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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO NAYARA GOMES PINTO QUALIDADE NO ATENDIMENTO SOB A ÓTICA DOS USUÁRIOS - CASO DO DETRAN/RN NATAL/RN 2014 NAYARA GOMES PINTO QUALIDADE NO ATENDIMENTO SOB A ÓTICA DOS USUÁRIOS - CASO DO DETRAN/RN Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Coordenação do Curso de Graduação em Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Administração. Orientador: Marcelo Rique Carício, D. Sc Coorientadora: Vanessa Desidério, M. Sc NATAL/RN 2014 Dedico este trabalho a minha família, em especial aos meus pais, minhas fontes constantes de amor, dedicação, força e sabedoria. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO QUALIDADE NO ATENDIMENTO SOB A ÓTICA DOS USUÁRIOS - CASO DO DETRAN/RN NAYARA GOMES PINTO Monografia apresentada e aprovada em ____ de __________ de ____, pela banca examinadora composta pelos seguintes membros: ______________________________________ Marcelo Rique Carício, Dr. Orientador _______________________________________ Vanessa Desidério, M.Sc Co-orientadora ________________________________________ Luciana Guedes Santso, M.Sc Examinador externo – IFRN – Instituto Federal do Rio Grande do Norte Natal, 06 de junho de 2014. AGRADECIMENTOS Agradeço em primeiro lugar a Deus, minha fortaleza e segurança em todos os momentos, sejam eles bons ou ruins e pela imensa fidelidade que Ele tem comigo; Agradeço a minha família pelo carinho constante, por todas as palavras de apoio, pela paciência nesse momento difícil que foi a produção do trabalho e por estar sempre ao meu lado seja fisicamente ou a distancia; Agradeço a Kleyton, meu amor, por toda ajuda, paciência, atenção, carinho, dedicação e amor dispensados nesse momento e também por ser o meu porto seguro em tantos outros; Agradeço a minha orientadora que mesmo mudando de instituição e, após um tempo se tornando minha coorientadora, continuou com sua competência, compreensão e ajuda a distância não deixando algum de seus orientandos “órfãos”. À Vanessa Desidério, minha eterna gratidão; Agradeço ao DETRAN/RN pela oportunidade e por ter aberto as portas para a pesquisa de campo, bem como por todos aqueles que me ajudaram com o trabalho. Agradecimento especial ao meu pai que trabalha no órgão e me ajudou desde o projeto desse trabalho até sua realização final; Agradeço à UFRN e aos professores por todo aprendizado, crescimento pessoal e profissional que foram proporcionados. Tenho muito orgulho de fazer parte de uma universidade tão respeitada e conceituada em âmbito nacional; Agradeço às pessoas do meu atual estágio no Ministério Público do Trabalho, em especial à Graça Morais e a Flávia Guareschi pela troca de experiências e ideias constantes, além de toda amizade e carinho compartilhados diariamente. Por fim, agradeço a todos meus amigos e colegas que ajudaram diretamente ou indiretamente na elaboração desse trabalho, bem como por toda amizade, carinho, respeito e fidelidade. Especialmente aos meus eternos amigos: Cassia, Débora, Emília, Fernanda, Eudes, Rayssa e Tercia. A amizade de cada um é extremamente importante e essencial em minha vida. “Sonhos são gratuitos. Transformá-los em realidade tem um preço.” Ennis J. Gibbs. RESUMO O presente trabalho tem como objetivo principal analisar o grau de satisfação em relação à qualidade que os usuários buscam por serviços relativos à habitação no DETRAN/RN. A partir do modelo da SERVQUAL, da Gestão da Qualidade Total presente e da busca pela qualidade constante, esse trabalho tem o objetivo de analisar o que os usuários esperam e o que eles percebem em relação à qualidade dos serviços prestados pelo DETRAN/RN. Para ser feita tal análise, o estudo teve por base a Escala SERVQUAL que mensura o grau de satisfação dos usuários através de cinco variáveis: tangibilidade, confiabilidade, receptividade, segurança e empatia. O estudo foi baseado em uma pesquisa de campo do tipo descritiva e quantitativa realizada com 82 pessoas na sede do DETRAN/RN na capital de Natal/RN. Verificou-se, de uma forma geral, que as expectativas não foram superadas. Ou seja, os usuários não obtiveram uma boa percepção da qualidade dos serviços prestados pelo órgão. No aspecto tangibilidade, por exemplo, 84% dos usuários não perceberam modernidade nos equipamentos. Nas variáveis confiabilidade e receptividade mais de 50% das pessoas demonstram não perceber confiança e receptividade no DETRAN/RN. Em relação ainda as variáveis, segurança e empatia também não forem bem percebidas pelos pesquisados, ficando com margem superior a 50%. Dessa forma, conclui-se que, pelo fato das expectativas dos usuários não serem supridas é necessário que o órgão implemente uma gestão da qualidade na qual se possa fazer um diagnostico acerca dos problemas enfrentados, elabore um planejamento da qualidade voltado aos usuários, execute-o e por fim, faça o controle posterior continuamente com o objetivo de que os serviços sejam ofertados de uma maneira mais eficiente e eficaz. Palavras-chaves: qualidade em serviços; satisfação dos clientes; DETRAN/RN; SERVQUAL. AAAAAHAHA LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1: Gênero dos pesquisados .......................................................................................... 39 Gráfico 2: Faixa etária dos pesquisados ................................................................................... 39 Gráfico 3: Nível de Escolaridade dos pesquisados ................................................................... 40 Gráfico 4: Faixa Salarial dos pesquisados ................................................................................ 40 Gráfico 5: Resultado sobre a modernidade dos equipamentos ................................................. 41 Gráfico 6: Resultado sobre a aparência das instalações. .......................................................... 42 Gráfico 7: Resultado sobre a confiabilidade do DETRAN/RN. ............................................... 43 Gráfico 8: Resultado sobre a entrega do serviço do DETRAN/RN no prazo fornecido. ... Erro! Indicador não definido. Gráfico 9: Resultado sobre a disposição dos funcionários para ajudar os usuários. ................ 44 Gráfico 10: Resultado sobre a ocupação dos funcionários para ajudar os usuários. ................ 45 Gráfico 11: Resultado sobre a confiança dos usuários nos funcionários. ................................ 45 Gráfico 12: Resultado sobre a cortesia dos funcionários. ........................................................ 46 Gráfico 13: Resultado sobre a prioridade dos interesses dos usuários. ....................................47 Gráfico 14: Resultado sobre o conhecimento dos funcionários acerca das necessidades dos usuários. .................................................................................................................................... 47 LISTA DE FIGURAS Figura 1: Dimensões da qualidade dos serviços ....................................................................... 28 Figura 2: Evolução da escala SERVQUAL .............................................................................. 33 LISTA DE QUADROS Quadro 1: Conceito de serviços. ............................................................................................... 25 Quadro 2: Dimensões de qualidade em serviços ...................................................................... 30 Quadro 3: Média das respostas dos pesquisados. ..................................................................... 48 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 13 1.1 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO ................................................................... 13 1.2 CONTEXTUALIZAÇÃO E PROBLEMA ........................................................................ 14 1.3 OBJETIVOS ....................................................................................................................... 16 1.3.1 GERAL: ..................................................................................................................................... 16 1.3.2 ESPECÍFICOS: ......................................................................................................................... 16 1.4 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................... 16 2. REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................................ 18 2.1 CONCEITOS DE QUALIDADE ....................................................................................... 18 2.2 EVOLUÇÃO DA QUALIDADE ....................................................................................... 19 2.3 GESTÃO DA QUALIDADE TOTAL (GQT) ................................................................... 20 2.4 ABORDAGENS DA QUALIDADE ................................................................................. 22 2.4.1 QUALIDADE TRANSCENDENTE ..................................................................................... 