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Noções de gramática no contexto empresarial

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COMUNICAÇÃO NAS EMPRESAS
AULA 2 - Noções de gramática no contexto empresarial
Objetivo:
	1) Apontar as regras de uso do acento indicador de crase e sua relação com a regência verbal;
2) Relacionar o emprego da colocação pronominal com os registros de língua;
3) Diferenciar os casos de próclise, mesóclise e ênclise pronominal;
4) Definir as funções da pontuação.
	
	
Às vezes, na hora de escrever, você fica com dúvidas, não é mesmo? Isso é mais comum do que você imagina. Pior é quando a dúvida nem nos alerta sobre a possibilidade de estarmos escrevendo algo errado e só nos damos conta quando alguém nos corrige.
Essa aula, vai te auxiliar nessa questão, pois fará uma revisão sobre crase, regência, pronomes de tratamento, colocação pronominal e pontuação. Assuntos que sempre geram dúvidas e nos confundem na hora da escrita.
Você pode pensar que terá apenas mais uma aula de gramática, mas o conteúdo será voltado para a adequação desses tópicos aos contextos empresariais ― a partir de práticas de leitura e produção textual.
Você já ouviu falar de próclise, ênclise e mesóclise?
A colocação pronominal se dá em função da posição do pronome em relação ao verbo. Assim temos:
Próclise - Ocorre quando o pronome vem antes do verbo. Como norma geral, deve-se colocar o pronome átono antes do verbo, quando antes dele houver uma palavra pertencente a um dos seguintes grupos, chamados de palavras atrativas . Veja alguns exemplos:
Palavras Negativas: não, nada, nunca, jamais, nem, nenhum, ninguém.
Exemplo: O assessor não lhes forneceu detalhes do projeto?
	 Jamais nos afastaremos das promessas de campanha.
Relativas: quem, o qual, que, quanto, cujo, como, onde.
Exemplo: Os homens que se prezam sabem que devem pensar antes no interesse público no que no pessoal.
	 O chefe de departamento com quem nos entrevistamos afirmou que o problema está resolvido.
Interrogativas: quem, (o) que, qual, quanto(a)(s); como, onde, quanto.
Exemplo: Quem nos apresentou  o projeto?
	 Quanto  tempo  se perde!
Interrogativas: quem, (o) que, qual, quanto(a)(s); como, onde, quanto.
Exemplo: Quem nos apresentou  o projeto?
	 Quanto  tempo  se perde!
Ênclise
Ocorre quando o pronome deve vir após o verbo. As formas verbais do infinitivo pessoal, do imperativo afirmativo e do gerúndio exigem a ênclise pronominal.
Veja: Cumpre comportar-se bem.
 Essas ordens devem cumprir-se rigorosamente.
 Aqui estão as ordens: cumpra-as.
 Aventurou-se pelo desconhecido, afastando-se dos objetivos iniciais.
A ênclise é forçosa em início de frase, ou seja, não se começa frase com pronome átono.
 Exemplo: Pediram-lhe (e não *Lhe pediram) que comparecesse à reunião do Congresso.
Mesóclise
Ocorre quando o pronome deve vir no meio do verbo. Na Mesóclise usa-se o pronome no meio da forma verbal, quando esta estiver no futuro simples do presente ou do pretérito do indicativo. 
Exemplo: Quando for possível, transmitir-lhes-ei mais informações.
	 Ser-nos-ia útil contar com o apoio de todos.
Fica prejudicada a mesóclise quando houver, antes do futuro do presente ou do pretérito, uma das palavras ou expressões que provocam a próclise:
 Nada lhe diremos (e não *Nada dir-lhe-emos) até termos confirmação do fato.
 Essa é a resposta  que  lhe  enviaríamos  (e não *que enviar-lhe-íamos) caso ele voltasse ao assunto.
 Espera o Estado  que  a União lhe  dará  (e não *que ...dar-lhe-á) mais verbas.
Casos Especiais
É inviável a ênclise com o particípio
 A inflação havia-se aproximado (nunca: *havia aproximado-se) de limites intoleráveis.
Jamais nos tínhamos enfraquecido (e não: *tínhamos enfraquecido-nos) tanto.
