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Constituição Comparada Oriente médio

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CENTRO UNIVERSITÁRIO NEWTON PAIVA
DIREITO CONSTITUCIONAL COMPARADO:
ORIENTE MÉDIO
Belo Horizonte - MG
2016
ANA LUA SILVA SILVEIRA, 11621057
ANNA KAROLYNA ANDRADE VIEIRA, 11621536
CAIO CÉSAR ANDRADE DE OLIVEIRA, 11622482
NAGAHÍRA FERNANDES DA SILVA SANTOS,11620044
DIREITO CONSTITUCIONAL COMPARADO
ORIENTE MÉDIO
Atividade apresentada ao Curso de Direito do Centro Universitário Newton Paiva para a disciplina de Teoria da Constituição, como forma de conhecer distintos paradigmas constitucionais. Poderá ser avaliado em quinze pontos. 
Professor: Gustavo Costa Nassif
 Disciplina: Teoria da Constituição
Belo Horizonte - MG
2016
MONARQUIA ABSOLUTISTA DA ARABIA SAUDITA
Palavras-chave: Constituição; Constituição Monárquica Absoluta; Direito Constitucional; Arábia Saudita.
 A Arábia Saudita é considerada, pela sua extensão territorial o segundo maior país Árabe de todo o mundo, ela constitui fronteiras com oito paises e dois mares, sendo eles o Mar Vermelho e o golfo Pérsico. Sua população é um tanto diversa, constituída por imigrantes “fora da lei”, pessoas que por algum motivo foram forçadas a se adaptarem fora de seu país (expatriados estrangeiros) e nativos. 
A Arábia Saudita foi criada em 1902 por Abd al-Aziz Al Saud e conquistou sua independência em 1926. Sua economia é voltada para a produção de petróleo, pois obtém a maior reserva do mundo e na produção de gás natural. Ela é reconhecida mundialmente pela violação da liberdade religiosa, pois segundo o islamismo não é permitido expor outras religiões para a população, mas dentro de seu território existem Mulçumanos, Hinduístas, Cristão, Sikhismo, Budistas, Fé Bahái e aqueles que não praticam religião.
O país é composto por uma monarquia absoluta, onde o rei é alem de chefe de estado é também chefe de governo. A forma de governo imposta no país é a islâmica, sendo então considerado um Estado islâmico. A grande maioria de mulçumanos que vivem neste país afirma que por ser uma monarquia hereditária, ou seja, o trono passará de pai para filho, ela pode ser considerada uma monarquia de governo totalmente falha. A Arábia Saudita apresentar uma lei considerada lei básica (que forma a constituição do país) que declarou que ela é uma monarquia que seria governada pelos netos e filhos do rei que a fundou. O país despreza profundamente os chamados direitos humanos (que são os direitos necessários que todos os seres humanos necessitam para conseguirem viver e conviver em harmonia em um determinado lugar, sendo eles o direito a vida, liberdade de pensamento, de crença e de expressão, propriedade privada, de participação na política e de igualdade perante a lei). Seu regime absolutista (que pode ser caracterizado como um governo no qual uma pessoa administra um pais sem que o povo interfira no que ele impõe e suas imposições devem serem seguidas sem questionamentos), vem sofrendo diminuições devido a intervenções internacionais que vêem o pressionando. As eleições municipais começaram a ser anunciadas em 2005, que pode ser considerada uma grande vitória para esse pais de caráter severo. 
O desemprego é uma das preocupações intensas da sociedade do país, entretanto o extremismo religioso e a corrupção política também podem ser considerados preocupações sociais do país. Os cidadãos desejam uma melhorara na forma de governo, para que assim possam participar de uma forma intensa da política desse país. No entanto, não podemos deixar de ressaltar que o uso de drogas ilícitas, os jovens delituosos e a alcoolização estão em um nível elevadíssimo, alem de abusos sexuais em crianças, violência domestica e trafico de mulheres. 