22 2.4.2 QUALIDADE BASEADA NO PRODUTO ......................................................................... 22 2.4.3 QUALIDADE BASEADA NO USUÁRIO .......................................................................... 23 2.4.4 QUALIDADE BASEADA NA PRODUÇÃO ..................................................................... 23 2.4.5 QUALIDADE BASEADA NO VALOR .............................................................................. 23 2.5 QUALIDADE EM SERVIÇOS ......................................................................................... 24 2.5.1 CONCEITO DE QUALIDADE EM SERVIÇOS ................................................................ 25 2.5.2 QUALIDADE NO SERVIÇO PÚBLICO ............................................................................. 26 2.5.3 DIMENSÕES DA QUALIDADE EM SERVIÇOS ........................................................ 27 2.6. MEDIDAS DE AVALIAÇÃO EM QUALIDADE .......................................................... 30 2.6.1 INSTRUMENTO PADRÃO DE PESQUISA DE SATISFAÇÃO ................................... 30 2.6.2 A ESCALA SERVQUAL ....................................................................................................... 31 2.6.3 O INSTRUMENTO SERVPERF ........................................................................................... 33 3. METODOLOGIA .............................................................................................................. 35 3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA ............................................................................. 35 3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA ............................................................................................ 35 4. RESULTADOS .................................................................................................................. 38 5. CONCLUSÕES .................................................................................................................. 50 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 54 12 APRESENTAÇÃO Qualidade no atendimento de um serviço é algo muito requisitado e procurado pelas pessoas tanto no âmbito de organizações publicas, como no âmbito de organizações privadas. Infelizmente, na maioria das vezes, nota-se uma diferença muito grande entre o modo de atendimento a um usuário de um serviço público e um usuário de serviço privado. É notável que organizações privadas estejam à frente quando o quesito é um bom atendimento ao o usuário de um serviço. Em contrapartida, organizações públicas, muitas vezes não dão o mínimo de atenção no atendimento a seu usuário. O que ocorre é que algumas organizações públicas ainda prestam serviços de uma forma muito burocrática, às vezes sem o devido treinamento dos funcionários, sem motivação deles e dessa forma acarretam em um mau atendimento aos seus usuários. Os serviços públicos também muitas vezes são vistos como negligentes, demorados, sem eficácia por parte dos prestadores de serviços a quem necessita. Apesar da Nova Gestão Pública ter por finalidade incorporar princípios e métodos da gestão privada, na denominada Gestão Pública Gerencial, ainda há um longo a caminho a ser percorrido. Cada vez mais as pessoas precisam e exigem algum tipo de serviço público de maior qualidade. Essa demanda sempre irá ocorrer, porém a oferta de serviços públicos prestados com qualidade ainda precisa ser bastante trabalhada e implantada. O presente estudo busca aplicar um método de pesquisa de satisfação aos usuários dos serviços em busca da aquisição da habilitação no DETRAN/RN que seja eficiente e seus clientes possam analisar se suas expectativas em relação ao que eles esperam de um atendimento estão de acordo ou até mesmo superando a realidade do serviço. O trabalho é composto por cinco capítulos, assim dispostos: O Primeiro capítulo, com introdução, caracterização, contextualização e problemas da organização. Objetivo geral e objetivos específicos, e posteriormente, a justificativa. O segundo capítulo composto pelo referencial teórico. O terceiro capítulo composto pelo método de pesquisa aplicado ao problema em questão. O quarto capítulo composto pelos resultados do método e, por fim o quinto e último capítulo com conclusões e sugestões de melhoria para a organização trabalhada. 13 1. INTRODUÇÃO 1.1 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO O Departamento Estadual de Transito – DETRAN/RN é um órgão integrante do Sistema Nacional de Transito (SNT) que é responsável pela operacionalização do Código de Transito Brasileiro (CBT). Faz parte da administração pública indireta e possui razão jurídica de autarquia. Foi fundado em 3 de janeiro de 1927, através do Decreto do Governo Estadual no 315, organizado pelo PoderJudiciário de Administrativo do estado do Rio Grande do Norte. O decreto no 14.312, de 10 de fevereiro de 1999, sancionado por o então governador na época, Garibaldi Alves Filho, institui que são objetivos do DETRAN/RN: planejar, fiscalizar, dirigir, controlar, disciplinar e executar os serviços relativos ao trânsito. Além dessa medida, Garibaldi Alves Filho sancionou a lei complementar n° 163/99 onde vinculou o DETRAN/RN a Secretaria Estadual de Infraestrutura. Os produtos e serviços oferecidos pelo DETRAN/RN estão regulados no decreto n° 14.312, de 10 de fevereiro de 1999. Entre eles pode-se citar a realização, fiscalização e controle do processo de formação, aperfeiçoamento, reciclagem e suspensão de condutores, vistorias, registros, emplacamentos e licenciamentos de veículos, estabelecimento, em conjunto com a Polícia Militar, as diretrizes para o policiamento ostensivo de trânsito. São vários os usuários e clientes do DETRAN/RN. Entre eles têm-se as pessoas maiores de 18 anos, que buscam serviços relativos ao uso e aquisição de carteiras de habilitação para condução de veículos, proprietários de veículos e automotores, escolas de formação de condutores, cidadãos que possuem alguma pendencia ou débito com o DETRAN/RN em função de infrações causadas no trânsito pelos mesmos. Dessa maneira, o presente estudo tem o objetivo de focar sua pesquisa no setor de aquisição de habilitação e mais especificamente nos usuários que utilizam tal serviço pela primeira vez. 14 1.2 CONTEXTUALIZAÇÃO E PROBLEMA De acordo com o artigo 37 da Constituição Federal “A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência” e mais, de acordo com o artigo 22 da Lei 8.078/90 (CDC) - “Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, concessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra forma de empreendimento, são obrigados a fornecer serviços adequados, eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, contínuos”. A partir desses pressupostos, entende-se que o Estado tem a obrigação, que consta em lei, de oferecer a todas as pessoas que precisam e utilizam seus serviços, algo que esteja relacionado ao mais próximo da qualidade e eficiência possível. O atendimento ao cliente envolve todas as atividades que facilitam aos clientes o acesso às pessoas certas dentro de uma empresa para receberem serviços, respostas e soluções de problemas de maneira rápida e satisfatória. Para tanto é necessário que o atendente de uma empresa conheça os requisitos básicos para um bom atendimento ao cliente (Kotler, 2000). Longo (1996) diz que no setor público, especialmente, onde ainda imperam os velhos padrões de comportamento como a tendência ao imobilismo e a desmotivação para o trabalho, o descaso para com a qualidade no atendimento ao público e ao descomprometimento com a organização, requer maior empenho por parte dos dirigentes das instituições, bem como dos próprios funcionários para uma mudança efetiva dos paradigmas gerencias vigentes. Diante do contexto da sociedade atual, onde há uma grande busca, pelas pessoas, incessante e constante por melhores serviços de atendimento de boa ou ótima qualidade, as organizações, privadas e públicas, estão tentando cada vez mais se adaptar a essa realidade e se adequar para promover e executar melhores serviços para toda sociedade. No caso específico do DETRAN/RN o órgão busca em parceria com a Escola do Governo, capacitar seus funcionários, através de cursos e treinamentos voltados para melhorar o atendimento as pessoas que buscam seus serviços. O DETRAN/RN também realiza anualmente avalição de desempenho por funcionário, com a finalidade de captar dados e informações para promover medidas adequadas ao funcionamento correto e adequado do órgão. 15 Face o que foi exposto neste trabalho, pergunta-se: Qual a diferença entre o que os usuários esperam receber em relação aos serviços referentes à aquisição de habilitação no DETRAN/RN e o que eles de fato obtêm? 16 1.3 OBJETIVOS 1.3.1 GERAL: Conhecer a percepção e expectativa de satisfação dos usuários em relação à qualidade dos serviços de habilitação do prestados pelo DETRAN/RN. 1.3.2 ESPECÍFICOS: - Descrever o perfil dos usuários; - Comparar a percepção com a expectativa dos usuários pesquisados através da escala SERVQUAL; - Propor sugestões para melhorar a qualidade. 