Buscar

6 Erupção, reabsorção e esfoliação dentária

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

Erupção, reabsorção e esfoliação dentária 
 
Erupção dentária 
Processo pelo qual o dente se desloca do local em que inicia seu desenvolvimento 
(cripta óssea) até alcançar o plano oclusal funcional. 
 
Os movimentos dentários estão associados a uma progressão da dentição primária para a 
permanente, envolvendo a perda (ou esfoliação) da dentição decídua. 
Livro 1 figura 10.2 
 
Padrões de movimento dentário 
1) Movimento dentário pré-eruptivo 
Realizado pelos germes dos dentes decíduos e permanentes no interior dos 
tecidos dos maxilares antes que eles comecem a erupcionar. 
 
2) Movimento dentário eruptivo 
Feito por um dente para mover-se da sua posição no tecido ósseo do maxilar até 
sua posição funcional em oclusão. 
 
3) Movimento dentário pós-eruptivo 
Manutenção da posição do dente erupcionado em oclusão, enquanto os 
maxilares continuam a crescer, e compensação para os desgastes dentários 
oclusal e proximal. 
 
Fases da erupção dentária 
1. Fase de movimentação pré-eruptiva 
- Acomodação da coroa dentária em crescimento: 
Ocorre reabsorção das superfícies da cripta óssea que rodeiam o germe dentário 
enquanto este aumenta de tamanho (deposição de dentina e esmalte). 
Crescimento dos ossos da maxila e mandíbula. 
 
- Verificam-se leves movimentos do conjunto dos germes, havendo uma 
acomodação sem padrão definido (os germes dentários se formam em idades 
diferentes). 
 
- Após a formação da coroa, observa-se leve reabsorção da base da cripta óssea. 
 
- Início da formação da raiz: coincide com leves movimentos do germe 
ocorridos em vários sentidos, causando um leve deslocamento oclusal da coroa. 
(livro 2 figuras 10.1 e 10.2) 
 
 
2. Fase de erupção intraóssea 
Corresponde ao deslocamento do germe dentário a partir de sua posição inicial 
na cripta óssea até sua penetração na mucosa oral. 
A formação e reabsorção seletivas das paredes da cripta óssea constituem aos 
principais eventos desta fase. (livro 2 figura 10.3) 
 
Formação do folículo dentário propriamente dito (o folículo que rodeia o germe 
dentário torna-se muito denso). 
Esse folículo adere ao epitélio externo do órgão do esmalte e continua se 
modificando (aumento do conteúdo de colágeno e proteoglicanos). 
Na região do gubernáculo aumenta o número de osteoclastos. 
Com a reabsorção completa da porção oclusal da cripta, a via eruptiva é 
estabelecida. (livro 2 figura 10.6 e livro 3 figura 7.12) 
 
3. Fase de penetração na mucosa 
Inicia no momento em que as cúspides em desenvolvimento alcançam a altura 
da crista alveolar. 
A velocidade de erupção aumenta, e o dente rapidamente chega até o epitélio da 
mucosa. (livro 2 figura 10.7 e livro 3 figura 7.15) 
O epitélio reduzido do esmalte que recobre a coroa funde-se com o epitélio oral. 
 
4. Fase de erupção pré-oclusal 
O dente continua o seu movimento eruptivo em direção oclusal até alcançar o 
plano funcional. 
Fatores intrabucais, como as forças musculares (dos lábios, bochechas e língua), 
hábitos (como a sucção dos dedos, protrusão da língua), bem como o 
crescimento craniofacial, interferem na direção do movimento eruptivo do dente. 
 
5. Fase de erupção pós-oclusal 
- Quando o dente alcança a sua posição funcional no plano oclusal, a erupção 
quase estaciona; 
- A capacidade de erupção permanece ao longo da vida 
- Modificações das estruturas: o osso alveolar se torna mais espesso; as fibras do 
ligamento periodontal terminam a estruturação; a espessura do cemento se 
completa e ocorre o fechamento do ápice. 
 
