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poderes do arbitro

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O acesso à justiça é um direito fundamental do cidadão, correspondendo ao mais básico dos direitos humanos dentro de um sistema jurídico moderno que visa garantir e proclamar direitos.
O acesso à justiça não se realiza apenas pelo direito público subjetivo. Atualmente, diversos mecanismos de resolução que eram consideradas extraprocessuais foram inseridas no texto legal, de forma a serem utilizadas durante um processo judicial, por exemplo, a mediação.
O uso cada vez mais frequente de alternativas de resolução de conflitos tem feito com que sejam alastrado entre a população, que passa a procurá-las como meios de resolução dos litígios que, tradicionalmente, é decidido pelo judiciário. As técnicas de resolução vem ganhando espaço como consequência da crise da administração da justiça. 
Os métodos alternativos de conflito não são de segunda classe. Há situações em que esses métodos produzem melhores resultados do que os resultados de outros processos litigiosos. Tais métodos de solução de conflitos podem ser divididos em heterocomposição e autocomposição.
Nas técnicas autocompostivias, as próprias partes, com ou sem ajuda de terceiros, encontram as soluções de seus conflitos. Isso ocorre na conciliação e na mediação.
Mediação é uma forma de solução de conflitos em que um terceiro, neutro, auxilia as partes, por elas próprias, para que resolvam o conflito. Não há a sensação de perda, e sim de ganho para ambas as partes.
A conciliação é uma forma de solução de conflitos em que as partes, por meio da ação de um terceiro, o conciliador, chegam a um acordo, solucionando a controvérsia. O poder do conciliador pode gerar resultado que não era nem imaginado ou querido pelas partes.
Na heterocomposição a intervenção é feita por um terceiro imparcial, que julga aplicando o direito ou a equidade, no caso concreto, a jurisdição estatal e a arbitragem. A jurisdição estatal é feita mediante o Poder Judiciário, envolvendo direitos disponíveis e direitos indisponíveis. 
A arbitragem é uma jurisdição privada prevista na Lei 9.307/96, que pode ser utilizada desde que o litigio envolva partes maiores e capazes e trate de direitos disponíveis. É uma forma de solução de conflitos em que as partes, por livre e espontânea vontade, elegem um terceiro, o árbitro, para que este resolva a conflito. O árbitro é juiz de fato e de direito, especializado no assunto em conflito, exercendo seu trabalho com imparcialidade. A arbitragem é um “processo” mais rápido e menos formal. 
A arbitragem zela pela imparcialidade do árbitro.
Os estudiosos de direito não tinham interesse na arbitragem, pois havia a necessidade de homologação das decisões arbitrais pelo Poder Judiciário e a impossibilidade de execução especifica da clausula compromissória em caso de recusa por uma das partes à submissão do juízo arbitral. 
Assim, a Lei 9.307/96 foi criada com intuito de fortalecer a arbitragem no Brasil, na tentativa de instituir uma cultura favorável a sua utilização. Além de contribuir com o Poder Judiciário. Tal lei deu nova roupagem ao instituto da arbitragem interna no país, concedeu eficácia vinculante à clausula compromissória, conferindo-lhe execução especifica, equiparando os efeitos da sentença arbitral aos efeitos da sentença estatal, sem necessidade de homologação, reforçando a ideia de que efetivamente o “arbitro é juiz de fato e de direito”.
Há divergência doutrinária quanto à natureza jurídica da arbitragem, tanto no âmbito nacional, quanto no âmbito estrangeiro. Uma corrente defende o caráter contratual, outra o caráter jurisdicional e uma terceira a mistura do conceito contratual com o jurisdicional. 
A corrente contratual diz que a decisão do árbitro não tem força jurisdicional, pois continua sendo a extensão do acordo feito entre as partes. A resolução do conflito se basearia exclusivamente na vontade das partes, em que a interferência estatal se resumiria em validar a efetividade das sentenças arbitrais e positivar a processo arbitral. 
A corrente jurisdicional defende que a arbitragem deve ser controlada e regulada pelo estado.
Por fim conclui-se que a natureza jurídica da arbitragem é de caráter jurisdicional, sendo que a sentença arbitral produz os mesmos efeitos que a sentença judicial. A função exercida pelos árbitros é pública, por ser função de pacificação de conflitos, de nítido caráter de colaboração com o Estado na busca de seus objetivos essenciais. O artigo 31, da Lei de arbitragem, traz essa previsão legal: “A sentença arbitral produz, entre as partes e seus sucessores, os mesmos efeitos da sentença proferida pelos órgãos do Poder Judiciário e, sendo condenatória constitui título executivo”. 
A jurisdição é o poder do Estado de aplicar a lei e administrar a justiça. Segundo Chiovenda jurisdição é 
“função do Estado que tem por escopo a atuação da vontade concreta da lei por meio da substituição pela atividade de órgãos públicos, da atividade de particulares ou de outros órgãos públicos, já no afirmar a existência da vontade da lei, já no torná-la, praticamente, eficaz”. 
Para Allorio a essência da jurisdição está na coisa julgada, nas execuções forçadas e na jurisdição voluntaria não há, verdadeiramente, uma jurisdição.
Carnelutti afirma que a jurisdição é uma função de busca da justa composição da lide.  A lide tem origem quando o conflito de interesses não se resolve de forma natural entre as partes. Então, ambos resistem ao que o outro exige, de modo que cabe ao Estado, detentor do poder-dever de jurisdição, resolver os conflitos e declarar direitos.
A jurisdição deve ser uma, indivisível, inerte e indelegável após instituída. 
A jurisdição apresenta como vantagens, a imparcialidade, a defesa dos direitos da sociedade e a autoridade e capacidade de impor a decisão tomada.
