Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Índice Introdução Geral aos Profetas Menores .... . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 Lição 1 - Oséias .... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19 Joel ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29 Amós ..... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36 Lição 2 - Obadias .... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45 Jonas..... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57 Lição 3 - Miquéias .... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69 Naum ..... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83 Lição 4 - Habacuque .... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95 Sofonias .... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .107 Ageu ..... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 114 Lição 5 - Zacarias .... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 121 Malaquias .... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 131 Referências Bibliográficas .... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 145 13 Introdução Geral Profetas Menores Iniciamos agora o estudo dos profetas que deixaram as suas mensagens registradas em livros. Tomando o cativeiro babilônico como ponto de referência, eles podem ser divididos em: Profetas que atuaram antes do Cativeiro: Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Isaías, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Jeremias. Profetas que atuaram durante o Cativeiro: Jeremias, Ezequiel, Daniel. Profetas que atuaram após o Cativeiro: Ageu, Zacarias, Malaquias. Estudaremos nestas lições os livros dos Profetas Menores. São chamados “Menores” não por causa da sua importância, mas em relação ao seu tamanho, e a esse respeito estão em contraste com os escritos dos Profetas Maiores. Os Profetas de Israel Os Profetas de Judá Os Profetas do Pós-cativeiro Oséias, Amós e Jonas. Obadias, Joel, Miquéias, Naum, Habacuque e Sofonias. Ageu, Zacarias e Malaquias. Os doze Profetas Menores, embora apresentem proporcionalmente textos menos extensos 15 que os chamados Profetas Maiores, formam um bloco de livros divinos que primam pela limpidez de estilo, pela dinâmica da linguagem, pela riqueza de seu conteúdo. Seus autores não relatam apenas os problemas polít icos, sociais e religiosos do povo de Israel, mas clamam contra o pecado, a injustiça e a apostasia; convidam ao retorno, á fidelidade e ao arrependimento; anunciam a miser icórdia, a graça e o perdão de Deus; pregam a lei em todo seu vigor e o evangelho em todo seu consolo; apontam para a vinda do Messias “que há de reinar em Israel” (Mq 5.2), o “Rei”, Justo e Salvador, que anunciará a paz às nações (Zc 9.9-10), e lançarão todos os nossos pecados nas profundezas do mar (Mq 7.19). Os textos são escritos antigos; passou-se mais de 2.600 anos desde o seu surgimento, eis o divin o paradoxo; apesar de sua antigüidade histórica, é extraordinária e surpreendente a atualidade das mensagens dos Profetas Menores. O seu conteúdo não envelheceu, não caducou, não se desatualizou; traçando um paralelo entre o contexto polít ico, social e rel igioso do mundo de vinte e seis séculos passados e o nosso século, é fácil concluir que a história se repete. A mensagem dos Profetas Menores é nova, atual e necessária ao homem do século XXI; torna -se urgente examinar, refletir, aceitar e proclamar o que Deus está profetizando através dos Profetas Menores. Através deste estudo descobriremos que os profetas menores formam verdadeiras tochas acessas por Deus, para orientar o povo rebelde em meio à escuridão da desobediência. Eram as vozes do Senhor constantemente chamando para o arrependimento e a reconciliação. 16 A Classificação dos Livros Proféticos Os autores dos livros proféticos tinham estilos próprios, pois eram homens que viveram em épocas diversas, provenientes de várias estirpes 1, com cultura e poder econômico diferente. Contudo, todos eram dotados da convicção de suas chamadas para o ministério profético. A classificação dos livros proféticos em Profetas Maiores e Profetas Menores não se deve a importância de uns em relação aos demais, mas tão somente refere-se a extensão dos livros por eles escritos. Os que escrevem livros mais longos são chamados Profetas Maiores (Isaías, Jeremias, Ezequiel e Daniel). Os doze profetas autores dos livros mais breves são ditos Profetas Menores (Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias). Na formação do Cânon hebraico do Antigo Testamento os livros dos doze profetas menores formavam um só livro chamado “O Livro dos Doze”. Provavelmente agrupados assim, por Esdras e a “Grande Sinagoga”, mais ou menos em 425 a. C., possivelmente com a finalidade de acomodá -los em um rolo. As designações “Profetas Maiores” e “Profetas Menores” foram dadas por Agostinho no princípio do século IV d.C. A abordagem não será seqüencial e sim cronológica, dentro dos principais acontecimentos da época de cada um: • De 841-612 a.C. - Oséias, Joel, Amós, Jonas, Miquéias, Sofonias e Naum. Os principais eventos históricos relacionados ao povo de Israel foram a 1 Origem, tronco, linhagem, raça, ascendência, cepa. 17 queda da supremacia Aramaica (800 a.C.), a estruturação de Israel por Jeroboão II, a queda de Samaria (722 a.C.) e o fim do Império Assír io (612 a.C.). • De 605-539 a.C. - Habacuque e Obadias. Os fatos históricos foram a queda de Jerusalém (587 a.C.), o cativeiro judaico e a derrota Egípcia (605 a.C.). • De 539-322 a.C. - Ageu, Zacarias e Malaquias, onde estão registrados os regressos do cativeiro (538 a.C.), a reconstrução do Templo (515 a.C.) e a reforma de Esdras e Neemias (458-445 a.C.). Esquema Cronológico Aproximado Os Profetas Menores Acontecimentos Polít icos Oséias Joel Amós Jonas Miquéias Naum • Dominação da Assíria; • Queda de Samaria, 722 a.C.; • Exílio de Israel na Assíria; • Queda de Nínive, 612 a.C.; • Fim do Império Assírio; Habacuque Sofonias • Dominação da Babilônia; • Queda de Jerusalém, 587 a.C.; Obadias • Exílio de Judá; • Na Babilônia durante 70 anos; • Queda de Babilônia, 539 a.C.; Ageu Zacarias Malaquias • Dominação da Pérsia; • Rei persa Ciro toma a Babilônia, e • em 538 a.C. autoriza a volta do exílio; • Restauração do Templo 515 a.C.; • Espera do Messias, 450 a.C.; 18 Lição 1 Oséias, Joel e Amós Autor: Oséias. Data: 715-710 a.C. Tema: O Julgamento Divino e o Amor Redentor de Deus. Oséias Palavras-Chave: Pecado, Julgamento, Amor. Versículo-chave: Os 3.1 A profecia de Oséias foi a última tentativa de Deus em levar Israel a arrepender -se de sua idolatria e iniqüidade persistentes, antes que Ele entregasse a nação ao seu pleno juízo. O livro foi escrito com o objetivo de revelar: Que Deus conserva seu amor ao seu povo segundo o concerto, e deseja intensamente redimi -lo de suainiqüidade; Que conseqüências trágicas se seguem quando o povo persiste em desobedecer a Deus, e em rejeitar - lhe o amor redentor. A infidelidade da esposa de Oséias é registrada como ilustração da infidelidade de Israel. Gomer vai atrás de outros homens, ao passo que Israel corre atrás de outros deuses. Gomer comete prostituição física; Israel, prostituição espir itual. 19 Visão Panorâmica (1) Os capítulos 1-3 descrevem o casamento entre Oséias e Gomer. Os nomes dos três filhos são sinais proféticos a Israel: Jezreel => (“Deus espalha”) Lo Ruama => (“Não compadecida”) Lo-Ami => (“Não meu povo”) O amor perseverante de Oséias à sua esposa adúltera simboliza o amor inabalável de Deus por Israel. (2) Os capítulos 4-14 contêm uma série de profecias que mostram o paralelismo entre a infidelidade de Israel e a da esposa de Oséias. Quando Gomer abandona Oséias, e vai à procura de outros amantes (Os 1), está representando o papel de Israel ao desviar -se de Deus (Os 4-7). A degradação de Gomer (Os 2) representa a vergonha e o juízo de Israel (Os 8-10). Ao resgatar Gomer do mercado de escravos (Os 3), Oséias demonstra o desejo e intenção de Deus em restaurar Israel no futuro (Os 11-14). O livro enfatiza este fato: por ter Israel desprezado o amor de Deus e sua chamada ao arrependimento, o juízo já não poderá ser adiado. Tema Jeroboão morreu em 752 a.C., Ezequias subiu ao trono em 728, somando alguns anos, o período de tempo sugere aproximadamente 755-725 a.C., 20 embora sejam dados nomes dos reis de Judá com a finalidade de localizar a época, e Judá seja mencionado no livro, a profecia é dirigida ao Reino do Norte, Israel (Os 1.4,6,10; 3.1; 4.1,15), dirige-se a ele como “Efraim” (que significa fért il) trinta e sete vezes, em virtude da poderosa tribo do centro or iunda do muito abençoado f ilho de José. Verificamos que nacionalmente a monarquia havia sido dividida em dois reinos há aproximadamente 200 anos, os dois reinos experimentaram per íodos muito prósperos conhecidos como Era Áurea. O Senhor dera a Israel grande expansão até Damasco, sob o reinado de Jeroboão II, sem dúvida foi uma dádiva especial da graça de Deus que queria levá-los ao arrependimento (2Rs 14.25-28). Se analisarmos tanto o ponto de vista religioso ou moral, Israel havia descido ao ponto mais baixo, os sacerdotes uniram-se aos salteadores e assassinos nas estradas (Os 6.9). Despreparados moralmente a ponto de sacrificarem crianças e se prostituírem em forma de culto. Os profetas Jonas e Amós haviam falado para aquela geração, Amós fora enviado de Judá para condenar Israel em termos fustigantes 1 por sua corrupção moral, indiferença religiosa e por não atender a repreensão. Contudo o ministér io de Amós foi curto e explosivo, enquanto que o de Oséias foi longo e paciente, como de um pastor que implora e derrama lágr imas por um rebanho enlouquecido a caminho da destruição. Assim, descobrimos o objetivo do livro de Oséias, que é o de registrar a chamada divina final ao arrependimento do indiferente Reino do Norte que afunda na desgraça, com isto descreve-se o estado 1 Fustigar: bater com vara. Vergastar, açoitar, zurzir. 