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Introdução à psicologia cognitiva

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Introdução à psicologia cognitiva
Antecedentes filosóficos
Objetivos
Conceituar a Psicologia Cognitiva. 
Entender como ciência Psicológica contribuiu para o surgimento da Psicologia Cognitiva.
Relacionar os estudos dos Filósofos com as propostas da Psicologia Cognitiva.
Psicologia cognitiva: conceito
A Psicologia Cognitiva é o estudo de como as pessoas percebem, aprendem, lembram-se e pensam sobre a informação. 
Um Psicólogo Cognitivo poderá estudar como as pessoas percebem várias formas, porque se lembram de alguns fatos e se esquecem de outros, ou mesmo porque aprendem uma língua.
A ciência Psicológica e o surgimento da Psicologia Cognitiva.
ANTECEDENTES FILOSÓFICOS
Raízes em DUAS abordagens diferentes para a compreensão da mente humana:
Racionalismo
Empirismo
Racionalistas x Empiristas
Racionalistas x Empiristas
Francês René Descartes (1596-1650) 
O Método Introspectivo e Reflexivo é superior aos métodos empíricos para se encontrar a verdade.
Inglês John Locke (1632-1704)
Os seres humanos nascem sem qualquer conhecimento e precisam buscá-lo por meio da observação empírica. 
Tabula rasa (que em latim significa "folha de papel em branco").
A vida e a experiência "escrevem" o conhecimento no indivíduo. 
Não existiam de forma alguma ideias inatas.
Racionalismo x Empirismo
No século XVIII, o filósofo alemão Immanuel Kant (1724-1804) sintetizou dialeticamente as ideias de Descartes e Locke argumentando que tanto o Racionalismo como o Empirismo têm seu lugar e que ambos devem trabalhar juntos na busca pela verdade. 
 
A ciência Psicológica e o surgimento da Psicologia Cognitiva.
ANTECEDENTES PSICOLÓGICOS
Estruturalismo - Wilhelm Wundt (1832-1920)
 Edward Titchener (1867-1927)
Funcionalismo - William James (1842-1910)
Pragmatismo - John Dewey (1859-1952)
Associacionismo - Hermann Ebbinghaus (1850-1909)
 Edward Lee Thorndike (1874-1949)
Do associacisnismo ao behaviorismo
Hermann Ebbinghaus (1850-1909) A repetição possibilita fixar as associações mentais de maneira mais consistente na memória
Edward Lee Thorndike (1874-1949) A "satisfação" é a chave para a formação de associações - Lei do EFEITO
Ivan Pavlov (1849-1936) O extraordinário trabalho de Pavlov abriu caminho para o desenvolvimento do Behaviorismo 
Behaviorismo
O condicionamento clássico é mais do que uma simples associação com base na contiguidade temporal 
A comida e o estímulo condicionado ocorriam quase ao mesmo tempo. 
O condicionamento eficaz requer contingência 
A apresentação de comida contingente à apresentação do estímulo condicionado
Behaviorismo
John Watson (1878-1958) – Behaviorismo Metodológico
Não via qualquer utilidade para os conteúdos ou mecanismos mentais internos e acreditava que os psicólogos deveriam se concentrar apenas no estudo do comportamento observável
John Watson (1878-1958)
Quase todas as formas do comportamento humano, e não apenas o aprendizado, podem ser explicadas por comportamentos emitidos em resposta ao ambiente
Behaviorismo
Questionamento de Watson em 1924: "Por que não fazemos daquilo que podemos observar, o corpo de estudo da Psicologia?“ Ou, em outras palavras:
estudar o comportamento por si mesmo;
opor-se ao mentalismo;
aderir ao evolucionismo biológico;
adotar o determinismo materialístico;
usar procedimentos objetivos na coleta de dados, rejeitando a introspecção;
realizar experimentação;
realizar testes de hipótese de preferência com grupo controle;
observar consensualmente.
Críticas do behaviorismo
Alguns psicólogos rejeitaram o Behaviorismo radical. Tinham muita curiosidade em saber o que havia nessa caixa misteriosa. Por exemplo, Edward Tolman (1886-1959) acreditava que, para entender o comportamento, era necessários e levar em conta o propósito e o plano para o comportamento. Tolman (1932) acreditava que todo comportamento era dirigido a algum objetivo. Por exemplo: o objetivo de um rato em um labirinto de laboratório seria o de encontrar comida dentro desse labirinto. Tolman é tido, por vezes, como um precursor da moderna Psicologia Cognitiva.
Críticas ao behaviorismo
Outra crítica ao Behaviorismo é que, nele, o aprendizado surge não apenas em função de recompensas diretas pelo comportamento. Também pode ser social, resultando de observações das recompensas ou punições dadas aos outros (Bandura, 1977). 
Essa teoria dá ênfase à maneira como se observa, se modela, o próprio comportamento a partir do comportamento dos outros. Aprendemos pelo exemplo. Esta consideração de aprendizado social abre caminho para se examinar o que está acontecendo na mente do indivíduo.
Gestaltismo
"o todo é diferente da soma de suas partes"
Dentre os inúmeros críticos do Behaviorismo, os psicólogos da Gestalt certamente estão entre os mais ávidos. 
A Psicologia da Gestalt afirma que não se pode compreender totalmente o comportamento quando se desmembram os fenômenos em partes menores. Por exemplo, os behavioristas têm a tendência de estudar a resolução de problemas buscando o processamento subvocal – eles buscam o comportamento observável por meio do qual a resolução do problema pode ser compreendida. 
Gestaltismo
"o todo é diferente da soma de suas partes"
Para entender a percepção de uma flor, por exemplo, teríamos de levar em conta o todo da experiência. Não se poderia entender essa percepção em termos de uma descrição de formas, cores, tamanhos e assim por diante. Da mesma forma, como mencionado no parágrafo anterior, não poderíamos entender a resolução de problemas simplesmente examinando os elementos isolados do comportamento observável (Kõhler, 1927, 1940; Wertheimer, 1945/1959).
O surgimento da Psicologia Cognitiva: métodos de pesquisa em psicologia cognitiva
Para melhor entender os métodos específicos usados pelos psicólogos cognitivos deve-se, em primeiro lugar, compreender os objetivos da pesquisa em Psicologia Cognitiva. 
coleta e a análise de dados
o desenvolvimento de teorias
a formulação e a testagem de hipóteses
a aplicação em ambientes fora do contexto da pesquisa. 