Tê-lo-ia afetado (e não *Teria afetado-lhe) o isolamento constante?
Colocação do pronome átomo em locuções e combinações verbais 
Nas combinações de verbo pessoal (auxiliar ou não) + infinitivo, o pronome átono pode ser colocado antes ou depois do primeiro verbo, ou depois do infinitivo. 
 Devemos-lhe dizer a verdade ou Nós lhe devemos dizer a verdade ou, ainda Devemos dizer-lhe a verdade. 
 Podemos notar com facilidade que a próclise com o infinitivo é própria da linguagem oral ou escrita informal: 
 Devemos lhe dizer... 
 Portanto, devemos evitar esta colocação na redação oficial.
 Se, no caso mencionado, houver palavra que exige a próclise, só duas posições serão possíveis para o pronome átono:  Antes do auxiliar (próclise) ou depois do infinitivo (ênclise). 
 Não lhe devemos dizer a verdade.
 Não devemos dizer-lhe a verdade.
Fica prejudicada a mesóclise quando houver, antes do futuro do presente ou do pretérito, uma das palavras ou expressões que provocam a próclise:
 Nada lhe diremos (e não *Nada dir-lhe-emos) até termos confirmação do fato.
 Essa é a resposta  que  lhe  enviaríamos  (e não *que enviar-lhe-íamos) caso ele voltasse ao assunto.
 Espera o Estado  que  a União lhe  dará  (e não *que ...dar-lhe-á) mais verbas.
Já é possível perceber que é preciso ter muito cuidado com prováveis erros cometidos durante o ato comunicacional, principalmente em relação ao emprego dos pronomes, não é mesmo?
	Durante o almoço, o gerente de vendas recebe em seu celular a seguinte mensagem: “Encontrei o seu diretor e resolvemos fazer uma reunião em seu escritório às 15h.”
	Imediatamente ele ligou para sua secretária e pediu que ela preparasse tudo para a tal reunião, que organizasse a mesa, providenciasse mais algumas cadeiras, café e água.
	15h em ponto, lá estava ele à espera, mas o Diretor tão pontual ainda não havia chegado. Às 15:30h toca o telefone. Era o diretor que de imediato perguntou: ― Onde você está? Está atrasado para a reunião!
	Só então ele entendeu que o “seu escritório” não era o dele próprio, mas sim o do diretor. Não foi demitido, mas foi obrigado a ouvir algumas “belas” palavras, por não ter percebido a ambiguidade da mensagem.  
	É óbvio que quem escreveu a frase também não tinha notado a ambiguidade. Para o autor, que sabia onde seria a reunião, a frase estava “claríssima”: “Encontrei o seu diretor e resolvemos fazer uma reunião em seu escritório às 15h” . (= no escritório dele, do diretor)
	O gerente, por sua vez, ao ler a frase, também não percebeu o duplo sentido. Para ele, a mensagem também estava clara: “Encontrei o seu diretor e resolvemos fazer uma reunião em seu escritório às 15h”.(= no seu próprio escritório)
É interessante observar que na frase ambígua da mensagem não havia erro gramatical. O pronome possessivo seu é de 3ª pessoa e permite perfeitamente a dupla interpretação: Seu = dele (de quem se está falando = o diretor) 
ou Seu= de você (com quem se está falando = o receptor da mensagem). Portanto, cuidado ao utilizar o pronome possessivo SEU!
Lembre-se do básico
Na próclise, o pronome surge antes do verbo.
Emprega-se a mesóclise quando o verbo estiver no futuro do presente ou no futuro do pretérito do indicativo, desde que não se justifique a próclise. O pronome fica intercalado ao verbo.
A ênclise pode ser considerada a colocação básica do pronome, pois obedece à sequência verbo-complemento. Assim, o pronome surge depois do verbo.
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CRASE A+A= À
O que é crase? Crase é a junção da preposição “a” com o artigo definido “a(s)”, ou ainda da preposição “a” com as iniciais dos pronomes demonstrativos aquela(s), aquele(s), aquilo ou com o pronome relativo a qual (as quais). Graficamente, a fusão das vogais “a” é representada por um acento grave, assinalado no sentido contrário ao acento agudo: à.
