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TRATAMENTO DA CRISE ASMÁTICA Definição Doença inflamatória crônica das vias aéreas caracterizada por hiperresponsividade das vias aéreas inferiores e por limitação variável ao fluxo aéreo, reversível espontaneamente ou com tratamento, manifestando-se clinicamente por episódios recorrentes de sibilância, dispnéia, aperto no peito e tosse, particularmente à noite e pela manhã ao despertar. Resulta de uma interação entre genética, exposição ambiental e alérgenos e irritantes. As exacerbações caracterizam-se por episódios agudos, com piora progressiva da tosse, dispnéia sibilância e dor torácica. Diagnóstico História clínica: início da crise atual, medicações usadas (profilática e resgate), sinais e sintomas de infecção secundária, presença de comorbidades e antecedentes pessoais (crise grave com necessidade de IOT, internação em UTI e internações anteriores). Exame físico: nível de consciência, sinais vitais, hidratação, padrão respiratório e ausculta pulmonar. Medidas da função pulmonar: PFE e VEF1 – não indicados nos casos graves; oximetria de pulso importante na avaliação inicial e resposta ao tratamento. Classificar a crise de asma conforme quadro 1. Laboratório: - Rx tórax: recomendado na suspeita de complicação cardiopulmonar, PNM ou atelectasia, pneumotórax ou pneumomediastino, insuficiência respiratória iminente, pacientes que necessitam de internação, pacientes que não responderam ao tratamento inicial. - Gasometria arterial: hipoxemia, insuficiência respiratória iminente e tratamento inicial sem resposta. - Hemograma na suspeita de infecção - Eletrólitos: coexistência com doenças cardiovasculares, diuréticos ou altas doses de b2 agonistas. Tratamento Oxigenioterapia: corrigir a hipoxemia; ofertados em crianças com Sat O2 < 93%. Beta-2 agonistas de curta ação: indicada em todos os pacientes, administrado através de inalador dosimetrado com espaçador (casos leves e moderados) ou em forma de nebulização (casos graves). Pelo risco de cardiotoxicidade recomenda-se o uso de beta-2 seletivo: Salbutamol spray oral: Padronizado: 2 a 10 jatos de 20/20 min, até 1 hora (3 doses) – máximo 10 jatos a depender da gravidade da crise. Salbutamol para nebulização: Padronizado: 10 ou 20 gotas de 20/20 min, até 1 hora (3 doses) – máximo 20 gotas a depender da gravidade da crise. Brometo de ipatrópio: recomendado na 1ª hora de tratamento (menor taxa de internação em pacientes graves). Doses: 125 a 500 mcg/dose (crianças < 10 Kg: 10 gotas; crianças > 10 Kg: 20 gotas; adultos: 40 gotas) Corticóide sistêmico: no PSI administrar nos pacientes com crises moderadas e graves e em pacientes que não responderam à terapia inicial com beta-2 – prednisona/ prednisolona 1 a 2 mg/Kg/dia (max 60 mg). Na internação metilprednisolona 0,5 a 1 mg/Kg/dose (max 60 mg). Na falta da metilprednisolona, utilizar hidrocortisona endovenosa: dose de ataque 5mg/Kg e dose de manutenção 10 mg/Kg/dia dividido em 4 doses. Antibiótico: somente com comorbidades Reavaliação: nos pacientes com crise grave, a primeira reavaliação deve ser feita após a dose inicial de beta-2. Nos demais pacientes realizada após 3 doses de beta-2. A saturação de O2 deve ser verificada após 20 minutos da inalação. Quando internar? Crianças que entraram com quadro de insuficiência respiratória iminente e crise grave Crise moderada/ grave sem resposta ao tratamento inicial Nos demais, considerar os critérios: - duração, gravidade e persistência dos sintomas - curso e gravidade de crises prévias - medicações usadas antes da crise - facilidade a medicações e serviço médico - condições e suporte adequado em casa - presença de comorbidades Critérios para alta: Sat O2 > 95% Criança estável em ar ambiente Casos leves Nos casos moderados / graves considerar observação no OS por 60 minutos após a última inalação. Drogas utilizadas para o manejo da asma: APRESENTAÇÃO DOSES E INTERVALOS Salbutamol gotas – solução para nebulização (5mg/ml) Nebulização intermitente frequente: Crianças: 10 a 20 gotas a cada 20 min, por 3 doses. Dose máxima: 5mg = 1 ml = 20 gotas – a depender da intensidade da crise. Adultos: 2,5 a 5 mg a cada 20 min, por 3 doses Nebulização contínua: Crianças: 0,3 a 0,5 mg/Kg/hora. Dose Máxima: 10 a 15 mg/hora = 40 a 60 gotas/hora – 1 a 2 gotas/Kg/hora Adultos: 10 a 15 mg/hora Salbutamol spray (100 ug/jato) Crianças: 2 a 10 jatos a cada 20 minutos – padronizado 2 – 4 jatos, a cada 20 min, por 3 doses. Adultos: 4 a 10 jatos, a cada 20 min, por 3 doses Fenoterol gotas – solução para nebulização (5mg/ml) Exceção para crianças que não conseguirem pegar a medicação nas farmácias populares Nebulização intermitente frequente: Crianças: 0,25 mg/Kg a cada 20 min, por 3 doses. Dose máxima: 2,5mg = 0,5ml = 10 gotas – 1 gota/ 3 Kg/dose Adultos: 2,5 a cada 20 min, por 3 doses Brometo de ipatrópio – solução para nebulização (0,25mg/ml) Crianças < 10 Kg: 0,125 mg = 0,5 ml = 10 gotas, a cada 20 min, por 3 doses Crianças > 10 Kg: 0,25 mg = 1 ml = 20 gotas, a cada 20 min, por 3 doses Adultos: 0,5 mg = 2 ml = 40 gotas, a cada 20 min, por 3 doses Prednisona / prednisolona Crianças: 1 a 2 mg/Kg/dia. Dose máxima: 60 mg Metilprednisolona – solução injetável Hidrocortisona – solução injetável Crianças: 0,5 a 1 mg/Kg/dose a cada 4 – 6 horas. Dose máxima 60 mg Crianças ou adultos: dose de ataque 5 mg/Kg. Dose de manutenção: 10 m/Kg/dia a cada 6 horas. Dose máxima 240 mg/dia Sulfato de magnésio 50% - solução injetável (50g/ 100 ml) Crianças: 25 a 75 mg/Kg/dose. Dose máxima: 2 g. * Diluir a uma [ ] de 60 mg/ml (SF 0,9%). Infusão lenta > 20 min. Pode repetir em 20 min. Adultos: 2 g (4 ml) Terbutalina – solução injetável (0,5 mg/ml) Ataque: 0,01 a 0,015 mg/Kg, Iv ou Sc, correr em 10 a 15 min (Max 0,4 mg). Se Iv diluir a uma [ ] de 5 mcg/ml em SG 5%. Manutenção: 0,2 a 0,5 ug/Kg/min, aumentar 0,1 a 0,2 a cada 30 min se preciso até 10 a 15 mcg/Kg/min. Diminuir dose de FC > 200 bpm; monitorar o potássio. Referências Bibliográficas: Diretrizes da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia para o Manejo da Asma 2012. J Bras Pneumol. V. 38, Suplemento 1, p. S1- S46. Abril 2012. Elaborado por: Dra. Jamile Brasil Revisado e validado por: Dra. Aline da Graça Fevereiro Autorizado por: Dr. José Carlos Milaré Data de Elaboração: 24/03/2014 Data de Atualização: 27/08/2015
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