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Direito Civil - art. 103 a 140

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TÍTULO I
Do Negócio Jurídico
 CAPÍTULO I
Disposições Gerais
Art. 104 – A validade do negócio jurídico requer:
I. Agente Capaz; (quem pode firmar o negócio:
- pessoa a partir de 18 anos, com capacidade plena;
- absolutamente incapaz deve ser representada por seu representante
- relativamente incapaz deverá estar devidamente assistida pelo seu assistente
- pessoa jurídica representada por seu representante legal ou voluntário
II. Objeto lícito, possível, determinado ou determinável; (o que vai ser negociado
- objeto lícito é aquele que está de acordo com as normas jurídicas, moral e bons costumes (compra e venda de um terreno/casa/contratação de um serviço)
- objeto possível é aquele que é realizável, praticável, viável 
objeto determinado (que é aquele certo, que eu sei que irei entregar ou receber) ou determinável (é aquele incerto descrito pela quantidade, gênero, mas a qualidade está incompleta – ex: 100 canetas: qualidade: 100, gênero: canetas, cor: ???)
III. Forma prescrita ou não defesa em lei. (como será realizado o negócio)
- prescrita em lei é aquela descrita, escrita, determinada na lei – tbm chamada forma especial – ex: Lei do Cheque 7.357/85 que são sempre da mesma forma, sendo esta prevista em lei, por isso, independentemente do banco, o cheque deve ter sempre a mesma forma para assegurar a sua validade, assim como a certidão de casamento, nascimento, óbito (que para ter validade deve ser registrada em instrumento público)
- não defesa em lei é aquela não proibida, vedada por lei – ex: Lei 8.560/92 art. 3º É vedado legitimar e reconhecer filho na ata do casamento (reconhecer filiação em certidão de casamento não tem validade) Art. 29, §4º CLT
~os negócios jurídicos têm uma forma livre, no entanto, quando a lei exigir uma forma especial, nestes casos, para o negócio jurídico ter validade ele deverá observar a forma.
Art. 105.  A incapacidade relativa de uma das partes não pode ser invocada pela outra em beneficio próprio, nem aproveita aos cointeressados capazes, salvo se, neste caso, for indivisível o objeto do direito ou da obrigação comum.
- caso o relativamente incapaz celebre um negócio jurídico sem a assistência de seu assistente, a outra parte não pode alegar tal incapacidade para invalidar o contrato. 
- “nem aproveita aos cointeressados capazes” ex: dois vendedores, de Joao de 16 anos e Pedro de 20, celebram um contrato de compra e venda de feijão com outro capaz. No entanto, Joao não estava sendo assistido , então o juiz decidiu invalidar o negócio jurídico com base na incapacidade de José, mas não aproveitará Pedro, para ele, o negócio continua valendo e ele será responsável por cumprir o contrato por se tratar de coisa divisível.
-“salvo se, nestes casos..” só será invalidado para Joao e Pedro venderem um objeto indivisível (como um computador, carro)
Art. 106. A impossibilidade inicial do objeto não invalida o negócio  jurídico se for relativa, ou se cessar antes de realizada a condição a que ele estiver subordinado.
- a impossibilidade do objeto sempre vai acarretar na invalidade do negócio jurídico? Não. 
- se for uma impossibilidade absoluta – essa sim trará a invalidade do negócio jurídico, é aquela que alcança a todos e não apenas o devedor. (venda de um bem público, venda da herança de pessoa viva) 
-a incapacidade relativa alcança apenas o devedor, podendo ser realizada por outros, ou que seja impossível no presente mas não no futuro. Ex: 1. Querer invalidar a compra de um apartamento na planta por que ele ainda não foi construído. 2. Venda da produção futura de uma empresa; 3. Contratação de um pintor para pintar uma casa em um dia, pra ele pode ser impossível mas não para outro
Ex: Contratar um bacharel em Direito para ser advogado da empresa por 6 meses, mas primeiramente ele deverá ser aprovado e inscrito na OAB. (condição que cessou a impossibilidade)
Art. 107. A validade da declaração de vontade não dependera de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir.
