosse de Judá, profetizou a Israel. Amós e Oséias são O S 
únicos profetas do Antigo Testamento, cujos livros foram 
dedicados inteiramente ao Reino do Norte, anunciando-lhe 
a destruição iminente. 
Data 
Escrito entre 715-710 a.C. aproximadamente, 
durante os reinados de quatro reis de Judá, de Uzias a 
Ezequias, mais ou menos 767-697 a.C., e durante o reinado 
de Jeroboão II de Israel, 793-752. 
23 
Cenário 
Quando Oséias iniciou o seu ministér io, durante 
os últ imos anos de Jeroboão II, Israel desfrutava de uma 
temporária prosperidade econômica e de paz política, que 
acabariam por produzir um falso senso de segurança. Logo 
após a morte de Jeroboão II (753 a.C.), porém, a nação 
começa a deteriorar-se, e caminham velozmente à 
destruição em 722 a.C. 
Passados quinze anos da morte do rei, quatro de 
seus sucessores seriam assassinados. Decorridos mais 
quinze anos, Samaria ser ia incendiada, e os israelitas, 
deportados para a Assír ia e, poster iormente, dispersados 
entre as nações. 
O casamento trágico de Oséias, e sua palavra 
profética harmonizavam com a mensagem de Deus a Israel 
durante esses anos caóticos. Deus ordenou a Oséias que 
tomasse “uma mulher de prostituições” (Os 1.2) a fim de 
ilustrar a infidelidade espir itual de Israel. Embora haja os 
que interpretem o casamento do profeta como alegoria, os 
eruditos conservadores consideram-no literal. Parece 
improvável, porém, que Deus instruísse seu piedoso servo 
a casar-se com uma mulher de má fama para exemplificar 
sua mensagem a Israel. Parece mais provável que Oséias 
haja se casado com Gomer quando esta ainda era casta, e 
que ela haja se tornada meretr iz poster iormente. Sendo 
assim, a ordem para se tomar “uma mulher de 
prostituições” era uma previsão profética do que estava 
para acontecer. 
Ocontexto histórico do ministério de Oséias é 
situado nos reinados de Jeroboão II, de Israel, e de quatro 
reis de Judá (Uzias, Jotão, Acaz, e Ezequias; ver Os 1.1) - 
isto é, entre 755 e 715 a.C. 
As datas revelam que o profeta não somente era 
um contemporâneo mais jovem de Amós, como 
24 
Ulysses
Highlight
também de Isaías e Miquéias. O fato de Oséias datar boa 
parte de seu ministér io mediante uma referência a quatro 
reis em Judá, e não aos breves reinados dos últ imos seis 
reis de Israel, podem indicar ter ele fugido do Reino do 
Norte a fim de morar na terra de Judá, pouco tempo antes 
de Samaria ter sido destruída pela Assíria (722 a.C.). 
O Livro e as Características Especiais 
Sete aspectos básicos caracterizam o livro de 
Oséias: 
(1) Ocupa o pr imeiro lugar na seção do Antigo 
Testamento chamado “O Livro dos Doze”, também 
conhecido como os “Profetas Menores”, por causa de 
sua brevidade em comparação com Isaías, Jeremias e 
Ezequiel. 
(2) Oséias é um dos dois profetas do Reino do Norte a ter 
um livro profético no Antigo Testamento (o outro é 
Jonas). 
(3) A semelhança de Jeremias e Ezequiel, as experiências 
pessoais de Oséias ilustram sua mensagem profética. 
(4) Contêm cerca de 150 declarações a respeito dos 
pecados de Israel, sendo que mais da metade deles 
relaciona-se a idolatria. 
(5) Oséias relembra aos israelitas que o Senhor havia sido 
longânimo e f iel em seu amor para com eles. 
(6) Não há ordem visível entre suas profecias (Os 4 - 
14) . E difícil distinguir onde uma profecia termina e 
outra começa. 
(7) Elas acham-se repletas de vividas figuras de 
linguagem, muitas das quais tiradas do cenário rural. 
25 
O Livro de Oséias ante o Novo Testamento 
Diversos versículos de Oséias são citados no 
Novo Testamento: 
 O Filho de Deus é chamado do Egito (Os 11.1; cf. Mt 
2.15); 
 A vitória de Cristo sobre a morte (Os 13.14; cf. ICo 
15.55); 
 Deus deseja a misericórdia, e não o sacrifício (Os 
6. 6; cf. Mt 9.13; 12.7); 
 Os gentios que não eram o povo de Deus passam a 
ser seu povo (Os 1.6, 9-10; 2.23; cf. Rm 9.25,26). 
Além dos trechos específicos, o Novo 
Testamento expande o tema do livro - Deus como o 
marido do seu povo - e diz que Cristo é o marido de sua 
noiva redimida, a Igreja (2Co 11.2; Ef 5.22 -32; Ap 
19.6- 9; 21.1-2,9-10). 
Oséias enfatiza a mensagem do Novo 
Testamento a respeito de se conhecer a Deus para se 
entrar na vida (2.20; 4.6; 5.15; 6.3-6; cf. Jo 17.1-3). 
Juntamente com esta mensagem, Oséias demonstra 
claramente o relacionamento entre o pecado persistente e 
o juízo inexorável de Deus. Ambas as ênfases são 
resumidas por Paulo em Romanos 6.23: “Porque o salário 
do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida 
eterna, por Cristo Jesus, nosso Senhor”. 
Oséias em Relação a Jesus Cristo 
O amor divino por Israel, subentende o amor de 
Cristo pela Igreja (Jo 13.1). YHWH é a própria Trindade, 
ou seja, Senhor no Antigo Testamento, fala sobre o 
relacionamento “marido-mulher” representando 
26 
o Senhor e o povo da aliança. O amor no Novo 
Testamento entre Cristo e a sua Igreja, é outra expressão 
daquele amor divino, mesmo para os que estão fora 
daquela união da alia nça (Ef 2.11-14). 
Oséias 3.5 diz: “tornarão os filhos de Israel, e 
buscarão ao Senhor seu Deus e a Davi seu rei” 
(provavelmente é messiânica), pode ser o próprio Messias 
como “Filho de Davi” (Ez 34.23 -24; Mc 12.35), nos 
últ imos dias os filhos de Israel tremendo se aproximarão 
do Senhor (Os 3.5). 
“Do Egito chamei meu filho” (Os 11.1), é 
citado em Mateus 2.15 como uma profecia do Antigo 
Testamento que Jesus seria levado ao Egito e chamado 
pelo anjo do Senhor. Sem dúvida Mateus usa esse texto 
como uma “profecia” de Cristo, mostrando seu 
relacionamento íntimo entre o Messias e Israel. 
Oséias em Relação a Jeremias 
(Os 11.7-9; Jr 9.1-2) 
Assim como Oséias foi para Israel, Jeremias foi 
para Judá 140 anos após. Insist iu com o povo, implorando 
o amor de Deus, no per íodo que o povo lançava-se na 
destruição. 
 Ministraram depois de uma época de prosper idade em 
toda a nação, seguida de indiferença espiritual e 
corrupção moral. 
 Expressaram a tristeza de Deus por ser forçado a 
divorciar-se do seu povo por adultér io e a permitir sua 
destruição por um Império do Oriente (Jr 3.8; Os 2.2 -
7). 
 Falaram de uma renovada aliança entre o Senhor e o 
seu povo na futura era messiânica (Jr 31.31 e Os 1.11; 
14.1). 
27 
 
Questionário 
■ Assinale com “X” as alternativas corretas 
1. É o tema do livro de Oséias 
a) A magnitude da miser icórdia salvífica de Deus 
b) O juízo de Edom 
C) O grande e terrível Dia do Senhor 
 d) O julgamento divino e o amor redentor de Deus 
2. Oséias fora um profeta que perseverou em 
a) Juntar o povo diante do Senhor numa grande 
assembléia solene 
b) Amar sua esposa adúltera simbolizando o amor 
inabalável de Deus por Israel 
c) Entregar ao rei Jeroboão II uma versão escr ita de 
suas advertências proféticas 
d) I Profetizar destruição aos edomitas 
3. Quanto ao livro de Oséias, aponte a sentença errada 
a) Ê o único profeta do Reino do Norte a ter um 
livro profético no Antigo Testamento 
b) Q Ocupa o primeiro lugar na seção do Antigo 
Testamento chamado “O Livro dos Doze” 
c) Relembra aos israelitas que o Senhor havia sido 
longânimo e fiel em seu amor para com eles 
d) A maioria de suas declarações são destinados à 
idolatria 
■ Marque “C” para Certo e “E” para Errado 
4. Ao resgatar Gomer do mercado de escravos, Oséias 
demonstra o desejo e intenção de Deus em restaurar 
Israel no futuro 
5. Oséias significa “Jeová é Deus”. Profetizou para 
Judá nos últimos dez anos antes do cativeiro 
28 
 Autor: Joel. 
 Data: 835-830 a.C. 
Joel Tema: 0 Grande e Terrível Dia do Senhor. 
 Palavras-Chave: Visitação. 