21 abominável da nação que, a semelhança de sua esposa tinha-se entregue à prostituição. Fala do amor inextinguível 1 do Senhor que derramou lágrimas diante da alienação de Israel e estava pronto a receber o povo de volta para a aliança mediante arrependimento. Deus havia mandado Oséias tomar como esposa uma mulher que provou depois, ser inteiramente infiel, e que sofreu em grande medida as conseqüências de sua conduta. Que a narrativa é histórica não precisamos duvidar, porque não há motivo para considerar em parábola aquilo que as Escr ituras narra como fato. Considerando este fato, vamos notar os nomes dos três filhos de Oséias: Jezreel, Lo-Ruama e Lo-Ami. Estes foram sinais para o povo, como também foram os filhos de Isaías. O Senhor deu instruções claras ao seu profeta sobre como dar nomes aos seus filhos. Sua intenção, mediante o sentido dos três nomes, era a de revelar a sua atitude ao seu povo. Autor Oséias significa “salvação ou livramento”. A forma hebraica desse nome é “Hoshca”, pertencente à mesma raiz da palavra Josué, que tem o prefixo “Yod” para “Yad” ou Senhor “Yahweh é Salvação”. Sabemos que é filho de Beeri, e que profetizou para Israel, Reino do Norte, nos últ imos trinta an os antes do cativeiro. Evidentemente mudou-se para o sul antes do cativeiro em 722, foi contemporâneo de Isaías e Miquéias. Como Isaías, Oséias tinha uma família que foi usada pelo Senhor como “sinal” para nação quanto ao futuro julgamento e 1 Não extinguível. Que nunca acaba, extingue. 22 poster ior restauração. Acredita -se que ele tenha sido natural do norte e que por isso conhecia as más condições existentes em Israel. Isto deu um peso especial à sua mensagem. Casou-se com uma mulher que lhe foi infiel , suas amargas experiências conjugais tornaram-se a trama, ao redor da qual o Senhor construiu sua mensagem final ao Reino do Norte. Nada mais se sabe do profeta, a não ser os lances biográficos que ele mesmo revela em seu livro. Que Oséias provinha de Israel, e não de Judá, e que profetizou à sua nação, é evidente: ■ Em suas numerosas referências a “Israel” e “Efraim”, as duas principais designações do Reino do Norte; ■ Em sua referência ao Rei de Israel, em Samaria, como “nosso rei” (Os 7.5); Em sua intensa preocupação com a corrupção espir itual, moral, polít ica e social de Israel. O ministér io de Oséias, no Reino do Norte, seguiu-se logo após ao ministér io de Amós que, embora fosse de Judá, profetizou a Israel. Amós e Oséias são O S únicos profetas do Antigo Testamento, cujos livros foram dedicados inteiramente ao Reino do Norte, anunciando-lhe a destruição iminente. Data Escrito entre 715-710 a.C. aproximadamente, durante os reinados de quatro reis de Judá, de Uzias a Ezequias, mais ou menos 767-697 a.C., e durante o reinado de Jeroboão II de Israel, 793-752. 23 Cenário Quando Oséias iniciou o seu ministér io, durante os últ imos anos de Jeroboão II, Israel desfrutava de uma temporária prosperidade econômica e de paz política, que acabariam por produzir um falso senso de segurança. Logo após a morte de Jeroboão II (753 a.C.), porém, a nação começa a deteriorar-se, e caminham velozmente à destruição em 722 a.C. Passados quinze anos da morte do rei, quatro de seus sucessores seriam assassinados. Decorridos mais quinze anos, Samaria ser ia incendiada, e os israelitas, deportados para a Assír ia e, poster iormente, dispersados entre as nações. O casamento trágico de Oséias, e sua palavra profética harmonizavam com a mensagem de Deus a Israel durante esses anos caóticos. Deus ordenou a Oséias que tomasse “uma mulher de prostituições” (Os 1.2) a fim de ilustrar a infidelidade espir itual de Israel. Embora haja os que interpretem o casamento do profeta como alegoria, os eruditos conservadores consideram-no literal. Parece improvável, porém, que Deus instruísse seu piedoso servo a casar-se com uma mulher de má fama para exemplificar sua mensagem a Israel. Parece mais provável que Oséias haja se casado com Gomer quando esta ainda era casta, e que ela haja se tornada meretr iz poster iormente. Sendo assim, a ordem para se tomar “uma mulher de prostituições” era uma previsão profética do que estava para acontecer. Ocontexto histórico do ministério de Oséias é situado nos reinados de Jeroboão II, de Israel, e de quatro reis de Judá (Uzias, Jotão, Acaz, e Ezequias; ver Os 1.1) - isto é, entre 755 e 715 a.C. As datas revelam que o profeta não somente era um contemporâneo mais jovem de Amós, como 24 Ulysses Highlight também de Isaías e Miquéias. O fato de Oséias datar boa parte de seu ministér io mediante uma referência a quatro reis em Judá, e não aos breves reinados dos últ imos seis reis de Israel, podem indicar ter ele fugido do Reino do Norte a fim de morar na terra de Judá, pouco tempo antes de Samaria ter sido destruída pela Assíria (722 a.C.). O Livro e as Características Especiais Sete aspectos básicos caracterizam o livro de Oséias: (1) Ocupa o pr imeiro lugar na seção do Antigo Testamento chamado “O Livro dos Doze”, também conhecido como os “Profetas Menores”, por causa de sua brevidade em comparação com Isaías, Jeremias e Ezequiel. (2) Oséias é um dos dois profetas do Reino do Norte a ter um livro profético no Antigo Testamento (o outro é Jonas). (3) A semelhança de Jeremias e Ezequiel, as experiências pessoais de Oséias ilustram sua mensagem profética. (4) Contêm cerca de 150 declarações a respeito dos pecados de Israel, sendo que mais da metade deles relaciona-se a idolatria. (5) Oséias relembra aos israelitas que o Senhor havia sido longânimo e f iel em seu amor para com eles. (6) Não há ordem visível entre suas profecias (Os 4 - 14) . E difícil distinguir onde uma profecia termina e outra começa. (7) Elas acham-se repletas de vividas figuras de linguagem, muitas das quais tiradas do cenário rural. 25 O Livro de Oséias ante o Novo Testamento Diversos versículos de Oséias são citados no Novo Testamento: O Filho de Deus é chamado do Egito (Os 11.1; cf. Mt 2.15); A vitória de Cristo sobre a morte (Os 13.14; cf. ICo 15.55); Deus deseja a misericórdia, e não o sacrifício (Os 6. 6; cf. Mt 9.13; 12.7); Os gentios que não eram o povo de Deus passam a ser seu povo (Os 1.6, 9-10; 2.23; cf. Rm 9.25,26). Além dos trechos específicos, o Novo Testamento expande o tema do livro - Deus como o marido do seu povo - e diz que Cristo é o marido de sua noiva redimida, a Igreja (2Co 11.2; Ef 5.22 -32; Ap 19.6- 9; 21.1-2,9-10). Oséias enfatiza a mensagem do Novo Testamento a respeito de se conhecer a Deus para se entrar na vida (2.20; 4.6; 5.15; 6.3-6; cf. Jo 17.1-3). Juntamente com esta mensagem, Oséias demonstra claramente o relacionamento entre o pecado persistente e o juízo inexorável de Deus. Ambas as ênfases são resumidas por Paulo em Romanos 6.23: “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus, nosso Senhor”. Oséias em Relação a Jesus Cristo O amor divino por Israel, subentende o amor de Cristo pela Igreja (Jo 13.1). YHWH é a própria Trindade, ou seja, Senhor no Antigo Testamento, fala sobre o relacionamento “marido-mulher” representando 26 o Senhor e o povo da aliança. O amor no Novo Testamento entre Cristo e a sua Igreja, é outra expressão daquele amor divino, mesmo para os que estão fora daquela união da alia nça (Ef 2.11-14). Oséias 3.5 diz: “tornarão os filhos de Israel, e buscarão ao Senhor seu Deus e a Davi seu rei” (provavelmente é messiânica), pode ser o próprio Messias como “Filho de Davi” (Ez 34.23 -24; Mc 12.35), nos últ imos dias os filhos de Israel tremendo se aproximarão do Senhor (Os 3.5). “Do Egito chamei meu filho” (Os 11.1), é citado em Mateus 2.15 como uma profecia do Antigo Testamento que Jesus seria levado ao Egito e chamado pelo anjo do Senhor. Sem dúvida Mateus usa esse texto como uma “profecia” de Cristo, mostrando seu relacionamento íntimo entre o Messias e Israel. Oséias em Relação a Jeremias (Os 11.7-9; Jr 9.1-2) Assim como Oséias foi para Israel, Jeremias foi para Judá 140 anos após. Insist iu com o povo, implorando o amor de Deus, no per íodo que o povo lançava-se na destruição. Ministraram depois de uma época de prosper idade em toda a nação, seguida de indiferença espiritual e corrupção moral. Expressaram a tristeza de Deus por ser forçado a divorciar-se do seu povo por adultér io e a permitir sua destruição por um Império do Oriente (Jr 3.8; Os 2.2 - 7). Falaram de uma renovada aliança entre o Senhor e o seu povo na futura era messiânica (Jr 31.31 e Os 1.11; 14.1). 