- forma é como se externa a manifestação da vontade (verbal, instrumento público, instrumento particular, gestos – doaçao de livro ou roupas), podendo ser:
- forma livre ou consensual: regra, é a adotada pelo Direito Brasileiro, e mais usada pois a lei não exige forma especial para eles(são exemplos recibos, carnê de pagamento de loja, contrato de compra e venda de bens móveis, contratos de locação)
- forma especial ou solene: exceção, não pode ser realizada de forma livre pois tem forma especial prevista em lei (cheque, certificado de propriedade de veículo, escritura pública de venda de imóveis, certidão de casamento/nascimento).
Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição,transferência, modificação ou renúncia de direitos reais (1.225) sobre imóveis de valor superior a trinta vezes maior salário mínimo vigente no País.
- prevê uma forma especial para a realização do negócio jurídico, que é a escritura pública – documento publico feito em cartório, elaborado por um tabelião
- os contratos dos imóveis da minha casa minha vida valem como escritura pública pois a lei dispõe isso (Art. 61 da lei 4.380/64
- imóveis inferiores á 30 salários mínimos não apresentam necessidade de escritura publica 
ART. 109. No negócio jurídico celebrado com a cláusula de não valer sem instrumento público, este é da substância do ato.
- nesse caso, o negócio jurídico somente terá validade se for realizado por instrumento público. Ex: uma associação exige no Estatuto, que seus bens móveis somente sejam vendidos por escritura publica.
- mais uma vez, frisamos que o negócio jurídico, em regra, é realizado de forma livre, mas a vontade das partes pode exigir que se cumpra de uma forma especial.
ART. 110. A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva mental de não querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento.
- reserva mental é a divergência que existe entre a vontade declarada e a vontade íntima da pessoa. (a vontade é essencial para o negócio jurídico, mas leva-se em conta a vontade declarada no negócio jurídico. 
- Ex de reserva mental sem o conhecimento do destinatário: A vende o seu veículo para B pq está precisando de dinheiro, mas após receber o valor, não pretende entregar o veículo (R.M), como a manifestação declara foi de venda, ele vendeu, será obrigado então a entregar o veículo.
- nos casos de negócio jurídico realizado com reserva mental sendo que a outra parte tem conhecimento, será considerado inexistente. (Francisco e Silvio santos)
ART. 111. O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa.
- o silencio é uma manifestação da vontade no sentido de concordar com o negócio jurídico, como: autorizado pela lei; pelas circunstancias, pelos usos e costumes ou não necessitar de declaração de vontade expressa .
ART. 112. Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem.
- trata-se da interpretação do negócio jurídico, quando houver divergência em um contrato ou em clausula contratual, haverá a necessidade de fazer uma interpretação do contrato ou clausula.
- quando a divergência for entre a vontade declarada e as palavras empregadas no negócio, terá preferência a vontade das partes;
Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração.
- interpretar pq nem sempre os termos utilizados são exatos
- boa fé subjetiva – que diz respeito a uma crença interna da pessoa está de acordo com a lei e não tem conhecimento do víio/erro que incide sobre o negócio (ex: A se casa com B sem saber que este possui outra família) e boa fé objetiva – que é um modelo de conduta baseado na honestidade, na lealdade entre as partes contratantes. É um padrão de comportamento que se espera dos contratantes e que deve refletir no negóciojurídico. 
- a boa fé se presume, a má-fé se prova
- devem ser interpretados tbm de acordo com os usos/costumes do lugar (como comunidade de pescadores, zona agrícola, comunidade indígena .
ART. 114. Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente.
- negócio jurídico benéfico é aquele onde uma parte dá e a outra apenas recebe, sem oferecer nada em troca, não há contraprestação recíproca entre as partes (ex doação simples)
- renúncia significa abdicar, abrir Mao de um direito, como A que renuncia o direito na herança de seu pai, ou do direito de usufruto de uma casa;
- interpretação estrita é aquela que se limita ao texto
CAPÍTULO II
Da Representação
ART. 115. Os poderes de representação conferem-se por lei (repr. Legal) ou pelo interessado (convencional ou voluntária).