Movimento dentário pós-eruptivo 
São os movimentos realizados pelo dente após ele ter alcançado sua posição 
funcional no plano oclusal. 
 
Podem ser divididos em três categorias: 
a) Acomodação para o crescimento 
Movimentos pós-eruptivos que acomodam o crescimento dos maxilares são 
concluídos próximo ao final da segunda década de vida (quando o crescimento 
dos maxilares termina). 
 
Reajuste da posição do alvéolo dentário alcançado pela formação de novo tecido 
ósseo na crista alveolar e no assoalho do alvéolo, para acompanhar a altura 
crescente dos maxilares. 
 
O reajuste ocorre entre os 14 e 18 anos de idade (quando ocorre uma 
movimentação ativa do dente). 
Ocorre mais cedo nas meninas. 
Está relacionado ao surto de crescimento condilar que separa os maxilares e dos 
dentes, permitindo o movimento eruptivo. 
 
b) Compensação para o desgaste oclusal 
A movimentação axial que um dente realiza para compensar o desgaste oclusal é 
mais provavelmente alcançada pelo mesmo mecanismo do movimento dentário 
eruptivo. 
 
*A deposição do cemento ao redor do ápice ocorre após o dente ter se 
movimentado. 
Livro 3 figura 7.25 
 
c) Acomodação para o desgaste interproximal 
Ocorre desgaste nos pontos de contato entre os dentes em suas superfícies 
proximais. 
O desgaste interproximal é compensado pelo desvio mesial. 
 
As forças que causam o desvio mesial são multifatoriais: 
- componente anterior da força oclusal (livro 1 figura 10.9): quando os dentes 
são postos em contato, uma força direcionada anteriormente é gerada. 
 
- contração do ligamento transeptal: tem sido sugerido que as fibras transeptais 
(que seguem entre dentes adjacentes por sobre o processo alveolar) tracionem 
dentes vizinhos para perto uns dos outros, mantendo-os em contato. 
 
- pressões dos tecidos moles: pressões geradas pelas bochechas e pela língua 
podem empurrar os dentes mesialmente. 
 
 
Teorias da erupção dentária 
 
Teorias mais aceitas para explicar o mecanismo de erupção dentária: 
a) Crescimento da raiz 
O osso da base da cripta não possibilita o aprofundamento da raiz em 
formação. 
O crescimento radicular ocorre porque o dente começa o processo de 
erupção e seu descolamento no sentido oclusal. 
O crescimento radicular não é o único responsável pela erupção do dente, 
mas é provável que tenha um efeito no aumento da velocidade de erupção. 
 
* Experimentos com incisivos de roedores (crescimento contínuo) e dentes 
que erupcionam sem a formação da raiz. 
**Terceiros molares impactados têm a formação normal da raiz. 
Livro 2 figura 10.8 
 
 
 
b) Formação do ligamento periodontal 
A interação entre os elementos da matriz extracelular do conjuntivo com os 
fibroblastos confere ao tecido certa contratilidade e motilidade. 
Assim, a gênese do ligamento periodontal foi associada ao mecanismo de 
erupção do dente. 
*No osteopetrose o dente não erupciona, mesmo com a completa formação 
do ligamento. 
**Dentes com displasia dentinária (sem raiz e sem ligamento periodontal) 
erupcionam e chegam a ter oclusão funcional. 
 
c) Remodelação do osso da cripta 
A formação do osso alveolar é relacionada à existência de dente. 
Experimentos mostraram que as regiões de formação e reabsorção óssea 
ocorrem como consequência do processo eruptivo e não o contrário. (livro 2 
figura 10.5 A) 
Regiões de reabsorção ocorrem na superfície do osso adjacente à face 
oclusal da coroa, mas também no osso das paredes e da base da cripta. (livro 
2 figura 10.2) 
Indicativo que as regiões de reabsorção óssea na cripta ocorrem como 
consequência da pressão produzida pelo movimento do dente. 
 
