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IDENTIDADES CULTURAIS: CONTRIBUIÇÕES PARA UMA NECESSÁRIA REFLEXÃO TEÓRICA- PROF. DR. EUGÊNIO REZENDE DE CARVALHO.

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Instituto São Boaventura
Curso: Filosofia
Disciplina: Seminários Filosóficos I
Docente: Henrique
Discente: Jéverson de Andrade Santos
IDENTIDADES CULTURAIS: CONTRIBUIÇÕES PARA UMA NECESSÁRIA REFLEXÃO TEÓRICA- PROF. DR. EUGÊNIO REZENDE DE CARVALHO. RESUMO POR JÉVERSON DE ANDRADE SANTOS
 Qual a importância de estudar a história e cultura afro-brasileira e africana? Ou melhor, o que entendemos sobre identidades, ou mais especificamente sobre identidades culturais? Acerca destas questões o professor Dr. Eugênio Rezende nos facilita um estudo sobre educação étnico-racial, com o intuito de contribuir para uma necessária reflexão teórica sobre as identidades culturais.
O texto nos trás por primeiro uma reflexão sobre as origens etimológicas do termo identidade; dialogado com autores contemporâneos de cunho especializado em Estudos Culturais. Segue com rico conteúdo que é semeado no decorrer do texto.
Identidades como resposta à pergunta quem sou eu?
A palavra identidade nos trás uma ruma de significados. Para isso, primeiramente, o texto nos esclarece a sua raiz etimológica: prefixo latino idem, que quer dizer exatamente “o mesmo”. Neste sentido, segundo o Dicionário Houaiss, é o mesmo que “o estado do que não muda, do que fica sempre igual” e ainda no Aurélio: “conjunto de caracteres próprios e exclusivos de uma pessoa”. Em suma, quando se refere ao ser humano, é um conjunto de características próprias e persistentes que diferenciam e individualizam uma pessoa, dando-lhe uma personalidade própria. Segundo Cristian Meier, historiador alemão, a identidade pode ser definida como a força que leva um individuo a ser fiel a si mesmo, ou seja, em sua linguagem simplista: “a força e a necessidade de ser e permanecer o mesmo durante toda a sua vida”. (MEIER, 1989, p. 330). Soa para nós a pergunta: quem sou eu? É uma questão existencial, parte de todo ser humano.
Quem sou eu ou quem somos nós?
As definições de identidade, além de sua compreensão no campo individual, já apresentada pelo autor no tópico anterior, se estendem ao horizonte da identidade coletiva de um determinado grupo de pessoas. Apresenta-nos que a identidade, quanto no singular – identidade-eu – quanto no plural – identidade-nós –, exercem uma mútua relação, pois cada “eu” é sempre simultaneamente uma parte de diferentes “nós”. Neste sentido, as características individuais de diferentes meios coletivos fazem parte de cada individuo; Assim como cada identidade coletiva é constituída por identidades individuais.
No mesmo viés da pergunta – quem sou eu? –, o autor, embasado nas definições de identidade de Meier, retoma a questão de outra forma: “quem somos nós?”. Toda via é impossível desvincular a identidade individual da identidade coletiva. Como exemplo, o texto traz o individualismo enquanto um comportamento social, pois se trata mais de uma problemática de identidade coletiva do que do de identidade individual. As questões se mesclam e convergem, uma vez que é inconcebível a existência de um eu sem se referir a um coletivo. Quando nós pertencemos a um grupo pressupõe que uma tradição, padrão identitário ou costumes que são assumidos por todos os membros. Seja ele qual for, mas suas ações grupais os caracterizam; como exemplo: a família, nação, partido, igreja, etc. Aqui o autor chega à outra reflexão a partir do pensamento de Gilberto Velho: o quão profundo é a personalidade que a pessoa carrega, pois dentre as muitas padrões são frutos de uma identidade socialmente já dada, como por exemplo, uma identidade marcante a uma etnia ou família; no entanto, uma maioria de características é resultado de uma trajetória vivida, adquirida pelas escolhas e opções. O que ele chama de identidades se difere dos papéis que é aplicado na sociologia. Conforme a referência de Castells feita pelo autor, a diferença é que “identidades são fontes mais importantes de significado do que papéis, por causa do processo de autoconstrução e individuação que envolvem”. (2002, p. 22-23)
Somos igualmente os mesmos, sempre?