Agora que você já compreendeu o que é a crase e a sua utilidade, vamos analisar os casos em que ela é necessária, começando pelos princípios básicos.
OBRIGATÓRIO - O uso do acento grave indicativo da crase é obrigatório nas seguintessituações:
Nas expressões que indicam o número de horas: Exemplo: Chegarei às cinco horas. (adjunto adverbial). 
Antes dos pronomes demonstrativos  AQUELE (S), AQUELA(S), AQUILO, A(S): Exemplo: Falamos àquele que nos impediu de entrar.
Nas locuções formadas por nomes femininos: Exemplo: Primeira rua à direita.
Com objetos e complementos nominais femininos: Exemplo: Vamos assistir à próxima sessão.
Nas expressões que indicam o número de horas: Exemplo: Chegarei às cinco horas. (adjunto adverbial).
USO IMPRÓPRIO - Não se usa o acento grave indicativo da crase nos casos a seguir.
Diante de palavras masculinas: Exemplo: Vou a pé.
Antes de verbo: Exemplo: Saiu a passear. Antes de palavras de sentido indefinido, o que inclui substantivos femininos usados em sentido genérico ou indeterminado (sem artigo). Exemplo: Referi-me a cidades de São Paulo. (algumas cidades) mas Referi-me às cidades de São Paulo (todas ou as cidades específicas)
Quando a preposição a precede nome no plural: Exemplo: O presidente condena a ação da ONG em relação a crianças abandonadas.
Nas expressões de palavras repetidas: gota a gota, frente a frente: Exemplo: Encontramo-nos frente a frente.
Antes de pronomes que não admitem artigo: Exemplo: Dirija-se a Sua Excelência. Dirija-se a ela. Dirija-se a quem quiser. Dirija-se a certa pessoa.
Antes do artigo UMA. Exemplo: Fui a uma festa.
Antes de numerais cardinais, desde que se refiram a substantivos usados em sentido indeterminado. Exemplo: Vi oito pessoas. (sentido indeterminado) / Refiro-me a oito pessoas. Mas Vi as oito pessoas. (sentido determinado) / Refiro-me às oito pessoas.
CRASE FACULTATIVA E CASOS ESPECIASIS - Os casos especiais de crase são: 
Com as palavras CASA, TERRA (no sentido de chão firme) e DISTÂNCIA, só haverá crase se essas palavras estiverem especificadas. Exemplo: Voltamos a casa. / Voltamos à casa de Maria.
Os marinheiros, assim que o navio atracou, voltaram a terra. / Os marinheiros voltaram à terra familiar.
Vejo bem a distância. / Vejo bem à distância de cem metros.
A crase é facultativa antes de nomes de mulheres. Exemplo: Refiro-me a Maria (ou à Maria).
Depois da preposição ATÉ: Exemplo: Fomos até a praia (ou até à praia).
Antes de pronomes possessivos femininos no singular: Exemplo: Dei um presente a (ou à) minha amiga.
A crase diante de possessivos femininos é facultativa porque nesses casos o uso do artigo é facultativo. 
Podemos dizer tanto “Minha irmã saiu” como “A minha irmã saiu”).
Para não ter dúvida é bom memorizar o seguinte esquema:
• Escrevi a(à) sua irmã (Facultativo) (Singular + Singular)
• Escrevi às suas irmãs (Obrigatório) (Plural + Plural)
• Escrevi a suas irmãs (Proibido) (Singular + Plural)
Método Prático:
Esse esquema ajudará muito na hora das dúvidas, vale memorizá-lo:
Haverá crase sempre que pudermos substituir a palavra feminina por uma masculina qualquer, havendo a seguinte correlação:
�
 à – ao
às – aos
à (s) que – ao(s) que
à qual, às quais – ao qual, aos quais
àquela (s) – a essa (s), nessa (s)
àquele (s) – a esse (s), nesse (s)
àquilo – a isso
à (s) – para a (s) (localidades)
�
Veja alguns exemplos:
• Refiro-me à mulher (ao homem) / às mulheres (aos homens).
• À proporção que (ao passo que) estuda, mais se sente recompensado.
