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! Contrato de Agência Giovanna Becker, Pedro Haas, Matheus Barros e Stéfani Muniz Contratos em espécie - 2016/ 2 Professora: Mariana Barreto. Resumo: O contrato de agência foi inserido no Código Civil de 2002, e suas regras são ditadas pelos artigos 710 a 721, trata de um contato típico e não exigi forma escrita. Antes o contrato de agência era identificado como sinônimo de representação comercial, porém atualmente o contrato de representação comercial se diferencia do contrato de agência, o qual é regulado pela Lei n. 4.886/65. Introdução O presente estudo visa o debate sobre o contrato de agência. Este contrato adveio de um processo de globalização natural que vem evoluindo a cada dia mais, tendendo a aumentar os negócios deste estirpe. O processo de globalização trouxe uma ampla abertura dos mercados internacionais, dando a possibilidade de empresas crescerem livremente, por assim dizer, no sentido de buscar soluções para aumentar as vendas e produções com maior velocidade e segurança. Primeiramente, e que na maioria das vezes é utilizado, a propaganda se deu em meios amplos de comunicação, sendo, este modelo, extremamente oneroso, acarretando em despesas que poderiam ser investidas em outras áreas. Sendo assim, adveio um processo de propaganda de um método mais informal que a propaganda em sí, que é a propaganda de boca, como assim o chamam popularmente. Este tipo de propagação e divulgação da marca, objeto tem um custo extremamente inferior e uma transmissão muito mais confiável, considerando que alguém confiável acaba transmitindo para o outro, formando uma rede de propagação da marca ou produto em si, de maneira mais sólida. �1 ! Esta forma de propagação no ordenamento jurídico brasileiro, é regulamentado, conforme o nosso estudo em específico, pelo contrato de Agência. Contrato de Agência O contrato de agência nada mais que um contrato em que uma pessoa – o agente – assume em um caráter não eventual e sem vínculo de dependência, a obrigação de promover negócios à conta de outra – o proponente – em zona determinada. O agente é aquele que promove a negociação para que se possa tornar uma possível compra e venda, é o intermediário entre o consumidor final – cliente – e o proponente, o agente exerce essa atividade de forma autônoma. O proponente é a empresa com seus produtos, é aquele que vai disponibilizar, e fornecer o produto para o agente negociar ao cliente. O proponente é o polo majoritário na relação em geral. O contrato de agência é bilateral, ou seja, traz obrigações e deveres às duas partes pactuantes, o agente tem o dever de promover os negócios ficando o proponente na obrigação de remunerá-lo. Sendo assim, também é um contrato consensual que para seu aperfeiçoamento é necessário um acordo de vontade entre as partes. Sendo também comutativo, em que os contratantes se obrigam em dar ou fazer alguma coisa, sendo essas prestações recíprocas e perfeitamente equivalentes. Ainda, é um contrato oneroso que envolve a existência de benefícios ou remunerações, onde se obriga o proponente a remunerar o agente pelo trabalho prestado. É considerada uma espécie de contrato personalíssimo, o proponente deposita sua confiança no agente e intransmissível, ou seja, o agente tendo suas obrigações não pode fazer com que as mesmas seja executadas por outrem. É também informal, a lei não exige que o contrato de agência seja de forma escrita, podendo ser celebrado verbalmente. Podendo ser indeterminado, ou seja, não precisa haver um prazo estipulado ou determinado, onde há um prazo estipulado para a sua duração. �2 ! O Código Civil estabeleceu no artigo 711 que o proponente não pode ter mais de um agente com o mesmo encargo numa mesma zona determinada, assim também o agente não pode tratar de negócios do mesmo gênero numa mesma zona com mais de um proponente. Maria Helena Diniz destaca: “O proponente não poderá constituir, salvo ajuste em contrário, ao mesmo tempo, mais de um agente, na mesma zona, é com Idêntica incumbência, nem tampouco poderá o agente assumir o encargo de nela tratar de negócios do mesmo gênero por conta de outros proponentes. Logo, um