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Psicodrama: Uma Abordagem Teórica na Psicologia

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1 
PSICODRAMA 
Dirle Portella Bezerra 
O PSICODRAMA É UMA LINHA teórica dentro da Psicologia que como várias 
outras propostas, compartilha o mesmo objeto de estudo: o ser humano e a doença mental 
que o aflige. O conjunto dessas propostas e a maneira com que foram sendo construídas 
fazem a história da Psicologia. 
O que Figueiredo (1991) chama de ocupação do espaço psicológico não foi feito de 
maneira cumulativa. As diversas orientações psicológicas foram sendo propostas de forma 
tal a hoje coexistirem, apesar de terem posicionamentos teóricos antagônicos e irredutíveis 
uns aos outros. 
Afirma Figueiredo (1991:195): 
"A pluralidade de enfoques metodológicos, de tentativas de fundamentação epistemológica e, 
principalmente, de doutrinas é um fato reconhecido, e freqüentemente lastimado por todo 
aquele que se dedica ao estudo da Psicologia. A diversidade chama a atenção em dois 
aspectos: em primeiro lugar, não se observou ao longo de todo este século — que viu o 
nascimento e a consolidação do projeto de uma Psicologia como ciência independente — um 
processo progressivo de diferenciação interna, ou seja, a diversidade não foi se acentuando, o 
que, se tivesse ocorrido, poderia favorecer a interpretação deste fenômeno como uma 'crise de 
crescimento', provavelmente transitória. Mas não, (...) todas as matrizes do pensamento 
psicológico são contemporâneas (...) O segundo aspecto que merece alguma consideração é a 
persistência da diversidade". 
O Psicodrama, nesse sentido, não é único e ao mesmo tempo o é. Em outras 
palavras, pode-se dizer que, enquanto proposta teórica de apreensão do significado da 
doença mental, divide espaço com um sem-número de outras orientações que buscam o 
mesmo fim. Mas é único na medida em que parte de uma concepção de mundo, e mais 
especificamente de uma visão de homem, absolutamente particular que, por sua vez, só 
pode ser compreendida se contextualizada no tempo e no espaço. 
O conhecimento da história de vida de Moreno é fundamental para o entendimento 
de suas idéias. Além do que não é possível investigar e explicar suas propostas de um ponto 
de vista soberano e atemporal. Como, também, ajuda todo aquele que se propõe a estudar o 
Psicodrama a entender que por trás de toda prática psicodramática existe um jeito de ver o 
homem, jeito este entendido como o verdadeiro, como o único possível por Moreno — e 
que confere ao psicodrama um espaço particular e distinto dentro da história da Psicologia. 
 2 
Contexto sócio-histórico 
Jacob Levy Moreno, médico romeno e criador do Psicodrama, nasceu aos 6 de maio 
de 1889, na cidade de Bucarest. Quando tinha 5 anos de idade, sua família radicou-se em 
Viena e nesta cidade construiu boa parte de sua teoria. Em 1925, emigrou para os Estados 
Unidos e continuou seus escritos, vindo a falecer em 14 de maio de 1974, aos 85 anos de 
idade, em Beacon, Nova York. As condições sócio-históricas em que a Europa se 
encontrava por ocasião do nascimento de Moreno são bastante discutidas entre os autores 
interessados em compreender em que meio Moreno cresceu e que influências sofreu ao 
criar o Psicodrama. 
Gordon Childe (1946) distingue três grandes revoluções culturais na história: a 
Revolução Agrícola, a Revolução Urbana e a Revolução Industrial. No contexto desta 
última, desenvolve-se a obra de Moreno. Segundo o autor, a Revolução Industrial 
implantou na Europa profundas alterações na estratificação social, na organização política e 
na visão do mundo de todos os povos. Suas novas tecnologias não se expandiram como 
uma difusão de novos conhecimentos livremente adotáveis; ao contrário, situou os 
pioneiros da industrialização em posição superior de domínio e riqueza, conduziu todos os 
demais à subordinação dentro dos vastos complexos de nações dependentes e exploradas e 
fez surgir, no corpo das formações capitalistas mercantis, pelo acúmulo de inventos 
mecânicos, a possibilidade de multiplicar a produtividade do trabalho humano. 
A essas inovações da tecnologia industrial somaram-se aperfeiçoamentos de 
processos produtivos agrícolas e pastoris, que viabilizaram o aumento populacional nas 
áreas recém-modernizadas, intensificaram a urbanização das populações e o aumento da 
disponibilidade de bens de consumo e poderio militar. No desdobramento de suas 
potencialidades, o primeiro processo civilizatório fundado pela Revolução Industrial 
acabou por integrar todas as sociedades humanas em um só sistema interativo e por 
configurar uma nova formação sócio-cultural. Em seus primeiros passos, esse processo foi 
principalmente dissociativo e conflitivo, agravando internamente os efeitos deletérios da 
reordenação capitalista, aprofundando a diferenciação social, destruindo os remanescentes 
dos antigos sistemas ocupacionais de base agrário-artesanal e incrementando a pressão 
demográfica. E foi também incapaz de absorver nas fábricas e nos serviços os contingentes 
de mão-de-obra. 
 3 
A vida na Romênia nessa época não era fácil. Segundo Marineau (1992), depois do 
impulso decorrente da proclamação de autonomia, o país tinha que ser reconstruído. Muito 
embora tenha sido aplicada grande soma de investimentos e algum progresso alcançado, no 
final do século XIX, o país foi assolado por violenta crise econômica que tornou a situação 
ainda mais complicada, sobretudo para os judeus, que, além de tudo, tinham que lutar pela 
igualdade de direitos. Nesse contexto difícil, os pais de Moreno, judeus e muito pobres, se 
casaram. Três anos mais tarde, Moreno nasceria, sendo o primogênito de uma prole de seis 
filhos. 
Durante a infância Moreno recebeu uma educação religiosa judaica que, para 
Marineau (1992), sem dúvida o marcou. Brincava de uma maneira que refletia suas crenças. 
Em seus escritos adultos, Moreno faz referência às implicações pessoais que estão ligadas à 
origem do Psicodrama e, das quatro experiências que destaca como berço teórico, a 
primeira delas é a brincadeira de ser Deus. Aos quatro anos e meio de idade, na ausência de 
seus pais, Moreno improvisou com crianças vizinhas, no porão de sua casa, a brincadeira de 
ser Deus. Durante o jogo, construíram sobre uma mesa um céu, com cadeiras atadas e 
sobrepostas até alcançar o teto. Moreno tornou-se Deus e seus companheiros, anjos. Conta 
que, ao subir até a última cadeira e chegar ao teto, um dos anjos solicitou que Moreno 
voasse e ele, ao tentar fazê-lo, despencou e fraturou o braço direito. Para Moreno, essa 
experiência pode ter sido sua primeira fonte de inspiração. 
