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Caderno de Teoria Geral do Processo

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Primeiro ponto: processo e seus consectários (o que deriva; consequências; aquilo que deriva de algo) lógicos
Processo ---> autos, procedimento (consectários lógicos)
Autos: um conjunto cartular numerado progressivamente (também pode ser eletrônico).
O processo pode gerar autos, mas não se confundem. Os autos são visíveis, são palpáveis.
Procedimento: uma estrutura técnica de atos jurídicos sequenciais, segundo o modelo legal.
Procedimento é também uma designação da palavra ação (expressão arcaica e obsoleta). Ele está registrado nos autos.
Processo -> para a teoria neoinstitucionalista do processo, processo é uma instituição linguístico-jurídica que se compõe dos institutos do contraditório, ampla defesa e isonomia. 
Se o procedimento não tiver contraditório, ampla defesa e isonomia, não há processo.
Desdobramentos do processo:
- devido processo -> significa a compreensão do processo no sentido de reduzir os graus de incerteza das decisões (judiciais e administrativas)
- devido processo legiferante (legiferativo/legislativo) -> significa a atuação do devido processo na produção das leis (ordenamento jurídico). A Constituição foi criada pelo devido processo legiferante.
- processo legislativo (art.59 CF/88) -> significa criar novas normas de acordo com a Constituição. É o uso do devido processo legiferante a partir da Constituição.
- devido processo legal -> significa o conjunto de procedimentos criados em leis para o exercício de direitos e deveres.
Em qualquer procedimento, no Estado Democrático de Direito, todos os atos são regidos pelo devido processo.
- devido processo constitucional -> é a instituição do devido processo constitucionalmente recepcionado na base instituinte, constituinte e constituída.
- processo constitucional -> é uma disciplina jurídica que cuida do ensino do devido processo constitucional
Segundo ponto: modalidades de resolução de conflitos na história do Direito
A sociedade que tem de se ajustar ao Direito. Ele tem função juridificante.
1) autotutela -> é o emprego da violência privada na resolução dos conflitos de interesse; produto da própria atividade humana; instituto jurídico; surgiu na barbárie; a autodefesa é uma mutação da autotutela que recebe o amparo da norma legal. Outros nomes para autotutela: excludentes de ilicitude no direito penal, p/ex. A autotutela prevaleceu por alguns milênios.
2) autocomposição -> é a resolução do conflito de interesses pela via da iniciativa pessoal dos interessados. 
É um instituto jurídico que se explicita por suas quatro sub-modalidades:
a) renúncia -> consiste em deixar de praticar atos em defesa de direitos legalmente amparados
b) desistência -> consiste em interromper ato já iniciado em defesa de direitos
c) transação -> solução negociada dos direitos discutidos. Entretanto, no Estado Democrático de Direito, a transação só tem legitimidade se ocorrer entre interessados que já têm seus direitos fundamentais de dignidade mínima implementados. Cada parte negocia, tentando chegar a um meio termo. Um não pode se submeter à vontade de outro, há concessões recíprocas.
d) submissão -> aceitação, sem resistência, de condições impostas pelo outro. Não há negociação. Não pode ser entendida como uma confissão. Forma de extinção do processo por reconhecimento da procedência do pedido.
3) mediação (lato senso) -> busca-se a pacificação do conflito sem existir decisão formal. Há presença de um terceiro na resolução do conflito, que servirá como meio para autocomposição. O conflito pode ou não ser resolvido.
mediação (strictu senso) -/- conciliação
mediação (strictu senso) -> técnica utilizada na resolução em que o mediador não faz proposta de acordo.
conciliação -> técnica utilizada na resolução de conflitos em que o mediador faz proposta de acordo.
4) arbitragem -> facultativa; terceiro inicia decisão
Arbitragem é diferente da mediação. Na arbitragem, a decisão é formal, ao contrário da mediação. Pressupõe a atuação de um terceiro, estranho ao conflito de interesses, para decidi-lo. A arbitragem surge na esfera privada e amplia-se para a esfera pública, com o nome de jurisdição.
I - e se não houver o consenso na escolha do árbitro?
II - a decisão a ser proferida será adequada/correta para o caso?
5) jurisdição -> pública e obrigatória;
A jurisdição surge da arbitragem. A partir do momento em que o Estado assumiu uma condição de independência, passa a exercer poder mais acentuado de controle social. Surge primitivamente pela atividade do julgador, constituindo monopólio estatal de arbitrar o direito.
O Estado toma para si a tutela jurisdicional.
Tutela jurisdicional -> substitui a autotutela, o Estado passa a exercer a força.
Jurisdição
-> obrigatória
-> não exige anuência das partes
-> o juiz: imparcial; servidor público; deve estar adstrito à lei
Arbitragem
-> facultativa
-> exige anuência das partes
Para teoria neoinstitucionalista do processo (rosemiro), a jurisdição é instrumento do processo. Para a escola processual da USP, o processo é instrumento da jurisdição.
O processo é a mais avançada modalidade de resolução de conflitos da história do direito.
Ponto 3: Teorias do Processo na História do Direito
O processo começa a ser teorizado apenas em 1800.
1800 -> Pothier -> Teoria do Processo como Contrato
Pothier foi o autor do anteprojeto do código civil napoleônico. É uma teoria de fundo privatístico.
Para Pothier, o processo é o instrumento de aceitação pelas partes da atuação do juiz. Portanto, nessa teoria, o juiz só poderia exercer a jurisdição com o prévio e expresso consentimento das partes.
Na atualidade, há um vislumbre de vínculo contratual entre partes que se põem em juízo para o debate jurídico de suas pretensões.
Passaram-se 50 anos, e apareceu um outro grande jurista que entendeu que a teoria do Pothier já não era integralmente adequada.
1850 -> Savigny (Escola Histórica do Direito)-> Teoria do Processo como Quase-Contrato
Para Savigny, em 1850, o processo não era mais um contrato na concepção de Pothier, porque era um contrato atípico (quase-contrato). É atípico porque, em 1850, com o fortalecimento do poder do Estado, o juiz não mais precisaria do expresso consentimento das partes para exercer a jurisdição. Estado-juiz.
Savigny estava convencido que a história construiria o direito.
1868 -> Oscar Von Bülow -> Teoria do Processo como Relação Jurídica de Direito Público
- Publicização do direito processual
Teoria das exceções processuais e pressupostos processuais - Bülow
Relação jurídica pressupõe vínculos de subordinação. A figura do juiz torna a relação jurídica pública.
Vínculos: partes entre si e entre as partes e o juiz. Credor e devedor é o vínculo de direito material (normas que criam e regulam os bens da vida jurídica); autor, réu e juiz é o vínculo de direito processual (normas regulam a relação jurídica).
Bülow inova na autonomia do direito material em relação ao processual.
Bülow também diz que a relação jurídica é progressiva, complexa, dinâmica. Está sempre em movimento, com coisas novas. E pública, claro.
Processo é uma relação jurídica entre pessoas, num complexo de direitos, poderes, deveres, faculdades, das partes e do juiz, que se desenvolve até a sentença em que o autor é parte ativa (pólo ativo), o réu parte passiva (pólo passivo) e o juiz o comandante do combate judicial. É uma relação jurídica de direito público.
