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A HERMENEUTICA CONSTITUCIONAL E O STF

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1
A HERMENEUTICA CONSTITUCIONAL E O STF
SUMÁRIO: 1 INTRODUÇÃO. 2 HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL. 3 CORTE 
CONSTITUCIONAL. 4 A HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL E O STF. 5 CONCLUSÃO. 
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.
1 INTRODUÇÃO
Existe uma discussão entre os juristas sobre a aplicação da hermenêutica 
jurídica nos julgados dos tribunais brasileiros, em especial aos da Corte Constitucional, 
uma vez que a aplicação simples da norma legal não é o suficiente, pois o controle a ser 
exercido precisa não interferir na harmônia do ordenamento. Desta forma entender a 
hermenêutica confere ao jurista a capacidade de aplicar corretamente a lei, no sentido em 
que elas foram criadas pelo legislador.
O papel principal do Supremo Tribunal Federal no ordenamento jurídico é o de 
proteger a Constituição Federal de normas que possam ruir todo o sistema normativo 
decorrente de eventuais conflitos. E a interpretação das normas do sistema pelo 
Supremo, facilita a integração entre as leis.
2 HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL
O estudo da hermenêutica facilita a compreensão de todo ordenamento, desta 
forma ela abrange vários campos do saber humano.
Primeiramente, a hermenêutica pertence ao ramo da filosofia que estuda a 
teoria da interpretação, em lato senso é considerada como a interpretação de algo 
exposto ao observador, na síntese de extrair a o real significado, como na hermenêutica 
bíblica, hermenêutica na filosofia ou a hermenêutica jurídica.
A hermenêutica bíblica é a exploração dos princípios da interpretação dos 
textos bíblicos, tentando entender o significado das escrituras e compreender cada 
palavra, as frases, bem como os demais capítulos compilados, uma vez que sua 
2
complexidade foge a compreensão do homem comum, pois não possui acesso direto ao 
autor das obras.
Por sua vez, a hermenêutica na filosofia surgiu na Grécia com os grandes 
pensadores, Sócrates, Platão, Aristóteles, dentre outros, que não limitava-se apenas a um 
assunto, mas expandiam o conhecimento através da análise crítica, desta forma 
exploravam as anuências
No entendimento de DEOCLECIANO TORRIERI GUIMARÃES a hermenêutica 
jurídica é a “Ciência da interpretação de textos da lei, tem por objetivo o estudo e a 
sistematização dos processo a serem aplicados para fixar o sentido e o alcance das 
normas jurídicas, seu conhecimento adequado, adaptando-as aos fatos sociais”.
A hermenêutica jurídica é antes de tudo uma interpretação da norma, 
alcançando a finalidade da lei e seus efeitos jurídicos diante do ordenamento.
3 CORTE CONSTITUCIONAL.
O Supremo Tribunal Federal, também conhecido como Corte Constitucional, é 
o órgão máximo do Poder Judiciário, e a ele compete, precipuamente, a guarda da 
Constituição, conforme definido na Carta Magna em seu artigo 102.
A Corte Constitucional é um colegiado composto por onze Ministros, cujos 
requisitos estão a de ser brasileiro nato, escolhido dentre cidadãos com mais de trinta e 
cinco anos e menos de sessenta e cinco anos de idade, com notável saber jurídico e 
reputação ilibada. Sendo nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a 
escolha pela maioria absoluta do Senado Federal (Art. 101).
A competência do STF estão elencados nos arts. 102 a 103 da Constituição 
Federal, para Alexandre de Morais ele a divide entre dois grandes grupos, dependendo da 
maneira de acionar a sua jurisdição, sendo classificado em originária e recursal.
Ele declara que a competência originária do Pretório Excelso decorre do 
controle concentrado de constitucionalidade previsto na Carta Cidadã, que compete 
processar e julgar as “ações diretas de inconstitucionalidade, genéricas ou interventivas, 
as ações de inconstitucionalidade por omissão e as ações declaratórias de 
3
constitucionalidade, com o intuito de garantir a prevalência das normas constitucionais no 
ordenamento jurídico”.