- Representação é agir juridicamente em nome de outra pessoa, é quando alguém exerce direitos e/ou deveres em nome de outra, podendo ser legal e convencional/voluntária
- legal ocorre quando a lei define quem vai representar a pessoa (natural ou jurídica) ex: pais representam filhos até os 16 anos; síndico representa o condomínio
- convencional ou voluntária ocorre quando por vontade própria uma pessoa escolhe outra para exercer direitos e deveres em seu nome, sendo a procuração o instrumento/documento que autoriza tal ato
Art. 116. A Manifestação de vontade pelo representante, nos limites de seus poderes, produz efeitos em relação ao representado.
- toda vez que o representante realizar um ato no nome do representado, este ato surtirá efeito em relação ao representado, ocorre tanto na representação legal quanto na convencional (ex: ação de filho de 10 anos que pede pensão alimentícia, a representante será a mãe) ou no caso da procuração para B matricular A na faculdade, A é quem será inscrito na faculdade
- não pode agir fora dos poderes conferidos na procuração 
Art. 117. Salvo se o permitir a lei ou o representado, é anulável o negócio que o representante, no seu interesse ou por conta de outrem, celebrar consigo mesmo.
- é anulável o negócio jurídico que o representante celebrar consigo mesmo pois ao exercer o mandato, deve-se buscar os interesses do representado e não o seu próprio
- se a lei ou o representado permitir que o representante utilize em benefício próprio, é permitido o negócio jurídico (ex Art. 685 do CC)
Parágrafo único. Para esse efeito, tem-se como celebrado pelo representante o negócio realizado por aquele em quem os poderes houverem sido substabelecidos.
-substabelecer é passar/transferir para outra pessoa 
Art. 118. O representante é obrigado a provar às pessoas, com quem tratar em nome do representado, a sua qualidade e a extensão de seus poderes, sob pena de, não o fazendo, responder pelos atos que a estes excederem.
- a representação legal se dá por documentos de registro civis ou judiciais, como certidão de nascimento, carteira de identidade, passaporte, termo de tutela
- a representação de pessoa jurídica se dá por documentos de registro como contrato social, estatuto, termo de posse e representação na convencional se dá por procuração
Art. 119. É anulável o negócio concluído pelo representante em conflito de interesses com o representado, se tal fato era ou devia ser do conhecimento de quem com aquele tratou.
- pode ocorrer por abuso de direito (quando o representante que age sem ter o poder – falso procurador ou em próprio interesse) ou excesso de poder 
 Parágrafo único. É de cento e oitenta dias, a contar da conclusão do negócio ou da cessação da incapacidade, o prazo de decadência para pleitear-se a anulação prevista neste artigo.
Art. 120. Os requisitos e os efeitos da representação legal são os estabelecidos nas narinas respectivas; os da representação voluntária são os da Parte Especial deste Código.
- Representação legal = normas especiais e código civil
- Representação voluntária = código civil
CAPÍTULO III
Da Condição, do Termo e do Encargo
Art. 121. Considera-se condição a cláusula que, derivando exclusivamente da vontade das partes, subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto.
- Eficácia é a produção de efeitos – um negócio jurídico que tem eficácia é aqueles que esta gerando efeitos.
-como a condição deve derivar EXCLUSIVAMENTE da vontade das partes, as exigências da lei não são consideradas condições voluntarias, mas sim condições legais.
-
Art. 122. São lícitas, em geral, todas as condições não contrárias à lei, à ordem pública ou aos bons costumes; entre as condições defesas se incluem as que privarem de todo efeito o negócio jurídico, ou o sujeitarem ao puro arbítrio de uma das partes.