Representações gráficas
Relação triangular (Wach)
Relação angular (Hellwig)
Relação linear (Köhler; autor e réu com obrigações entre si, com o juiz de fora)
1885 -> "Lei e Magistratura" -> Bülow complementa seu livro de 1868.
Bülow critica o legalismo, o direito romano, e dá grande poder de interpretação aos juizes, até decidindo contra a lei (respeitando, porém, os ideais da comunidade alemã). Isso acaba desaguando em Carl Schimidt, que embasou o nazismo.
Bülow influenciou o direito italiano (Chiovenda, Carnelutti e Calamandrei). Quem sistematizou o direitoprocessual foi Chiovenda (foi aluno de Wach). Eles influenciaram o código processual do fascismo. Eles foram professores de Enrico Tulio Liebman (italiano).
Liebman veio para a USP, foi professor de Cândido Rangel Dinamarco, Alfredo Buzaid, Ada Pellegrini Grinover.
Buzaid -> autor do anteprojeto do código de processo civil de 73.
Dinamarco -> "A Instrumentalidade do processo" -> juiz tem de decidir nos chamados escopos (objetivos) metajurídicos (além do direito)
Escopos metajurídicos -> sociais, econômicos, políticos, culturais/éticos.
Tudo isso para obter paz social.
Processo, para ele, é um instrumento para obtenção de paz social.
Paradoxo de Bülow -> como o processo é uma forma de controle dos atos estatais se o juiz decide conforme sua consciência?
O conceito de relação jurídica de Bülow, apesar de ter criado a autonomia do direito processual em relação ao material, ainda é extraído do direito privado. Os vínculos de subordinação são incompatíveis com o processo.
- juiz supraparte: decisão solipsista
- fracasso na obtenção da paz social
+/- 1910 -> Teoria do processo como situação jurídica -> James Goldschmidt
Situação jurídica, para Goldschmidt, significa o processo como um meio de obtenção de reconhecimento ou não reconhecimento de alegações de direito formuladas pelas partes. Portanto, o processo, nessa escola, é uma atividade de risco, é um jogo como meio utilizado pelas partes para sensibilizar o juiz, devendo este assegurar, em nome da imparcialidade, a imprevisibilidade de seus atos decisórios.
Essa teoria abona um manejamento do direito estratégico, a partir de jogos de argumento para gerar expectativas, esperanças e possibilidades de decisões favoráveis.
Esta teoria, embora produzida com intenções de divergência ante a teoria anterior (Bülow), veio reforçar as teses do processo como relação jurídica. Então, essas duas teorias apresentam-se compatíveis para eleger a autoridade (juiz) como titular do sentido último da norma jurídica.
+/- 1948 -> Teoria institucionalista do processo -> Jaime Guasp
Essa teoria tem base sociológica. Instituição, nessa teoria, significa direitos decorrentes dos costumes, ética social e do direito praticado pelos tribunais. Instala-se, assim, o império da jurisprudência como fonte do direito.
Em Guasp, o julgador personifica os valores morais e éticos da sociedade.
Processo, no sentido de Guasp, é meio institucional de transposição dos valores sociais para a fundamentação das decisões pelos juízes. 
Esta teoria também reforça as anteriores, porque preconiza o voluntarismo da autoridade ao elaborar suas decisões.
1978 -> Teoria estruturalista do processo (processo como procedimento em contraditório) -> Fazzalari
Degrau introdutório para se entender um direito democrático.
Essa teoria nega a estruturação da sentença como ato de sensibilidade do juiz. Portanto, propõe uma abertura para a democratização do discurso processual.
Para Fazzalari, processo é espécie de procedimento em contraditório, entre as partes, em simétrica paridade, na preparação do provimento final.
Se a questão é litigiosa, o procedimento há de ser feito em contraditório, pois não se pode ir contra a ampla defesa. É em contraditório porque o código determina (estamos em um Estado de Direito). Se o procedimento não tem contraditório, não se tem processo.
O contraditório não acolhe a figura do juiz.
Contraditório -> significa a oportunidade do exercício fundamental de defesa. É a igualdade de oportunidade no processo, é a igual oportunidade de tratamento, que se funda na liberdade de todos perante a lei. O contraditório é garantia de simétrica paridade de participação no processo.
Simétrica paridade -> significa a igualdade de exercício de direitos no tempo legal.
O não acatamento da simétrica paridade entre partes significa, em Fazzalari, violação do direito fundamental da isonomia. Não é possível, de conseguinte, fazer oferta de prazos diferenciados para as partes se pronunciarem.
Provimento, em Fazzalari, é a "sentença" como ato final de julgamento da questão litigiosa.
O provimento final reflete o próprio discurso.
Sentença vem de sentire, do latim, que significa sentir.
Procedimento é uma estrutura técnica de atos jurídicos sequenciais numa relação espácio-temporal, segundo o modelo legal, em que o ato inicial é sempre pressuposto (condição) do ato conseguinte e este como extensão do ato antecedente e assim, sucessivamente, até o provimento final.
Estrutura é uma articulação de elementos, e ela é técnica porque é pré-fixada.
O juiz não pode mudar a ordem dos atos jurídicos.
Relação espácio-temporal -> entre um ato e outro, há de decorrer um tempo legal.
Só após os estudos de Fazzalari é que foi possível compreender o direito fundamental do "devido processo legal", porque este significa o conjunto de procedimentos, em contraditório ou não, destinado à realização e formulação de pretensões de direito. A ausência de procedimentos a esse fim implica negativa do devido processo legal em sua plenitude.
Os procedimentos que integram a figura do devido processo legal devem ser, no Estado de Direito, produzidos pela lei. Procedimentos que não sejam, em sua origem, produzidos pela lei são meros ritos ou condutas jurisdicionais que não atendem, na atualidade dos estudos jurídicos, o paradigma de Estado Democrático.
Segundo Fazzalari, a ausência de procedimento para estruturar o debate jurídico implica violação do princípio da reserva legal com graves perdas para a concepção democrática do direito.
Fazzalari, com sua teoria, vai excluir, na resolução dos conflitos jurídicos, paradoxo instalado pelas teses de Bülow, desfazendo o arcaico conhecimento, pretensamente científico, de que o processo é uma relação jurídica entre três pessoas: juiz, autor e réu. Imposições hierárquicas das partes em face da autoridade do juiz.
Teoria Constitucionalista do Processo - >1979 -> Italo Andolina e Giuseppe Vignera (italianos), Héctor Fix-Zamúdio (mexicano), Baracho (brasileiro - 1984), Eduardo Couture (uruguaio)
A Teoria Constitucionalista do Processo introduziu no discurso constitucional da modernidade normas que asseguram o exercício dos direitos fundamentais do processo (contraditório, ampla defesa e isonomia). Portanto, essa escola (teoria) significou grande avanço jurídico para a compreensão e atuação do direito nos estados democráticos. Entretanto, essa teoria ainda trabalha com o modelo geral e constitucional do processo como instrumento da jurisdição, logo, nas concepções da escola de Bülow (1868). Então, o processo é um instrumento da autoridade ainda reconhecida, constitucionalmente, para decidir. Transforma-se, assim, o discurso constitucional concebido como de estado democrático em discurso constitucional de estado liberal e social de direito.
P/Baracho -> Processo visto como uma garantia constitucional; metodologia de implementação de direitos fundamentais (conjunto da ampla defesa, contraditório, etc).