1.4 JUSTIFICATIVA Como dito anteriormente, embora seja principio prevista na Constituição Federal de 1988 (art. 37), a eficiência não é muito utilizada no atendimento de alguns órgãos públicos. Muitos serviços prestados pela a administração pública aos seus usuários que necessitam, ainda são vistos por eles como burocrático, com pouca eficiência, pouco sistematizado, demorado, ineficiente, entre outros. Em razão de uma maior busca, principalmente em dias atuais, de soluções por melhores qualidades no atendimento de uma organização, há necessidade de buscar sempre aprimoramento e aperfeiçoamento dos serviços prestados. As pessoas estão cada vez mais exigentes, querem os serviços de uma forma mais eficaz e rápida. A partir do que foi exposto acima e na busca de melhores soluções para os problemas em relação do atendimento ao usuário do DETRAN/RN, há grande necessidade implantar programas com soluções que maximizem a qualidade, a eficiência e eficácia do atendimento. Antes disso, é preciso implantar uma pesquisa de satisfação para saber, em primeiro lugar, quais são os problemas mais críticos que os usuários julgam ser, com a finalidade de buscar 17 melhorias nas condições de atendimento. Dessa maneira, o presente trabalho busca usar um método eficiente para fins de pesquisa de satisfação. O presente trabalho tem grande motivação da autora por acreditar que na coleta de informações referente à satisfação dos usuários com serviços prestados pelo departamento de habilitação, possa encontrar alguma solução, nem que a mesma seja mínima a ponto de provocar ou sugerir alguma mudança na organização. Tendo em vista a grande relevância do tema para a sociedade que cada dia mais se sente prejudicada com relação à falta de qualidade nos atendimentos, com o descaso no setor público, com a falta de infraestrutura adequada, além de muitas vezes existir lentidão e uma grande burocracia na recepção dos serviços públicos, o trabalho mostra-se viável para detecção, colheita, análise dos dados e sugestão de melhorias no tocante a qualidade da entidade estudada. 18 2. REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 CONCEITOS DE QUALIDADE Qualidade é umas das palavras mais difundidas e usadas no mundo da gestão atualmente. Para Gilmore (1974) a qualidade é o grau em que um produto específico esta de acordo com um projeto ou especificação. Para Falconi (1992) um produto ou serviço de qualidade é aquele que atende perfeitamente, de forma confiável, de forma acessível, de forma segura e no tempo certo as necessidades dos clientes. De uma forma resumida o autor constata que o produto tem qualidade se possuir um projeto perfeito, sem defeitos, com baixo custo, com segurança ao cliente além do mesmo ser entregue no prazo certo, no local certo e em quantidade certa. Feigenbaum (1994)afirma que qualidade é o total das características de um produto ou serviço referentes a marketing, engenharia, manufatura e manutenção, pelos quais o produto ou serviço, quando em uso, atenderá as expectativas do cliente. Segundo Cesar (2010) existe uma confusão no uso do seu termo, e ela existe devido ao subjetivismo associado à qualidade e também ao uso genérico com que se emprega esse termo para representar coisas bastante diferentes. Segundo o autor, para muitos a qualidade está associada a atributos intrínsecos de um bem, como desempenho técnico ou durabilidade, já para outros a qualidade está associada à satisfação dos clientes quanto à adequação do produto ao uso. Ainda de acordo com Cesar (2010), há um terceiro entendimento de qualidade que no passado costumava ser geralmente dominante no ambiente fabril, é aquele que vê a qualidade como atendimento das especificações do produto. Para ele, o conceito que certamente deverá ser predominante no futuro sobre a qualidade é a conceituação de qualidade como satisfação dos clientes. A partir dessa definição há uma complementação entre as outras definições citadas. Diante do exposto acerca da qualidade é notável que o termo possui diferentes conceitos que gradativamente mudam ao longo da história. É imprescindível que uma organização busque se aperfeiçoar e procure melhorar seus processos internos e externos com finalidade de alcançar qualidade em seus atendimentos e serviços. Sem essa busca, as chances de uma organização se manter firme e equilibrada no mercado altamente globalizado e com clientes e consumidores cada vez mais exigentes são poucas. 19 2.2 EVOLUÇÃO DA QUALIDADE No aspecto histórico, a qualidade passou por três períodos essenciais, a arte de se obter qualidade experimentou uma grande evolução no século XX, partindo da mera inspeção de produtos acabados à visão estratégica de negócios. A seguir, cada período será visto de uma maneira breve para melhor entendimento sobre conceito da qualidade e suas implicações para as pessoas e organizações. O primeiro período, conhecido também como a Primeira Era da Qualidade, teve seu inicio durante o século XVIII com o advento da Revolução Industrial, pois foi nesse período que houve a criação de instrumentos e ferramentas de medidas que ajudavam os produtores a aferir a qualidade de seus produtos. Por essa razão essa fase ficou conhecida como a Era da Inspeção. Neste período, o controle se limitava a inspecionar, contar e classificar os produtos pela sua qualidade (GARVIN, 2002). A qualidade era sinônimo de ausência de defeitos na época, ou seja, se o produto não possua algum problema no seu uso, se o mesmo estava sem defeitos haveria qualidade. O segundo período ficou conhecido como Era do Controle Estatístico da Qualidade ou simplesmente Segunda Era da Qualidade. Nessa era, a demanda pelos produtos estava cada vez maior, sendo necessário um controle diferente da primeira era. Com o aumento da demanda, foi preciso criar mecanismos para controlar estatisticamente a qualidade. Dessa forma, os produtos eram criados e seus produtores pegavam amostras para verificar se tais amostras estavam dentro dos parâmetros preestabelecidos. Olivera (2003) diz que com o auxílio de ferramentas estatísticas, as amostras dos produtos fabricados seriam analisadas e assim, o lote poderia ser classificado dentro dos parâmetros da empresa. Já o terceiro período, denominado de Era da Qualidade Total, o cliente é o foco de todos os esforços, tomando a atenção das empresas. As corporações desenvolvem todos os seus processos, atividades e produtos para atender os desejos de seus consumidores (OLIVEIRA, 2003). Logo abaixo, esse período será mais bem detalhado. 20 2.3 GESTÃO DA QUALIDADE TOTAL (GQT) Com surgimento da Gestão da Qualidade Total após a segunda guerra mundial a qualidade passa a envolver todas as atividades e pessoas da organização, desde o nível operacional até o institucional. A responsabilidade pela qualidade passa a ser de todos na organização, ou seja, desde o operário até o presidente da empresa é imprescindível que todos busquem meios para atingir maiores patamares de qualidade. O foco dessa abordagem é o cliente. A partir desse contexto a qualidade envolve todos os requisitos que produtos e serviços devem ter para realizar o que deseja o cliente, em termos de necessidades, preferências ou conveniências, gostos, etc. Dentro dessa abordagem da Gestão da Qualidade as organizações têm como objetivo a busca por um aperfeiçoamento e melhoramento continuo de seus processos de qualidade, através de analises e pesquisas para atingir o seu principal foco: o cliente. A Qualidade Total tem como objetivo o acréscimo de valor contínuo. Keizen (japonês) é uma palavra que significava um processo de gestão e uma cultura de negócios e que passou a significar aprimoramento contínuo e gradual, implementado por meio do desenvolvimento ativo e comprometido de todos os membros da organização no que ela faz e na maneira como as coisas são feitas (CHIAVENATO, 2000). Um dos autores mais importantes para o movimento da Gestão da Qualidade Total foi Juran. Ele criou a sigla “TQM” (Total Quality Management) que pode ser traduzida como: Gestão da Qualidade Total. O mesmo autor definiu a Gestão da Qualidade Total e conferiu a ela uma característica bem definida, marcante, que a diferencia de outros conceitos, práticas ou atitudes. Juran (1983) definiu como sendo a Gestão da Qualidade Total a extensão do planejamento dos negócios da empresa que inclui o planejamento da qualidade (JURAN E GRYNA, 1991:210). Segundo ele, são atividades da TQM: • Estabelecer objetivos abrangentes; • Determinar as ações necessárias para alcançá-los; • Atribuir responsabilidades bem definidas pelo cumprimento de tais ações; • Fornecer recursos necessários para o adequado cumprimento dessas responsabilidades; 21 • Viabilizar o treinamento necessário para cada ação prevista (treinar pessoal não deixa de ser uma forma de adequar o envolvimento de determinados recursos aos objetivos de todo o processo); • Estabelecer meios para avaliar o desempenho do processo de implantação em face dos objetivos; • Estruturar um processo de análise periódica dos