O surgimento da Psicologia Cognitiva: métodos de pesquisa em psicologia cognitiva
Conteúdo das Pesquisas:
Entender mais que “o que” da Cognição, entender “o porquê” do pensamento.
Explicar e Descrever a Cognição. Experimentação das Hipóteses;
Significância estatística das Hipóteses;
Aceitar ou não as Hipóteses;
Conclusões.
O surgimento da Psicologia Cognitiva: métodos de pesquisa em psicologia cognitiva
Métodos para explorar como os seres humanos pensam:
Experimentos em laboratório (controlados);
Pesquisa psicobiológica;
Auto-avaliações;
Estudos de caso;
Observação naturalística;
Simulação por computador (inteligência artificial).
Psicologia cognitiva: questões fundamentais e campos
Temas Subjacentes ao Estudo da Psicologia Cognitiva (pp. 23-24)
Inato X Aprendido;
Racionalismo X Empirismo;
Estrutura X Processos;
Generalidade X Especificidade do Domínio;
Pesquisa Aplicada X Pesquisa Básica;
Métodos Biológicos X Métodos Comportamentais.
Psicologia cognitiva: princípios e ideais
Os dados na psicologia cognitiva só podem ser completamente compreendidos no contexto de uma teoria explanatória, porém de nada valem teorias sem dados empíricos;
A cognição é, geralmente, adaptativa, mas não em todas as instâncias específicas;
Os processos cognitivos interagem uns com os outros e também com processos não-cognitivos;
A cognição deve ser estudada por meio de uma variedade de métodos científicos;
Toda a pesquisa básica em Psicologia Cognitiva poderá levar a aplicações e toda pesquisa aplicada poderá levar a conhecimentos básicos.
Referência
 Introdução à Psicologia Cognitiva. Cap. 1. In: Stenberg, R. J. Psicologia Cognitiva. Artmed, 4ª edição, 2008.
O surgimento da Psicologia Cognitiva
O surgimento da psicologia cognitiva
Cognitivismo
grande parte do comportamento humano pode ser entendida em 
termos de como as pessoaspensam
Racionalismo X Empirismo
Até pouco tempo atrás, e mesmo ainda hoje, em muitos lugares do mundo, as teorias de aprendizagem dividem-se em duas correntes: uma empirista e uma racionalista
Racionalismo X Empirismo
Rompendo com estes dois paradigmas, ou melhor dizendo, fundindo-os em um único, temos as teorias de Piaget 
A Epistemologia Genética é uma fusão das teorias existentes, pois Piaget não acredita que todo o conhecimento seja, a priori, inerente ao próprio sujeito (apriorismo), nem que o conhecimento provenha totalmente das observações do meio que o cerca (empirismo)
Jean Piaget – Vida e história
Jean Piaget nasceu em Neuchâtel, Suiça no dia 9 de agosto de 1896 e faleceu em Genebra em 17 de setembro de 1980.  Estudou a evolução do pensamento até a adolescência, procurando entender os mecanismos mentais que o indivíduo utiliza para captar o mundo. Como epistemólogo, investigou o processo de construção do conhecimento, sendo que nos últimos anos de sua vida centrou seus estudos no pensamento lógico-matemático.
Jean Piaget – Vida e história
Jean Piaget foi um dos primeiros estudiosos a pesquisar cientificamente como o conhecimento era formado na mente humana e seus estudos iniciaram-se com a apreciação de bebês. Piaget observou como um recém-nascido passava do estado de não reconhecimento de sua individualidade frente o mundo que o cerca indo até a idade de adolescente, onde já temos o início de operações de raciocínio mais complexas.
Jean Piaget – Vida e história
Piaget freqüentou a Universidade de Neuchâtel, onde estudou biologia e filosofia. E recebeu seu doutorado em biologia em 1918, aos 22 anos de idade. Após formar-se, Piaget foi para Zurich, onde trabalhou como psicólogo experimental. Lá ele freqüentou aulas lecionadas por Jung e trabalhou como psiquiatra em uma clinica. Essas experiências influenciaram-no em seu trabalho. Ele passou a combinar a psicologia experimental – que é um estudo formal e sistemático – com métodos informais de psicologia: entrevistas, conversas e análises de pacientes. 
Jean Piaget – Vida e história
O ano de 1919 foi o marco em sua vida. Piaget iniciou seus estudos experimentais sobre a mente humana e começou a pesquisar também sobre o desenvolvimento das habilidades cognitivas. Seu conhecimento de biologia levou-o a enxergar o
desenvolvimento cognitivo de uma criança como sendo uma evolução gradativa. 
Epistemologia Genética
A teoria de Piaget do desenvolvimento cognitivo é uma teoria de etapas, uma teoria que pressupõe que os seres humanos passam por uma série de mudanças ordenadas e previsíveis.
Epistemologia Genética
A criança é concebida como um ser dinâmico, que a todo momento interage com a realidade, operando ativamente com objetos e pessoas. Essa interação com o ambiente faz com que construa estrutura mentais e adquira maneiras de fazê-las funcionar. O eixo central, portanto, é a interação organismo-meio e essa interação acontece através de dois processos simultâneos: a organização interna e a adaptação ao meio, funções exercidas pelo organismo ao longo da vida.
Epistemologia Genética
Considera, ainda, que o processo de desenvolvimento é influenciado por fatores como: maturação (crescimento biológico dos órgãos), exercitação (funcionamento dos esquemas e órgãos que implica na formação de hábitos), aprendizagem social (aquisição  de valores, linguagem, costumes e padrões culturais e sociais) e equilibração (processo de auto regulação interna do organismo, que se constitui na busca sucessiva de reequilíbrio após cada desequilíbrio sofrido).
A relação sujeito-objeto
De acordo com suas teorias, o conhecimento, em qualquer nível, é gerado através de uma interação radical do sujeito com seu meio, a partir de estruturas previamente existentes no sujeito
A relação sujeito-objeto
A relação entre estas duas partes S - O se dá através de um processo de dupla face, por ele denominado de adaptação, o qual é subdividido em dois momentos: a assimilação e a acomodação
Adaptação
Destas sucessivas e permanentes relações entre assimilação e acomodação (não necessariamente nesta ordem) o indivíduo vai "adaptando-se" ao meio externo através de um interminável processo de desenvolvimento cognitivo.
Por ser um processo permanente, e estar sempre em desenvolvimento, esta teoria foi denominada de "Construtivismo"
Processo de assimilação
Processo de assimilação
A adaptação, definida por Piaget, como o próprio desenvolvimento da inteligência, ocorre através da assimilação e acomodação. Os esquemas de assimilação vão se modificando, configurando os estágios de desenvolvimento.
