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Relatório de estagio em uranalise

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6. SETOR DE URANALISE
6.1. INTRODUÇÃO
Os rins desempenham importante papel na excreção de várias substâncias assim como na manutenção da pressão osmótica do plasma tendo como produto final a formação da urina que é constituída por água, compostos inorgânicos (sódio, potássio, fosfatos, amônia e outros) e orgânicos (ureia, ácido úrico, creatinina) provenientes da alimentação e do metabolismo orgânico (ANDRADE et al, 2010).
A urina é formada pelos rins, é constituída por ureia e outras substancias químicas orgânicas e inorgânicas, dissolvidas em agua. Podem ocorrer grandes variações na concentração dessas substancias, devido à influência de fatores como ingestão alimentar, atividade física, metabolismo orgânico, função endócrina e até mesmo a posição do corpo (STRASINGER, 2000). 
O sistema urinário tem como principal função eliminar os produtos finais (resíduos) do metabolismo, principalmente ureia, creatinina e ácido úrico, recolhidos da corrente sanguínea e excretados em forma de urina. É responsável também pelo controle do equilíbrio hídrico e pela remoção de resíduos tóxicos ou drogas induzidas pelo corpo. Esse sistema consiste de rins, ureteres, uretra e bexiga (GONÇALVES et al, 2015).
A urinálise é um dos exames laboratoriais mais requisitados pelos médicos para avaliação do paciente, devido à obtenção rápida para análise, de fácil coleta e baixo custo. O teste permite detectar processos patológicos intrínsecos funcionais (fisiológicos) e estruturais (anatômicos) do sistema urinário, bem como o monitoramento do avanço ou retrocesso de lesões durante terapias. Além disso, doenças patológicas sistêmicas podem ser detectadas por meio da confirmação de quantidades anormais de metabólitos específicos excretados na urina (GONÇALVES et al, 2015) (MOURA et al., 2006). 
A urinálise se mantém como parte integrante do exame do paciente e isso se deve a duas características, as quais podem explicar a persistência dessa popularidade: a amostra de urina é de obtenção rápida e coleta fácil e a urina fornece informações sobre muitas das principais funções metabólicas do organismo, por meio de exames laboratoriais simples. Estas características favorecem a medicina preventiva e a redução dos custos médicos, por ser um meio barato de examinar grande número de pessoas e também, não só para a detecção de doenças renais, mas também o início assintomático de doenças como o diabetes mellitus e as hepatopatias. Além disso, a urinálise pode ser um método muito valioso de triagem metabólica (STRASINGER, 2000).
6.2. OBJETIVO E FINALIDADE DE DIAGNOSTICO
Determinar as anormalidades através de exames físicos, químicos, e microscópicos da urina, avaliando os processos patológicos intrínsecos ao sistema urinário, e também auxiliam no diagnóstico de patologias sistêmicas como anomalias endócrinas ou metabólicas. 
6.3. TECNICAS UTILIZADAS PARA DIANOSTICOS
6.3.1. 	SUMARIO DE URINA
6.3.1.1. OBJETIVO E FINALIDADE DE DIAGNOSTICO
Analisar a urina através de métodos físicos, químicos e microscópicos, com a finalidade de detectar doenças renais, do trato urinário ou sistêmica. 
6.3.1.2. PRINCIPIO 
Exame físico: Analise macroscópica para determinar o volume, a coloração, o aspecto (turvação) e a densidade. 
Exame químico: Determinar através da análise quantitativa e qualitativa a presença de: urobilinogênio, glicose, corpos cetônicos, bilirrubina, proteínas, nitrito, pH, sangue, densidade especifica, leucócitos e ácido ascórbico. A fita reagente utilizada é: Urine Strip da Wiener lab diagnóstico. 
Exame microscópico: Analise do sedimento urinário para a observação microscópica para detectar os elementos celulares como: células epiteliais, piócitos, hemácias, cristais, cilindros, flora bacteriana, muco e outros elementos que podem ser encontrados na urina. 
6.3.1.3. METODOLOGIA
Exame físico: Observar o aspecto, cor, volume e anotar. 
Exame químico: Mergulhar a tira completa e rapidamente em uma amostra de urina homogeneizada, retirar o excesso de urina encostado na borda da tira no recipiente, à medida que ela vai sendo retirada, esperar o tempo especificado para que ocorra a reação e comparar a cor da tira com a tabela de cores. 
Exame microscópico: Centrfuga-se em tubo cônico uma quantidade de urina, geralmente estipulada entre 10 e 15mL, durante 5 minutos com 450 rpm.