 Versículo-chave: J1 2.28-29. 
Joel falou e escreveu em virtude de duas 
recentes calamidades naturais, e da iminência de uma 
invasão militar estrangeira. 
Seu tríplice propósito: 
■ Juntar o povo diante do Senhor numa grande 
assembléia solene (J1 1.14; 2.15,16); 
■ Exortar o povo a arrepender -se e a voltar-se 
humildemente ao Senhor Deus com jejuns, choro, 
pesar e clamor por sua miser icórdia (J1 2.12 -17); 
■ Registrar a palavra profética ao seu povo por 
ocasião de seu sincero arrependimento (J1 2.18 - 
3.21). 
Visão Panorâmica 
O conteúdo de Joel divide-se em três seções: 
 A primeira seção (J1 1.2-20). 
Descreve a devastação de Judá ocasionada por 
uma grande praga de gafanhotos, que arrancou as 
folhagens das vinhas, árvores e campos (J1 1.7,10), 
reduzindo o povo a indescrit ível penúria
1
. Em meio à 
Calamidade, o profeta conclama os líderes espirituais de 
Judá a guiar a nação ao arrependimento (J1 1.13,14). 
1 Pobreza extrema; indigência, miséria, escassez, falta. 
29 
 A segunda seção (J1 2.1-17). 
Registra a iminência de um juízo divino ainda 
maior, proveniente do Norte (J1 1.1-11), na forma de: 
 Outra praga de gafanhotos descr ita metaforicamente 
como um exército de destruidores, ou 
 Uma invasão militar literal. 
De novo, o profeta soa a trombeta espiritual em 
Sião (J1 2.1,15), conclamando grande assembléia solene
1
 
para que os sacerdotes e todo o povo busquem 
sinceramente a misericórdia divina, com arrependimento, 
jejuns, clamores e genuíno quebrantamento, diante do 
Senhor (J1 2.12,17). 
 A seção final (J1 2.18-3.21). 
Começa declarando a misericórdia de Deus em face 
ao arrependimento sincero do povo(os verbos hebraicos 
de Joel 2.18,19a indicam ação completada, e devem ser 
traduzidos no tempo passado). 
O humilde arrependimento de Judá e a grande 
misericórdia de Deus dão ocasião às profecias de Joel a 
respeito do futuro, abrangendo a restauração (J1 2.19b -
27), c derramamento do Espírito Santo sobre toda a 
humanidade (J1 2.28-31) e o juízo e a salvação no final 
dos tempos (J1 3.1-21). 
Tema 
O tema e seu estilo literário identificam-se mais 
com os profetas do século VIII a.C. - Amós, Miquéias e 
Isaías, do que com os profetas pós-exílicos - Ageu, 
Zacarias e Malaquias. Estes e outros fatos 
1 Que se efetua com aparato e pompa. 
30 
favorecem o contexto do século IX a.C. para o livro de 
Joel. 
O dia do Senhor está próximo, frase 
encontrada cinco vezes em Joel. Nos versículos a 
seguir (J1 1.15; 2.1-11,13; 3.14), observem que 
evidenciam com clareza como será de fato terrível e 
assustador este dia. 
A finalidade em ressaltar este tempo é o de 
avisar ao povo dos eventos culminantes do fim. Através de 
seu estilo suave, mas direto, o escritor procura exortar 
Judá a decidir-se e a consagrar-se novamente ao Senhor. 
Com sua mensagem declara que a justiça do alto está perto 
e brevemente se manifestará, a sua mensagem visa 
preparar Judá para a invasão que há de vir, este ataque de 
que fala o profeta é aquele que ocorrerá durante a Grande 
Tribulação; será quando Judá for atacada pelas hostes 
inimigas nos dias da Grande Batalha do Armagedom, que 
será o desfecho da GrandeTribulação; em Joel 2.2-10 declara que as 
tropas inimigas serão destemidas, ferozes e dominadas 
pelo zelo do destruidor. 
Quatro fases do desenvolvimento da locusta 
mencionada por Joel: 
ARA ARC As Fases 
Gafanhoto 
Cortador 
Lagarta Recém-nascido sem asas. 
Gafanhoto 
Migrador 
Gafanhoto Pode procriar já no primeiro 
estágio de desenvolvimento. 
Gafanhoto 
Devorador 
Locusta Desenvolve pequenas asas, mas 
pula bem. Começa a devorar. 
Gafanhoto 
Destruidor 
Pulgão Possui asas completas. E o 
consumidor adulto. 
31 
Existem comentários que traçam um paralelo 
entre essas pragas e os impérios da visão de Daniel: 
Babilônia, Medo-Persa, Grécia e Roma, mas a 
interpretação mais provável é a simbólica, o incidente dos 
gafanhotos foi real, já havia acontecido, o profeta faz o 
povo lembrar daquela época aterradora
1
, porém agora o 
conscientiza das vindouras invasões inimigas, nações se 
levantarão contra Judá com grande alvoroço e fer ocidade. 
Por fim o profeta entrega a assolação passada 
para mostrar que no futuro, o dia do Senhor será por sua 
vez ainda mais terrível. 
O porta-voz do Senhor declara que há uma 
saída, voltar ao primeiro amor e tomar uma decisão 
urgente (J1 2.12-20). Rasgai o vosso coração (v.13), é um 
convite para a conversão, para uma total consagração, uma 
mudança interna. Tocai a trombeta (v. 15-17), é o acerto 
de contas com Deus. 
O livro apresenta dois objetivos: 
(1) Objetivo histórico: Tinha a finalidade de chamar a 
nação de Judá ao arrependimento, através da presença 
dos gafanhotos, da estiagem
2
 e de seus inimigos 
locais, para evitar que uma calamidade pior viesse 
sobre eles. 
(2) Objetivo profético: Era o de apresentar o futuro dia 
do Senhor no qual ele dominará os pagãos, libertará o 
seu povo para habitar com Ele. 
Autor 
Joel significa: “Jeová é Deus” é a 
composição de YHWH (Jeová) e EL (Deus), vemos aqui 
1 Que aterroriza; pavoroso, aterrador, aterrorizante. 
2
 Fa lta ou cessação d e chu va. 
32 
uma ligação direta do nome do profeta com a mensagem 
que Deus queria transmitir, “sabereis que eu sou o Senhor 
vosso Deus” (J1 2.27; 3.17). 
Joel era filho de Petuel, acredita -se ter sido 
sacerdote, morou e profetizou em Judá e na cidade de 
Jerusalém. A Bíblia registra outras quatorze pessoas com o 
nome de Joel, provavelmente Joel era conhecido de Elias e 
contemporâneo de Eliseu. 
Data 
Levando-se em conta que Joel não menciona 
nenhum rei, ou evento histór ico, não se pode determinar o 
período de seu ministér io. Acredita-se que tenha sido 
exercido depois de os exilados terem voltado a Jerusalém e 
reedificado o Templo (cerca de 510 -400 a.C.). Nesta 
época, não havia rei em Judá, e os líderes espirituais de 
maior destaque eram os sacerdotes. Acredita -se ainda que 
a mensagem de Joel haja sido entregue durante os 
primeiros dias do jovem rei Joás (835 -830 a.C.), que subiu 
ao trono de Judá com a idade de sete anos (2Rs 11.21), e 
permaneceu sob a orientação do sumo sacerdote Joiada 
durante toda a sua menoridade. Tal situação explicaria o 
destaque dos sacerdotes neste livro profético, e a ausência 
de qualquer referência à realeza. 
Cenário 
Na área polít ica Judá estava passando por um 
período de reconstrução após o perverso reinado da rainha 
Talia (841-835). Esta reconstrução ocorreu principalmente 
sob a liderança do sumo sacerdote Joiada; pois ele mesmo 
contribuiu para a morte da rainha e Joás tinha apenas sete 
anos de idade (2Rs 
33 
Ulysses
Highlight
Ulysses
Highlight
11.21) . No âmbito internacional Judá estava sendo 
molestada por vários inimigos locais: Tiro, Sidom, 
Filíst ia, Edom e Egito (J1 3.4-19). 
Referente à religião, a adoração a Baal tinha 
terminado com a santificação de Jeú em 841, e a Joiada em 
Judá em 835, porém, ao contrario da verdadeira 
purificação a Deus o povo tornou -se indiferente; já não 
tinham muito cuidado com as coisas sagradas como nós 
podemos notar em 2Reis 12.6. 
O Livro de Joel ante o Novo Testamento 
Vários versículos de Joel contribuem 
poderosamente à mensagem do Novo Testamento: 
■ A profecia a respeito da descida do Espírito Santo (J1 
2.28-32) é citada especificamente por Pedro em seu 
sermão no dia de Pentecoste (At 2.16-21), depois de 
o Espírito Santo ter sido enviado do céu sobre os 120 
membros fundadores da Igreja Primitiva, com as 
manifestações do falar noutras línguas, da profecia e 
do louvor a Deus (At 2.4,6- 8,11,17,18). 