- condição suspensiva enquanto não se realizar a condição, não haverá a aquisição do direito e o negócio jurídico (ou parte dele) não surtirá efeito legal – suspende a eficácia do negócio jurídico, a partir do momento em que se realizar a condição, surtirá efeito (como a promoção do estagiário para advogado quando este for aprovado na OAB
XXXXXXX (REALIZADA A CONDIÇÃO) :D :D :D :D :D :D :D :D :D :D 
- condição resolutiva é aquela que realizada termina/põe fim á eficácia do negócio jurídico – nesta, enquanto não se realizar a condição, o negócio jurídico produzirá efeitos, mas assim que realizada a condição imposta o negócio deixará de surtir efeitos e cessarão os direitos provenientes do negócio (ex: aluno perderá a bolsa de estudos caso tire nota abaixo de 7,0 pu advogado celebra contrato de honorarios de 200 por mês até o termino do processo, terminando o processo, ele deixará de receber) 
:D :D :D :D :D :D :D :D :D :D (REALIZADA A CONDIÇÃO) XXXXXXXXXXXX
- fases da condição: 
pendência: a condição está pendente, ainda não ocorreu
implemento: a condição foi realizada, ocorreu
frustração: a condição não se realizou, não ocorreu
- condições contrarias à lei: ex: contrato de prestação de serviços, A pagará B somente após a entrega de um carregamento de drogas, ou A pagará a B o valor somente após receber o valor de um resgate de um seqüestro
- condições contrárias à ordem pública: a empresa Tal pagará manifestantes para fazerem arruaça e frente ao seu concorrente 
- contraria os bons costumes: contrato de locação A alugará para B caso ela se prostitua.
- condição perplexa/incompreensível: é aquela que impede que o negocio jurídico produza efeitos, ex: vender o veículo para alguém sob a condição que este não possa tirá-lo da garagem.
- condições que se sujeitam ao puro arbítrio de uma das partes: 
* condição potestativa: quanto á vontade das partes, a condição pode ser:
a. simplesmente potestativa: depende da vontade de uma das partes, mas também de fatores externos (permitida em lei) (ex: promoção de emprego caso termine o ensino superior. Vontade da parte = se formar / fator externo = preencher os requisitos exigidos pela faculdade para colar grau, tal como notas, presença etc)
b. puramente potestativa: depende exclusivamente da vontade das partes. (ex: comprei um imóvel e só pagarei no dia em que eu quiser)
Art. 123. Invalidam os negócios jurídicos que lhes são subordinados:
I - as condições física ou juridicamente impossíveis, quando suspensivas; (físicamente impossível é aquela em que as leis da natureza não permitem que a condição se realize / juridicamente impossível é aquela em que as normas jurídicas não permitem que se realize a condiçao)
II - as condições ilícitas, ou de fazer coisa ilícita; (contrárias a lei, ordem publica, bons costumes e puramente potestativas)
III - as condições incompreensíveis ou contraditórias. (perplexas) É aquela que impede que o negócio jurídico surta efeito, ex: vender o veículo para alguém com a condição que este não o dirija
- 123 I – quando a condição impossível for suspensiva, ela INVALIDA o negócio jurídico ou aquela parte do negócio jurídico que lhe é subordinada. Ex: Joao comprou uma linha telefônica da empresa ALO e poderá falar 1 ano gratuitamente caso o Brasil ganhe a Copa. No entanto, o Brasil não passou das eliminatórias e não participará da Copa.Esta então é uma condição fisicamente impossível. Temos um negócio jurídico suspenso (que ainda não está surtindo efeitos pois está aguardando se realizar a condição, a qual é impossível de ocorrer, então o negócio que não estava produzindo efeitos, continuará não surtindo então o negócio será invalido. 
Art. 124. Têm-se por inexistentes as condições impossíveis, quando resolutivas, e as de não fazer coisa impossível.
- quando a condição for impossível e for resolutiva, desconsideramos/ignoramos a condição e não invalida o negócio jurídico DIFERENTEMENTE da suspensiva que invalida todo o negócio. 
- ex FÍSICAMENTE impossível: Joao empresta gratuitamente uma kitnet para Maria morar, com a condição que ela deverá desocupar o imóvel caso engravide. No entanto, Maria teve uma doença e precisou retirar o útero, então não poderá engravidar, logo, esta condição resolutiva é fisicamente impossível, é como se não existisse, se não tivesse escrita no contrato. 
- ex JURIDICAMENTE impossível: a empresa HEY contribui mensalmente com um valor para a manutenção de um imóvel tombado, com a condição de que interromperá as doações caso o imóvel seja demolido. Como os imóveis tombados não podem ser demolidos por força da lei, essa é uma condição resolutiva juridicamente impossível, é como se a clausula com a condição não existisse.
Art. 125. Subordinando-se a eficácia do negócio jurídico à condição suspensiva, enquanto esta se não verificar, não se terá adquirido o direito, a que ele visa.
- condição suspensiva é uma clausula que pode ser inserida no negócio jurídico e que suspende a eficácia desse negócio jurídico. 