Retomando os conceitos apresentados, o autor chama atenção, através dos conceitos de Meier, sobre a permanência e até persistência de sermos os mesmo. Uma necessidade de cada pessoa de manter a própria personalidade idêntica, imutável. Esse desejo é provocado por terceiros para serem de determinada maneira, de forma a corresponde às expectativas, as conclamações criadas. (Cf. Meier, 19989 p. 331) Desta forma a pessoa é persuadida por uma estrutura social e mantem uma identidade associada a m certo “desejo de permanência”.
Há uma única resposta ”verdadeira” para a pergunta quem somos nós?
Sobre o essencialismo identitário, reflete o professor que se trata de um congelamento de algumas qualidades do individuo ou de um grupo, acreditada como essência inalterável e autorreferencial. Serve-se como uma autenticação, autoafirmação de seus princípios. Comumente enaltece um passado supostamente glorioso como fundamentação e identificação. Conforme a cientista social, Kathryn, esta dividido em duas versões: primeiramente fundamenta pelo a realidade de um passado obscurecido fruto da história. A segunda esta relacionada à categoria natural, enraizada na biologia. 
Qualquer que seja o assistencialismo identitário está vinculado a uma ideia de identidade verdadeira. Praticas de exploração, exclusão, privação, intolerância e racismos são filiação direta desse essencialismo de identidade. Contrapartida os estudiosos questionam este inerte tipo de identidade afirmando que seria um resultado de um processo de determinação histórica, sócia e cultural. O sociólogo Boaventura de Souza Santos vem afirmar este pensamento, certificando que mesmo as identidades mais sólidas sofrem temporalidades. Da mesma forma Stuart Hall defende que o conceito de identidade é estratégico e posicional, proposto a mudança. O autor nos chama atenção que os essencialistas transformam a cultura numa essência.
Quem somos? Ou quem estamos nos tornando?
A polarização da identidade, como essencialista e não essencialista, e o que pode gerar muitas contradições. No decorrer deste tópico o autor nos expõe as alternativas desta oposição binária: De um lado o conceito de permanência na identidade que tem como agravante a inclinação conservadora; de outro vemos a mudança, quando a tendência transformadora é demasiado exagerada inviabilizando o desejo de permanência. Para o autor as identidades são frutos de uma relação dialética entre permanência e mudança; neste sentido, para o educador Tomaz Tadeu, o processo de produção da identidade é que todos os essencialíssimos são culturais. Em Meier, não necessariamente as pessoas devam ser as mesmas por toda a vida, mas ao contrário, precisam muito mudar para permanecer as mesmas; enquanto outras encontram suas identidades na fuga de si mesmas, mas para isso devam se cuidar no limite, pois a própria noção de identidade tende a perder seu sentido.
Em outro ponto Meier parece mudar em algumas posições. Faz referencia que numa característica imutável, um núcleo estável que marca a característica do grupo, como por exemplo: a cor, raça, etnia, gênero e assim por diante. Essa característica referencial ele chama de marcador mestre. Entretanto tem-se o risco de recair no essencialíssimo de tal marcador, pois se a identidade “é plural, contingente e provisória como justificar um destaque dado apenas a um de seus marcadores?” Pra essa contradição, s autores concebem os marcadores como uma interação dinâmica, evitando congelamento e essencialização das identidades.
Dizer quem somos é sempre dizer quem somos em relação aos outros
O autor reflete que se definimos identidade como “aquilo que somos”, logo o seu oposto seria “aquilo que os outros são”, ou em outras palavras “aquilo que nós não somos”. Identidade é aquilo que é de si, já a alteridade seria a qualidade do outro. Neste sentido o texto nos faz refletir sobre o que está por detrás de toda afirmação. O que sou é uma afirmação que se encontra invariavelmente seguida por uma negação −o que não sou. Temos como exemplo: sou branco, sou conservador, sou católico; entrelinhas estamos afirmando: não sou negro, não sou conservador, não sou evangélico. Contudo, a identidade é construída com referência por meio da diferença. Dependemos da diferença para constituir uma identidade.
Não existe uma um identidade isolada; ela não absoluta e autorreferencial, nem mesmo independente. Aqui o autor chega à outra característica: ela é formada com parâmetros comparativos, contrastivo, opositivo, sempre dependendo um do outro. Somos sempre algo ou aguem em ralação ao outro, e de certa forma “somos sempre o outro de alguém, ou de um outro” (AGIER, 2001, p. 9).