Direito comparado: Constituição da Arábia Saudita e Constituição Brasileira
O sistema constitucional da Arábia Saudita é uma monarquia totalitária e absoluta, na qual os cidadãos não podem intervir e muito menos participar da organização e do governo do país. Comparado com o sistema constitucional do Brasil, pode-se perceber que eles têm uma constituição totalmente distinta pelo fato de o Brasil ser uma República Federativa Presidencialista, constituída pela União, o Distrito Federal, os Estados e os municípios onde o poder é conferido a órgãos distintos e autônomo onde esses garantem que as leis da constituição sejam devidamente cumpridas. O Brasil é considerado uma república, pois, o povo é quem elege o chefe de estado em que governará em um período limitado de quatro anos, é considerado presidencialista pois o presidente da República exerce o cargo de chefe de Estado e também de governo e finalmente federativa pois os Estados obtém forma política autônoma, onde cada estado tem sua forma política, mas todos respeitam a constituição sempre. A União do Brasil é repartida em três poderes sendo eles o Legislativo no qual cria as leis, o Executivo que tem a função de executar as leis e o Judiciário que decide como ficará a resolução dos conflitos. Por fim, o Brasil apresenta um sistema pluripartidário que aceita vários partidos políticos que são agregações voluntárias entre pessoas que tem os mesmos interesses, idéias, doutrinas políticas e objetivo, que por sua vez tem como alvo fazer parte e ter influencias na política do Brasil. 
Referências
Wilson, Peter W.; Graham, Douglas (1994). Saudi Arabia: the coming storm [S.l.: s.n.] p. 46. ISBN 1-56324-394-6.
http://brasilescola.uol.com.br/geografia/arabia-saudita.htm
https://pt.wikipedia.org/wiki/Direitos_humanos
https://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20080306162323AAq1ATw
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pol%C3%ADtica_da_Ar%C3%A1bia_Saudita
Roy Gutman (4 December 2011). «Saudi dissidents turn to YouTube to air their frustrations». The Kansas City Star [S.l.: s.n.][ligação inativa]
https://pt.wikipedia.org/wiki/Monarquia_da_Ar%C3%A1bia_Saudita
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ar%C3%A1bia_Saudita
BRASIL. Constituição Federal de 1988. Promulgada em 5 de outubro de 1988.
CONTITUIÇÃO DA REPÚBLICA ISLÂMICA DO IRÃ 
Palavras-chaves: Direito comparado, Constituição do Irã, Constituição do Brasil, Irã, Brasil, Política, Religião.
Introdução 
O Irã está situado no Oriente Médio, sua capital é Teerã, com uma estimada população de 78,5 milhões de habitantes, a moeda utilizada neste país é Rial Iraniana, o nome oficial é República Islâmica do Irã é um governo de República Presidencialista. Em aspectos sociocultura o indioma predominante é persa, a religião seguida pela maioria é o islamismo (xiitas e sunitas) e entre outros. Em relação a aspectos economicos são produtores agrícolas de cevada, nozes, tâmara e outros. Na pecuária tem uma grande produção de caprinos, aves e ovinos. Em relação ao minério faz a extração de petróleo, minério de ferro e cobre, gás natural e outros. Já na indústria tecidos, alimentos, equipamentos de transporte e refino do petróleo.
O prefácio da Constituição Iraniana deu-se atraves da Revolução ocorrida em 1979 passando por aparentemente dois conflitos, o qual estava no comanado Xá Mohammad Reza Pahlevi, sobre uma monarquia autocrática, e em uma Repúblia Islâmica teocrática sob o comando de Aiatolá Ruhollah Khomeini. Analisando históricamente subdividimos a Revolução Iraniana em duas fases. A primeira houve uma junção entre grupos librais, de esquerda e religiosos para depor o Xá. Em sua segunda fase constantemente chamada de Revolução Islâmica observou- se a tomada do poder a Khomeini.
