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Noções Básicas sobre Raios X 1 PRINCÍPIOS DE FORMAÇÃO PRINCÍPIOS DE FORMAÇÃO DADA IMAGEM RADIOGRÁFICAIMAGEM RADIOGRÁFICA Prof. Alwin Elbern, Ph.D. DENUC - UFRGS 2 Súmula • Qualidade da Imagem • Geração de Raios X • Formação da Imagem Radiográfica – Contraste • Filme Radiográfico • Processamento Radiográfico • Sensibilidade do Filme • Noções de Controle de Qualidade do Processamento • Definição, Resolução e Visibilidade de Detalhes • Controle de Qualidade – Portaria 453/98 Noções Básicas sobre Raios X 3 Qualidade da Imagem A qualidade da imagem médica é deter- minada pelo método de Radiodiagnós- tico (Raios X, US, TC, RM, etc.), pelas características do equipamento e pelos ajustes selecionados pelo operador. A qualidade da imagem depende de pelo menos cinco fatores: Contraste, Definição, Ruído, Artefatos, Distorção 4 Corpo Humano O corpo humano tem muitas estruturas (ou objetos) que aparecem simultanea- mente, e freqüentemente, sobrepostos na imagem. Outro fator importante que determina uma boa visibilidade, é que um objeto presente em uma imagem médica deve sobressair-se em relação às imagens de fundo. Noções Básicas sobre Raios X 5 Geração de Raios X A radiografia foi inaugurada praticamente junto com o descobrimento dos raios X, realizado por Wilhelm Conrad Röntgen em novembro de 1895, o que lhe conferiu o 1o prêmio Nobel de 1901 de Física. A primeira radiografia foi feita ainda em seu labora- tório, onde permaneceu sozinho por semanas obcecado por experimentos secretos, quando expôs aos raios X a mão de sua mulher, apoiada sobre uma chapa fotográfica, por 15 minutos. Histórico 6 Histórico •Röntgen observou que os raios X podiam atravessar os corpos. Alguns materiais se apresentavam mais opacos e outros mais transparentes. •Radiografia da mão de Anna Röntgen, em novembro de 1895. Por seus trabalhos, ele recebeu o primeiro Nobel de física no ano de 1901. Noções Básicas sobre Raios X 7 Geração de Raios X Os raios X são originários da frenagem dos elétrons gerados no catodo, que se convertem em fótons, pelo fenômeno conhecido por Bremsstrahlung. Os raios X produzidos no interior das ampolas são constituídos por ondas eletromagnéticas de várias freqüências e intensida- des. A maior parte (99%) da energia cinética dos elétrons é perdida sob a forma de calor e apenas 1% dela é convertida em raios X. Os raios X produzidos por “bremsstrahlung” constituem um espectro contínuo dentro de uma faixa de comprimento de onda que vai de 0,1 a 0,5 Å (10-10 m). 8 Origem dos Raios X Bremsstrahlung Noções Básicas sobre Raios X 9 Propriedades Elétricas A qualidade e a quantidade de raios X produzidos podem ser controladas ajustando-se as grandezas: TENSÃO - Kilovoltagem (kV) = diferença de potencial (ou “potencial para aumentar a energia dos elétrons”). - Elétrons com mais energia adquirida por meio de kV mais alto produzem raios X mais penetrantes e em maior quantidade. CORRENTE - Miliamperagem (mA)=quantidade ou número de elétrons que passam a cada segundo do catodo para o anodo. •TEMPO de exposição (s) = duração do pulso 10 Tubo de Raios X No tubo (ampola) são gerados os Raios X pela com- versão da energia dos elétrons em calor (ou energia térmica) e, em menor quantidade, em raios X (Bremsstrahlung). O calor é um subproduto indesejável no processo. O tubo de raios X é projetado para maximizar a pro- dução de raios X e dissipar o calor tão rápido quanto possível. Noções Básicas sobre Raios X 11 Ampola de Raios X Uma corrente de elétrons flui através do tubo, do catodo, onde são produzidos, em direção ao anodo, onde os elétrons param bruscamente, sofrendo uma perda abrupta de energia resultando na produção dos raios X. 12 Noções Básicas sobre Raios X 13 Elementos do Tubo de RX CATODO: é o eletrodo negativo do tubo. É consti- tuído de duas partes principais: o filamento e o copo focador. A função básica do catodo é emitir elétrons a partir de um circuito elétrico secundário, e focalizá-los em forma de um feixe bem definido apontado para o anodo. Em geral, o catodo consiste de um pequeno fio em espiral (ou filamento) dentro de uma cavidade (copo de focagem) conforme mostrado na figura anterior. 