Esquema de assimilação
Para Piaget os estágios e períodos do desenvolvimento caracterizam as diferentes maneiras do indivíduo interagir com a realidade, ou seja, de organizar seus conhecimentos visando sua adaptação, constituindo-se na modificação progressiva dos esquemas de assimilação. Os estágios evoluem como uma espiral, de modo que cada estágio engloba o anterior e o amplia. Piaget não define idades rígidas para os estágios, mas sim que estes se apresentam em uma sequência constante.
Estágios de desenvolvimento
Estágio sensório-motor
Mais ou menos de 0 a 2 anos: a atividade intelectual da criança é de natureza sensorial e motora. A principal característica desse período é a ausência da função semiótica, isto é, a criança não representa mentalmente os objetos. Sua ação é direta sobre eles. Essas atividades serão o fundamento da atividade intelectual futura. A estimulação ambiental interferirá na passagem de um estágio para o outro. 
Estágio sensório-motor
No final deste período, a criança apresenta as seguintes características cognitivas: 
a) é capaz de conhecer as coisas sem estar diretamente a atuar sobre as mesmas; 
b) procura-as quando não as encontra no seu campo visual (noção de permanência dos objetos);
c) evoca no presente uma atividade passada (noção de sucessão temporal dos acontecimentos e de certa relação de causalidade); c) aparece a linguagem, ou função simbolica (18/24 meses)
Estágio pré-operatório
Mais ou menos de 2 a 6 anos: a criança desenvolve a capacidade simbólica. Durante este período a criança desenvolve a inteligência representativa, ligada à aquisição da linguagem. Ela desenvolve a capacidade de representar qualquer coisa por meio de outra coisa, isto é, um significado qualquer (objeto, acontecimento, etc), por meio de um significante diferenciado que só servirá para essa representação: linguagem, gesto simbólico, imagem mental, etc. (Função Simbólica).
Estágio Pré-operatório
Este período caracteriza-se pelo: 
Egocentrismo
Desequilíbrio
Irreversibilidade
Estágio das operações concretas (operatório concreto)
Mais ou menos dos 7 aos 11 anos: a criança já possui uma organização mental integrada, os sistemas de ação reúnem-se em todos integrados. Piaget fala em operações de pensamento ao invés de ações.  É capaz de ver a totalidade de diferentes ângulos. Conclui e consolida as conservações do número, da substância e do peso. Apesar de ainda trabalhar com objetos, agora representados, sua flexibilidade de pensamento permite um sem número de aprendizagens. 
Estágio das operações formais (operatório formal)
Mais ou menos dos 12 anos em diante: ocorre o desenvolvimento das operações de raciocínio abstrato. A criança se liberta inteiramente do objeto, inclusive o representado, operando agora com a forma (em contraposição a conteúdo), situando o real em um conjunto de transformações. A grande novidade do nível das operações formais é que o sujeito torna-se capaz de raciocinar corretamente sobre proposições em que não acredita, ou que ainda não acredita, que ainda considera puras hipóteses. É capaz de inferir as consequências.
Referências
PENNA, Antonio Gomes. Introdução à psicologia genética de Piaget. Rio de Janeiro: Imago, 2001.
Processos Cognitivos
Atenção
Atenção - Conceitos 
[Atenção] é a tomada de posse pela mente, de modo claro e vivido, de um entre o que parecem ser vários objetos ou linhas de pensamentos simultaneamentepossíveis. (...) Implica em se afastar de algumas coisas para lidar efetivamente com outras.
William James, Princípios da Psicologia
Atenção - Conceitos 
Possibilidade de exercer um controle voluntário sobre a atenção; 
Inabilidade de atender diversos estímulos ao mesmo tempo, ou seja, o caráter seletivo e focalização;
Capacidade limitada de processamento atencional. 
Atenção - Conceitos
Atenção é o meio pelo qual se processa ativamente uma quantidade limitada de informação a partir da enorme quantidade de informação disponível por meio dos sentidos, da memória armazenada e de outros processos cognitivos.
(Sternberg, 2010: p.107)
Atenção - Conceitos
Consiste no processo de selecionar coisas em que se concentrar num certo momento; 
Permite focar o que é relevante; 
Depende de objetivos claros e de que a informação necessária esteja disponível no ambiente 
Envolve sentidos auditivos e visuais; 
Exemplos: Atenção auditiva: Espera pela chamada no seu nome no consultório do dentista. Atenção visual: Passar de olhos nos resultados dos jogos de futebol em um jornal
Processamento paralelo na cognição
O processamento paralelo ou paralelismo cognitivo ocorre quando ocorre processamento simultâneo de informações sensoriais ou quando o sistema cognitivo desempenha mais de uma ação ao mesmo tempo.
Ao contrário dos computadores que realizam o processamento serial (uma ação de cada vez), o cérebro se empenha em um processamento paralelo.
Gargalos cognitivos
Na percepção ocorre um processamento paralelo, isto é, nossos olhos e outros sistemas sensoriais processam informações simultaneamente. 
Porém, isto não ocorre em todo o sistema cognitivo. Existe um ponto que só podemos dar atenção a uma mensagem falada ou a uma só coisa em nosso campo visual. 
Os psicólogos propuseram a existência de um grande gargalo serial no processamento humano da informação, o ponto onde não é mais possível continuar processando tudo em paralelo. 
Limites do paralelismo na área motora
Há evidências nos limites ao paralelismo também na área motora. Por exemplo, tente dar tapinhas na cabeça enquanto esfrega o estômago. O que acontece?
Teorias da atenção
Teoria da Seleção Precoce
Teoria da Seleção Tardia
Teoria da seleção precoce
As informações são selecionadas antes que a mensagem tenha passado por qualquer processamento. 
Os estímulos não precisam ser analisados completamente antes de serem selecionados. 
Teoria da seleção tardia
Teoria que supõe que o fenômeno se dá a partir da absorção de informações sensoriais, seguido por um processamento e uma seleção de estímulos. 
Os estímulos provenientes das vias sensoriais recebem uma análise prévia de características e significados, e só então seriam selecionados os estímulos que receberiam um processamento mais aprofundado. 
Nessa teoria a informação é processada ou descartada, através de um processamento cognitivo sucessivo, não baseado apenas nas características físicas do objeto, mas na sua representação mental. 