objetivos; • Criar um sistema de reconhecimento que analise o confronto entre os objetivos fixados e o desempenho das pessoas em face dele. “Umas das maiores aplicações do conceito de planejamento da qualidade é o planejamento estratégico da qualidade, algumas vezes chamado de Gestão da Qualidade Total (TQM)” (JURAN E GRYNA, 1991-210) E ainda, Segundo Barbosa (1995), a GQT pode ser entendida como a gerência exercida por todas as pessoas, de todos os níveis hierárquicos e de todos os setores da mesma, visando o atendimento das necessidades de todas as pessoas envolvidas, de dentro e de fora dela, especialmente daquelas a quem se destinam os resultados do seu trabalho, ou seja, os seus clientes finais. Entende-se por fim que a Gestão da Qualidade Total busca aprimorar seus processos internos e externos, nos quais os funcionários devem gerir seu próprio trabalho a fim de obter resultados positivos para os clientes finais. Essa nova abordagem acerca do conceito de qualidade deixa para trás outras nas quais a qualidade era definida apenas como ausência de defeitos em seus produtos ou serviços. Com esse novo conceito de qualidade, tem-se o foco central no cliente e dessa maneira a qualidade é vista como adequação ao uso, ou seja, quem define a qualidade agora é o cliente e organização deve esta pronta para se adequar as diversasnecessidades diferentes dos clientes. De uma forma geral tem-se que essas três fases: Era da Inspeção, Era do Controle Estatístico e Era da Qualidade Total se complementam, pois ao longo dos anos, nem uma fase foi deixada de lado completamente. A terceira era, por exemplo, não deixou de inspecionar e controlar seus produtos ou serviços, mas sim colocou outros requisitos para a definição e controle da qualidade. 22 2.4 ABORDAGENS DA QUALIDADE Como se pode notar, o termo qualidade possui inúmeros conceitos pelos diversos autores citados. Por ser uma palavra muito utilizada na atualidade surgem a cada dia mais conceitos sobre o termo. Garvin (2002) mostrou cinco abordagens para definir a qualidade, são elas: Qualidade transcendente, baseada no produto, baseada no usuário, baseada na produção e por fim baseada no valor. Abaixo, são mostradas as cinco abordagens e seus significados. 2.4.1 QUALIDADE TRANSCENDENTE A qualidade transcendente significa manter altos níveis de padrão, ou seja, manter excelência em sua realização. Garvin (2002) diz que: Qualidade vai além das definições racionais e científicas, qualidade é uma percepção intuitiva, não se sabe por que algo possui qualidade, mas se sente e se sabe que esse algo é de qualidade. Já Tucham (apud Garvin, 2002) diz que qualidade transcendente é alcançar o nível mais alto do padrão ao invés de se satisfazer com o mal feito. Nessa abordagem a qualidade é tida como um atributo de excelência que não pode ser mensurado, nem descrito, tão pouco analisável, mas é algo que pode ser sentindo pelo receptor. 2.4.2 QUALIDADE BASEADA NO PRODUTO Diferentemente da qualidade transcendental, onde o usuário não poderia medir a qualidade recebida, a qualidade baseada no produto, pode sim ser mensurada mais precisamente. Nessa abordagem Garvin (2002) diz que: A qualidade é baseada em uma série de especificações mensuráveis que a garantem e certificam. Segundo Abbot (Apud Garvin, 2002) as diferenças de qualidade estão ligadas as diferenças entre determinados ingredientes ou outros itens. Assim sendo, o usuário pode sentir a diferença de um produto em relação ao outro por ser algo tangível. 23 2.4.3 QUALIDADE BASEADA NO USUÁRIO Nesse aspecto a qualidade vai ser definida precisamente pelo usuário. Ainda segundo Garvin (2002) a qualidade irá partir da percepção do cliente, o que ele acha bom o satisfaz é de qualidade. Partindo desse pressuposto a qualidade vai depender do nível em que um produto se adequa aos padrões determinados pelo consumidor, ou seja, na capacidade de um produto satisfazer desejos. 2.4.4 QUALIDADE BASEADA NA PRODUÇÃO A qualidade que é baseada na produção tem como principal característica a preocupação com os processos de produção de um determinado produto. Para que um produto seja considerado de qualidade ele deve estar nas especificações técnicas estabelecidas para seu desenvolvimento. Garvin (2002) também diz que a qualidade na produção é a eficiência em se produzir exatamente o que foi projetado, de forma otimizada e sem perdas. Gilmore (Apud Garvin, 2002) diz que qualidade é o nível onde um produto atende as especificações que foram determinadas no projeto. 2.4.5 QUALIDADE BASEADA NO VALOR Garvin (2002) diz que: É a definição que passa pelo custo e preço, quanto maior o desempenho com o menor preço ou custo, mais qualificado será o produto. Nessa abordagem a qualidade significa proporcionar ao cliente uma qualidade que se adeque a certas condições. Partindo desse ponto de vista da qualidade baseada no valor, um produto é considerado de qualidade quando, além de trazer benefícios para quem o consome possui um preço acessível de acordo com as condições de cada cliente. Nessas cinco abordagens do termo qualidade propostas por Garvin (2002) é possível ter uma visão/dimensão maior da palavra e suas implicações para mercado. Pode-se notar que a qualidade pode ou não, ser mensurável. Tal mensuração pode depender não só do usuário, 24 mas também do produto em si. Além é claro de poder ser mensurada por outras abordagens em questão. 2.5 QUALIDADE EM SERVIÇOS Por ser algo cada vez mais presente, o estudo sobre qualidade nos serviços possibilita grandes avanços para as organizações no que diz respeito ao modo como o usuário ver a organização, tendo em vista que essa visão do cliente ou usuário é peça extremamente importante para a melhoria dos serviços. Compreender cada vez mais o consumidor é segundo Dubois (1998), uma necessidade imprescindível não apenas para as empresas, mas principalmente para as organizações que se assumem como orientadas para o mercado consumidor. O conceito de qualidade nos serviços é algo difícil a ser definido pelo fato de ser algo muito subjetivo e pessoal, dependendo de pessoa para pessoa. A qualidade nos serviços é variável de acordo com tipo de pessoa, pois cada pessoa possui expectativas em relação a algo diferente de outras. Os clientes ou usuários ficam satisfeitos ou não conforme o que esperam de um serviço. É necessário, em primeiro lugar conceituar o termo serviços. Las casas (2008) diz que serviços são atos, ações, desempenho. Essa definição segundo o autor é uma das melhores definições, uma vez que engloba de forma simples e objetiva todas as categorias de serviços, quer sejam eles agregados a um bem ou não. Ainda não existe um consenso entre os autores sobre a definição do termo serviços, dessa maneira, o quadro 1 apresenta outros conceitos de serviço para que haja uma melhor percepção sobre o assunto e as alterações de definição ao longo do tempo. Autor Ano Conceito de serviço Staton 1971 Serviços são atividades impalpáveis e plenamente identificáveis que propiciam a satisfação de desejos ou necessidades quando apresentadas aos consumidores e ou usuários industriais e que não estão, necessariamente, presas a venda de um produto ou de outro serviço. Blois 1974 Serviço é uma atividade oferecida que proporciona benefícios e satisfações sem conduzir a mudanças físicas de um bem. Kotler 1991 Serviço é qualquer ato ou desempenho intangível que uma parte pode oferecer a outra e que não tem como resultado a 25 propriedade de algo. A execução de um serviço pode ou não estar ligada a um produto físico. Quadro 1: Conceito de serviços. Fonte: Elaboração própria. O quadro 1 mostra uma ordem cronológica sobre o conceito de serviços. Notam-se também conceitos distintos referentes à mesma palavra: Serviço. Assim sendo, segundo os autores, o termo serviço abrange características como intangibilidade, benefícios e satisfação ao usuário, atividades impalpáveis, entre outras. A seguir, será tratado o conceito de qualidade em serviços. Outro tema importante no presente trabalho. 2.5.1 CONCEITO DE QUALIDADE EM SERVIÇOS Com o advento da tecnologia e o grande impulso da globalização a partir da década de 80 até os dias atuais, uma boa qualidade em serviços é garantia de satisfação e sucesso nas organizações. Porém, esse critério de excelência na qualidade ainda é um fator que precisa ser muito planejado, trabalhado e implementado nas organizações de uma forma geral para alcance de bons resultados. A partir da conceituação de serviços e qualidade acima expostos, pode-se definir o conceito de qualidade nos serviços. Segundo Abrecht (1992) a qualidade nos serviços é a capacidade que uma experiência ou qualquer outro fator tenha para satisfazeruma necessidade, resolver um problema ou fornecer benefícios a alguém. De uma forma mais resumida serviços com qualidade é aquele que possui capacidade para satisfazer alguém. Campos (1992) conceitua que a qualidade de um produto ou serviço é “aquele que atende perfeitamente, de forma acessível, segura, confiável e no tempo certo as necessidades do cliente”. Esse é um conceito que se enquadra muito bem em alguns tipos de serviços públicos, como por exemplo, a aquisição de uma habilitação nos serviços do DETRAN/RN. Parassuraman, Zeitthaml e Berry (Apud Cavalcanti, 1997), complementam afirmando que qualidade dos serviços é analisada de forma abstrata, em virtude de características como intangibilidade e outras mais que compõe a essências dos serviços. Pelo exposto, é possível notar que não há um consenso do conceito de qualidade em serviços. Porém, algumas características são comuns para alguns autores, como é o caso da intangibilidade, percepção e satisfação do usuário. A complexidade se dá pelo fato da 26 qualidade em serviço, além de não ser uma tarefa fácil para quem tenta implementa-la, não ser também, quantitativa e sim qualitativa, dando mais subjetividade à questão. 