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RESUMO EXPANDIDO - UM ESTUDO SOBRE O SISTEMA CARCERÁRIO BRASILEIRO E RESSOCIALIZAÇÃO

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UM ESTUDO SOBRE O SISTEMA CARCERÁRIO BRASILEIRO E RESSOCIALIZAÇÃO
Ingryd Fernandes Ferré[1: Acadêmica do 1º ano de Direito – UEMS, ingrydff16@gmail.com]
Luana Agustinho Piffer[2: Acadêmica do 1º ano de Direito – UEMS, luanaapiffer@gmail.com ]
RESUMO
Será apresentada neste trabalho a questão relacionada ao decadente contexto de nosso sistema carcerário, com vistas especialmente à explanação sobre o não cumprimento do objetivo principal da pena – ressocializar o indivíduo de forma que este não torne à cometer delitos. A preocupação com a eficácia do sistema penitenciário foi as grande balizadora da escolha do tema aqui discutido, sem se perder de vista os benefícios capitalizados pelo meio social ante o crescimento humanitário de sua gente. Por isso, o objetivo do trabalho é analisar e identificar se o sistema carcerário brasileiro está sendo eficaz no cumprimento de seu principal proposito, a ressocialização.
PALAVRAS-CHAVE: Sistema carcerário; ressocialização, e direito penal.
ABSTRACT:
In this work the question related to the decadent context of our carcerary system, with special views to the explanation on the failure to fulfill the primary object of the penalty - resocialize the individual so that he does not commit crimes again. The concern with the effectiveness of the penitentiary system was the great landmark of the choice of the subject discussed here, without losing sight of the benefits capitalized by the social environment in the face of the humanitarian growth of its people. Therefore, the objective of the study is to analyze and identify whether the Brazilian prison system is being effective in fulfilling its main purpose, resocialization.
KEYWORDS: Prison system; Resocialization, and criminal law.
INTRODUÇÃO
As normas jurídicas tem o papel de regular a vida social, ou seja, as leis transmitem aquilo que a população vive ou necessita naquele momento. Entretanto, para que seja possível elaborar leis que estejam de acordo com a necessidade da sociedade, é indispensável que o legislador esteja atento aos clamores da mesma, levando em consideração também aspectos culturais e de valores.
Porém, há um abismo entre o direito e a realidade social, que acarretam inúmeros problemas, especialmente no Brasil. E, um dos problemas decorrentes deste distanciamento entre o direito positivado e a situação real da sociedade pode ser encontrado quando analisamos os dados e pesquisas feitas a respeito do nosso sistema penitenciário, que se mostra ineficaz e obsoleto em seu propósito de readaptar e reincluir o réu à sociedade.
Para explicitar de forma satisfatória o problema do presente resumo, faz-se o seguinte questionamento: O sistema carcerário atual consegue, realmente, alcançar seu propósito fundamental, a ressocialização do preso?
Analisar-se-á se as penitenciárias brasileiras realmente prestam o suporte necessário à regeneração dos detentos, averiguando se existem iniciativas que tornam fático o cumprimento do objetivo principal do sistema carcerário.
II- BREVE HISTÓRICO DOS PRESÍDIOS NO BRASIL
No período que vai do descobrimento à chegada da família real ao Brasil, não havia um sistema carcerário como nos dias atuais, entretanto, pode-se dizer que a prisão não era pena autônoma, mas sim usada como local onde os acusados aguardavam seus julgamentos. 
A previsão da prisão pena surge com o artigo 79, inciso IX da constituição de 1824: “IX. Ainda com culpa formada, ninguem será conduzido á prisão, ou nella conservado estando já preso, se prestar fiança idonea, nos casos, que a Lei a admitte: e em geral nos crimes, que não tiverem maior pena, do que a de seis mezes de prisão, ou desterro para fóra da Comarca, poderá o Réo livrar-se solto”.
Apesar da pena de prisão ter sido adotada no Código Penal de 1830, só foi colocada em prática a partir de 1850 com a inauguração da Casa de Correção da Corte do Rio de Janeiro, considerada a síntese da legislação punitiva da época, já que o sistema penal era visto como inadequado pelos que defendiam a pena de prisão, uma vez que sentiam o Brasil atrasado em relação ao “progresso” dos outros países. (Roig, 2005, p. 37-38).