Atenção auditiva
Pesquisas sobre tarefa da escuta dicótica–Sujeitos usam fones de ouvido e escutam duas mensagens ao mesmo tempo, uma e cada ouvido, e são convidados a “sombrear” uma mensagem, ou seja, a repetir as palavras de apenas uma mensagem. 
A maior parte dos sujeitos é capaz de prestar atenção a uma só mensagem e se desligar da outra. 
Atenção auditiva
Depois de ouvir as mensagens, os sujeitos relataram que podiam dizer se a mensagem não-atendida era uma voz humana ou um ruído; se a voz era masculina ou feminina. 
Entretanto, essas limitadas informações eram quase tudo que podiam relatar. Eles não conseguiam dizer que língua era falada nem lembrar de qualquer das palavras ditas, ainda que a mesma palavra fosse repetida inúmeras vezes.
Este estudo apoia uma teoria da seleção precoce, pois as informações são selecionadas antes que a mensagem passe por qualquer processamento. 
A teoria do filtro –atenção auditiva
Broadbent propôs uma teoria de seleção precoce conhecida como teoria do filtro. 
Teoria do filtro –informações sensoriais passam pelo sistema até que algum gargalo seja alcançado. Nesse ponto, a pessoa escolhe a mensagem que será processada com base em alguma característica física, como o volume da voz da pessoa que fala. 
Na tarefa de escuta dicótica, as mensagens em ambos os ouvidos são registradas, mas em algum momento, o sujeito selecionava um dos ouvidos para escutar. 
Teoria do filtro de Broadbent(1958)
Proposta de que selecionamos uma mensagem para processar com base em características físicas como o ouvido ou o volume. 
As mensagens provenientes dos dois ouvidos seguem por nervos diferentes. Segundo essa teoria, o cérebro seleciona certos nervos para prestar atenção. 
Tudo indica que os ouvintes podem melhorar o sinal auditivo proveniente do ouvido que escolheram prestar atenção. 
Modelo de Filtro de Broadbent
Teoria do filtro - Limitações
O modelo do filtro de Broadbent sustenta que utilizamos aspectos físicos para selecionar uma mensagem a ser processada, mas foi comprovado que os sujeitos também são capazes de usar o conteúdo semântico (significado da mensagem). 
Por exemplo, em uma festa podemos acompanhar uma conversa, mas subitamente nossa atenção pode se desviar quando ouvimos nosso nome em outra conversa. 
Desta forma, evidências sugerem que às vezes as pessoas usam o ouvido físico para selecionar qual mensagem deve ser acompanhada e em outras ocasiões escolhem o conteúdo semântico. 
A teoria da atenuação de Treisman (1964)
Esse modelo admitia que certas mensagens são enfraquecidas mas não filtradas inteiramente com base nas propriedades físicas.
Assim, em tarefa de escuta dicótica, os sujeitos minimizariam o sinal do ouvido não atendido, mas não eliminariam. 
Em duas mensagens simultâneas, o filtro seleciona qual mensagem acompanhar. 
A teoria da atenuação de Treisman
Utilizou-se de experimentos em que mensagens gravadas de características coerentes e incoerentes eram transmitidas através de um fone de ouvido, passando do ouvido esquerdo para o direito e vice versa.
A autora concluiu que os indivíduos foram capazes de “seguir” as mensagens coerentes, independentemente da mudança de ouvido, sugerindo que as mensagens incoerentes eram atenuadas, mas não desapareciam.
A mensagem era enfraquecida (atenuada) quando não tinha relevância à tarefa, sendo que os indivíduos utilizavam-se do conteúdo das mensagens para selecioná-las e decidirem entre os tópicos relevantes e irrelevantes.
Teoriado FiltroTardioouda SeleçãoTardia–Deutsch & Deutsch (1963)
Deutsch & Deutsch (1963) responderam aos múltiplos problemas e críticas do modelo de Broadbent argumentando que há uma análise do significado de todos os estímulos
Sugerem que a seleção ou filtro só acontece depois que o estímulo perceptivo foi submetido à análise de conteúdo verbal. 
Teorias da atenção
Há muitas evidências em conformidade com a teoria da atenuação de Treisman, onde há uma detecção menor em um dos ouvidos em estudos de escuta dicótica.
Embora seja verdade que as informações auditivas que não recebem atenção não sejam bem processadas, aparentemente os sujeitos são capazes de gravar as informações por breves períodos e pode perder-se em cerca de cinco segundos.
Neisser (1967) chamou o sistema que conserva informações auditivas não-processadas de memória ecóica. A menos que seja atendido rapidamente, conteúdo dessa memória será perdido.
Comparação entre as teorias
A grande diferença entre estas teorias é a localização do filtro, ou seja, enquanto Broadbent colocou o filtro no início do processo de seleção, Treismane Deutsch & Deutsch propuseram que o filtro se encontrava mais além dentro desse processo que seleciona as informações.
Porém, todos estes autores concordam que o estímulo antes do filtro ocorre processamento em paralelo (simultaneamente) e quando atinge o filtro, passa a ser processado de maneira serial (individualmente), exigindo atenção.
Entretanto, nenhuma destas teorias obtiveram sucesso em apontar com precisãoo local do filtro.
Comparação entre as teorias
Apesar de não haver concordância entre os autores previamente mencionados quanto a localização do filtro, eles concordam que a atenção possui duas características marcantes: 
1) capacidade limitada-dificuldade do indivíduo em atender diversos estímulos ao mesmo tempo.
2) processa a informação de maneira seriada.
Capacidade Limitada da Atenção
Atividades diferentes impõem diferentes demandas nesta capacidade limitada da atenção que pode levar a uma deterioração da performance.
Este fato foi comprovado nos experimentos de tarefas simultâneas (“dual task”), onde os sujeitos tiveram dificuldades em realizar as duas atividades com a mesma precisão, sem que ocorresse uma queda de rendimento em uma das tarefas. 
Os resultados demonstraram uma troca, quando a tarefa “A” recebia mais atenção, a “performance” da tarefa “B” deteriorava e vice versa.
Capacidade Limitada da Atenção –Tarefas automatizadas
Entretanto, se caso uma destas tarefas estiverem automatizadas pelo sujeito, a quantidade de atenção necessária será menor, facilitando a realização de tarefas simultâneas. 
Para exemplificar esta situação, retornamos ao exemplo da criança que está aprendendo a driblar uma bola de basquete, citado anteriormente. 
Após uma quantidade considerável de prática, ela consegue, ao mesmo tempo, driblar a bola e observar a posição dos companheiros e dos adversários em uma partida. 