Durante sua permanência em Viena, a Europa, como também outras partes do 
mundo, fervilhava intelectualmente. Quando Moreno tinha onze anos, 1900, a física era 
sacudida pela "incerteza quântica", por Max Planck; Freud (1855-1939) publicou A 
interpretação dos sonhos, marcando o nascimento da Psicanálise, definindo o inconsciente 
como objeto de estudo. No mesmo ano, Husserl (1859-1938) expôs as Investigações 
lógicas, inaugurando por meio do método fenomenológico uma nova maneira de fazer 
ciência e filosofia. Apenas dois anos mais tarde George Mead (1863-1931) transforma a 
Psicologia Social, pois enfatiza o psicológico sobre o social, e Charles Cooley (1869-1929) 
estabelece os critérios para a conceituação de grupos primários como unidades básicas de 
todo sistema social, e teoriza sobre os papéis sociais. Em 1903, Pavlov (1849-1936) 
apresenta seus estudos sobre psicofisiologia e instala a escola reflexológica. Quando 
Moreno contava com dezesseis anos, 1905, Einstein estabeleceu as bases da Teoria da 
 4 
Relatividade, descaracterizando os conceitos de tempo e espaço como realidades estáticas e 
passando a concebê-los em função da relação dos objetos e da sucessão de acontecimentosque deles participam. O intelectualismo racionalista passou a ser fustigado. Nesse mesmo 
ano, Reinhardt (1873-1938) e Stanislaviski (1863-1938) revolucionam o conceito de teatro: 
o primeiro conduzindo-o para dentro das igrejas e dos circos, e o segundo desenvolvendo 
uma pedagogia teatral que valorizava o ator na criação a partir dos seus próprios 
sentimentos. Ainda em 1905, o norte-americano Charles Pierce (1839-1914) publicou O 
que é pragmatismo, valorizando a ação resultante de pensamentos e crenças. Em 1906, 
Martin Buber (1878-1965), profundo estudioso da tradição hassídica1, iniciou no ano 
seguinte a publicação de uma série de quarenta monografias sob o título geral de A 
sociedade, cujas concepções acerca do homem existencial e do homem em relação 
culminariam quatorze anos depois na publicação de sua obra mais importante: Eu e Tu. 
Apenas um ano depois Theodor Lipps (1851-1914) publica suas pesquisas sobre empatia, 
processo psicológico de interpretação anímica e espiritual com o outro, podendo ser 
positiva e negativa; Maria Montessori (1870-1952) criou um sistema pedagógico de 
valorização da liberdade de movimentos, estímulo à espontaneidade e à criatividade. O 
movimento anarquista, a pleno vapor, realizou nesta época importante congresso em Viena. 
(Gonçalves, Wolff e Almeida, 1988). 
1. "Hassídico significa 'fervoroso', 'piedoso'. O hassidismo foi uma seita surgida dentro do judaísmo, em 
resposta à miséria e ao sofrimento das comunidades judaicas russopolonesas do século XVIII. Seus 
integrantes propunham a dança e a alegria durante os cultos, enfatizavam a caridade, dedicando-se aos pobres 
e ignorantes, opunham-se à intelectualização e abriam os tomas cabalísticos a todos os interessados. Hoje, 
pouco se fala dessa facção religiosa." (Almeida, 1991:22). 
Por aquele tempo, surgiu em oposição à vida industrial, à mercantilização e aos 
conhecimentos ditos técnicos-científicos um movimento que pregava a crítica radical da 
civilização industrial-burguesa, o retorno à religião e à preocupação com a espiritualidade. 
No caso particular da juventude judaica, havia outras implicações, pois sofria toda 
uma influência de sua identidade cultural. Os jovens judeus tentavam construir seus 
caminhos libertários, que naquele momento era o da retomada do misticismo cabalístico, 
passando pelos ensinamentos hassídicos. Moreno participou de um grupo de jovens 
andarilhos, fundando a chamada "religião do encontro". Esses jovens pretendiam se ajudar 
mutuamente e aos outros. Buscavam encontrar pessoas que lhes parecessem tristes ou 
 5 
carentes de afeto, aproximavam-se para dar-lhes atenção, carinho e ajuda. Iam também às 
suas casas, levavam alegria, através de cantos e danças. Criaram a "Casa do Encontro", uma 
mansão sustentada por doações e destinada a abrigar desalojados, migrantes e refugiados. 
O grupo não parou por aí. Inspirados por Joham Kellmer (filósofo e escritor, 
abandonara a carreira universitária para se dedicar à agricultura), propuseram-se a construir 
um sistema filosófico denominado seinismo — ciência do ser (Almeida, 1991). 
Entre 1908 e 1911, Moreno passou por outra experiência que mais tarde ele 
retrataria como o segundo berço do Psicodrama. Trata-se da revolução nos jardins de 
Viena. Reunindo crianças e também seus pais nos jardins de Viena, ele estimulava suas 
fantasias por meio de contos de fadas para os quais ele solicitava a representação livre e 
improvisada. Permitiu assim, uma verdadeira cruzada de crianças em favor de si mesmas, 
em prol de uma sociedade de suas próprias idades e com seus próprios direitos. 
Quando Moreno tinha 24 anos, 1913, Max Scheler (1874-1928) publicou um estudo 
fenomenológico sobre simpatia, Karl Jaspers (1883-1969) lançou Psicopatologia Geral, em 
que enfatizou o desenvolvimento da capacidade empática durante a entrevista, e John 
Broadus Watson (1878-1958) fundou oficialmente o behaviorismo. Também por essa época 
ocorreu o rompimento de Jung (1875-1961) com Freud. 
Em 1913 e 1914, Moreno participou de uma experiência de readaptação com 
prostitutas, com pequenos grupos. Neste momento, na Europa, as ciências médicas 
ampliavam sua abordagem das doenças de modo geral, e passaram a incluir a sexualidade 
em suas preocupações, e em particular a prostituição. No entanto, se por um lado a 
medicina trazia para a "proteção científica" o que antes era da alçada policial, de outro, 
continuava-se falando em depravação moral, perversão psicológica e indolência social. As 
prostitutas eram registradas na "Saúde Pública" e, se não o fizessem, eram consideradas no 
exercício ilegal da profissão, passíveis de penas. Moreno associou-se a dois amigos, o 
médico Dr. Wilhelm Green, e o jornalista Carl Colbert, e se propôs a cuidar das prostitutas 
da zona boêmia vienense, de forma diferente daquela adotada no meio médico. Não fazia 
interferências moralistas, nem interrogatório policial. Sabia conversar, mas ainda não 
exercia o papel de um psicoterapeuta: era um bom ouvinte. Estimulava-as a falarem de suas 
vidas. Eles passaram a estimular uma integração aos movimentos sociais, formando uma 
associação, fazendo com que elas se solidarizassem entre si, assumindo sua condição 
 6 
humana. Perceberam que o trabalho em grupo proporcionava um resgate à dignidade e uma 
maior consciência do seu papel social. 