Definição de Andolina -> Processo tem de observar a Constituição, o processo é um modelo princípiologico constitucional que vincula e orienta a decisão jurídica.
3 características desse modelo:
- expansividade -> corresponde à supremacia da norma constitucional, à hierarquia das fontes, como vinculadora e irradiadora de toda fisionomia dos procedimentos criados pelo legislador. Significa dizer que a norma constitucional expande toda a sua vinculação ao ordenamento jurídico, pois dela se extrai toda a principiologia estruturante do estado.
- variabilidade -> imprime as diversas formas criadas pelo legislador para atender objetivos diversos, porém, sem distanciar do modelo constitucional, ou seja, existem diversos procedimentos com finalidades particulares e próprias, mas que não podem desmembrar do seu tronco, que é o devido processo constitucional. 
- perfectibilidade -> corresponde que a norma infraconstitucional deve adequar-se ao modelo constitucional. Todos os procedimentos devem adequar e aperfeiçoar à estrutura regida pelodevido processo constitucional. Retira-se, portanto, qualquer tentativa inconstitucional de criar leis que contrariam a constituição.
1a crítica a essa teoria -> direitos humanos e a Constituição; os direitos humanos vão sendo insculpidos na Constituição, mas de forma imposta pela autoridade. Por isso, os direitos humanos não podem ser substratos para os direitos fundamentais.
2a crítica a essa teoria -> quem vai limitar o alcance dos princípios? É o juiz, então não se escapa do processo como instrumento da jurisdição.
3a crítica a essa teoria -> jurisdição como monopólio do estado
4a crítica a essa teoria -> povo icônico (povo como ícone); povo como figura abstrata, pois é o juiz quem constrói o sentido normativo.
5a crítica a essa teoria -> processo civil e devido processo como defesa dos patrimonializados; patrimonializados são aqueles com patrimônio.
Teoria neoinstitucionalista do processo - 1999
- Rosemiro Pereira Leal
- Base da teoria: Karl Popper (estuda a epistemologia; trabalha o conhecimento objetivo; Rosemiro, trazendo o conhecimento objetivo ao direito, consegue eliminar o solipsismo do juiz)
P1 (problema um) -> Tt (testificação teorizada) -> Ee (eliminação do erro) -> P2 (problema dois)
Rosemiro tem um problema: autoridade ditando o direito. Ele testifica sua teoria e tenta eliminar os erros das outras. É uma teoria inacabada, pois sempre surgem novos problemas.
Teoria não tem subjetividade, é construída por homem mas sem subjetividade.
Princípios institutivos -> contraditório, ampla defesa, isonomia
Nas teorias anteriores, entrega-se o sentido da lei à autoridade, vedando-se, assim, a possibilidade de um direito igual de interpretações para todos. Esse igual direito de interpretação é denominado de hermenêutica isomênica.
Biunivocidade dos institutos do processo:
contraditório - vida (humana)
ampla defesa - liberdade (humana)
isonomia - igualdade/dignidade
A instituição se compõe de institutos (balizamentos).
A teoria neoinstitucionalista trabalha em 3 níveis: instituinte, constituinte e constituido.
O positivista trabalha apenas no nível constituído.
Segundo esta teoria, no nível instituinte gesta-se as normas jurídicas por meio da instituição denominada processo legislativo. Deve haver oportunidade de contraditório, ampla defesa e isonomia. As normas jurídicas implantam instituições. O processo é uma instituição primordial, pois é a fonte gestativa de todas as outras instituições. Cria-se o Estado, a propriedade, a posse, o MP, a Defensoria, os órgãos, etc. Cria-se o sistema jurídico, portanto, no nível instituinte mediante o uso do processo.
No nível constituinte (co-instituinte) articula-se as instituições para criar um conjunto de instituições para operacionalização do sistema jurídico (ordenamento jurídico). Aqui, cria-se normas para articular as instituições.
No nível constituído o direito é publicado, formalizado, reproduzindo, de forma escrita, os níveis instituinte e constituinte. Os chamados positivistas só se interessam pelo nível constituído. Eles homologam direitos já implantados de maneira milenar (direito pós-ativo homologa os direitos advindos da cultura).
Direito jurisdicizante -> direito homologatório
A teoria neoinstitucionalista admite um direito juridificante, que tenta alterar a realidade.
Durante o processo legislativo há de se criar procedimentos para fazer a fiscalidade do sistema, aberto a todos. 
A Constituição, para esta teoria, é um título executivo extrajudicial.
Ponto 04 - Norma processual
Norma é um instituto jurídico que qualifica a conduta como devida, permitida ou vedada.
Os grandes juristas do direito processual preconizaram (sustentaram) duas teses para classificar os ordenamentos jurídicos: a tese dos dualistas e a tese dos unicistas (ou unitários). Os dualistas sustentam que o ordenamento jurídico compõe-se de normas materiais que se distinguem das normas processuais, enquanto que os unicistas afirmam que não há como distinguir normas processuais e normas materiais na composição dos ordenamentos jurídicos. No direito processual, a corrente unicista do ordenamento jurídico é representada por Carnelutti, e a corrente dualista é representada pelo seu mestre Chiovenda.
O direito material cuida de normas que criam os direitos do ser, ter e haver. 
Norma material é aquela que cria os direitos do ser, ter e haver.
Norma processual é aquela que institui o proceder.
Os códigos processuais são exemplos da prevalência do dualismo na atualidade.
O CDC tem normas materiais que se misturam às normas processuais. É uma lei normativamente híbrida, segue a linha unicista de Carnelutti.
A validade das normas processuais se afirma a partir do devido processo legislativo. O devido processo legislativo gesta tanto as normas materiais quanto as processuais. Para a teoria neoinstitucionalista, quem dá a validade ao direito é o devido processo legislativo.
A eficácia da norma processual no tempo e no espaço
A eficácia da norma processual no espaço rege-se pelo princípio da territorialidade. A expressão território, no sentido jurídico, refere-se ao solo, subsolo, espaço aéreo e plataforma marítima de um país (nação). Então, a lei tem sua aplicação (incidência) nos limites do território de sua produção legislativa. Entretanto, as leis, pela via de celebração de tratados ou convênios internacionais, podem ter seus efeitos extendidos a outros territórios nacionais.
A eficácia da lei processual no tempo rege-se pelo princípio da intertemporalidade que apresenta dois marcos de sua compreensão jurídica:
1) existência legal 
2) vigência legal
O intervalo entre esses dois marcos temporais é denominado de vacatio legis. 
Quando a lei não estabelece, após publicada, o seu marco de vigência, ela entrará em vigor 45 dias após sua publicação. Na atualidade, em face da dinâmica do direito, as leis, em sua maioria, entram em vigor na data de sua publicação oficial. Na implantação dos Juízados Especiais Criminais no Brasil, a aplicação da lei de sua criação, por construção jurisprudencial, foi aplicada na vacatio legis, em nome do princípio do favor rei (a favor do réu). Isto significa que se aplicava a lei nova, não vigente, em face das normas correlatas a serem substituídas, na hipótese de mais benigna ao condenado.
Ponto 5 - Teoria do procedimento
O procedimento é uma estrutura técnica de atos jurídicos sequenciais. Atualmente, ação significa, após os ensinamentos de Fazzalari, procedimento. O procedimento é uma condição da existência real do processo.