A distribuição da atenção, durante a realização de atividades paralelas, pode variar em função da complexidade da tarefa , as instruções fornecidas ao indivíduo e o seu nível de habilidade . 
Anderson (1990), investigando habilidades altamente sofisticadas, concluiu que as demandas no processo de atenção diminuem quando o indivíduo atinge uma fase autônoma.
Atenção Visual
O gargalo do processamento de informações visuais é ainda mais perceptível que o gargalo do processamento de informações auditivas. 
A acuidade da retina varia, atingindo o máximo em uma área muito pequena chamada fóvea. 
Embora nossos olhos registrem uma grande parte do campo visual, a fóvea registra apenas uma pequena fração desse campo. 
Atenção Visual
Contudo, não é verdadeiro que o foco da atenção visual seja sempre idêntico à parte do campo visual que está sendo processado pela fóvea. 
Os sujeitos podem ser instruídos a se fixarem em uma parte do campo visual (onde se localiza a fóvea) e prestar atenção a região fora do campo da fóvea. 
Posner, Snydere Davidson (1980) observaram que os sujeitos podem prestar atenção a posições a até 24 graus de distância da fóvea. 
Atenção Visual
Ao escolhermos o ponto a ser fixado, dedicamos também o máximo dos recursos de processamento visual a uma determinada parte do campo visual e “atenuamos” os recurso dedicados ao processamento de outras partes do campo. 
Mas a atenção visual pode se deslocar sem que haja movimentos dos olhos. 
Temos que prestar atenção e identificar uma região fora da fóvea interessante de modo que possamos orientar nosso olhar para que se fixe naquela região para obtermos a máxima acuidade no processamento daquele local. 
Assim, um desvio de atenção frequentemente precede o movimento ocular. 
A metáfora do refletor
Um tipo de teoria trata a atenção visual como se esta fosse um refletor que movimentamos para focalizar diversas partes do nosso campo visual.
Pesquisadores indicam que o campo visual desse refletor pode atingir diversos graus do ângulo visual.
Quanto maior for o ângulo visual que ele abrange, menor é a qualidade do processamento de qualquer parte do campo.
O estreitamento do foco proporciona melhor processamento daquela parte do campo visual. Mas se a pessoa quiser processar material de outras partes do campo visual, é necessário movimentar o refletor e isso leva tempo.
Atenção visual e auditiva
O estímulo visual e auditivo costumam vir juntos. Podemos processar várias fontes de estímulos ao mesmo tempo quando as modalidades não são conflitantes. 
A capacidade de fazer isso depende do fato de um desses processos ser altamente automatizado (ex: dirigir) e não exigir muito da cognição verbal. 
Entretanto, quando a direção se torna difícil, também se torna difícil manter a conversação em paralelo. 
Automatismo
A medida que as tarefas são treinadas , tornam-se mais automáticas e exigem cada vez menos cognição central para a execução. 
Efeito Stroop
Forte tendência das palavras serem automaticamente reconhecidas foi estudado em um fenômeno conhecido como efeito Stroop.
Efeito Stroop–forte tendência das palavras serem automaticamente reconhecidas. É praticamente ver uma palavra comum e não ler. 
Desenvolvido por Ridley Stroop, em 1935.
Ex: Tarefa requer que os sujeitos informem a cor da tinta em que as palavras são impressas. Eles são muito mais lentos na condição de conflito de atribuir nome à cor da tinta da palavra quando esta é o nome de uma cor diferente. 
Efeito Stoop
Atenção
Todos sabem o que é a atenção. É a tomada pela mente, de maneira vívida e clara, de algo dentre o que parecem ser diversos objetos ou cadeias de pensamento simultaneamente possíveis. A focalização e a concentração da consciência pertencem à sua essência. Ela implica o afastamento de algumas coisas para lidarmos eficazmente com outras. 
William James (1890, p.403-404). 
Atenção
Esta citação reflete uma concepção antiga sobre a atenção. Uma delas é que a atenção está fortemente relacionada à consciência –que não podemos dar atenção a alguma coisa a menos que tenhamos consciência dela. Muitos fenômenos da atenção parecem ser inconscientes. 
Ela inclui processos conscientes e inconscientes. 
Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)
considerado um dos principais problemas comportamentais crônicos da infância
causa mais comum de encaminhamento para centros de saúde mental
Ainda não há um consenso científico sobre as causas do TDAH
Caráter hereditário significativo.
Desregulação central dos sistemas dopaminérgicos e noradrenérgicosque controlam a atenção, organização, planejamentoe outros aspectos cognitivos.
Origem multifatorial –aspectos biológicos e ambientais
Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (DSM-IV)
A característica essencial do Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade é um padrão persistente de desatenção e/ou hiperatividade, mais frequente e severo do que aquele tipicamente observado em indivíduos em nível equivalente de desenvolvimento (Critério A). 
Alguns sintomas hiperativo-impulsivos que causam prejuízo devem ter estado presentes antes dos 7 anos, mas muitos indivíduos são diagnosticados depois, após a presença dos sintomas por alguns anos.
Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (DSM-IV)
Algum prejuízo devido aos sintomas deve estar presente em pelo menos dois contextos (por ex., em casa e na escola ou trabalho) (Critério C). 
