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Nutrição Humana Versão 1.0 / Março / 2014 Vamos falar sobre nutrição? Este livro é parte integrante da disciplina introdutória ‘Nutrição Humana em Saúde’, da Faculdade de Ceilândia - Universidade de Brasília. Docente: Kelb Bousquet-Santos Doutoranda: Andreia Torres Capítulo 1 Que bom que chegou até aqui! Estamos felizes em ter você conosco neste semestre. O estudo da nutrição humana é muito importante para todos os profissionais de saúde. Mas você sabe o que é nutrição? A nutrição é um processo b io lóg ico em que os organismos, utilizando-se de a l imentos , a s s imi l am nutrientes para a realização de suas funções vitais. Devido sua importância à sobrevivência de qualquer ser vivo, a nutrição faz parte do aprendizado durante grande parte do período de estudo básico e em nível secundário, assim como em muitos cursos de nível de graduação e pós- graduação, em áreas como agronomia, biologia, educação física, enfermagem, farmácia, fisioterapia, fonoaudiologia, medicina, saúde coletiva, terapia ocupacional, veterinária e zootecnia. No domínio da saúde a nutrição estuda as relações entre os hábitos e costumes alimentares, os alimentos ingeridos e a doença e o bem-estar. Aliás, você sabia que o que você come influencia até o meio ambiente? Para saber mais sobre este assunto acesse o vídeo a seguir. Um dos conceitos importantes tratados no vídeo é o de Segurança Alimentar e Nutricional. De acordo com a Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional (2006), o termo refere-se à realização do direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, tendo como base práticas alimentares promotoras de saúde, que respeitem a diversidade cultural e que sejam social, econômica e ambientalmente sustentáveis (Brasil, 2006). Todo o País deve ser soberano para assegurar sua segurança alimentar, respeitando as características 2 Clique para tocar! Vídeo 1 - Alimentos e meio ambiente (clique para iniciar) culturais de cada povo, manifestadas no ato de se alimentar. É responsabilidade dos Estados Nacionais assegurar este direito e devem fazê-lo em obrigatória articulação com a sociedade civil, cada parte cumprindo suas atribuições específicas (Instituto Cidadania, 2001). Você percebeu que pode ampliar o tamanho dos vídeos? Folders sobre o assunto: - Direito Humano à Alimentação Adequada - Compromissos do nutricionista com o direito à alimentação Neste capítulo você será apresentado à disciplina e sua ementa. Aprenderá como navegar por este livro e por outros materiais disponibilizados no ambiente virtual da UnB. Será também apresentado ao plano de ensino e ao cronograma da d i sc ip l ina e saberá mais sobre a importância de estudar este assunto. Os demais capítulos deste livro tratam dos assuntos selecionados pelas docentes para este semestre. O capítulo 2 refere-se aos conhecimentos básicos da nutrição (macro e micronutrientes). Este tópico será tratado em 4 aulas, após as quais haverá uma avaliação escrita presencial. A mesma ocorrerá no dia 14/04/14. Os demais capítulos referem-se aos assuntos tratados no segundo módulo da disciplina. Este módulo tem como temas o balanço energético, o estado nutricional da população brasileira, o suporte nutricional e a nutrição nos diferentes ciclos da vida (gestação, lactação, infância, adolescência, idade adulta e senescência). Este módulo será avaliado por meio de um teste, a ser realizado no dia 16/06/2014, resolução de exercícios e entrega de trabalho em grupo. Desejamos a você um excelente semestre, de muito aprendizado, novas amizades e prazer em estar na FCE! Vídeo 2 - Alimentação: direito de todos Clique para tocar! 3 4 Apresentação Saúde no Brasil A saúde é tanto resultado como condição para o desenvolvimento de uma sociedade, sua segurança e busca por direitos (Frenk et al., 2010). Contudo, no Brasil, a saúde como direito só foi reconhecida em 1988, com a promulgação da Constituição Federal (Brasil, 1988) e a instituição do Sistema Único de Saúde (SUS), o qual adotou os princípios da universalidade do direito à saúde, integralidade e equidade no atendimento das necessidades de saúde do povo brasileiro (Pires, & Demo, 2006). Com a implantação do SUS, o número de beneficiários passou de 30 milhões de pessoas para a totalidade dos residentes hoje no país, mais de 190 milhões de habitantes (IBGE, 2012). Estima-se que 70% dependam exclusivamente desse sistema para terem acesso aos serviços de saúde . Ma s o SUS a tende 100% da população quando são contabilizados os Verificar Resposta 1) Em que ano o Sistema Único de Saúde foi instituído no Brasil? A. 1980 B. 1986 C. 1988 D. 1990 Dica: para visualizar todo o texto role a barra para baixo. Não esqueça de testar seus conhecimentos respondendo as questões dispostas ao lado. Verificar Resposta 2) O SUS atende: A. 100% da população brasileira B. 80% da população brasileira C. 60% da população brasileira D. 40% da população A FCE Este Campus da UnB teve origem no Plano de Expansão da Universidade de Brasília (UnB, 2011), decorrente do Programa de Expansão das Universidades Federais – Reuni (MEC, 2008). Suas atividades foram iniciadas em agosto de 2008 com o desafio de implantar cinco cursos na área de saúde (Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Saúde Coletiva e Terapia Ocupacional), tomando como referência as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs). Estas enfatizam uma formação de profissionais na área de saúde em uma perspectiva generalista, humanista, crítica e reflexiva. Desde 2/2013 a Faculdade oferece também o curso de Fonoaudiologia. Os Projetos Político Pedagógicos dos cursos de saúde da Faculdade de Ceilândia (FCE) estimulam o trabalho interdisciplinar como forma de efetivação de práticas transformadoras no campo da saúde. Há também estímulo para que as estratégias de ensino adotadas perpassem várias possibilidades, contribuindo para o ganho dos conhecimentos, habilidades e atitudes (CHAs) 5 Saiba mais sobre a FCE clicando aqui Clique nas setas para visualizar as fotos Galeria 1 - Faculdade de Ceilândia Reitor da Universidade de Brasília Prof. Dr. Ivan Marques de Toledo Camargo Direção da FCE Profa. Dra. Diana Lúcia Moura Pinho Vice-Direção da FCE Prof. Dr. Araken dos Santos Werneck Rodrigues necessários ao profissional de saúde e adaptados às necessidades da realidade local (UnB, 2011). Este livro Este material foi pensado como mais um recurso facilitador para o aprendizado de nossos estudantes. Todo o material desta disciplina também está disponível no ambiente virtual da Universidade de Brasília: www.ead.unb.br. Mesmo tendo baixado este material em seu iPad é importante que entre no site acima semanalmente pois todas as discussões e notícias sobre esta matéria acontecem por lá. Assista abaixo o vídeo de apresentação desta disciplina e deste material. Neste livro estão disponíveis textos, vídeos, arquivos em áudio, imagens e questões, como as três seguintes. Estas questões tem como objetivo testar seu conhecimento, para que compreenda o que já sabe e o que ainda falta estudar. Sempre que tiver dúvidas, não souber ou errar a resposta, leia mais sobre o assunto ou revise suas anotações de aula. Se as dificuldades permanecerem, anote para não esquecer e aproveite os momentos presenciais e também os fóruns disponíveis no ambiente virtual para tirar suas dúvidas. 6 Clique para tocar Vídeo 3 - Apresentação da disciplina Verificar Resposta 1) Que tipos de gordura devem ser evitadas na alimentação, para redução do riscocardiovascular? A. Monoinsaturadas B. Poliinsaturadas C. Saturadas e trans D. Não sei / Não tenho certeza Verificar Resposta 3) Frutas, legumes e verduras regulam o funcionamento intestinal pois contém: A. Vitaminas e minerais B. Aminoácidos C. Fibras Verificar Resposta 2) A combinação típica brasileira, de arroz com feijão, não é interessante, precisando ser obrigatoriamente complementada com carnes para que todos os aminoácidos essenciais estejam disponíveis. Esta afirmativa está: A. Certa B. Errada C. Não sei / Não tenho certeza 7 Dica: Leia mais sobre estes assuntos no Guia Alimentar para a População Brasileira (Tópico do Capítulo 7) Nutrição e Saúde Mesmo dentro de um contexto de turbulências econômicas, políticas e sociais, o Brasil mudou substancialmente nos últimos cinquenta anos, seja em função de fatores externos, derivados de um mundo progres s i vamente g loba l i zado , se j a pe lo desenvolvimento autônomo de circunstâncias e processos históricos e culturais próprios (Batista Filho, & Rissin, 2003). Como ilustração é observada a mudança de uma população fundamentalmente rural para a condição de um país urbano, com mais de 84,4% das pessoas radicadas nas cidades, diminuição da taxa de fecundidade (IBGE, 2010b) e progressos na área de saúde, como redução da mortalidade infantil e erradicação quase completa de uma série de doenças imunopreveníveis como poliomelite, sarampo e difteria (Victora et al., 2011). & Com o aumento da expectativa de vida, a pirâmide populacional, antes formada, em sua maior composição, por cr ianças , adolescentes e jovens, atualmente apresenta um perfil aproximado do padrão vigente nos países desenvolvidos, com uma participação crescente de pessoas com mais de cinquenta anos nos patamares viii Introdução ix Clique para tocar Vídeo 4: Por quê estudar nutrição? - Carboidratos (3:22): http://bit.ly/1oBXUTe - Proteínas (2:52): http://bit.ly/1cM82QO - Lipídios (6:01): http://bit.ly/1gHuWx5 - Alimentação e meio ambiente (10:03): http://bit.ly/1dWuTc7 - Suporte nutricional 1 - Nutrição Enteral (18:20): http://bit.ly/ 1jICfbt - Suporte nutricional 2 - Nutrição Parenteral (10:11): http:// bit.ly/1lWo00T - Telômeros (5:14): http://bit.ly/1hnhwtx Pelo moodle nos dê um feedback sobre este material. Os vídeos o ajudaram a compreender a matéria? Você tem sugestões sobre outros temas? Recomendamos também alguns filmes para sua diversão e reflexão: - Super Size Me (A dieta do Palhaço): http://bit.ly/1kLpzAG - Muito além do peso: http://bit.ly/MZGYra - Criança, a alma do negócio: http://bit.ly/1mlobqa Como você pode perceber, os docentes desta disciplina disponibilizam a você uma série de materiais para auxiliar em seu estudo e compreensão sobre este maravilhoso universo. Os vídeos, por exemplo, também podem ser acessados pelo moodle (ead.unb.br - disciplina nutrição humana em saúde) e por meio de links na internet: - Vídeo de Boas vindas (1:38): http://bit.ly/1eEv4sH - Conceitos básicos (09:31): http://bit.ly/NTL7xL - Pirâmide dos alimentos (9:16): http://bit.ly/1ccCGpG - Escolhendo alimentos (4:06): http://bit.ly/M4362H EMENTA: Conce i tos bás icos de a l imentação e nut r ição . Macronutrientes e micronutrientes. Metabolismo energético. Gasto energético total de indivíduos e seus fatores determinantes. Valor energético total dos alimentos. Métodos de avaliação do estado nutricional. Cuidados nutricionais nos diferentes ciclos da vida. Suporte nutricional. OBJETIVOS GERAIS: Identificar os princípios básicos de alimentação e nutrição, suas aplicações nos diferentes ciclos da vida e no processo saúde-doença. METODOLOGIA: Aulas expositivas, exercícios, leitura e análise de artigos, materiais de áudio e vídeo. PS: Você pode fazer o download do plano de ensino clicando aqui. AVALIAÇÕES: A avaliação do desempenho do aluno será composta em cada módulo pelas atividades descritas a seguir. A nota final da disciplina será a média aritmética das notas dos dois módulos. Módulo 1: 1 avaliação teórica (14/04/2014) - 45% da nota 1 resenha (aula 1) - 10% da nota 3 trabalhos (aula carboidratos, proteínas e lipídios) - 45% da nota Módulo 2: 1 avaliação teórica (16/06/2014) - 50% da nota 1 trabalho em grupo (Entrega final em 07/07/14) - 50% da nota 10 Plano de Ensino da Disciplina NHS - 1/2014 OBSERVAÇÕES: (a) A aprovação nesta disciplina está vinculada a presença em, no mínimo, 75% das aulas. (b) Não há avaliação de recuperação. (c) O aluno que não comparecer em uma das provas escritas terá direito, mediante justificativa, a uma prova substitutiva ao final do semestre. Esta avaliação, que tota l i za rá 10,0 pontos , abrangerá o conteúdo completo da disciplina. Nestes casos, o aluno não receberá a pontuação correspondente às atividades complementares. (d) Todas as informações relativas à disciplina serão d i sponib i l i zada s no moodle da FCE (http : / / www.ead.unb.br/), disciplina Nutrição Humana em Saúde com a senha “nuthumana”. (e) As atividades complementares (resenhas, estudos de casos e trabalhos) serão recolhidos no início da aula, conforme cronograma da disciplina. Estas atividades deverão ser entregues manuscritas, em folha pautada. Para visualizar o fazer o download do cronograma de 1/2014 clique aqui BIBLIOGRAFIA BÁSICA: * Mahan LK, Escott-Stump S. Krause: Alimentos, Nutrição & Dietoterapia. 12ª edição. Elsevier: São Paulo, 2010. * Dutra de Ol ive i ra JE , March in i JS. C iênc ia s Nutricionais. 2ª edição. Savier: São Paulo, 2008. * Douglas CR. Fisiologia aplicada à nutrição. 2ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. * Teixeira Neto, Faustino. Nutrição Clínica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003 * Vitolo, Márcia Regina. Nutrição: da gestação ao envelhecimento. Rio de Janeiro: Ed. Rubio, 2008. Artigos * PHILIPPI et al (1999). Pirâmide Alimentar Adaptada – http://www.scielo.br/pdf/rn/v12n1/v12n1a06.pdf * FILHO & RISSIN (2003). A transição nutricional no Brasil - http://www.scielo.br/pdf/csp/v19s1/a19v19s1.pdf * MELLO (2002). O que significa a avaliação do estado nutricional. http://www.scielo.br/pdf/jped/v78n5/7805357.pdf 11 * VANNUCCHI, UNAMUNO e MARCHINI (1996). Avaliação do estado nutricional. www.fmrp.usp.br/ revista/1996/vol29n1/avaliacao_estado_nutricional.pdf Links importantes * Guia alimentar para a população brasileira: http:// dtr2001.saude.gov.br/editora/produtos/livros/pdf/ 05_1109_M.pdf * Pesquisa de Orçamentos Familiares: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/pesquisas/ pesquisa_resultados.php?id_pesquisa=25 Como estudar para esta disciplina? Observe que os objetivos de cada aula estão descritos neste material, no moodle e no plano de ensino para que você possa se guiar em seus estudos. Na página principal do moodle você também poderá visualizar o plano de ensino da disciplina e, à direita, uma lista de links indicados para o estudo. Como estudar para as provas? Todo o conteúdo (aulas, podcasts, vídeos, palestras, guia alimentar) são parte integrante da matéria. Para saber se está dominando os conceitos e conteúdos leia no moodle os objetivos de cada módulo. Por exemplo, os objetivos da aula sobre proteínas são: Distinguir e exemplificar fontes de proteínas animais e vegetais, 12 Webliografia Plano de ensino em arquivo tipo pdf Livro multimídia Avisos Figura interativa 1 - Página inicial da disciplina no moodle Dica: sempre que encontrar uma figura interativa clique nos balões para visualizar as explicações. completas e completas. Listar os aminoácidosessenciais, reconhecer situações em que o consumo de proteína deveria ser aumentado ou diminuído. Relatar o valor calórico da proteína. Calcular a própria necessidade proteica. Avaliar se o consumo de proteínas de 1 dia estava de acordo com a recomendação Você sabe responder a cada uma das questões descritas nos objetivos? Só passe ao próximo capítulo quando estiver dominando todos os objetivos de cada aula. Consulte o material, assista os vídeos, ouça os arquivos de áudio, tire dúvidas em aula, com os monitores ou nos fóruns do moodle. Conheça as professoras de Nutrição Humana 13 Objetivos da aula Recursos Figura inicial Figura interativa 2 - Tela da aula sobre proteínas Dica: Clique nos balões da figura acima para ler as explicações Professora Kelb Bousquet Santos Nutricionista graduada pela Universidade Federal Fluminense, com mestrado em Patologia e doutorado em Fisiopatologia Clínica e Experimental Currículo lattes: http://lattes.cnpq.br/7595932545639532 Galeria 2: Docentes da disciplina Nutrição Humana em Saúde Capítulo 2 Conceitos Básicos A nutrição é a ciência que estuda a composição dos alimentos e as necessidades nutricionais do indivíduo, em diferentes estados de saúde e doenças Secretaria do Estado de Saúde, Distrito Federal Este módulo apresenta os macro e micronutrientes. Você já teve contato com este tema quando estudou bioquímica e também em disciplinas de fisiologia. O foco agora é aprender a importância destes nutrientes para nosso corpo, fazendo associações entre este tema e outras disciplinas, com diversas situações fisiológicas ou patológicas. Este módulo está dividido em 4 aulas. Iremos estudar os macronutrientes (carboidratos, proteínas e lipídios) e os micronutrientes (vitaminas e minerais) separadamente. Leia este assunto em cada um dos capítulos a seguir, veja as atividades propostas em nosso ambiente virtual e aproveite os fóruns para discussões e para tirar suas dúvidas. Conceitos importantes: Nutrientes são substâncias encontradas nos alimentos e que possuem funções energéticas, construtoras ou reguladoras. Podem ser classificados em macro e micronutrientes. 15 Vídeo - Conceitos básicos, Guias Alimentares, VET e GET *Esta vídeo aula possui conceitos que fazem parte tanto do módulo 1, quanto do módulo 2. Slides importantes sobre este módulo: Dica: os slides das aulas também podem ser visualizados em tela cheia. Amplie o material usando dois dedos para abrir Macronutrientes são compostos orgânicos responsáveis pelo fornecimento de 100% da energia da dieta. Carboidratos, proteínas e lipídios fazem parte deste grupo. M i c ro n u t r i e n t e s : também chamados de oligoelementos, são elementos necessários, em pequenas quantidades, à manutenção do organismo. Não fornecem energia e podem ser orgânicos (vitaminas) ou inorgânicos (minerais). Dica: Leia mais sobre este assunto e a importância dos micronutrientes na seção 4 deste capítulo. Não deixe de fazer o download do Guia Alimentar para a População Brasileira. Este documento, publicado pelo Ministério da Saúde, discute estes conceitos enquanto mostra ao profissional de saúde como colocar em prática as diversas diretrizes que compões uma alimentação saudável. A figura acima mostra a atuação de micronutrientes como cofatores enzimáticos em reações do ciclo de Krebs, também denominado ciclo do ácido cítrico ou ciclo dos ácidos tricarboxílicos. Se quiser relembrar o ciclo de Krebs ouça o Podcast (arquivo de áudio) disponível na página a seguir. 