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Redes de empresa Profª Vânia Ferreira Roque-Specht • Umas das formas de alianças estratégicas é a formação de redes entre empresas. • Uma prática atual que pretende garantir a sobrevivência e competitividade principalmente das pequenas e médias empresas, criando desta forma, uma nova arquitetura organizacional e inovando na formação de relacionamento entre empresas Mazzali (2000:155) diz que: • As redes constituem arranjos organizacionais que utilizam recursos e envolvem a gestão das interdependências de várias empresas, criando um ambiente suscetível de provocar a emergência de externalidades dinâmicas (pecuniárias - dinheiro, tecnológicas, denandas, etc), complementaridades e fenômenos cumulativos, notadamente no plano das competências (Guillon, 1992, p. 573)”. • De acordo com LEON (1998), as redes de empresas são formadas inicialmente com o objetivo de reduzir incertezas e riscos, organizando atividades econômicas a partir da coordenação e cooperação entre empresas LEON, M.E.: Uma Análise de Redes de Cooperação das Pequenas e Médias Empresas do Setor das Telecomunicações. Dissertação Mestrado, Engenharia de Produção da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, Dez., 1998. • Para RIBAULT et al. (1995) a sociedade de empresas, por vezes chamada rede de empresas, é um modo de agrupamento de empresas destinado a favorecer a atividade de cada uma delas sem que estas tenham forçosamente laços financeiros entre si. • As empresas em rede complementam-se umas às outras nos planos técnicos (meios produtivos) e comerciais (redes de distribuição) e decidem apoiar- se mutuamente em prioridade; mas a constituição em rede pode também traduzir-se, por exemplo, pela criação de uma central de compras comum às empresas da rede. Vantagens de uma Rede de Empresas • As redes interempresariais apresentam-se como alternativa viável e promissora para a sobrevivência e desenvolvimento de pequenas e médias empresas. Segundo Amato (2000), a constituição de uma rede de cooperação viabiliza, às organizações, entre outros fatores, a: • Permitir a definição de estratégias conjuntas: pois as empresas estarão cooperando umas com as outras; • Valorizar marcas e possibilitar o marketing compartilhado: as campanhas publicitárias serão desenvolvidas para a rede, e, desta forma, estarão melhorando a comunicação com os consumidores para fortalecer a marca e firmar um conceito comum; • Reduzir custos de produção e riscos de investimentos: já que o mesmo será dividido com todas as empresas da rede; • Intensificar a comunicação e o acesso à informação: a interconexão entre as empresas leva a uma intensificação do processo de comunicação, e, consequentemente, à maior riqueza das fontes de informação; • Ampliar a escala produtiva e dimensões de mercado: a cooperatividade viabiliza maior escala de produção a um custo e tempo menores, possibilitando às empresas explorar outros mercados; • Facilitar o acesso ao crédito e à capacitação gerencial: empresas reunidas possuem maior poder de negociação, facilidade em linhas de crédito, maior credibilidade pelo número de empresas envolvidas, além de disponibilizar um nivelamento de conhecimento gerencial para melhorar e aprimorar o planejamento estratégico da rede • As empresas escolhem-se por afinidade. Podem constituir uma rede profundamente original relativamente às empresas concorrentes, conferindo a si próprias um grau elevado de exclusividade. Inconvenientes na Formação de uma Rede de Empresas • Existe um risco de instabilidade da rede a partir do momento em que os parceiros deixam de poder respeitar entre si os compromissos informais de apoio mútuo. Redes Geradas pela Economia Regional e Distritos Industriais • Segundo POWELL (1990), objetivando vantagens da aglomeração, as novas formas de colaboração entre empresas em distritos industriais ou zonas específicas é uma redescoberta, ou uma revigoração dos distritos industriais do século dezenove. Para ele, as empresas escolhem a localização em uma área, dada a existência de densa sobreposição de aglomerados de firmas, provida de mão-de-obra e infra-estrutura institucional. • Ele as exemplifica da seguinte forma: • Associação de Empresas Especializadas • Redes de Pequenas Empresas em Zonas Específicas • Associação de Empresas Especializadas • Constituída por associação de empresas especializadas, cada qual com inigualável perícia e flexibilidade em uma particular fase ou tipo de produção. Utilizando sistema de produção, ligam empresas de pequeno e médio porte com um vasto espectro de arranjos institucionais e promovem a apropriada coexistência das indústrias, como um conjunto. No suporte de serviços são incluídos: • institutos de pesquisa industriais; • centros de treinamento vocacional; • firmas de consultoria e agências de marketing. • Redes de Pequenas Empresas em Zonas Específicas • São pequenas empresas agrupadas em zonas específicas de acordo com seus produtos, dando origem a distritos industriais. Neste caso, todas as firmas têm um grau de integração vertical verdadeiramente pequeno. A produção é conduzida pela extensiva distribuição de acordos colaborativos. As Redes Empresariais como uma Nova Tipologia no Paradigma Industrial • GRANDORI & SODA (1995) propõem uma nova tipologia conhecida como Redes Inter-Empresariais. • Estas redes são classificados segundo seus graus de formalização, centralização e mecanismos de cooperação, as redes empresariais podem se apresentar como: • (i) Sociais • (ii) Burocráticas • (iii) Proprietárias. GRANDORI, A. & SODA, G.: “Inter Firm Networks: Antecedents, Mechanism and Forms”. Organization Studies, 16/2, 1995. • Redes Sociais: São redes em que o relacionamento dos integrantes não é regido por nenhum tipo de contrato formal. Podemos subdividi-las em Redes Sociais Simétricas ou Redes Sociais Assimétricas. • Redes Sociais Simétricas: Não existe um pólo detentor de poder diferenciado, isto é, todos os participantes têm a mesma capacidade de influência. • Redes Sociais Assimétricas: Caracterizam-se pela presença de um agente central. Com freqüência existem contratos formais entre as firmas deste tipo de arranjo, mas os mesmos se referem às especificações de produtos ou serviços negociados, e não à organização do relacionamento entre as empresas. • Redes Burocráticas: São caracterizadas pela existência de um contrato formal que se destina a regular não somente as especificações de fornecimento, como também a própria organização da rede e as condições de relacionamento entre seus membros. • Redes Burocráticas Simétricas: As associações comerciais por auxiliarem o desenvolvimento de acordos formais de relacionamento entre diversas firmas dos mesmos setores, sem que prevaleçam interesses particulares. • Redes Burocráticas Assimétricas: Redes de agências, licenciamento e franquias são casos tradicionalmente conhecidos deste tipo de rede. • Redes Proprietárias: Caracterizam-se pela formalização de acordos relativos ao direito de propriedade entre os acionistas de empresas. • Redes Proprietárias Simétricas: São os joint-ventures, geralmente empregadas na regulação das atividades de pesquisa e desenvolvimento (P&D), inovação tecnológica e de sistemas de produção de alto conteúdo tecnológico. • Redes Proprietárias Assimétricas: São normalmente encontradas nas associações do tipo capital ventures, querelacionam o investidor de um lado e a empresa parceira de outro. São encontradas em maior freqüência nos setores de tecnologia de ponta onde se estabelecem os mecanismos de decisão conjunta e até mesmo de transferência de tecnologia gerencial. Joint venture ou empreendimento conjunto é uma associação de empresas, que pode ser definitiva ou não, com fins lucrativos, para explorar determinado(s) negócio(s), sem que nenhuma delas perca sua personalidade jurídica. Difere da sociedade comercial (partnership) porque se relaciona a um único projeto cuja associação é dissolvida automaticamente após o seu término. • Segundo CASAROTTO FILHO (1999) é pouco provável que uma pequena empresa consiga dominar sozinha todas as etapas de uma cadeia de produção. Pela formação de redes de cooperação percebe-se que as pequenas e médias empresas geralmente mais ágeis e flexíveis nos seus processos que as grandes empresas, podem-se tornar igualmente competitivas se agregarem as vantagens que as grandes tem como por exemplo tecnologias, logística e etc. • De acordo com CASAROTTO (1998) apresenta primeiramente dois tipos de redes para pequenas empresas. • Top-down baseia-se na relação entre uma grande empresa de um determinado setor, a chamada rede “mãe”, onde esta empresa passa a ter relações com várias empresas de pequeno e médio porte as quais fornecem insumos necessários para a produção da empresa “mãe”. Geralmente estas empresas competem por liderança de custo. • Rede flexível de pequenas empresas, que acontece quando as pequenas e médias empresas reúnem-se a partir da formação de um consórcio com objetivos comuns, com cada uma das empresas sendo responsável por uma parte do processo de produção, ou seja, o conjunto das atividades desta empresa e a sua forma de funcionamento faria com que elas atuassem como uma grande empresa. • Dentre as mais recentes formações de redes entre empresas encontrados na literatura, estão os Clusters e as organizações virtuais. • Segundo Porter (1998) o conceito de cluster, pode-se entendê- lo, de modo abrangente, como concentração setorial e geográfica de empresas. Dentre as características mais importantes tem-se o ganho de eficiência coletiva, entendida como a vantagem competitiva das economias externas locais e da ação conjunta. • De acordo com PORTER (1998), o sucesso das firmas de uma determinada nação, atuando em um particular ramo da economia é determinado por uma série de fatores condicionantes. Estes fatores, seriam, as condições da demanda, as relacionadas indústrias de apoio, a estratégia da firma, sua estrutura e o nível de rivalidade presente no ambiente local. PORTER, M.: Vantagem Competitiva. Criando e sustentando um desempenho superior. 13 ed., Rio de Janeiro, Campus, 1989 – 13 ed. 1998. • A grande novidade trazida pelas organizações virtuais refere-se ao fato de que, através dos modernos meios da informática e da telemática torna-se possível a agilização de negócios e de transações interempresariais em uma velocidade nunca vista antes ao longo da história. • Segundo BREMER (1996) apud GOLDMAN (1995), pode-se destacar as seguintes razões estratégicas para a adoção do modelo das organizações e ou empresas virtuais na análise da competitividade: • Compartilhar recursos, instalações e eventualmente competências a fim de ampliar o alcance geográfico ou tamanho aparente que um concorrente pode oferecer a um cliente e, • Dividir os riscos e os custos de infra-estrutura para candidatar-se à concorrência. BREMER, C.F.: Uma análise da Aplicação do Modelo de Empresas Virtuais na Indústria Brasileira. WZL. Univ. Aachen, Alemanha, 1996. Requisitos Essenciais Para o Nascimento e Desenvolvimento de Redes de Empresas
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