■ Além disso, o convite de Pedro às multidões, naquela 
festa judaica, a respeito da necessidade de se invocar 
o nome do Senhor para ser salvo, foi inspirado 
(parcialmente) em Joel (J1 2.32a; 3.14; At 2.2,37-
41). Paulo também cita o mesmo versículo (Rm 
10.13). 
* Os sinais apocalípticos nos céus que, segundo 
Joel, ocorrerá no final dos tempos (J1 2.30,31), não 
somente foram lembrados por Pedro (At 2.19,20), 
mas também referidos por Jesus (Mt 24.29) e por 
João em Patmos (Ap 6.12-14). 
■ Finalmente, a profecia de Joel a respeito do 
julgamento divino das nações, no vale de Josafá 
34 
(J1 3.2,12-14), é desenvolvida ainda mais no últ imo 
livro da Bíblia (Ap 14.18-20; 16.12-16; 19.19-21; 
20.7-9). 
Há dimensões tanto presentes quanto futuras em 
todas as aplicações de Joel no Novo Testamento. Os dons 
do Espír ito que começaram a fluir através do povo de 
Deus, no Pentecoste, ainda se acham à disposição dos 
crentes (ICo 12.1-14.40). 
Além disso, os versículos que precedem à 
profecia a respeito do Espírito Santo (isto é, a analogia da 
colheita com as chuvas temporãs e serôdias
1
, J1 2.23-27) e 
os versículos que se seguem (isto é, os sinais que se darão 
nos céus no final dos tempos, J1 2.30-32) indicam que a 
profecia sobre o derramamento do Espírito Santo (J1 
2.28,29) inclui não somente a chuva inicial no Pentecoste, 
como também um derramamento final e culminante sobre 
toda a raça humana no final dos tempos. 
1 Que vem tarde, fora do tempo; tardio. 
35 
 
 
Autor: Amós. 
Data:Cerca de 760-755 a.C. 
Tema: Justiça, Retidão e Retr ibuição 
Divina pelo Pecado. 
Palavras-Chave: Julgamento e Justiça. 
Versículo-chave: Am 4.11 e 12. 
A prosper idade de Israel servia apenas para 
aprofundar a corrupção da nação. Ao ser enviado a Betel a 
proclamar a mensagem: “Arrependam-se ou pereçam”, 
Amós é de lá expulso, sendo-lhe expressamente proibido 
de ali profetizar. Quão diferentemente agiram os ninivitas 
diante da mensagem de Jonas! Parece que, pouco depois, 
Amós volta a sua casa em Judá, onde escreve sua 
mensagem. 
Seu propósito era: 
■ Entregar ao rei Jeroboão II uma versão escrita de 
suas advertências proféticas; 
■ Disseminar amplamente em Israel e Judá o oráculo 
da certeza do iminente juízo divino contra Israel e 
as nações em derredor, a não ser que estas se 
arrependessem de sua idolatria, imoralidade e 
injustiça. A destruição de Israel ocorreria três 
décadas mais tarde. 
Durante o ministério de Amós, o Reino do 
Norte achava-se en seu apogeu
1
 quanto à expansão 
territorial, paz política e prosper idade nacional. 
Internamente, porém, estava podre. A idolatria 
encontrava-se em voga
2
. A sociedade esbanjava -se à 
1 O mais alto grau; o auge. 
2 Divulgação, propagação. Popularidade; grande aceitação. Uso atual; 
moda. 
36 
procura dos prazeres. A hipocrisia e a imoralidade 
grassavam
1
. O sistema judiciário corrompia -se cada vez 
mais, e a opressão aos pobres tornara -se lugar-comum. 
Obedecendo à vocação do Deus de Israel, Amós 
proclama corajosamente a sua mensagem centrada na 
justiça, ret idão e retribuição divina. Mas o povo, 
infelizmente, não queria ouvir o que o Senhor t inha a 
dizer-lhe. 
Visão Panorâmica 
O livro de Amós divide-se, de modo natural, 
em três seções: 
 A primeira seção (Am 1.3-2.16). 
O profeta dirige primeiramente sua mensagem 
de condenação a sete nações vizinhas de Israel, inclusive 
Judá. Tendo levado Israel a aceitar prazerosamente o 
castigo desses povos (Am 1.3-2.5), Amós passa a 
descrever vividamente os pecados da nação eleita e a 
punição que lhe estava reservada (Am 2.6-16). Esta seção 
determina o tom da mensagem do livro: a condenação 
resultará na destruição e exíl io da nação israelita. 
> A segunda seção (Am 3.1-6.14). 
Registra três mensagens ousadas, iniciando 
cada uma delas com a expressão: “Ouvi esta palavra” (Am 
3.1; 4.1; 5.1). 
Na primeira, Deus julga Israel como um povo 
privilegiado, a quem Ele livrara do Egito: “De todas as 
famílias da terra a vós somente conheci; portanto, todas as 
vossas injustiças visitarão sobre vós” (Am 3.2). 
1 Desenvolver-se; alastrar-se, propagar-se progressivamente. 
37 
A segunda mensagem começa tratando as 
mulheres ricas de Israel de “vacas de Basã... que oprimis 
os pobres, que quebrantais os necessitados, que dizei a 
seus senhores: dai cá, e bebamos” (Am 4.1). Amós 
profetiza que elas ser iam levadas ao cativeiro com anzóis 
de pesca, como o justo juízo de Deus requeria (Am 4.2,3). 
Amós tem palavras semelhantes para os mercadores 
desonestos, os governantes corruptos, os advogados e 
juízes oportunistas e os sacerdotes e profetas 
prevaricadores. 
A terceira mensagem (caps. 5 e 6) alista as 
abominações de Israel. Amós, pois , conclama o povo ao 
arrependimento: “Ai dos que repousam em Sião” (Am 6.1), 
pois a ruína estava para se abater sobre eles. 
 A terceira seção (Am 7.1-9.10). 
Registra cinco visões de Amós a respeito do 
juízo divino. A quarta visão descreve Israel como um ces to 
de frutos em franco estado de putrefação
1
. O juízo divino 
já se fazia arder (Am 8.1-14). 
A visão final mostra Deus em pé ao lado do 
altar, pronto a fer ir Samaria e o Reino decadente do qual 
era ela capital (Am 9.1-10). O livro termina, com breve, 
porém poderosa promessa de restauração ao remanescente 
(Am 9.11-15). 
Tema 
Por meio de Amós, o Senhor estava declarando 
que o destino de Israel estava determinado, seu funeral 
estava marcado e brevemente iriam se realizar, os assírios 
invadiram o Reino do Norte uns 40 anos depois (722 a.C.). 
Desde então Israel jamais 
1 Decomposição das matérias orgânicas pela ação das enzimas 
microbianas. Estado de putrefato; apodrecimento, corrupção. 
38 
voltou a ser a grande nação que tinha sido no passado (Am 
5.2). 
As palavras que Amós recebeu e transmitiu lhe 
vieram dois anos antes de um terremoto que abalou Israel, 
tudo indica que este desastre foi algo real e não simbólico. 
Este acontecimento foi um sinal de advertência ou aviso 
preliminar às nações, daquilo que Deus ia derramar sobre 
elas. Deus não se deixa zombar e aquele que ousar fazê-lo 
sentirá a mão vingadora, porém justa do Todo-Poderoso e 
Soberano Senhor. 
O Reino do Sul (Judá) não está fora dessas 
predições, até a própria Jerusalém sentirá o calor 
causticante do sopro de Deus, será consumida e devastada, 
por terem rejeitado a lei do Senhor, e acreditado em 
mentiras (Am 2.6-8). Deus é amor; mas, seu amor não é 
do tipo que aceita tudo, mesmo aqueles que lhe são 
quer idos, serão punidos se persistirem em pecar; após a 
declaração do profeta Amós de que certas nações e 
também Judá seria castigada, volta a sua atenção contra 
Israel. 
A imoralidade, o materialismo, a idolatria, e 
sacrilégio são algumas das doenças infeccionadas no ovo 
de Israel (Am 2.6-8). Com isto não deram o devido valor 
às bênçãos e libertação que da parte de Deus receberam 
por esta razão, agora com medo e pavor, mesmo tentando 
fugir não ir iam conseguir escapar, fracos e indefesos, 
ter iam que sentir o gosto amargo da justiça de Deus (Am 
2.13-16). 
Israel e Judá viviam o per íodo conhecido como 
“idade de ouro”. Pois os dois reinos encontravam-se 
conforme Amós 6.1, a idéia de um colapso ou julgamento 
nacional estava longe do pensamento de todos, pois 
durante este período o Egito mostrou-se fraco e a Assír ia 
só começou a penetrar no ocidente em 745 a.C. sob o 
reinado de Tiglate-Pileser 
39 
III; ninguém jamais suspeitava que dentro de dez anos, 
desordens polít icas e assassínios
1
 estremeceriam o país, 
lançando-o de encontro à destruição. 
Autor 
Amós significa “carga” ou “carregador de 
fardos”, o livro contém muitos fardos de julgamentos ou 
calamidades que o profeta transmitiu a Israel. 