27 Questionário ■ Assinale com “X” as alternativas corretas 1. É o tema do livro de Oséias a) A magnitude da miser icórdia salvífica de Deus b) O juízo de Edom C) O grande e terrível Dia do Senhor d) O julgamento divino e o amor redentor de Deus 2. Oséias fora um profeta que perseverou em a) Juntar o povo diante do Senhor numa grande assembléia solene b) Amar sua esposa adúltera simbolizando o amor inabalável de Deus por Israel c) Entregar ao rei Jeroboão II uma versão escr ita de suas advertências proféticas d) I Profetizar destruição aos edomitas 3. Quanto ao livro de Oséias, aponte a sentença errada a) Ê o único profeta do Reino do Norte a ter um livro profético no Antigo Testamento b) Q Ocupa o primeiro lugar na seção do Antigo Testamento chamado “O Livro dos Doze” c) Relembra aos israelitas que o Senhor havia sido longânimo e fiel em seu amor para com eles d) A maioria de suas declarações são destinados à idolatria ■ Marque “C” para Certo e “E” para Errado 4. Ao resgatar Gomer do mercado de escravos, Oséias demonstra o desejo e intenção de Deus em restaurar Israel no futuro 5. Oséias significa “Jeová é Deus”. Profetizou para Judá nos últimos dez anos antes do cativeiro 28 Autor: Joel. Data: 835-830 a.C. Joel Tema: 0 Grande e Terrível Dia do Senhor. Palavras-Chave: Visitação. Versículo-chave: J1 2.28-29. Joel falou e escreveu em virtude de duas recentes calamidades naturais, e da iminência de uma invasão militar estrangeira. Seu tríplice propósito: ■ Juntar o povo diante do Senhor numa grande assembléia solene (J1 1.14; 2.15,16); ■ Exortar o povo a arrepender -se e a voltar-se humildemente ao Senhor Deus com jejuns, choro, pesar e clamor por sua miser icórdia (J1 2.12 -17); ■ Registrar a palavra profética ao seu povo por ocasião de seu sincero arrependimento (J1 2.18 - 3.21). Visão Panorâmica O conteúdo de Joel divide-se em três seções: A primeira seção (J1 1.2-20). Descreve a devastação de Judá ocasionada por uma grande praga de gafanhotos, que arrancou as folhagens das vinhas, árvores e campos (J1 1.7,10), reduzindo o povo a indescrit ível penúria 1 . Em meio à Calamidade, o profeta conclama os líderes espirituais de Judá a guiar a nação ao arrependimento (J1 1.13,14). 1 Pobreza extrema; indigência, miséria, escassez, falta. 29 A segunda seção (J1 2.1-17). Registra a iminência de um juízo divino ainda maior, proveniente do Norte (J1 1.1-11), na forma de: Outra praga de gafanhotos descr ita metaforicamente como um exército de destruidores, ou Uma invasão militar literal. De novo, o profeta soa a trombeta espiritual em Sião (J1 2.1,15), conclamando grande assembléia solene 1 para que os sacerdotes e todo o povo busquem sinceramente a misericórdia divina, com arrependimento, jejuns, clamores e genuíno quebrantamento, diante do Senhor (J1 2.12,17). A seção final (J1 2.18-3.21). Começa declarando a misericórdia de Deus em face ao arrependimento sincero do povo(os verbos hebraicos de Joel 2.18,19a indicam ação completada, e devem ser traduzidos no tempo passado). O humilde arrependimento de Judá e a grande misericórdia de Deus dão ocasião às profecias de Joel a respeito do futuro, abrangendo a restauração (J1 2.19b - 27), c derramamento do Espírito Santo sobre toda a humanidade (J1 2.28-31) e o juízo e a salvação no final dos tempos (J1 3.1-21). Tema O tema e seu estilo literário identificam-se mais com os profetas do século VIII a.C. - Amós, Miquéias e Isaías, do que com os profetas pós-exílicos - Ageu, Zacarias e Malaquias. Estes e outros fatos 1 Que se efetua com aparato e pompa. 30 favorecem o contexto do século IX a.C. para o livro de Joel. O dia do Senhor está próximo, frase encontrada cinco vezes em Joel. Nos versículos a seguir (J1 1.15; 2.1-11,13; 3.14), observem que evidenciam com clareza como será de fato terrível e assustador este dia. A finalidade em ressaltar este tempo é o de avisar ao povo dos eventos culminantes do fim. Através de seu estilo suave, mas direto, o escritor procura exortar Judá a decidir-se e a consagrar-se novamente ao Senhor. Com sua mensagem declara que a justiça do alto está perto e brevemente se manifestará, a sua mensagem visa preparar Judá para a invasão que há de vir, este ataque de que fala o profeta é aquele que ocorrerá durante a Grande Tribulação; será quando Judá for atacada pelas hostes inimigas nos dias da Grande Batalha do Armagedom, que será o desfecho da GrandeTribulação; em Joel 2.2-10 declara que as tropas inimigas serão destemidas, ferozes e dominadas pelo zelo do destruidor. Quatro fases do desenvolvimento da locusta mencionada por Joel: ARA ARC As Fases Gafanhoto Cortador Lagarta Recém-nascido sem asas. Gafanhoto Migrador Gafanhoto Pode procriar já no primeiro estágio de desenvolvimento. Gafanhoto Devorador Locusta Desenvolve pequenas asas, mas pula bem. Começa a devorar. Gafanhoto Destruidor Pulgão Possui asas completas. E o consumidor adulto. 31 Existem comentários que traçam um paralelo entre essas pragas e os impérios da visão de Daniel: Babilônia, Medo-Persa, Grécia e Roma, mas a interpretação mais provável é a simbólica, o incidente dos gafanhotos foi real, já havia acontecido, o profeta faz o povo lembrar daquela época aterradora 1 , porém agora o conscientiza das vindouras invasões inimigas, nações se levantarão contra Judá com grande alvoroço e fer ocidade. Por fim o profeta entrega a assolação passada para mostrar que no futuro, o dia do Senhor será por sua vez ainda mais terrível. O porta-voz do Senhor declara que há uma saída, voltar ao primeiro amor e tomar uma decisão urgente (J1 2.12-20). Rasgai o vosso coração (v.13), é um convite para a conversão, para uma total consagração, uma mudança interna. Tocai a trombeta (v. 15-17), é o acerto de contas com Deus. O livro apresenta dois objetivos: (1) Objetivo histórico: Tinha a finalidade de chamar a nação de Judá ao arrependimento, através da presença dos gafanhotos, da estiagem 2 e de seus inimigos locais, para evitar que uma calamidade pior viesse sobre eles. (2) Objetivo profético: Era o de apresentar o futuro dia do Senhor no qual ele dominará os pagãos, libertará o seu povo para habitar com Ele. Autor Joel significa: “Jeová é Deus” é a composição de YHWH (Jeová) e EL (Deus), vemos aqui 1 Que aterroriza; pavoroso, aterrador, aterrorizante. 2 Fa lta ou cessação d e chu va. 32 uma ligação direta do nome do profeta com a mensagem que Deus queria transmitir, “sabereis que eu sou o Senhor vosso Deus” (J1 2.27; 3.17). Joel era filho de Petuel, acredita -se ter sido sacerdote, morou e profetizou em Judá e na cidade de Jerusalém. A Bíblia registra outras quatorze pessoas com o nome de Joel, provavelmente Joel era conhecido de Elias e contemporâneo de Eliseu. Data Levando-se em conta que Joel não menciona nenhum rei, ou evento histór ico, não se pode determinar o período de seu ministér io. Acredita-se que tenha sido exercido depois de os exilados terem voltado a Jerusalém e reedificado o Templo (cerca de 510 -400 a.C.). Nesta época, não havia rei em Judá, e os líderes espirituais de maior destaque eram os sacerdotes. Acredita -se ainda que a mensagem de Joel haja sido entregue durante os primeiros dias do jovem rei Joás (835 -830 a.C.), que subiu ao trono de Judá com a idade de sete anos (2Rs 11.21), e permaneceu sob a orientação do sumo sacerdote Joiada durante toda a sua menoridade. Tal situação explicaria o destaque dos sacerdotes neste livro profético, e a ausência de qualquer referência à realeza. Cenário Na área polít ica Judá estava passando por um período de reconstrução após o perverso reinado da rainha Talia (841-835). Esta reconstrução ocorreu principalmente sob a liderança do sumo sacerdote Joiada; pois ele mesmo contribuiu para a morte da rainha e Joás tinha apenas sete anos de idade (2Rs 33 Ulysses Highlight Ulysses Highlight 11.21) . No âmbito internacional Judá estava sendo molestada por vários inimigos locais: Tiro, Sidom, Filíst ia, Edom e Egito (J1 3.4-19). Referente à religião, a adoração a Baal tinha terminado com a santificação de Jeú em 841, e a Joiada em Judá em 835, porém, ao contrario da verdadeira purificação a Deus o povo tornou -se indiferente; já não tinham muito cuidado com as coisas sagradas como nós podemos notar em 2Reis 12.6. O Livro de Joel ante o Novo Testamento Vários versículos de Joel contribuem poderosamente à mensagem do Novo Testamento: ■ A profecia a respeito da descida do Espírito Santo (J1 2.28-32) é citada especificamente por Pedro em seu sermão no dia de Pentecoste (At 2.16-21), depois de o Espírito Santo ter sido enviado do céu sobre os 120 membros fundadores da Igreja Primitiva, com as manifestações do falar noutras línguas, da