No ano de 1914, ocorre a Primeira Grande Guerra, a partir da antiga rivalidade 
franco-alemã. Neste momento a crença na superioridade das ciências como solução para os 
problemas humanos desmorona diante do pessimismo e da desesperança, o homem se volta 
para reavivar sua fé, busca um sentido transcendental para seu destino. 
Sobre este acontecimento Moreno escreveu: "Quando vi reduzida a cinzas a 
soberba casa do homem, em que ele havia trabalhado cerca de dez mil anos para conferir-
lhe a solidez e o esplendor da civilização ocidental, o único resíduo carregado de 
promessas, o que descobri entre as cinzas foi o espontâneo-criador"(apud Almeida, 
1991:36). 
Como estudante de medicina, incorporou-se às entidades de ajuda aos refugiados de 
guerra que debandavam do norte da Itália e da província austríaca do Tirol, e pôde 
reconhecer nesse ambiente enormes tensões psicológicas de grupo, bem como suas 
múltiplas influências terapêuticas (Almeida, 1991). 
No ano de 1917, com 28 anos, formou-se em Medicina e foi trabalhar em Bad 
Voslau, comunidade operária a poucos quilômetros de Viena. Neste mesmo ano, instala-se 
na Rússia a revolução bolchevique, era a vitória do marxismo como doutrina humanista que 
busca a libertação do homem de todas as suas alienações. Moreno, mais tarde, teria a 
oportunidade de fazer a crítica a Marx e considerá-lo o precursor da Sociometría Industrial. 
De 1917 a 1925, Moreno exerceu a função de chefe do departamento de saúde de 
uma fábrica têxtil e a coordenação do Departamento Municipal de Saúde da localidade, 
trabalhava como um médico de família. 
Entre 1918 e 1919, passou a ser redator da revista Der Neue Dämon, que também 
contava com colaboradores como Franz Kafta, Martin Buber, Fraz Werfel e outros. E, em 
1920, publica, anonimamente, o livro O testamento do pai (Gonçalves, Wollfi, Almeida, 
1988). 
O terceiro berço é considerado a dramatização realizada em 1º de abril de 1921, 
local do nascimento oficial da primeira sessão psicodramática. Viena vivia um momento de 
pós-guerra e de um governo instável, sem líder. O mundo estava inquieto e fervia em 
revolta. Moreno, em um teatro de Viena, diante de uma numerosa platéia, sem um elenco 
 7 
de atores e nem sequer uma peça, colocou no centro do palco um trono vermelho e uma 
coroa dourada. O público seria o próprio elenco, do qual surgiriam os protagonistas. A 
propostaera: o que faria cada um dos protagonistas no papel de rei para organizar e dirigir 
o país? Cada um foi convidado a subir ao palco para expor sua visão de líder, ao mesmo 
tempo que a platéia participava e julgava. Ao final, ninguém conseguiu ser o salvador da 
Áustria. 
Assim, o Psicodrama nasceu como ato político. Esse acontecimento criou uma 
situação muito delicada em Viena para Moreno, pois naquela época, havia na Áustria uma 
antiga lei que proibia e impunha penas a estrangeiros, menores e mulheres que 
participassem de atividades políticas. Moreno ainda não havia se naturalizado austríaco. 
O quarto berço é o caso Bárbara. No ano de 1923, Moreno funda o teatro da 
espontaneidade com o objetivo de produzir uma revolução no teatro da época. Ele conhecia 
o poder de catarse do teatro, porém não concordava com o uso de textos decorados e 
ensaiados. No teatro espontâneo não existiria um texto por escrito, os atores e a platéia 
seriam os criadores do texto, improvisado no momento da atuação, todos eram 
participantes. Alguns profissionais colaboravam com Moreno, e fazia parte do elenco de 
atrizes uma jovem que se distinguia por sua habilidade em desempenhar papéis românticos 
e ingênuos. Essa jovem, de nome Bárbara, casou-se com Jorge, um poeta que a admirava. 
Pouco tempo depois do casamento, Jorge procurou Moreno queixando-se do 
comportamento de Bárbara, que na intimidade do casal agia grosseiramente, com 
linguagem baixa, recorrendo inclusive à agressão física. Moreno, nesse mesmo dia, propôs 
à jovem o desempenho de papéis de características opostas aos que vinha desempenhando 
até então, permitindo mostrar no cenário aspectos de sua vida íntima. Modificações no 
comportamento agressivo de Bárbara passaram a ser observadas e, em seguida, Jorge 
começou a trabalhar como ator, ao lado de Bárbara, representando cenas de sua vida 
familiar. Mediante esse procedimento, foram obtidas mudanças notáveis e, então, Moreno 
passou a atendê-los a sós, longe do público, analisando para eles o desenvolvimento das 
sessões. Surgia então, o teatro terapêutico. 
Em 1925, a economia austríaca passava por momentos difíceis, pois tinha a 
finalidade de debelar a inflação, o que levaria às recessão e ao desemprego. O governo da 
capital era socialista e o interior do país era conservador. A lei contra a participação de 
 8 
estrangeiros na vida política do país ainda permanecia, como também o mal-estar causado 
pela dramatização da cadeira real. O teatro da espontaneidade, que se tornará terapêutico, 
perdia seus clientes habituais. Moreno perdera dois pacientes, por suicídio, fato este que o 
abalou demais. Durante este momento, ele estava empenhado, junto com um amigo, na 
construção de um "disco magnético" e existia a possibilidade de que uma fábrica dos 
Estados Unidos comprasse a invenção. Moreno passou então a viajar para contactar com a 
fábrica. Esta terminou não se interessando pelo disco, porém, Moreno se encantou com a 
vida americana e ali permaneceu (Almeida, 1991). Carregou então para aquele país suas 
teorias, mas levou consigo toda a influência que recebeu ao longo de sua história. Ao 
chegar naquele país encontrou uma sociedade organizada de modo muito diferente a que 
estava acostumado. Durante sua permanência nos Estados Unidos, Heidegger (1889-1976) 
publica O ser e tempo, em 1927, e Gabriel Mareei estuda as relações do indivíduo com o 
corpo. Um ano depois, Reich funda em Viena a "Sociedade Socialista para Conselho e 
Pesquisa Sexual". Em 1929, os EUA enfrentam a maior depressão econômica de sua 
história com a quebra da bolsa de Nova York, e Moreno faz psicodramas públicos no 
Carnegie Hall. Em 1930, Merleau-Ponty (1908-1961) inicia a carreira de filósofo, Paul 
Schilder adota o método psicanalítico para grupos e Helena Antipoff introduz no Brasil 
(Belo Horizonte-MG) o Psicodrama, com uso de técnicas parciais. No ano seguinte, 
Biswanger (1881-1966) inicia, influenciado pelas idéias de Heidegger e Freud, a publicação 
de estudos que culminarão na "análise existencial" e Moreno expõe suas idéias sobre 
Psicoterapia de Grupo na "American Psychiatric Associarion". Um ano depois, lança as 
bases da Sociometria a partir de estudos feitos com jovens delinquentes da Comunidade 
Hudson; e Lacan (1901-1981) desponta para a vida cultural e quatro anos mais tarde lança 
sua contribuição original à psiquiatria e à psicanálise. Moreno, em 1936, constrói em 
Beacon, Nova York, o primeiro teatro terapêutico e Jean-Paul Sartre publica A imaginação 
e a transcendência de ego. Em 1937, Moreno, com 48 anos, funda a revista Sociometry e 
incorpora-se às universidades de Columbia e Nova York; neste mesmo ano, Karen Horney 
publica A personalidade neurótica do nosso tempo, dando início a uma série de publicações 
sobre a confluência dos elementos socioculturais no desenvolvimento da personalidade, no 
que seria seguida por Erich Fromm e Harry Sullivan. 
