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Filme: Da servidão Moderna - Resenha

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Filme: “Da servidão moderna	
1. A mercadoria e o trabalho
 A servidão moderna é uma escravidão voluntária consentida por todos, onde se tornam escravos que se arrastam pela face da terra. Compram as mercadorias que os escravizam cada vez mais, procuram trabalhos cada vez mais alienantes onde só demonstram estarem cada vez mais domados, ainda que tenham consciência de sua exploração, não se importam. O que interessa é apenas produzir e consumir, ainda que para isso, torne-se parte da mercadoria. 
 No nosso sistema econômico, surgem, de maneira periódica, novas necessidades consideradas vitais pela imensa maioria da população, sendo constantemente substituídas, incentivando cada vez mais o consumo. Essas mercadorias excessivamente distribuídas em um curto lapso de tempo servem, por um lado para isolar o homem mais e mais de seus semelhantes, e por outro lado para difundir as mensagens dominantes do sistema. E assim, as coisas que possuímos acabam nos possuindo, ao invés de nós possuirmos-las. A busca do prazer imediato é a regra do modo de alimentação dominante, assim como todas as formas de consumo, e as conseqüências desse meio de alimentação são vistas em todas as partes. E neste estreito e escuro espaço onde vive o escravo acumula as mercadorias, que segundo as mensagens publicitárias onipresentes, deverão lhe trazer a felicidade e plenitude. Mas quanto mais ele acumula mercadorias, mais se afasta dele a possibilidade de um dia, ter acesso a verdadeira felicidade. 
 Para entrar nessa onda do consumo frenético é preciso de dinheiro, e para se tê-lo, é preciso trabalhar, ou melhor, “vender-se”. O sistema dominante fez do trabalho seu principal valor, e os escravos devem trabalhar cada vez mais para "pagar a crédito sua vida miserável.” Esgotam-se no trabalho, perdem com ele a maior parte de sua força vital e tem que suportar as piores humilhações, passa a vida toda fazendo uma atividade fatigante e monótona para o benefício de poucos. A tensão do desemprego moderno tem como propósito assustá-los e fazê-los agradecer sem parar a generosidade do poder, mantendo assim, permanentemente presos a essa situação, ainda que sejam essas as atividades que nos apresentem como liberdade e autonomia.
2. O voto e as leis
 Nenhum dos partidos políticos que possam chegar ao poder contestam o que impõe o mercado, brigam por pequenos detalhes, com o intuito impor suas ideologias, enquanto divulgam a falsa crença difundida pelos meios de comunicação de que nós é que escolhemos a realidade que queremos viver. A aparência e a futilidade se sobressaem sobre o enfrentamento das idéias e tudo isso não se assemelha em nada, nem de longe, com uma sociedade democrática. 
 A democracia real se define principalmente pela participação massiva dos cidadãos na gestão dos assuntos do Estado de forma direta e participativa, enquanto a falsa democracia limita o poder dos cidadãos ao simples direito de votar, onde escolher entre "cinza clara ou cinza escuro" não é decisão alguma, pois no fim as cadeiras são ocupadas em sua imensa maioria pela classe economicamente dominante. Classe essa que encontra no Direito o amparo legal para "justificar" essa escravidão, através de toda a estrutura trabalhista edificada ao longo do tempo.