Todos os artigos da Contituição Iraniana são baseados na fé e no Alcorão pondendo citar: "Não há outra Divindade senão Deus", o seu lider politico deve ser de cunho religioso. Em linhas gerais a sua Constituição diz: Que todas as normas e ou decredos civis, penais, financeiros, econômicos, administrativos, culturais, militares e políticos, e entre outros, devem basear-se em preceitos islâmicos. Tendo prioridade sobre qualquer outro artigo em sua Constituição vigente de 1979 que recebeu algumas emendas. As decisõestodas devem ser de acordo com a votação geral do povo, é atribuido ao povo condão, ordenando a fazer o bem e não o mal, havendo compreensão de ambas as partes tanto do governo para o povo quanto do povo para com o governo. A República Islâmica diz que á independência, unidade, liberdade e a extensão territórial do País são conjuntas e por tanto é de responsabilidade do governo preservar tais deireitos aos individuos. As familias são resguardadas com a finalidade de fortalecimento entre as relações. São amparadas pelas leis as menorias religiosas como: Zoroastras, Judeus e Cristãos Iranianos de fazerem seus cultos com diretrizes suas próprias religiões.
Em relação aos direitos dos cidadãos, todos gozam do direito de formar igualitária, baseados nos princípios islâmicos, o governo garante um artigo exclusivo ao direito voltado para as mulheres. O direito a propriedade, a vida, são invioláveis. Não pode de forma alguma contrariar, o governo assegura os serviços sociais e a proteção finandeira eem cassos de velhice, invaidez e entre outros aspectos. Os cidadãos não podem ser presos sem lei anterior q o defina, podendo recorrer aos tribunais competentes, a sentenção e a excussão só é determinada pelo tribunal, será considerado inocente o individuo ate que se prove ao contrário, é proibido induzir a pessoa por qualquer meio confessar o crime, é proibido violar a honra e a diginidade de qualquer cidadão. A nacionalidade é um direito absoluto dos cidadãos eo governo não pode privar a cidadania de qualquer iraniano, mesmo de for de outro país, para obter a cidadania iraniana tem que procurar os meios legais.
Sobre a economia e os assuntos financeiros: A econômia baseia-se em tres diretrizes: cooperativo são empresasa cooperativas de produção e distribuição, companhias que estão localizadas em aldeias e cidades. O público é as insdústrias básicas e comércio externo, minas, bancos entre outros setores sob a reposábilidade do governo. O privado é a agricultura, criação de animais, atividades econômicas e entre outros.
Analisando a soberania nacional e o poder, pode se estabelecer algumas ideias: Os três poderes são subdivididos em Legislativo é execido atraves da Assembleia Consultiva Islâmica composta por um membro do povo. O poder Executivo é exercido pelo Presidente da República e pelo Conselho de Ministros. O poder Judiciário é exercido pelos tribunais, são constituidos pelos principios islâmicos.
O líder ou o Conselho de Direção: O líder deve ser tratado igualmente perante a norma como qualquer outro cidadão, tendo características, deveres e responsabilidade. O conselho é formado por membros e depois aprovadas pelo Líder.
Em relação às forças armadas (Os guardas da Revolução): É um exército que tem como finalidade proteger, salvar, guardar a independência e a extensão territórial do país, são recutadas pessoas comuns fiéis á tal fim. Não podem fazer parte da segurança, os estrangeiros. 
A política externa: é baseada em negociações, tendo em vista á independência em todos os aspectos. Não é permitido contrato que envolva a denominação estrangeira. 
Em relação à publicidade, podemos nos situar que é assegurada, tendo como referência os princípios islamicos, mas o Líder nomeia o presidente do Rádio e todos os representantes, o funcionamento e a política, são classificados pela norma.
Portanto o conteúdo abordado no artigo é balizado nos princípios islâmicos, na fé. O país é baseado no sufrágio e na religião do Irã. A Constituição da República Islâmica Do Irã é preparada em 12 (doze) capítulos, formada com 165 artigos, sendo aprovada por dois terços da Assembleia Constituinte. Já nas considerações finais da Constituição, foi ratificada em 24 de Aban 1358 da Hégira solar, correspondendo a 24 Zihajj 1399 da Hégria Lunar (15 de novembro de 1979).