16 Niacina Niacina Niacina Riboflavina Mg+2, K+, Mn Relembrando o ciclo de Krebs: O ciclo do ácido cítrico começa com o Acetil- CoA (2 carbonos), se misturando ao ácido oxalacético(4 carbonos)e dando origem ao ácido cítrico com 6 carbonos, o ácido cítrico perde um carbono e um hidrogênio, o carbono se perde no meio e o hidrogênio e incorporado pelo NAD (nicotinamida adenina dinucleotídio) que vira NADH, o antes ácido cítrico vira ácido alfa-cetoglutário com 5 carbonos, novamente perde um carbono e um hidrogênio, o carbono se perde no meio e o hidrogênio é incoporado pelo NAD que vira NADH, o antes ácido- alfacetoglutário vira Sucinil COA com 4 carbonos, não podendo mais perder carbono o sucinil libera o COA que o conduziu até ali, nesse estágio do ciclo já essa possível transformar ADP ( adenosina difosfato) em ATP (adenonisa trifosfato) que é a energia da célula. Depois da produção de energia o sucinil COA vira ácido sucinico com 4 carbonos, já não podendo perder carbonos, ele perde duas moléculas de hidrogênio, o FAD ( flavina adenina dinucleotídio) 17 Arquivo de áudio sobre o ciclo de Krebs: Para relembrar o ciclo de Krebs você também pode ler o texto ao lado enquanto observa a figura: Objetivos da aula: Distinguir e exemplificar fontes de proteínas animais e vegetais, completas e completas. Listar os aminoácidos essenciais, reconhecer situações em que o consumo de proteína deveria ser aumentado ou diminuído. Relatar o valor calórico da proteína. Calcular a própria necessidade proteica. Avaliar se o consumo de proteínas de 1 dia atende às recomendações. Utilizar a Tabela para avaliação do consumo alimentar em medidas caseiras (ver tarefa ao final desta seção). Para mais detalhes sobre esta aula acesse, no ambiente virtual da disciplina, o guia de estudos. 18 Seção 1 Proteínas Videoaula: Proteínas Slides da aula sobre proteínas: Proteínas: nutrientes construtores, responsáveis pelo fornecimento de aminoácidos que entrarão na composição de enzimas, anticopos, hormônios, neurotransmissores, células e tecidos. Existem alimentos que fornecem todos os aminoácidos necessários ao organismo. Estes alimentos possuem alto valor biológico. Como exemplos podemos citar os alimentos de origem animal: carne bovina, suína, peixes e frutos do mar, aves, ovos e laticínios. Dentre eles o ovo é o alimento com maior valor biológico. Aminoácidos são unidos por meio de ligações peptídicas para formar as proteínas, constituintes de cada tecido animal ou vegetal. Alimentos de origem vegetal possuem menor valor b io lóg ico po i s não for necem todos os aminoácidos essenciais ou os oferecem em baixas quant idades . Vegetar ianos precisam combinar fontes de proteínas vegetais que sejam capazes de fornecer todos estes aminoácidos. Cereais são pobres em lisina e leguminosas são pobre no aminoácido metionina. A combinação de cereais com leguminosas aumenta o valor biológico da refeição. ALIMENTO VALOR BIOLÓGICO Ovo inteiro 100 Leite de vaca 92 Clara de ovo 88 Peixes 83 Carne bovina magra 80 Frango 79 Proteína de soja 74 Arroz 59 Feijão 49 19 A tabela acima mostra o valor biológico de alimentos comuns na alimentação do brasileiro. A f igura aba ixo most ra a e s t r utura dos 20 aminoácidos, os quais constituem todas as proteínas do organismo: Tarefas para fixação Tarefa 2 - Liste: - os aminoácidos essenciais: - os aminoácidos não essenciais: Tarefa 1 - Pesquise e responda: Verificar Resposta São aminoácidos essenciais: A. Lisina, Leucina e Isoleucina B. Taurina, Serina e Glutamina C. Alanina, Asparagina e Arginina D. Cisteína, Glicina e Prolina 20 Tarefa 3 - Calcule sua própria necessidade proteica. Avaliar se o consumo de proteínas de 1 dia estava de acordo com a recomendação. Utilize a Tabela para avaliação do consumo alimentar em medidas caseiras. Iniciar em sala e entregar na próxima aula. Tarefa 4 - Aprenda mais sobre as proteínas: As proteínas são as moléculas orgânicas mais abundantes e importantes nas células, perfazendo 50% ou mais de seu peso seco. Sãoencontradas em todas as partes de todas as células, uma vez que são fundamentais sob todos os aspectos da estrutura e função celulares. Existem muitas espécies diferentes de proteínas, cada uma especializada para uma função biológica diversa. Além disso, a maior parte da informação genética é expressa pelas proteínas. Pertencem à classe dos peptídeos, pois são formadas por aminoácidos ligados entre si por ligações peptídicas. Uma ligação peptídica é a união do grupo amino (-NH2) de um aminoácido com o grupo carboxila (-COOH) de outro aminoácido, através da formação de uma amida. São os constituintes básicos da vida. Seu nome deriva da palavra grega "proteios", que significa "em primeiro lugar". Nos animais, as proteínas correspondem a cerca de 80% do peso dos 21 ALIMENTO CONSUMIDO NO DIA ANTERIOR QUANTIDADE EM MEDIDAS CASEIRAS QUANTIDADE DE PROTEÍNA EM GRAMAS Objetivos da aula: Distinguir alimentos fontes de carboidratos simples e complexos, explicar o conceito de índice glicêmico e dar exemplos de alimentos com baixo índice glicêmico. Relatar o valor calórico dos carboidratos. Avaliar o cardápio de um paciente diabético. Propor a substituição dos alimentos com alto por baixo índice glicêmico. C arbo idratos são nutr ientes energét icos , fundamentais para o funcionamento de todas as células, especialmente cérebro, coração e rins. Podem ser c l a s s i f i cados como s imples ou complexos. Os simples tem absorção mais rápida do que os ca rbo idratos complexos . Açúcar, refrigerantes, doces em geral e cereais refinados, como a farinha de trigo branco, são alimentos fontes de carboidratos simples. Arroz integral, 22 Seção 2 Carboidratos Videoaula - Carboidratos Visualize aqui os slides desta aula: aveia, batata doce, feijão, lentilha, ervilha, soja e grão de bico são exemplos de alimentos que possuem estrutura mais complexa, exigindo maior trabalho digestivo. Lembre que cada grama de carboidrato fornece quatro calorias. Você já ouviu falar em índice glicêmico? A habilidade com que um determinado alimento eleva os níveis de glicose no plasma é conhecida como índice glicêmico (IG). Explicando de outra forma, este índice refere-se à VELOCIDADE com que os CARBOIDRATOS aparecem na circulação sanguínea. Esta velocidade é variável, visto que nosso corpo não digere e absorve os vários tipos de carboidratos da mesma forma. Por exemplo, a glicose contida em alimentos com o pão, a batata e a aveia está ligada a uma série de outras moléculas de glicose, formando o amido. Por isso, nestes alimentos o carboidrato chega à corrente sanguínea vagarosamente, uma vez que o amido precisará ser digerido (quebrado) para poder ser absorvido. Como esta digestão consumirá tempo, caso você necessite de uma fonte de carboidrato rapidamente disponível, alimentos que contenham amido não serão a melhor opção. Já quando uma bebida cujo principal substrato energético é a glicose é consumida, este nutriente 23 Saiba mais sobre os carboidratos: Os carboidratos são as biomoléculas mais abundantes na natureza, apresentam como fórmula gera l : [C (H2O ) ]n , da í o nome "carboidrato", ou "hidratos de carbono". São moléculas que desempenham uma ampla variedade de funções, entre elas: - Fonte de energia; - Reserva de energia; - Estrutural; - Matéria-prima para a biossíntese de outras biomoléculas. Na b ios fe ra , há pro va ve lmente ma i s carboidratos do que todas as outras matérias orgânicas juntas, graças à grande abundância, no reino vegetal, de dois polímeros da D-glucose, o aparece rapidamente na corrente sanguínea, estando imediatamente disponível para as células, que a converterão em energia (ATP) ou a estocarão, como glicogênio ou gordura. Isto ocorre porque a glicose nestas bebidas está quase toda em sua forma livre, sem ligações químicas com outras moléculas, facilitando a rápida absorção. No sangue, as concentrações de glicose são mantidas estáveis, através da ação de hormônios, como o glucagon e a insulina. Em adultos saudáveis esta concentração varia entre 60 e 110 mg a cada 100 ml de sangue, e é essencial para o bom funcionamento de órgãos vitais como o cérebro e o coração. Quando estes níveis caem, hormônios desencadeiam a sensação de fome, o que nos leva a aumentar o consumo de alimentos. Por outro lado, quando a concentração de glicose no sangue está elevada, hormônios, como a insulina, promovem a entrada da glicose em nossos tecidos, incluindo-se os músculos. Os carboidratos com baixo índice glicêmico são encontrados em alimentos como castanhas, massas, feijões e algumas frutas. Outro benefício importante destes carboidratos é que os 24 mesmos atrasam a sensação de fome, o que é interessante para os atletas que precisam controlar o peso. Na figura acima e na tabela da página anterior, o índice glicêmico (IG) de diversos alimentos é mostrado. De acordo com estes valores, os alimentos são classificados como de baixo (IG<55), moderado (IG 56 a 59) ou alto (IG>70) índice glicêmico, em resposta à velocidade com que os níveis de glicose sobem no sangue. Fibras alimentares Parte fibrosa mastigável das frutas e vegetais, a qual compreende a parede celular das plantas e estruturas celulares contendo, principalmente, celulose, hemicelulose, lignina, beta-glicanas, pectinas, mucilagens e gomas. Do ponto de vista da nutrição humana, o termo fibra alimentar tem sido redefinido como polissacarídeos de plantas e lignina não sujeitos à hidrólise das enzimas humanas no intestino delgado. O impacto das fibras alimentares nas funções fisiológicas do trato gastrointestinal pode ser mais bem estudado considerando-se algumas propriedades físico-químicas, tais como: viscosidade, capacidade de sequestrar água, capacidade de ligação a minerais e sais biliares, degradação microbiológica e seus metabólitos, entre