2.5.2 QUALIDADE NO SERVIÇO PÚBLICO Com o surgimento do fenômeno da globalização, houve a necessidade do Estado passar por uma reforma. Foi ai que em 1970 iniciaram os processos de reformas de alguns países ocidentais, fazendo com que a Administração Pública de tais países sofresse grandes alterações. De acordo com Dasson Jr (2006), esses processos de ajustes, impostos pela globalização e que tiveram como fundamento teórico o neoliberalismo, foram assumindo, progressivamente, uma natureza comum e tendo uma agenda convergente, na qual existem problemas, instrumentos e objetivos comuns a serem enfrentados pelos Estados e governos. A visão dominante e conservadora da elite brasileira defendeu a ideia, nos anos 1990, de que a “reforma do Estado” era inevitável, que não havia alternativa. A “Nova Gestão Pública” corresponde à versão em inglês New Public Management (NPM) ou à versão em espanhol Nueva Gestión Pública ou Nueva Gerencia Pública (NGP) ou Nuevo Manejo Público (NMP). A NGP designa um conjunto de argumentos e filosofias administrativas, propostas como novo paradigma de Administração Pública. Especialmente, como filosofia administrativa de um padrão de desenho organizacional da Administração Pública, a NGP conseguiu atingir o status de um corpo doutrinário que goza de uma ampla aceitação, enfim, “uma corrente de pensamento dominante” (Michael BARZELAY 2001). Shepherd e Valencia (1996) recordam que a NGP é um modelo que imita os métodos gerenciais do setor privado. Daí decorre a denominação “reforma gerencial” para qualquer reforma da Administração Pública que esteja baseada na “Nova Gestão Pública”. A reforma gerencial consiste em inovar a administração pública e seus serviços prestados para todos aqueles que necessitam. Como dito anteriormente, os serviços públicos são, muitas vezes, vistos como negligentes, sem confiabilidade, pouco eficiente, demorado, burocrático, trazendo transtornos e stress para quem deles necessita e gerando assim grande insatisfação pelo usuário. Dessa maneira, com a Nova Gestão Pública e sua reforma gerencial, a administração pública busca incorporar os modelos e métodos do setor privado em seus órgãos para fins de 27 uma eficiente gestão. Sabe-se que em organizações privadas há uma busca incessante por um atendimento ao consumidor cada vez mais eficiente e efetivo. Os clientes em tais organizações são tidos como verdadeiros reis onde as empresas buscam satisfazer sempre suas necessidades, além de proporcionar um atendimento de muita qualidade. Dessa maneira, tem- se que essa forma de tratar o cliente como peça fundamental na organização é um dos objetivos da Nova Gestão Pública. Há outros autores como Deming, (1990) que fala em uma nova abordagem para a gestão pública, ele diz que: “Na maioria das repartições públicas, não há um mercado a ser buscado. Ao invés de conquistar um mercado, uma agencia governamental deveria prestar, de forma econômica, o serviço prescrito pela legislação vigente. O objetivo deveria ser destacar- se por um serviço bem executado”. Segundo essa perspectiva proposta por Deming (1990), a qualidade do serviço público não é mensurável pela conquista de mercado de clientes, já que, no serviço público, tem nas repartições um universo de clientes já definido. No entanto, a não correlação com o mercado não isenta o serviço público de ser executado com qualidade, atendendo, dessa forma, os objetivos em função dos quais foi instituído como serviço público a ser prestado à sociedade por definição desta mesma sociedade ao longo de sua trajetória. Para a obtenção do sucesso na prestação de serviços com qualidade nos órgãos públicos, há a necessidade de motivação por parte dos recursos humanos das organizações, além de um maior comprometimento e colaboração com usuários visando o interesse público. Também não se pode esquecer que os princípios que regem a inciativa privada são diferentes dos que regem a iniciativa pública . 2.5.3 DIMENSÕES DA QUALIDADE EM SERVIÇOS Existem alguns estudos sobre as dimensões da qualidade em serviços, como o estudo de Sasser Jr, Olsen e Wyckoff (1978) onde desenvolveram três dimensões do desempenho dos serviços: níveis de materiais, facilidades e pessoais. Já Lehtine e Lehtine (1982) dizem que a qualidade no serviço é produzida pela interação entre o consumidor e os elementos da organização do serviço e se estrutura em três dimensões: 28 a) Qualidade física: a qual diz respeito a aspectos físicos do serviço (equipamento, edifício...); b) Qualidade incorporada: que está relacionada à imagem e perfil na empresa; c) Qualidade interativa: que se se relaciona o contato pessoal de consumidor e empresa; No entanto, apesar de existirem algumas dimensões a respeito da qualidade em serviços, a mais aceita pela literatura atual é a de Gronroos (1984). Essa dimensão afirma que a qualidade percebida de um serviço pelo cliente é avaliada, basicamente, em duas dimensões: a técnica e a funcional. Isso deve ao fato de que os clientes nem sempre possuem informações completas do provedor de serviços e da própria oferta em si. Nesse contexto, a dimensão técnica diz respeito à qualidade dos resultados desejados pelos clientes, ou seja, “o que” os clientes recebem em suas interações com as organizações. Em contrapartida, o usuário também é influenciado pela forma, ou seja, como recebe o serviço e como vivencia o processo de produção e consumo simultâneo (PARASURAMAN; ZEITHAMAL; BERRY, 1985). Esse modelo proposto por Gronroos aponta duas dimensões na qualidade de serviços, uma técnica e outra funcional. Segundo Silva (2011) essas dimensões se relacionam formando a imagem da empresa, a qual encaminha para o cliente “o que se espera” de um determinado serviço. Este modelo inclui a ideia que o julgamento do cliente sobre determinado serviço ocorre a partir de um processo, no qual tanto “o que” este recebe do serviço, quanto “como” ele o recebe determinam a qualidade no serviço (Figura 1, abaixo). Figura 1: Dimensões da qualidade dos serviços Fonte: Adaptado de Grönroos (1984; 1998). 29 Téboul (2002) afirma ser importante ressaltar que, por falta de conhecimentos específicos, nem sempre o cliente está apto a reconhecer a qualidade técnica de um serviço. E por esse motivo, a dimensão funcional é mais facilmente apreciada ou avaliada pelo cliente. Ainda no contexto sobreas dimensões da qualidade dos serviços, Kotler (2000) apresenta um estudo de Berry e Parassuraman (1995) feito com 1900 clientes de diferentes empresas de serviços. A seguir serão mostradas as dimensões e o resultado do estudo, colocando cada dimensão por ordem de importância de acordo com os pesquisados da pesquisa. a) Confiabilidade: capacidade de prestar o serviço prometido de modo confiável e com precisão; b) Sensibilidade: disposição para ajudar o cliente e proporcionar com presteza um serviço; c) Segurança: conhecimento e cortesia dos empregados e sua habilidade em transmitir confiança e confiabilidade; d) Empatia: atenção e carinho individualizados proporcionados aos clientes; e) Tangíveis: aparência física das instalações, equipamentos, pessoal e materiais de comunicação. 30 Dimensões de qualidade em serviços Importância relativa (%) Confiabilidade 32 Sensibilidade 22 Segurança 19 Empatia 16 Tangíveis 11 Quadro 2: Dimensões de qualidade em serviços Fonte: Berry e Parassuraman (1995, pág. 30) A partir dos estudos mostrados sobre as dimensões da qualidade em serviços, tem se que, assim como o conceito de qualidade em serviços, ainda não há consenso doutrinário no que se refere a tais dimensões. Os estudos supracitados são aceitos nos dias atuais, dessa forma, caso uma organização deseje realizar uma pesquisa baseada nos estudos de Berry e Parassuraman ou ainda de GRONROOS, ela pode escolher qual o melhor se aplica a sua organização e aplica-la, por exemplo. 