profecia e do louvor a Deus (At 2.4,6- 8,11,17,18). ■ Além disso, o convite de Pedro às multidões, naquela festa judaica, a respeito da necessidade de se invocar o nome do Senhor para ser salvo, foi inspirado (parcialmente) em Joel (J1 2.32a; 3.14; At 2.2,37- 41). Paulo também cita o mesmo versículo (Rm 10.13). * Os sinais apocalípticos nos céus que, segundo Joel, ocorrerá no final dos tempos (J1 2.30,31), não somente foram lembrados por Pedro (At 2.19,20), mas também referidos por Jesus (Mt 24.29) e por João em Patmos (Ap 6.12-14). ■ Finalmente, a profecia de Joel a respeito do julgamento divino das nações, no vale de Josafá 34 (J1 3.2,12-14), é desenvolvida ainda mais no últ imo livro da Bíblia (Ap 14.18-20; 16.12-16; 19.19-21; 20.7-9). Há dimensões tanto presentes quanto futuras em todas as aplicações de Joel no Novo Testamento. Os dons do Espír ito que começaram a fluir através do povo de Deus, no Pentecoste, ainda se acham à disposição dos crentes (ICo 12.1-14.40). Além disso, os versículos que precedem à profecia a respeito do Espírito Santo (isto é, a analogia da colheita com as chuvas temporãs e serôdias 1 , J1 2.23-27) e os versículos que se seguem (isto é, os sinais que se darão nos céus no final dos tempos, J1 2.30-32) indicam que a profecia sobre o derramamento do Espírito Santo (J1 2.28,29) inclui não somente a chuva inicial no Pentecoste, como também um derramamento final e culminante sobre toda a raça humana no final dos tempos. 1 Que vem tarde, fora do tempo; tardio. 35 Autor: Amós. Data:Cerca de 760-755 a.C. Tema: Justiça, Retidão e Retr ibuição Divina pelo Pecado. Palavras-Chave: Julgamento e Justiça. Versículo-chave: Am 4.11 e 12. A prosper idade de Israel servia apenas para aprofundar a corrupção da nação. Ao ser enviado a Betel a proclamar a mensagem: “Arrependam-se ou pereçam”, Amós é de lá expulso, sendo-lhe expressamente proibido de ali profetizar. Quão diferentemente agiram os ninivitas diante da mensagem de Jonas! Parece que, pouco depois, Amós volta a sua casa em Judá, onde escreve sua mensagem. Seu propósito era: ■ Entregar ao rei Jeroboão II uma versão escrita de suas advertências proféticas; ■ Disseminar amplamente em Israel e Judá o oráculo da certeza do iminente juízo divino contra Israel e as nações em derredor, a não ser que estas se arrependessem de sua idolatria, imoralidade e injustiça. A destruição de Israel ocorreria três décadas mais tarde. Durante o ministério de Amós, o Reino do Norte achava-se en seu apogeu 1 quanto à expansão territorial, paz política e prosper idade nacional. Internamente, porém, estava podre. A idolatria encontrava-se em voga 2 . A sociedade esbanjava -se à 1 O mais alto grau; o auge. 2 Divulgação, propagação. Popularidade; grande aceitação. Uso atual; moda. 36 procura dos prazeres. A hipocrisia e a imoralidade grassavam 1 . O sistema judiciário corrompia -se cada vez mais, e a opressão aos pobres tornara -se lugar-comum. Obedecendo à vocação do Deus de Israel, Amós proclama corajosamente a sua mensagem centrada na justiça, ret idão e retribuição divina. Mas o povo, infelizmente, não queria ouvir o que o Senhor t inha a dizer-lhe. Visão Panorâmica O livro de Amós divide-se, de modo natural, em três seções: A primeira seção (Am 1.3-2.16). O profeta dirige primeiramente sua mensagem de condenação a sete nações vizinhas de Israel, inclusive Judá. Tendo levado Israel a aceitar prazerosamente o castigo desses povos (Am 1.3-2.5), Amós passa a descrever vividamente os pecados da nação eleita e a punição que lhe estava reservada (Am 2.6-16). Esta seção determina o tom da mensagem do livro: a condenação resultará na destruição e exíl io da nação israelita. > A segunda seção (Am 3.1-6.14). Registra três mensagens ousadas, iniciando cada uma delas com a expressão: “Ouvi esta palavra” (Am 3.1; 4.1; 5.1). Na primeira, Deus julga Israel como um povo privilegiado, a quem Ele livrara do Egito: “De todas as famílias da terra a vós somente conheci; portanto, todas as vossas injustiças visitarão sobre vós” (Am 3.2). 1 Desenvolver-se; alastrar-se, propagar-se progressivamente. 37 A segunda mensagem começa tratando as mulheres ricas de Israel de “vacas de Basã... que oprimis os pobres, que quebrantais os necessitados, que dizei a seus senhores: dai cá, e bebamos” (Am 4.1). Amós profetiza que elas ser iam levadas ao cativeiro com anzóis de pesca, como o justo juízo de Deus requeria (Am 4.2,3). Amós tem palavras semelhantes para os mercadores desonestos, os governantes corruptos, os advogados e juízes oportunistas e os sacerdotes e profetas prevaricadores. A terceira mensagem (caps. 5 e 6) alista as abominações de Israel. Amós, pois , conclama o povo ao arrependimento: “Ai dos que repousam em Sião” (Am 6.1), pois a ruína estava para se abater sobre eles. A terceira seção (Am 7.1-9.10). Registra cinco visões de Amós a respeito do juízo divino. A quarta visão descreve Israel como um ces to de frutos em franco estado de putrefação 1 . O juízo divino já se fazia arder (Am 8.1-14). A visão final mostra Deus em pé ao lado do altar, pronto a fer ir Samaria e o Reino decadente do qual era ela capital (Am 9.1-10). O livro termina, com breve, porém poderosa promessa de restauração ao remanescente (Am 9.11-15). Tema Por meio de Amós, o Senhor estava declarando que o destino de Israel estava determinado, seu funeral estava marcado e brevemente iriam se realizar, os assírios invadiram o Reino do Norte uns 40 anos depois (722 a.C.). Desde então Israel jamais 1 Decomposição das matérias orgânicas pela ação das enzimas microbianas. Estado de putrefato; apodrecimento, corrupção. 38 voltou a ser a grande nação que tinha sido no passado (Am 5.2). As palavras que Amós recebeu e transmitiu lhe vieram dois anos antes de um terremoto que abalou Israel, tudo indica que este desastre foi algo real e não simbólico. Este acontecimento foi um sinal de advertência ou aviso preliminar às nações, daquilo que Deus ia derramar sobre elas. Deus não se deixa zombar e aquele que ousar fazê-lo sentirá a mão vingadora, porém justa do Todo-Poderoso e Soberano Senhor. O Reino do Sul (Judá) não está fora dessas predições, até a própria Jerusalém sentirá o calor causticante do sopro de Deus, será consumida e devastada, por terem rejeitado a lei do Senhor, e acreditado em mentiras (Am 2.6-8). Deus é amor; mas, seu amor não é do tipo que aceita tudo, mesmo aqueles que lhe são quer idos, serão punidos se persistirem em pecar; após a declaração do profeta Amós de que certas nações e também Judá seria castigada, volta a sua atenção contra Israel. A imoralidade, o materialismo, a idolatria, e sacrilégio são algumas das doenças infeccionadas no ovo de Israel (Am 2.6-8). Com isto não deram o devido valor às bênçãos e libertação que da parte de Deus receberam por esta razão, agora com medo e pavor, mesmo tentando fugir não ir iam conseguir escapar, fracos e indefesos, ter iam que sentir o gosto amargo da justiça de Deus (Am 2.13-16). Israel e Judá viviam o per íodo conhecido como “idade de ouro”. Pois os dois reinos encontravam-se conforme Amós 6.1, a idéia de um colapso ou julgamento nacional estava longe do pensamento de todos, pois durante este período o Egito mostrou-se fraco e a Assír ia só começou a penetrar no ocidente em 745 a.C. sob o reinado de Tiglate-Pileser 39 III; ninguém jamais suspeitava que dentro de dez anos, desordens polít icas e assassínios 1 estremeceriam o país, lançando-o de encontro à destruição. Autor Amós significa “carga” ou “carregador de fardos”, o livro contém muitos fardos de julgamentos ou calamidades que o profeta transmitiu a Israel. Amós nasceu em Tecoa, uma pequena aldeia a 8 km aproximadamente ao sul de Belém; homem de negócios, fazendeiro e pregador, embora não fosse um profeta treinado na Escola de Profetas, ocupava -se com criações de gado e plantação de frutas, tais como: figos silvestres (Am 1.1,7,14); era intelectual e hábil escr itor, seu livro é considerado clássico tanto na expressão artística quanto no conteúdo, tinha um profundo senso de justiça social e coragem nos confrontos, como Jonas foi um profeta missionário. Estava perfeitamente a par dos acontecimentos sociais e nacionais, certamente por ir sempre ao norte a fim de comercializar seus produtos. Data Amós profetizou antes da queda de Israel (Reino do Norte), foi contemporâneo de Jonas e Os éias (profetas de Israel) e Isaías e Miquéias (profetas de Judá); nos seus dias reinava em Judá Uzias e em Israel Jeroboão II (Am 1.1), ano 767 a 752 a.C. Iniciou seu ministério em alguma data entre 760-746 a.C. Não é possível precisar a data do terremoto mencionado em Amós 1.1, e também citado em Zacarias 14.5. 1 Ato de assassinar; homicídio, assassinato, assassinamento. 