Amós nasceu em Tecoa, uma pequena aldeia a 8 
km aproximadamente ao sul de Belém; homem de 
negócios, fazendeiro e pregador, embora não fosse um 
profeta treinado na Escola de Profetas, ocupava -se com 
criações de gado e plantação de frutas, tais como: figos 
silvestres (Am 1.1,7,14); era intelectual e hábil escr itor, 
seu livro é considerado clássico tanto na expressão 
artística quanto no conteúdo, tinha um profundo senso de 
justiça social e coragem nos confrontos, como Jonas foi 
um profeta missionário. Estava perfeitamente a par dos 
acontecimentos sociais e nacionais, certamente por ir 
sempre ao norte a fim de comercializar seus produtos. 
Data 
Amós profetizou antes da queda de Israel 
(Reino do Norte), foi contemporâneo de Jonas e Os éias 
(profetas de Israel) e Isaías e Miquéias (profetas de Judá); 
nos seus dias reinava em Judá Uzias e em Israel Jeroboão 
II (Am 1.1), ano 767 a 752 a.C. Iniciou seu ministério em 
alguma data entre 760-746 a.C. Não é possível precisar a 
data do terremoto mencionado em Amós 1.1, e também 
citado em Zacarias 14.5. 
1 Ato de assassinar; homicídio, assassinato, assassinamento. 
40 
Cenário 
Profetas e sacerdotes viviam ao serviço dos 
próprios interesses, injustiças sociais eram o que havia, os 
que t inhampoder estavam sempre com a razão, 
Usurpavam os pobres e viviam na suntuosidade
1
 e no 
vício. Amós foi enfático, e atribuiu a culpa da corrupção 
ao rei e ao sumo sacerdote, razão pela qual declarou que a 
casa de Jeroboão II e a casa de Amazias, o sacerdote seria 
destruída a espada (Am 7.8-; nenhum profeta chamou 
atenção com mais eloquência do que Amós sobre a 
injustiça social, ,„corra, porém, o juízo como as águas, e a 
justiça como ribeiro impetuoso” (Am 5.24), versículo-
chave do livro que se tornou um clássico da justiça. 
Em Amós 5.6-20 enfatiza-se mais uma vez a 
grande preocupação de Deus pela moral, o ritual sem 
justiça não é religião divina, nos seus últimos 
julgamentos, o profeta deixou claro que qualquer nação „o 
violar os conceitos morais, sociais, divinos e entregar-se à 
exploração do pobre (como era naquele tempo) estaria 
fadada à prematura destruição (Am .5,8,10,12,15; 
2.3,5,14-16). 
Características Especiais 
Seis aspectos básicos caracterizam o livro de 
Amós: 
1
o
) É, primariamente, um grito profético em favor da 
justiça e da retidão, baseado no caráter de Deus. 
Enquanto Oséias sentia-se esmagado pela infidelidade 
de Israel, Amós enfurece-se pela violação dos padrões 
da justiça e retidão que o Senhor traçara ao seu povo. 
1
 Grande luxo; magnificência, aparato, pompa. 
41 
2
o
) Ilustra vividamente quão abominável é para Deus a 
religião quando divorciada de uma conduta reta. 
3
o
) E uma confrontação radical e vigorosa entre Amós e o 
sacerdote Amazias (Am 7.10-17), que se tornaria 
uma cena clássica na profecia hebraica. 
4o) Seu estilo, audaz e enérgico, reflete a inabalável 
lealdade do profeta a Deus e aos seus justos 
padrões para com o povo do concerto. 
5o) Demonstra a disposição de Deus em usar pessoas 
que lhe são tementes, aindaque desprovidas de 
credenciais formais, para que proclamem a sua 
mensagem numa era de profissionalismo. 
6
o
) Há, em Amós, numerosos trechos bem conhecidos, 
entre os quais: 3.3,7; 4.6-12; 5.14,15; 21-24; 6.1a; 
7.8; 8.11; 9.13. 
Objetivos do Livro 
O objetivo dessa profecia era soar a trombeta, 
avisando a liderança e a aristocracia de Israel do iminente 
julgamento de Deus sobre a nação. Essa admoestação não 
visava tanto às falhas religiosas, mas, sobretudo a 
corrupção espir itual, moral e social. Sendo assim, a nação 
estava para ser destruída pelas injustiças sociais 
praticadas pela aristocracia contra os pobres e fracos, pois 
Deus é um Deus de justiça. Oséias pregou o amor divino. 
Amós, a justiça. 
Em Amós 4.12, percebemos claramente a 
mensagem de Amós. No auge da prosperidade, ele anuncia 
um julgamento que viria como já mencionamos. Embora 
ofereça miser icórdia aos que reagisse favoravelmente, o 
profeta declarou que a nação em si já não t inha perdão. 
42 
Questionário 
■ Assinale com “X” as alternativas corretas 
6. Não é considerado como um dos propósitos de Joel 
a) Registrar a palavra profética ao seu povo por 
ocasião de seu sincero arrependimento 
b) Exortar o povo a arrepender -se e a voltar-se 
humildemente ao Senhor Deus com jejuns, choro 
c) Juntar o povo diante do Senhor numa grande , 
assembléia solene 
d) Entregar a palavra do juízo divino contra Edom 
7. Não é uma referência de Joel que contribui 
poderosamente à mensagem do Novo Testamento 
a) A profecia a respeito da descida do Espírito Santo 
b) Os sinais apocalípticos nos céus que ocorrerá í no 
final dos tempos 
c) A profecia da vitória de Cristo sobre a morte 
c) A profecia a respeito do julgamento divino das 
nações, no vale de Josafá 
Atribuiu a culpa da corrupção ao rei e ao sumo 
sacerdote; declarou que a casa de Jeroboão II e a casa 
de Amazias, o sacerdote, seriam destruídas a espada 
a) Amós 
b) Obadias 
c) Joel 
d) Oséias 
43 
■ Marque “C” para Certo e “E” para Errado 
9. Joel falou e escreveu em virtude de duas 
recentes calamidades naturais, e da iminência de 
uma invasão militar estrangeira 
10. Enquanto Amós sentia-se esmagado pela 
infidelidade de Israel, Joel enfurece-se pela 
violação dos padrões da justiça e retidão que o 
Senhor traçara ao seu povo 
 
Lição 2 
Obadias e Jonas 
Autor: Obadias. 
Data: Cerca de 840 a.C. 
Obadias Tema: O Juízo de Edom. 
Palavras-Chave: Dia, Dia do Senhor. 
Versículo-chave: Ob 15. 
Este livro foi escr ito: 
 Para revelar a intensa ira de Deus contra os 
edomitas por terem se regozijado com o 
sofr imento de Judá; e. 
 Para entregar a palavra do juízo divino contra 
Edom. 
Obadias profetiza o resultado final da atuação 
de Deus: 
 Para os edomitas - Destruição; 
 Para Israel - Livramento no futuro dia do 
Senhor. 
Visão Panorâmica 
Obadias possui duas seções pr incipais: 
 Primeira seção (vv. 1-14). 
Deus expressa, através do profeta, sua ardente 
ira contra Edom, e exige deste uma prestação de contas 
por sua soberba originada de sua segurança geográfica, e 
por ter -se regozijado com a derrota de 
45 
Judá. O juízo divino vem sobre eles; não há nenhuma 
esperança da comutação
1
 da pena; nenhum convite é feito 
para se arrependerem e voltarem ao Senhor. Serão 
exterminados para sempre! (v. 10). 
 Segunda seção (vv. 15-21). 
Refere-se ao Dia do Senhor, quando Edom será 
destruído juntamente com todos os inimigos de Deus, ao 
passo que o povo escolhido será salvo, e seu reino 
triunfará. 
Tema 
Todas as nações serão julgadas no Dia do 
Senhor (vv. 15 e 16); Edom será destruído no Dia do 
Senhor (vv. 17 e 18); a Palestina será de Israel no Dia do 
Senhor (vv. 19 e 20); toda a terra será do Senhor no Dia 
do Senhor (v. 21). 
O castigo de Edom era por causa da violência 
feita ao seu irmão Jacó (v. 10). 
A narração do profeta mostra o requinte
2
 de 
crueldade com que afligiram e tentaram exterminar seu 
irmão. Ser iam traídos pelos aliados; falhar-lhes-iam o 
conhecimento, e até mesmo os valentes ficar iam 
atemorizados
3
, sem saber o que fazer (v. 7-9). O profeta 
usa as seguintes palavras: “e serás exterminado para 
sempre” (v. 10). 
A partir do versículo 15, Obadias inclui outras 
nações inimigas de Israel no juízo de Deus, todavia Edom 
continua a ser o alvo do livro (v. 16). 
O termo “Israel” nos profetas tem dois 
significados: 
1 Atenuação de pena. Substituição, permutação. 
2 Exagero, extravagância. 
3 Sentir medo ou temor; amedrontar -se, assustar-se, intimidar-se. 
46 
 Somente o Reino do Norte; 
 O povo escolhido de Deus (abrange os descendentes 
de Abraão, Isaque e Jacó). 
Às vezes a frase “filhos de Israel” é 
explicitamente usada no versículo falando diretamente 
sobre os descendentes de Israel (Jacó). Quando o profeta 
salienta a libertação está se refer indo ao povo Judeu em 
geral. 