2.6. MEDIDAS DE AVALIAÇÃO EM QUALIDADE 2.6.1 INSTRUMENTO PADRÃO DE PESQUISA DE SATISFAÇÃO Entre os vários métodos de pesquisa sobre a satisfação do usuário na prestação de um serviço, o Instrumento Padrão de Pesquisa de Satisfação - IPPS - é um método que utiliza um questionário de pesquisa de opinião padronizado que investiga o nível de satisfação dos usuários de um serviço público. Ele foi desenvolvido para se adequar a qualquer organização pública prestadora de serviço direto ao cidadão, e também, tem a finalidade de gerar informações consolidadas entre essas diferentes organizações. É importante citar três metodologias que foram combinadas para construir o IPPS: o American Consumer Satisfaction Index da Universidade de Michigam; o SERVQUAL desenvolvido pelos especialistas Zeithaml, Parasuraman e Berry e o Common Measurement Tool-CMT do Centro Canadense de Gestão. O IPPS foi estruturado em dois módulos de análise: Módulo Geral e Módulo Específico. Abaixo, segue a composição dos módulos, de acordo com o site da Gespública (2014): O módulo geral inclui questões amplas sobre as dimensões de satisfação que deverão ser, obrigatoriamente, aplicadas por todas as organizações que compõem o Sistema Nacional de Avaliação da Satisfação do Usuário dos Serviços Públicos. É com esse módulo que poderá 31 ser mensurado um índice representativo das organizações participantes do sistema. O Módulo Geral permitirá comparar pesquisas de satisfação de organizações com perfis de serviço e clientela bastante diferentes, e de contextos sócio-culturais diversos. Além de permitir a uma organização de grande porte, que presta seu serviço em diferentes contextos e para clientelas com diferentes perfis, avaliar comparativamente a percepção dos usuários quanto aos serviços oferecidos pelas suas diversas unidades de atendimento. O enfoque é sempre o de facilitar o aprendizado entre organizações e unidades. O sucesso de uma organização ou unidade em melhorar o seu atendimento é um exemplo a ser seguido por outras. No serviço público este processo de aprendizado já é corrente e o IPPS permite identificar, com mais facilidade, alguns casos de sucesso e as experiências de êxito. Já o Módulo Especifico, é completamente opcional e tem como objetivo ser adaptado às particularidades de qualquer organização participante do Sistema. Para tanto, este módulo é composto por 5 grupos de perguntas, que respeitam as mesmas dimensões de avaliação de satisfação incluídas no módulo geral. Enquanto no módulo geral as 5 dimensões estão operacionalizadas em apenas uma pergunta para cada uma destas dimensões, no módulo específico, existe uma grande variedade de perguntas que operacionalizam as mesmas dimensões, no intuito de permitir uma avaliação em maior profundidade de cada uma delas. Fica a cargo da organização escolher quantas dimensões no módulo específico ela deseja avaliar, e para cada uma delas, ela pode ainda selecionar algumas perguntas que sejam mais aplicáveis ao seu contexto. Depreende-se que o IPPS tem como foco principal a busca e análise de dados, através de pesquisas de opinião, com finalidade de produzir informações úteis na tomada de decisão e melhoria de gestão da organização estudada, no sentindo de prover melhores condições de serviços e maior satisfação na percepção dos usuários que buscam tais serviços. 2.6.2 A ESCALA SERVQUAL Para medir a qualidade de um serviço existem alguns instrumentos para efeito de mensuração, onde clientes e/ou consumidores de um serviço avaliam o serviço prestado. Dentre os instrumentos mais conhecidos estão o modelo Gaps da qualidade em serviços, a escala SERVQUAL, o instrumento SERVPERF, entre outros. Os autores Parasuraman, Zeithamal e Berry (1990) realizaram um estudo de caráter exploratório em quatro setores de serviços e desse estudo concluíram que qualidade do 32 serviço é o atendimento ou superação das expectativas dos clientes e que a qualidade é vista pelo cliente como sendo a diferença entre as expectativas e percepções dos mesmos. Eles partiram de três premissas: - Avaliar a qualidade de um serviço é bem mais fácil que avaliar a qualidade de um bem físico, segundo a opinião dos consumidores. E para os profissionais da área de marketing, é muito difícil entender quais são os critérios utilizados pelos consumidores nessa avaliação. - No momento de avaliar a qualidade dos serviços, os consumidores não levam em consideração somente os resultados finais. Leva em conta também, todo processo para sua execução e modo pelo quais os serviços foram prestados. O envolvimento, o comprometimento e até mesmo a gentileza do prestador de serviço são de grande importância nesse momento. - Os critérios que tem valor no julgamento da qualidade de um serviço são os determinados pelos consumidores, ou seja, o que importa na realidade é a maneira que o cliente percebe o serviço que recebeu. Por fim, nessas pesquisas os autores observaram também que muitas são as maneiras de influenciar a formação das expectativas dos clientes. Pode ser através do marketing boca a boca, da comunicação da empresa, de próprias experiências anteriores dos clientes, comunicação que a empresa promove com seus clientes. Esses fatores são importantes na formação da qualidade percebida do serviço pelo cliente. No entendimento do cliente, a prova de um serviço bom é que ele seja realizado de forma impecável. A partir desses estudos desenvolveu-se uma escala chamada SERVQUAL. Dessa maneira também, o presente trabalho utilizará como ferramenta de pesquisa a escala SERVQUAL. Parasuraman, Zeithamal e Berry (1985) criaram tal escalacom o objetivo de mensurar estatisticamente a qualidade percebida em serviços. Esse método pode ser utilizado por qualquer organização, seja ela pública ou privada, com a finalidade de a partir dos dados encontrados, melhorar a qualidade que é prestada e percebida pelos clientes. Inicialmente a escala continha 97 itens, que representavam as 10 dimensões da qualidade inicialmente identificadas. Devido à amplitude do instrumento e a partir de tratamentos estatísticos feitos pelo coeficiente Alpha de Cronbach e de análise fatorial, a escala foi reduzida para 34 itens, dividindo em sete dimensões. Após uma segunda avaliação, a escala finalmente resultou em 22 itens, divididos em cinco dimensões da qualidade em 33 serviços (VECCHI, 2000). A figura de número 2 abaixo mostra o processo de refinamento da escala SERVQUAL. Figura 2: Evolução da escala SERVQUAL Fonte: Adaptado de Vecchi (2000). A partir da figura 2, tem-se o desdobramento da escala SERVQUAL ao longo do tempo pelos autores. Alguns itens foram retirados em virtude da complexidade em se trabalhar com várias dimensões. A SERVQUAL é uma das escalas mais usadas na atualidade tanto em trabalhos acadêmicos como por organizações que buscam validar suas pesquisas de uma forma eficiente e eficaz. 2.6.3 O INSTRUMENTO SERVPERF Após realização de um estudo, os autores Cronin Jr. e Taylor (1992) argumentam que a Escala SERVQUAL é falha por estar baseada no paradigma da desconfirmação da satisfação e não a considera uma escala atitudinal, onde a qualidade em serviços pode ser definida como a discrepância entre as percepções e as expectativas dos clientes. Sendo assim, Cronin Jr. e Taylor (1992) desenvolveram um modelo baseado somente na percepção do desempenho dos serviços (performance) que traz como vantagem a redução do instrumento de pesquisa, pois afirmam que a qualidade em serviços conduz à satisfação do cliente. Os autores testaram um modelo alternativo que se baseia unicamente na performance do serviço e na significância das relações entre a qualidade do serviço, a satisfação do 34 consumidor e suas intenções de compra. Para justificar seu modelo, os autores ressaltam que qualidade está relacionada à atitude do cliente e deve ser medida como uma percepção do desempenho (TEAS, 1993; 1994). Cronin Jr. e Taylor (1992) observaram que o instrumento SERVPERF, sem ponderação (distribuição de 100 pontos entre as cinco dimensões: confiabilidade, responsividade, segurança, empatia e tangibilidade), traduz melhor a variação da medida global da qualidade em serviços. Concluíram, também, que este instrumento é mais sensível em retratar as variações de qualidade em relação às outras escalas tratadas. Quanto à satisfação do cliente, verificaram que se trata de um antecedente da qualidade percebida e que tem um impacto significativo nas intenções de compra e, por conseqüência, a qualidade percebida tem influência na decisão final do consumidor. A literatura aponta vários outros instrumentos como pesquisa de satisfação dos clientes. Além do IPPS, SERVQUAL e SERVPERF citados acima, outras medidas também são validas na atualidade. O presente trabalho utilizará o método SERVQUAL por entender que entre tais instrumentos esse método é o mais aceito e mais abrangente no que se refere à busca de um trabalho mais válido e completo. 