40 Cenário Profetas e sacerdotes viviam ao serviço dos próprios interesses, injustiças sociais eram o que havia, os que t inhampoder estavam sempre com a razão, Usurpavam os pobres e viviam na suntuosidade 1 e no vício. Amós foi enfático, e atribuiu a culpa da corrupção ao rei e ao sumo sacerdote, razão pela qual declarou que a casa de Jeroboão II e a casa de Amazias, o sacerdote seria destruída a espada (Am 7.8-; nenhum profeta chamou atenção com mais eloquência do que Amós sobre a injustiça social, ,„corra, porém, o juízo como as águas, e a justiça como ribeiro impetuoso” (Am 5.24), versículo- chave do livro que se tornou um clássico da justiça. Em Amós 5.6-20 enfatiza-se mais uma vez a grande preocupação de Deus pela moral, o ritual sem justiça não é religião divina, nos seus últimos julgamentos, o profeta deixou claro que qualquer nação „o violar os conceitos morais, sociais, divinos e entregar-se à exploração do pobre (como era naquele tempo) estaria fadada à prematura destruição (Am .5,8,10,12,15; 2.3,5,14-16). Características Especiais Seis aspectos básicos caracterizam o livro de Amós: 1 o ) É, primariamente, um grito profético em favor da justiça e da retidão, baseado no caráter de Deus. Enquanto Oséias sentia-se esmagado pela infidelidade de Israel, Amós enfurece-se pela violação dos padrões da justiça e retidão que o Senhor traçara ao seu povo. 1 Grande luxo; magnificência, aparato, pompa. 41 2 o ) Ilustra vividamente quão abominável é para Deus a religião quando divorciada de uma conduta reta. 3 o ) E uma confrontação radical e vigorosa entre Amós e o sacerdote Amazias (Am 7.10-17), que se tornaria uma cena clássica na profecia hebraica. 4o) Seu estilo, audaz e enérgico, reflete a inabalável lealdade do profeta a Deus e aos seus justos padrões para com o povo do concerto. 5o) Demonstra a disposição de Deus em usar pessoas que lhe são tementes, aindaque desprovidas de credenciais formais, para que proclamem a sua mensagem numa era de profissionalismo. 6 o ) Há, em Amós, numerosos trechos bem conhecidos, entre os quais: 3.3,7; 4.6-12; 5.14,15; 21-24; 6.1a; 7.8; 8.11; 9.13. Objetivos do Livro O objetivo dessa profecia era soar a trombeta, avisando a liderança e a aristocracia de Israel do iminente julgamento de Deus sobre a nação. Essa admoestação não visava tanto às falhas religiosas, mas, sobretudo a corrupção espir itual, moral e social. Sendo assim, a nação estava para ser destruída pelas injustiças sociais praticadas pela aristocracia contra os pobres e fracos, pois Deus é um Deus de justiça. Oséias pregou o amor divino. Amós, a justiça. Em Amós 4.12, percebemos claramente a mensagem de Amós. No auge da prosperidade, ele anuncia um julgamento que viria como já mencionamos. Embora ofereça miser icórdia aos que reagisse favoravelmente, o profeta declarou que a nação em si já não t inha perdão. 42 Questionário ■ Assinale com “X” as alternativas corretas 6. Não é considerado como um dos propósitos de Joel a) Registrar a palavra profética ao seu povo por ocasião de seu sincero arrependimento b) Exortar o povo a arrepender -se e a voltar-se humildemente ao Senhor Deus com jejuns, choro c) Juntar o povo diante do Senhor numa grande , assembléia solene d) Entregar a palavra do juízo divino contra Edom 7. Não é uma referência de Joel que contribui poderosamente à mensagem do Novo Testamento a) A profecia a respeito da descida do Espírito Santo b) Os sinais apocalípticos nos céus que ocorrerá í no final dos tempos c) A profecia da vitória de Cristo sobre a morte c) A profecia a respeito do julgamento divino das nações, no vale de Josafá Atribuiu a culpa da corrupção ao rei e ao sumo sacerdote; declarou que a casa de Jeroboão II e a casa de Amazias, o sacerdote, seriam destruídas a espada a) Amós b) Obadias c) Joel d) Oséias 43 ■ Marque “C” para Certo e “E” para Errado 9. Joel falou e escreveu em virtude de duas recentes calamidades naturais, e da iminência de uma invasão militar estrangeira 10. Enquanto Amós sentia-se esmagado pela infidelidade de Israel, Joel enfurece-se pela violação dos padrões da justiça e retidão que o Senhor traçara ao seu povo Lição 2 Obadias e Jonas Autor: Obadias. Data: Cerca de 840 a.C. Obadias Tema: O Juízo de Edom. Palavras-Chave: Dia, Dia do Senhor. Versículo-chave: Ob 15. Este livro foi escr ito: Para revelar a intensa ira de Deus contra os edomitas por terem se regozijado com o sofr imento de Judá; e. Para entregar a palavra do juízo divino contra Edom. Obadias profetiza o resultado final da atuação de Deus: Para os edomitas - Destruição; Para Israel - Livramento no futuro dia do Senhor. Visão Panorâmica Obadias possui duas seções pr incipais: Primeira seção (vv. 1-14). Deus expressa, através do profeta, sua ardente ira contra Edom, e exige deste uma prestação de contas por sua soberba originada de sua segurança geográfica, e por ter -se regozijado com a derrota de 45 Judá. O juízo divino vem sobre eles; não há nenhuma esperança da comutação 1 da pena; nenhum convite é feito para se arrependerem e voltarem ao Senhor. Serão exterminados para sempre! (v. 10). Segunda seção (vv. 15-21). Refere-se ao Dia do Senhor, quando Edom será destruído juntamente com todos os inimigos de Deus, ao passo que o povo escolhido será salvo, e seu reino triunfará. Tema Todas as nações serão julgadas no Dia do Senhor (vv. 15 e 16); Edom será destruído no Dia do Senhor (vv. 17 e 18); a Palestina será de Israel no Dia do Senhor (vv. 19 e 20); toda a terra será do Senhor no Dia do Senhor (v. 21). O castigo de Edom era por causa da violência feita ao seu irmão Jacó (v. 10). A narração do profeta mostra o requinte 2 de crueldade com que afligiram e tentaram exterminar seu irmão. Ser iam traídos pelos aliados; falhar-lhes-iam o conhecimento, e até mesmo os valentes ficar iam atemorizados 3 , sem saber o que fazer (v. 7-9). O profeta usa as seguintes palavras: “e serás exterminado para sempre” (v. 10). A partir do versículo 15, Obadias inclui outras nações inimigas de Israel no juízo de Deus, todavia Edom continua a ser o alvo do livro (v. 16). O termo “Israel” nos profetas tem dois significados: 1 Atenuação de pena. Substituição, permutação. 2 Exagero, extravagância. 3 Sentir medo ou temor; amedrontar -se, assustar-se, intimidar-se. 46 Somente o Reino do Norte; O povo escolhido de Deus (abrange os descendentes de Abraão, Isaque e Jacó). Às vezes a frase “filhos de Israel” é explicitamente usada no versículo falando diretamente sobre os descendentes de Israel (Jacó). Quando o profeta salienta a libertação está se refer indo ao povo Judeu em geral. Obadias fala de três dias dist intos, todos representando violência: ■ O primeiro dia(v. 8), fa la da época em que Edom será arrasada; ■ O segundo (vv. 11 e 14) é o dia da sua calamidade. Este é o tempoque Judá sofreu sob as mãos dos edomitas, quando quer iam exterminar os filhos de Judá (v. 14). ■ O terceiro dia (v. 15), é o Dia do Senhor, relaciona-se com o juízo, destruição e ira de Deus. E importante saber que a expressão “O Dia do Senhor” frequentemente usada nos Profetas Menores, é um per íodo de tempo que começa logo após o arrebatamento da Igreja e continua ate o estabelecimento do novo céu e nova terra. A Salvação de Israel se dará durante este dia , os “Salvadores” do últ imo versículo do livro são t ipos ou precursoresdo real Salvador: o Messias. Os “salvadores” fizeram as suas partes em reconquistar porções da terra judaica. Segundo alguns comentadores, são Zorobabel e os Macabeus, heróis da histór ia israelita. Todavia o trabalho completo será realizado por Cristo (o Messias) a í cumprirá a ult ima parte do v. 21 “e o reino será do Senhor” (Ez 25.12 -14), ali Ezequiel 47 também trata de Edom e revela o tema do livro de Obadias: “O Juízo de Edom”. O livro de Obadias revela -nos dois objetivos: S Anunciar a destruição final de Edom, devido à violência e vingança insaciável contra Israel, o povo de Deus; Reafirmar o triunfo do Monte Sião no Dia do Senhor, quando Israel possuirá a terra de Edom. A “cidade invulnerável” não será no monte Seir, mas no monte Sião. O livro de Obadias não é apenas o menor livro do Antigo Testamento, mas provavelmente também o de mais longa introdução, veja a seguir a lguns pontos da história de Edom. A história começa com a disputa entre irmãos gêmeos, Jacó e a mãe Rebeca planejam arrancar de Esaú o seu direito de primogenitura e benção (Gn 25 e 27). A inimizade e amargura de 20 anos diminuíram um pouco quando Jacó teve um encontro com Deus, ao voltar de Padã-Arã (Gn 32 e 33). Sua inimizade tornou -se nacional quando Israel voltou do Egito, apesar do Senhor ter, ordenado a Israel que não se vingasse (Nm 20.14 -21 e Dt 2.5). Essa inimizade entre Israel eEdom continuou por mil anos, de Moisés a Malaquias,envolvendo br igas e combates sem muita importância. Os edomitas foram condenados por muitos profetas (Nm 24.18-19; Jr 49.7-22; Ez 25.12-14; J1 3.19; Am 1.11-12; Ml 1.3-4). Em Mateus 2.1-23 o autor apresenta a histór ia de Jesus com registro de intensa inimizade de Herodes, o edomita, que se t inha tornado rei de Israel. Aquela inimizade pode ser notada em diversas gerações da dinastia herodiana: 48 ■ Herodes o grande, procurou assassinar Jesus (Mt 2.16); ■ Herodes Antipas assassinou João Batista; humilhou e procurou matar a Jesus cruelmente no julgamento de Sua morte (Mt 14.10; Lc 13.31; 23.11);' ■ Herodes Agripa I matou Tiago e tentou matar Pedro (At 12). A nação de Edom (Iduméia) e Israel extinguiram-se depois da invasão e expurgo romano em 70 d.C. sendo que os romanos incorporaram-na à Arábia Pétrea. Os edomitas são evidentemente cr it icados pelos profetas, devido à sua renovada preeminência nos últ imos dias, pois serão eles os inimigos que o Messias destruirá quando vier em julgamento (Is 34.1-8; 63.1-4; Ml 1.4). Essa destruição final será completa e perpétua, embora outros antigos vizinhos de Israel sejam restaurados (Is 19.23-25; Jr 49.12-13; Ez 35.9; Ob 9 e Ml 1.4). Obadias é a síntese do últ imo capítulo da história, como se fosse a conclusão dos livros sobre Edom, foi um povo que podia ter se tornado grande, tendo sido dotado de rara sabedoria e força, mas “vendeu seu direito de pr imogenitura” por desp rezar a Palavra de Deus e o povo escolhido por Deus. Os edomitas permitiram que um antigo ciúme se transformasse em amargura e vingança, incorrendo no eterno julgamento divino, são extremamente raros os edomitas de renome, ta is como: Doegue (servo de Saul) que matou os sacerdotes de Nobe, Hadade, inimigo de Davi (ISm 22.18; lRs 11.14) e Herodes que tentou matar o Messias (Mt 2.16). 