Obadias fala de três dias dist intos, todos 
representando violência: 
■ O primeiro dia(v. 8), fa la da época em que 
Edom será arrasada; 
■ O segundo (vv. 11 e 14) é o dia da sua 
calamidade. Este é o tempoque Judá sofreu sob 
as mãos dos edomitas, quando quer iam 
exterminar os filhos de Judá (v. 14). 
■ O terceiro dia (v. 15), é o Dia do Senhor, 
relaciona-se com o juízo, destruição e ira de Deus. 
E importante saber que a expressão “O Dia do 
Senhor” frequentemente usada nos Profetas Menores, é um 
per íodo de tempo que começa logo após o arrebatamento 
da Igreja e continua ate o estabelecimento do novo céu e 
nova terra. 
A Salvação de Israel se dará durante este dia , 
os “Salvadores” do últ imo versículo do livro são t ipos ou 
precursoresdo real Salvador: o Messias. Os 
“salvadores” fizeram as suas partes em reconquistar 
porções da terra judaica. 
Segundo alguns comentadores, são Zorobabel e 
os Macabeus, heróis da histór ia israelita. Todavia o 
trabalho completo será realizado por Cristo (o Messias) a í 
cumprirá a ult ima parte do v. 21 “e o reino será do 
Senhor” (Ez 25.12 -14), ali Ezequiel 
47 
também trata de Edom e revela o tema do livro de 
Obadias: “O Juízo de Edom”. 
 O livro de Obadias revela -nos dois objetivos: S 
Anunciar a destruição final de Edom, devido à 
violência e vingança insaciável contra Israel, o 
povo de Deus; 
 Reafirmar o triunfo do Monte Sião no Dia do 
Senhor, quando Israel possuirá a terra de Edom. 
A “cidade invulnerável” não será no monte 
Seir, mas no monte Sião. 
O livro de Obadias não é apenas o menor livro 
do Antigo Testamento, mas provavelmente também o de 
mais longa introdução, veja a seguir a lguns pontos da 
história de Edom. 
A história começa com a disputa entre irmãos 
gêmeos, Jacó e a mãe Rebeca planejam arrancar de Esaú o 
seu direito de primogenitura e benção (Gn 25 e 27). 
A inimizade e amargura de 20 anos diminuíram 
um pouco quando Jacó teve um encontro com Deus, ao 
voltar de Padã-Arã (Gn 32 e 33). Sua inimizade tornou -se 
nacional quando Israel voltou do Egito, apesar do Senhor 
ter, ordenado a Israel que não se vingasse (Nm 20.14 -21 e 
Dt 2.5). Essa inimizade entre Israel eEdom continuou por 
mil anos, de Moisés a Malaquias,envolvendo br igas e 
combates sem muita importância. 
Os edomitas foram condenados por muitos 
profetas (Nm 24.18-19; Jr 49.7-22; Ez 25.12-14; J1 3.19; 
Am 1.11-12; Ml 1.3-4). 
Em Mateus 2.1-23 o autor apresenta a histór ia 
de Jesus com registro de intensa inimizade de Herodes, o 
edomita, que se t inha tornado rei de Israel. Aquela 
inimizade pode ser notada em diversas gerações da 
dinastia herodiana: 
48 
■ Herodes o grande, procurou assassinar Jesus (Mt 
2.16); 
■ Herodes Antipas assassinou João Batista; humilhou 
e procurou matar a Jesus cruelmente no julgamento 
de Sua morte (Mt 14.10; Lc 13.31; 23.11);' 
■ Herodes Agripa I matou Tiago e tentou matar 
Pedro (At 12). 
A nação de Edom (Iduméia) e Israel 
extinguiram-se depois da invasão e expurgo romano em 70 
d.C. sendo que os romanos incorporaram-na à Arábia 
Pétrea. 
Os edomitas são evidentemente cr it icados pelos 
profetas, devido à sua renovada preeminência nos últ imos 
dias, pois serão eles os inimigos que o Messias destruirá 
quando vier em julgamento (Is 34.1-8; 63.1-4; Ml 1.4). 
Essa destruição final será completa e perpétua, embora 
outros antigos vizinhos de Israel sejam restaurados (Is 
19.23-25; Jr 49.12-13; Ez 35.9; Ob 9 e Ml 1.4). 
Obadias é a síntese do últ imo capítulo da 
história, como se fosse a conclusão dos livros sobre 
Edom, foi um povo que podia ter se tornado grande, tendo 
sido dotado de rara sabedoria e força, mas “vendeu seu 
direito de pr imogenitura” por desp rezar a Palavra de Deus 
e o povo escolhido por Deus. 
Os edomitas permitiram que um antigo ciúme 
se transformasse em amargura e vingança, incorrendo no 
eterno julgamento divino, são extremamente raros os 
edomitas de renome, ta is como: Doegue (servo de Saul) 
que matou os sacerdotes de Nobe, Hadade, inimigo de 
Davi (ISm 22.18; lRs 11.14) e Herodes que tentou matar o 
Messias (Mt 2.16). 
49 
Autor 
Obadias significa “Servo de Jeová” ou “Servo 
do Senhor”, era um nome comum no Antigo Testamento. 
No livro não é mencionado a sua genealogia, nem outro 
pormenor a seu respeito. 
Doze ou treze pessoas com tal nome são 
mencionadas na Bíblia (lRs 18.3 -16; 2Cr 17.7; 34.12,13; 
Ne 10.5). 
Sobre o profeta Obadias nada se sabe, exceto 
que ele estava em Jerusalém na ocasião dos violentos 
ataques de Edom. Como um servo, ele encobre a sua 
pessoa para salientar sua mensagem. 
Data 
Dependemos da data desta profecia para 
sabermos se o Obadias que escreveu este livro é citado 
noutra parte do Antigo Testamento. Como nenhum rei é 
mencionado, não sabemos com certeza a data em que foi 
escrito. A única alusão histór ica diz respeito a uma 
ocasião em que os edomitas regozijaram-se com a invasão 
de Jerusalém, e até mesmo tomaram parte na divisão dos 
despojos (vv. 11-14). 
Não fica claro, porém, qual invasão Obadias 
tinha em mente. Houve cinco invasões de monta
1
 contra a 
Cidade Santa durante os tempos do Antigo Testamento: 
 A de Sisaque, rei do Egito, em 926 a.C., durante 
o reinado de Roboão (lRs 14.25,26); 
 A dos filisteus e árabes no reinado de Jeorão, entre 
848 e 841 a.C. (ver 2Cr 21.16,17); 
 A do rei Jeoás de Israel no reinado de Amazias, em 
790 a.C. (2Rs 14.13,14); 
1 Importância, gravidade. 
50 
 A de Senaqueribe, rei da Assír ia, no reinado de 
Ezequias, em 701 a.C. (2Rs 18.13); 
 A dos babilônios entre 605 e 586 a.C. (2Rs 24; 
25). 
Acredita-se que Obadias tenha profetizado em 
conexão com a segunda ou quinta invasão. A destruição de 
Jerusalém por Nabucodonosor parece a menos provável, 
porque não há nenhum indício, no livro, da destruição 
completa de Jerusalém ou da deportação de seus 
habitantes. 
Os profetas que se referem à destruição de 
Jerusalém identificam sempre o inimigo como sendo 
Nabucodonosor, e não simplesmente “forasteiros” e 
“estranhos” (v. 11). Sendo assim, a ocasião da profecia de 
Obadias é mais provavelmente a segunda das cinco 
invasões, quando filisteus e árabes reuniram-se para 
pilhar
1
 a cidade. Por essa época, os edomitas, que se 
achavam sob o controle de Jerusalém, já haviam 
consolidado sua liber dade (2Cr 21.8-10). 
Seu júbilo, motivado pela queda de Jerusalém, 
fica bem patente e compreensível. Levando- se em conta 
que o per íodo do reinado de Jeorão vai de 848 a 841 a.C, e 
que a pilhagem de Jerusalém já era realidade, considera-se 
840 a.C. uma data provável à composição da profecia. 
Posição Geográfica 
Edom ficava na cadeia de montanhas e nos 
planaltos do monte Seir, a sudeste de Judá, a lém do Mar 
Morto. Seu territór io estendia -se desde Moabe, no rio 
Arnom, até o golfo de Acaba (distante cerca de 160 
1 Submeter a saque; despojar com violência devastadora; saquear. 
51 
km), com Sela (Petra) no meio. Após o cativeiro de Judá 
em 586 a.C., Edom tomou o sul da terra dos judeus, 
fazendo de Hebrom a sua cidade principal. 
Cenário Histórico-Religioso 
Este cenár io encontra-se registrado em 2Reis 
8.16- 22; 2Crônicas 21.5-20. Em 845 a.C. Judá estava 
sob o governo de Jeorão, rei iníquo, que juntamente com a 
iníqua rainha Atalia permitiu o culto a Baal, que t inha 
sido introduzido por Acabe e J ezabel em Israel cerca de 
25 anos antes. Razão pela qual o Senhor permitiu a 
invasão estrangeira para punir Judá. 