35 3. METODOLOGIA 3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA O presente estudo aplica um modelo de pesquisa quantitativa/descritiva no qual seja mensurado o grau de satisfação em relação ao atendimento prestado no setor de habilitação do DETRAN/RN aos usuários de tais serviços. Como dito anteriormente, a referência para tal pesquisa é o método SERVQUAL e encontrado na obra de Parasuraman, Zeithaml e Berry (1985). O questionário utilizado será adaptado para atender as necessidades do trabalho e da organização estudada e possuirá as 5 dimensões da qualidade em serviços, que são: tangibilidade, confiabilidade, receptividade, segurança e empatia. Tal modelo, proposto no trabalho de Parasuraman, Zeithaml e Berry (1985), foi escolhido por apresentar as características necessárias para a coleta de dados e ser utilizado em vários trabalhos de campo, além de ser um dos métodos também mais válidos no meio acadêmico sendo, por fim, um instrumento adequado para medir a qualidade de serviços. A partir dessa abordagem, foram escolhidos alguns critérios para avaliar a qualidade na prestação de serviços como a rapidez no atendimento, eficiência, boa comunicação por parte atendente, serviço esperado pelo usuário e serviço prestado pela organização. 3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA A população utilizada para coleta e análise de dados dessa pesquisa são os usuários com idade entre 18 a 59 anos que buscam atendimento de serviços relativos à aquisição da primeira habilitação de condução de veículos, testes práticos e testes psicológicos. Após a aplicação do questionário e coletados os dados, o estudo fará uma análise de como está a perspectiva e a percepção das pessoas que foram entrevistadas e como elas se sentem diante do que é ofertado pela organização em questão trabalhada. Depois de feita a análise, serão propostas soluções para os problemas encontrados. 36 Tabela 01 – Distribuição mensal do número de atendimentos realizados na sede do DERTAN/RN, referentes ao serviço de primeira habilitação, em 2013. Mês Quantidade Janeiro 886 Fevereiro 1.584 Março 1.599 Abril 1.538 Maio 716 Junho 797 Julho 1.804 Agosto 1.765 Setembro 1.689 Outubro 1.411 Novembro 1.200 Dezembro 1.194 Total 16.183 Fonte: DETRAN/RN. A tabela 1 descreve a população total de 16.183 atendimentos, resultando em média mensal de 1348 pessoas durante o ano de 2013. A amostra foi aleatória simples com 82 pesquisados, utilizando como base a população média semanal de 337 atendimentos. Os questionários foram aplicados no período de 5 a 20 de maio/2014, no setor de habilitação do DETRAN-RN. 3.3 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS A coleta de dados da pesquisa foi feita através de um questionário aplicado no DETRAN/RN, no período de 5 a 16 de maio, voltado para as pessoas que estavam adquirindo a habilitação ou buscando serviços relativos a ela. Dessa maneira, pôde-se ter uma maior credibilidade quanto ao nível de satisfação de qualidade dos clientes. O questionário foi adaptado para realidade e a necessidade do que se buscava no trabalho, seu objetivo e finalidade. Composto por 20 perguntas, sendo as quatro primeiras referentes ao perfil do entrevistado e as demais baseadas nas cincos dimensões da qualidade 37 em serviços. As perguntas usadas no questionário seguem um valor crescente de 1 a 4 em relação ao grau de importância. O questionário tem vantagem em relação a outros métodos de análise de dados, tais vantagens encontra-se na sua praticidade, economicidade, rapidez e principalmente por ter o anonimato como o melhor meio de proteger a privacidade do entrevistado. 38 4. RESULTADOS A partir do método de pesquisa aplicado, têm-se os resultados dos questionários que foram aplicados. Neste momento, o presente trabalho tem a pretensão de, além de mostrar os resultados obtidos, discutir e analisar de uma forma mais clara a expectativa e a percepção dos usuários que utilizaram os serviços relativos a 1° habilitação na sede do DETRAN/RN. A pesquisa em questão teve como instrumentopara coleta de dados o questionário baseado na escala SERVQUAL com perguntas fechadas. Dessa maneira, houve a aplicação de dois questionários, o primeiro com perguntas em relação à expectativa do usuário e o segundo com perguntas em relação à realidade percebida pelo usuário. O questionário é composto por 20 perguntas, sendo assim distribuídas: as quatro primeiras questões referem-se ao perfil do entrevistado e abrange questões como: gênero, faixa etária, escolaridade e renda. As demais se referem à mensuração da qualidade pelos usuários abordando as cinco dimensões da escala SERVQUAL: tangibilidade, confiabilidade, receptividade, segurança e empatia. Serão apresentadas em forma de gráfico e análise algumas variáveis das dimensões, porém, ao final das análises um quadro resumo de todas as perguntas e respostas será colocado para efeito de informações complementares. 4.1 PERFIL DOS USUÁRIOS Nesse primeiro momento, o objetivo foi identificar os perfis dos usuários que buscam atendimentos para aquisição de habilitação. A partir das variáveis como gênero, faixa etária, nível de escolaridade e renda, pode-se se traçar um paralelo com os resultados que foram obtidos em relação à mensuração da qualidade percebida. De acordo com o gráfico 1, percebe-se que o sexo masculino é quantitativamente superior ao feminino, sendo 68,3% (56 pessoas) para aquele e 31,7% (26 pessoas) para este. Isso demonstra que a maioria das pessoas que vão ao DETRAN/RN para adquirir a habilitação são homens. 39 Gráfico 1: Gênero dos pesquisados Fonte: Pesquisa de campo/ 2014 No gráfico 2, a faixa etária dos pesquisados mostra que a maioria das pessoas possuem entre 26 a 45 anos (34 pessoas), sendo representada por 41,5%, seguido de pessoas com até 25 anos (32 pessoas), representada por 39% e por fim, as pessoas acima de 45 anos (16 pessoas) representam 19% do total de pesquisados. Sendo assim, depreende-se que grande parte dos usuários é composta por jovens e adultos, mostrando que os jovens e adultos são as pessoas que mais conduzem veículos. Gráfico 2: Faixa etária dos pesquisados Fonte: Pesquisa de campo/ 2014 Quanto ao grau de escolaridade, observa-se no gráfico 3, que a predomina-se o Nível Médio entre os pesquisados com margem 43,9% (36 pessoas), seguido de 36,6% (30 pessoas) com Nível Superior Incompleto, 17,1% de Nível Superior Completo (14 pessoas e 4% (2 68,3% 31,7% Masculino Feminino 39,0% 41,5% 19,5% Até 25 anos de 26 a 45 anos Acima de 45 anos 40 pessoas) de Nível Fundamental. Dessa maneira, conclui-se que grande parte das pessoas que foram entrevistadas tem o nível de escolaridade médio ou incompleto. Gráfico 3: Nível de Escolaridade dos pesquisados Fonte: Pesquisa de campo/ 2014 No último quesito em relação ao perfil dos usuários, tem se a faixa salarial dos pesquisados. O gráfico 4 mostra que a maioria das pessoas entrevistadas 84% (64 pessoas) tem uma renda de 1 a 3 salários mínimos. O restante ficou igualmente divido em 7,9% (6 pessoas) para faixa entre 3 a 5 salários e 7,9% (6 pessoas) para faixa acima de 5 salários. Nota-se que, entre os pesquisados, existe uma predominância de baixa faixa salarial. Gráfico 4: Faixa Salarial dos pesquisados Fonte: Pesquisa de campo/ 2014 2,4% 43,9% 36,6% 17,1% Nível Fundamental Nível Médio Superior Incompleto Superior completo 84,2% 7,9% 7,9% 1 a 3 salários 3 a 5 salários mais de 5 salários 41 4.2 VARIÁVES SOBRE AS DIMENSÕES DA QUALIDADE Após a realização do levantamento, coleta e tratamento dos dados, seguiu-se para a interpretação, ou seja, a análise dos dados. Tendo como cerne do trabalho e ligado ao seu objetivo fim que é avaliar o nível de expectativa e satisfação dos usuários, esse momento é primordial para entendimento das questões trabalhadas na pesquisa de campo. Dessa maneira, através da ESCALA SERVQUAL, estão presentes os resultados sobre as cinco dimensões pesquisadas: tangibilidade, confiabilidade, receptividade, segurança e empatia, propostas por Parassuraman, Zeitthaml e Berry (1990). Os gráficos a seguir mostram os resultados obtidos na pesquisa de campo. As questões estão agrupadas de acordo com cada dimensão. A cada gráfico será feita uma análise com base nas respostas dos usuários, o que permite uma maior veracidade acerca do que eles esperam e obtêm da qualidade de serviços prestada no DETRAN/RN. 4.2.1 TANGIBILIDADE A dimensão tangibilidade se refere aos aspectos físicos da organização. As variáveis que compõem tal dimensão no presente trabalho são: modernidade dos equipamentos, instalações e aparência dos servidores do órgão. Gráfico 5: Resultado sobre a modernidade dos equipamentos Fonte: Pesquisa de Campo/2014 84% 11% 5% 0% 5% 32% 45% 18% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% Muito Importante/Concordo Plenamente Importante/Concordo Bastante Indiferente/Concordo Parcialmente Não é importante/Discordo Totalmente Expectativa Percepção 42 No gráfico 5, a pergunta é referente a modernização dos equipamentos. Percebe-se que a maioria (84%) dos pesquisados espera e acha muito importante o órgão possuir equipamentos modernos, 11% julga importante e apenas 5% é indiferente, porém apenas uma parcela pequena (5%) percebe tais equipamentos, seguido de 32% que concorda bastante, 45% concorda parcialmente e 18% discorda totalmente. Nessa questão, pode-se concluir que a maior parte entrevistada não está satisfeita em relação ao que é percebido. Com o advento da tecnologia, a falta de equipamentos modernos pode ocasionar uma maior lentidão nos atendimentos, o que deixa as pessoas pouco satisfeitas. No gráfico 6, tem-se o resultado sobre a aparência das instalações dispostas no órgão. Ao analisa-lo, é mostrado uma discrepância entre o que os pesquisados esperam e o que eles de fato percebem. Mais 80% das pessoas julgam importante ou muito importante fato do DETRAN/RN possuir boa aparência. Em contrapartida, pouco mais de 20% visualizam tal aparência. Quase 70% concordam parcialmente ou discorda totalmente. Dessa maneira, conclui-se que há uma diferença grande em relação ao que se espera e que se obtêm. Por ser um órgão que muitas pessoas transitam todos os dias, uma boa aparência é importante para que os usuários sintam-se mais confortáveis. Gráfico 6: Resultado sobre a aparência das instalações. Fonte: Pesquisa de Campo/ 2014 4.2.2 CONFIABILIDADE A confiabilidade parte do pressuposto que o trabalho desenvolvido pela organização deve ser confiável e seguro além de ser entregue no prazo prometido aos usuários. 