d) Papel do folículo dentário e do retículo estrelado 
Resulta de estudos que envolvem aspectos de biologia molecular. 
É atualmente a teoria mais aceita para explicar a erupção dentária. 
Especula-se que o folículo começaria sua influência sobre o osso alveolar 
adjacente, após receber indução a partir das células do órgão do esmalte. 
Acredita-se que o gubernáculo (canal que contém restos epiteliais da lâmina 
dentária e tecidoconjuntivo, no qual não há tecido ósseo) facilite, de alguma 
maneira, o processo eruptivo. (livro 1 figuras 10.7 e 10.8) 
Experimentos demonstraram que a remoção do epitélio reduzido do esmalte 
retarda a erupção. 
 
Participação do folículo dentário parece ser relevante nos eventos da 
erupção: modificações químicas na composição do folículo (como a 
produção do fator de crescimento epidermal) estariam relacionadas com 
momentos iniciais da erupção. 
 
Outra possibilidade: órgão do esmalte teria influência na saída de células 
precursoras de osteoclastos dos capilares, levando à formação de 
osteoclastos e à reabsorção do canal gubernacular. (livro 2 figura 10.10) 
 
 
 
Reabsorção e esfoliação dos dentes decíduos 
A formação da via eruptiva dos dentes permanentes (exceção dos molares) está 
diretamente relacionada com a reabsorção e esfoliação dos dentes decíduos 
correspondentes e segue uma cronologia característica para cada grupo de dentes. 
 
O padrão de esfoliação é simétrico para os lados direito e esquerdo da boca. 
A esfoliação ocorre em meninas antes que nos meninos. 
 
A superposição da pressão local e das forças mastigatórias na reabsorção dentária 
fisiológica provavelmente determina o padrão e o ritmo de esfoliação dos dentes 
decíduos. 
 
A pressão derivada de um dente permanente em erupção resulta na perda de certa 
quantidade de raiz, que significa uma perda de tecido de suporte. 
 
À medida que o suporte do dente diminui, é menos capaz de resistir às crescentes forças 
mastigatórias e o processo de esfoliação é acelerado. (livro 3 figura 7.37) 
 
A reabsorção nos tecidos dentários é mediada por células do tipo clasto (odontoclastos). 
Livro 1 figura 10.14 
 
Essas células não diferem nos osteoclastos em geral, nos aspectos morfológicos e 
funcionais. 
 
O odontoclasto é capaz de reabsorver cemento, dentina e esmalte. 
 
Há indicativos que a remoção dos tecidos moles ocorra por morte celular programada 
(apoptose) das células. 
 
Acredita-se que: 
- a erupção do permanente seja o fator desencadeante principal da reabsorção do dente 
decíduo; 
- outros fatores estão associados (crescimento da face e dos ossos maxilares, ação dos 
músculos da mastigação e das forças oclusais). 
 
Sequência de eventos da reabsorção dos tecidos dos dentes decíduos: 
- inicialmente caracterizada pelo aparecimento de odontoclastos em relação à superfície 
externa, reabsorvendo cemento e em seguida, dentina radicular; 
- aparecimento de odontoclastos na câmara pulpar ocorre após a reabsorção radicular; 
reabsorvem algumas áreas de dentina coronária e outras permanecem recobertas por 
odontoblastos; 
- inicialmente é removida a pré-dentina, enquanto o número de odontoclastos aumenta; 
- em fases tardias de reabsorção, os odontoclastos não são mais observados nas 
superfícies dentinárias, porém são encontrados na polpa; 
- a superfície dentinária fica recoberta por um tecido semelhante ao cemento ou por um 
tecido fibroso, nos momentos que precedem a esfoliação; 
- ocorre reabsorção de regiões de esmalte pelos odontoclastos, em fases mais avançadas. 
Livro 2 figura 10.13 
Livro 2 figura 10.11, livro 1 figura 10.12 
 