outras. Essas propriedades afetam importantes funções do tubo digestivo, como o esvaziamento 25 gástrico, volume e tempo do trânsito intestinal, digestão e absorção de nutrientes, excreção de sais biliares, crescimento da flora intestinal, redução da ingestão de energia etc. Recomenda-se o consumo de 25 a 35 gramas de fibras ao dia. As fibras podem ser classificadas como solúveis e insolúveis em água. Fibras solúveis: Pectinas, gomas e beta-glicanas são capazes de sequestrar água e formar uma solução altamente viscosa. Um aumento da viscosidade tem sido associado a uma redução na velocidade de esvaziamento gástrico, retardando a passagem do bolo alimentar para o intestino delgado e aumentando a saciedade. Também tem sido associado à diminuição da velocidade de absorção de carboidratos e maior excreção de colesterol. Por último estas fibras contribuem para aumento do conteúdo de água nas fezes, tornando-as mais macias e aliviando sintomas da constipação intestinal. Polpa de frutas macias, leguminosas, tubérculos, cereais integrais, aveia contêm maior quantidade de fibras solúveis. Fibras insolúveis: A celulose e a lignina possuem baixa capacidade de sequestrar água. Porém ligam-se aos sais biliares no intestino delgado, reduzindo a circulação enterohepática e os níveis de colesterol no plasma. As fibras insolúveis também aumentam o volume do bolo fecal. Vegetais folhosos, caules, rizomas, vagens, legumes fibroses, polpas de frutas fibrosas, cascas de frutas, farelos de grãos processados contêm, predominantemente, fibras insolúveis. 26 Estas fibras também possuem alta capacidade de sequestrar água. Este aumento de viscosidade . Uma maior hidratação das fibras favorece a penetração de microorganismos da flora intestinal na estruturado polissacarídeo. Caso o seu consumo de fibras seja muito baixo, aumente as porções vagarosamente para adaptação do trato digestório. O aumento abrupto pode levar a grande aumento da flatulência ou dor abdominal. Nem todos os carboidratos são bem digeridos pelas pessoas. A intolerância à lactose (dissacarídeo formado pela união entre glicose e galactose), por exemplo, é um distúrbio comum. Intolerância à lactose A lactose, o açúcar do leite, é um dissacarídeo produzido pela glândula mamária. No leite humano, está presente em 7% de sua composição, enquanto o leite de vaca apresenta 5% de lactose. Os distúrbios de sua hidrólise e/ou absorção provocam sintomas que variam com a quantidade de lactose ingerida, tempo de esvaziamento gástrico, tempo de trânsito intestinal, capacidade de fermentação da alctose pela microflora intestinal e resposta do cólon à presenca de partículas osmoticamente ativas. Quando a lactose atinge o cólon, é convertida pelas bactérias colônicas em ácidos graxos de cadeia curta e gases. Os ácidos formados, em especial o lactato, têm sido implicados na origem da diarréia presente na intolerância à lactose, devido ao aumento da força osmótica na luz intestinal e à irritação da parede do cólon por ação dos radicais livres. Estas partículas osmoticamente ativas provocam a passagem de áuga e eletrólitos para o lume, estimulando o peristaltismo e resultando em 27 diarréia líquida e fermentativa. Os gases produzidos podem causar borborigmos, flatulência, desconforto e distenção abdominal. A intolerância à lactose pode ser primária (causada pela baixa produção da enzima lactase) ou secundária, decorrente da agressão da mucosa (episódios agudos de diarréia infecciosa, desnutrição, doença celíaca, enteropatias alérgicas, parasitoses, radioterapia em regiões abdominal e pélvica), menor tempo de contato da lactose com a mucosa (aumento do trânsito intestinal, ressecção intestinal, supercrescimento bacteriano do intestino delgado) e oferta de de carboidratos superior à atividade máxima da enzima (esvaziamento gástrico rápido, ressecção gástrica, quantidade excessiva ingerida). Fonte: Teixeira Neto, Faustino (2003). Nutrição clínica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, p. 214. Faça um pão rico em fibras em 3 minutos: - 1 ovo inteiro ou 2 claras - 1 colher de sopa de farelo de aveia - 1 colher de sopa de farelo de trigo - 1 colher de sopa de iogurte desnatado ou leite ou água - 1 colher de café de fermento químico em pó (o mesmo usado na preparação de bolos) - Opçional: sal e ervas a gosto Modo de preparo: Junte todos os ingredientes e misture bem com um garfo ou colher. Coloque em uma pequena travessa e leve ao microondas na potência alta por cerca de 2 minutos e 30 segundos. Depois de pronto, corte ao meio. Se desejar uma massa mais firme, doure o pão na frigideira ou grill. Rendimento: 1 porção Considerações: - Este alimento possui baixo índice glicêmico - Se você não tiver um microondas, asse a massa no forno por 20 minutos ou até que, ao espetar um garfo, o mesmo saia limpo. 28 Objetivos da aula: classificar os ácidos graxos e exemplificar suas fontes, relatar o valor calórico dos óleos e gorduras, interpretar o lipidograma de um paciente, planejar uma estratégia para correção da situação proposta em um estudo de caso. Acesse o ambiente virtual da disciplina para ler o guia de estudos desta aula. Lipídios são nutrientes energéticos, fornecendo 9 kca l por g rama . Também atuam como transportadores de vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K) e constituintes de membranas celulares e hormônios. São essenciais para a propagação dos 29 Seção 3 Lipídios Videoaula: Lipídios Abaixo você pode visualizar os slides da aula de lipídios: impulsos nervosos, para o bom funcionamento do sistema imunológico e para a proteção térmica e traumática do organismo. Em nosso organismo os l ip ídios são estocados como tr ig l icer ídeos , constituídos de 1 glicerol + 3 ácidos graxos. Os ác idos g raxos podem ser sa turados , monoinsaturados ou poliinsaturados. Distúrbio no metabolismo dos lipídios: - Os lipídios, nas células, estão constantemente sendo sintetizados e degradados de forma que seu equilíbrio dinâmico é mantido dentro de certos limites. Quando há deficiência de uma ou mais enzimas envolvidas no metabolismo dos lipídios, várias desordens podem vir à tona. Algumas delas são descritas, resumidamente, a seguir: Hiperlipidemias: níveis de lipoproteínas de baixa densidade (LDL) aumentados ou de lipoproteínas de alta densidade (HDL) reduzidos estão associados à elevação do colesterol sanguíneo e ao risco aumentado de aterosclerose, infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral. Ovo: Mocinho ou vilão? O ovo é um alimento rico em albumina (na clara), proteína barata e que sacia. Também é ótima fonte do aminoácido essencial leucina, importante para o ganho de massa muscular. Pesquisadores do Canadá mostraram no Journal of Agricultural and Food Chemistry que as proteínas do ovo são 30 Saiba mais sobre os lipídios: Os l ip ídeos de f inem um con junto de substâncias químicas que, ao contrário das outras classes de compostos orgânicos, não são caracterizadas por algum grupo funcional comum, e sim pela sua alta solubilidade em solventes orgânicos e baixa solubilidade em água. Fazem parte de um grupo conhecido como macromolécu la s . Os l ip ídeos se encontram distribuídos em todos os tecidos, principalmente nas membranas celulares e nas células de gordura. A maioria dos lipídeos é derivada ou possui na sua e s t r utura ác idos g raxos . Alguma s substâncias classificadas entre os lipídeos possuem intensa atividade biológica; elas incluem algumas das vitaminas e hormônios. capazes de in ib i r a enz ima conversora de angiotensina I, evitando que a pressão arterial suba. A gema é fonte de ferro, ácido fólico, vitamina B6, lecitina, colina e carotenóides antioxidantes como zeaxantina e luteína. A gema também é rica em colesterol, nutriente importante para a produção de vitamina D em nossa pele e para a produção de hormônios sexuais. Vem sendo comprovado que o colesterol do alimento não aumenta o colesterol plasmático. O maior perigo são as gorduras saturadas e trans. Porém, um consumo exagerado de colesterol na dieta pode aumentar a oxidação do LDL colesterol. Por isto é muito importante o aumento de consumo de antioxidantes durante o d ia . Estudo recentemente no Risk Analysis estima que o consumo de 1 ovo ao dia é re sponsáve l por menos de 1% da s doença s coronarianas em adultos saudáveis . Já a má alimentação (com baixo consumo de frutas e verduras , importantes fontes de a l imentos antioxidantes) , o tabagismo, a obesidade e o sedentarismo contribuem com até 40% dos casos, dependendo do sexo. Já a genética, hipertensão e diabetes tendem a contribuir com 60% ou mais dos casos de doenças coronarianas. Colelitíase: a presença de cálculos de colesterol, formados pela saturação da bile por esse lipídio, pode levar à obstrução dos ductos e vesícula biliares, com consequente inflamação. Cetoacidose: a produção excessiva de corpos cetônicos e a redução do pH do sangue ocorrem no diabético não controlado, na inanição prolongada, no alcoolismo. 