3. Conclusão
 O Documentário mostra a escravidão vivida pela população atual criada através dos tempos. Uma escravidão sem correntes ou algemas criada a partir do sistema capitalista controlador, que tem como foco mostrar os meios encontrados por este sistema para controlar e persuadir os servos através de uma imagem de um mundo onde quem domina e tem poder é aquele que tem dinheiro, onde com o mesmo poderá adquirir coisas, que para essas pessoas são necessárias e onde verdadeiramente não são. O filme ainda relata a diferença social imposta pelo mesmo sistema controlador, enquanto uma parte da população digere produtos agroquímicos outros são obrigados a passar por miséria e fome. Por trás da desigualdade social há sofrimento, medo, humilhação, mas há também o extraordinário milagre humano da vontade de ser feliz e de recomeçar onde qualquer esperança parece morta. Tem um importantíssimo cunho crítico, o qual busca obrigar-nos a abrir os olhos, e enxergar o dever de resguardar essa dimensão humana nas análises e intervenções sociais, desmentindo as clássicas imagens dos desvalidos contentando-se em se conservarem vivos. Assim, ela colabora com o aperfeiçoamento de políticas sociais, evitando mecanismos de inclusão social perversa. Um afeto que é a base da ética e da política; uma liberdade que exige a ação coletiva e não se confunde com livre-arbítrio, tendo por base a criatividade e a imaginação. Nessa perspectiva, um dos desafios do combate à desigualdade social é elucidar o sistema afetivo/criativo que sustenta a servidão nos planos e nos planos políticos, para planejar uma práxis ético/estética de transformação social.
TRABALHO – (dia 25/04, aula com o 1ºB)
1. O que é necessário para o consumo frenético? Reflita criticamente.
Para muitos é a coisa mais importante, o consumismo tornou-se o principal valor. Estamos sempre buscando uma felicidade que nunca chegará – e que de acordo com o filme, nunca seremos felizes consumindo, pois sempre haverá algo novo – tornando coisas novas constantemente “velhas” cada vez mais rápido, devido a grande e diversificada oferta no mercado, criando necessidades onde temos a idéia de que sem aquilo não dá pra viver, criamos ofertas que determinam a demanda. Por exemplo, antigamente compramos somente o que tinha necessidade, hoje o marketing nos faz criar necessidades absurdas que são tidas como urgentes e absolutas.
2. O que significa “pagar a crédito sua vida miserável”?
A questão do dinheiro – cada vez menos dinheiro em espécie e mais dinheiro em cartões, na medida em que o dinheiro em papel não circula, fica retido nos bancos, de forma que se acumulam e quando usamos o cartão de credito fazemos mais dinheiro pro banco – tais como os juros, limites de cheques e cartões, empréstimos, os quais recorremos constantemente, cobrando taxas abusivas e fazendo com que cada dia que passe nos tornemos cada vez mais escravos do dinheiro, sempre devedores
3. Qual a consequencia do trabalho moderno?
Temos que trabalhar cada vez mais, ainda que tal trabalho promova o esgotamento (físico e psicológico), humilhações diárias e que o proveito seja apenas para alguns. 
4. O que o autor fala sobre desemprego moderno? O que pensa disso?
É nossa grande prisão - se trabalhar é escravidão, não trabalhar é pior ainda. O trabalho é a nossa prisão, onde nos acostumamos com isso e é só o que sabemos fazer. Alienação travestida de libertação, onde gastamos a vida inteira atrás de uma vida que literalmente perdemos, recebendo, muitas vezes, migalhas que nos são repassadas como oportunidades as quais devemos demonstrar profunda gratidão.
5. Que consequencia traz a organização cientifica do trabalho?
Cria-se toda uma estrutura – no caso, o Direito Trabalhista –, para justificar essa escravidão, de tal maneira que possamos ser explorados dentro da lei. Seja legal ou ilegalmente devemos produzir cada vez mais, onde as pessoas trabalham excessivamente, mas não podem usufruir, pois o pouco que ganham é levado pela inflação, juntamente com seu tempo. No final das contas, o direito do trabalho, por mais que tente humanizar o ser humano, acaba sendo uma ferramenta apenas para justificar a exploração, onde o ser humano torna-se uma máquina e a verdadeira maquina é que “passa” a ter sentimentos
6. O que o autor fala sobre o trabalho especializado? O que você pensa a respeito?
 “O único jeito de assegurar o poder é distribuir cargos. - Getúlio Vargas” Técnica usada, por exemplo, pela Mitsubishi e Toyota, onde cada fábrica desenvolve apenas um tipo de peça – nos remete à idéia de que somos preparados para fazer apenas uma coisa, onde o trabalho repetitivo se estende por toda a vida. Nofinal das contas, o sistema nos faz produzir, consumir e tornar escravos através do trabalho.

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