 9 
Em 1938 surge a "eletroconvulsoterapia" de Cerletti e Bini. Inicia-se, em 1939, a 
Segunda Grande Guerra e morre Freud, aos 84 anos. Em 1942, Moreno funda "The 
American Society of Group Psychotherapy and Psychodrama" e o "Moreno Institute". Já 
em 1945, Kurt Lewin (1890-1947) funda um centro de pesquisas em Psicologia social e 
cria o termo "dinâmica de grupo". Em 1950, os psicofármacos passam a ser amplamente 
usados no tratamento das doenças mentais e emocionais. E em 1964, Moreno com setenta e 
cinco anos, lidera o I Congresso Internacional de Psicodrama e Sociodrama, realizado em 
Paris, reunindo pela primeira vez psicodramatístas de todo o mundo (Gonçalves, Wolff & 
Almeida, 1988). 
Historicamente, o Psicodrama significa o marco da passagem do tratamento do 
indivíduo isolado para o tratamento do indivíduo em grupos; do tratamento por métodos 
verbais para métodos de ação. Moreno desenvolveu uma teoria de personalidade e uma 
teoria de grupo, buscando uma combinação eficaz de catarse individual com a coletiva, da 
catarse de participação com a de ação. 
A catarse foi um conceito introduzido por Aristóteles, para expressar o efeito 
peculiar exercido pelo teatro grego sobre seus espectadores. 
O conceito de catarse sofreu uma enorme mudança no trabalho psicodramático, que 
se iniciou pelo distanciamento do teatro escrito (conservador), em favor do teatro 
espontâneo (psicodrama), transferindo-se a ênfase dos espectadores para os atores. 
Nas religiões do Oriente e do Oriente Próximo, o processo de catarse foi localizado 
no ator, tornando-se sua vida real o palco — catarse ativa. Na situação grega, o processo de 
catarse mental era concebido como estando localizado no espectador — uma catarse 
passiva. No conceito psicodramático de catarse, conservou-se o drama e o palco, dos gregos 
e a catarse do ator, dos hebreus. Assim, o espectador converteu-se, ele próprio, num ator. 
Moreno fez críticas severas a seu antecessor Sigmund Freud. No seu modo de ver, 
Freud errou ao ignorar as implicações psicoterápicas a que Aristóteles se referiu. Embora 
reconheça na técnica de livre associação freudiana a atuação espontânea do indivíduo, 
lamenta que este fique restrito ao verbal. Entende que na livre associação o que funciona 
não é apenas a associação de palavras, mas a espontaneidade que as impele à associação. 
O resultado de suas investigações e estudos culminou em uma integração conceituai 
entre o teatro — e ainda mais o teatro espontâneo e seu potencial criador —, a Psicologia 
 10 
dinâmica e também a sociologia e sua forma de compreensão das relações sociais. Dessa 
integração surgiu a Ciência Socionômica, ciência das relações. A Socionomia possui três 
ramos: Sociodinâmica, Sociometria e a Sociatria. 
A Sociodinâmica: ciência da estrutura dos grupossociais, isolados ou unidos. A 
Sociometria (do grego metrein: medir): ciência da medida do relacionamento humano, em 
que o socius recebe importância maior que o metrum. A Sociatria (do grego iatreia: 
terapêutica): ciência do tratamento dos sistemas sociais, utilizando principalmente a 
psicoterapia de grupo, o psicodrama e o sociodrama (Moreno, 1974). 
 
Concepção de mundo 
 Moreno, oriundo do povo judeu, fazia parte da escola hassídica judaica, junto com 
Martin Buber. Acreditava que todo homem era um Deus, significando assim que somos um 
microcosmo dentro do macrocosmo, ou seja, temos o macrocosmo em nós mesmos. 
Podemos encontrar várias influências em sua afirmação. Na Kabbala hebraica, 
especificamente no Sapher Ha Zohar, que é um compêndio de tradições secretas 
transmitidas pelo judeu egípcio Moisés, como também na tradição indiana (Vedas) e 
chinesa (Lao Tseu), existe a idéia que o microcosmo reproduz o macrocosmo. Em textos do 
Antigo e do Novo Testamento, "Deus está em nós e nós estamos em Deus" (Moreno, 
1974:16). 
O fato de Moreno ter optado pelo teatro em vez de desenvolver um sistema 
teológico pode ser desvendado se olharmos o cenário onde suas idéias brotaram. Possuía 
uma idéia que se tornou fonte constante de sua produtividade, proclamando "que há um 
tipo de natureza humana primordial que é imortal e que retorna a cada geração. É o 
primeiro universo que contém todos os seres e onde todos os eventos são sagrados" 
(Moreno, 1992:26, v. 1). 
Para ele, a ciência e a Psicologia de sua época, influenciadas pelas religiões, 
idealizaram o sábio como o homem que alcançou um equilíbrio de perfeição através da 
superioridade intelectual. Atribuíram à Suprema Inteligência Universal várias qualidades 
positivas e negativas, Deus tem sido tanto afirmado como negado em todas as categorias 
dessas qualidades do ser, da essência, da substância, da personalidade etc. Porém, sua 
percepção é que seu atributo de criador foi quase negligenciado, pois atributos de bondade, 
 11 
poder, santidade, sabedoria, justiça contribuem para um status diferente, um status depois 
de "Deus ter-se estabelecido a Si mesmo como um personagem definido, ter-se reconhecido 
e tornar-se reconhecível como possuidor de atributos definidos" (Moreno, 1975:81). 
No entanto foi negligenciado, mesmo como símbolo, um outro status de Deus: 
“é o seu status antes do Sabbath2, a partir do momento da concepção, durante o processo de 
criação e desenvolvimento dos mundos e de Ele mesmo. Por muito paradoxal que possa 
parecer, esse status de Deus está muito mais próximo da humanidade, como está a mãe de seu 
filho durante a gravidez do que depois de separar-se dele, porque não é a existência perfeita e 
inatingível que é pintada ante nossos olhos mas um ser em crescimento, em fermentação, em 
ativa formação, imperfeito, que se esforça por chegar à perfeição e à completação" (Moreno, 
1975:81). 
