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Introduc¸a˜o Indutor Elementar Relac¸a˜o V − I Indutor Real Associac¸a˜o de Indutores Exerc´ıcios Exerc´ıcios Sugeridos BAC006 - Eletricidade Universidade Federal de Itajuba´ Campus Itabira Aula 09 Indutores Prof. Caio Fernandes de Paula caiofernandes@unifei.edu.br 2◦ Semestre de 2013 1 / 20 Introduc¸a˜o Indutor Elementar Relac¸a˜o V − I Indutor Real Associac¸a˜o de Indutores Exerc´ıcios Exerc´ıcios Sugeridos Introduc¸a˜o Ate´ agora, os circuitos ele´tricos que analisamos possu´ıam dois elementos passivos: o resistor e o capacitor. Sabemos como a tensa˜o e a corrente nestes elementos se relacionam; O u´nico elemento passivo encontrado em circuitos ele´tricos ainda a ser visto e´ o indutor; O nosso objetivo enta˜o, nesta aula, e´ conhecer este elemento, atrave´s da construc¸a˜o elementar, e as caracter´ısticas que relacionam tensa˜o e corrente; Diferentemente dos resistores, que dissipam energia, os indutores, as- sim como os capacitores, sa˜o dispositivos feitos para armazenar ener- gia, a qual pode ser posteriormente recuperada. Desta forma, dizemos que capacitores e indutores sa˜o elementos armazenadores de energia. 2 / 20 Introduc¸a˜o Indutor Elementar Relac¸a˜o V − I Indutor Real Associac¸a˜o de Indutores Exerc´ıcios Exerc´ıcios Sugeridos Indutores O indutor e´ um elemento passivo projetado para armazenar energia em seu campo magne´tico; O indutor, como veremos, possui propriedades duais ao capacitor, podendo ser considerado seu elemento dual; O indutor elementar e´ constitu´ıdo de um fio enrolado N vezes num material de certa propriedade (que veremos adiante) chamado de nu´cleo; Cada volta que o fio da´ no nu´cleo e´ chamada de espira; Para compreender melhor os conceitos de um indutor, precisamos conhecer os fundamentos do magnetismo; 3 / 20 Introduc¸a˜o Indutor Elementar Relac¸a˜o V − I Indutor Real Associac¸a˜o de Indutores Exerc´ıcios Exerc´ıcios Sugeridos Fundamentos de Eletromagnetismo O campo magne´tico e´ formado pelas linhas que se formam atrave´s de um ı´ma˜ permamente, como mostrado na figura abaixo; As linhas de campo magne´tico, ao contra´rio do campo ele´trico, na˜o tem in´ıcio ou fim, sendo curvas fechadas, orientadas do po´lo norte para o po´lo sul; 4 / 20 Introduc¸a˜o Indutor Elementar Relac¸a˜o V − I Indutor Real Associac¸a˜o de Indutores Exerc´ıcios Exerc´ıcios Sugeridos Fundamentos de Eletromagnetismo Cada material tem uma certa propriedade de “concentrar” as linhas de campo magne´tico. A esta propriedade damos o nome de permeabilidade magne´tica. Materiais como ferro doce sao chamados de magne´ticos pois sa˜o grandes “con- centradores” de linhas de campo, enquanto que materiais como vidro sa˜o cha- mados de na˜o-magne´ticos pois na˜o sa˜o grandes concentradores de linhas de campo. A capacidade de concentrar tais linhas nada mais e´ do que a facilidade com que as linhas de campo se estabelecem no material; 5 / 20 Introduc¸a˜o Indutor Elementar Relac¸a˜o V − I Indutor Real Associac¸a˜o de Indutores Exerc´ıcios Exerc´ıcios Sugeridos Fundamentos de Eletromagnetismo O fluxo magne´tico Φ e´ o nu´mero de linhas de campo de um derterminado campo magne´tico e e´ dado em Webbers [Wb]. Ja´ a densidade de fluxo magne´tico B e´ o nu´mero de linhas de campo que atravessam uma determinada a´rea A, e e´ dado em Teslas [T]. Logo, temos: B = Φ A 1 [T] = 1 [Wb/m2] ; Uma das grandes descobertas da humanidade foi