Deve haver claras evidências de interferência no funcionamento social, acadêmico ou ocupacional apropriado em termos evolutivos
Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (DSM-IV)
A. Ou (1) ou (2)
seis (ou mais) dos seguintes sintomas de desatenção persistiram por pelo menos 6 meses, em grau mal-adaptativoe inconsistente com o nível de desenvolvimento:
Desatenção:
frequentemente deixa de prestar atenção a detalhes ou comete erros por descuido em atividades escolares, de trabalho ou outras
com frequência tem dificuldades para manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicas 
com frequência parece não escutar quando lhe dirigem a palavra
com frequência não segue instruções e não termina seus deveres escolares, tarefas domésticas ou deveres profissionais (não devido a comportamento de oposição ou incapacidade de compreender instruções)
com frequência tem dificuldade para organizar tarefas e atividades
com frequência evita, antipatiza ou reluta a envolver-se em tarefas que exijam esforço mental constante (como tarefas escolares ou deveres de casa)
com frequência perde coisas necessárias para tarefas ou atividades (por ex.,brinquedos, tarefas escolares, lápis, livros ou outros materiais)
é facilmente distraído por estímulos alheios à tarefa
com frequência apresenta esquecimento em atividades diárias
Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (DSM-IV)
(2) seis (ou mais) dos seguintes sintomas de hiperatividade persistiram por pelo menos 6 meses, em grau mal-adaptativo e inconsistente com o nível de desenvolvimento: 
Hiperatividade:
frequentemente agita as mãos ou os pés ou se remexe na cadeira
frequentemente abandona sua cadeira em sala de aula ou outras situações nas quais se espera que permaneça sentado
frequentemente corre ou escala em demasia, em situações nas quais isto é inapropriado (em adolescentes e adultos, pode estar limitado a sensações subjetivas de inquietação)
com frequência tem dificuldade para brincar ou se envolver silenciosamente em atividades de lazer
está frequentemente "a mil" ou muitas vezes age como se estivesse "a todo vapor“
frequentemente fala em demasia
Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (DSM-IV)
Impulsividade:
g) frequentemente dá respostas precipitadas antes de as perguntas terem sido completadas
h) com frequência tem dificuldade para aguardar sua vez
i) frequentemente interrompe ou se mete em assuntos de outros (por ex., intromete-se em conversas ou brincadeiras)B. Alguns sintomas de hiperatividade-impulsividade ou desatenção que causaram prejuízo estavam presentes antes dos 7 anos de idade.C. Algum prejuízo causado pelos sintomas está presente em dois ou mais contextos (por ex., na escola [ou trabalho] e em casa).D. Deve haver claras evidências de prejuízo clinicamente significativo no funcionamento social, acadêmico ou ocupacional.
Referências
Anderson, J.R. Psicologia Cognitiva e suas implicações experimentais. LTC, 2004.
Sternberg, R.J. Psicologia Cognitiva. Artmed, 2008. 
Processos Cognitivos
Atenção
Atenção - Conceitos 
[Atenção] é a tomada de posse pela mente, de modo claro e vivido, de um entre o que parecem ser vários objetos ou linhas de pensamentos simultaneamente possíveis. (...) Implica em se afastar de algumas coisas para lidar efetivamente com outras.
William James, Princípios da Psicologia
Atenção - Conceitos 
Possibilidade de exercer um controle voluntário sobre a atenção; 
Inabilidade de atender diversos estímulos ao mesmo tempo, ou seja, o caráter seletivo e focalização;
Capacidade limitada de processamento atencional. 
Atenção - Conceitos
Atenção é o meio pelo qual se processa ativamente uma quantidade limitada de informação a partir da enorme quantidade de informação disponível por meio dos sentidos, da memória armazenada e de outros processos cognitivos.
(Sternberg, 2010: p.107)
Atenção - Conceitos
Consiste no processo de selecionar coisas em que se concentrar num certo momento; 
Permite focar o que é relevante; 
Depende de objetivos claros e de que a informação necessária esteja disponível no ambiente 
Envolve sentidos auditivos e visuais; 
Exemplos: Atenção auditiva: Espera pela chamada no seu nome no consultório do dentista. Atenção visual: Passar de olhos nos resultados dos jogos de futebol em um jornal
Processamento paralelo na cognição
O processamento paralelo ou paralelismo cognitivo ocorre quando ocorre processamento simultâneo de informações sensoriais ou quando o sistema cognitivo desempenha mais de uma ação ao mesmo tempo.
Ao contrário dos computadores que realizam o processamento serial (uma ação de cada vez), o cérebro se empenha em um processamento paralelo.
Gargalos cognitivos
Na percepção ocorre um processamento paralelo, isto é, nossos olhos e outros sistemas sensoriais processam informações simultaneamente. 
Porém, isto não ocorre em todo o sistema cognitivo. Existe um ponto que só podemos dar atenção a uma mensagem falada ou a uma só coisa em nosso campo visual. 
Os psicólogos propuseram a existência de um grande gargalo serial no processamento humano da informação, o ponto onde não é mais possível continuar processando tudo em paralelo. 
Limites do paralelismo na área motora
Há evidências nos limites ao paralelismo também na área motora. Por exemplo, tente dar tapinhas na cabeça enquanto esfrega o estômago. O que acontece?
Teorias da atenção
Teoria da Seleção Precoce
Teoria da Seleção Tardia
Teoria da seleção precoce
As informações são selecionadas antes que a mensagem tenha passado por qualquer processamento. 
Os estímulos não precisam ser analisados completamente antes de serem selecionados. 
Teoria da seleção tardia
Teoria que supõe que o fenômeno se dá a partir da absorção de informações sensoriais, seguido por um processamento e uma seleção de estímulos. 
Os estímulos provenientes das vias sensoriais recebem uma análise prévia de características e significados, e só então seriam selecionados os estímulos que receberiam um processamento mais aprofundado. 
Nessa teoria a informação é processada ou descartada, através de um processamento cognitivo sucessivo, não baseado apenas nas características físicas do objeto, mas na sua representação mental. 
Atenção auditiva
Pesquisas sobre tarefa da escuta dicótica–Sujeitos usam fones de ouvido e escutam duas mensagens ao mesmo tempo, uma e cada ouvido, e são convidados a “sombrear” uma mensagem, ou seja, a repetir as palavras de apenas uma mensagem. 
A maior parte dos sujeitos é capaz de prestar atenção a uma só mensagem e se desligar da outra. 
Atenção auditiva
Depois de ouvir as mensagens, os sujeitos relataram que podiam dizer se a mensagem não-atendida era uma voz humana ou um ruído; se a voz era masculina ou feminina. 
Entretanto, essas limitadas informações eram quase tudo que podiam relatar. Eles não conseguiam dizer que língua era falada nem lembrar de qualquer das palavras ditas, ainda que a mesma palavra fosse repetida inúmeras vezes.
Este estudo apoia uma teoria da seleção precoce, pois as informações são selecionadas antes que a mensagem passe por qualquer processamento. 
A teoria do filtro –atenção auditiva
Broadbent propôs uma teoria de seleção precoce conhecida como teoria do filtro. 
Teoria do filtro –informações sensoriais passam pelo sistema até que algum gargalo seja alcançado. Nesse ponto, a pessoa escolhe a mensagem que será processada com base em alguma característica física, como o volume da voz da pessoa que fala. 
Na tarefa de escuta dicótica, as mensagens em ambos os ouvidos são registradas, mas em algum momento, o sujeito selecionava um dos ouvidos para escutar. 
Teoria do filtro de Broadbent(1958)
Proposta de que selecionamos uma mensagem para processar com base em características físicas como o ouvido ou o volume. 