"Entrar com ação" = instaurar procedimento
O procedimento, como instituição jurídica, apresenta os seguintes modelos criados e desenvolvidos por grandes processualistas, a saber:
1) modelo judicial -> o modelo judicial é prototípico dos demais modelos (é prototípico porque sem a existência dele os demais não existiriam).
O procedimento judicial comporta várias categorias:
a) procedimento de conhecimento -> fonte daquilo que chamamos pelos códigos das "ações de conhecimento" -> "processo de conhecimento"; quem organizou foi Chiovenda.
Segundo Chiovenda, o procedimento (processo) de conhecimento é o procedimento (processo) de acertamento do direito. O advogado busca uma sentença que acerte o direito do cliente, e isso se dá por meio de uma ação proveniente do procedimento de conhecimento.
O "processo" de conhecimento é estruturado segundo enunciados jurídico-cognitivos (cognição). Portanto, o "processo" de conhecimento é um processo de cognição. A cognição é um instituto jurídico produzido pelos juristas a partir do século VI d.C. A cognição significa o direito de demonstrar as alegações de fato, mediante a plena produção de provas. É o instituto jurídico da cognição que nos permite compreender a estrutura técnica dos procedimentos ordinário, sumário e sumaríssimo.
O procedimento ordinário apresenta uma estrutura técnica de atos jurídicos sequenciais na horizontalidade trifásica: fase postulatória, fase instrutória e fase decisória. É, portanto, umaestrutura de atos jurídicos sucessivos e lineares de perfil longo. É nesse perfil de procedimentalidade ordinária que é possível a produção da ampla defesa em sua plenitude científica, porque as respectivas fases estruturais do procedimento devem ser bem delineadas de tal sorte a não se misturarem. Se não fosse a cognição (conhecimento) não teríamos o procedimento ordinário. É um procedimento que acolhe a obediência ao exercício dos direitos fundamentais do processo (contraditório, ampla defesa, isonomia)
O procedimento sumário não perde as 3 fases da ordinariedade, mas ela não se faz na horizontalidade. Ela se faz na verticalidade. As 3 fases aqui são justapostas. É uma ordinariedade sumarizada. Não se pode sumarizar a cognitio, sumariza-se o tempo procedimental. Embora sumário, é um procedimento de conhecimento. É constitucional, pois permite a realização da ampla defesa, contraditório e isonomia. É de perfil curto.
O procedimento sumário não viola a ordinariedade, entretanto, as fases de sua estruturação ocorrem de modo justaposto na verticalidade, propiciando sua realização em menor tempo, embora seja sumarizada a sua duração. Assim, tanto o procedimento ordinário como o sumário acatam o exercício dos direitos fundamentais do processo: contraditório, ampla defesa e isonomia.
No procedimento sumário, portanto, sumariza-se o tempo procedimental, não a cognitio (cognição - conhecimento). Permite-se, nesse procedimento, a conjunção das fases processuais para a redução do tempo procedimental.
O procedimento sumaríssimo não é democraticamente constitucional. É rito, e não procedimento.
O procedimento sumaríssimo não é racionalizável pela ciência processual, porque é um conjunto de condutas jurídicas manejáveis pelo arbítrio da autoridade, logo pela vontade indemarcada da jurisdição. Logo, esse procedimento, assim denominado por várias escolas jurídicas, não é, no direito democrático, procedimento, é rito, conduzido pela autoridade do juiz. Tem-se nele a jurisdição no lugar do processo. Exemplos disso são os juizados especiais cíveis e criminais. Não tem demarcação científica.
b) procedimento de execução -> fonte das "ações de execução"; "Procedimento de cumprimento de sentença e ações executivas"; quem organizou foi Chiovenda; Ações de cumprimento e de execução; 
Procedimento de execução, segundo Chiovenda, é um procedimento de direito acertado. O processo de execução tem a finalidade de satisfazer o direito reconhecido (acertado) pela sentença. O procedimento de execução é jurissatisfativo.
O processo de execução pode ocorrer dando continuidade ao processo de conhecimento encerrado pela sentença, logo a partir da obtenção de um título executivo judicial, que é a sentença.
Também o procedimento de execução pode ser instaurado pela via das ações autônomas de execução (ações executivas ou executórias). Estas ações destinam-se a dar cumprimento às obrigações cambiais pela via dos títulos cambiariformes, que são títulos executivos extrajudiciais: cheques, notas promissórias, letras de câmbio e outros títulos com variadas denominações no mundo do comércio que apresentam, por força de lei, os atributos de certeza, liquidez e exigibilidade.
c) procedimento cautelar -> fonte das "ações ou medidas cautelares"; quem organizou foi Calamandrei
Tutelas -> urgência e evidência -> preparatórias, preventivas, incidentais
O procedimento cautelar (processo cautelar), criado pelas lições de Calamandrei, é afirmado como sendo uma categoria autônoma da ciência processual destinada a acatar urgencialidades jurídicas. A partir de 1980, o processo cautelar sofreu os impactos do movimento denominado "nova ordinariedade", que preconizou o alojamento dos conteúdos normativos da cautelaridade nas estruturas dos procedimentos de conhecimento e de execução. Assim, o procedimento cautelar, após tal movimento científico, perdeu a sua característica de categoria autônoma conferida por Calamandrei, assumindo os perfis teóricos de institutos processuais denominados tutelas de urgência e tutelas de evidência, conforme acolhido pelo NCPC/2015.
O procedimento cautelar foi diluído nos procedimentos de conhecimento e de execução no NCPC, dando rapidez e urgência ao processo. O NCPC não traz um livro específico para o procedimento cautelar, como havia no CPC/73.
No entanto, o ensino de Calamandrei jamais poderia ser desprezado quanto aos pressupostos do mérito cautelar, a saber:
- fumus boni juris -> plausibilidade do bom direito (a Escola Paulista assevera "fumaça do bom direito")
- periculum in mora -> perigo de demora
O direito ser plausível significa ser capaz de ser provado. E tem de haver um risco de dano irreparável ao direito pela demora jurisdicional.
Além da característica da urgencialidade das cautelares, Calamandrei afirmou o seu atributo de provisoriedade, isto é, em certos casos, poderia ser revogada a qualquer tempo.
Os procedimentos ou medidas cautelares podem ser assim classificados: - antecipatórios -> quando são instaurados como preparatórios de uma ação (procedimento) a ser movida;
- preventivos -> quando se pretende resguardar direitos sem vinculação ou compromisso com outro procedimento a ser obrigatoriamente instaurado;
- incidentais -> são aqueles requeridos no curso de outros procedimentos já instaurados.
d) procedimentos especiais -> fonte de ações específicas, isto é, ações cujos nomes já apontam a sua finalidade.
Os procedimentos denominados especiais têm sua origem nas legis actiones (sec.V a.C) dos romanos, porque, na sua construção estrutural, seguem o critério da máxima romana, que sustenta a lógica jurídica de que "a cada direito corresponde uma ação", isto é, o nome do procedimento já registra a sua finalidade jurídica para amparar o direito pleiteado. Assim, se quisermos que alguém reivindique o domínio de um imóvel, a ação (procedimento) será a reivindicatória; se houve perda total da posse, mediante violência do ofensor, a ação é reintegratória de posse; se alguém perde um título adquirido na bolsa de valores, a ação é de recuperação de título ao portador, e assim por diante, conforme dispõe o CPC.
e) procedimentos extravagantes -> fonte das ações que não estão codificadas.