a relac¸a˜o entre eletricidade e magnetismo. Um fio percorrido por uma corrente I e´ capaz de gerar um campo magne´tico cujas linhas de campo sa˜o circulares em torno do condutor e o sentido e´ dado pela “regra da ma˜o direita”; 6 / 20 Introduc¸a˜o Indutor Elementar Relac¸a˜o V − I Indutor Real Associac¸a˜o de Indutores Exerc´ıcios Exerc´ıcios Sugeridos Fundamentos de Eletromagnetismo No entanto, se enrolarmos o condutor formando uma espira, as linhas de campo resultantes tera˜o o mesmo sentido e direc¸a˜o no centro da espira, e temos enta˜o um componente muito similar a um ı´ma˜ permanente, devido a` distribuic¸a˜o resultante das linhas de campo. Damos a este dispositivo enta˜o o nome de eletro´ıma˜; A intensidade do campo magne´tico H, dada em [Ae/m] (Ampe´re-espira por metro) no interior da bobina e´ dada por: H = NI l , onde l e´ o comprimento me´dio do caminho magne´tico, N e´ o nu´mero de espiras e I e´ a corrente na bobina. O produto NI, tambe´m por vezes denominado de F, e´ chamado de forc¸a magnetomotriz, e e´ ana´logo a` tensa˜o em um circuito ele´trico. 7 / 20 Introduc¸a˜o Indutor Elementar Relac¸a˜o V − I Indutor Real Associac¸a˜o de Indutores Exerc´ıcios Exerc´ıcios Sugeridos Fundamentos de Eletromagnetismo Para cada material existe uma relac¸a˜o entre a densidade de fluxo magne´tico B e a intensidade do campo magne´tico H. Um gra´fico que mostra a relac¸a˜o H ×B e´ chamada de curva de magnetizac¸a˜o do material; 8 / 20 Introduc¸a˜o Indutor Elementar Relac¸a˜o V − I Indutor Real Associac¸a˜o de Indutores Exerc´ıcios Exerc´ıcios Sugeridos Fundamentos de Eletromagnetismo De maneira geral, esta curva de magnetizac¸a˜o fora da regia˜o de saturac¸a˜o pode ser aproximada por uma reta. Com isto, a relac¸a˜o entre H e B e´ dada por: µ = B H , onde µ e´ a permeabilidade magne´tica do material; A permeabilidade magne´tica “padra˜o” e´ a do ar (espac¸o vazio), sendo cha- mada de µ0. Materiais com permeabilidade magne´tica menor que a do ar sa˜o chamados de diamagne´ticos e maior que o ar sa˜o chamados de ferro- magne´ticos; A indutaˆncia L esta´ relacionada com o fluxo magne´tico Φ que uma corrente I em um condutor e´ capaz de gerar, ou seja: Φ = LI Para um solenoide com N espiras, cada uma delas ira´ produzir um fluxo Φ devido a` corrente I, e diz-se que enta˜o que as espiras esta˜o concatenadas por este fluxo Φ. Desta forma, a indutaˆncia e´: L = NΦ I , onde NΦ e´ por vezes chamado de fluxo concatenado. 9 / 20 Introduc¸a˜o Indutor Elementar Relac¸a˜o V − I Indutor Real Associac¸a˜o de Indutores Exerc´ıcios Exerc´ıcios Sugeridos Fundamentos de Eletromagnetismo Sabendo que µ = B/H, temos enta˜o: µ = Φ A l NI −→ Φ I = µNA l ; Logo, a indutaˆncia de um solenoide (indutor elementar) e´ dada por: L = µN2A l ; A indutaˆncia e´ medida em Henry [H]; Os indutores podem ser classificados como fixos ou varia´veis, sendo que os fixos podem ainda ser classificados como nu´cleo de ar e nu´cleo ferromagne´tico. Ainda podemos ter os indutores fixos sem derivac¸a˜o e com derivac¸a˜o. Em relac¸a˜o aos indutores varia´veis, a variac¸a˜o e´, em geral, conseguida mudando- se a permeabilidade magne´tica do material; 10 / 20 Introduc¸a˜o Indutor Elementar Relac¸a˜o V − I Indutor Real Associac¸a˜o de Indutores Exerc´ıcios Exerc´ıcios Sugeridos Relac¸a˜o entre Tensa˜o e Corrente em um Indutor Segundo a Lei de Faraday, ao se variar o fluxo magne´tico em um condutor uma tensa˜o sera´ induzida em