As mensagens provenientes dos dois ouvidos seguem por nervos diferentes. Segundo essa teoria, o cérebro seleciona certos nervos para prestar atenção. 
Tudo indica que os ouvintes podem melhorar o sinal auditivo proveniente do ouvido que escolheram prestar atenção. 
Modelo de Filtro de Broadbent
Teoria do filtro - Limitações
O modelo do filtro de Broadbent sustenta que utilizamos aspectos físicos para selecionar uma mensagem a ser processada, mas foi comprovado que os sujeitos também são capazes de usar o conteúdo semântico (significado da mensagem). 
Por exemplo, em uma festa podemos acompanhar uma conversa, mas subitamente nossa atenção pode se desviar quando ouvimos nosso nome em outra conversa. 
Desta forma, evidências sugerem que às vezes as pessoas usam o ouvido físico para selecionar qual mensagem deve ser acompanhada e em outras ocasiões escolhem o conteúdo semântico. 
A teoria da atenuação de Treisman (1964)
Esse modelo admitia que certas mensagens são enfraquecidas mas não filtradas inteiramente com base nas propriedades físicas.
Assim, em tarefa de escuta dicótica, os sujeitos minimizariam o sinal do ouvido não atendido, mas não eliminariam. 
Em duas mensagens simultâneas, o filtro seleciona qual mensagem acompanhar. 
A teoria da atenuação de Treisman
Utilizou-se de experimentos em que mensagens gravadas de características coerentese incoerentes eram transmitidas através de um fone de ouvido, passando do ouvido esquerdo para o direito e vice versa.
A autora concluiu que os indivíduos foram capazes de “seguir” as mensagens coerentes, independentemente da mudança de ouvido, sugerindo que as mensagens incoerentes eram atenuadas, mas não desapareciam.
A mensagem era enfraquecida (atenuada) quando não tinha relevância à tarefa, sendo que os indivíduos utilizavam-se do conteúdo das mensagens para selecioná-las e decidirem entre os tópicos relevantes e irrelevantes.
Teoriado FiltroTardioouda SeleçãoTardia–Deutsch & Deutsch (1963)
Deutsch & Deutsch (1963) responderam aos múltiplos problemas e críticas do modelo de Broadbent argumentando que há uma análise do significado de todos os estímulos
Sugerem que a seleção ou filtro só acontece depois que o estímulo perceptivo foi submetido à análise de conteúdo verbal. 
Teorias da atenção
Há muitas evidências em conformidade com a teoria da atenuação de Treisman, onde há uma detecção menor em um dos ouvidos em estudos de escuta dicótica.
Embora seja verdade que as informações auditivas que não recebem atenção não sejam bem processadas, aparentemente os sujeitos são capazes de gravar as informações por breves períodos e pode perder-se em cerca de cinco segundos.
Neisser (1967) chamou o sistema que conserva informações auditivas não-processadas de memória ecóica. A menos que seja atendido rapidamente, conteúdo dessa memória será perdido.
Comparação entre as teorias
A grande diferença entre estas teorias é a localização do filtro, ou seja, enquanto Broadbent colocou o filtro no início do processo de seleção, Treismane Deutsch & Deutsch propuseram que o filtro se encontrava mais além dentro desse processo que seleciona as informações.
Porém, todos estes autores concordam que o estímulo antes do filtro ocorre processamento em paralelo (simultaneamente) e quando atinge o filtro, passa a ser processado de maneira serial (individualmente), exigindo atenção.
Entretanto, nenhuma destas teorias obtiveram sucesso em apontar com precisão o local do filtro.
Comparação entre as teorias
Apesar de não haver concordância entre os autores previamente mencionados quanto a localização do filtro, eles concordam que a atenção possui duas características marcantes: 
1) capacidade limitada-dificuldade do indivíduo em atender diversos estímulos ao mesmo tempo.
2) processa a informação de maneira seriada.
Capacidade Limitada da Atenção
Atividades diferentes impõem diferentes demandas nesta capacidade limitada da atenção que pode levar a uma deterioração da performance.
Este fato foi comprovado nos experimentos de tarefas simultâneas (“dual task”), onde os sujeitos tiveram dificuldades em realizar as duas atividades com a mesma precisão, sem que ocorresse uma queda de rendimento em uma das tarefas. 
Os resultados demonstraram uma troca, quando a tarefa “A” recebia mais atenção, a “performance” da tarefa “B” deteriorava e vice versa.
Capacidade Limitada da Atenção –Tarefas automatizadas
Entretanto, se caso uma destas tarefas estiverem automatizadas pelo sujeito, a quantidade de atenção necessária será menor, facilitando a realização de tarefas simultâneas. 
Para exemplificar esta situação, retornamos ao exemplo da criança que está aprendendo a driblar uma bola de basquete, citado anteriormente. 
Após uma quantidade considerável de prática, ela consegue, ao mesmo tempo, driblar a bola e observar a posição dos companheiros e dos adversários em uma partida. 
A distribuição da atenção, durante a realização de atividades paralelas, pode variar em função da complexidade da tarefa , as instruções fornecidas ao indivíduo e o seu nível de habilidade . 
Anderson (1990), investigando habilidades altamente sofisticadas, concluiu que as demandas no processo de atenção diminuem quando o indivíduo atinge uma fase autônoma.
Atenção Visual
O gargalo do processamento de informações visuais é ainda mais perceptível que o gargalo do processamento de informações auditivas. 
A acuidade da retina varia, atingindo o máximo em uma área muito pequena chamada fóvea. 
Embora nossos olhos registrem uma grande parte do campo visual, a fóvea registra apenas uma pequena fração desse campo. 
Atenção Visual
Contudo, não é verdadeiro que o foco da atenção visual seja sempre idêntico à parte do campo visual que está sendo processado pela fóvea. 
Os sujeitos podem ser instruídos a se fixarem em uma parte do campo visual (onde se localiza a fóvea) e prestar atenção a região fora do campo da fóvea. 
Posner, Snydere Davidson (1980) observaram que os sujeitos podem prestar atenção a posições a até 24 graus de distância da fóvea. 
Atenção Visual
Ao escolhermos o ponto a ser fixado, dedicamos também o máximo dos recursos de processamento visual a uma determinada parte do campo visual e “atenuamos” os recurso dedicados ao processamento de outras partes do campo. 
Mas a atenção visual pode se deslocar sem que haja movimentos dos olhos. 
Temos que prestar atenção e identificar uma região fora da fóvea interessante de modo que possamos orientar nosso olhar para que se fixe naquela região para obtermos a máxima acuidade no processamento daquele local. 