A Federação Brasileira é formada pela união indissolúvel de três entidades políticas distintas: os estados, municípios e o Distrito Federal, sendo esferas do governo. A Federação está definida em cinco principios fundamentais: soberania, cidadania, dignidade da pessoa humana, os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa e o pluralismo político. Os ramos clássicos tripartite de governo (executivo, legislativo e judiciário no âmbito do Sistema de Controle e equilibrios) são oficialmente criados pela Constituição. O executivo e o legislativo estão organizados de forma independente em todas as três esferas de governo, enquanto o judiciário é organizado apenas a nível Federal.
Por sua base a Constituição do Irã de 1979, fez do país uma República Islâmica, nos termos de sua Constituição, a relação políticas, econômicas, sociais e culturais vigentes no país devem estar de acordo com o Islão.
Direito comparado: Constituição Iraniana e Constituição Brasileira
Um comprativo entre a Constituição do Irã e do Brasil é os direitos humanos de vedação á tortura e outros tratamentos desumanos, de estabelecimento dos devidos processos legais, de proteção ás liberdades civis e das mulheres presentes na declaração de direitos humanos, acolhidos pela Constituição vigente do Irã e a do Brasil, bem como expor o modo como esses direitos são aplicados na prática, considerando o início do século XIX. Ao contrapor as contituições desses países, constatou-se que tais direitos encontram-se assegurados em ambas as cartas, com exceção a liberdade Civil de crença, expressão a associação, que não foram garantidas integralmente pela constituição iraniana. Contudo, constatou-se que as inobservâncias por parte do Irã são mais graves e abrangentes do que as ocorridas no Brasil.
 Conclui-se dessa forma que ambos os países necessitam avançar subtancialmente em relação á aplicação dos direitos humanos, sendo imperativa a utilização dos instrumentos disponiveis de forma mais eficaz no combate ás violações cometida no Irã. 
Referências Bibliográficas
Módulo III Do cursinho Pré Federal 
www.ufrgs.br/nerint/folder/artigos/artigo1083.pdf
www.suapesquisa.com/paises/ira
www.conjur.com.br/2010-nov-10/carta-iraniana-preve-indicacao-chefe-judiciario-lider-religioso
ISRAEL - ESTADO JUDEU DEMOCRÁTIO E A REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALAD
Introdução
Palavras-chave: Constituição; Controle de Constitucionalização das leis; Direito Constitucional; Estado de Israel. 
O direito constitucional Israelense é tema pouco explorado pela literatura jurídica brasileira. Usualmente associa-se o sistema jurídico israelense ao sistema jurídico britânico e isso é justificado em razão do Mandato Britânico na Palestina que precedeu a criação do Estado de Israel, em 1947. Com a independência do Estado de Israel ocorreu a absorção de todo o direito vigente durante o Mandato Britânico, incluindo-se tanto a common law inglesa (1917-1947) quanto o direito turco remanescente do império turco-otomano (1516 a 1917).
Em Israel não há um documento denominado constituição, o que impulsionou o desenvolvimento da disciplina de forma criativa e muitas vezes revolucionária. A falta de um documento formal, fruto de uma assembleia constituinte, influenciou o papel da Suprema Corte Israelense, que pouco a pouco, supriu a falta de Constituição por meio do ativismo judicial1. 
As origens do debate constitucional em Israel remontam à Declaração 181 da Assembleia Geral das Nações Unidas, mais conhecida como o Plano de Partilha da Palestina. Ela é considerada o poder constituinte originário do Estado de Israel, pois nela está contida a transferência do Poder Mandatário para o Conselho Provisório Judaico. Esse Conselho, segundo a resolução 181, deveria eleger uma assembleia constituinte incumbida de redigir uma constituição democrática para o Estado de Israel2. 
No entanto, a conflagração da Guerra de Independência, que eclodiu imediatamente após a criação do Estado em 1947, impediu a criação da assembleia constituinte, fazendo com que a redação da Constituição fosse adiada. Em 1948, com o fim da guerra, vários setores da sociedade se opuseram à criação da constituição. Em 1949,em virtude da Lei de 
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¹ A distinção entre Constituição Oral e Escrita é articulada no âmbito da Teoria do Direito. Apesar da tradição judaica fazer distinção entre lei oral e lei escrita, referindo-se ao Talmud e à Toráh, respectivamente, o Direito Constitucional Israelense não absorve essa noção. O único ramo do direito afetado de forma direta pelas leis judaicas, é o Direito de família. Além disso, a Lei Judaica é fonte subsidiária do Direito Israelense, juntamente com a analogia e a equidade.