• Esta caneta é igual à que comprei. (= Este lápis é igual ao que comprei)
• A mulher à qual me referi... (= O homem ao qual me referi...)
• Esta caneta é semelhante à tua, à nossa, à dele. (= Este lápis é semelhante ao teu, ao nosso, ao dele.)
• Estou apto àquela (= a essa) tarefa, àquele (= a esse) trabalho, àquilo (= a isso).
• Dirigi-me às duas amigas. (= aos dois amigos)
• Pedi livros à senhorita Antônia e à senhora Maria. (Pedi ao senhor José)
• Obedeci à Maria. (= Obedeci ao José)
• O jogo será às três horas. (ao meio-dia)
• Estudei naquele colégio da 2ª à 6ª série. (do 2º ao 6º ano)
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Você sabe pontuar?
A pontuação também é assunto de suma importância no que diz respeito à comunicação. E isso, lógico, inclui a comunicação nas empresas.
 Quando falamos, usamos recursos que ajudam nosso interlocutor a compreender o conteúdo da mensagem que queremos transmitir, não é mesmo?
 Por não haver essa possibilidade na linguagem escrita, utilizamos uma série de sinais gráficos ― chamados de sinais de pontuação ― que reproduzem os recursos da fala.
Apesar de existirem regras que nos auxiliam a pontuar, não é possível fixar todas as normas que envolvem o emprego dos sinais de pontuação, pois, muitas vezes, há razões de ordem subjetiva, isto é, pessoal, que determinam sua utilização. 
 O estilo do autor, sua intenção e a criatividade acabam interferindo nesse aspecto, sem configurar necessariamente um erro gramatical. 
 Porém, no mundo empresarial, as regras não são tão flexíveis. Dessa forma, precisamos compreender o que é aceitável e o que não é em relação à pontuação.
Saber a função de cada elemento da pontuação é muito importante, por exemplo: os pontos, as vírgulas e os pontos-e-vírgulas nos ajudam a marcar pausas e a mostrar ao nosso leitor quais são os elementos principais da frase e as informações complementares.
Já o ponto de exclamação e o de interrogação, por exemplo, têm a função de marcar a melodia, a entonação da fala.
Mas, afinal de contas, como devo pontuar?
Se tomarmos as regras de pontuação indicadas nas melhores gramáticas de língua portuguesa e procurarmos verificar se os textos modernos as seguem, constataremos de imediato a enorme distância que vai da norma ao uso. 
 De fato, os sinais de pontuação, particularmente a vírgula, têm hoje emprego bastante elástico, de difícil precisão.
 Porém, não é por isso que cada um fará de um jeito. Apesar de seguir os estilos dos autores, existem algumas regrinhas básicas que devemos aplicar na hora de escrever.
Veja agora outro exemplo de problema de compreensão, causado pela falta de pontuação:
“Se o homem soubesse o valor que tem a mulher andaria se rastejando à sua procura.”
Aqui teríamos uma questão de gênero e não só de pontuação, clique nas caixas e confira:
PONTUAÇÃO FEITA POR HOMEENS “Se o homem soubesse o valor que tem, a mulher andaria se rastejando à sua procura.”
PONTUAÇÃO FEITA POR MULHERES “Se o homem soubesse o valor que tem a mulher, andaria se rastejando à sua procura.”
A Vírgula
�
A vírgula pode ser uma pausa. Ou não.
Não, espere.
Não espere.
A vírgula pode criar heróis.
Isso só, ele resolve.
Isso, só ele resolve.
Ela pode forçar o que você não quer.
Aceito, obrigado.
Aceito obrigado.
Pode acusar a pessoa errada.
Esse, juiz, é corrupto.
Esse juiz é corrupto.
A vírgula pode mudar uma opinião.
Não quero ler.
Não, quero ler.
UMA VÍRGULA MUDA TUDO.
�
Como vimos, a falta de entendimento linguístico pode causar muitos danos a uma organização ou até mesmo à humanidade. 
Saber se comunicar no ambiente de trabalho e em sua vida íntima é muito importante. Por isso, aproveite e comece a colocar em prática tudo o que foi aprendido nesta aula.

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