seus terminais e, caso seja um circuito fechado, ira´ circular uma corrente por este condutor. A corrente no condutor circulara´ no sentido de criar um fluxo contra´rio (em oposic¸a˜o) ao fluxo perturbante, segundo a Lei de Lenz; Como vimos, uma solenoide de N espiras apresenta um fluxo concatenado, e a Lei de Faraday e´ enta˜o: e(t) = −N dΦ dt A indutaˆncia, conforme vimos, e´ a variac¸a˜o do fluxo magne´tico em relac¸a˜o a corrente que o produziu, logo: L = N dΦ di Desprezando o sinal da Lei de Lenz, temos enta˜o que a Lei de Faraday pode ser escrita da seguinte forma: e(t) = N dΦ di di dt Logo, temos que num indutor a tensa˜o se relaciona com a corrente da seguinte forma: v(t) = L d dt i(t) . 11 / 20 Introduc¸a˜o Indutor Elementar Relac¸a˜o V − I Indutor Real Associac¸a˜o de Indutores Exerc´ıcios Exerc´ıcios SugeridosRelac¸a˜o entre Tensa˜o e Corrente em um Indutor Desta forma, vemos que a relac¸a˜o entre tensa˜o e corrente em um indutor tambe´m na˜o e´ mais “esta´tica” como em um resistor, e sim dinaˆmica, regida por uma equac¸a˜o diferencial; Uma propriedade importante dos indutores e´ que a corrente que por ele passa na˜o pode variar abruptamente, uma vez que isto produziria uma tensa˜o in- finita (fisicamente impossivel). Em outras palavras, o indutor resiste a uma variac¸a˜o abrupta (instantaˆnea) na corrente; A corrente no indutor pode ser determinada integrando-se a equac¸a˜o anterior, resultanto em: i(t) = 1 L ∫ t t0 v(τ)dτ + i(t0) , onde i(t0) e´ a corrente total para −∞ < t < t0 e i(−∞) = 0; Desta forma, vemos que a corrente no indutor depende do “histo´rico” da tensa˜o, o que indica que o indutor possui memo´ria; Embora a corrente no indutor na˜o possa variar abruptamente, a tensa˜o sim pode variar; A poteˆncia instantaˆnea liberada para o indutor e´: p(t) = v(t)i(t) = Li(t) d dt i(t) . 12 / 20 Introduc¸a˜o Indutor Elementar Relac¸a˜o V − I Indutor Real Associac¸a˜o de Indutores Exerc´ıcios Exerc´ıcios Sugeridos Relac¸a˜o entre Tensa˜o e Corrente em um Indutor Ja´ a energia armazenada no campo magne´tico de um indutor e´: w(t) = ∫ t −∞ p(τ)dτ = L ∫ t −∞ i(τ)dτ = 1 2 Li(t)2 ; Observe que quando a corrente que passa por um indutor na˜o esta´ variando com o tempo a tensa˜o nos seus terminais e´ nula. Desta forma, um indutor visto por uma fonte cont´ınua (CC) e´ um curto-circuito. No entanto, no exato momento da variac¸a˜o da corrente em seus terminais o indutor funciona como um circuito-aberto (ou como uma fonte independente de corrente cujo valor e´ o valor da corrente no indutor no instante imediatamente anterior a` variac¸a˜o no circuito); A fase de armazenamento e decaimento de um indutor (ou seja, nos momentos nos quais ocorre uma variac¸a˜o de corrente no indutor) depende do circuito no qual o indutor esta´ inserido. Na˜o entraremos em detalhes da matema´tica envolvida na modelagem, mas pode-se considerar que um indutor possui ar- mazenamento pleno (ou armazenamento nulo, na fase de decaimento) apo´s 5L/RN (5τ) segundos decorridos da mudanc¸a no valor da corrente, sendo RN a resisteˆncia Norton vista nos terminais do indutor; A curva de armazenamento e decaimento de um indutor e´ uma exponencial: armazenamento: i(t) = IN ( 1− e− tτ ) decaimento: i(t) = INe − t τ . Observac¸a˜o: τ = L RN . 