14 Filamento O filamento é normalmente feito de Tungstênio Toriado (Tungstênio com mais de 1 a 2% de Tório), pois esta liga tem alto ponto de fusão e não vaporiza facilmente (a vaporização do filamento provoca o enegrecimento do interior do tubo e a conseqüente mudança nas características elétricas do mesmo). A queima do filamento é, talvez, a mais provável causa da falha de um tubo. (a) sem corpo focador e (b) com corpo focador a b Noções Básicas sobre Raios X 15 Copo de focagem O corpo de focagem: serve para focalizar os elétrons que saem do cátodo e fazer com que eles “batam” no ânodo e não em outras partes. A corrente do tubo é controlada pelo grau de aquecimento do filamento (cátodo). Quanto mais aquecido for o filamento, mais elétrons serão emitidos pelo mesmo, e maior será a corrente que fluirá entre o ânodo e o cátodo. Assim, a corrente de filamento controla a corrente entre o ânodo e o cátodo. 16 Corrente de filamento CORRENTE DO FILAMENTO (AMPÉRES) CORRENTE NO TUBO (mA) Correntes de tubo e de fila- mento em função da tensão aplicada. 125 kVp 100 kVp 70 kVp 50 kVp Alguns tubos apresentam dois filamentos, ou dois cátodos. São os chamados tubos de foco dual, Estes filamentos tem comprimentos distintos, produzindo áreas de impacto diferentes no ânodo. Temos assim dois tipos de foco: • Foco fino: de 0,3 a 1 mm • Foco grosso: de 1 a 2,5 mm Noções Básicas sobre Raios X 17 Foco Dual Tubo de foco dual, onde o tamanho do foco é controlado por um ou outro filamento. O controle do foco fino-foco grosso é feito por uma chave que escolhe ou um ou outro filamento. Para evitar que se coloque grandes correntes em foco fino (o que poderia danificar o ânodo), um mesmo comando seleciona a corrente e o foco simultaneamente (as duas chaves são acopladas mecanicamente). 18 Anodo O Anodo é o pólo positivo do tubo. Existem dois tipos de ânodo: anodo fixo e anodo giratório. Os tubos de ânodo fixo são usualmente utilizados em máquinas de baixa corrente, tais como: raio-X dentário, raio- X portátil, máquinas de radioterapia, raio-X industrial, etc. Os de anodos giratórios são usados em máquinas de alta corrente, normalmente utilizadas em radiodiagnóstico. O anodo tem as seguintes finalidades: formar o caminho elétrico, servir de suporte para o alvo e como elemento condutor de calor. Noções Básicas sobre Raios X 19 Anodo – Alvo de Tungstênio O alvo é o local do ânodo que sofre o impacto dos elétrons. O material do alvo deve ter as seguintes propriedades: Î Alto Z: Isto é, alto número de prótons no núcleo atômico. A relação entre a perda de energia dos elétrons por radiação (raios-X) e a perda de energia por ionização (aquecimento) é dada pela seguinte fórmula: 800 .ZEc dx dE dx dE COL RAD = Onde Ec é a energia cinética dos elétrons e Z o número atômico do alvo. 20 Propriedades do alvo Î Boa Condutividade Térmica: no alvo há uma grande geração de calor, que deverá ser retirada do mesmo para evitar a sua fusão; Î Alto Ponto de Fusão: Em algumas aplicações de alta corrente, associada a grandes tempos de exposição podem levar a alvo o atingir temperaturas da ordem de 2000 C. Portanto, o material alvo deverá suportar altas temperaturas sem fundir ou se danificar. O material que apresenta todas estas características é o Tungstênio (Z=74).Noções Básicas sobre Raios X 21 Anodo Giratório Fixo Giratório O ânodo giratório permite altas correntes, pois a área de impacto dos elétrons fica muito aumentada. Se este alvo girar com um raio de giro igual a 30 mm, a área de impacto seria aproximadamente: 4 mm * 2 π * 30 mm ≅ 754 mm2; nestas condições, o tubo giratório teria cerca de 200 vezes mais área que o tubo fixo. Como exemplo, tomemos um alvo fixo, cuja área de impacto é de 1 mm x 4 mm, isto é, 4 mm2. A=754 mm2 1 mm 4 mm A=4 mm2 1 mm r=30 mm 22 Detalhes – Alvo Giratório Em máquinas de alvo giratório, é necessário esperar o ânodo atingir a velocidade de regime, para então se aplicar a alta tensão (disparo do feixe). O rotor gira no interior da ampola de vidro, sem nenhuma ligação mecânica para o exterior. O modo como isto