Elias e Eliseu foram contemporâneos de 
Obadias no Reino do Norte. 
Fundo Histórico 
As dificuldades entre Edom, os descendentes 
de Esaú (Gn 25.27-30) e Israel, descendentes de Jacó (Gn 
32.28-32), já exist iam há muito tempo, desde os dias de 
Moisés quando ele pediu permissão para passar em 
territór io de Edom e lhe foi negado (Nm 20.14 -21). 
Em 930 a.C. o reino de Israel se dividiu em 
dois: o Reino do Norte - Israel; e o Reino do Sul - Judá. E 
as rixas
1
 continuaram. As profecias de Obadias ocorrem 
cerca de 80 anos após essa divisão, no ano 840 a.C. 
aproximadamente. 
Edom foi um “espinho” para os judeus. Ele 
tinha perturbado muito o reino unido de I srael e agora 
continuava a fazer o mesmo com o reino de Judá. 
Deus, através do profeta Obadias falava aos 
edomitasque chegou a hora final. Eles eram culpados de 
insultar e injur iar demasiadamente o seu povo 
1 Contenda, briga. Discórdia, desavença, disputa . 
52 
escolhido, portanto, sofrer iam a pena máxima : 
extermínio da face da terra. A mensagem anunciando a 
vingança do Senhor é dir igida a Edom, mas trás conforto 
para Judá, pois fala da destruição de seus inimigos. 
Resumindo o relacionamento de Jacó (Israel) e Esaú 
(Edom) com estes acontecimentos: 
■ 1406 a.C. Edom recusou a passagem de Israel a 
caminho do Jordão (Nm 20.14-21). 
■ 992 a.C. Davi conquistou Edom matando a maior ia 
dos varões (2Sm 8.13; lRs 11.15 ss). 
■ 860 a.C. Edom atacou Judá, mas foi destruído pelos 
seus aliados Moabe e Amom, depois que o rei Josafá 
convocou o povo à oração (2Cr 20). 
■ 847 a.C. Edom revoltou-se contra Judá constituindo 
seu próximo rei (2Cr 21.8). 
■ 845 a.C. Edom e Filíst ia pilharam Judá (2Cr 
21.16- 17). E provável que o livro de Obadias 
tenha sido escrito logo após a pilhagem. 
■ 785 a.C. Amazias atacou Edom matando 20.000 
homens (2Cr 25.11-12). 
■ 735 a.C. Edom revoltou-se novamente, levando 
muitos cativos (2Cr 28.17). 
■ 586 a.C. Edom vingativamente ajudou a Babilônia 
destruir Jerusalém, e por este motivo foi lhe 
permitido estabelecer -se na parte Sul de Judá (SI 
137.7; Ez 25.12). 
■ 300 a.C. cidades e terras de Edom foram tomadas 
pelos Árabes Nabateus, forçando os edomitas a irem 
para o centro e o Sul de Judá. 
■ 165 a.C. Judas Macabeu tomou Hebrom, que se t inha 
tornado capital dos edomitas. 
■ 126 a.C. João Hircano subjugou os edomitas que 
agora eram chamados idumeus e forçou-os a serem 
circuncidados como os judeus. 
53 
■ 40 a.C. Herodes (o idumeu) tornou rei da Palestina, 
conquistando Jerusalém em 37 a.C. 
■ 70 d.C. os edomitas aliaram-se aos romanos para 
destruir e arruinar Jerusalém. A partir de então 
desapareceram das páginas como povo, sendo 
assimilados pelos Árabes Nabateus do sul de Judá. 
Como Eram os Edomitas 
Era povo orgulhoso, conhecido pela sua 
sabedoria e força. As escarpadas montanhas em que 
viviam davam-lhes isolamento e proteção natural, e os 
verdejantes planaltos proporcionavam viçosos pastos aos 
seus rebanhos. 
Sela ou Petra (no grego), é uma das cidades 
mais color idas da terra erguidas sobre arenito, é quase 
invulnerável, tem poucas entradas, a principal é “sik” um 
estreito desfiladeiro de quase 2 km, no tempo dos 
Nabateus. Essa cidade tornou-se um centro das caravanas, 
desenvolvendo um comércio em qua tro direções, 
sobreviveu como um grande centro até 630 d.C. quando 
foi devastada pelos Árabes Muçulmanos. Ficou perdida 
para o mundo ocidental até ser redescoberta em 1812. 
A terra de Edom ou de Esaú (Gn 25.30), a 
palavra significa: “vermelho”, era uma sér ie de 
penhascos ao sudeste. A referência: “ó tu que habitas nas 
fendas das rochas, na tua alta morada” (Ob 3), está 
falando da região de Petra. 
Principal Estratégia dos Edomitas 
Entre penhascos de cor vermelha, eles 
combatiam seus protegidos pelas grandes rochas, próprias 
da região, porém, a mensagem que o Senhor 
54 
Deus entrega a este povo diz com clareza que nada 
adiantará está proteção natural, pois quem comanda o 
ataque contra eles é o Senhor dos Exércitos. 
Características Especiais 
Quatro aspectos básicos caracter izam a 
profecia de Obadias: 
 É o livro mais breve do Antigo Testamento; 
 É um dos três profetas vocacionados por Deus a 
dir igirem sua mensagem quase que, exclusivamente, 
a uma nação gentia (os outros dois são Jonas e 
Naum); 
 Há muita semelhança entre Obadias e J eremias 
49.7-22; 
 O livro não é citado no Novo Testamento. 
O Livro de Obadias ante o Novo Testamento 
Embora o Novo Testamento não se refira 
diretamente a Obadias, a inimizade tradicional entre Esaú 
e Jacó, que subjaz
1
 a este livro, também é mencionada no 
Novo Testamento. Paulo refere-se à inimizade entre Esaú 
e Jacó em Romanos 9.10-13, mas assa a lembrar da 
mensagem de esperança que Deus os dá: todos os que se 
arrependerem de seus pecados, tanto judeus quanto 
gentios, e invocarem o nome do Senhor, serão salvos (Rm 
10.9-13; 15.7-12). 
1 Estar ou ficar subjacente. 
55 
Questionário 
■ Assinale com “X” as alternativas corretas 
1. O livro de Obadias foi escr ito para revelar 
a) A intensa ira de Deus contra os israelitas 
b) A intensa ira de Deus contra os moabitas 
c) A intensa ira de Deus contra os edomitas 
d) A intensa ira de Deus contra os ismaelitas 
2. Foram contemporâneos de Obadias no Reino do Norte 
a) Isaías e Eliseu 
b) Elias e Jeremias 
c) Isaías e Elias 
d) Elias e Eliseu 
3. Quanto às caracter íst icas do livro de Obadias é incerto 
dizer que 
a) É o livro mais breve do Antigo Testamento 
b) O livro é vár ias vezes citado no Novo Testamento 
c) Transmite a mensagem quase que exclusivamente 
a uma nação gentia 
d) Há muita semelhança entre Obadias e Jeremias 
49.7-22 
■ Marque “C” para Certo e “E” para Errado 
4. O termo “Israel” nos profetas tem dois significados: 
somente o Reino do Norte e povo escolhido de Deus 
(abrange os descendentes de 
Abraão, Isaque e Jacó) 
 5. Os edomitas eram povo orgulhoso, conhecido pela 
sua sabedoria e força 
56 
 Autor: Jonas. 
 Data: Cerca de 760 a.C. 
 Tema: A Magnitude da Miser icórdia 
 Salvífica de Deus 
Jonas 
 Palavras-Chave: Levanta - Preparado. 
 Arrependimento. 
 Versículo-chave: Jn 1.12 e 3.5. 
Seu tríplice propósito: 
■ Demonstrar a Israel e às nações a magnitude, 
ampliação da miser icórdia divina e a atividade de 
Deus através da pregação do arrependimento. 
■ Demonstrar, através da experiência de Jonas, até que 
ponto Israel decaíra de sua vocação missionár ia 
or iginal, de ser luz e redenção aos que habitam nas 
trevas (Gn 12.1-3; Is 42.6,7; 49.6). 
■ Lembrar ao Israel apóstata 1 que Deus, em seu amor e 
miser icórdia, enviara à nação, não um único profeta, 
mas muitos profetas fiéis, que entregaram sua 
mensagem de arrependimento a fim de evitar o 
castigo que o pecado fatalmente acarretaria. 
Diferentemente de Nínive, no entanto, Israel 
rejeitara os profetas de Deus e a oportunidade que Ele lhe
 oferecia para que se arrependesse de suas 
iniquidades, e recebesse os frutos da miser icórdia. 
Visão Panorâmica 
O livro de Jonas conta a histór ia da chamada 
do profeta para ir a Nínive, e de sua atitude quanto ao 
mandado divino. 
1 Que ou quem cometeu apostasia (abandono da fé). 
57 
 Capítulo 1: 
Descreve a desobediência inicial de Jonas, e o 
castigo divino subseqüente. Ao invés de rumar para 
nordeste, em direção a Nínive, Jonas embarca num navio 
que velejava para o oeste, cujo destino era Társis, na atual Espanha, o ponto mais distante 
possível da direção apontada por Deus. 