2. Sabbath — Sábado dos judeus. Domingo, dia de descanso. 
Desta forma, o que se cultuam são as obras acabadas, é o que fascina a imaginação 
do homem, convertem-se nos ídolos em torno dos quais todos circulam. O homem dentro 
deste prisma encontra-se terminado em seu processo de criação, tendo estabelecido a ele 
próprio. 
A principal categoria de uma filosofia do criador é o momento; e sua proposta é o 
desenvolvimento de uma técnica que oriente o criador entre a crua espontaneidade e a obra 
acabada (Moreno, 1975). 
Moreno enfatiza a influência de Sócrates em sua formação. Sócrates estava 
envolvido com pessoas reais, era um clarificador. Moreno destaca o Sócrates ético, 
transformador. Remonta a origem do sociodrama ao período de Sócrates, e até mesmo ao 
período pré-histórico da humanidade. 
Afirma que a princípio todas as técnicas sociométricas e psicodramáticas tiveram 
um caráter religioso e axiométrico, passando posteriormente do pensamento religioso para 
o científico. Crê, então, em um homem co-participante do seu próprio destino e do próprio 
destino do mundo (Moreno, 1992:26, v. I). 
Outra grande influência em sua teoria foram as idéias e trabalhos de La Salle e 
Marx. Engajado no movimento social de sua época, pôde perceber a influência mútua de 
um indivíduo sobre o outro, bem como a força que emana de um grupo. 
Buscou um método que trata o homem em relação, e não o indivíduo isolado em 
contrapartida à psicanálise. Surgindo assim a psicoterapia de grupo, e sustentando a idéia 
 12 
que "um paciente é um agente terapêutico dos outros. Um grupo é um agente terapêutico 
para outros grupos" (Moreno, 1974:31). 
Entretanto, tudo aquilo que é criado pode cristalizar-se como conserva cultural. Este 
é outro termo bastante utilizado por Moreno e estabelece com a espontaneidade uma 
relação de polaridade, de sorte que esta última só pode ser definida contra aquilo que é 
comum. Em poucas palavras, Moreno (1975:156) esclarece: "a espontaneidade e a 
conserva cultural não existem em forma pura: uma é função, é parasita da outra". 
Desta maneira, as conservas culturais devem ser somente o ponto de partida para o 
ato criador, não obstante se tornariam seus obstáculos. A perda da espontaneidade se dá 
justamente no culto ao que já está pronto, àquilo que a criatividade já produziu. 
O homem criativo apoia seu pé na conserva cultural para ganhar a liberdade e 
reafirmar a sua essência, agindo de modo adequado diante de novas situações, criando uma 
resposta inédita ou renovadora ou, ainda, transformadora de situações preestabelecidas. 
Gonçalves e cols. (1988:47) acrescentam: 
"Quando a concepção moreniana associa o fator e à adequação (ajustamento, adaptação), 
parece estar reunindo termos contraditórios: se, por um lado, valoriza a iniciativa e o 'toque' 
pessoal, por outro propõe o ajustamento, que só parece possível em relação à manutenção do 
que já está pronto (exemplos: grupos sociais, instituições, como escola, emprego etc). Mas é 
preciso compreender o espírito dos escritos de Moreno; sua proposta primordial é a da 
adequação e do ajustamento do homem a si mesmo. Neste sentido, ser espontâneo significa 
estar presente às situações, configuradas pelas relações afetivas e sociais, procurando 
transformar os aspectos insatisfatórios". 
A conserva cultural, caracterizada por comportamentos e por valores e formas de 
participação automatizada na vida social, reduz a espontaneidade a comportamentos 
estereotipados. 
 
Concepção de homem 
Para Moreno é inerente a todo homem a capacidade de, ao entrar em relação com as 
pessoas e com o mundo, fazê-lo de forma espontânea, ou seja, adequada e sintônica com o 
momento, dando respostas novas e criativas a novas situações. 
O conceito de espontaneidade (fator e) de Moreno se contrapõe fortemente ao do 
determinismo psíquico freudiano. Para Moreno, a busca incessante de determinantes para 
toda e qualquer experiência levava Freud a uma perseguição infindável, que muitas vezes 
 13 
terminava em interpretações forçadas, que desconsideravam o momento no qual a 
experiência tinha lugar. Quanto mais longa se fazia a cadeia de determinantes, menos Freud 
considerava a realidade como fator contribuinte (Moreno, 1975). 
Entretanto, se o determinismo psíquico de Freud não deixou lugar para o fator e, 
Bergson foi para o outro extremo, abrindo espaço só para o criativo. A ele coube a honra de 
introduzir na Filosofia o princípio da espontaneidade, porém, no seu universo não há lugar 
para o momento, a duração não é um instante substituído por outro, é um sistema que não 
pode começar e nem repousar, fez do seu élan vital algo tão criador, sendo um instante tão 
criador quanto outro. A filosofia bergsoniana tinha como forte característica a consciência 
da subjetividade. Suametodologia criou uma epistemologia ao estabelecer uma nova 
relação entre metafísica e ciência, fugindo ao conceito tradicional do teórico. Pois a 
"filosofia tida como metafísica é antes de tudo intuitiva, enquanto a ciência é conceitual." 
(Guimarães, 1989:22). Para Bergson, a análise da consciência está basicamente 
fundamentada numa perspectiva psicobiológica. 
"A consciência possui o sentido da união e comporta quantidade e qualidade, corpo e alma. 
Manifesta-se como élan vital cuja essência espiritual é a duração interior. Assim, ela é uma 
das formas de duração. Não é toda a duração, mas apenas a condição de se reencontrar a si 
mesma em sua simplicidade, totalidade e unidade. O seu papel na unificação é positivo, ativo 
e construtivo." (Guimarães, 1989:23). 
Apesar da grande influência do pensamento vigoroso e apaixonado de Bergson que 
podemos encontrar nos escritos de Moreno, ele pouco reconhece esse fator e se posiciona 
entre o determinismo de Freud e as idéias de Bergson: 
"...na minha teoria da espontaneidade existe lugar para um 'determinismo 
operacional, funcional'. De acordo com essa teoria, pode haver, no 
desenvolvimento de uma pessoa, momentos originais, começos 
verdadeiramente criadores e decisivos, sem qualquer horror vacui, isto é, um 
temor de que não exista atrás dele um confortável passado donde promana. 
Não é necessário e, na verdade, é indesejável conferir a todos os momentos no 
desenvolvimento de uma pessoa o crédito de espontaneidade. De tempos em 
tempos, surgem momentos que se convertem em locii nascendi, os quais 
lançam essa pessoa numa nova trilha de experiência ou, como digo 
freqüentemente, num novo papel". (Moreno, 1975:154). 
 14 
Para Moreno, a realização da verdadeira ação espontânea equivale à criação e ao 
desempenho de papéis que correspondem a modelos próprios de existência. 