acontece é semelhante ao que acontece nos motores de indução, onde não há ligação mecânica nem elétrica entre a parte que gira (rotor) e a parte fixa (estator). Os tubos para mamografia utilizam anodos de molib- dênio (Z=42), que tem um número atômico interme- diário, e, portanto, produzem fótons de energia menores, mais adequados à baixa densidade do tecido mamário. Noções Básicas sobre Raios X 23 Cabeçote do RX O anodo e o catodo ficam acondicionados no interior de um invólucro fechado (tubo). Além de desempenhar as funções de isolante elétrico e de suporte estrutural para o anodo e catodo, o sistema de encapsulamento serve para manter o vácuo no interior do tubo. A presença de ar dentro do tubo é indesejável, pois, além de interferir na produção de raios X, permitiria que eletricidade percorresse o tubo, na forma de pequenos raios e centelhas, danificando o sistema. 24 Cabeçote e Tubo Noções Básicas sobre Raios X 25 Tubo de Raios X Anodo Girante Estator Alta Tensão 26 Ponto Focal Ao selecionar-se um tubo de raios X para uma deter- minada aplicação específica, a principal característica que deve ser observada é o tamanho do ponto focal. Tubos com pontos focais pequenos são os mais indicados quando é essencial gerar imagens de alta qualidade que permitem boa visibilidade de pequenos detalhes e também quando houver necessidade de menores quantidades de raios X. Ex. Foco grosso Equipamento para medida Noções Básicas sobre Raios X 27 Representação do ponto focal real e efetivo ÂNGULO DO ALVO FEIXE DE ELÉTRONS TAMANHO REAL DO FOCO FOCO EFETIVO O ponto focal real é a área na qual os elétrons colidem. O ponto focal efetivo é a área que é “vista” na direção do feixe útil, conforme mostra a figura. Dependendo do ângulo do alvo, podemos ter grande área de impacto com pequeno ponto focal efetivo. 28 Espectro de Energia Um espectro de energia é um gráfico que mostra no eixo horizontal a energia dos fótons de raios X de um feixe. A energia varia de zero até o valor máximo (ou kVp- max) e, no eixo vertical, ó número de fótons dentro de cada faixa energia. Noções Básicas sobre Raios X 29 Espectro de Energia dos RX Origem do Espectro contínuo de energia dos Raios X. As raias de energia discretas são provenientes das transições que ocorrem no átomo do alvo. 30 Espectro de Energia dos RX Noções Básicas sobre Raios X 31 Espectro em Mamografia 32 Fatores que afetam o Espectro O material do alvo: não influencia na forma do espectro contínuo, apenas na sua intensidade. Isso, obviamente influirá no espectro de linhas ou espectro característico, pois como vimos, este espectro caracteriza o núcleo alvo.N° DE FÓTONS ENERGIA DO FÓTON TUNGSTÊNIO Molibdênio Resumo: fatores que afetam o espectro: -Quantidade da radiação: Z, KeV2, mA, seg, forma de onda e filtração; -Qualidade de radiação: KeV, forma de onda e filtração. Noções Básicas sobre Raios X 33 Filtração 34 Aparelho de Raios X GERADOR A principal função do gerador é transformar a energia elétrica da rede em uma forma de energia elétrica mais adequada à produção de raios X. Outra função importante do gerador, é permitir que o operador controle as grandezas: kV – kilovoltagem; mA – miliamperagem; e s - tempo de exposição. Noções Básicas sobre Raios X 35 Transformador de Alta Tensão O transformador de alta tensão é o dispositivo que transforma a baixa tensão (por exemplo 220 volts) em alta tensão (por exemplo 100000 volts – 100kV), necessária para acelerar os elétrons no interior do tubo de raios-X. TENSÃO APLICADA CORRENTE NO TUBO Sistemas monofásicos - Retificação de onda completa. Nestas máquinas a tensão aplicada ao tubo varia desde zero até um valor máximo. Os raios-X assim produzidos tem menor poder de penetração. 