O profeta, porém, não demorou a sentir o 
peso da impugnação divina: uma violenta tempestade 
no mar Mediterrâneo, que o levou a revelar -se aos 
marinheiros. Estes, por sua vez, são obrigados a jogá -lo 
ao mar. Providencialmente, Deus prepara “um grande 
peixe” para salvar -lhe a vida. 
 Capítulo 2: 
Revela a oração que Jonas fez em seu 
cômodo excepcional. Ele agradece a Deus por ter -lhe 
poupado a vida, e promete obedecer à sua chamada. Então 
é vomitado pelo peixe em terra seca. 
 Capítulo 3: 
Registra a segunda oportunidade que Jonas 
recebe de ir a Nínive, e ali pregar a mensagem divina 
àquela gente ímpia. Num dos despertamentos espirituaismais notáveis da histór ia, o rei conclama a todos ao jejum 
e à oração. E, assim, o juízo divino não recai sobre eles. 
 Capítulo 4: 
Contém o ressentimento do profeta contra 
Deus, por ter o Senhor poupado à cidade inimiga de Israel. 
Fazendo uso de uma planta, de um verme e do vento 
or iental, Deus ensina ao profeta contrariado, que Ele se 
deleita em colocar sua graça à disposição de todos, e não 
apenas de Israel e Judá. 
58 
Tema 
Seu objetivo histór ico e duradouro era declarar 
a universalidade tanto do julgamento quanto da graça 
divina. Deus julga a iniqüidade em todas as esferas e, do 
mesmo modo, reage ao arrependimento de todas as 
nações; também retrata a verdade de que, quando o povo 
de Deus deixa de ter interesse pelos perdidos, perde a 
visão do objetivo e programa divino para o mundo. 
Obadias descreve a ira de Deus sobre os 
inimigos de Israel, por sua vez Jonas demonstra a 
miser icórdia divina a um dos antigos inimigos de Israel, 
em Obadias, o julgamento divino é pronunciado contra os 
pagãos que rejeitam a oportunidade de arrependimento e 
persistem em sua arrogância vingativa, em Jonas a 
miser icórdia divina é oferecida aos pagãos, que se 
arrependem e reagem favoravelmente a Deus. 
Os edomitas eram muito chegados de Israel 
(“parentescos e proximidade”), mas foram alvos da ira 
divina devido a sua arrogância; por outro lado os 
ninivitas estavam longe e eram depravados, povos 
guerreiros, mas foram alvos da miser icórdia de Deus 
devido ao seu arrependimento (Ob 3; Jn 3.5 -10). 
Nenhum profeta foi tão conciso em sua mensagem quanto 
Jonas, sua profecia continha apenas sete palavras (cinco 
no hebraico): “ainda quarenta dias Nínive será 
subvertida” (Jn 3.4), esta profecia não se realizou pelo 
fato de que os ninivitas se arrependeram Jonas ficou 
aborrecido), porém, sua experiência foi ma importante 
mensagem para Nínive, Israel e até mesmo para a Igreja 
de hoje (Mt 12.39-40). 
59 
Autor 
O próprio Jonas é o autor, muito embora o 
livro ser escr ito na terceira pessoa, o que pode deixar 
alguém em dúvida; todavia era um estilo comum entre os 
escritores hebraicos para relatar a sua histór ia. 
Jonas era filho de Amitai e nascido em Gate- 
Hefer (2Rs 14.25). Gate-Hefer era uma pequena aldeia de 
Zebulom, mais ou menos 3 km a nordeste de Nazaré, a 
tradição judaica diz ser ele o filho da viúva Serepta que 
foi ressuscitado por Elias, mais isso nunca foi confirmado, 
Jonas profetizou no começo do reinado de Jeroboão II, 
anunciando a Israel que o Senhor ter ia novamente 
miser icórdia dele, e lhe concedera uma espécie de grande 
desenvolvimento nacional; foi -lhe dispensada essa 
miser icórdia apesar de sua iniqüidade, como estímulo para 
o arrependimento (2Rs 14.23 -28). Jonas foi profeta, mas 
também é considerado um evangelista pelo caráter de sua 
missão e mensagem, pois vemos no decorrer do livro o seu 
tema: “A magnitude da miser icórdia Salvíf ica de Deus”. 
Jonas significa “pomba”, o profeta foi enviado 
a Nínive pelo Senhor como um “mensageiro da paz”, 
mesmo que ele não deu esta demonstração, pois fugiu da 
direção que Deus lhe dera. Seu ministér io teve lugar 
pouco após o de Eliseu (2Rs 13.14 -19), coincidiu 
parcialmente com o de Amós (Am 1.1) e foi seguido pelo 
de Oséias (Os 1.1). 
A Chamada Missionária 
A chamada missionár ia que Jonas recebeu foi a 
mais clara possível, mas ele não quer ia ser missionário, 
daí então tomou a decisão “não iria a Nínive, mas seguir ia 
viagem para Társis” (Jn 1.2 -3), 
60 
queria, portanto, fugir da presença do Senhor. Társis 
ficava mais longe da missão que era Nínive; já na 
embarcação Deus reprovou severamente a atitude de Jonas 
com uma tremenda tempestade, o medo e o pavor tomaram 
conta de todos; Jonas (o arauto rebelde), porém, se 
encontrava dormindo no porão do navio (Jn 1.5), dormia 
profundamente, quando foi despertado, foi também 
alertado a buscar ao seu Deus. Os deuses dos marinheiros 
possivelmente Fenícios, não davam nenhuma resposta, 
razão pela qual apelaram a Jonas ue buscasse ajuda 
clamando ao seu Deus, no desespero a tripulação decide 
lançar sorte a fim de descobrir quem era o culpado por tão 
violento castigo. 
A sorte caiu sobre Jonas (v.7), quer iam os marinheiros 
saber por que (v.8), ao ouvirem a resposta (v.9) e ainda 
ais que fugia da presença de Deus (v. 10) ficaram 
possuídos de grande temor. 
Deus dirigiu os fatos até que o profeta 
revelasse abertamente o seu pecado, Jonas agora estava 
m apuros, prefer iu ser lançado ao mar não sabendo o que 
lhe poderia acontecer, mas salvando a tripulação o navio 
(v.12). Na verdade o fato de pedir aos marinheiros que o 
jogasse ao mar foi um sacrifício, pois era o 
reconhecimento da desobediência; o v. 13 diz: 
“entretanto os homens remavam”, isto nos dá 
entendimento que os marinheiros, sabedores do que se 
assava com o profeta, tiveram temor de lançá -lo ao ar e 
serem castigados por Deus, ao perceberem que não 
tinham outra saída (v. 14) oraram ao Senhor antes e 
lançar o profeta Jonas ao mar. 
A atitude da tr ipulação demonstrava temor Deus do 
profeta Jonas, a versão or iginal dá a tender que 
levantaram Jonas com reverência, demonstrando que eles 
eram inocentes, e, só estavam realizando aquele ato por 
ser aprovado por Deus, o que 
61 
nos deixa claro que ao levantar ofereceram-no ao mar, 
cumprindo a vontade de Deus e salvando suas próprias 
vidas (Jn 1.11-16). Os marinheiros após lançarem Jonas 
ao mar e contemplarem a calmaria, ficaram possuídos de 
temor, e “ofereceram sacrifício e lhe fizeram promessas”, 
mesmo fugindo. 
Jonas ao final foi o meio pelo qual, vidas 
pudessem ser transformadas; Deus disciplinou Jonas 
porque t inha propós itos de bênçãos para ele e para Nínive, 
Deus tem os mares em suas mãos (Is 40.12), também toma 
providências para preservar o profeta (Jn 1.17). 
 Desta passagem tiramos três lições: 
 Os servos de Deus não podem prosperar na 
desobediência; 
 Deus não permite que seus servos pereçam no erro 
(Deus dá oportunidade ao homem, como no caso de 
Jonas; restaurá-lo do serviço que recusara); 
 O Senhor escolheu esta histór ia como figura da sua 
ressurreição (Mt 12.39-41; Lc 11.30-32). 
Data 
Seu livro foi escr ito em 760 a.C. 
aproximadamente, na época do reinado de Jeroboão II em 
793-753 a.C. (2Rs 14.25). A visita a Nínive ocorreu 
provavelmente no fim do seu longo ministér io em Israel, 
mais ou menos no ano 765 a.C. O profeta o escreveu após 
seu retomo, e procurou por meio dele ministrar a Israel. O 
arrependimento de Nínive, diante da pregação de Jonas, 
ocorreu no reinado de um destes dois monarcas assír ios: 
■ Adade-Nirari III (810-783 a.C.), cujo governo foi 
marcado por uma tendência para o monoteísmo, ou; 
62 
■ Assurda III (733-755 a.C.), em cuja administração 
houve duas grandes pragas (765 e 759 a.C.) e um 
eclipse do sol (763 a.C.). Estas ocorrências podem 
ter sido interpretadas como sinais do juízo divino, 
preparando a capital da Assír ia à mensagem de 
Jonas. 