Toda ação ocorre através da interação de papéis. Para agir de modo espontâneo, é 
necessário nos determos em nosso próprio estado e disposição numa certa situação. É 
fundamental que haja um entendimento com nós mesmos e com o outro. 
A concepção moreniana associa a espontaneidade à adequação e ao ajustamento do 
homem a si mesmo. Ser espontâneo significa estar presente às situações, procurando 
transformar seus aspectos insatisfatórios. Sempre pensamos e agimos em função de 
relações afetivas, mesmo que não sejam conscientes. O homem age em função da imagem 
que tem de si mesmo, de seus semelhantes e de suas reações com estes. 
Para modificarmos uma situação ou estabelecer uma nova situação é necessária a 
criação. "A criatividade é indissociável da espontaneidade. A espontaneidade é um fator 
que permite ao potencial criativo atualizar-se e manifestar-se" (Gonçalves, Wolff & 
Almeida, 1988:47). 
O termo momento foi utilizado insistentemente por Moreno e a compreensão de seu 
significado se faz necessária quando o que está em discussão é o conceito de 
espontaneidade. Trata-se de uma espécie de curto-circuito. É vivido como se subitamente a 
duração fosse alterada, permitindo o destaque de um instante que transforma as pessoas 
envolvidas. O momento de encontro, o de criação são situações em que o ser humano se 
realiza, afirmando o que é essencial no seu modo de ser (Gonçalves Wolff & Almeida, 
1988). 
Para Moreno a situação do nascimento é entendida como marco maior da 
espontaneidade (e). O bebê ingressa ao mundo antes de seu organismo estar preparado para 
satisfazer suas necessidades, encontra-se num total estado de dependência para sobreviver. 
Transfere-se para um conjunto totalmente estranho de relações, não dispõe de modelos, 
defronta-se com uma situação completamente nova, exigindo respostas imediatas. 
O fator espontaneidade (e) habilitaria o bebê a superar-se a si mesmo, a entrar em 
novas situações, estimulando e excitando todos os seus órgãos para modificar suas 
estruturas, para que possa enfrentar suas novas responsabilidades. 
Supõe que: "...no âmbito da expressão individual, existe uma área independente 
entre a hereditariedade e o meio ambiente, influenciada mas não determinada pela 
 15 
hereditariedade (genes) e as forças sociais (tele). O fator e teria a sua localização 
topográfica nessa área" (Moreno, 1975:101). 
A manifestação básica de espontaneidade (e) é chamada de processo de 
aquecimento preparatório. O momento do nascimento é considerado o grau máximo de 
aquecimento preparatório de ato espontâneo e não como um trauma como referem outros 
teóricos. É desta maneira, o estágio final de um ato para o qual foram requeridos nove 
meses de preparação. 
A criança dispõe de forma crucial de auxiliares para se desenvolver, a mãe ou quem 
cuide dela. Esses auxiliares do ponto de vista da criança apresentam-se como extensões do 
seu próprio corpo, nomeado de "ego auxiliar". 
Ao nascer, a criança é um ator sem palavras e quase sem córtex cerebral. Todo 
esforço no sentido de um ato demanda um processo de aquecimento, que possui uma 
expressão somática, psicológica e social. 
A expressão somática é formada através de pequenas zonas, fragilmente 
relacionadas e que se apresentam desigualmente espalhadas por todo o corpo. Toda zona é 
um locus nascendi de um dispositivo físico de arranque no processo de aquecimento 
preparatório. 
O desenvolvimento infantil pode ser compreendido a partir do que vivencia a 
criança, em sua "Matriz de Identidade", considerada sua placenta social. Segundo Moreno, 
no período anterior e imediatamente posterior ao nascimento de um bebê, este vivencia um 
universo indiferenciado, nomeado de Matriz de Identidade. Essa Matriz não é 
experimentada e sim existencial. Onde se atribui o locus do surgimento, a partir de fases 
graduais, do eu e suas ramificações, os papéis. "Os papéis são os embriões, os precursores 
do eu, esforçam-se por se agrupar e unificar." (Moreno, 1975:25). Desta forma, "o 
desempenho de papéis é anterior ao surgimento do eu. Os papéis não emergem do eu, é o 
eu quem, todavia, emerge dos papéis." (Moreno, 1975:25). 
Neste primeiro universo a criança vivência um longo período de imensa 
dependência, permitindo que haja aprendizagem social — matriz de identidade total. 
Após esse momento a criança passa da matriz de identidade total para a matriz de 
identidade diferenciada, podendo separar indivíduos de objetos. No entanto, seus atributos 
estarão ligados a sua realidade. 
 16 
Os primeiros papéis a aparecer são os fisiológicos ou psicossomáticos que podem 
ser distinguidos como os do indivíduo que come, dorme e exerce uma atividade sexual. 
Para Moreno (1975:26), "a hipótese de um eu latente, metapsicológico, pode ser 
conciliada com a hipótese de um eu emergente, operacional." 
Uma das principais características deste primeiro universo é a total amnésia que o indivíduo 
apresenta dos primeiros três anos. Isso ocorre porque a criança está vivenciando um 
processo de aquecimento preparatório de um ato espontâneo. Para um sujeito recordar algo 
posteriormente é necessário que, durante o ato, uma certa parte do seu ego afaste-se, como 
uma espécie de observador participante interno, e registre os acontecimentos. Acredita-se 
que quando nada é recordado pelo sujeito de ações e eventos que ocorrem com ele e ao seu 
redor, é porque esse observador interno não se desenvolveu, pois todas as partes do sujeito 
estavam incluídas no ato. "Devemos supor que a criança procede a um aquecimento 
preparatório dos atos espontâneos, com um tamanho grau de intensidade que todas as 
partículas do seu ser participam do processo — que nem o menor fragmento pode ser 
desviado para fins de registro. Onde não há registro não há recordação." (Moreno, 
1975:116). Assim, a criança tem como referência apenas o momento.Moreno chamou esta 
fase de síndrome da fome de atos, pois compele a criança a uma ação tensa, impedindo uma 
ação focal, dificultando registros destas experiências. 
A relação do bebê com as pessoas e coisas à sua volta ocorre através de uma 
coexistência, co-ação e co-experiência, que caracterizam a matriz de identidade e que 
lançam os alicerces do primeiro processo de aprendizagem emocional da criança. 
Moreno observa um próximo momento em que a criança começa a distinguir atos 
de realidade dos atos de fantasia e denomina essa fase de "brecha entre fantasia e 
realidade". Vai ganhando em autonomia e passa a desenvolver a construção de imagens, 
diferenciando as coisas reais e imaginadas. 
Essa transição propicia uma transformação total na sociodinâmica do universo 
infantil. A partir desse acontecimento surgem dois novos papéis, os sociais e 
psicodramáticos, permitindo à fantasia ser utilizada como realidade própria. 
Através desse novo universo, a criança percebe-se como parte da realidade familiar 
e vivência os papéis sociais: filho, irmão, neto, primo etc, e a partir desses transcenderá a 
família e incluirá outras instituições sociais: escola, clubes, grupos de amigos etc. 