Segundo Meier (1989, p. 331) somos interpelados, pressionados, conclamados a sermos de determinada maneira, de forma que as identidades são formadas segundo os moldes do senso comum; esse método será chamado por outros autores de “exterior constitutivo”. Nesta perspectiva “o ponto de encontro [...] entre os discursos e as praticas que tentam nos interpelar, nos falar ou nos convocar para que assumamos nossos lugares como os sujeitos sociais de discursos particulares”. (HALL, 2000, p. 110-112) Dependemos de como os outros com quem temos que interagir, conviver, e estes de negociam continuamente nossas identidades, que por muitas vezes é por meios desiguais e conflitivo.
Por outro lado, neste processo de identificação-diferenciação, podemos verificar que em meio aos indivíduos e grupos encontra-se um vezo de buscar as diferenças e comparações demasiadas entre as próprias identidades e as alheias. Segue essas comparações com um sistema classificatório, estabelecendo uma hierarquia de diferenças, seja figuradas ou sociais; como por exemplo: cultos-incultos, belo-feio, amigos-inimigos.
A resposta à pergunta quem somos? É uma construção social determinada pelas relações de poder
Uma das características básicas das identidades culturais é que elas são parte de uma construção. Inclusive o essencialismo-identitário, que tende a ser uma identidade acabada, fixa, predeterminada, é questionado quando entra o pressuposto de que todos os aspectos do essencialismo são resultantes de uma construção sociocultural, fundamentado dentro das relações sociais e não antes delas. Salientar que a identidade é construtiva é também questionar quem são os autores-sujeitos que as constroem, que fazem e a refazem constantemente em concordância com seus objetivos, expectativas, modos, necessidades, receios e temores.
Toda e qualquer identidade é construída. Construída com base simbólica, histórica, coletiva, social, cultural, politica e ainda ideológica. As questões despontam com uma afirmação tão relevante: “como, a partir de quê, por quem para quem e por que as identidades são construídas?”. O sociólogo espanhol, Manuel Castells, ensaia que as identidades valem-se de matérias-primas cunhadas pela “história, biologia, instituições produtivas e reprodutivas, pelas memorias coletivas, por fantasias pessoais, pelos aparatos de poder e revelações religiosas”. 
Mesmo em torno da “identidade primária”, o conteúdo simbólico da identidade é determinado fundamentalmente pelos objetivos de quem a constrói; além disso, segundo Castells, “a construção social da identidade sempre ocorre em um contexto marcado por relações de poder” (CASTELLS, 2002, p. 23-24).
Na dimensão linguista, os estudados ressaltam que os pressupostos generalizados na qual a identidade não é explicita no discurso que a nomeia e que busca nomeá-la e representá-la; ela surge no exercício do discurso, dentro e não fora, marcando fronteiras simbólicas.
As definições discursivas e representacionais das identidades estão submetidas a sistemas de relação de poder, assimétricas, hierárquicas para serem impostas ou ser objeto de disputa segundo diferentes grupos sociais dominantes.
Relações entre o quem somos, o que fomos e o quem queremos ser 
A relação e vinculo da temporalidade está extremamente ligada ao conceito de identidade. Na construção da identidade está ligado retrospectivo e o introspectivo, que se articulam dialeticamente, quase em suas dinâmicas produz diferentes formas de relações no passado e no futuro.
As identidades trazem uma origem que residiria em um passado histórico com o qual elas parecem manter um grau de correspondência. Elas estão ligadas com a questão da utilização dos recursos da história, da linguagem e da cultura para a produção daquilo no qual nos tornamos. O nexo das questões “quem nós somos” ou “de onde nós viemos”, estão muito mais com as questões “quem nós podemos nos tornar”, “como nós temos sido representados” e “como essa representação afeta a forma como nós podemos representar a nós próprios”.
O autor dá ênfase aqui mais precisamente para os aspectos ligados à temporalidade. Pode-se perceber que o autor confere um relevo maior à dimensão prospectiva em detrimento da retrospectiva, concluindo assim que, mais do que um “retorno às raízes” dispõe-se de uma negociação com nossas “rotas” (HALL, 2000, p. 109).
O projeto de interesses, objetivos, sentimentos e aspirações, precisam ser comunicado e expresso para o outro, ou seja, evidencia a existência do outro. Existe uma distância entre o que se quer ser e o que é possível ser efetivamente. Partindo deste pressuposto, a identidade depender da relação permanente de um projeto com a sociedade, lugar propício de contradição e conflito, o que faz com que tal projeto seja sempre dialético, “reorganizando a memória do ator, dando novos sentidos e significados, provocando com isso repercussões na sua identidade” (VELHO, 1988, p. 103-104).