31 Esteatose e cirrose hepática: ambas podem ser causadas por excesso crônica de ingestão alcoólica ou lipídica. O acúmulo de triglicerídeos no fígado (esteatose) é reversível, enquanto a cirrose causa dano hepático irreversível com hiperamonemia, ascite, varizes esofágicas e sangramento. Desordens da digestão/absorção: a má digestão lipídica resulta da falta de lipase pancreática, colipase ou ácidos biliares, ou da produção excessiva deácido ou baixa de bicarbonato, que inibem a ação da lipase pancreática. A deficiência de lipase e colipase resulta de pancreatite ou obstrução do ducto pancreático. A deficiência de ácidos biliares pode ser causada por obstrução dos ductos biliares. A ma labsorção l ip íd ica é decorrente do funcionamento anormal do enterócito ou da ressecção intestinal cirúrgica. Leva à deficiência das vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K), bem como dos ácidos graxos essenciais. Pesquise e responda: Verificar Resposta O azeite de oliva é importante fonte de ácidos graxos, do tipo: A. Ômega-3 B. Ômega-6 C. Saturado D. Monoinsaturdo 32 Objetivos da aula: Distinguir vitaminas hidrossolúveis e lipossolúveis, apontar na pirâmide dos alimentos fontes importantes de vitaminas e minerais (Vitaminas A, C, betacaroteno, E, zinco, selênio, cálcio e ferro), Identificar no rótulo dos alimentos as informações nutricionais obrigatórias Acesse o guia de estudos da aula clicando aqui. Vitaminas e Minerais Também chamados de oligoelementos, são elementos necessários, em pequenas quantidades, à manutenção do organismo. Não fornecem energia e podem ser orgânicos (vitaminas) ou inorgânicos (minerais). Vitaminas são nutrientes reguladores, que atuam em diversas reações metabólicas no interior das células. Constituem substâncias orgânicas complexas que ocorrem naturalmente em tecidos vegetais e animais. No organismo humano 13 vitaminas são consideradas essenciais. Encontram- se classificadas em dois grupos, conforme as suas 33 Seção 4 Micronutrientes Slides da aula: características químicas: o lipossolúvel e o hidrossolúvel. As vitaminas lipossolúveis, como o próprio nome indica, são solúveis nos lipídios e em seus solventes e insolúveis em água. Constituem um grupo formado por quatro vitaminas: A, D, E e K, as quais apresentam funções metabólicas distintas e completamente independentes uma das outras. Todas as vitaminas do complexo B e a vitamina C são hidrossolúveis, ou seja, solúveis em água e insolúveis em lipídios e seus solventes. Você sabia? A vitamina D tem como função principal a manutenção de níveis adequados de cá lc io e fós foro , nutrientes essenciais à função óssea e neuromuscular. Contudo, pesquisas recentes apontaram também a existência de receptores específicos para a 1,25- diidroxivitamina D (forma ativa), em células de inúmeros tecidos, o que faz com que a vitamina se torne importante para a modulação do crescimento celular, função imune e redução da inflamação. A vitamina D pode ser sintetizada na pele por meio da ação dos raios ultravioletas. Já os alimentos são pobres em vitamina D, por isto para os que nunca se expõe ao sol ou que só saem de casa cobertos por protetor solar a suplementação é indicada afim de prevenir problemas como artrite reumatóide, alguns tipos de câncer (cólon, próstata e mama) e até o diabetes gestacional. 34 Vitaminas do complexo B Como você pode ver na figura acima, as vitaminas do Complexo B, Riboflavina e Niacina, são muito importantes para o metabolismo de todas as células, e spec ia lmente para a l iberação da energ ia proveniente dos macronutrientes. Lembra do ciclo de Krebs? Muitos micronutrientes a tuam em sua s reações metabó l i ca s como coenzimas. Se a inda não ouviu o episódio, apro ve i te a oportunidade: 35 Pesquise e responda: Verificar Resposta 1) Esta vitamina antioxidante é importante para a formação de colágeno. Também auxilia na absorção de ferro e aumenta as defesas orgânicas. A. Vitamina A B. Vitamina E C. Vitamina C D. Vitamina B6 Minerais Os minerais participam da regulação do ritmo cardíaco, respiratório, da comunicação neural, dentre outras funções. Não fornecem calorias e podem ser c l a s s i f i cados como macro ou microminerais. Os macrominerais devem ser consumidos em maior quantidade (100 mg ou mais). Fazem parte deste grupo cálcio, fósforo, sódio, magnésio, potássio, cloro e enxofre. Os microminerais são aqueles cuja necessidade é menor do que 100 mg ao dia. Incluem ferro, zinco, manganês, selênio, molibdênio, boro, cromo, cobre, iodo e flúor. 36 Verificar Resposta 2) Esta doença apresenta como sintomas diarreia, dermatite e demência. É causada pela deficiência de niacina: A. Beribéri B. Escorbuto C. Pelagra D. Xerose A castanha do Brasil é fonte de selênio O módulo 1 deste curso acaba aqui. Comece sua revisão para a primeira avaliação escrita da disciplina. Observação importante: os macro e micronutrientes estudados são fundamentais ao organismo humano porém este só funciona bem quando bem hidratado. Água: substância química composta de hidrogênio e oxigênio, sendo essencial para todas as formas conhecidas de vida na Terra. Age como reguladora de temperatura, diluidora de sólidos e transportadora de nutrientes e resíduos por entre os vários órgãos. A quantidade de água no corpo varia com sexo, idade, quantidade de músculo e tecido adiposo, além de estágios fisiológicos como gravidez e lactação. A desidratação conduz a sinais e sintomas como concentração da urina, sede, letargia, tontura, desfalecimento, confusão mental, coma e morte. Aprenda mais sobre hidratação no capítulo 11 - Nutrição Esportiva Verificar Resposta 3) Este mineral participa de mais de 300 reações enzimáticas no corpo, como a produção de ATP, a síntese de proteínas e a contração muscular A. Ferro B. Cálcio C. Potássio D. Magnésio 37 Capítulo 3 Guias alimentares Ouça ao Podcast: Clicando no ícone abaixo você ouvirá uma explicação inicial sobre a pirâmide dos alimentos 3 a 5 porções / Digite para Atividade obrigatória: resenha do artigo “Pirâmide Alimentar Adaptada” (Phillipi et al., 1999). A Pirâmide Alimentar é uma representação gráfica de oito grupos de alimentos. Surgiu nos Estados Unidos em 1992 e está baseada no fato de que cada um dos grupos fornece diferentes nutrientes que devem ser consumidos diariamente e de que uma alimentação balanceada considera o consumo de porções de alimentos pertencentes aos diferentes grupos. Este modelo iconográfico foi adotado no Brasil pelo Ministério da Saúde. Em 1999 surgiu a pirâmide alimentar adaptada para a população brasileira. Nesta pirâmide, o grupo das leguminosas sempre encontra-se separado dos demais, respeitando uma característica da cultura al imentar de nossa população. Os princípios básicos deste guia são: - Variedade; - Proporcionalidade; e - Moderação. Existem no mundo uma série de outros guias alimentares. Independentemente do formato, todos e le s possuem o mesmo ob je t i vo : o fe recer recomendações dietéticas por meio de comunicados à população, com o intuito de promover o bem- estar nutricional. São exemplos de guias a Roda dos Alimentos, a Pirâmide Mediterrânea, as representações “My Pyramid” e “Choose My Plate”. Visualize estes materiais na Galeria 3, a seguir. 39 Pirâmide alimentar brasileira Dica: Para aprender mais sobre os grupos da Pirâmide dos Alimentos leia o Guia Alimentar para a População Brasileira: -Diretriz 2: Cereais, tubérculos e raízes (p. 154) -Diretriz 3: Frutas, legumes e verduras (p. 161) -Diretriz 4: Feijões e outros alimentos vegetais ricos em proteínas (p. 172) -Diretriz 5: Leite e derivados, carnes e ovos (p. 180) -Diretriz 6: Gorduras, açúcares e sal (p. 187) Roda dos alimentos (Panamá, 1977) Galeria 3: Guias alimentares 40 O consumo excessivo de calorias, advindas de alimentos ricos em carboidratos simples, álcool ou gorduras, aumenta a deposição de gordura abdominal e o risco de doençascardiovasculares e morte prematura. As principais alterações metabólicas associadas com a obesidade abdominal são as dislipidemias e a resistência à insulina. Uma medida simples para identificar indivíduos em risco é a Circunferência da Seguindo as recomendações da pirâmide dos alimentos é possível montar refeições saudáveis e que respeitem hábitos, preferências e a cultura local do brasileiro. Observe alguns exemplos para café da manhã, almoço, jantar e lanches. Café da manhã Após muitas horas em jejum, dormindo, o corpo está ávido por nutrientes. Assim, ele poderá fabricar hormônios, anticorpos, enzimas e gerar energia para as atividades do dia. Tente incluir uma fruta, uma porção de carboidrato (aveia, tapioca, pão, mandioca, milho...) e um alimento proteico (leite, queijo ou iogurte). Almoço 41 Deve-se aproveitar o almoço e jantar para incluir no cardápio, alimentos que forneçam ao organismo grande parte dos nutrientes requeridos diariamente. Variedade e moderação são peças importantes de uma alimentação saudável. Jantar Lanches São inúmeras as opções de lanches. Aproveite para incluir nos intervalos entre as refeições principais, alimentos nutritivos, que complementem a dieta de forma saudável. Fonte das figuras - café da manhã, almoço, jantar e lanches: Brasil (2014). Ministério da Saúde. Guia Alimentar para a população brasileira. (Em consulta pública). 42 Conheça outras representações de guias alimentares: Guias alimentares, como a pirâmide dos alimentos são formas visuais que nos ajudam a escolher melhor os al imentos que comporão a dieta. Vários pesquisadores, dentre eles os da Universidade de Harvard, consideram que a antiga pirâmide dos alimentos está desatualizada, dificultando as escolhas alimentares. A pirâmide de Harvard reflete as novas pesquisas em saúde. Talvez você conheça esta pirâmide por outro nome: pirâmide dos alimentos funcionais ou da dieta mediterrânea. Nela, o exercício (1) passa a ser um elemento chave. Um outro elemento essencial é a manutenção de um peso saudável para sua altura. 