36 Aparelho Trifásico Tensão trifásica R S T Corrente retificada 6 PULSOS Tensão DC Nas máquinas trifásicas a tensão aplicada ao tubo varia muito pouco enquanto nas monofásicas a tensão varia desde zero até um valor máximo, isto é, 100%. A esta variação dá-se o nome de Ripple. Noções Básicas sobre Raios X 37 Partes principais de uma máquina de raios-X BANCO DE COMANDO AJUSTE DA TENSÃO, CORRENTE E TEMPO TRANSFORMADOR DE ALTA TENSÃO E RETIFICADOR TUBO RAIOS-X REDE As máquinas de Raios-X podem operar a diversas tensões e a diversas correntes no tubo. De um modo geral, temos as seguintes características: • Diagnóstico: de 40 à 150 KVP e correntes de 25 à 1200 mA. • Terapia: de 60 à 250 KVP e correntes de aproximadamente 8 Ma • Raio-X dentário: de 50 à 90 KVP e correntes de até 10 mA. • Raio-X industrial: de 50 à 300 KVP e correntes de até 10 mA 38 Transformador Um transformador tem dois circuitos, basicamente de duas bobinas (enrolamento de fios) com número de espiras diferentes. O primeiro é o circuito de entrada, que recebe energia elétrica e, por isso é chamado de circuito primário. O segundo, é o circuito de saída, chamado circuito secundário. Os elétrons não mudam de circuito. A energia é transformada do circuito primário para o secundário por meio de um campo magnético. V1N1 V2N2 Representação de um transformador Noções Básicas sobre Raios X 39 Forma de Onda N° DE FÓTONS ENERGIA DOS FÓTONS POTENCIAL CONSTANTE ONDA COMPLETA (2 PULSAÇÕES A Forma da onda aplicada ao tubo influenciará o espectro emitido, pois aí está implícito quanto tempo é aplicada uma determinada tensão. A figura ilustra os espectros emitidos por um tubo no qual é aplicado um potencial constante e outro com potencial variável provido de retificação de onda completa (2 pulsações). 40 b) Tensão Aplicada Na produção de raios X, os elétrons que alimentam o tubo de raios X de energia, devem ter energia individual no mínimo igual à energia dos fótons de raios X. A energia dos fótons (em kiloelétronvolts ou keV) é sempre limitada pela energia do elétron da maior energia, ou à tensão ( em kilovolts ou kV). A tensão aplicada, estabelece a energia que o elétron terá ao alcançar o anodo, e, portanto, nenhum fóton de raios X poderá ter mais energia que o elétron que o gerou. Noções Básicas sobre Raios X 41 Tensão Aplicada - Espectro N° DE FÓTONS SÉRIE DA CAMADA L SÉRIES DA CAMADA K ENERGIA DOS FÓTONS (KeV) 70 kVp 60 kVp 80 kVp Observe que para a tensão de 60 KeV, as linhas de espectro característico da série K, não aparecem, porque para remover um elétron da órbita K (1a órbita), é necessário um potencial de no mínimo 70 KeV. 42 Tensão Aplicada Aumento da Tensão aplicada Noções Básicas sobre Raios X 43 Corrente do Tubo O catodo é aquecido devido à passagem de uma corrente proveniente de um fonte de baixa tensão.A saída desta fonte é controlada por um setor de mA. Aumentando-se o seletor de mA, mais corrente elétrica passa através do catodo ( o filamento) gerando calor e aumentando sua temperatura. Com o aumento da temperatura, aumenta-se a emissão termoiônica no catodo (ou ejeção de elétrons). Com o aumento da corrente elétrica no filamento do catodo, aumenta-se o fluxo de elétrons que sai do filamento (catodo) e incide sobre o anodo e, portanto, mais raios X são gerados. 44 Tempo de Exposição Em radiografias, a exposição é iniciada pelo operador do equipamento e terminada depois que se esgota o tempo selecionado previamente Em fluoroscopia, a exposição é iniciada e terminada pelo operador, mas há um indicador do tempo de exposição acumulado que emite um sinal sonoro após 5 minutos de exposição. Os temporizadores e botões de controle ajustados pelo operador ativam e desativam a geração de raios X acionando dispositivos de chaveamento que pertencem, ao circuito primário do gerador. Noções Básicas sobre Raios X 45 Tempo – Ajuste manual Nos temporizadores manuais, o ajuste do tempo de exposição deve ser feito pelo operador antes de iniciar o procedimento. A seleção adequada dos ajustes do tempo de exposição no equipamento dependerá do conhe- cimento pessoal ou da consulta a uma Tabela de Exposição que correlaciona a espessura do paciente com o kV, o mA e o tempo. 