Através da Emenda Constitucional nº 45/03, o STF passou a ter um papel 
maior no controle de constitucionalidade das leis e atos normativos, sem expor conhecer 
o Habeas Corpus em que o paciente é o Presidente e o Vice-Presidente da República, 
membros do Congresso Nacional, os Ministros do STF, o Procurador-Geral da República, 
os Ministros de Estado, membros dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da 
União e os Chefes de missão diplomática, desde que estes sejam de caráter permanente. 
Conhecer também o Mandado de segurança e Habeas Data quando os pacientes forem 
os definidos no rol taxativo da Constituição Federal. E no caso do Habeas Corpus quando 
o coator for Tribunal Superior e o Mandado de Injunção.
4 A HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL E O STF.
O Direito na visão de Miguel Reale:
Uma análise em profundidade dos diversos sentidos da palavra Direito veio 
demonstrar que eles correspondem a três aspectos básicos, discerníveis em todo 
e qualquer momento da vida jurídica: um aspecto normativo (o Direito como 
ordenamento e sua respectiva ciência); um aspecto fático (o Direito como fato, ou 
em sua efetividade social e histórica) e um aspecto axiológico (o Direito como 
valor de Justiça).
A teoria Tridimencional do Direito exposto brilhantemente por Miguel Reale 
demonstra que o Direito é antes de tudo proveniente de três aspectos: Fato, Valor e 
Norma. Ele esclarece que “onde houver um fenômeno jurídico, há, sempre e 
necessariamente, um fato subjacente (fato econômico, geográfico, de ordem técnica 
etc.)”. Não qualquer fato, mas aqueles em que a própria sociedade atribua um valor, uma 
determinada significação a esse fato. Presente este fato que possua um valor à 
sociedade, nasce uma regra ou norma para ordenar a vida em sociedade.
Desta forma, a introdução de uma norma em um ordenamento jurídico, conduz 
muitas especulações quanto a dimensão de seu alcance, que em regra é erga omnes, 
4
mas em alguns casos ela apresenta um rol restritivo de direitos e liberdades.
Norberto Bobbio lembra que o mundo é composto por normas e existem três 
critérios de valoração: Justiça, Validade e Eficácia. Muito embora possa haver possíveis 
confusões entre elas, o “direito se forma e se transforma, nas ações dos homens que 
fazem e desfazem com seu comportamento as regras de conduta que os governam”.
As regras de conduta do indivíduo de sociedade sempre serão regados por 
normas e a estas normas incidem um controle realizado pelo Poder Judiciário conforme 
sua área de competência restritiva pela Constituição Federal. O Supremo Tribunal Federal 
como órgão máximo de controle constitucional extirpa do ordenamento todas as normas 
que quebram a harmonia do sistema.
Para Noberto Bobbio há a norma fundamental, ápice do ordenamento jurídico 
de um Estado: “A norma fundamental, enquanto, por um lado, atribui aos órgãos 
constitucionais poder de fixar normas válidas, impõe a todos aqueles aos quais se 
referem as normas constitucionais o dever de obedecê-las. É uma norma ao mesmo 
tempo atributiva e imperativa”.
Muito se discute sobre as antinomias existentes em um ordenamento, mas 
Norberto Bobbio lembra que uma das “finalidades da interpretação jurídica era também a 
de eliminar as antinomias, caso alguma tivesse aparecido, recorrendo aos mais diversos 
meios hermenêuticos”.
Interpretar é entender o real significado, seja através da interpretação 
gramatical, histórica, sistemática ou teleológica, o jurista precisa utilizar métodos para 
interpretar a real finalidade da lei, entender o seu alcance e se ela está em harmonia com 
o sistema jurídico, sob pena de conflito entreas normas.
A função principal do STF é procurar resolver os conflitos entre a Norma 
Fundamental e as emendas que venham a alterar o texto anterior, bem como entre a 
Norma fundamental e as leis infraconstitucionais. Aos poucos, mediante a hermenêutica 
constitucional as antinomias aparentes vão sendo excluídas sem que ocorra a exclusão 
de uma norma, salvo quando contrária.
Maria Fernanda Repolês alerta que:
5
consequência mais grave da definição de Constituição como ordem concreta de 
valores é que a generalidade e imprecisão de suas formulações permite que as 
Cortes ampliem voluntaristicamente os princípios a ponto de criar critérios de 
interpretação que não encontram o menor ponto de apoio no texto constitucional.