Procedimento extravagante é aquele que, embora apresente conteúdos de similaridade com os procedimentos codificados, são instituídos por leis que não implantam códigos. Portanto, são procedimentos que giram em torno dos procedimentos codificados, devido à similaridade referida dos procedimentos codificados.
Mandado de segurança é um exemplo de procedimento extravagante, por exemplo. É extravagante porque não está incluído no código. Instaurando o mandado de segurança, verifica-se que ele tem uma tramitação legal que se assemelha aos procedimentos que estão codificados. Ação popular e ação civil pública são outros exemplos de procedimentos extravagantes.
f) procedimentos especialíssimos -> procedimento especialíssimo é aquele que não é criado por leis ou atos democráticos, logo não são instituídos pelo devido processo legislativo. Podemos apontar os decretos-leis e os regimentos internos dos tribunais como paradigmas dos procedimentos especialíssimos, uma vez que são frontalmente inconstitucionais no Estado Democrático de Direito.
2) modelo administrativo -> O procedimento administrativo, na sua formação, há de seguir o modelo dos procedimentos judiciais, em sua concepção de Estado Democrático. No Brasil, o procedimento administrativo está constitucionalmente equiparado ao modelo do procedimento judicial, quanto aos direitos fundamentais do processo pelo exercício assegurado do contraditório, ampla defesa e isonomia na atuação do direito.
O procedimento administrativo pode ocorrer na órbita jurídica do judiciário, do executivo e do legislativo.
O juiz, seja de primeiro ou segundo grau, quando na condução de um procedimento administrativo, não exerce função jurisdicional, mas função de agente da administração pública. Nos atos de gestão pública o juiz não ostesta a condição de juiz de direito,mas sim de um mero administrador público.
No executivo o procedimento administrativo é peculiar aos atos do poder executivo pela via de seus agentes como dever fundamental. Um agente executivo não tem outra função a não ser a do dever de cumprir atos e procedimentos advindos dos demais poderes (judiciário e legislativo), sendo que seus atos procedimentais devem decorrer de prévia autorização legal dos outros poderes.
O procedimento administrativo no legislativo, embora conduzido pelo legislador, apresenta na sua instauração e tramitação a qualidade de ser atuado pelo agente da administração pública, não fluindo este agente às prerrogativas de sua função legiferante (ou legiferativa).
A partir de 1988 que houve a equiparação do procedimento administrativo ao procedimento judicial. Antes os procedimentos administrativos eram autocráticos. Deve-se dar oportunidade para o exercício do contraditório, da ampla defesa e que se verifique a isonomia.
3) modelo legislativo (legiferante/legiferativo) -> o procedimento legiferativo é o procedimento produtor das leis que compõem o ordenamento jurídico. Os critérios da produção da lei devem seguir a estrutura do modelo judicial como fonte de garantias de direitos do devido processo na defesa das várias opiniões partidárias e pessoais para a validade dos atos legiferativos que serão discutidos, rejeitados ou aprovados para a sua aplicação geral.
Ponto 6: Elementos Configurativos da Ação (Procedimento)
Introdução
1) petição -> é um instrumento cartular (folha de papel) condutor da pretensão; a petição é sensoriável; ela contém a pretensão; a petição é um instituto jurídico do direito processual
2) pretensão -> é toda a narrativa contida na petição; a pretensão é um instituto jurídico do direito processual;
3) pedido -> é o escopo da pretensão, é a conclusão (corolário) da pretensão (fase conclusiva da pretensão); o pedido é um instituto jurídico do direito processual;
Elementos subjetivos: partes, juiz, MP, auxiliares diretos (internos; aqueles que compõem a secretaria do juízo) e indiretos (externos; aqueles convocados pelo juiz; são os peritos) do juízo
Elementos objetivos
A) causa de pedir (causa petendi)
1 - causa de pedir próxima -> lei
2 - causa de pedir remota -> fato
Para articular o fato a lei (e a da lei ao fato), necessita-se da hermenêutica (ciência da argumentação), mediante o princípio da consubstanciação. Sem este, a pretensão fica obscura.
B) pedido (petitum)
O pedido é encaminhado pela via de 2 objetos:
1 - objeto imediato -> solicitação de sentença
2 - objeto mediato -> relação (situação) jurídica pleiteada (os romanos chamavam de res in judicium deducta) -> mérito (a lide, segundo Carnelutti)
Lide é conflito de interesses.
O mérito é a lide nos limites do objeto mediato do pedido.
Se não há correta explicitação da causa de pedir, o pedido não é examinado.
Para fazer a articulação argumentativa entre objeto imediato e mediato é necessário utilizar o princípio da congruência. Congruente aqui significa a correta e compreensível articulação do objeto mediato com o objeto imediato.
A lide é o conflito de interesses.
A lide sempre vai ser maior que o mérito.
Ponto 7: Elementos Estruturais da Ação (Procedimento)
Este estudo está vinculado aos elementos configurativos do procedimento.
O estudo dos elementos estruturantes do procedimento segue o princípio da triplicidade, porque a sua compreensão suplica o entendimento sobre três itens científicos:
1) matéria de processo -> consiste nos elementos constitutivos que compõem a identificação da causa. São eles: subjetivos e objetivos. Os subjetivos são denominados elementos de constituição do processo e os objetivos são denominados elementos de desenvolvimento válido e regular do processo.
Obs.: a ausência da matéria de processo na postulação judicial acarreta a "extinção do processo" sem resolução do mérito.
A matéria de processo explicita-se pela existência da capacidade jurídica das partes para estarem em juízo, pessoalmente ou representadas legalmente. No direito processual, quanto à pretensão de direitos em juízo, não há incapacidade absoluta da parte, até o direito do nascituro é integralmente amparado para o ingresso em juízo, mediante representação. Também a indagação sobre a competência do juiz e sua imparcialidade integram a matéria de processo quanto aos elementos subjetivos.
O juiz competente é aquele que está lotado (designado) no órgão jurisdicional (juízo de direito) especializado na matéria jurídica suscitada pelas partes.
Juiz imparcial é aquele que não está legalmente impedido para conduzir o procedimento instaurado ou sobre ele não recai a suspeição.
Impedimento =/= suspeição
Impedimento é o obstáculo legal que veda ao juiz a atuar em causas que possam explicitar a sua condição de parente consanguíneo das partes ou vinculações familiares com as partes, a condição de ter sido procurador em alguma época das partes ou outras hipóteses que a lei expressamente indicar.
Obs.: tais impedimentos são extensíveis a todos os sujeitos do processo, exceto as partes.
A suspeição é também um obstáculo para o juiz atuar na causa que lhe foi distribuída, entretanto, as hipóteses de suspeição do juiz não estão expressamente indicadas na lei, porque se tratam de questões emocionais ou afetivas que possam influir na subjetividade judicante. A suspeição tem um componente de foro íntimo.
Obs.: o impedimento e a suspeição não provocam a "extinção do processo" sem resolução do mérito, mas há a prorrogação da competência, isto é, os autos do procedimento devem ser remetidos, por redistribuição, a outro juízo de direito.
Elementos de admissibilidade da pretensão -> legitimidade processual (legitimação processual; legitimatio ad-processum)
Se falta algum elemento de admissibilidade, e a parte não a possui para demonstra-la em juízo, ocorre a "extinção do processo" sem análise do mérito.