49 Autor Obadias significa “Servo de Jeová” ou “Servo do Senhor”, era um nome comum no Antigo Testamento. No livro não é mencionado a sua genealogia, nem outro pormenor a seu respeito. Doze ou treze pessoas com tal nome são mencionadas na Bíblia (lRs 18.3 -16; 2Cr 17.7; 34.12,13; Ne 10.5). Sobre o profeta Obadias nada se sabe, exceto que ele estava em Jerusalém na ocasião dos violentos ataques de Edom. Como um servo, ele encobre a sua pessoa para salientar sua mensagem. Data Dependemos da data desta profecia para sabermos se o Obadias que escreveu este livro é citado noutra parte do Antigo Testamento. Como nenhum rei é mencionado, não sabemos com certeza a data em que foi escrito. A única alusão histór ica diz respeito a uma ocasião em que os edomitas regozijaram-se com a invasão de Jerusalém, e até mesmo tomaram parte na divisão dos despojos (vv. 11-14). Não fica claro, porém, qual invasão Obadias tinha em mente. Houve cinco invasões de monta 1 contra a Cidade Santa durante os tempos do Antigo Testamento: A de Sisaque, rei do Egito, em 926 a.C., durante o reinado de Roboão (lRs 14.25,26); A dos filisteus e árabes no reinado de Jeorão, entre 848 e 841 a.C. (ver 2Cr 21.16,17); A do rei Jeoás de Israel no reinado de Amazias, em 790 a.C. (2Rs 14.13,14); 1 Importância, gravidade. 50 A de Senaqueribe, rei da Assír ia, no reinado de Ezequias, em 701 a.C. (2Rs 18.13); A dos babilônios entre 605 e 586 a.C. (2Rs 24; 25). Acredita-se que Obadias tenha profetizado em conexão com a segunda ou quinta invasão. A destruição de Jerusalém por Nabucodonosor parece a menos provável, porque não há nenhum indício, no livro, da destruição completa de Jerusalém ou da deportação de seus habitantes. Os profetas que se referem à destruição de Jerusalém identificam sempre o inimigo como sendo Nabucodonosor, e não simplesmente “forasteiros” e “estranhos” (v. 11). Sendo assim, a ocasião da profecia de Obadias é mais provavelmente a segunda das cinco invasões, quando filisteus e árabes reuniram-se para pilhar 1 a cidade. Por essa época, os edomitas, que se achavam sob o controle de Jerusalém, já haviam consolidado sua liber dade (2Cr 21.8-10). Seu júbilo, motivado pela queda de Jerusalém, fica bem patente e compreensível. Levando- se em conta que o per íodo do reinado de Jeorão vai de 848 a 841 a.C, e que a pilhagem de Jerusalém já era realidade, considera-se 840 a.C. uma data provável à composição da profecia. Posição Geográfica Edom ficava na cadeia de montanhas e nos planaltos do monte Seir, a sudeste de Judá, a lém do Mar Morto. Seu territór io estendia -se desde Moabe, no rio Arnom, até o golfo de Acaba (distante cerca de 160 1 Submeter a saque; despojar com violência devastadora; saquear. 51 km), com Sela (Petra) no meio. Após o cativeiro de Judá em 586 a.C., Edom tomou o sul da terra dos judeus, fazendo de Hebrom a sua cidade principal. Cenário Histórico-Religioso Este cenár io encontra-se registrado em 2Reis 8.16- 22; 2Crônicas 21.5-20. Em 845 a.C. Judá estava sob o governo de Jeorão, rei iníquo, que juntamente com a iníqua rainha Atalia permitiu o culto a Baal, que t inha sido introduzido por Acabe e J ezabel em Israel cerca de 25 anos antes. Razão pela qual o Senhor permitiu a invasão estrangeira para punir Judá. Elias e Eliseu foram contemporâneos de Obadias no Reino do Norte. Fundo Histórico As dificuldades entre Edom, os descendentes de Esaú (Gn 25.27-30) e Israel, descendentes de Jacó (Gn 32.28-32), já exist iam há muito tempo, desde os dias de Moisés quando ele pediu permissão para passar em territór io de Edom e lhe foi negado (Nm 20.14 -21). Em 930 a.C. o reino de Israel se dividiu em dois: o Reino do Norte - Israel; e o Reino do Sul - Judá. E as rixas 1 continuaram. As profecias de Obadias ocorrem cerca de 80 anos após essa divisão, no ano 840 a.C. aproximadamente. Edom foi um “espinho” para os judeus. Ele tinha perturbado muito o reino unido de I srael e agora continuava a fazer o mesmo com o reino de Judá. Deus, através do profeta Obadias falava aos edomitasque chegou a hora final. Eles eram culpados de insultar e injur iar demasiadamente o seu povo 1 Contenda, briga. Discórdia, desavença, disputa . 52 escolhido, portanto, sofrer iam a pena máxima : extermínio da face da terra. A mensagem anunciando a vingança do Senhor é dir igida a Edom, mas trás conforto para Judá, pois fala da destruição de seus inimigos. Resumindo o relacionamento de Jacó (Israel) e Esaú (Edom) com estes acontecimentos: ■ 1406 a.C. Edom recusou a passagem de Israel a caminho do Jordão (Nm 20.14-21). ■ 992 a.C. Davi conquistou Edom matando a maior ia dos varões (2Sm 8.13; lRs 11.15 ss). ■ 860 a.C. Edom atacou Judá, mas foi destruído pelos seus aliados Moabe e Amom, depois que o rei Josafá convocou o povo à oração (2Cr 20). ■ 847 a.C. Edom revoltou-se contra Judá constituindo seu próximo rei (2Cr 21.8). ■ 845 a.C. Edom e Filíst ia pilharam Judá (2Cr 21.16- 17). E provável que o livro de Obadias tenha sido escrito logo após a pilhagem. ■ 785 a.C. Amazias atacou Edom matando 20.000 homens (2Cr 25.11-12). ■ 735 a.C. Edom revoltou-se novamente, levando muitos cativos (2Cr 28.17). ■ 586 a.C. Edom vingativamente ajudou a Babilônia destruir Jerusalém, e por este motivo foi lhe permitido estabelecer -se na parte Sul de Judá (SI 137.7; Ez 25.12). ■ 300 a.C. cidades e terras de Edom foram tomadas pelos Árabes Nabateus, forçando os edomitas a irem para o centro e o Sul de Judá. ■ 165 a.C. Judas Macabeu tomou Hebrom, que se t inha tornado capital dos edomitas. ■ 126 a.C. João Hircano subjugou os edomitas que agora eram chamados idumeus e forçou-os a serem circuncidados como os judeus. 53 ■ 40 a.C. Herodes (o idumeu) tornou rei da Palestina, conquistando Jerusalém em 37 a.C. ■ 70 d.C. os edomitas aliaram-se aos romanos para destruir e arruinar Jerusalém. A partir de então desapareceram das páginas como povo, sendo assimilados pelos Árabes Nabateus do sul de Judá. Como Eram os Edomitas Era povo orgulhoso, conhecido pela sua sabedoria e força. As escarpadas montanhas em que viviam davam-lhes isolamento e proteção natural, e os verdejantes planaltos proporcionavam viçosos pastos aos seus rebanhos. Sela ou Petra (no grego), é uma das cidades mais color idas da terra erguidas sobre arenito, é quase invulnerável, tem poucas entradas, a principal é “sik” um estreito desfiladeiro de quase 2 km, no tempo dos Nabateus. Essa cidade tornou-se um centro das caravanas, desenvolvendo um comércio em qua tro direções, sobreviveu como um grande centro até 630 d.C. quando foi devastada pelos Árabes Muçulmanos. Ficou perdida para o mundo ocidental até ser redescoberta em 1812. A terra de Edom ou de Esaú (Gn 25.30), a palavra significa: “vermelho”, era uma sér ie de penhascos ao sudeste. A referência: “ó tu que habitas nas fendas das rochas, na tua alta morada” (Ob 3), está falando da região de Petra. Principal Estratégia dos Edomitas Entre penhascos de cor vermelha, eles combatiam seus protegidos pelas grandes rochas, próprias da região, porém, a mensagem que o Senhor 54 Deus entrega a este povo diz com clareza que nada adiantará está proteção natural, pois quem comanda o ataque contra eles é o Senhor dos Exércitos. Características Especiais Quatro aspectos básicos caracter izam a profecia de Obadias: É o livro mais breve do Antigo Testamento; É um dos três profetas vocacionados por Deus a dir igirem sua mensagem quase que, exclusivamente, a uma nação gentia (os outros dois são Jonas e Naum); Há muita semelhança entre Obadias e J eremias 49.7-22; O livro não é citado no Novo Testamento. O Livro de Obadias ante o Novo Testamento Embora o Novo Testamento não se refira diretamente a Obadias, a inimizade tradicional entre Esaú e Jacó, que subjaz 1 a este livro, também é mencionada no Novo Testamento. Paulo refere-se à inimizade entre Esaú e Jacó em Romanos 9.10-13, mas assa a lembrar da mensagem de esperança que Deus os dá: todos os que se arrependerem de seus pecados, tanto judeus quanto gentios, e invocarem o nome do Senhor, serão salvos (Rm 10.9-13; 15.7-12). 