2 – Vimos que carboidratos são essenciais para o bom funcionamento de nossos músculos, cérebro e coração. Alimentos como pães, cereais matinais, arroz e macarrão formam o maior gr upo de alimentos. Porém, os carboidratos devem ser principalmente integrais já que aqueles refinados tem um conteúdo menor de fibras e minerais. Além disso, carboidratos refinados são transformados rapidamente em glicose. Ao chegar na corrente sanguínea esta glicose é estocada para uso posterior. Isto pode fazer sua glicemia (concentração de açúcares no sangue) cair, deixando-o mais faminto. Se você consumir mais alimentos em sequência sua capacidade de estoque de glicose já estará repleta e o restante dos carboidratos no sangue serão e s tocados como gordura . Em contra s te , carboidratos integrais são quebrados e atingem a corrente sanguínea lentamente, deixando -o 43 satisfeito por mais tempo e afastando o risco do excesso de peso e da obesidade. 3 – As gorduras insaturadas, por outro lado, são adequadas para a saúde de seu coração. Estes lipídios estão presentes na maioria dos óleos vegetais como o azeite de oliva e óleos de canola, linhaça, soja e milho. 4/5 – Frutas e verduras também são ricas em carboidratos, fibras e muitas vitaminas, minerais e fitonutrientes capazes de proteger-nos contra doenças como vários t ipos de câncer. Estes alimentos devem ser consumidos pelo menos de 3 a 4 vezes ao dia. PS: batatas são uma excessão à regra, já que são digeridas muito rapidamente, por isto são colocadas no mesmo grupo dos grãos refinados e do açúcar, ou seja, no topo da pirâmide. Os grupos 6, 7 e 8 representam as fontes de prote ína porém for necem d iver sos out ros nutrientes dependendo da fonte, por isto os grupos são categorizados em diferentes níveis. 6 – Nozes, castanhas e leguminosas (feijões, soja, grão de bico, lentilha e ervilha) estão logo acima do g r upo da s f r uta s e verdura s . 9 – No topo da pirâmide estão os alimentos que devem ser consumidos ocasionalmente uma vez que são ricos em gorduras trans e gorduras saturadas, aque la s re l ac ionada s com a s doença s cardiovasculares. Evite alimentos como manteiga, banha de porco, toucinho, gorduras das carnes e do leite gordo. Biscoitos, pães, croissants e outros industrializados feitos com gorduras trans também devem ser consumidos com freqüência baixa. 7/8 – Acima do grupo 6 encontramos ovos, peixes, aves e laticínios desnatados. 9- Cortes de carnes ricos em gordura e l e i te integral não devem ser c o n s u m i d o s regu la rmente , em decorrência de seu alto conteúdo de gordura saturada. 44 My plate Em 2011, o governo dos Estados Unidos propôs um guia chamado My Plate (meu prato). O novo padrão é um prato dividido em quadrantes. Mais da metade do espaço é tomado por frutas e legumes. O restante é reservado para grãos e proteínas. Um círculo menor, em azul, indica a porção de laticínios e derivados. O "MyPlate" reflete orientações mais atuais, mostrando o grupo das hortaliças e das frutas com uma maior proporção se comparado ao grupo dos cereais. Este novo ícone substitui a pirâmide dos alimentos nos Estados Unidos, fazendo parte da campanha americana contra a obesidade. A intenção é que este novo guia auxilie a população em escolhas saudáveis. O guia sugere ainda uma diminuição no consumo de sal, açúcar e gordura. Aconselha também o aumento no consumo de frutas, vegetais e peixes. Core Food Plan Em 2012, o Instituto de Medicina Funcional dos Estados Unidos , desenvolveu um novo guia alimentar denominado “Core Food Plan”. A ideia é se al imentar a cada três horas, em pequenas quantidades, privilegiando alimentos de origem vegetal como frutas, verduras, leguminosas e cereais integrais. Observe que o guia é bastante colorido para nos lembrar de variar bastante os a l imentos , co lor indo ba s tante o prato. Adaptações são sugeridas em caso de doenças e outras situações especiais. Para o cálculo 45 do valor calórico adequado ao seu peso, estatura, idade e atividade física o IOM fornece um roteiro, seguido de tabela de porções de alimentos a serem consumidas. Mais: Guia alimentar para vegetarianos UMA CARTA DO SEU TRATO DIGESTÓRIO Ao meu proprietário, Você e eu somos tão próximos; espero que eu lhe possa falar francamente sem ofendê-lo. Eu sei que às vezes, ofendo com meus ruídos, eructações e gases em momentos de silêncio. Mas, por favor, compreenda que ao mascar chicletes, ingerir bebidas gasosas ou comer às pressas, você engole ar em cada deglutição. Eu não consigo evitar fazer barulho quando movo o ar ao longo do meu comprimento ou o libero. E se você comer ou beber rápido demais, eu não consigo evitar os soluços. Por favor, sente- se e relaxe enquanto você almoça e janta. Você facilitará minha tarefa e ambos ficaremos mais felizes. Por outro lado, quando alguém lhe oferece um alimento novo, você o devora, confiando no meu trabalho. Tornaria minha vida mais fácil, e você teria menos gases, se começasse com pequenas quantidades de alimentos novos, principalmente quando são cheios de açúcar e gordura. 46 Independentemente do guia com o qual você escolha trabalhar, perceba uma importante característica comum: todos eles privilegiam o consumo de a l imentos não processados ou minimamente processados. Fonte da tabela: Brasil (2014). Guia alimentar para a população brasileira , p. 17. Em consulta pública. São não processados os alimentos que não sofreram qualquer alteração após deixarem a natureza (alimentos ‘in natura’, como frutas e verduras frescas). São minimamenteprocessados quando submetidos a limpeza, remoção de partes não comestíveis ou indesejáveis, porcionamento, secagem, moagem, pasteurização, refrigeração, congelamento, embalagem e outros processos que não envolvam agregação de substâncias ao alimento original. A fermentação, obtida com a adição de micro-organismos vivos ao alimento, como no caso dos iogurtes, também se considera um processo mínimo desde que não haja adição de açúcar, sal ou outras substâncias ao alimento. Grãos secos, polidos e empacotados ou moídos na forma de farinhas, legumes e verduras higienizados e embalados, especiarias e ervas frescas ou secas, raízes e tubérculos lavados, frutas descascadas e embaladas, castanhas e nozes (sem adição de sal ou açúcar), cortes de carne resfriados ou congelados, leite pasteurizado, iogurte natural (sem adição de açúcar ou de outras substâncias) são exemplos de alimentos minimamente processados. Massas frescas ou secas feitas com farinha de trigo e água também podem ser consideradas a l imentos minimamente processados. 47 Produtos prontos para consumo são, em geral, convenientes e atraentes. Dispensam ou diminuem substancialmente as atividades culinárias de preparação, tempero e cozimento, têm longa duração, podem ser estocados por grandes períodos e agradam mui- to ao paladar da maioria das pessoas. Por outro lado, os ingredientes e o processamento empregado para tornar esses produtos convenientes e atraentes podem de- terminar graves prejuízos para a saúde. Os alimentos prontos para consumo podem ser divididos em processados e ultraprocessados: Produtos prontos para consumo processados são produtos relativamente simples, feitos pela indústria essencialmente com a adição de sal ou açúcar (e por vezes vinagre ou óleo) a alimentos. As técn ica s de processamento podem inc lu i r coz imento , seca gem, fe rmentação , acon - dicionamento dos alimentos em latas ou vidros e o uso de métodos de preser vação como salga, salmoura, cura e defumação. Em todos os exemplos da tabela anterior, o objetivo do processamento industrial é aumentar a duração dos alimentos – legumes, frutas, carnes, peixe, leite e trigo – e, torná-los mais agradáveis ao paladar. Embora produtos processados mantenham a identidade básica e a maioria dos nutrientes do alimento original, as técnicas e os métodos de processamento utilizados os tornam nutricional- mente desequilibrados. O sal e o açúcar (e o óleo, quando utilizado) se infiltram nos alimentos, alterando sua natureza e aumentando o teor de nutrientes associados a doenças cardiovasculares, diabetes e outras doenças crônicas. 