Fidedignidade Histórica 
A histor icidade dos acontecimentos do livro de 
Jonas tem sido desafiada pelos cr ít icos modernos. Há dois 
pontos de vista básicos: o “alegórico” e o “literal” ou 
histórico, o pr imeiro afirma que a histór ia e um mito ou 
uma figura fict ícia para transmitir grande verdade 
espir itual, semelhante às parábolas; o segundo ponto de 
vista reconhece-a como histór ia verdadeira. Cremos no 
segundo ponto de vista, pois, é apresentada como 
verdadeira, refer indo-se a povo e lugares antigos 
específicos, e não dá indicação de ser fict ícia. 
Jonas é identificado como “filho de Amitai” 
(2Rs 14.25; Jn 1.1), a própria tradição judaica, sem 
exceção, test ifica a histor icidade literal de Jonas e sua 
experiência. Cristo testifica a sua histor icidade, 
mencionando milagres como sendo acontecimentos 
verdadeiros (Mt 12.40-42; 16.4; Lc 1 1.29-32). 
Dados Sobre Nínive 
Geograficamente estava localizado a leste do 
setentr ional rio Tigre, e distante aproximadamente 960 km 
de Israel, uma viagem de três meses nos tempos antigos. 
Era uma das cidades mais antiga do mundo estabelecida 
por Ninrode (Gn 10.11), calcula -se que Sua população era 
de 600.000 (seiscentos mil) habitantes aproximadamente. 
63 
Polit icamente a Assíria estava em declínio 
nessa época, essa decadência havia começado com a morte 
de Adad-Nirare III em 782 a.C., e se estendeu até a vinda 
de Tiglate-Pileser III em 745 a.C., depois de Adad-Nirare 
III reinaram Salmaneser IV (782 -773 
a.C.) a Assurdfan III (773-754 a.C.). 
Religiosamente os habitantes de Nínive eram 
conhecidos como uma “raça sensual e cruel” que vivia de 
saques e orgulhava-se dos montes de cabeças humanas que 
traziam de violentas pilhagens de outras cidades. 
Fortificaram-se com um muro interno e outro externo. O 
muro externo t inha 96 km de extensão, 30 metros de altura 
e uma largura suficiente para três carroças conduzidas 
lado a lado, também havia por todo muro intervalos; 50 
torres de 60 metros de altura para o serviço de vigilância 
realizado por sentinelas . 
Milagres de Jonas 
(Jn 1.15,17; 2.10; 3.5-10; 4.6) 
Enquanto outros profetas menores não 
registraram milagres histór icos, Jonas registra diversos, 
sobre os quais se apóia sua mensagem; quando o mar se 
acalmou após o terem lançado fora do barco, preservaçã o 
de Jonas dentro do peixe, arrependimento de Nínive, o 
rápido crescimento da planta e o aparecimento do verme. 
Jonas faz companhia com Isaías e Daniel, pois todos eles 
registram diversos milagres histór icos e são contestados 
pelos cr ít icos quanto a sua autenticidade e autor ia (Is 
37.36; 38.8; Dn 3.25; 6.22). 
O Canis Carcharus, um tubarão ou cão do mar é 
conhecido por frequentador dos mares por onde um navio 
tem que passar, viajando de Jope a qualquer porto 
espanhol, segundo livros de zoologia, um 
64 
Carcharus adulto tem um comprimento normal de 10 
metros; o célebre naturalista francês Lacepede diz que os 
cães do mar podem engolir animais muitos maiores que 
um homem sem os mutilar, pois possuem uma queixada 
infer ior com quase dois metros de extensão semicircula r, 
o que faz entender que o cão do mar pode engolir animais 
inteiros tão grandes como ele mesmo. Os cães do mar 
nunca mastigam os seus alimentos, mas engolem tudo 
inteiro. E evidente por isso, que na suposição de que esta 
espécie de tubarão seja o “grande peixe” que o Senhor 
Deus providenciou. 
Todavia, para Deus tudo é possível, e a lém 
dessa consideração registram-se no Cotton Factory Times 
de 02/08/1891, publicado no Boletim Evangélico de 
novembro de 1934, o caso de um marinheiro que foi 
engolido por uma baleia e depois achado vivo dentro do 
corpo do animal morto. 
No livro de Jonas encontramos quatro coisas 
que Deus preparou: 
 Um grande vento (Jn 1.4); 
 Um grande peixe (Jn 1.17); 
 Uma planta aboboreira (Jn 4.6); 
 Um bicho (Jn 4.7). 
Medite e analise cada ponto, seus objetivos e 
consequências, observe que a primeira menção de oração 
de Jonas foi no ventre do grande peixe (2.1 -3). Das 
profundezas do mar Jonas clama e o Senhor o ouve, faz 
um concer to com Deus e o Senhor providencia o 
livramento. 
O efeito da pregação de Jonas foi algo 
impressionante e maravilhoso, foi o maior reavivamento 
registrado na Bíblia, toda cidade de Nínive deixou os seus 
maus caminhos e voltou-se para Deus; há um 
questionamento, se o arrependimento de Nínive foi 
sincero ou não, o próprio livr o de Jonas diz 
65 
que o Senhor o considerou sincero, tanto que suspendeu o 
julgamento que lhes t inha comunicado pelo profeta (Jn 
3.10); a expressão de que “Deus” se arrependeu foi usada 
para mostrar o caráter condicional do julgamento divino, 
o qual depende das ações do homem (Jr 18.8), “Deus não 
é homem para que se arrependa”, esta expressão fala do 
seu caráter imutável (Nm 23.19; ISm 15.29). 
Embora se registre o arrependimento 
inesperado de um dos maiores t iranos da histór ia antiga, 
sua ênfase maior está no arrependimento de Jonas, o 
arrependimento de Nínive ocupa um capítulo, mas a 
história da preparação de Jonas e seu subseqüente 
treinamento são apresentados em três capítulos (1, 2 e 4), 
parece que Deus teve mais dificuldade em preparar e 
aperfeiçoar a Jonas do que todo o povo de Nínive. A 
preparação de Jonas foi realizada em etapas, a exper iência 
do peixe, preparou-o para Nínive, mas ele precisou de 
mais treinamento para voltar a Israel, Jonas estava mais 
interessado que sua profecia se cumprisse, do que com a 
salvação daquela cidade. Se isso acontecesse somaria 
vantagens como profeta, mas mostrou-se desgostoso, 
aborrecido e magoado, pois Deus perdoara o povo. 
Jonas é o Livro da Misericórdia Universal de 
 Deus (Jn 4.11) 
Nenhum outro livro do Antigo Testamento 
ensina de maneira tão enfática a extensão da miser icórdia 
divina às nações gentias, essa perspectiva mundial da 
missão de Israel foi observada anter iormente por Josué e 
Salomão (Js 4.24; lRs 8.43- 60). Muitas vezes esquecido 
pela nação no decurso das suas apostasias. Nesse ponto 
central da histór ia, Jonas 
66 
foi usado para proclamar a nação a refletir sobre o 
programa divino do julgamento universal dos malfeitores. 
E sua oferta de miser icórdia para o arrependimento e fé, a 
ênfase central na miser icórdia divina estendida a todas as 
nações é exemplificada de maneira maravilhosa no 
ministér io de Jesus. 
A relação cr istológica mais específica do livro, 
porém, é a exper iência de Jonas no grande peixe como 
antít ipo de Cristo. Jonas foi o único profeta indicado por 
Jesus como antít ipo dele próprio, pois do mesmo modo 
que Jonas esteve no ventre do grande peixe (lugar de 
morte) durante três dias e três noites, assim o filho do 
homem esteve no coração da terra; assim sendo Jesus usou 
a experiência de Jonas para tipificar a grande verdade 
bíblica: “sua própria ressurreição dentre os mortos”. 
 
Características Especiais 
 Quatro aspectos básicos do livro de Jonas: 
 E um dos dois únicos livros proféticos do Antigo 
Testamento escr itos por um profeta nascido e criado no 
Reino do Norte (Oséias é o outro). 
 Obra-prima de narrativa concisa, em prosa; 
somente a oração em ação de graças está em forma 
poética (Jn 2.2-9). 
 Está repleto da atividade sobrenatural de Deus . 
Além da providencial tempestade e do grande peixe, há 
a aboboreira, o verme, o vento or iental e a maior 
maravilha de todas: o arrependimento de toda a cidade 
de Nínive! 
 Contém, de forma mais clara que em qualquer outro 
livro do Antigo Testamento, a mensa gem de que a graça 
salvífica de Deus é tanto para os gentios como para os 
judeus. 
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Questionário 
■ Assinale com “X” as alternativas corretas 
6. Em Jonas 
a) A miser icórdia divina é oferecida aos pagãos, que 
se arrependem à Deus 
b) O julgamento divino é pronunciado contra os 
pagãos que rejeitam o arrependimento 
c) É demonstrado a miser icórdia divina a vários 
antigos inimigos de Israel 
d) É descr ito a ira de Deus sobre os inimigos de

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