2) matéria de ação (procedimento) -> aponta para os elementos de procedibilidade da ação (legitimatio ad-causam). Estes podem ser sub-divididos em três:
a) possibilidade jurídica do pedido -> o pedido deve ser possível de acordo com o ordenamento jurídico; se a pretensão está revestida de amparo legal
b) legitimação para a causa -> é a comprovação da titularidade do direito alegado
c) interesse processual -> segundo Moacyr Amaral Santos, o interesse processual é uma relação de necessidade entre o pedido e a atuação jurisdicional. Há sempre que demonstrar que não se está indo a juízo de forma aventureira, mas sim porque não há outra forma de se resolver o conflito.
Obs.: a ausência de matéria de ação acarreta a seguinte sanção: carência de ação sem julgamento do mérito.
3) matéria de mérito -> mérito é a lide nos limites do objeto mediato do pedido, logo a matéria de mérito se encontra no núcleo do objeto mediato do pedido, que é a res in judicium deducta (situação jurídica legalmente amparada).
Para exame do mérito, há requisitos, que são as matérias de processo e ação (procedimento).
Uma vez examinado o mérito, porque cumpridas as matérias de processo e ação, o juiz julgará procedente ou improcedente o pedido (procedência ou improcedência). Se a sentença é meritória, significa que os requisitos para exame do mérito (matéria de processo e matéria de ação) foram demonstrados.
Ponto 8 - A Defesa no Processo Civil
Segundo Carnelutti, a defesa é a pretensão resistida. Portanto, se alguém apresenta uma pretensão em juízo, é possível lhe opor uma resistência, que é denominada defesa. A defesa, no processo civil, é, em regra, produzida em numerus clausus (hipóteses legais restritivas -> específicas). Mas pode ocorrer defesa em numerus apertus (hipóteses genéricas).
A defesa no processo civil é também denominada resposta do réu, que segue o princípio da concentração, conforme os ensinamentos de Liebman. O princípio da concentração é também chamado de princípio da eventualidade, porque a defesa há de ser produzida plenamente, prevenindo omissões argumentativasque possam concorrer para o seu êxito.
Podemos apontar duas espécies importantes de defesa: contestação e reconvenção, sendo que ambas encaminham o instituto da excetividade.
A contestação é um instituto de defesa com largo espectro técnico-jurídico, mas há de ser apresentada segundo limites argumentativos estabelecidos expressamente no Código Processual Civil. Em sua concepção teórica, a contestação, como peça de defesa, comporta defesas diretas e indiretas.
As defesas diretas são aquelas que afetam a formação do processo, isto é, aquelas que afetam pressupostos subjetivos e objetivos de admissibilidade e o desenvolvimento válido e regular do processo. Logo, afetam os pressupostos constitutivos do processo. Por outro lado, as defesas diretas afetam também a matéria de ação, tais como a possibilidade jurídica do pedido, a legitimidade para a causa e o interesse processual. As defesas diretas são encaminhadas pelo instituto das preliminares, sendo que tais preliminares não vão significar aquilo que vem primeiro, mas o que afeta a formação do processo em sua abertura jurídica (instauração). Afetam de maneira endógena os pressupostos e os requisitos do procedimento.
As defesas indiretas também podem ser suscitadas pela via de preliminares na contestação. Tais defesas afetam circunstâncias externas ao procedimento instaurado, a saber: incompetência do juiz, sua suspeição ou impedimento, que não causam a extinção do processo, mas a prorrogação da competência, significando que os autos do procedimento devem ser redistribuídos para juízo diverso daquele em se encontram.
Instituto jurídico da exceptio -> exceção (ex-actio).
Segundo Rosemiro, a reconvenção é a cumulação reversa de pedido. Ela contém uma carga de excetividade muito grande. Se alguém entra em juízo, p/ex, para cobrar 10 mil de alguém, o suposto devedor vai procurar um advogado, para alegar também, vamos supor, um crédito de 5 mil. O advogado terá de apresentar uma contestação e reconvir. É por via de petição autônoma. Está se revertendo o pedido feito contra alguém. Na reconvenção o autor se transforma em réu e o réu se transforma em autor.
Definição: para Moacyr Amaral Santos, a reconvenção é a reação ampliada ao pedido do autor. E para os romanos, a reconvenção é um simultaneus processus (processo simultâneo), é uma ação dentro da outra. Para alguns autores, a reconvenção é um contra-ataque ao pedido do autor.
A contestação versa sobre o thema decidendum (matéria a ser decidida) e a reconvenção é a ampliação do thema decidendum. Na reconvenção o réu assume o nome de reconvinte e o autor assume o nome de reconvindo.
A reconvenção é autônoma, mesmo que alguma parte desista da ação ela segue em sua tramitação legal.
O juiz julga a reconvenção e o pedido juntos, não pode decidir sobre um e depois sobre o outro.
As defesas contra o mérito apontam para o ato constitutivo do direito alegado pelo autor e para os atos ou fatos impeditivos, modificativos ou extintivos do direito pretendido pelo autor contra o qual se põe o réu. Portanto, no mérito cabe ao autor demonstrar o fato constitutivo do seu direito e ao réu os fatos (atos) impeditivos, modificativos ou extintivos dos direitos alegados pelo autor.
No direito do consumidor isso fica invertido. Ocorre a inversão da prova, o réu tem de provar o ato constitutivo e demonstrar.
Por garantia constitucional (CF/88), é assegurada a ampla defesa como direito fundamental, ante lesões ou ameaças a direito. O NCPC procura ajustar-se a essa garantia constitucional por determinação de suas próprias normas, entretanto, em vários pontos do discurso processual atualmente vigorante não ocorre o atendimento do direito fundamental da ampla defesa.
Ponto 9 - Instituto da Prova e Sistemas Enunciativos
Principiologia (princípios):
1) indiciariedade -> espaço -> elemento -> res
2) ideariedade -> tempo -> meio -> logos
3) instrumentalidade -> forma -> instrumento -> scriptum
O ato de provar não é prova, mas o efeito da aplicação do instituto da prova, que se define, no plano científico, para a sua configuração legal, por uma principiologia que é a conjunção dos seguintes princípios: indiciariedade, ideariedade e instrumentalidade.
O princípio da indiciariedade indica a atuação da inteligência no espaço, apontando o elemento de prova, denominado res pelos romanos.
O princípio da ideariedade indica a atuação da inteligência humana no tempo, apontando para o meio de prova, denominado pelos gregos de logos.
O princípio da instrumentalidade impõe a formalização escrita do pensamento, apontando para o instrumento de prova, denominado scriptum pelos romanos.
Os elementos de prova podem ser pessoa, coisa, ato ou fato jurídico.
Meios de prova são os procedimentos judiciais ou administrativos estabelecidos em lei para encaminharem pretensões de direito (por isso a vedação da Constituição a meios de prova que não estejam em lei, isto é, que sejam ilícitos). O devido processo legal integra a noção de meios de prova.
Instrumento de prova é uma peça técnica de explicitação, esclarecimento que se produz pela via da formalização legal para demonstração de aspectos jurídicos.
Sistemas de enunciação da prova (no curso da história)
- sistema da certeza legal -> inquisitório
A expressão certeza legal significa uma certeza advinda das leis da natureza ou das leis de uma entidade divinatória.
