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Atlas de Sedimentos urinários. Patologia clínica Cilíndricos: São constituídos primariamente de mucoproteína e proteína que aderem-se ou não a outras estruturas; normal quando ausentes. Representam moldes dos túbulos onde são formados, como nos ductos coletores, túbulos contorcidos e alça de Henle. A formação dos cilindros dá-se na porção renal tubular, onde a urina atinge concentração máxima e acidez, o que favorece a precipitação de proteínas e mucoproteínas. Qualquer lesão tubular presente no momento da formação dos cilindros pode refletir na composição dos mesmos. Deste modo os cilindros são classificados conforme o material que contém. IMPORTANTE: os cilindros não se formam em baixas densidades ou em pH alcalino. Hialino: Composto de mucoproteínas e proteínas. Geralmente associados á proteinúria, processos transitórios como febre e congestão, Doença renal. Hemático: composto de muco e hemácias. Normalmente aparecem em pequeno número, de 1 a 5 por campo. Podem aparecer na urina macroscopicamente, quando o processo atingiu grandes proporções ou gravidade, como em: Hemorragia glomerular e tubular, glomerulonefrite aguda, nefropatia crônica em fase evolutiva. Leucocitário: Constituído de muco e leucócitos. São chamados de leucócitos os glóbulos brancos que conservam a morfologia intacta, identificável, visualizando o núcleo com as segmentações características. Para piócitos, reservam-se aos elementos degenerados, comuns nos processos infecciosos purulentos. Considera-se normal observar-se de 3 a 5 leucócitos por campo examinado, o aumento do número de leucócitos indica um processo inflamatório dentro do trato genito-urinário em condições como: Associados à inflamação renal, Pielonefrites e abscessos renais. Epiteliais: Composto de muco e restos celulares. Semelhante a presença de células isoladas, inflamações renais. A urina em estado normal apresenta poucas células epiteliais, mas podem estar aumentadas devido á cateterização ou a irritação local de onde se originam-se. Granuloso: constituído de muco e outras estruturas. Degeneração tubular, necrose de células tubulares. Céreo: Cilindros angulares. Devido á grande permanência tubular, fase final da degeneração tubular, lesão tubular crônica. Cristais: São produtos finais da alimentação do animal e dependem para sua formação do pH urinário. A grande quantidade pode indicar urolitíase, embora possa haver cálculos sem cristalúria e vice-versa. Exemplos de cristalúria em pH alcalino e ácido no quadro. Cristais encontrados com pH alcalino: Fosfato triplo: Podem ocorrer nos seguintes estados patológicos: pielite crônica, cistite crônica, hipertrofia de próstata e retenção vesical. Aparecem também em urinas normais. Fosfato amorfo: Os sais de fosfato com freqüência estão presentes na urina de forma cristalina, como substâncias amorfas, isto é, sem forma defina. Não têm significado clínico. Carbonato de cálcio: Não têm significado clínico e são normais em urina de eqüinos. Urato ou Biurato de amônio: Ou urato de amônio, podem aparecer em urinas alcalinas, ácidas ou neutras. São corpos esféricos castanho amarelados, com espículas longas e irregulares. São patogênicos se aparecem em urina recém emitida, como ocorre em doenças hepáticas. Podem ocorrer na derivação portocava ou outras doenças hepáticas.São solúveis aquecendo a urina ou acrescentando o ácido acético e, se ficar em repouso, formam cristais de ácido úrico. A precipitação de solutos depende do pH urinário e da solubilidade e concentração do cristalóide Cristais encontrados em pH Ácido: Urato amorfo: Numerosos na urina fortemente ácida. Como o ácido úrico só se apresenta como componentes normais nos carnívoros. Aparecem como sais de urato (sódio, potássio, magnésio e cálcio). Não apresentam significado clínico. Oxalato de cálcio: Se grande quantidade de cristais de oxalato de cálcio estiver presente em urina recém emitida, deve-se suspeitar de processo patológico como intoxicação pelo etilenoglicol, diabetes mellitus, doença hepática ou enfermidade renal crônica grave. A ingestão de grande quantidade de vitamina C pode promover o aparecimento desses cristais na urina, pois o ácido oxálico é um derivado da degradação do ácido ascórbico e produz a precipitação de íons de cálcio. Essa precipitação pode dar lugar também a uma diminuição no nível de cálcio sério. Ácido Hipúrico: SEM SIGNIFICADO CLÍNICO. Cistitina(raro): A presença desses cristais tem sempre significado clínico, como na cistinose, cistinúria congênita, insuficiente reabsorção renal ou em hepatopatias tóxicas. Leucina: Tem significado patológico importante como em enfermidades hepáticas em fase terminal, como a cirrose, hepatite viral e atrofia amarela aguda do fígado. Nas doenças hepáticas, estão normalmente associados a cristais de tirosina. Tirosina: Aparecem em enfermidades hepáticas graves ou em tirosinose. Colesterol: Seu aparecimento indica uma excessiva destruição tissular e em quadros nefróticos, como também na quilúria, esta em conseqüência da obstrução a nível torácico ou abdominal da drenagem linfática, ou por ruptura de vasos linfáticos no interior da pélvis renal ou no trato urinário. Situações de neoplasias. Sulfas ou outros medicamentos: As novas sulfas são muito solúveis em meio ácido; por isso, atualmente não se observam mais estes cristais na urina. A maioria, quando ocorre tem aparência de agulhas em grupos, unida de forma concêntrica, de cor clara ou castanha.Os contrastes radiográficos podem cristalizar em urinas ácidas, também em forma de agulhas. A ampicilina pode precipitar em urina ácida, formando agulhas largas ou finas e incolores. A bilirrubina, quando presente, tem forma de agulhas amarelas ou castanho – avermelhado. Outros achados: Espermatozóides: Normal no cão. Em outras espécies, como no bovino, pode indicar distúrbio reprodutivo. Muco: São filamentos mucóides, normal quando em quantidade discreta. Aumentam em processos inflamatórios. Fungos ou leveduras: contaminantes ou infecção fúngica. Ovos e parasitas: Stephanurus sp (suínos), Dioctophyme renale (cães), Capillaria spp (cães e gatos) e Dirofilaria immitis (cães). Lipídios: sem interpretação clínica (pode ser artefato da sondagem).
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