Após a centrifugação, deve restar no tubo uma quantidade uniforme de urina (geralmente 0,5 ou 1,0 ml) a ser usada para nova suspensão do sedimento, desprezando o sobrenadante. 
Coloca-se uma gota de sedimento da ressuspensão numa lâmina de microscópio e observar ao microscópio com a objetiva de 10x e posteriormente com a 40x. 
6.3.1.4. VALORES DE REFERENCIA
Exame físico:
Cor: Amarelo claro, amarelo, amarelo escuro e âmbar. 
Aspecto: Límpido (transparência) 
Volume: Inespecífico
Exame químico: 
Densidade: 1005 a 1025
pH: 5,5 a 6,5
Glicose: Negativo
Cetonas: Negativo
Hemoglobina: Negativo
Proteínas: Negativo
Leucócitos: Negativo
Bilirrubina: Negativo
Nitrito: Negativo
Urobilinogênio: Menor que 1mg/dl
Exame microscópico:
Cilindros: Até 5.000
Hemácias: Até 500.000
Piócitos: Até 1.000.000
6.3.1.5. SIGNIFICADO CLÍNICO E INTERPRETAÇÃO LABORATORIAL
EXAME FÍSICO
Aspecto: Os termos usados para descrever a aparência é: Transparente (límpido), opaca, ligeiramente turva, muito turva, leitosa (STRASINGER, 2000).
A turbidez pode ser resultado da precipitação de sais em formas de cristais. A presença de leucócitos, hemácias, descamações de células epiteliais e bactérias também causam turvação na urina e são confirmadas através da análise microscópica após centrifugação. Outros fatores também causam a turvação, como: presença de muco, cilindros, contaminação por fezes, leveduras, contrastes radiológicos, linfa (quilúria) e glóbulos de gordura (lipidúria ou corpos graxos) (GONÇALVES et al, 2015).
Odor: O cheiro característico da urina recentemente emitida tem sido atribuído a ácidos orgânicos voláteis que ela contém. Com o envelhecimento, o cheiro se torna amoniacal. Sob a influência de alguns medicamentos, a urina adquire odor particular (LIMA et al, 2010). 
As causas de odores infrequentes são: infecções bacterianas (que causam cheiro forte e desagradável) e a presença de corpos cetônicos do diabetes (que provocam um odor adocicado ou de frutas) (STRASINGER, 2000). 
Cor: A coloração amarela da urina é resultado do pigmento urocromo, que possui uma eliminação relativa a taxa metabólica de cada indivíduo e pode estar aumentado nos problemas da tireóide e no estado de jejum. Outros pigmentos que estão presentes em quantidades menores são a uroeritrina e urobilina. Pessoas normais com ingestão de grande quantidade de líquidos produzem, na ausência de hidratação, urina de cor amarelo-clara e escura (GONÇALVES et al, 2015).
A coloração amarela alaranjada é causada pela administração de derivados de piridina para tratar infecções urinárias. Muitas colorações anormais na urina são de natureza não-patogênica e são causadas pela ingestão de alimentos, vitaminas e medicações bastante pigmentados (STRASINGER, 2000). 
Volume: O volume excretado varia com a alimentação, exercício físico, temperatura ambiente e particularmente com a quantidade de líquidos ingeridos. Em crianças a diurese é maior proporcionalmente maior do que no adulto. A elevação( poliúria) do volume urinário é causado por: diabete melito e insípido, certas condições do sistema nervoso, amiloidose renal, rim contraído, emoções, frio, polidipsia psicogênica e ingestão excessiva de líquidos. A diminuição (oligúria) é causada por: nefrite aguda, moléstias cardíacas e pulmonares, febre, diarreia, vomito, choque, desidratação, nefropatia tubular tóxica e enfarte hemorrágico do rim (LIMA et al, 2010).
EXAME QUÍMICO 
Densidade: Densidade fixa em torno de 1.010 é denominada isostenúria, e hipostenúria quando é abaixo de 1,007. A densidade da urina de 1.020 a 1.025 ou mais, em pacientes edemaciado, indica origem não-renal do edema. Varia também em enfermidadesextra renais como: diabete melito, diabete insípido e estados febris. Os principais responsáveis pela densidade da urina são a ureia, os cloretos d os fosfatos, no estado normal. A glicose, quando presente, eleva consideravelmente a densidade (LIMA et al, 2010).
pH: O pH urinário demonstra a capacidade do rim em preservar a concentração ideal dos íons através do trabalho dos rins e pulmões. Em indivíduos com uma dieta saudável, o valor varia entre 4,5 e 8,0, porém a média é cerca de 6,0, apresentando-se ligeiramente ácido. Alguns fatores conhecidos podem alterar esses valores, como o tipo de alimentação, medicamentos e circunstâncias patológicas, fazendo com que a urina se torne ácida ou alcalina. É através do pH da urina que existe a possibilidade de verificação das tentativas de compensação dos rins nas alterações de acidose/alcalose metabólica ou respiratória (GONÇALVES et al, 2015).