48 Fonte da tabela: Brasil (2014). Guia alimentar para a população brasileira , p. 23. Em consulta pública. Produtos prontos para consumo ultraprocessados são também derivados de alimentos, porém sua fabricação envolve várias etapas de processamento e muitos ingredientes. Alimentos inteiros estão f requentemente ausentes de produtos ultraprocessados ou estão presentes em proporção reduzida. Os produtos criados não são versões alteradas de alimentos, mas sim produtos de natureza distinta dos alimentos que forneceram os ingredientes utilizados na sua composição. Diferentemente dos produtos processados, a imensa maioria dos produtos ultraprocessados é concebida para ser consumida como lanches, sozinhos ou em combinação com outros produtos prontos para consumo, ou como substitutos de refeições preparadas com base em alimentos e ingredientes culinários. A formulação e os ingredientes de produtos ultraprocessados conferem longuíssima duração aos produtos e propriedades sensoriais (cor, sabor, aroma e textura) extremamente atraentes. O propósito do ultraprocessamento é criar produtos duráveis, convenientes, de sabor intenso e, em face de um baixíssimo custo de produção, relati- vamente acessíveis para os consumidores e muito rentáveis para a indústria. Para verificar se um produto industrializado é não processado, processado ou ultraprocessado observe sua lista de ingredientes fornecida no rótulo dos 49 alimentos. Quanto maior for a mesma, mais processado aquele alimento foi. Aproveite o mesmo rótulo para observar se o seu consumo de determinados nutrientes e calorias está dentro, acima ou abaixo do recomendado. No Brasi l , a Agência Nacional de Vigi lância Sanitária (Anvisa) é responsável pela regulação dos rótulos dos alimentos. De acordo com suas regras é obrigatório constar nos mesmos informações sobre valor energético, porção recomendada (em gramas ou mililitros e também em medida caseira), além da quantidade de carboidratos, proteínas, gorduras totais, gorduras saturadas, gorduras trans, fibra alimentar e sódio, por porção. Como ler o rótulo dos alimentos: Para manter uma dieta balanceada é fundamental conhecer as propriedades dos alimentos que consumimos. Por conta disso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tornou obrigatória a veiculação de um rótulo nutricional nas embalagens dos produtos. Ne le de vem constar o va lor energét ico e a quantidade de carboidratos, proteínas, gorduras, fibras e sódio do alimento. Outras informações, como presença de vitaminas, são opcionais. Para que essas informações sejam realmente úteis, é preciso compreender o significado de cada item: Porção (em gramas ou mililitros): trata-se da quantidade média recomendada para consumo para manter uma alimentação saudável. Atenção: na maioria das vezes os valores nutricionais não correspondem ao alimento inteiro. Exemplo: um pacote com 90 g de salgadinho pode conter uma tabela nutricional baseada em uma porção de 30 g. 50 Para saber o quanto ingeriu, neste caso, será preciso multiplicar os valores do rótulo por 3. Medida caseira: Como a maioria das pessoas não tem balança em casa – seria difícil entender a tabela se os valores fossem baseados apenas no peso dos alimentos – ela mostra qual é a forma de medida normalmente utilizada pelo consumidor para calcular a quantidade daquele alimento. Exemplo: unidade, porção, fatia, colher, copo, etc. %VD: A sigla significa Valor Diário. Ela indica qual a quantidade de energia (calorias) e de nutrientes que o alimento apresenta em relação a uma dieta média de 2.000 kcal. Atenção: se encontrar uma sopa desidratada com 90% do VD de sódio, por exemplo, é sinal de que só esse produto já fornece quase o total da quantidade recomendada desse nutriente para um dia. Valor energético: são as famosas calorias (kcal). Elas representam a energia que nosso corpo produz a partir do consumo daquela porção de alimento. Atenção: os valores energéticos também podem aparecer com outra un idade de medida , os quilojoules (kJ). Nesses casos, basta lembrar que 1 kca l cor responde a 4 , 2 kJ. Necessidades diárias: 2.000 calorias (média para um adulto saudável) Carboidratos: atuam como fontes de energia para o corpo. A parcela não utilizada pelo organismo é 51 estocada na forma de gordura. Por isso, é preciso consumir a quantidade adequada desse nutriente (daí a importância de ficar de olho no %VD dos alimentos). Os carboidratos são encontrados em pães, tubérculos, massas, farinhas e doces em geral. Necessidades diárias: 300g Proteínas: auxiliam a construir e conservar tecidos, órgãos e células. Em doses apropriadas, elas garantem a manutenção da saúde e também proporcionam sensação de saciedade. Carnes, lácteos e leguminosas (feijão, soja, grão de bico, quinua, etc) contêm boas doses do nutriente. Necessidades diárias: 75g Gorduras totais: além de serem altamente energéticos, esses compostos auxiliam no transporte das vitaminas A, D, E e K. Atenção: o consumo deve ser moderado, já que o abuso provoca aumento de peso. Exemplo: enquanto1g de carboidrato tem 4 kcal, o mesmo valor de gordura tem 9 kcal. As gorduras totais representam a soma de todos os tipos de gorduras, ou seja, as poliinsaturadas, monoinsaturada s , s a turada s e t rans . Necessidades diárias: 55g Gorduras saturadas: são aquelas encontradas essencialmente em produtos de origem animal, como carnes, queijos, pele de frango, leite integral, requeijão e manteiga, entre outros. A ingestão excessiva desse tipo de gordura aumenta o risco de doença s ca rd io va scu la res . Por i s so , não é recomendado extrapolar nos alimentos com alto %VD. Necessidades diárias: 22g Gorduras trans: também chamadas de ácidos graxos trans, elas estão presentes principalmente em produtos industrializados, que levam gorduras vegetais hidrogenadas na preparação – salgadinhos, bolachas, sorvetes e margarinas são bons exemplos. Necessidades diárias: a gordura trans não tem função importante no organismo e pior, ainda aumenta as chances de problemas no coração. Segundo a Anvisa, para não prejudicar a saúde o ideal é consumir no máximo 2g de gordura trans por dia. 52 Fibra alimentar: são compostos essenciais para o bom funcionamento do organismo. Entre seus benefícios estão o controle das taxas de glicemia e colesterol, a manutenção das funções intestinais e o aumento do efeito de saciedade. As fibras são facilmente encontradas em frutas, hortaliças, feijões e alimentos integrais. Necessidades diárias: 25g Sódio: o nutriente é importante para a regulação hídrica e o desempenho adequado do cérebro. Em excesso, ele provoca malefícios como retenção de líquidos e aumento de pressão arterial. Atenção: nem todo mundo sabe, mas o sódio é um dos componentes do sal de cozinha, e está presente na maioria dos produtos industrializados, mesmo nos que têm gosto doce. Para evitar complicações, fique de olho no %VD de sódio e procure manter distância do saleiro. Necessidades diárias: 2.400mg Fonte: Saúde Ig Já sente-se seguro a sua explicação do Rótulo dos alimentos? Caso ainda tenha dúvidas leia o manual da Anvisa ou o Guia alimentar para a população brasileira, a partir da página 231. O guia alimentar para a população brasileira Ba seado no cenár io ep idemio lóg ico a tua l (transição epidemiológica e nut r ic iona l ) e em evidências científicas, o Guia Al imentar para a População Brasileira tem o propósito de contribuir para a or ientação de práticas alimentares que v i sem a promoção da saúde e a prevenção de doenças relacionadas à al imentação, como diabetes mel l itus, obesidade, hipertensão, doenças cardiovasculares e certos tipos de câncer. O guia também está baseado na preocupação do governo com relação às deficiências de ferro e vitamina A. Você já começou a ler este material? Seus capítulos iniciais trazem conceitos importantes, trabalhados nas primeiras aulas. 53 & Se ainda não teve a oportunidade de começar, não desanime. Ainda dá tempo! São 9 as diretrizes que compõem o guia: - Diretriz 1 - Alimentos saudáveis e as refeições - Diretriz 2 - Cereais, tubérculos e raízes - Diretriz 3 - Frutas, legumes e verduras - Diretriz 4 - Feijões e outros alimentos vegetais ricos em proteínas - Diretriz 5 - Leite e derivados, carnes e ovos - Diretriz 6 - Gorduras, açúcares e sal - Diretriz 7 - Água - Diretriz especial 1 - Atividade física - Diretriz especial 2 - Qualidade sanitária dos alimentos Tarefa: Faça a leitura do guia de bolso, a partir da página 17, resumindo os 10 passos para uma alimentação saudável. Estude este material e responda a questão abaixo: Após esta leitura você conseguiria explicar o rótulo de um alimento para um paciente diabético que procurou atendimento em um serviço de saúde? Verificar Resposta Podemos reduzir o consumo de sódio na alimentação conhecendo os rótulos dos alimentos industrializados e escolhendo aqueles com menor conteúdo deste mineral A. Certo B. Errado C. Não sei / Não tenho certeza 54 Capítulo 4 VET e GET O equilíbrio entre nossa alimentação e nossas atividades diárias, contribui para a manutenção do peso, fator importante para a diminuição do risco de doenças como obesidade, diabetes e hipertensão. Os objetivos desta aula são: - Contrastar GET e VET; -Utilizar a fórmula do IOM para o cálculo da própria Necessidade Energética Estimada (NEE); -Comparar seu VET com seu GET. Dicas: - acesse o guia de estudos desta aula para saber mais sobre os materiais e tarefas desta aula. - aprenda mais sobre o balanço energético do organismo lendo a página 209 do Guia Alimentar para a População Brasileira. Clicando no ícone ao lado você aprenderá mais sobre o VET e o GET A ingestão diária é definida pelo Valor Energético Total (VET), expresso em Kcal, energia consumida em forma de alimento ou bebida e que pode ser metabolizada pelo corpo. Relembrando a aula 1, sabemos que lipídios fornecem mais energia Slides de aula - VET e GET 56 Lembre: os slides das aulas também podem ser visualizados em tela cheia. Amplie o material usando dois dedos para abrir os slides. Figura: Balanço Energético por grama de peso (9kcal/g) do que os carboidratos (4kcal/g), as proteínas (4kcal/g) e o álcool (7kcal/g). O gasto energético (GET) corresponde a energia gasta por um indivíduo em 24 horas. Resulta do somatório do gasto energético de repouso (GER) ou basal (GEB), o efeito térmico (ET) dos alimentos e o gasto gerado pelas atividades de vida diária e exercício físico. GET = GER + ET + ATIVIDADE FÍSICA O efeito térmico dos alimentos é o gasto energético necessário para a metabolização e armazenamento dos alimentos em nosso corpo e equ iva le a aproximadamente 10% do va lor energét ico da s refeições ou 10% do GET. 