1 Estar ou ficar subjacente. 55 Questionário ■ Assinale com “X” as alternativas corretas 1. O livro de Obadias foi escr ito para revelar a) A intensa ira de Deus contra os israelitas b) A intensa ira de Deus contra os moabitas c) A intensa ira de Deus contra os edomitas d) A intensa ira de Deus contra os ismaelitas 2. Foram contemporâneos de Obadias no Reino do Norte a) Isaías e Eliseu b) Elias e Jeremias c) Isaías e Elias d) Elias e Eliseu 3. Quanto às caracter íst icas do livro de Obadias é incerto dizer que a) É o livro mais breve do Antigo Testamento b) O livro é vár ias vezes citado no Novo Testamento c) Transmite a mensagem quase que exclusivamente a uma nação gentia d) Há muita semelhança entre Obadias e Jeremias 49.7-22 ■ Marque “C” para Certo e “E” para Errado 4. O termo “Israel” nos profetas tem dois significados: somente o Reino do Norte e povo escolhido de Deus (abrange os descendentes de Abraão, Isaque e Jacó) 5. Os edomitas eram povo orgulhoso, conhecido pela sua sabedoria e força 56 Autor: Jonas. Data: Cerca de 760 a.C. Tema: A Magnitude da Miser icórdia Salvífica de Deus Jonas Palavras-Chave: Levanta - Preparado. Arrependimento. Versículo-chave: Jn 1.12 e 3.5. Seu tríplice propósito: ■ Demonstrar a Israel e às nações a magnitude, ampliação da miser icórdia divina e a atividade de Deus através da pregação do arrependimento. ■ Demonstrar, através da experiência de Jonas, até que ponto Israel decaíra de sua vocação missionár ia or iginal, de ser luz e redenção aos que habitam nas trevas (Gn 12.1-3; Is 42.6,7; 49.6). ■ Lembrar ao Israel apóstata 1 que Deus, em seu amor e miser icórdia, enviara à nação, não um único profeta, mas muitos profetas fiéis, que entregaram sua mensagem de arrependimento a fim de evitar o castigo que o pecado fatalmente acarretaria. Diferentemente de Nínive, no entanto, Israel rejeitara os profetas de Deus e a oportunidade que Ele lhe oferecia para que se arrependesse de suas iniquidades, e recebesse os frutos da miser icórdia. Visão Panorâmica O livro de Jonas conta a histór ia da chamada do profeta para ir a Nínive, e de sua atitude quanto ao mandado divino. 1 Que ou quem cometeu apostasia (abandono da fé). 57 Capítulo 1: Descreve a desobediência inicial de Jonas, e o castigo divino subseqüente. Ao invés de rumar para nordeste, em direção a Nínive, Jonas embarca num navio que velejava para o oeste, cujo destino era Társis, na atual Espanha, o ponto mais distante possível da direção apontada por Deus. O profeta, porém, não demorou a sentir o peso da impugnação divina: uma violenta tempestade no mar Mediterrâneo, que o levou a revelar -se aos marinheiros. Estes, por sua vez, são obrigados a jogá -lo ao mar. Providencialmente, Deus prepara “um grande peixe” para salvar -lhe a vida. Capítulo 2: Revela a oração que Jonas fez em seu cômodo excepcional. Ele agradece a Deus por ter -lhe poupado a vida, e promete obedecer à sua chamada. Então é vomitado pelo peixe em terra seca. Capítulo 3: Registra a segunda oportunidade que Jonas recebe de ir a Nínive, e ali pregar a mensagem divina àquela gente ímpia. Num dos despertamentos espirituaismais notáveis da histór ia, o rei conclama a todos ao jejum e à oração. E, assim, o juízo divino não recai sobre eles. Capítulo 4: Contém o ressentimento do profeta contra Deus, por ter o Senhor poupado à cidade inimiga de Israel. Fazendo uso de uma planta, de um verme e do vento or iental, Deus ensina ao profeta contrariado, que Ele se deleita em colocar sua graça à disposição de todos, e não apenas de Israel e Judá. 58 Tema Seu objetivo histór ico e duradouro era declarar a universalidade tanto do julgamento quanto da graça divina. Deus julga a iniqüidade em todas as esferas e, do mesmo modo, reage ao arrependimento de todas as nações; também retrata a verdade de que, quando o povo de Deus deixa de ter interesse pelos perdidos, perde a visão do objetivo e programa divino para o mundo. Obadias descreve a ira de Deus sobre os inimigos de Israel, por sua vez Jonas demonstra a miser icórdia divina a um dos antigos inimigos de Israel, em Obadias, o julgamento divino é pronunciado contra os pagãos que rejeitam a oportunidade de arrependimento e persistem em sua arrogância vingativa, em Jonas a miser icórdia divina é oferecida aos pagãos, que se arrependem e reagem favoravelmente a Deus. Os edomitas eram muito chegados de Israel (“parentescos e proximidade”), mas foram alvos da ira divina devido a sua arrogância; por outro lado os ninivitas estavam longe e eram depravados, povos guerreiros, mas foram alvos da miser icórdia de Deus devido ao seu arrependimento (Ob 3; Jn 3.5 -10). Nenhum profeta foi tão conciso em sua mensagem quanto Jonas, sua profecia continha apenas sete palavras (cinco no hebraico): “ainda quarenta dias Nínive será subvertida” (Jn 3.4), esta profecia não se realizou pelo fato de que os ninivitas se arrependeram Jonas ficou aborrecido), porém, sua experiência foi ma importante mensagem para Nínive, Israel e até mesmo para a Igreja de hoje (Mt 12.39-40). 59 Autor O próprio Jonas é o autor, muito embora o livro ser escr ito na terceira pessoa, o que pode deixar alguém em dúvida; todavia era um estilo comum entre os escritores hebraicos para relatar a sua histór ia. Jonas era filho de Amitai e nascido em Gate- Hefer (2Rs 14.25). Gate-Hefer era uma pequena aldeia de Zebulom, mais ou menos 3 km a nordeste de Nazaré, a tradição judaica diz ser ele o filho da viúva Serepta que foi ressuscitado por Elias, mais isso nunca foi confirmado, Jonas profetizou no começo do reinado de Jeroboão II, anunciando a Israel que o Senhor ter ia novamente miser icórdia dele, e lhe concedera uma espécie de grande desenvolvimento nacional; foi -lhe dispensada essa miser icórdia apesar de sua iniqüidade, como estímulo para o arrependimento (2Rs 14.23 -28). Jonas foi profeta, mas também é considerado um evangelista pelo caráter de sua missão e mensagem, pois vemos no decorrer do livro o seu tema: “A magnitude da miser icórdia Salvíf ica de Deus”. Jonas significa “pomba”, o profeta foi enviado a Nínive pelo Senhor como um “mensageiro da paz”, mesmo que ele não deu esta demonstração, pois fugiu da direção que Deus lhe dera. Seu ministér io teve lugar pouco após o de Eliseu (2Rs 13.14 -19), coincidiu parcialmente com o de Amós (Am 1.1) e foi seguido pelo de Oséias (Os 1.1). A Chamada Missionária A chamada missionár ia que Jonas recebeu foi a mais clara possível, mas ele não quer ia ser missionário, daí então tomou a decisão “não iria a Nínive, mas seguir ia viagem para Társis” (Jn 1.2 -3), 60 queria, portanto, fugir da presença do Senhor. Társis ficava mais longe da missão que era Nínive; já na embarcação Deus reprovou severamente a atitude de Jonas com uma tremenda tempestade, o medo e o pavor tomaram conta de todos; Jonas (o arauto rebelde), porém, se encontrava dormindo no porão do navio (Jn 1.5), dormia profundamente, quando foi despertado, foi também alertado a buscar ao seu Deus. Os deuses dos marinheiros possivelmente Fenícios, não davam nenhuma resposta, razão pela qual apelaram a Jonas ue buscasse ajuda clamando ao seu Deus, no desespero a tripulação decide lançar sorte a fim de descobrir quem era o culpado por tão violento castigo. A sorte caiu sobre Jonas (v.7), quer iam os marinheiros saber por que (v.8), ao ouvirem a resposta (v.9) e ainda ais que fugia da presença de Deus (v. 10) ficaram possuídos de grande temor. Deus dirigiu os fatos até que o profeta revelasse abertamente o seu pecado, Jonas agora estava m apuros, prefer iu ser lançado ao mar não sabendo o que lhe poderia acontecer, mas salvando a tripulação o navio (v.12). Na verdade o fato de pedir aos marinheiros que o jogasse ao mar foi um sacrifício, pois era o reconhecimento da desobediência; o v. 13 diz: “entretanto os homens remavam”, isto nos dá entendimento que os marinheiros, sabedores do que se assava com o profeta, tiveram temor de lançá -lo ao ar e serem castigados por Deus, ao perceberem que não tinham outra saída (v. 14) oraram ao Senhor antes e lançar o profeta Jonas ao mar. A atitude da tr ipulação demonstrava temor Deus do profeta Jonas, a versão or iginal dá a tender que levantaram Jonas com reverência, demonstrando que eles eram inocentes, e, só estavam realizando aquele ato por ser aprovado por Deus, o que 61 nos deixa claro que ao levantar ofereceram-no ao mar, cumprindo a vontade de Deus e salvando suas próprias vidas (Jn 1.11-16). Os marinheiros após lançarem Jonas ao mar e contemplarem a calmaria, ficaram possuídos de temor, e “ofereceram sacrifício e lhe fizeram promessas”, mesmo fugindo. Jonas ao final foi o meio pelo qual, vidas pudessem ser transformadas; Deus disciplinou Jonas porque t inha propós itos de bênçãos para ele e para Nínive, Deus tem