Glicose: A glicosúria ocorre quando os níveis de glicose no sangue ultrapassam a eficácia de reabsorção dos túbulos renais. Pode ocorrer em diversas condições, como diabetes mellitus, distúrbios endócrinos, distúrbios do metabolismo e disfunção tubular renal, distúrbios da tireoide, gravidez com possível diabetes melito latente, lesões do sistema nervoso central (GONÇALVES et al, 2015). 
Cetonas: A cetonúria demonstra deficiência de insulina, o que indica a necessidade de regular sua dosagem no tratamento. O acumulo excessivo de cetonas no sangue provoca desequilíbrio eletrolítico, desidratação e caso não corrigido, acidose e coma diabético. Quando cetonúria é positivo sem relação com o diabetes, porque a doença do paciente pode estar impedindo a ingestão suficiente de carboidratos ou produzindo perdas aceleradas, como no caso dos vômitos (STRASINGER, 2000). 
Hemoglobina: A hematúria tem uma relação com distúrbios de origem renal ou urogenital, e o sangramento seria resultante de traumatismo ou irritação dos órgãos desse sistema. As principais causas da hematúria são: cálculos renais, doenças glomerulares, tumores, traumatismo, pielonefrite e exposição a produção tóxicos ou a drogas. A hematúria de origem não patológica é observada após exercício vigoroso ou durante a menstruação (STRASINGER, 2000). 
A hemoglobinúria pode ocorrer como resultado da lise das hemácias no trato urinário, ou pode ser causada por hemólise intravascular e a subsequente filtração de hemoglobinas através dos glomérulos (STRASINGER, 2000) (MOURA et al., 2006). 
Proteínas: A proteína possui taxa máxima de reabsorção tubular, e sua detecção na urina, em níveis alterados, sugere alguma lesão renal. A desidratação é um fator que contribui para a ocorrência da proteinúria, e sua incidência é três a quatro vezes maiores nos idosos, devido à glomerulonefrite. Diversas patologias podem ocasionar algum tipo de proteinúria, como, por exemplo, diabetes melitus, lúpus eritematosos, nefropatias, nefrosclerose, mieloma múltiplo, condições inflamatórias/malignas do trato urinário e pielonefrite crônica. Como as causas de proteinúria são variadas, podemos agrupá-las em três grandes categorias, com base em sua origem: pré-renal, renal e pós-renal. Para detectar o tipo de proteína presente na urina, é necessária a separação por eletroforese de proteínas (GONÇALVES et al, 2015).
Leucócitos: Indica infecção do trato urinário. As células brancas são denominadas de leucócitos, e os polimorfonucleares são os tipos predominantes encontrados na urina. Os leucócitos podem apresentar granulações grosseiras e inclusões de bactérias, o que define um processo degenerativo. Após 2 a 3 horas da urina em temperatura ambiente, ocorre lise em cerca de 50% dos leucócitos presentes, o que necessita realizar a análise do sedimento logo após a coleta. O predominantemente encontrado no sedimento urinário é o neutrófilo. O aumento do número de leucócitos recebe o nome de piuria (pus na urina). Polimorfonucleares são células com formato de esferas granulares, variando em tamanho e diâmetro. Os segmentos nucleares são redondos e discretos, porém, nem sempre são visíveis (GONÇALVES et al, 2015).
Bilirrubina: A bilirrubina é observada quando a bilirrubinúmia se acha acima de 2mg/dl, à causa da bilirrubina conjugada, pode ser notada antes da coloração amarela da pele e mucosas. Ocorre na icterícia obstrutiva (colangítica, obstrutiva ou neoplásica), na icterícia hepatocelular (infecciosa, tóxica ou cirrótica). Não é evidenciada na icterícia hemolítica, especialmente na fase inicial, quando se apresenta no sague sob forma livre, não- solúvel (LIMA et al, 2010).