 17 
Os papéis psicodramáticos ou psicológicos são as personificações de coisas 
imaginadas, sendo reais ou irreais: fadas, fantasmas, papéis alucinados. 
Entre todos esses papéis, desenvolvem-se vínculos operacionais que os conjugam e 
integram numa unidade. A partir do desenvolvimento gradual desses vínculos é que 
podemos identificar e experimentar sua unificação chamada "eu". 
No momento do nascimento, não há diferenciação entre o interno e o externo, entre 
objetos e pessoas, entre psique e meio, a existência é total. Poderíamos considerar que os 
papéis psicossomáticos ajudam a criança a experimentar o "corpo", os papéis 
psicodramáticos ajudam a experimentar a "psique" e os papéis sociais a "sociedade". 
Assim, corpo, psique e sociedade são partes intermediárias do eu total (Moreno, 1975). 
"Na verdade, todos os papéis são complementares. São unidades de ação realizadas em 
ambiente humano ou na expectativa de inter-relação. (...) O modo de ser, a identidade de um 
indivíduo decorre dos papéis que complementa ao longo de sua existência e de sua 
experiência, com as respostas obtidas na interação social, por papéis que complementaram os 
seus" (Gonçalves, Wolff & Almeida, 1988:74). 
De alguma forma, percebemos este fator até nos papéis psicossomáticos, que são 
complementados pelos papéis de nutriz e de ego-auxiliar, isto é, a mãe, o pai ou substituto, 
que apresentam-se, do ponto de vista da criança, como extensões do seu próprio corpo, 
auxiliando em suas necessidades. 
O termo tele (distante) foi introduzido por Moreno, para nomear o conjunto de 
processos perceptivos que permitem que o sujeito tenha uma valoração correta de seu 
mundo circundante. 
O primeiro reflexo social que indica o surgimento do fator tele é quando a criança, 
através do desenvolvimento de seu sistema nervoso e o amadurecimento dos órgãos do 
sentido, consegue aos poucos diferenciar o eu do não eu, podendo responder aos estímulos 
externos com atração ou rechaço. Este momento constitui o núcleo das posteriores condutas 
de atração e repulsão e das emoções. Com o desenvolvimento da criança, o fator tele torna-
se cada vez mais complexo. Partindo de uma tele indiferenciada para a matriz de 
identidade, em que se confundem pessoas e coisas, fantasia e realidade, passa-se para um 
período em que a tele começa a se ramificar aumentando, na criança, a capacidade 
discriminativa. Emerge, então, a tele para pessoas e a tele para objetos, a tele para objetos 
reais e para objetos imaginários. A partir do desdobramento da vida afetiva e da 
 18 
complexidade do meio em que o sujeito se desenvolve, o fator tele continua a se 
especializar. 
Segundo Moreno, a inteligência e a memória terminam geralmente se sobrepondo à 
espontaneidade (e) e a criança torna-se mais rígida, mais submissa aos estereótipos sociais. 
Em sua proposta de uma Psicologia do ato criador não existiria a distinção entre 
consciente e inconsciente. "Um criador é como um corredor, para quem, no ato de correr, a 
parte do caminho que ele já passou e a parte que tem diante de si são uma só coisa, 
qualitativamente" (Moreno, 1975:84). No entanto, sua utilização tem como objetivo 
proceder ao levantamento de uma ciência das características do ato improvisado. 
E define o inconsciente como: "um reservatório continuamente enchido e esvaziado 
pelos 'indivíduos criadores'. Foi criado por eles e, portanto, pode ser desfeito e substituído" 
(Moreno, 1975:84). 
O ato criador tem como primeira característica a espontaneidade; a segunda é a 
sensação de surpresa; a terceira é a sua irrealidade, faz parecer como se, pois tem como 
objetivo mudar a realidade; a quarta característica é um atuar sui generis; a quinta é a sua 
consubstanciação mimética. 
No início da representação criadora espontânea, todo o seu processo parece penetrar 
de maneira informe e anárquica num meio ordenado e numa consciência bem estabelecida, 
porém, ao longo de seu desenvolvimento, percebe-se que pertence a uma só classe, 
internamente, existe uma necessidade imperiosa de assumir forma definida; a sutileza do 
princípio criador, que se liga à astúcia da razão para constituir uma intenção imperativa. 
"O sentido de espontaneidade, enquanto função cerebral, mostra um desenvolvimento mais 
rudimentar que qualquer outra importante função fundamental do sistema nervoso central. 
Talvez isso se deva ao fato de que, na civilização de conservas que criamos, a espontaneidade 
é muito menos utilizada e treinada do que, por exemplo, a inteligência e a memória" (Moreno, 
1975:97). 
 
Relação sujeito-objeto 
Na visão moreniana o ser humano é um agente participante desde a sua primeira 
entrada na cena da vida social, isto é, ele pressupunha que o nascituro participava do parto 
ativamente. Desta forma, o nascimento seria o primeiro ato espontâneo. Isto ocorre quando 
seu desenvolvimento e maturação alcançam um grau de evolução tal que as condições 
 19 
existentes dentro da cavidade uterina tornam-se insuficientes e insuportáveis. A partir deste 
momento a permanência intra-uterina se tornaria impossível. Assim, a busca do feto por um 
ambiente adequado às suas necessidades não é passiva. O nascer é um "ato compartilhado" 
em que os diferentes esforços do feto integram-se com os da mãe, resultando num processo 
de individualização e, em seguida, se implanta a matriz de identidade. 
O resultado final do nascimento, é a catarse de integração. 
"A catarse de integração é o resultado final de uma série de processos, isolados no seu início, 
que confluem em determinado momento, inter-relacionando-se e produzindo um resultado 
final comum, diferente de cada uma das finalidades parciais. Ainda mais, os objetivos 
parciais, neste caso, conseguem sua máxima realização através do resultado comum." (Rojas-
Bermúdez, 1970:42). 
No processo psicoterápico Moreno acredita que: "a Catarse de Integração é 
engendrada pela visão de um novo universo e pela possibilidade de um novo 
crescimento..." (Rojas-Bermúdez, 1970:43). 
Na teoria da espontaneidade a categoria do momento possui um significado, um 
lugar. E para que a categoria do momento possua significado é necessário fazer parte de um 
universo aberto, isto é, um universo em que tenham lugar a mudança e a novidade. Pois 
num universo fechado não há crescimento, espontaneidade ou criatividade. 
A conserva cultural oferece ao indivíduo um serviço análogo ao que, como 
categoria histórica, oferece à cultura geral — continuidade de herança —, garantindo para 
ele a preservaçãoe continuidade do seu ego. 
Segundo Moreno, é necessário para a manifestação da criatividade que as conservas 
culturais constituam somente o ponto de partida e a base da ação, sob pena de se 
transformarem em seus obstáculos — cristalização de um processo de criação ou de um ato 
criador. 