Padrão de reabsorção dos dentes decíduos anteriores 
Movimento eruptivo dos dentes permanentes anteriores: 
- direção incisal e labial; 
- a pressão é direcionada primeiro no osso, separando as criptas dos sucessores 
permanentes e o alvéolo das raízes dos decíduos; 
- com a perda do osso que causava a separação, a pressão é direcionada para a raiz dos 
decíduos; 
- a reabsorção dos decíduos anteriores ocorre primeiro ao longo da superfície lingual no 
terço apical da raiz; 
- a reabsorção continua labialmente até a coroa do permanente se posicionar 
apicalmente à raiz do decíduo; 
- a reabsorção segue horizontalmente na direção incisal levando à esfoliação e erupção 
do permanente. 
Livro 1 figura 10.21 A 
 
Padrão de reabsorção dos dentes decíduos posteriores: 
- as coroas dos pré-molares se formam entre as raízes dos molares decíduos; 
- os primeiros sinais de reabsorção ocorrem no osso interradicular, seguidos pela 
reabsorção das raízes dos decíduos; 
- ocorre a esfoliação do decíduo e a erupção do pré-molar. 
Livro 1 figura 10.21 B 
Livro 3 figura 7.39 
 
Erupção dos molares permanentes 
Não possuem predecessores decíduos. 
Desenvolvem-se a partir da extensão posterior da lâmina dentária: 
-Na maxila: primeiro os germes dos molares com as superfícies oclusais 
voltadas para a distal; gira para a posição quando a maxila tiver crescido para 
fornecer espaço; 
-Na mandíbula: os germes dos molares se desenvolvem com inclinação mesial, 
que se torna vertical após crescimento suficiente da mandíbula. 
Livro 1 figuras 5.25 e 10.6 
 
Decíduos submersos 
- Dentes decíduos anquilosados (fusão do dente com o osso) 
- Ficam submersos no osso alveolar como resultado da erupção dos dentes adjacentes e 
aumento da altura da crista alveolar. 
Livro 3 figura 7.40 
 
Retenção de dentes decíduos 
- Uma das causas é a ausência ou impactação dos sucessores permanentes (a pressão 
exercida pelo dente sucessor em erupção desempenha um papel na esfoliação do dente 
decíduo). 
- Os decíduos podem permanecer funcionais por anos (uma força aumentada aplicada a 
um dente decíduo pode iniciar a sua reabsorção). 
 
 
Erupção retardada 
Pode ser causada por fatores congênitos, sistêmicos e locais. 
 
Fatores locais que impedem a erupção 
- perda precoce do decíduo com inclinação dos dentes adjacentes bloqueando a via 
eruptiva (livro 1 figura 10.4) 
- cistos de erupção (derivados da lâmina dentária) 
 
Pode ocorrer impactação por falta de espaço. 
 
Os animais vertebrados podem ser classificados em: 
- monofiodontes (que possuem uma única dentição) 
- difiodontes (que possuem duas dentições) 
- polifiodontes (que possuem mais de duas dentições) 
 
Nos humanos: 
- A primeira é a dentição decídua ou primária 
- A segunda é a dentição permanente ou secundária 
 
Livro 1 figura 10.1 
 
Os maxilares da criança acomodam poucos e pequenos dentes. 
Os maxilares do adulto necessitam de dentes maiores e em maior número. 
 
Os dentes se desenvolvem no interior dos tecidos maxilares e para se tornarem 
funcionais necessitam de considerável movimentação para atingir o plano oclusal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Livros 
1. Nanci, A: Ten Cate Histologia Oral: Desenvolvimento, Estrutura e Função, 8ª 
Ed; Elsevier, 2013. 
2. Katchburian, E; Arana V: Histologia e Embriologia Oral: texto, atlas, 
correlações clínicas; 3ª Ed; Guanabara Koogan, 2012. 
3. Avery, JK: Oral Development and Histology; 3rd Ed; Thieme, 2001.

Outros materiais