os mares em suas mãos (Is 40.12), também toma providências para preservar o profeta (Jn 1.17). Desta passagem tiramos três lições: Os servos de Deus não podem prosperar na desobediência; Deus não permite que seus servos pereçam no erro (Deus dá oportunidade ao homem, como no caso de Jonas; restaurá-lo do serviço que recusara); O Senhor escolheu esta histór ia como figura da sua ressurreição (Mt 12.39-41; Lc 11.30-32). Data Seu livro foi escr ito em 760 a.C. aproximadamente, na época do reinado de Jeroboão II em 793-753 a.C. (2Rs 14.25). A visita a Nínive ocorreu provavelmente no fim do seu longo ministér io em Israel, mais ou menos no ano 765 a.C. O profeta o escreveu após seu retomo, e procurou por meio dele ministrar a Israel. O arrependimento de Nínive, diante da pregação de Jonas, ocorreu no reinado de um destes dois monarcas assír ios: ■ Adade-Nirari III (810-783 a.C.), cujo governo foi marcado por uma tendência para o monoteísmo, ou; 62 ■ Assurda III (733-755 a.C.), em cuja administração houve duas grandes pragas (765 e 759 a.C.) e um eclipse do sol (763 a.C.). Estas ocorrências podem ter sido interpretadas como sinais do juízo divino, preparando a capital da Assír ia à mensagem de Jonas. Fidedignidade Histórica A histor icidade dos acontecimentos do livro de Jonas tem sido desafiada pelos cr ít icos modernos. Há dois pontos de vista básicos: o “alegórico” e o “literal” ou histórico, o pr imeiro afirma que a histór ia e um mito ou uma figura fict ícia para transmitir grande verdade espir itual, semelhante às parábolas; o segundo ponto de vista reconhece-a como histór ia verdadeira. Cremos no segundo ponto de vista, pois, é apresentada como verdadeira, refer indo-se a povo e lugares antigos específicos, e não dá indicação de ser fict ícia. Jonas é identificado como “filho de Amitai” (2Rs 14.25; Jn 1.1), a própria tradição judaica, sem exceção, test ifica a histor icidade literal de Jonas e sua experiência. Cristo testifica a sua histor icidade, mencionando milagres como sendo acontecimentos verdadeiros (Mt 12.40-42; 16.4; Lc 1 1.29-32). Dados Sobre Nínive Geograficamente estava localizado a leste do setentr ional rio Tigre, e distante aproximadamente 960 km de Israel, uma viagem de três meses nos tempos antigos. Era uma das cidades mais antiga do mundo estabelecida por Ninrode (Gn 10.11), calcula -se que Sua população era de 600.000 (seiscentos mil) habitantes aproximadamente. 63 Polit icamente a Assíria estava em declínio nessa época, essa decadência havia começado com a morte de Adad-Nirare III em 782 a.C., e se estendeu até a vinda de Tiglate-Pileser III em 745 a.C., depois de Adad-Nirare III reinaram Salmaneser IV (782 -773 a.C.) a Assurdfan III (773-754 a.C.). Religiosamente os habitantes de Nínive eram conhecidos como uma “raça sensual e cruel” que vivia de saques e orgulhava-se dos montes de cabeças humanas que traziam de violentas pilhagens de outras cidades. Fortificaram-se com um muro interno e outro externo. O muro externo t inha 96 km de extensão, 30 metros de altura e uma largura suficiente para três carroças conduzidas lado a lado, também havia por todo muro intervalos; 50 torres de 60 metros de altura para o serviço de vigilância realizado por sentinelas . Milagres de Jonas (Jn 1.15,17; 2.10; 3.5-10; 4.6) Enquanto outros profetas menores não registraram milagres histór icos, Jonas registra diversos, sobre os quais se apóia sua mensagem; quando o mar se acalmou após o terem lançado fora do barco, preservaçã o de Jonas dentro do peixe, arrependimento de Nínive, o rápido crescimento da planta e o aparecimento do verme. Jonas faz companhia com Isaías e Daniel, pois todos eles registram diversos milagres histór icos e são contestados pelos cr ít icos quanto a sua autenticidade e autor ia (Is 37.36; 38.8; Dn 3.25; 6.22). O Canis Carcharus, um tubarão ou cão do mar é conhecido por frequentador dos mares por onde um navio tem que passar, viajando de Jope a qualquer porto espanhol, segundo livros de zoologia, um 64 Carcharus adulto tem um comprimento normal de 10 metros; o célebre naturalista francês Lacepede diz que os cães do mar podem engolir animais muitos maiores que um homem sem os mutilar, pois possuem uma queixada infer ior com quase dois metros de extensão semicircula r, o que faz entender que o cão do mar pode engolir animais inteiros tão grandes como ele mesmo. Os cães do mar nunca mastigam os seus alimentos, mas engolem tudo inteiro. E evidente por isso, que na suposição de que esta espécie de tubarão seja o “grande peixe” que o Senhor Deus providenciou. Todavia, para Deus tudo é possível, e a lém dessa consideração registram-se no Cotton Factory Times de 02/08/1891, publicado no Boletim Evangélico de novembro de 1934, o caso de um marinheiro que foi engolido por uma baleia e depois achado vivo dentro do corpo do animal morto. No livro de Jonas encontramos quatro coisas que Deus preparou: Um grande vento (Jn 1.4); Um grande peixe (Jn 1.17); Uma planta aboboreira (Jn 4.6); Um bicho (Jn 4.7). Medite e analise cada ponto, seus objetivos e consequências, observe que a primeira menção de oração de Jonas foi no ventre do grande peixe (2.1 -3). Das profundezas do mar Jonas clama e o Senhor o ouve, faz um concer to com Deus e o Senhor providencia o livramento. O efeito da pregação de Jonas foi algo impressionante e maravilhoso, foi o maior reavivamento registrado na Bíblia, toda cidade de Nínive deixou os seus maus caminhos e voltou-se para Deus; há um questionamento, se o arrependimento de Nínive foi sincero ou não, o próprio livr o de Jonas diz 65 que o Senhor o considerou sincero, tanto que suspendeu o julgamento que lhes t inha comunicado pelo profeta (Jn 3.10); a expressão de que “Deus” se arrependeu foi usada para mostrar o caráter condicional do julgamento divino, o qual depende das ações do homem (Jr 18.8), “Deus não é homem para que se arrependa”, esta expressão fala do seu caráter imutável (Nm 23.19; ISm 15.29). Embora se registre o arrependimento inesperado de um dos maiores t iranos da histór ia antiga, sua ênfase maior está no arrependimento de Jonas, o arrependimento de Nínive ocupa um capítulo, mas a história da preparação de Jonas e seu subseqüente treinamento são apresentados em três capítulos (1, 2 e 4), parece que Deus teve mais dificuldade em preparar e aperfeiçoar a Jonas do que todo o povo de Nínive. A preparação de Jonas foi realizada em etapas, a exper iência do peixe, preparou-o para Nínive, mas ele precisou de mais treinamento para voltar a Israel, Jonas estava mais interessado que sua profecia se cumprisse, do que com a salvação daquela cidade. Se isso acontecesse somaria vantagens como profeta, mas mostrou-se desgostoso, aborrecido e magoado, pois Deus perdoara o povo. Jonas é o Livro da Misericórdia Universal de Deus (Jn 4.11) Nenhum outro livro do Antigo Testamento ensina de maneira tão enfática a extensão da miser icórdia divina às nações gentias, essa perspectiva mundial da missão de Israel foi observada anter iormente por Josué e Salomão (Js 4.24; lRs 8.43- 60). Muitas vezes esquecido pela nação no decurso das suas apostasias. Nesse ponto central da histór ia, Jonas 66 foi usado para proclamar a nação a refletir sobre o programa divino do julgamento universal dos malfeitores. E sua oferta de miser icórdia para o arrependimento e fé, a ênfase central na miser icórdia divina estendida a todas as nações é exemplificada de maneira maravilhosa no ministér io de Jesus. A relação cr istológica mais específica do livro, porém, é a exper iência de Jonas no grande peixe como antít ipo de Cristo. Jonas foi o único profeta indicado por Jesus como antít ipo dele próprio, pois do mesmo modo que Jonas esteve no ventre do grande peixe (lugar de morte) durante três dias e três noites, assim o filho do homem esteve no coração da terra; assim sendo Jesus usou a experiência de Jonas para tipificar a grande verdade bíblica: “sua própria ressurreição dentre os mortos”. Características Especiais Quatro aspectos básicos do livro de Jonas: E um dos dois únicos livros proféticos do Antigo Testamento escr itos por um profeta nascido e criado no Reino do Norte (Oséias é o outro). Obra-prima de narrativa concisa, em prosa; somente a oração em ação de graças está em forma poética (Jn 2.2-9). Está repleto da atividade sobrenatural de Deus . Além da providencial tempestade e do grande peixe, há a aboboreira, o verme, o vento or iental e a maior maravilha de todas: o arrependimento de toda a cidade de Nínive! Contém, de forma mais clara que em qualquer outro livro do Antigo Testamento, a mensa gem de que a graça salvífica de Deus é tanto para os gentios como para os judeus. 67 Questionário ■ Assinale com “X” as alternativas corretas 6. Em Jonas a) A miser icórdia divina é oferecida aos pagãos, que se arrependem à Deus b) O julgamento divino é pronunciado contra os pagãos que rejeitam o arrependimento c) É demonstrado a miser icórdia divina a vários antigos inimigos de Israel d) É descr ito a ira de Deus sobre os inimigos de
Compartilhar