representante não poderá agenciar duas ou mais empresas para um mesmo gênero de negócio, se á contrato não o permitir. No contrato de representação comercial, prevalece a seguinte norma: para toda zona e todo ramo de atividade, um só agente; e apenas um proponente para cada agente. Todavia, a exclusividade ou não exclusividade dependerá do que constar no contrato.” (Maria Helena Diniz – Novo Código de Processo Civil Comentado) De acordo com o artigo 712, o agente tem que ser comprometido, agir de boa-fé e com razoabilidade em todas as competências que lhe foi contribuída pelo proponente, atendendo as instruções recebidas e cumprir com as mesmas, e todas as despesas da agência corre a cargo do agente, em relação a transporte, cópias, alimentação e entre outros, sendo assim, os meios pelos quais o agente irá promover os negócios fica por sua conta, conforme dita o artigo 713 do Código Civil. O agente tem direito a remuneração referente a todos os negócios concluídos em sua zona conforme os termos do artigo 714 do CC. Mesmo se o negócio não foi concluído por fato imputável ao proponente, por exemplo, “a não entrega dos produtos que o cliente solicitou”, o agente tem direito a sua remuneração ressalta o artigo 716. Se o agente for dispensado pelo proponente sem justa causa, ele também tem direito a indenização pelos trabalhos concluídos e os que estão pendentes, ou ainda que for dispensado por justa causa, o agente tem direito a ser remunerado pelos serviços úteis prestados ao �3 ! proponente sem embargo de haver perdas e danos pelos prejuízos sofridos, se as partes não entrarem em um acordo o juiz decidirá a razoabilidade do valor. Terá direito à remuneração correspondente aos serviços realizados, caso o agente por força maior não puder continuar o trabalho, cabendo esse direito aos herdeiros em caso de morte como prevê o artigo 719. Se o contrato for celebrado por prazo indeterminado, o artigo 720 do Código Civil estabelece que qualquer uma das partes poderá resolvê-lo, mediante aviso prévio de noventadias, desde que transcorrido prazo compatível com a natureza e o vulto do investimento exigido do agente. Já no artigo 721, do CCB, expressa que no contrato de agência tem a necessidade de ser aplicado ao contrato em si, dentro do que couber, as regras expressas no mandato e a comissão, assim como no expresso em lei especial. JURISPRUDÊNCIA: Processo: AI 22062167120148260000 SP 2206216-71.2014.8.26.0000 - TJ-SP - Agravo de Instrumento Órgão Julgador: 25ª Câmara de Direito Privado Publicação: 05/02/2015 Julgamento: 29 de Janeiro de 2015 Relator: Marcondes D'Angelo 1. Competência por motivo de prevenção, outrossim, que não prevalece diante da competência em razão da matéria. Inaplicabilidade do artigo 102 do Regimento Interno deste Egrégio Tribunal de Justiça na hipótese. Precedentes do Colendo Órgão Especial. 2. Execução de título extrajudicial. Agravante que contratou a agravada para o agenciamento de produtos. Relação entre as partes que não envolvem prestação de serviços. Contrato de agência comercial. Matéria recursal inserida no âmbito da competência da 11ª a �4 ! 24ª ou 37ª a 38ª Câmaras de Direito Privado deste Egrégio Tribunal de Justiça. Art. 5º, II, item II.1 da Resolução nº 623/2013 da Presidência do TJSP. Recurso de agravo não conhecido. Remessa dos autos do processo determinada (redistribuição). Conclusão Diante do exposto fica muito clara a aplicação do contrato de agência no âmbito jurídico e as formas que as relações se formalizam entre Proponente e Agente. É uma relação que é muito bem definida por possuir características bem definidas na relação contratual gerando direitos e deveres de ambas as partes. O contrato de agência estipula autonomia das partes na relação e como aplicada na jurisprudência apresentada à falta de prestação de umas das partes ou ambas acaba gerando um desacordo, quebra contratual. O objetivo desse trabalho é apresentar todas as etapas e formalidades que acompanham o contrato de agência estipulado no código civil e desmembrado na lei especial 4.886/65 do representante comercial. Cachoeirinha, 24 de novembro de 2016. �5
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