O sistema de certeza legal, nessa perspectiva de compreensão, pode ser assim classificado:
1) critério legal -> critério do juízo ordálico; tudo decidido é baseado em Deus, como se o julgador fosse um destinatário dos comandos de Deus. 
2) per pugnam (luta) -> o juízo ordálico pode ser revelado por meio de uma luta; é uma modalidade de juízo ordálico por meio de um duelo a fim de demonstrar a culpa ou a inocência de alguém. Neste critério, o vitorioso é o inocente e o derrotado o culpado (sucumbente).
3) tarifário -> o critério de aferição da certeza da prova neste caso é quando prevalece a palavra de quem é portador da condição de autoridade sobre quem não tem essa qualidade política, administrativa ou funcional. A palavra do rei vale mais que a palavra do súdito. A palavra do duque vale mais que a palavra do barão. Tal critério também é constatado pela forma de coleta da prova. Se a prova é coletada de modo privilegiado, adota-se o critério tarifário de certeza legal.
- sistema da livre convicção (livre convencimento) -> acusatório ou dispositivo
* dispositivo ou acusatório
* orientou o "common law"
Surgiu no direito romano, com o pretor podendo decidir conforme a sua consciência. Durante a revolução francesa foi utilizado demais aos opositores do movimento, para ter mais celeridade.
* bases em juízos de equidade e conveniência
* destinatário da prova: juiz
Juiz como protagonista da prova. O juiz pode produzir prova de ofício, por exemplo.
* busca da verdade real -> muito defendida até hoje pela Escola de São Paulo. Prevalece a verdade do juiz, na prática.
O sistema de livre convencimento é baseado na sensibilidade, talento, bom senso, clarividência do destinatário da prova, o juiz. A convicção se dá segundo a consciência do julgador por meio de juízos de equidade e conveniência. Pelo sistema da livre convicção a prova produzida poderia ou não ser considerada quando da prolação da decisão, pois a solução seria o que o juiz entendesse como a mais justa. 
O Tribunal do Júri se dá sob os moldes do livre convencimento.
- sistema da persuasão racional ->  sistema legal
* bases normativas/legais (regido pelo princípio da legalidade)
* hermenêutica jurídica: interpretação compartilhada pelo processo procedimentalizado (instituto da prova deve ser orientado pelos princípios institutivos do processo)
* entrelaçamento do contraditório com a fundamentação -> controle (fiscalidade incessante dessa produção probatória)
* destinatário da prova: processo
* há valoração e valorização das provas (o juiz e as partes que devem fazer)
O sistema da persuasão racional se faz em bases normativascom apoio no princípio da reserva legal, sendo a convicção do julgador limitada e vinculada ao devido processo e à atividade cognitivo-argumentativa desenvolvida pelas partes ao longo da estrutura procedimental. Portanto, não basta que o juiz decida ao seu alvedrio e fundamente com base na lei, porquanto há que passar pelos argumentos das partes construídos procedimentalmente.
Valoração da prova é a indicação do elemento de prova como existente nos autos. É perceber o instrumento da prova, expressamente dizer que foi visto e examinado o seu conteúdo.
Valorizar a prova é conferir valor (relevância) a um ou vários aspectos do elemento de prova em comparação com outros elementos de prova (instrumentos nos autos).
Procedimento da prova/momentos da prova
1) proposição ou indicação
2) admissão
3) produção ou concretização
4) valoração ou valorização
Taxionomia da prova
- Quanto ao objeto
* diretas: identificam pelo próprio fato probando (ex: perícia em uma máquina)
* indiretas: representam por presunções e indícios para se chegar ao fato probando (ex: testemunha)
- Quanto ao sujeito
* pessoal: toda afirmação ou negação feita por pessoas (ex: testemunha)
* real: toda ilação (conclusão) de uma coisa (ex: bens móveis)
- Quanto à forma
* testemunhal: pessoa
* documental: instrumento (ex: documento)
* material: afirmação inferida das coisas (ex: corpo de delito)
Gêneros de prova
* prova emprestada -> é o instrumento de prova extraído de determinados autos de procedimento para servir outras estruturas procedimentais ou intenções de comprovação de direitos.
* prova fora da terra -> é o instrumento de prova a ser colhido em unidade territorial diversa daquela na qual ocorreu o ingresso em juízo. Exemplos são a carta precatória e a carta rogatória.
* prova ad-perpetuam -> é aquela produzida para fixação de atos e fatos jurídicos no tempo em que foram praticados ou dos fenômenos que compõem as características de sua origem. A prova ad perpetuam tem sempre efeito cautelar. A Constituição brasileira é prova ad-perpetuam. 
Ponto 10 - Sentença e Coisa Julgada
Sentença é um instituto jurídico do direito processual. É, segundo Fazzalari, um provimento.
É um ato resolutivo jurisdicional que pode ou não encerrar o procedimento. O autor da sentença é o juizo de direito (órgão jurisdicional). A sentença, nas democracias contemporâneas, não é ato maiêutico do juiz, mas um ato hermenêutico preparado pelas partes e concretizado pelo juiz.
Ato maiêutico é um ato solitário.
As sentenças podem ser assim classificadas:
* terminativas -> a sentença terminativa é aquela que encerra o procedimento sem decidir o mérito.
* terminativas-definitivas -> a sentença terminativa-definitiva é aquela que encerra o procedimento com o julgamento do mérito, isto é, decide pela procedência ou improcedência do pedido. Definitiva significa definitória do mérito.
* interlocutórias -> a sentença interlocutória é aquela proferida no curso do procedimento chamada de "decisão interlocutória", que pode ou não decidir parcialmente o mérito.
* finais -> são as sentenças terminativas-definitivas irretratáveis, irrecorríveis e imutáveis.
Obs.: no direito brasileiro, a imutabilidade da sentença de mérito irretratável e irrecorrível só ocorre após transcorrido o prazo para eventual propositura de ação rescisória de sentença.
Requisitos da sentença:
1) técnicos
São os seguintes: relatório, fundamento, dispositivo. São os trechos que compõem o texto sentencial.
Relatório -> é o trecho de individuação dos autos do procedimento, bem como deve conter a menção dos nomes das partes e a suma (resumo histórico) da pretensão e resistência apresentadas pelas partes.
Fundamento -> é o trecho sentencial de argumentos lógico-jurídicos sobre direitos alegados, devendo o sentenciante explicitar os textos de lei (dispositivos legais) que possam fazer o enquadramento dos fatos alegados pelas partes, bem assim com indicação dos aspectos legais das circunstâncias fáticas que devam dar suporte à decisão a ser proferida.
Obs.: não é possível fundamentar sem que o decisor conheça a teoria dos elementos configurativos e estruturais do procedimento.
Dispositivo -> é o trecho conclusivo (resolutivo) das questões postas pelas partes à busca de decisões que lhe sejam favoráveis.
Obs.: A ausência de qualquer destes dispositivos importa na inexistência do ato sentencial. Portanto, não se trata de nulidade da sentença, mas da inexistência da sentença que deve ser declarada pela via recursal.
2) de inteligência
São os seguintes: clareza, concisão, correção vernacular (vernáculo significa idioma, língua).
Clareza significa explicitude (inteligibilidade) das questões decididas, gerando compreensão para todos.