A República foi proclamada em 15 de novembro de 1889, com o golpe militar de Marechal Deodoro da Fonseca, o governo teve pressa na elaboração de um novo Código Criminal, assim em 1890 foi criado o Código Penal dos Estados Unidos do Brasil (TAKADA, 2010, p. 03).
A Primeira República encerrou-se contando com uma legislação formal, porém a realidade dos cárceres era diversa do que o ordenamento jurídico determinava, visto que não foi efetuado o projeto punitivo proposto, como, por exemplo, a construção de novos estabelecimentos prisionais, fato que ocasionou a superlotação nos que já existiam (MOTTA, 2011, p. 294).
A Lei 7.209, de 11 de junho de 1984, introduziu uma reforma que trouxe significantes alterações na parte geral do Código Penal e na pena de prisão. As principais mudanças foram a extinção da medida de segurança para os imputáveis, o réu poderia ser condenado no máximo a trinta anos de prisão, considerou como penas privativas de liberdade a reclusão e a detenção etc. (Zaffaroni; PIERANGELI, 2008, p. 196).
III – O SISTEMA CARCERÁRIO ATUAL
Vê-se que nosso sistema carcerário encontra-se em condições precárias, e não só em algumas regiões, mas por todo o território nacional. O que observamos é um enorme descaso com essa parcela considerável da população que se encontra à margem da sociedade. Além disso, O preso ainda é tratado como ente gerador de desassossego social, em detrimento de seus status de sujeito de direitos.
As condições de encarceramento no Brasil sempre foram, e são notoriamente desumanas. Não se trata propriamente de uma sensação de que pouca coisa mudou desde o início da idade moderna, mas, sim, de uma constatação de que pouca coisa mudou. 
No contexto atual, nota-se que os problemas enfrentados nas prisões brasileiras (como a superlotação, a deterioração da infraestrutura carcerária), tornam praticamente impossível qualquer oportunidade de que os indivíduos que se encontram em privação de liberdade venham a se recuperar. 
Contudo, há em nosso país algumas penitenciarias exemplares, como por exemplo, a Associação de Proteção e Assistência ao Condenado (APAC), de Belo Horizonte (MG) e a Unidade Prisional Regional Feminina Ana Maria do Couto May, em Mato Grosso. Estas se dedicam à recuperação e reintegração social dos condenados a penas privativas de liberdade, bem como socorrer a vítima e proteger a sociedade. 
IV – CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do acima exposto, verifica-se que nosso sistema carcerário, no estado em que se encontra, não consegue alcançar seu principal objetivo, que é ressocializar o individuo para que este não volte a cometer delitos, bem como sofre com diversos problemas que também interferem no processo de readaptação e reintegração do preso à sociedade.
Observou-se ainda, que estas dificuldades podem ser diminuídas com diversas iniciativas, principalmente aquelas de teor socioeducativo, que facilitarão o desenvolvimento e progresso dos encarcerados, de forma a contribuir com seu crescimento moral, devolvendo-lhes a liberdade, e, mais do que isso, tornando-os pessoas que têm êxito no mundo externo à prisão na pós-reclusão. 
REFERÊNCIAS
AMARAL, Cláudio Prado. Evolução histórica e perspectivas sobre o encarcerado no Brasil como sujeito de direitos. Disponível em <http://www.gecap.direitorp.usp.br/ >. 
FARIA, Ana Paula. APAC: Um Modelo de Humanização do Sistema Penitenciário. Disponível em < http://www.ambito-juridico.com.br/>.
IAMUNDO, Eduardo. Sociologia e antropologia do Direito, São Paulo, Ed. Saraiva, 2013.
MOTTA, Manoel Barros da. Crítica da Razão Punitiva: Nascimento da Prisão no Brasil. Rio de Janeiro: Forense, 2011.
Roig, Rodrigo Duque Estrada. Direito e prática histórica da execução penal no Brasil. Rio de Janeiro: Renavan, 2005.
TAKADA, Mário Yudi. Evolução histórica da pena no Brasil. ETIC - encontro de Iniciação Científica, n. 6, Vol. 6, 2010.

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