- se OCORRER a condição, o negócio jurídico surtirá efeitos, se a condição NÃO OCORRER, o negócio jurídico continuará não produzindo efeitos. 
- sempre deve estar sujeita a um evento futuro (que ainda não ocorreu) e incerto (que não é certo que irá ocorrer)
ex: A recompensará B em 100,00 caso ele ache seu cachorro. Como B encontrou o cachorro, naquele momento ela adquire o direito de receber a recompensa. No entanto, se foi A quem encontrou, B não terá direito ao dinheiro pois não ocorreu a condição, então não surtirá efeitos ou gerará direitos. Ou se um cavalo ganhar a corrida irei comprá-lo, se não ganhar, eu não compro. 
- enquanto não ocorrer a condição suspensiva, o negócio jurídico não surtirá efeitos e não gerará direitos!! 
Art. 126. Se alguém dispuser de uma coisa sob condição suspensiva, e, pendente esta, fizer quanto àquela novas disposições, estas não terão valor, realizada a condição, se com ela forem incompatíveis.
- alguém tem uma coisa/bem que está sob condição suspensiva que ainda está pendente, ainda não foi realizada a condição, a pessoa fez novas disposições em relação aquela coisa, e estas novas disposições não terão valor caso se realize a condição e a condição for incompatível com as novas disposições. 
- mas para que essas novas disposições incompatíveis com a condição não tenham valor, o negocio sob a condição suspensiva deverá ser do conhecimento de terceiros (ex por meio de registro publico) ex: A firmou com B uma proposta de compra e venda de um imóvel sob condição suspensiva (e registrada em cartório) de se aprovado o financiamento na Caixa, mas enquanto a condição estava pendente, A hipotecou o imóvel para o banco. Como a proposta estava devidamente registrada e a nova disposição era incompatível com a condição, a hipoteca não terá efeito.
- ex de disposição compatível: Maria é estagiaria de seu tio João, que é dentista. Ele prometeu doar uma sala do consultório para Maria caso ela cole grau em Odonto. Enquanto ela cursa, Joao aluga a sala para outra dentista até que ela cole grau. Se Maria colar grau, realizou-se a condição, e essa nova disposição que Joao havia feito da cadeira que era locação, terá valor pois não é incompatível com a doação, podendo Maria continuar cobrando o aluguel ou requerer a devolução da sala, o que ela bem entender.
Art. 127. Se for resolutiva a condição, enquanto esta se não realizar, vigorará o negócio jurídico, podendo exercer-se desde a conclusão deste o direito por ele estabelecido.
- condiçao resolutiva é uma clausula que pode ser inserida no negócio jurídico e que SE OCORER, põe fim á eficácia do negócio jurídico. Se não ocorrer, o negócio permanece produzindo efeitos.
Art. 128. Sobrevindo a condição resolutiva, extingue-se, para todos os efeitos, o direito a que ela se opõe; mas, se aposta a um negócio de execução continuada ou periódica, a sua realização, salvo disposição em contrário, não tem eficácia quanto aos atos já praticados, desde que compatíveis com a natureza da condição pendente e conforme aos ditames de boa-fé.
- Sobrevindo a condição resolutiva, extingue-se, para todos os efeitos, o direito a que ela se opõe; (...) o negócio jurídico segue surtindo efeito (gerando direitos/eficácia), ocorrendo a condição resolutiva, o negócio jurídico deixará de surtir efeitos. 
- “se aposta a um negócio de execução continuada ou periódica, a sua realização, salvo disposição em contrário, não tem eficácia quanto aos atos já praticados, desde que compatíveis com a natureza da condição pendente e conforme aos ditames de boa-fé.” Já existe um negócio jurídico surtindo efeito periodicamente como recebimento de alguel, pensão alimentícia, ocorreu a condiçao resolutiva, irá extinguir esse negocio juridico dali pra frente, o que passou já gerou efeitos e não mexe no que passou. Nesse caso, só irá rescindir o negócio da ocorrência da condiçao em diante. (ex: no acordo de divórcio, a mulher poderá residir no imóvel do casal até a data da venda do imóvel) (ex 2: um aluno se inscreveu em um cursinho com pagamento de 12 parcelas, mas se este passar no vestibular antes desse prazo, poderá interromper o pagamento das mensalidades sem ter que pagar qualquer outro valor)
Art. 129. Reputa-se verificada, quanto aos efeitos jurídicos, a condição cujo implemento (o que é necessário para a execução de algo; complemento,) for maliciosamente obstado pela parte a quem desfavorecer, considerando-se, ao contrário, não verificada a condição maliciosamente levada a efeito por aquele a quem aproveita o seu implemento.