Nitrito: A prova para detecção de nitrito é útil para o diagnóstico precoce das infecções da bexiga (cistite), pois muitas vezes os pacientes são assintomáticos ou os sintomas são vagos. A pielonefrite, processo inflamatório dos rins e da pelve renal adjacente, é uma complicação frequente da cistite não tratada e pode acarretas lesão dos tecidos renais, comprometimento da função renal, hipertensão e até mesmo septicemia. A prova de nitrito também pode ser empregada para avaliar o sucesso de terapia com antibióticos e para examinar periodicamente as pessoas que têm infecções recorrentes, os diabéticos e as gestantes, todos considerados de alto risco para as infecções do trato urinário (STRASINGER, 2000).
Urobilinogênio: O urobilinogênio é formado no intestino pela ação redutora das bactérias sobre a bilirrubina, lançada pela bile. É reabsorvido na circulação porta e novamente excretado pelo fígado, parte eliminada na urina, cerca de 2 mg em 24 horas. Sua taxa é elevada quando há hemólise (anemia hemolítica) ou em hepatopatias. O hepatócito se torna incapaz de reabsorver e reexcretar o urobilinogênio circulante. É elevada também na policitemia, no cisto hemorrágico do ovário, na doença hemolítica perinatal, em alguns estágios da malária, na insuficiência cardíaca, na cirrose hepática. A redução ou ausência do urobilinogênio é observada na icterícia obstrutiva completa (LIMA et al, 2010).
EXAME MICROSCÓPICO
Hemácias: Grande quantidade de hemácias na urina ajuda a determinar a extensão da lesão renal, costuma decorrer de glomerulonefrite, mas também é observada em muitos outros quadros clínicos, como infecções agudas, reações tóxicas e imunológicas, neoplasias e distúrbios circulatórios que rompem a integridade dos capilares renais. A observação de hematúria microscópica pode ser essencial para o diagnóstico de cálculos renais. A célula anormal mais relacionada com a hemorragia glomerular é o acantócito que tem múltiplas protrusões e pode ser difícil de observar em microscopia de iluminação direta. A presença de hemoglobina filtrada pelos glomérulos produzirá urina vermelha e resultado positivo na análise bioquímica para detecção de sangue, sem hematúria microscópica (STRASINGER, 2000).
Leucócitos: O número elevado de leucócitos na urina é chamado de piúria e indica a presença de infecção ou inflamação no sistema urogenital. Entre as causas frequentes de piúria estão as infecções bacterianas, tais como pielonefrite, cistite, prostatite e uretrite, mas a presença de leucócitos também pode ser observada em doenças não-bacterianas, como a glomerulonefrite, o lúpus eritematoso e os tumores. A presença de eosinófilos na urina tem relação principalmente com nefrite intersticial medicamentosa, porem também em elementos que podem ser encontrados em pequena quantidade nas infecções urinarias e na rejeição de transplante de rins (STRASINGER, 2000).
Células epiteliais: São registradas como raras, poucas, muitas e agrupadas, não em números reais por campo de grande aumento. Das células epiteliais, as mais importantes são as dos túbulos renais porque, quando sua quantidade é grande, há indício de necrose tubular, são importantes na rejeição do enxerto renal. Sua presença traduz a existência de doenças causadoras de lesão tubular, entre as quais pielonefrite, reações tóxicas, infecções virais, rejeição de transplante e efeitos secundários da glomerulonefrite (STRASINGER, 2000).
A maioria dessas células é resultado da descamaçãode células velhas do revestimento epitelial do trato urinário e não possuem significado clínico importante. Por outro lado, algumas podem representar lesão epitelial ou doenças renais. A presença de células tubulares em grande quantidade, por exemplo, sugere lesão tubular. Atipias nucleares e morfológicas podem indicar um processo neoplásico. No exame rotineiro do sedimento, as células não são classificadas quanto à origem do epitélio, e essas alterações necessitam de investigação por outros métodos patológicos específicos (GONÇALVES et al, 2015).
Cilindros: São os únicos elementos exclusivamente renais encontrados no sedimento urinário. O principal componente dos cilindros é a glicoproteína de Tamm-Horsfall, excretada pelas células dos túbulos renais. A proteína de Tamm-Horsfall é excretada em velocidade relativamente constante pelas células tubulares e constituem uma proteína imunológica contra infecções (STRASINGER, 2000).