Os elementos da jurisdição são: notio (conhecimento da questão), coercio (poder de sujeitar as partes às normas legais), judicium (aplicação do Direito a uma pretensão), imperium (é o poder de julgar do Estado) e executio (cumprimento da sentença, tornando-a obrigatória). 
As características básicas da jurisdição são a presença de: uma pretensão, a inércia, a substitutividade e a definitividade.
O árbitro pode decidir nos termos do ordenamento jurídico, ou pode julgar por equidade, conforme seus conhecimentos técnicos na respectiva área de atuação ou formação. 
A Lei 9.307/96 conferiu ao árbitro o poder jurisdicional de cognição. O árbitro é juiz de fato e de direito, e a sentença que proferir não fica sujeita a recurso ou a homologação do Poder Judiciário (art. 18).
Por não depender de homologação judicial, a sentença arbitral, produz “entre as partes e seus sucessores, os mesmos efeitos da sentença proferida pelos órgãos do Poder Judiciário”, constituindo, inclusive, hipótese desta ser condenatória, conforme dispõe o artigo 31. 
Para Kazuo Watanabe, “a cognição é um ato de inteligência consistente em considerar, analisar e valorar as alegações e as provas produzidas pelas partes.”
Qualquer árbitro deve preocupar-se com o seu aperfeiçoamento cultural, pois o jurisdicionado merece respeito, além de uma cognição adequada. 
O árbitro exerce atividade cognitiva plena, comparando-se com a atividade cognitiva do juiz. A decisão do árbitro se equipara à sentença judicial, incluindo todos os elementos da jurisdição. O árbitro tem também o poder de execução, pois atua nos provimentos declaratórios, constitutivos, mandamentais e executivos lacto sensu. Nos provimentos condenatórios há a necessidade do poder judiciário, para o caso de resistência da parte. 
O árbitro tem o poder de execução, só sendo excluído o poder de realizar medidas coercitivas, que é feito por solicitação ao juiz estatal que efetiva através dos auxiliares de justiça. 
A execução deve ser concebida na sua realização pratica, física, material e nos provimentos que surte efeito direito e imediato no plano de realização de pretensão. 
Tutelas de urgência são modalidades de tutela jurisdicional que podem ser classificadas em cautelar –ou coercitiva-e antecipatória. Ambas evitam que o tempo comprometa o resultado da tutela jurisdicional. Mas distinguem-se pela satisfação que existe em uma e não existe na outra. 
O parágrafo 4º do artigo 22 da Lei de Arbitragem (Lei 9.307/96) estabelece que, “havendo necessidade de medidas coercitivas ou cautelares, os árbitros poderão solicitá-las ao órgão do Poder Judiciário que seria, originariamente, competente para julgar a causa”. Mesmo que o dispositivo não mencione a tutela antecipatória, o mesmo raciocínio deve ser aplicado de modo amplo.
O árbitro tem poder de conceder tutelas de urgência, mesmo se não previstas ou vedadas na convenção de arbitragem, dada pela sua natureza pública, que se tiver resistências das partes em cumpri-las, deve ser solicitada pelo Poder Judiciário. O poder de conceder medidas de urgência é decorrência direta da circunstância de que todo o litígio deve ser submetido aos árbitros.
Se não houver cumprimento da tutela de urgência, o árbitro deverá solicitar ao órgão do Judiciário que seria competente para julgar a causa que imponha as medidas necessárias à efetivação da determinação do juízo arbitral – ressalvada a possibilidade de que a própria parte interessada peça ao Judiciário o cumprimento da decisão.
O processo arbitral deve seguir à risca a cláusula do due processo of law, que assegura às partes o direito à ampla defesa e ao contraditório até o provimento final, sob pena de nulidade da sentença arbitral. 
A jurisdição arbitral deve ter mecanismos e instrumentos de garantia do bem da vida até a solução final do conflito.
A tutela cautelar possui como escopo dar segurança aos bens jurídicos; visa assegurar o resultado positivo da atividade jurisdicional cognitiva ou executiva, assim, tem natureza pública.
A medida cautelar emitida pelo juízo arbitral, se não cumprida pelas partes, será materializada pelo Poder Judiciário, que originalmente julgaria a causa, através da solicitação do árbitro por um ofício. 
A tutela antecipada: procura realizar o direito antecipadamente. Assim como a tutela cautelar, a antecipada será realizada pelo juiz togado por solicitação do árbitro.
Os provimentos arbitrais são atos decisórios emanados do juízo arbitral com a intenção de garantir e efetivar a composição do litigio que foi confiada para julgamento, por força da convenção de arbitragem autorizada por lei. Constitui dever do Estado-juiz dar cumprimento aos provimentos arbitrais com o intuito de zelar pela implementação da arbitragem no nosso sistema. 
O Estado-juiz tem a obrigação de indenizar à parte prejudicada quando descumprir ou negar a efetivação dos provimentos arbitrais previstos na lei, bem como as medidas de urgência e as coercitivas que não violam a ordem pública, direitos indisponíveis e a convenção de arbitragem, pois tal ato configura-se ilícito, com o agravante da negação e retardamento da efetivação da prestação da tutela jurisdicional arbitral.
O ato ilícito ocorre com entre omissão injustificada pelo Estado-juiz em deixar de cumprir o provimento arbitral e a lei que regula a arbitragem.
A responsabilidade do Estado-juiz pelo descumprimento dos provimentos arbitrais é tratado como responsabilidade extracontratual por ato ilícito. A responsabilidade civil das pessoas de direito público está fundamentado no Artigo 37, § 6º da CF.
Para o Estado indenizar pelo descumprimento dos provimentos arbitrais, basta demonstrar o nexo causal entre o comportamento ilícito do juiz e a existência do dano.

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