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Ludoterapia, Musicoterapia e Terapia com Bebês

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ – CAMPUS MACAÉ
GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA
SDE0188 - TEORIAS E TÉCNICAS PSICOTERÁPICAS
Profa. Dra. Aline Vilhena Lisboa
LUDOTERAPIA, MUSICOTERAPIA, TERAPIA INFANTIL E DE BEBÊS
Histórico da ludoterapia
Melanie Klein (1997/1932) ao iniciar seu trabalho na década de 20 crianças, desenvolveu um novo instrumento de trabalho: a técnica do brincar. Por meio dessa técnica foi possível compreender os principais mecanismos de defesa existentes na tenra infância: a fixação e as experiências recalcadas que exercem uma influência importante em seu desenvolvimento. Por não considerar que exista facilidade de associações livres pela criança, Melanie Klein tratou o brincar como equivalente a expressões verbais, isto é, como expressão simbólica de seus conflitos inconscientes. O brincar da criança poderia representar simbolicamente suas ansiedades e fantasias e que estas brincadeiras possibilitariam conhecer os significados latentes e estabelecer correlações com situações experimentadas ou imaginadas por elas.
Na psicanálise infantil o brincar tomou forma e sentido, passou a ser visto e trabalhado como técnica infantil, chamada de ludoterapia. Para a psicanálise infantil a palavra e o brincar da criança devem ser resgatados em toda sua autenticidade. Essa abordagem vai além da concepção cronológica e objetiva revelar o que há de específico no infantil e na criança.
A brincadeira se torna um viés da sublimação de eventos traumáticos para a criança, usando da transferindo interesses, fantasias, ansiedades, medos, culpa ao ato. Além disso, o brincar é um ato de descarga pulsional. Desse modo, podemos pensar que a criação, no uso da criatividade através do brincar, seria um sentido dado às pulsões de vida e de morte.
Conceito e fundamento da Ludoterapia
A Ludoterapia é uma técnica psicoterápica usada no entendimento do processo de desenvolvimento da criança e no tratamento dos distúrbios de conduta infantis e baseia-se no fato de que o brincar é um meio natural de autoexpressão da criança, podendo ser utilizada de forma individual ou grupal e realizado com uma equipe multidisciplinar.
A palavra ludoterapia é derivada da palavra inglesa play-therapy, podendo ser literalmente traduzida como terapia pelo brincar. Ela é muito utilizada na clínica infantil por psicólogos e no tratamento de transtornos ou problemas de comportamento. Baseia-se na utilização de recursos lúdicos como jogos, brinquedos e nas brincadeiras de faz de conta. O processo de ludoterapia é um espaço de construção de significados e sentidos e de ressignificação. É indicado como uma forma de prevenção e de desenvolvimento da criança. A ludoterapia propicia à criança autista, por exemplo, um momento de imaginação, já que a mesma se fecha na comunicação com o mundo.
O psicólogo deve trabalhar aspectos ligados à afetividade, interação e socialização que ajudarão esta criança no seu desenvolvimento cognitivo e afetivo. A ludoterapia possibilita a construção das representações psicológicas e para Vygotsky (1998) compreende um momento de experiência. O mesmo autor ainda relata que durante o brincar, a criança substitui os objetos por outros que lhe dão mais sentido. A produção de sentido permite que a criança se organize enquanto ser social. O brincar da criança propicia a construção subjetiva dos signos e dos significados, dos eventos e das relações humanas.  Vygotsky analisa o faz de conta tecendo a vinculação existente entre o real e o imaginário, num processo dialético constante, afirmando que existe um impulso criativo capaz de reordenar o real em novas combinações. A imaginação é composta por elementos retirados da realidade da criança. Os jogos são importantes instrumentos de desenvolvimento na aprendizagem da criança. 
A MUSICOTERAPIA
A música constitui uma ferramenta auxiliar na terapia. Ajuda no tratamento e na integração de crianças em programas terapêuticos. A música envolve criatividade, performance, escuta, memória, comunicação, expressão, sentimentos e emoção. Ela contribui para o desenvolvimento cognitivo, favorecendo a recepção de informações de modo espontâneo.
O trabalho de musicoterapia é desenvolvido por um psicólogo com formação musical, mas pode ser desenvolvido também por uma equipe multidisciplinar. O uso da música como técnica tem permitindo a criança com baixo nível de desenvolvimento linguístico, se expressar de forma mais coerente. 
TERAPIA COM BEBÊS
O método Bick de observação de bebês foi criado em 1948 pela psicanalista inglesa Esther Bick para acompanhar a relação mãe-bebê. O método compreende uma ferramenta de aprendizagem por permitir acompanhar o desenvolvimento do bebê e a constituição e desdobramento de sua relação com seus familiares, sobretudo com sua mãe. Ainda em relação à aprendizagem, o método Bick de observação ajuda o clínico a desenvolver atitudes que são fundamentais na prática clínica, tais como receptividade, holding, sensibilidade para comunicações infantis, entre outras.
Aspectos clínicos do método Bick 
O método Bick de observação considera alguns pressupostos da Psicanálise tais como o inconsciente, o processo da transferência e contratransferência e atenção flutuante. A posição do terapeuta é de observador essencialmente e pouco deve intervir, para que não sejam produzidas maiores distorções na relação do bebê com a família. Ele deve permanecer no campo emocional do bebê e seu entorno, mas deve evitar causar grandes perturbações no meio familiar. De acordo com Oliveira-Menegotto, Lopes e Caron (2010), o método Bick de observação é constituído por três momentos: “o momento da observação propriamente dita, o momento do relato da observação e o momento da leitura e discussão do relato da observação, em supervisão coletiva. No que se refere ao primeiro momento, o método Bick de observação, em sua versão original, consiste em observações semanais, com a duração de uma hora cada, durante um período de dois anos “(p. 05). 
O terapeuta deve manter uma regularidade das observações, usando o mesmo lugar e a mesma hora e dia da semana. O segundo momento compreende a transformação das observações em relatos escritos, narrando os acontecimentos, sem interpretação ou julgamento de valor. Ao final, deve ler e discutir em equipe.
Referências
Oliveira-Menegotto, Lisiane Machado de ; Lopes, Rita de Cássia Sobreira; Caron, Nara Amália. O método Bick de observação da relação mãe-bebê: aspectos clínicos. Psicologia Clínica. Rio de Janeiro, vol.22, n.1, p.39 – 55, 2010.
Klein, M. (1997). A psicanálise de crianças (L. P. Chaves, trad.). Rio de Janeiro: Imago. (Trabalho original publicado em 1932)
VYGOTSKY, L. S. A Formação Social da Mente. Martins Fontes: São Paulo, 1998.

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