- Cilindros hialinos: A presença de 0 a 2 desses cilindros por campo de pequeno aumento é considerada normal, assim como o achado de quantidade elevada após exercício físico intenso, desidratação, exposição ao calor e estresse emocional. Causas do seu número elevado é: glomerulonefrite, pielonefrite, doença renal crônica, e insuficiência cardíaca congestiva (STRASINGER, 2000).
- Cilindros hemáticos: A presença de cilindros celulares, indica grave doença renal, embora tenham sido encontrados cilindros hemáticos em indivíduos sadios após a participação em esportes violentos. O achado de hemácias na urina indica sangramento de alguma área do sistema urogenital, a existência de cilindros hemáticos é muito mais especifica, indicando que o sangramento provém do interior do néfron. Sua presença é relacionada com a glomerulonefrite (STRASINGER, 2000).
- Cilindros leucocitários: O aparecimento desses cilindros na urina indica infecção ou inflamação no interior dos néfrons. São observados com mais frequência na pielonefrite, mas ocorrem em qualquer doença que cause inflamação dos néfrons, acompanhando também os cilindros hemáticos na glomerulonefrite. A presença de cilindros leucocitários indica necessidade de realizar culturas de bactérias (STRASINGER, 2000).
- Cilindros de células epiteliais: São encontrados na urina após a descamação das células que revestem os túbulos renais. Devido a isso, sua aparição sugere lesão de túbulo renal. Pode ser difícil diferenciar esse tipo de cilindro do cilindro leucocitário, e essa distinção pode ser realizada a partir da visualização de núcleos redondos no interior das células. São observados na necrose tubular aguda e nas infecções virais, como o citomegalovírus (GONÇALVES et al, 2015).
- Cilindros granulares: Está relacionada com doenças patológicas ou não. São constituídos por grânulos, pequenos ou grandes, originados de grumos de proteínas plasmáticas. Surgem nas doenças glomerulares, tubulares, intersticiais, e após estresse e intenso esforço físico (GONÇALVES et al, 2015).
- Cilindros céreos: Estágio avançado do cilindro hialino. Ocorrem quando há estase prolongada por obstrução tubular e são frequentemente chamados cilindros da insuficiência renal. São comumente encontrados nos pacientes com insuficiência renal crônica e também em rejeição de transplantes, hipertensão maligna, e outras doenças renais agudas (síndrome nefrótica glomerulonefrite aguda) (MOTTA, 2003).
- Cilindros graxos: Produto da desintegração dos cilindros celulares, produzidos por decomposição dos cilindros de células epiteliais que contêm corpos adiposos ovais. Presentes na síndrome nefrótica, nefropatia diabética, doenças renais crônicas e glomerulonefrites (MOTTA, 2003).
Muco: Proteína fibrilar produzida pelo epitélio tubular renal e pelo epitélio vaginal. Não é considerado clinicamente significativo. O aumento da quantidade de filamentos de muco na urina está comumente associado à contaminação vaginal (MOTTA, 2003).
Oxalato de cálcio: provocados por urina concentrada, hipercalciúria (intoxicação pela vitamina D, hiperparatireoidismo, sarcoidose), síndrome do leite-álcali, câncer, osteoporose, acidose tubular renal, hipocitratúria, hiperuricosúria e hiperoxalúria (MOTTA, 2003).
Fosfato de cálcio: Encontrado em urinas ácidas ou neutras. Exibe em sua forma clássica um octaedro de tamanho variável, com o desenho de um x em seu interior, que se assemelha com um envelope. Também pode aparecer na forma de haltere, ovoide e longo (monoidratado). Em quantidades numerosas, indicam doença renal crônica grave (GONÇALVES et al, 2015). Podem ocorrer em urinas alcalinas na acidose tubular renal, ingestão de álcalis e infecção por bactérias desdobradoras de uréia (MOTTA, 2003).
Ácido úrico: São formados em baixo pH (≤ 5,0), tem diversidade de formas (placas com quatro lados ou irregulares, prismas, formas ovais com extremidades pontiagudas e cunhas). Estão associados com a nefropatia da gota, níveis altos de ácido úrico no sangue, e podem apresentar evidências de pequenos cálculos renais acomodados nos ureteres (GONÇALVES et al, 2015).
Cistina e tirosina: Os cristais de cistina têm formato hexagonal, incolor e refringente, e ocorrem em indivíduos com cistinúria. Os cristais de tirosina estão relacionados com hepatopatia grave, e possuem formato de agulhas finas e alongadas, arranjadas em grumos e feixes (GONÇALVES et al, 2015). A cistina é encontrada na hipercistinúria e formam-s e em pacientes com deficiência inata de transporte de cistina pelas células dos túbulos renais e intestinos (MOTTA, 2003).