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% Muito Importante/Concordo Plenamente Importante/Concordo Bastante Indiferente/Concordo Parcialmente Não é importante/Discordo Totalmente Expectativa Percepção 43 Ao perguntar se o DETRAN/RN é confiável, essa dimensão teve a representação de 80% dos pesquisados julgando-a como muito importante em sua expectava, mas em sua realidade, apenas 20% concordaram plenamente que os serviços são confiáveis. Pouco mais de 20% concordaram bastante, quase 40% concordaram parcialmente e menos de 20% discordaram totalmente. Ao analisar o gráfico 7, podemos ter uma ideia mais clara do que foi dito. O resultado é preocupante, pois quase 60% dos pesquisados demonstraram pouca ou nenhuma confiança no DETRAN/RN. Gráfico 7: Resultado sobre a confiabilidade do DETRAN/RN. Fonte: Pesquisa deCampo/ 2014 Ainda na dimensão confiabilidade, outra questão importante foi referente ao fato do DETRAN/RN entregar determinado serviço no prazo prometido. O gráfico 8 demonstra os resultados obtidos. De acordo com ele, das 100 % das pessoas entrevistadas, 80% julgam ser muito importante e 20% importante. Todavia, a maior parte das pessoas 50% concorda parcialmente e quase 30% discordam totalmente na percepção do serviço. Depreende-se que para grande parte dos pesquisados, o DETRAN/RN, no quesito percepção, não entrega o serviço no tempo prometido. O que pode também comprometer a confiabilidade do órgão com as pessoas. 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% Muito Importante/Concordo Plenamente Importante/Concordo Bastante Indiferente/Concordo Parcialmente Não é importante/Discordo Totalmente Expectativa Percepção 44 Gráfico 8: Resultado sobre a entrega do serviço do DETRAN/RN no prazo fornecido. Fonte: Pesquisa de Campo/ 2014 RECEPTIVIDADE A dimensão receptividade tem como parâmetro a disposição dos servidores em prestar um atendimento receptivo e ajudar os usuários dos serviços que os solicitam. Está relacionada também com pontualidade do serviço, as transações imediatas, dar pronto atendimento ao cliente, entre outras. A partir do gráfico 9, tem-se os resultados da questão sobre o fato dos funcionários estarem ou não dispostos a ajudar os usuários. A expectativa é que de a grande maioria dos pesquisados, cerca de 98%, julgam ser muito importante ou importante. Na prática, mais de 50% usuários não perceberam grande disponibilidade em ajuda, discordando parcialmente ou totalmente. Porém o restante, cerca de 40%, concordou plenamente ou bastante. Gráfico 9: Resultado sobre a disposição dos funcionários para ajudar os usuários. Fonte: Pesquisa de Campo/ 2014 0% 20% 40% 60% 80% 100% Muito Importante/Concordo Plenamente Importante/Concordo Bastante Indiferente/Concordo Parcialmente Não é importante/Discordo Totalmente Expectativa Percepção 0% 20% 40% 60% 80% 100% Muito Importante/Concordo Plenamente Importante/Concordo Bastante Indiferente/Concordo Parcialmente Não é importante/Discordo TotalmenteExpectativa Percepção 45 Ainda em relação à receptividade, outra questão colocada foi a referente ao fato dos funcionários não estarem muito ocupados para atender os usuários. O gráfico 10 expõe o resultado da expectativa e da percepção dos usuários. É possível aferir que a maior parte, 80% dos pesquisados, julga ser muito importante ou importante os funcionários não estarem muito ocupados e dispostos a atendê-los. Uma pequena parcela de 20% acha que esse fator é indiferente. Na percepção, cerca de 50% concorda plenamente ou bastante em contrapartida os outros 50% concordam parcialmente ou discordam. Pode-se concluir sobre a dimensão receptividade que as percepções estão abaixo das expectativas. A falta de receptividade pode ocasionar alguns problemas, como a falta de uma comunicação mais eficiente e eficaz, por exemplo. Gráfico 10: Resultado sobre a ocupação dos funcionários para ajudar os usuários. Fonte: Pesquisa de Campo/2014 4.2.3 SEGURANÇA Essa dimensão representa o grau de confiabilidade e cortesia que os usuários esperam e percebem dos funcionários, além da capacidade que eles possuem em inspirar confiança. Ao questionar sobre a confiança que os funcionários inspiram aos usuários, percebe-se que 90% acha ser muito importante ou importante eles demonstrarem ser confiáveis e 10% é indiferente. Na percepção, cerca de 23% concordaram plenamente ou concordaram bastante. Porém, a maioria, mais de 60% concordaram parcialmente e 15% discordaram totalmente. Todas essas informações podem ser verificadas no gráfico 11, abaixo. Gráfico 11: Resultado sobre a confiança dos usuários nos funcionários. 0% 20% 40% 60% 80% Muito Importante/Concordo Plenamente Importante/Concordo Bastante Indiferente/Concordo Parcialmente Não é importante/Discordo Totalmente Expectativa Percepção 46 Fonte: Pesquisa de Campo/ 2014 O gráfico n° 12 refere-se à cortesia dos funcionários com os usuários. Ao serem questionados sobre o fato dos funcionários serem gentis com eles, na expectativa, o percentual dos que julgam muito importante ou importante somados chega a quase 95% dos pesquisados. 5% são indiferentes nesse aspecto. Na percepção, cerca de 40% concordaram plenamente ou concordaram bastante. O restante, 60%, concordaram parcialmente ou discordaram totalmente. Gráfico 12: Resultado sobre a cortesia dos funcionários. Fonte: Pesquisa de Campo/ 2014 4.2.4 EMPATIA Essa dimensão refere-se à atenção individual ou personalizada que uma empresa dispensa aos seus usuários. No gráfico 13, tem-se o resultado da pergunta acerca dos interesses dos usuários. Foi perguntado se tais interesses são prioridades para o DETRAN/RN. Como se observa mais de 90% esperam sim que seus interesses sejam 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% Muito Importante/Concordo Plenamente Importante/Concordo Bastante Indiferente/Concordo Parcialmente Não é importante/Discordo Totalmente Expectativa Percepção 0% 20% 40% 60% 80% Muito Importante/Concordo Plenamente Importante/Concordo Bastante Indiferente/Concordo Parcialmente Não é importante/Discordo TotalmenteExpectativa Percepção 47 prioridades e quase 10% é indiferente nesse aspecto. Na percepção, cerca de 40% concordaram plenamente ou concordaram bastante e o restante, aproximadamente 60% concordaram parcialmente ou discordaram totalmente. Gráfico 13: Resultado sobre a prioridade dos interesses dos usuários. Fonte: Pesquisa de Campo/ 2014 Ainda sobre empatia, no gráfico n° 14 é mostrado o resultado sobre o que os funcionários sabem e entendem acerca das necessidades dos usuários. Na expectativa, ficou claro que cerca de 90% julgam ser muito importante ou importante esse aspecto e menos de 10% são indiferentes. Todavia, na percepção do atendimento, quase 50% concordam plenamente ou bastante o restante discorda parcialmente ou totalmente. Gráfico 14: Resultado sobre o conhecimento dos funcionários acerca das necessidades dos usuários. Fonte: Pesquisa de Campo/ maio de 2014 Sobre a empatia, conclui-se que o DETRAN/RN ainda não oferece um serviço 100% personalizado de acordo com a ótica dos pesquisados. Os resultados não foram satisfatórios, uma vez que tal dimensão é ponto chave de sucesso para organizações atualmente. À falta de 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% Muito Importante/Concordo Plenamente Importante/Concordo Bastante Indiferente/Concordo Parcialmente Não é importante/Discordo Totalmente Expectativa Percepção 0% 20% 40% 60% 80% Muito Importante/Concordo Plenamente Importante/Concordo Bastante Indiferente/Concordo Parcialmente Não é importante/Discordo Totalmente Expectativa Percepção 48 tal dimensão também pode ocasionar menor eficiência e eficácia nos atendimentos, além de não fidelizar aqueles que buscam seus serviços. 4.3 RESULTADO GERAL DO QUESTIONÁRIO APLICADO O questionário aplicado seguiu uma ordem decrescente de importância, as perguntas sobre expectativa tiveram pontos atribuídos de 4 a 1, segundo grau de importância, assim como o questionário sobre a percepção. A seguir é mostrado o resultado geral das 16 questões aplicadas acerca das dimensões
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