- reputa-se verificada = realizada a condiçao / não verificada = não realizada
- o Art. Define duas situações: 
1. Reputa-se verificada, quanto aos efeitos jurídicos, a condição cujo implemento for maliciosamente obstado pela parte a quem desfavorecer (pessoa age de má fé para impedir (não implementar) que a se realize a condição, quando ocorre, o juiz irá considerar como verificada a condição, como se tivesse efetivamente ocorrido. (Ex: João vendedor de veículos ganharia um premio caso vendesse 100 carros no final do ano e o patrão maliciosamente emite a nota do 100º somente em janeiro para não ter que pagar o premio. Sendo assim, o patrão de João impediu maliciosamente o implemento da condiçao. Se provada a má-fé do patrão, o juiz irá considerar verificada a condição e João terá direito a receber o premio.)
2. (..)considerando-se, ao contrário, não verificada a condição maliciosamente levada a efeito por aquele a quem aproveita o seu implemento (age de má-fé para realizar a condição) (ex: o piloto de avião que soltou gás nas nuvens para chover) (ex: youtuber que fecharia um contrato caso tivesse 1 milhao de inscritos no seu canal, então ela cria perfis falsos para atingir esse numero. Se provado a má fé da pessoa, o juiz entenderá como não verificada a condiçao. 
Art. 130. Ao titular do direito eventual, nos casos de condição suspensiva ou resolutiva, é permitido praticar os atos destinados a conservá-lo.
- direito eventual: é o direito incompleto, aquele que ainda não se consumou pois depende de um evento futuro para se concretizar. (ex ser sorteado numa rifa) ex do carro que o prof deu
- a pessoa que é titular desse direito eventual pode tomar medidas necessárias para conservá-lo. Ex: sorteio de uma moto por uma rifa, se eu comprei o bilhete, adquiri o direito eventual, e caso veja alguém andando com a “moto-premio”, possoexigir judicialmente que esta continue parada até o dia do sorteio. (defendendo o meu direito de patrimônio)
- ex 2: A comparará a casa de B quando o financiamento for aprovado, mas nesse meio tempo, o imóvel de B foi invadido. Mesmo não tendo o direito adquirido, A pode praticar atos destinados a conservar o seu direito eventual e ajuizar uma ação de desintegração de posse.
Art. 131. O termo inicial suspende o exercício, mas não a aquisição do direito.
- termo é o dia ou momento em que se inicia ou extingue a eficácia do negócio jurídico, sendo ele o termo inicial ou final
- quando o negócio jurídico está sujeito a um termo inicial, ele somente poderá ser exercido após a ocorrência do termo. 
- o termo está condicionado a um evento futuro e certo (que temos certeza que irá ocorrer)
- apesar de o termo estar condicionado a um evento futuro e certo, tal termo pode ser certo (sabe-se que vai ocorrer e QUANDO irá ocorrer – ex: meado de tal mês, natal do ano que vem, daqui 3 dias), e incerto (sabe-se que vai ocorrer, mas NÃO SE SABE QUANDO - ex: a morte, próxima chuva)
termo convencional: é aquele que a parte de livre vontade insere no negócio jurídico (ex: João pagará o aluguel no dia 10 de cada mês 
- termo de direito: definido pela lei
- termo de graça: conferido pelo juiz ao devedor para aumentar o prazo para o pagamento da dívida ou para parcelar a divida. 
- também pode ser essencial (quando é fundamental para a eficácia do negócio jurídico, tendo que ser realizado no momento determinado ex: contratar fotógrafo para o dia do casamento.
- termo não essencial: não é fundamental para que o negócio juridico surta efeitos, se o negócio for realizado fora do momento determinado, ele continuará surtindo efeitos. (ex: João pagará o aluguel até o dia 10 de cada mês. No entanto se ele pagar antes, o contrato continuará em vigência. 