O temor que percorre a sociedade brasileira é refletida pelos juristas, pois a 
interpretação hermenêutica de uma norma deve obedecer princípios e a reformulação no 
entendimento compromete a segurança jurídica.
5 CONCLUSÃO.
A abordagem apresentada neste texto reflete um pouco o alcance de uma 
interpretação e os possíveis conflitos gerados por um entendimento contrário aos ditames 
da norma existente no ordenamento jurídico.
Prescrever o direito é antes de tudo, inserir uma norma cuja justiça, validade e 
eficácia possam ser questionados pelos Órgãos do Poder Judiciário. Ao arrepio da restrita 
obediência as leis, o legislador infraconstitucional capta anseios populares para legislar, 
esquecendo que o clamor público por determinada norma poderá comprometer a 
harmonia do sistema.
Desta forma não caberia aos Tribunais “rescrever” o direito mediante a 
hermenêutica, surrupiando sentidos mediante ardis da “boa-fé”, “bem comum”, “interesse 
público”, “reserva do possível”, mas unicamente utilizar as leis existentes sob pena de 
quebra do princípio da separação de poderes.
O Supremo na condição de Guardião da Constituição vem constantemente 
recorrendo à princípios para fundamentar suas decisões. E desta forma alcançar a 
solução para o litígio mediante também a analogia e os costumes.
A Constituição Federal traz o Mandado de Injunção, tido pela doutrina como 
remédio-garantia constitucional, cuja finalidade é dar ciência ao Poder Legislativo pelo 
Poder Judiciário sobre a ausência de norma reguladora que torne viável o exercício dos 
direitos, liberdades e garantias constitucionais. O poder conferido ao Judiciário é apenas o 
de mandar que a norma ausente seja criada pelo legislativo, mas nem sempre isso 
acontece, ficando perdido a real intenção deste instrumento.
6
Ocorre que diante da inércia do legislativo quanto ao direito de greve 
assegurado ao setor público, o STF em 2007, determinou a aplicação da lei de greve dos 
trabalhadores privados aos servidores públicos. Neste caso, o Ministro Gilmar Mendes 
votou:
não mais se pode tolerar, sob pena de fraudar-se a vontade da Constituição, esse 
estado de continuada, inaceitável, irrazoável e abusiva inércia do Congresso 
Nacional, cuja omissão, além de lesiva ao direito dos servidores públicos civis - a 
quem se vem negando, arbitrariamente, o exercício do direito de greve, já 
assegurado pelo texto constitucional -, traduz um incompreensível sentimento de 
desapreço pela autoridade, pelo valor e pelo alto significado de que se reveste a 
Constituição da República.
Conclui-se que a intenção do Poder Judiciário é o de é preencher as lacunas 
existentes, mas se atividades desta natureza forem corriqueiras, devido a omissão do 
Poder Legislativo em cumprir seu papel, poderá gerar um vício contínuo e violar o 
Princípio da Separação de Poderes.
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BOBBIO, Noberto. Teoria da Norma Jurídica. Tradução de Fernando Pavan Baptista e 
Ariani Bueno Sudatti. Baurú, São Paulo: EDIPRO, 2001.
________________. Teoria do Ordenamento Jurídica. Tradução de Maria Celeste 
Cordeiro Leite dos Santos. 10. ed. Brasília: Universidade de Brasília, 1999.
MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 23. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
GUIAMARÃES, Deocleciano Torrieri. Dicionário compacto jurídico. 9. ed. São Paulo: 
Rideel, 2006.
REALE, Miguel. Lições preliminares de Direito. 27. ed. São Paulo: Saraiva, 2006.
REPOLÊS, Maria Fernanda Salcedo. O papel político do Supremo Tribunal Federal e a 
hermenêutica constitucional. Considerações a partir da teoria, da cultura institucional e da 
jurisprudência. Jus Navigandi, Teresina, ano 8, n. 150, 3 dez. 2003. Disponível em: 
<http://jus.com.br/artigos/4570>. Acesso em: 29 jan. 2014.
SOUZA FILHO, Oscar d'Alva e. Cadernos de Filosofia do Direito – VIII. Fortaleza: 
Imprece, 2013 (Elaborado pelos alunos da disciplina Filosofia do Direito na Universidade 
de Fortaleza – UNIFOR).
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. STF. Disponível em: <http:\\www.stf.jus.br>. Acesso 
em: 29 jan. 2014.

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