46 O mAs (Miliampere-Segundo) Freqüentemente, as unidades mA e mAs são confundidas ou tomadas como termos sinônimos. Não são. Cada uma dessas unidades refere-se a uma grandeza diferente. A unidade mA refere-se à grandeza física corrente elétrica (i). A corrente elétrica é definida como a quantidade de carga elétrica Q, dada em Coulomb (C), que passa por um meio qualquer, dividido pelo intervalo de tempo em que ocorre esta passagem, em segundo (s). A corrente elétrica i é medida na unidade do SI denominada Ampère (A) dado pela relação: i [C/s] = ∆Q [C] /∆t[s]. Fisicamente, Q[mAs] representa o número total de elétrons que atingem o anodo. Noções Básicas sobre Raios X 47 Controle Automático de Exposição (AEC) Dentre os modelos de equipamentos mais modernos de radiodiagnóstico, alguns possuem um dispositivo eletrônico que controla o nível de exposição no receptor, que tem a função de suspender a geração de raios X quando o receptor de imagens (conjunto tela-filme) recebe uma determinada quantidade de exposição pré-determinada considerada ideal para um determinado exame. 48 AEC CÂMARA DE IONIZAÇÃO FilmeTELAFLUORESCENTE FOTOMULTIPLICADORA Noções Básicas sobre Raios X 49 Filtração do Feixe de RX Os fótons com energia abaixo de 20 KeV não interes- sam ao Radiodiagnóstico, pois têm capacidade de penetração muito baixa, não contribuem com informações sobre o paciente e só aumentam a dose do paciente. Por isso há a necessidade de filtragem desses raios X que não contribuem para a formação da imagem. Abaixo de 20 KeV, somente 45% dos fótons do feixe conseguem atingir a profundidade de 10 mm de músculo contra apenas insignificantes 0,00063% destes atingem a profundidade de 150 mm. Em contrapartida, 3,5% dos fótons que têm energia de 50kV atingem estes mesmos 150 mm. O próprio corpo atua, então, como um filtro retirando do feixe os fótons de baixa energia. 50 Filtração adicional Para diminuir a dose do paciente, uma solução óbvia é interpor algum material entre o feixe de raios X primário e o paciente que sirva de filtro e remova do feixe de fótons os de baixa energia. O material geralmente utilizado para este propósito em Radiodiagnóstico é o alumínio. Toda máquina de raios X tem uma “flitragem equivalente de alumínio”. Diz-se equivalente porque outros componentes do equipamento também filtram parte dos fótons de baixa energia tais como, a janela do tubo de vidro e o colimador do feixe. A quantidade de filtração total é expressa, portanto, em valores de espessura equivalente de alumínio. Noções Básicas sobre Raios X 51 Penetração dos Fótons e alteração do Espectro do RX A forma do espectro de raios X é significativamente alterada por alterações na filtragem. Como o filtro absorve preferencialmente fótons de baixa energia, produz-se, como conseqüência, uma elevação na energia efetiva de raios X. Penetração dos fótons no tecido mole 52 Camada semi-redutora CSR Aumentando-se a filtração, aumenta-se a penetração do feixe de raios X assim como também a espessura da camada semi- redutora necessária para atenuá-la, devido à remoção dos fótons de baixa energia. Os valores de CSR são usados para avaliar a adequação dos filtros adicionados. As normas que especificam os requisitos de filtragem geralmente estabelecem um valor mínimo aceitável. São considerados seguros os equipamentos que tive-rem filtros de espessuras superiores aos valores de CSR em função do kVp, mostrados na tabela. Noções Básicas sobre Raios X 53 Conceito de CSR A atenuação é a redução da intensidade de um feixe de raios X à medida que ele atravessa a matéria. A atenuação se deve aos fenômenos de absorção e de espalhamento dos fótons do feixe incidente. A equação fundamental da atenuação de um feixe monocromático é: Nx= N0 . e-µx CSR 54 Valores da CSR 3,0110 2,590 1,570 1,250 0,330 CRS (mm Al)kVp Valores da Camada Semi-Redutora para o Alumínio A camada semiA camada semi--redutora é a espessura de um material redutora é a espessura de um material capaz de reduzir a metade a intensidade da radiação capaz de reduzir a metade a intensidade da radiação incidenteincidente.. CSR ou HVL X1/2 = 0,693/µ I = I0e-µx Noções Básicas sobre Raios X 55 Referências 1 – Curso do CBR – “Formação de Imagens Radiográficas” Ed. CBR SP - 2000 2 – Frank Attix – “Introduction to Radiological Physics and Radiation Dosimetry” – Ed. J.Wiley USA 1986 3 – Thomaz Bitelli – “Dosimetria e Higiene das Radiações” – Ed. Gremio Politécnico SP -1982
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