Assim, um desvio de atenção frequentemente precede o movimento ocular. 
A metáfora do refletor
Um tipo de teoria trata a atenção visual como se esta fosse um refletor que movimentamos para focalizar diversas partes do nosso campo visual.
Pesquisadores indicam que o campo visual desse refletor pode atingir diversos graus do ângulo visual.
Quanto maior for o ângulo visual que ele abrange, menor é a qualidade do processamento de qualquer parte do campo.
O estreitamento do foco proporciona melhor processamento daquela parte do campo visual. Mas se a pessoa quiser processar material de outras partes do campo visual, é necessário movimentar o refletor e isso leva tempo.
Atenção visual e auditiva
O estímulo visual e auditivo costumam vir juntos. Podemos processar várias fontes de estímulos ao mesmo tempo quando as modalidades não são conflitantes. 
A capacidade de fazer isso depende do fato de um desses processos ser altamente automatizado (ex: dirigir) e não exigir muito da cognição verbal. 
Entretanto, quando a direção se torna difícil, também se torna difícil manter a conversação em paralelo. 
Automatismo
A medida que as tarefas são treinadas , tornam-se mais automáticas e exigem cada vez menos cognição central para a execução. 
Efeito Stroop
Forte tendência das palavras serem automaticamente reconhecidas foi estudado em um fenômeno conhecido como efeito Stroop.
Efeito Stroop–forte tendência das palavras serem automaticamente reconhecidas. É praticamente ver uma palavra comum e não ler. 
Desenvolvido por Ridley Stroop, em 1935.
Ex: Tarefa requer que os sujeitos informem a cor da tinta em que as palavras são impressas. Eles são muito mais lentos na condição de conflito de atribuir nome à cor da tinta da palavra quando esta é o nome de uma cor diferente. 
Efeito Stoop
Atenção
Todos sabem o que é a atenção. É a tomada pela mente, de maneira vívida e clara, de algo dentre o que parecem ser diversos objetos ou cadeias de pensamento simultaneamente possíveis. A focalização e a concentração da consciência pertencem à sua essência. Ela implica o afastamento de algumas coisas para lidarmos eficazmente com outras. 
William James (1890, p.403-404). 
Atenção
Esta citação reflete uma concepção antiga sobre a atenção. Uma delas é que a atenção está fortemente relacionada à consciência –que não podemos dar atenção a alguma coisa a menos que tenhamos consciência dela. Muitos fenômenos da atenção parecem ser inconscientes. 
Ela inclui processos conscientes e inconscientes. 
Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)
considerado um dos principais problemas comportamentais crônicos da infância
causa mais comum de encaminhamento para centros de saúde mental
Ainda não há um consenso científico sobre as causas do TDAH
Caráter hereditário significativo.
Desregulaçãocentral dos sistemas dopaminérgicos e noradrenérgicosque controlam a atenção, organização, planejamentoe outros aspectos cognitivos.
Origem multifatorial –aspectos biológicos e ambientais
Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (DSM-IV)
A característica essencial do Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade é um padrão persistente de desatenção e/ou hiperatividade, mais frequente e severo do que aquele tipicamente observado em indivíduos em nível equivalente de desenvolvimento (Critério A). 
Alguns sintomas hiperativo-impulsivos que causam prejuízo devem ter estado presentes antes dos 7 anos, mas muitos indivíduos são diagnosticados depois, após a presença dos sintomas por alguns anos.
Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (DSM-IV)
Algum prejuízo devido aos sintomas deve estar presente em pelo menos dois contextos (por ex., em casa e na escola ou trabalho) (Critério C). 
Deve haver claras evidências de interferência no funcionamento social, acadêmico ou ocupacional apropriado em termos evolutivos
Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (DSM-IV)
A. Ou (1) ou (2)
seis (ou mais) dos seguintes sintomas de desatenção persistiram por pelo menos 6 meses, em grau mal-adaptativoe inconsistente com o nível de desenvolvimento:
Desatenção:
frequentemente deixa de prestar atenção a detalhes ou comete erros por descuido em atividades escolares, de trabalho ou outras
com frequência tem dificuldades para manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicas 
com frequência parece não escutar quando lhe dirigem a palavra
com frequência não segue instruções e não termina seus deveres escolares, tarefas domésticas ou deveres profissionais (não devido a comportamento de oposição ou incapacidade de compreender instruções)
com frequência tem dificuldade para organizar tarefas e atividades
com frequência evita, antipatiza ou reluta a envolver-se em tarefas que exijam esforço mental constante (como tarefas escolares ou deveres de casa)
com frequência perde coisas necessárias para tarefas ou atividades (por ex., brinquedos, tarefas escolares, lápis, livros ou outros materiais)
é facilmente distraído por estímulos alheios à tarefa
com frequência apresenta esquecimento em atividades diárias
Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (DSM-IV)
(2) seis (ou mais) dos seguintes sintomas de hiperatividade persistiram por pelo menos 6 meses, em grau mal-adaptativo e inconsistente com o nível de desenvolvimento: 
Hiperatividade:
frequentemente agita as mãos ou os pés ou se remexe na cadeira
frequentemente abandona sua cadeira em sala de aula ou outras situações nas quais se espera que permaneça sentado
frequentemente corre ou escala em demasia, em situações nas quais isto é inapropriado (em adolescentes e adultos, pode estar limitado a sensações subjetivas de inquietação)
com frequência tem dificuldade para brincar ou se envolver silenciosamente em atividades de lazer
está frequentemente "a mil" ou muitas vezes age como se estivesse "a todo vapor“
frequentemente fala em demasia
Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (DSM-IV)
Impulsividade:
g) frequentemente dá respostas precipitadas antes de as perguntas terem sido completadas
h) com frequência tem dificuldade para aguardar sua vez
i) frequentemente interrompe ou se mete em assuntos de outros (por ex., intromete-se em conversas ou brincadeiras)B. Alguns sintomas de hiperatividade-impulsividade ou desatenção que causaram prejuízo estavam presentes antes dos 7 anos de idade.C. Algum prejuízo causado pelos sintomas está presente em dois ou mais contextos (por ex., na escola [ou trabalho] e em casa).D. Deve haver claras evidências de prejuízo clinicamente significativo no funcionamento social, acadêmico ou ocupacional.
Referências
Anderson, J.R. Psicologia Cognitiva e suas implicações experimentais. LTC, 2004.
Sternberg, R.J. Psicologia Cognitiva. Artmed, 2008.

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