Concisão significa a mínima extensão narrativa com a máxima compreensão.
Correção vernacular é o atendimento das regras gramaticais do país na elaboração da sentença.
Obs: para apontar os vícios de elaboração das sentenças, utiliza-se o recurso de embargos de declaração.
Efeitos da sentença:
Os efeitos da sentença são denominados primários ou principais e efeitos secundários da sentença.
Os primários são os declaratórios, condenatórios, constitutivos. Os declaratórios consistem na afirmação de certeza da existência ou inexistência de direitos alegados ou exigidos.
Os condenatórios impõem obrigações de pagar, entregar (dar) ou fazer alguma coisa.
Os constitutivos consistem no reconhecimento, modificação ou extinção de direitos alegados. Tais sentenças com esses efeitos são frequentes nas ações possessórias.
Efeitos secundários são assim classificáveis: continuativos ou reflexos, anexos e diferidos.
Os continuativos são passíveis de critérios de integração por outras decisões (não têm um ponto final; por exemplo, atualizações de ação alimentícia baseada em índice).
Os anexos são os decorrentes da consequência lógica do comando sentencial (por exemplo, numa separação de corpos a isenção do dever da fidelidade conjungal, isto é, o juiz não precisa declarar isso).
Os diferidos impõem reexame necessário (ex officio) pela remessa dos autos nos quais a sentença foi proferida para a instância superior (por exemplo, sentenças contra União, Estados e Municípios).
Coisa julgada
Res judicata -> nome que os romanos davam para a coisa julgada. Os ibéricos traduzem res como caso. Para Rosemiro, é a situação jurídica. É o direito material julgado.
Para Liebman, a coisa julgada é uma qualidade (atributo) da sentença de mérito contra a qual não há mais recursos. Para Liebman, só a sentença de mérito é que fazia coisa julgada, porque, em não sendo de mérito a sentença, esta seria meramente uma sentença para julgar, isto é, uma sentença pro judicato. Segundo outros autores, a sentença pro judicato fazia coisa julgada formal, embora não decidisse mérito.
No Brasil, a coisa julgada é um direito fundamental constitucionalizado. A rigor, ninguém poderia sofrer restrições em sua liberdade ou em seu patrimônio sem a superveniência da coisa julgada. Entretanto, no direito brasileiro, é possível pretender o desfazimento da sentença de mérito transitada em julgado (logo protegida pela coisa julgada) através do que se denomina "ação rescisória de sentença" que poderá ser instaurada no biênio conseguinte à configuração da coisa julgada em face de uma sentença de mérito. Portanto, a sentença de mérito só se torna imutável no direito brasileiro, embora irretratável, irrecorrível e irrenunciável, após transcorridos 2 anos de seu trânsito em julgado.
Teorias dos fundamentos jurídicos da coisa julgada
Ulpiano - Teoria da presunção de verdade: res judicata pro veritate habetur (a coisa julgada é havida como verdade).
Chiovenda - Teoria da vontade definitiva do Estado, logo a coisa julgada era a vontade última do Estado para constituir ou reconhecer direitos. É dessa teoria que decorrem os conceitos dos efeitos erga omnes e inter partes. Para Liebman, a coisa julgada, acolhendo o ensino de Chiovenda, tem eficácia inter partes(entre as partes), mas adquire autoridade erga omnes (em face de todos).
Ugo Rocco - sustenta a teoria da coisa julgada como esgotamento da função jurisdicional provocada pela via do procedimento instaurado. 
Ponto 11 - Teoria do Prazo Legal - Preclusões
Prazo é um instituto jurídico. O prazo é o tempo legal. Os prazos podem ser assim geralmente classificados: 
1) prazos peremptórios -> são aqueles que, em princípio, não ensejam prorrogação.
2) prazos dilatórios -> são, em muitas hipóteses, os prazos que podem ser prorrogados.
Regras de contagem do prazo:
1a) os prazos não começam nem terminam em feriados. 
2a) na contagem dos prazos, exclui-se o dia do começo, inclui-se o dia do fim.
3a) os dias feriados, intermediários dos prazos, são contados, embora o NCPC determine que se contem somente os dias úteis.
Preclusão
É um instituto jurídico do direito processual. Segundo Chiovenda, a preclusão é a consequência da perda do prazo para a prática de ato jurídico no procedimento instaurado. Nesse conceito, Chiovenda estuda a hipótese da preclusão temporal. Por outro lado, a preclusão pode significar o registro da existência ou ausência de ato jurídico na estrutura procedimental. Portanto, segundo o professor José Marcos Rodrigues Vieira, a estrutura procedimental pode ser entendida como uma sequência progressiva de preclusões. É uma garantia de que o procedimento terá o seu andamento legal.
A preclusão pode ser contornada nas hipóteses que a lei admitir, como nos casos fortuitos (fatos imprevisíveis), a saber: factum princips, acts of god (enchentes, tempestades, aluviões, etc), force majeur (força maior).
Classificação da preclusão
Ela pode ser:
1) temporal -> aquela que ocorre pela perda do prazo legal para a prática de ato procedimental.
2) lógica -> aquela que ocorre pela escolha de prática de ato procedimental em face de outro ato que não lhe é compatível.
3) consumativa -> aquela que ocorre no momento da prática do ato procedimental, ainda que o prazo não tenha tido o seu transcurso por inteiro.
Obs.: a preclusão sempre ocorre no tempo legal do transcurso do procedimento instaurado, diferentemente da prescrição e decadência do direito, que, segundo muitos autores, pode ocorrer sem que haja procedimento instaurado.
A preclusão é uma garantia jurídica de progressividade do procedimento instaurado, impondo o acolhimento do princípio da continuidade jurisdicional, que, no Brasil, está constitucionalmente amparado (art.93, XII)
Ponto 12 - Teoria dos Recursos
O recurso é um instituto jurídico do direito processual. O recurso significa a oportunidade legal de provocar a revisibilidade das decisões. Para alguns autores, o recurso é um ato jurídico continuativo de procedimento já instaurado, enquanto que, para outros, o recurso é uma ação autônoma de impugnação. Em nosso direito processual, as duas hipóteses são acolhidas.
Juízo recursal é a órbita lógico-jurídica em que se contém o juiz para exame de atos recursais. O recurso apresenta dois momentos de sua definição legal: o exame no juízo de admissibilidade e o exame no juízo de mérito
No juízo de admissibilidade, examinam-se os requisitos extrínsecos e intrínsecos do recurso, e no juízo de mérito, a situação jurídica pleiteada pelo recorrente.
Efeitos do recurso
1) efeito devolutivo -> aquele que provoca somente o adiamento da coisa julgada, não impedindo, portanto, a execução da decisão recorrida.
2) efeito suspensivo -> aquele que torna incerta a decisão recorrida, logo impede a sua execução.
3) efeito expansivo -> aquele que provoca a repercussão da decisão proferida, em grau recursal, para instância diversa do ingresso do recurso. Agravo de instrumento é um exemplo.
4) efeito translativo -> aquele que provoca atividade jurisdicional ex officio. Transfere questões (ex: pressupostos de admissibilidade) para a instância apelada, mesmo não suscitada.
5) efeito substitutivo -> a qualidade do recurso que coloca a decisão por ele provocada no lugar da decisão recorrida. O acórdão serve para isso, para ficar no lugar da sentença.

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