Entende-se do texto que tal análise sobre a conexão entre as visões retrospectivas e prospectivas são bastante proficiente à reflexão teórica, exatamente por alertar para a muitas dependências temporais partes dos discursos identitário dos sujeitos individuais e coletivos, em cada contexto histórico específico. Sobre a antiga questão identitária da busca do quem somos se une agora às questões sobre quem fomos e sobre quem queremos ou podemos ser. “Nos discursos identitários é possível encontrar justificativas que apelam a um passado comum, a um futuro comum ou a ambos”. E incógnita de quem queremos ser pode se caracterizar uma afirmação ou uma negação do quem fomos, ou ainda de quem somos. Em muitos discursos identitários fica bastante aproximada a fronteira entre o é e o dever-ser.
Mas por que temos tanta necessidade de nos colocar esse tipo de pergunta
Até aqui o autor de dedicou a fundo a questão do “como”, mas ficou em aberto, mas ficam aqui os desafios teóricos, as questões pelas quais as pessoas assumem suas posições de identidade. Deve-se considerar que esse questionamento é também necessário para uma explicação mais ampla desse funcionamento, deve-se obrigatoriamente enfrentar a abordagem do nível psíquico.
Segundo ele, precisa-se, ainda, explicar “por que as pessoas assumem suas posições de identidade e se identificam com elas. Por que as pessoas investem nas posições que os discursos da identidade lhes oferecem? O nível psíquico também deve fazer parte da explicação; trata-se de uma dimensão que, juntamente com a simbólica e a social, é necessária para uma completa conceitualização da identidade” (WOODWARD, 2000, p. 15).
Distingue-se em duas vertentes o questionamento feito: identidade, de um lado (o âmbito da experiência social, do efetivamente vivido) e, de outro lado, o simbólico (do social e do discursivo). A identidade é refletida como uma experiência ou uma vivência comum, como algo inerente ao sujeito, uma espécie de identidade-experiência. “Refere-se muito mais, nesse caso, aos sentimentos de copertencimento, aos laços de solidariedade e de empatia forjados na própria experiência de vida comum”.
Para Stuart Hall, no âmbito do senso comum, “a identificação parte do reconhecimento de características compartilhadas com outros grupos ou pessoas, bem como do reconhecimento de uma origem ou um ideal comum, fornecendo assim a base em que se apoia a solidariedade e a fidelidadedo grupo”. Em muitos contextos a noção de subjetividade é empregada para buscar compreender nossas autoimagens, sobre quem somos. 
No texto, Cristian Meier apresenta uma possibilidade de interpretação dessa questão do nível psíquico, aplicando ao caso da identidade nacional. Questionando um individuo sobre a identidade nacional, ele responde que por pertencer à nação pode adquirir o sentimento de que ele não é tão pequeno como deve lhe parecer, nem tão insignificante como se sente fora desse âmbito. Assim o fato de pertencer a uma nacionalidade, a uma identidade coletiva com um patamar ampliado, compensaria o que se perde com as formas de viver mais complexas (MEIER, 1989, p. 339). O texto completa que tal identidade mais amplificada pode também funcionar como válvula de escape com o inconformismo pela finitude de sua existência e, assim, se projetar para coletivos mais amplos e duráveis, que sobrevivam ao seu fim enquanto indivíduo.
Se a identidade é definida como resposta à pergunta quem somos, ela envolve questões de ordem existencial. O objetivo de tal identidade é, assim, preencher uma “necessidade”.
Em suma, o que a identidade é e o que a identidade não é
Depois de analisar e conhecer várias características do fenômeno identitário, o autor ensaia uma síntese. Para isso, ele vale das elaborações realizadas por Silva (2000, p. 96-97), aponta a definição positiva e outra negativa das identidades.
O QUE A IDENTIDADE NÃO É...
“A identidade não é uma essência, não é um dado ou um fato, nem autorreferencial. [...] A identidade tampouco é homogênea, definitiva, rígida, acabada, idêntica, transcendental ou universal”.
O QUE A IDENTIDADE É...
A identidade é uma construção, contextual, dinâmica, que está em movimento e aberta às mudanças. Discursiva, estratégica, histórica, inacabada, interacional, múltipla, política, sempre uma busca, simbólica, situacional.
Um exemplo das consequências políticas da fragmentação ou pluralização das identidades
Com o intuito de dar maior concretude a toda essa explanação, que até aqui bastante conceitual e abstrata, sobre as identidades, o autor reproduzir um exercício de reflexão e análise fornecido por Hall. O exemplo mostra didaticamente o processo descrito no decorrer do texto, que nos fez refletir sobre os diferentes aspectos que imergem das identidades, seja sua fragmentação ou pluralização, bem como as suas consequências políticas.

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