Moreno nos apresenta em sua teoria a estrutura do "Tele". É definido por ele "como uma 
ligação elementar que pode existir tanto entre indivíduos como, também, entre indivíduos e 
objetos e que no homem, progressivamente, desde o nascimento, desenvolve um sentido das 
relações interpessoais (sociais)" (Moreno, 1974:52). 
Moreno acredita que é praticamente impossível, devido a diversas circunstâncias e 
interferências que o sujeito sofre ao longo de sua evolução, um desenvolvimento do fator 
tele sem alteração. Experiências anteriores marcantes influem para que tendamos a viver 
 20 
uma situação nova como se fosse a situação do passado. O conjunto de alterações 
psicopatológicas da tele compõe a transferência (Rojas-Bermúdez, 1984). 
Para ele, a transferência equivalia ao embotamento ou à ausência do fator tele. 
Desta forma, a presença de transferência, frequentemente é a causa de equívocos e até de 
sofrimento nas relações interpessoais. 
Moreno, em sua busca de um resgate da percepção télica, deteve- se em fenômenos 
que ocorriam na ligações entre as pessoas. Como os estados co-conscientes e co-
inconscientes, em que são definidos como co-conscientes aqueles estados que os 
participantes têm experimentado e produzido conjuntamente e que só podem ser 
representados ou reproduzidos conjuntamente. O co-inconsciente refere-se a vivências, 
sentimentos, desejos, fantasias comuns a duas ou mais pessoas (Gonçalves, Wolff e 
Almeida, 1988). 
Para Moreno, a teoria das relações interpessoais baseia-se na idéia e experiência do 
encontro de dois atores. E acredita que tanto nas Psicologias centradas nos indivíduos 
quanto nas sociologias centradas nas multidões existe um fator limitante que é a ausência 
do "outro ator". 
Vários termos são representativos desta experiência, Moreno utiliza "encontro" e 
nos traduz como 
"mais do que vaga relação interpessoal. Significa que dois ou mais atores se encontram, não 
apenas para se defrontarem, porém, para viverem e experimentarem um ao outro, como atores 
por direito nato, não como encontro forçado "profissional": um assistente social ou médico ou 
participante observador e seus clientes, caracterizados pelo status "desigual" dos participantes, 
mas, sim, encontro de duas pessoas. Em um encontro, as duas pessoas estão lá, espacialmente, 
com toda a sua força e toda a sua franqueza, dois atores humanos fervendo de espontaneidade 
e apenas, parcialmente, conscientes de seus objetivos mútuos. Somente pessoas que se 
encontram podem formar grupo natural e começar verdadeira sociedade de seres humanos." 
(Moreno, 1992:169). 
Na teoria da ação, Moreno nos traz como fundamento essencial, a experiência da 
ação livre, espontânea, na qual proporciona ao sujeito recuperar suas melhores condições 
para a vida criativa. 
A verdadeira ação espontânea equivale à criação e ao desempenho de papéis que 
correspondem a modelos próprios da existência. 
 21 
A interação por meio de papéis corresponde à ação. Assim, para agir em conjunto as 
pessoas precisam de um tempo de preparação. Para agir de modo espontâneo é preciso que 
"nos entendamos", conosco e com o outro. 
Segundo Moreno a dramatização é o método por excelência para o 
autoconhecimento, o resgate da espontaneidade e a recuperação de condições para o inter-
relacionamento. É uma possibilidade de entrar em contato com conflitos inconscientes. 
Desta maneira, as técnicas e instrumentos utilizados na sessão de psicodrama 
objetivam facilitar ao protagonista (sujeito que emerge para ação dramática) encontrar os 
papéis que vem evitando ou mesmo desempenhando sem espontaneidade (Gonçalves, 
Wolff e Almeida, 1988). 
A proposta da revolução criadora de Moreno é a recuperação da espontaneidade e 
da criatividade perdidas, através da catarse mental. O princípio produtor de catarse é a 
espontaneidade (Moreno, 1975). 
Moreno entende que é particularmente no psicodrama que a espontaneidade opera 
para além da dimensão das palavras, atingindo todas as outras esferas expressivas. A partir 
daí, criou uma série de técnicas e de possibilidades de atuação que deixaram para seus 
seguidores um campo vasto e aberto a novas criações. 
É importante dizer que, muito embora o psicodrama seja socialmente difundido 
apenas como uma técnica, ou um conjunto de técnicas, ele de fato é bem mais do que isso. 
Moreno apresentou uma teoria de desenvolvimento e mostrou como, ao longo da história 
do indivíduo, na sua relação com o mundo e com as pessoas, a psicopatologia pode ser 
desenvolvida. Definiu a doença mental, a partir dos conceitos de espontaneidade e 
criatividade, como a incapacidade de dar respostas criativas e adequadas a uma nova 
situação e encontrou, aí sim, no método psicodramático, a possibilidade de resgatar essas 
potencialidades. 
O trabalho da psicoterapia, para Moreno, é restabelecer a espontaneidade e a 
criatividade daqueles que a perderam, daqueles que presos à expectativas socioculturais, em 
seus desempenhos de papéis, agem de forma estereotipada e cristalizada. O terapeuta 
moreniano atuará no sentido de favorecer o desenvolvimento e a maturação das 
potencialidades do paciente, resgatando a espontaneidade por meio da catarse e através da 
técnica psicodramática. E sua proposta imodesta intenta atingir não um único homem, mas 
 22 
toda uma sociedade. Em sua palavras: 
"Há dois mil anos, a humanidade sofreu, como nós hoje, uma crise de primeira grandeza. Para 
as grandes massas, a catarse proveio do Cristianismo, devido à universalidade dos seus 
métodos e à praticabilidade dos seus instrumentos (...). Em nosso tempo, as ciências sociais e 
mentais têm em mira um propósito semelhante ao que a religião atingiu outrora. As massas 
humanas sofrem de inquietude social e mental. Provavelmente, a catarse virá de novo de 
instrumentos que combinam a universalidade de método e grande praticabilidade. Um dos 
métodos mais promissores desenvolvidos nos últimos vinte e cinco anos e que preencheu 
essas exigências é o método psicodramático" (Moreno, 1975:17). 
 
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GUIMARÃES, M. B. de B. A qualidade do pensamento em Bergson. Recife: Pernambuco, 
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JONES, P. Drama as Therapy: Theatre as Living. London: Routledge, 1996. 
MARINE AU, R. F. Jacob Levy Moreno - 1889-1974 - Pai do Psicodrama, da Sociometria 
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. Psicodrama. São Paulo: Cultrix, 1975. 
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. O Teatro da Espontaneidade. São Paulo: Summus, 1984. 
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Goiânia: Dimensão, 1992. Vol. I. 
ROJAS-BERMÚDEZ, J. G. introdução ao Psicodrama. São Paulo: Mestre Jou, 1970. 
ROJ AS-BERMÜDEZ, J. G. Que es el Sicodrama? Teoria y Prática. Buenos Aires: 
Celsius, 1984.

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