Art. 132. Salvo disposição legal ou convencional em contrário, computam-se os prazos, excluído o dia do começo, e incluído o do vencimento.
PRAZO É O LAPSO DE TEMPO QUE VAI DO TERMO INICIAL ATÉ O FINAL
- prazo pode ser certo (é aquele fixado a termo certo, que sabemos quando irá ocorrer. Ex: contrato de aluguel de um mês, irá do dia 15/01 á 15/02) e o incerto é o ficado a termo incerto (ex: contrato de comodato – que até a morte)
§ 1o Se o dia do vencimento cair em feriado considerar-se-á prorrogado o prazo até o seguinte dia útil.
§ 2o Meado considera-se, em qualquer mês, o seu décimo quinto dia.
§ 3o Os prazos de meses e anos expiram no dia de igual número do de início, ou no imediato, se faltar exata correspondência. (ex: venceria dia 31/06, mas como não tem, contará 01/07)
§ 4o Os prazos fixados por hora contar-se-ão de minuto a minuto. (estacionamento, motel)
Art. 133. Nos testamentos, presume-se o prazo em favor do herdeiro, e, nos contratos, em proveito do devedor, salvo, quanto a esses, se do teor do instrumento, ou das circunstâncias, resultar que se estabeleceu a benefício do credor, ou de ambos os contratantes.
- quando houver dúvidas no prazo, no caso de testamento é a favor do herdeiro, e nos contratos em favor do devedor. 
Art. 134. Os negócios jurídicos entre vivos, sem prazo, são exeqüíveis desde logo, salvo se a execução tiver de ser feita em lugar diverso ou depender de tempo.
- quando os negócios são realizados sem prazos devem ser cumpridos imediatamente. (ex: se não consta no contrato prazo para pagamento, então é a vista/ se não consta prazo para entrega, deve ser feita imediatamente) salvo se a execução tiver que ser feita em lugar diverso (ex: empresa Tal fabrica sofás e sua fabrica e ficou de entregar 100 unidades na cidade de Vitória-ES) ou depender de tempo (ex: João comprou um apartamento na planta, a entrega do imóvel depende de tempo para construí-lo)
Art. 135. Ao termo inicial e final aplicam-se, no que couber, as disposições relativas à condição suspensiva e resolutiva.
- também é chamado de termo resolutivo, é a data/momento em que o negócio jurídico deixa de surtir efeito. Ex: Joao alugou uma casa de praia do dia 15 de janeiro (T.I) a 15 de fevereiro (T.F)
Art. 136. O encargo não suspende a aquisição nem o exercício do direito, salvo quando expressamente imposto no negócio jurídico, pelo disponente, como condição suspensiva.
- encargo é uma obrigação imposta pelo disponente em um negócio jurídico gratuito ou benéfico (ex: doação, usufruto)
- ex: João doou um terreno para seu município que assumiu a obrigaçao de construir um hospital no imóvel. (Direito e exercício do Direito) = o município já tem o direito de propriedade sobre o imóvel e poderá exercer seu direito de proprietário mesmo antes de construir o hospital, ou seja, mesmo antes de cumprir o encargo. 
- salvo quando expressamente imposto..: isso quer dizer que se o disponente determinar que o encargo foi imposto como condiçao suspensiva, nesse caso o beneficiário somente irá adquirir o direito após realizada a condição. 
ex doação com encargo imposto como condiçao suspensiva: Joao irá doar um terreno para seu município após o município construir um hospital no imóvel. LIBERALIDADE (doação); ENCARGO (construir um hospital); CONDIÇÃO SUSPENSIVA (somente irá realizar doação após a construção do hospital) QUANDO IRÁ GERAR EFEITO: o municipio somente receberá a doação e será proprietário do imóvel após concluir a construção do Hospital.
- o beneficiário não é obrigado a aceitar a liberalidade (condiçao) do encargo, mas se aceitar, terá que cumprir, pois o encargo gera uma OBRIGAÇAO para o beneficiário que aceitou;
- no caso do descumprimento do encargo, o disponente poderá ajuizar uma açao de revogação da doação ou ação de obrigação de fazer, por exemplo. (Art.s 555 e 553 do CC)
Art. 137. Considera-se não escrito o encargo ilícito ou impossível, salvo se constituir o motivo determinante da liberalidade, caso em que se invalida o negócio jurídico.