Leveduras: Candida albicans, podem ser observadas na urina de pacientes com diabetes melito e de mulheres com cândida vaginal. São também confundidas com hemácias e deve-se observar atenciosamente se há brotamentos (STRASINGER, 2000).
6.4. ESTUDO DE CASO
CASO 1: 
Paciente com inicias L.G.O, sexo feminino, 65 anos, deu entrada no laboratório de análises clinicas, no sumario de urina foram apresentados: Urina com volume de 35 ml, cor amarelo claro, aspecto turvo, densidade de 1.005, pH 7,0. O exame químico da urino foram apresentados proteína +, vestígios de urobilinogênio e Hemoglobina +, na leitura sedimentoscopia, presença de células epiteliais raras, piócitos números e flora bacteriana moderada. No hemograma completo sem observações, tudo no valor de referência.
Exame bioquímico glicose normal, ureia de 49 mg/dl (acima do valor de referência, até 40 mg/dl), e creatinina de 2,70 mg/dl (valor de referência: 0,4 a 1,4 mg/dl).
De acordo com os resultados dos exames da paciente observou- se que a paciente pode apresentar uma provável infecção urinaria, que pode ser uma causa de problemas renais por apresentar ureia e creatinina acima do valor de referência. 
 
CASO 2:
Paciente com iniciais C.S.S, sexo feminino, 38 anos, deu entrada no laboratório de análises clinicas. No sumario de urina foram apresentados: urina com volume de 30 ml, cor amarelo claro, aspecto ligeiramente turvo, densidade de 1.025, pH de 5,0, com células epiteliais 1 a 2 por campo, piócitos raros, flora bacteriana discreta, presença de cristais com oxalato de cálcio ++. 
No exame bioquímico presença de colesterol de 225 mg/dl (valor de referência: inferior a 200 mg/dl). 
Exame imunológico sem resultados positivos. 
Exame parasitológico de fezes com presença de protozoários: Cistos de Entamoeba Coli. 
Hemograma dentro dos valores de referência.
De acordo com os resultados do paciente observou-se cristais de oxalato de cálcio que pode ser que o paciente apresente calculo renais devido as duas cruzes. 
CASO 3:
Paciente com iniciais A.C.S.A do sexo feminino, 67 anos, deu entrada no laboratório de análises clínicas. No sumario de urina foram apresentados: urina com volume de 40 ml, cor amarelo claro, aspecto límpido, densidade de 1.015 pH 6,0, com nitrito positivo, presença de algumas células epiteliais, piócitos 15 a 20 por campo, flora bacteriana aumentada. 
No exame bioquímico alteração no valor de colesterol 230 mg/dl (valor de referência: inferior a 200 mg/dl). 
Hemograma dentro dos valoresde referência. 
De acordo com os resultados do paciente observou-se uma possível infecção urinaria devido a flora bacteriana aumentada, e o nitrito positivo que é um sinal de presença de bactérias. 
6.5. DESCRIÇAO DA EXPERIENCIA E ATIVIDADES REALIZADAS POR SETOR E EXAME
No setor de uranalise as atividades foram realizadas no turno matutino. Temos a oportunidade de aprender sobre o setor de uranálise, analisando fisicamente e quimicamente cada urina, e observando ao microscópio as suas alterações ou não. Processamos uma determinada quantidade de urina ao dia. Neste período registrei amostras de urina, sangue, processei no total de aproximadamente 75 urinas neste período, fortalecendo o aprendizado sobre os exames químicos, físicos e microscópicos da urina. 
6.6. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
ANDRADE, Ana Cristina de. et al. Curso Técnico Análises Clínicas: Etapa 3. 2010. 
GONÇALVES, Flávio Buratti. et al. Uroanálise e Fluidos Biológicos. São Paulo: Editora Técnica do Brasil, 2015. 
LIMA, A. Oliveira. et al. Métodos de Laboratório Aplicados à Clínica: Técnica e Interpretação. 8.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,2010. 
MOURA, Roberto de Almeida et al. Técnicas de laboratório. 3.ed. São Paulo: Atheneu, 2006. 511p.
MOTTA, Valter T. Bioquímica Clínica para o Laboratorio: Princípios e Interpretações. 4.ed. Porto Alegre: Editora Educs, 2003. 
STRASINGER, Susan King. Urinálise e fluidos biológicos. 3.ed. São Paulo: Premier, 2000.

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