57 Verificar Resposta Em média, os homens brasileiros alcançam balanço energético com cerca de: A. 1800 kcal/dia B. 2000 kcal/dia C. 2200 kcal/dia D. 2400 kcal/dia E. 2500 kcal/dia Verificar Resposta Em média, os mulheres brasileiros alcançam balanço energético com cerca de: A. 1800 kcal/dia B. 2100 kcal/dia C. 2300 kcal/dia D. 2500 kcal/dia E. 2700 kcal/dia Aprenda mais lendo a página 209 do Guia Alimentar para a População Brasileira Desequilíbrios entre VET e GET: - Desnutrição O estado nutricional adequado é ref lexo do equilíbrio entre a ingestão balanceada de alimentos e o consumo de energia necessário para manter as funções diárias do organismo. Sempre que existir algum fator que interfira em qualquer uma das etapas desse equilíbrio, os riscos de o indivíduo desnutrir são eminentes. A desnutrição no Brasil vem diminuindo ao longo das décadas. Em crianças a desnutrição pode ser medida de duas formas: déficit de crescimento e déficit de peso em relação à altura, que é a forma considerada mais grave. A Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher (PNDS 2006) indicou que, por motivos nutricionais, 6,8% das crianças brasileiras menores de cinco anos apresentavam déficit de crescimento para a idade e 1,6%, déficit de peso para a altura. No entanto, conf i rmando a tendênc ia de queda , um levantamento realizado entre os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), em 2008, mostrou que a taxa de desnutrição em crianças menores de cinco anos baixou para 4,8%, como observa-se no gráfico abaixo. No entanto, os avanços são desiguais. Ainda persistem altas prevalências de desnutrição crônica em grupos vulneráveis da população, como entre as crianças indígenas (26%), quilombolas (16%), residentes na região norte do país (15%) e aquelas pertencentes às famílias beneficiárias dos programas de t rans fe rênc iade renda ( 1 5%) , a fe tando 58 principalmente crianças e mulheres que vivem em bolsões de pobreza. Apesar das diferenças entre os grupos étnicos e regiões geográficas, a maior redução das prevalências de desnutrição infantil se deu na Região Nordeste e nas populações mais pobres do país , sendo os pr incipais fatores responsáveis por esses avanços: o aumento da escolaridade materna, o aumento da renda familiar, o maior acesso aos serviços da rede de atenção básica de saúde e a expansão do saneamento básico (Brasil, 2012). Em pacientes hospitalizados a desnutrição também é comum. As causas incluem o aumento do gasto energético, o catabolismo associado ao estresse metabólico da doença, a diminuição na ingestão de alimentos ou da capacidade de absorver nutrientes, fatores emocionais como a depressão ou a dor. - Obesidade Em 2013 o o Ministério da Saúde apresentou a pesquisa Vigitel e revelou que 51% da população brasileira está acima do peso. Em 2006, este percentual era de 43%. Ou seja, pela primeira vez o excesso de peso a t inge ma i s da metade da população. Homens são maioria entre as pessoas acima do peso, 54%, conforme o levantamento. Nas mulheres, o índice chega a 48%. Leitura extra: cirurgia bariátrica Já a obesidade atinge o percentual de 17% da população, um aumento de 6% desde 2006. O aumento atinge tanto a população masculina quanto a feminina. Na primeira edição da pesquisa, 11% dos homens e 11% das mulheres estavam obesos. Atualmente, 18% das mulheres estão obesas. Entre os homens, a obesidade é de 16%. A pesquisa também verificou que o consumo de frutas e hortaliças está sendo deixado de lado por uma boa parte dos brasileiros. Apenas 22,7% da população ingere a porção diária recomendada pela 59 Organização Mundialda Saúde (OMS), de cinco ou mais porções ao dia. Outro indicador que preocupa é o consumo excessivo de gordura saturada: 31,5% da população não dispensam a carne gordurosa e mais da metade (53,8%) consome leite integral regularmente. Os refrigerantes também têm consumidores fiéis - 26% dos brasileiros tomam esse tipo de bebida ao menos cinco vezes por semana. Estes hábitos estão ligados à epidemia de excesso de peso atual. Atividades: 1) Assista ao filme A dieta do palhaço e participe do fórum de discussão em nosso ambiente virtual. 2) Calcule sua necessidade energética. Utilize a fórmula para cálculo do NEE (ver slide da aula) para estimar seu gasto energético diário. Esta atividade será realizada em sala de aula com a professora Kelb. 3) Faça seu registro alimentar de um dia, anotando tudo o que ingerir (alimentos e bebidas). Anote também as quantidades em medidas caseiras. - Utilizando a tabela de composição em medidas caseiras, anote a quantidade de carboidratos, proteínas, lipídios e álcool de cada item consumido. - Some a coluna de carboidratos e multiplique o va lor por 4 . Some a co luna de prote ína s e multiplique o valor por 4. Some a coluna de proteínas e multiplique o valor por 9. Some a coluna de álcool e multiplique o valor por 7. - Some os subtotais de carboidratos, proteínas, lipídios e álcool para descobrir o valor energético total das refeições consumidas no dia. - Calcule o % de Carboidratos, proteínas e lipídios. 60 4) Contraste seu VET com seu GET realizando os comentários pertinentes, como discutido em aula. Leituras Recomendadas: Padovani, R.M., Amaya-Farfán, J., Colugnati, F.A.B. , & Domene, S.M.A. (2006 ) . Dietar y References Intakes: aplicabilidade das tabelas em estudos nutricionais. Rev. Nutr. Campinas, 19(6), 741-760. Car valho, F.G., Monteiro, B.A., Goulart-de- Andrade, D.E., Bronzi, E.S., & Oliveira, M.R.M. (2012). Métodos de Avaliação de Necessidades Nutricionais e Consumo de Energia em Humanos. Revista Symbio-Logias, 5(7), 99 - 120. Guia alimentar para a população brasileira: - Página 129 - Desnutrição Infantil - Página 132 - Desnutrição em adultos - Página 137 - Excesso de peso e obesidad ALIMENTOS QUANT CARB PTN LIP ÁLCOOL Total ( x4) ( x4) ( x9) ( x7) 61 Avaliação Nutricional do indivíduo O estado nutricional de um indivíduo decorre essencialmente do equilíbrio entre três fatores: alimentação (qualidade e quantidade), necessidades do organismo em termos de energia, eficiência do aproveitamento biológico dos alimentos. Capítulo 5 O estado nutr ic ional expressa o grau no qua l a s necessidades fisiológicas por nutrientes estão sendo a lcançadas para manter a composição e funções adequadas do organismo. As alterações do estado nutricional contribuem para aumento da morbi - mortalidade. A desnutrição predispõe a uma série de complicações graves, incluindo tendência à infecção, deficiência de cicatrização de feridas, falência respiratória, insuficiência cardíaca, diminuição da síntese de proteínas a nível hepático com produção de metabólitos anormais, diminuição da filtração glomerular e da produção de suco gástrico. Por outro lado, o sobrepeso e a obesidade são fatores de risco para variado número de agravos à saúde, dos quais os mais freqüentes são doença isquêmica do coração, hipertensão arterial, acidente vascular cerebral, diabetes mellitus tipo 2, colelitíase, osteoartrite (especialmente de joelhos), neoplasia maligna de mama pós- menopausa e de endométrio, esofagite de refluxo, hérnia de hiato e problemas psicológicos. Tarefa: Resenha do artigo “Avaliação do Estado Nutricional de Adultos e Idosos” (Acuña & Cruz, 2004) 63 Podcast 3: Ouça ao lado o podcast 3 para entender mais sobre o processo de avaliação do estado nutricional Slides de aula: Avaliação Nutricional Lembre: os slides das aulas também podem ser visualizados em tela cheia. Amplie o material usando dois dedos para abrir os slides. 64 Verificar Resposta F. R.G., sexo masculino, possui 48 anos, mede 1,76m e pesa 95 kg. De acordo com IMC este A. Eutrófico B. Sobrepeso C. Obesidade Grau I D. Obesidade Grau II Verificar Resposta A circunferência da cintura de F.R.G., 50 anos, é de 200 cm e a circunferência do quadril de 150 cm. Após calcular a relação cintura quadril deste paciente, identifique seu risco, observando a tabela abaixo. A. Baixo B. Moderado C. Alto D. Muito alto Teste seus conhecimentos Estado Nutricional da População Brasileira Observa-se desde a década de 1970 o declínio das formas grave e moderadas da desnutrição. Contudo, as prevalências de hipovitaminose A e anemia ferropriva mantém-se altas. Além disso, o Brasil convive atualmente com o aumento da população obesa, situação que gera novos problemas de saúde. Capítulo 6 Desde a década de 70, o Brasil vem passando por um processo de transformação do estado nutricional da população, denominado “transição nutricional”, com diminuição da desnutrição e aumento da proporção de obesos, fenômeno revelado pela Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição, realizada em 1989. O problema atinge todas as classes sociais. Na época da PNSN dos 6,8 milhões de obesos, 70% eram do sexo feminino e com baixa renda (Brasil, 1991). Infere-se que estas mudanças decorreram da melhoria das condições socioeconômicas e mudanças culturais, entre outras (Batista-Filho, 2003). A obesidade, considerada um problema complexo, não somente individual, mas também populacional, tem origem multifatorial, decorrente de fatores genéticos e ambientais, como padrões dietéticos e de atividade física inadequados, entre muitos outros, que interagem na etiologia da doença (WHO, 1990). Tem afetado pessoas de qualquer faixa etária ou grupo socioeconômico, em qualquer parte do mundo, sendo considerada uma das principais
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