- encargo ilícito é aquele contrario à norma jurídica, e o impossível é aquele físico ou juridicamente impossível
- o encargo ilícito ou impossível não invalida o negócio jurídico, considera-se como se não tivesse escrito EXCETO se tiver expresso no negócio jurídico que o encargo é motivo determinante da liberalidade, nesse caso invalida
- motivo determinante é o porque foi realizado o negócio jurídico (como construção de casas populares, hospitais etc)
CAPÍTULO IV
Dos Defeitos do Negócio Jurídico
a. vícios da vontade: o erro, o dolo, a coação, o estado de perigo e a lesão;
Erro ou ignorância
: 
ocorre quando uma pessoa realiza um negócio jurídico sem ter a noção exata sobre uma coisa, objeto ou até mesmo a natureza do negócio. N
este
,
 ninguém induz o sujeito a erro, é ele quem tem na realidade uma noção falsa sobre determinado objeto. Esta falsa noção é o que chamamos de ignorância, ou seja, o completo desconhecimento acerca de determinado objeto. O erro é dividido em:
acidental
 
erro sobre qualidade secundária da pessoa ou objeto, que não vicia o ato jurídico, pois não incide sobre a declaração de vontade; ex: colar de ouro da Princesa Isabel
essencial
 ou 
substancial
 
refere-se à natureza do próprio ato e incide sobre as circunstâncias e os aspectos principais do negócio jurídico; este erro enseja a anulação do negócio, vez que se o agente 
tivesse conhecimento do erro,
 o negócio não teria sido realizado. Seção I
Do Erro ou Ignorância
Art. 138. São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade emanarem de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das circunstâncias do negócio.
- erro tem que ser escusável, justificável, desculpável, um erro que qualquer pessoa normal poderia ter cometido. 
- essa falsa noção da realidade é que faz com que ela realize o negócio jurídico em que há divergência entre sua vontade real e a declarada no negócio jurídico. 
Art. 139. O erro é substancial quando:
I - interessa à natureza do negócio, ao objeto principal da declaração, ou a alguma das qualidades a ele essenciais;- natureza: a pessoa engana-se quanto ao TIPO do negócio, pensa estar realizando um determinado negócio, mas na verdade realiza um outro tipo (ex: quer alugar, mas assina o documento de venda) 
- objeto principal: erro quanto ao objeto principal do negócio jurídico (ex: acreditar que está comprando um determinado objeto, mas na verdade compra outro)
- qualidade/característica essencial: não há erro quanto ao objeto em si, mas sim enquanto a qualidade essencial do objeto (ex: compra um iphone modelo 6s, mas depois descobre que é réplica. O objeto principal está certo, mas a qualidade está errada)
II - concerne à identidade ou à qualidade essencial da pessoa a quem se refira a declaração de vontade, desde que tenha influído nesta de modo relevante;
- identidade da pessoa: o erro incide sobre a pessoa a quem se refere a declaração de vontade. (acredita ser a pessoa A, mas está realizando o negócio com pessoa B)
- qualidade essencial da pessoa: é necessário que seja uma qualidade essencial, como por exemplo descobrir que o cônjuge já é casado e tem outra família – a honestidade é uma qualidade ESSENCIAL e pode requerer a anulação do casamento
- o erro deve ter influído diretamente na realização do negócio, pois se a pessoa tivesse o real conhecimento sobre a identidade ou qualidade da pessoa, não teria realizado o negócio jurídico. 
III - sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei, for o motivo único ou principal do negócio jurídico.
Art. 140. O falso motivo só vicia a declaração de vontade quando expresso como razão determinante.
- Ex: Joao estava com Pedro quando caiu em um rio e ia se afogar, mas foi salvo por alguém. Como forma de agradecimento, doou uma casa para Pedro, mas posteriormente, descobriu que não foi Pedro quem lhe salvou, mas sim José. Nesse caso, a doação poderá ser anulada pois a sua razão determinante foi viciada

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