13 / 20 Introduc¸a˜o Indutor Elementar Relac¸a˜o V − I Indutor Real Associac¸a˜o de Indutores Exerc´ıcios Exerc´ıcios Sugeridos Indutor Real Um indutor real e´ aquele no qual aparece uma resisteˆncia em se´rie Rl, conhe- cida como resisteˆncia de enrolamento, com a indutaˆncia L e uma capacitaˆncia C, conhecida como capacitaˆncia de enrolamento, em paralelo com a indutaˆncia e resisteˆncia de enrolamento; A resisteˆncia de enrolamento e´ em geral muito pequena, podendo ser des- prezada na maioria dos casos, exceto nos casos em que o fio e´ feito de algum material que na˜o seja bom condutor, ou que o comprimento dos fios da bobina seja extremamente longo; A capacitaˆncia aparece uma vez que ha´ duas superf´ıcies condutoras (espiras) separadas por um diele´trico (no caso, ar). Na grande maioria dos casos pode ser desprezada, exceto quando estamos lidando com alta frequeˆncia; 14 / 20 Introduc¸a˜o Indutor Elementar Relac¸a˜o V − I Indutor Real Associac¸a˜o de Indutores Exerc´ıcios Exerc´ıcios Sugeridos Associac¸a˜o Se´rie Considere um circuito com va´rios indutores em se´rie, como na figura abaixo: De acordo com a LKT, temos: E = V1 + V2 + . . .+ VN = L1 di dt + L2 di dt + . . .+ LN di dt E = (L1 + L2 + . . .+ LN ) di dt = N∑ n=1 Ln di dt Logo, a indutaˆncia equivalente e´: Leq = N∑ n=1 Ln 15 / 20 Introduc¸a˜o Indutor Elementar Relac¸a˜o V − I Indutor Real Associac¸a˜o de Indutores Exerc´ıcios Exerc´ıcios Sugeridos Associac¸a˜o Paralelo Considere um circuito com va´rios indutores em paralelo, como na figura abaixo: De acordo com a LKC, temos: i(t) = i1(t) + i2(t) + . . .+ iN (t) 1 Leq ∫ t t0 vdτ+it0 = 1 L1 ∫ t t0 vdτ+i1t0 + 1 L2 ∫ t t0 vdτ+i2t0 +. . .+ 1 LN ∫ t t0 vdτ+iNt0 Logo, a indutaˆncia equivalente e´: 1 Leq = N∑ n=1 1 Ln 16 / 20 Introduc¸a˜o Indutor Elementar Relac¸a˜o V − I Indutor Real Associac¸a˜o de Indutores Exerc´ıcios Exerc´ıcios Sugeridos Indutores Exemplo 9.1 Considere o indutor tipo solenoide da figura abaixo: a Determine o valor da indutaˆncia; b Recalcule o valor da indutaˆncia se o nu´cleo de ar for substitu´ıdo por um material ferromagne´tico com permeabilidade 5000 vezes maior que a do ar. Dado: permeabilidade do ar µ0 = 4pi × 10−7 [Wb/(A.m)]. 17 / 20 Introduc¸a˜o Indutor Elementar Relac¸a˜o V − I Indutor Real Associac¸a˜o de Indutores Exerc´ıcios Exerc´ıcios Sugeridos Indutores Exemplo 9.2 Para o circuito abaixo: (a) Considerando que a chave e´ fechada em t = 0 [s], determine as tenso˜es indi- cadas no circuito; (b) Determine o tempo necessa´rio, a partir do momento em que a chave e´ fechada, para que o indutor possua pleno armazenamento de energia; (c) Com o indutor em pleno armazenamento, determine as tenso˜es indicadas no circuito; (d) Com o indutor em pleno armazenamento, a chave e´ novamente aberta. De- termine todas as tenso˜es no circuito; (e) A partir do momento em que a chave e´ novamente aberta, determine o tempo necessa´rio para que o indutor fornec¸a toda a energia armazenada. 18 / 20 Introduc¸a˜o Indutor Elementar Relac¸a˜o V − I Indutor Real Associac¸a˜o de Indutores Exerc´ıcios Exerc´ıcios Sugeridos Indutores Exemplo 9.3 Para o circuito abaixo, se i1(t) = 0, 6e−2t [A] e i(0) = 1, 4 [A], calcule: (a) i2(0); (b) i2(t) e i(t); (c) v1(t); (d) v2(t) e v(t). 19 / 20 Introduc¸a˜o Indutor Elementar Relac¸a˜o V − I Indutor Real Associac¸a˜o de Indutores Exerc´ıcios Exerc´ıcios Sugeridos Boylestad 12a Edic¸a˜o Cap´ıtulo 11: 2, 3, 11, 12, 16, 18, 21, 22, 25, 35, 37; 20 / 20 Introdução Indutor Elementar Relação V-I Indutor Real Associação de Indutores Exercícios
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