² Para o texto integral da Declaração de Partilha, Resolução 181 da AGNOU, Projeto Avalon da Universidade Yale: http://www.yale.edu/lawweb/avalon/un/res181.htm
transição, o conselho provisório judaico é transformado no primeiro Knesset 3e todos os poderes transferidos pelo Mandato Britânico, são absorvidos pelo Knesset, incluindo-se o poder constituinte4.
Desde então, o Knesset acumula tanto a função de poder constituinte quanto a de poder legislativo.
Em 1950, o parlamentar IzharHarari propôs uma alternativa para que o parlamento israelense criasse as chamadas “Leis Básicas”, que futuramente seriam reunidas em um único documento – que seria denominado “Constituição”. 
Assim declarou Harari: – “A Constituição será feita por meio de capítulos, cada um desses constituirá uma “Lei Básica” em separado. Os capítulos serão levados à Knesset, quando o Comitê completar seu trabalho, e todos os capítulos conjuntamente farão parte da Constituição do Estado”.
O Knesset, como poder constituinte, legislou onze Leis Básicas. Nestas leis não há qualquer menção de status superior em relação a leis simples, ou à autoridade da Suprema Corte para exercer o controle de constitucionalidade sobre as leis. O desenvolvimento do direito constitucional Israelense foi feito gradativamente, e de forma incompleta, por meio de Leis Básicas. 
Notadamente as Leis Básicas: Dignidade da Pessoa Humana e sua Liberdade (1992) e Liberdade de Ocupação (1994), fazem menção expressa à declaração de Independência (1948) e estabelecem que "os direitos protegidos por essa Lei devem ser aplicados ao espírito dos princípios enunciados na Declaração de Independência do Estado de Israel". Além disso, constituem parte da Carta de Direitos Humanos 5, incluindo os direitos menos controversos, e uma cláusula de limitação para violação de direitos por ela garantidos. Essa limitação, foi a mola propulsora da "Revolução Constitucional".
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³ Parlamento Israelense. Knesset significa reunião ou congregação em hebraico.
4 Em 1949 é emitido o primeiro precedente relativo ao papel da Suprema Corte em relação à Separação de Poderes. No HCJ 1/49, Bergerano conta o Ministro da Polícia, a Corte decide que está autorizada a emitir mandado contra atos dos funcionários públicos ou corpos públicos, poder este derivado de suas funções públicas, e é requerida a prevenir atos e atividades especificas. Esse precedente institui o Estado de Direito e o Papel da Corte como guardiã da Lei.
5 Em 1992, o membro do Knesset Amnon Rubinstein, acadêmico israelense respeitado, propôs, para a Carta de Direitos Humanos, a mesma lógica da Declaração Harari: dividi-la em partes. Devido a grande controvérsia que cerceava a Carta de Direitos Humanos, Rubinstein propôs a adoção gradativa de seu conteúdo, por meio de uma serie de pequenas Leis Básicas, as quais seriam mais facilmente aprovadas, até que o consenso político fosse atingido. Igualdade e de Religião, continuam sendo o núcleo de direitos mais controvertidos pois a adoção desses direitos atingiria as autoridades religiosas de forma drástica. Ver GROSS, 1998, p. 85
O debate acerca da validade e extensão da chamada "Revolução Constitucional" está intimamente ligado à introdução das Leis Básicas que regulam parte da Carta de Direito Humanos do Estado de Israel. A Suprema Corte de Israel reconheceu nas cláusulas de limitação, presentes nos artigos 8° e 4° das Leis Básicas "Dignidade da Pessoa Humana e sua Liberdade" e "Liberdade de Ocupação", respectivamente, a base legal de justificação para a declaração da Revolução Constitucional. Admitindo-se assim a superioridade normativa das Leis Básicas em relação às Leis Simples, finalizando o topo da pirâmide normativa do Direito Constitucional Israelense.
Assim foi declarado nesta sentença acerca do artigo 8º da lei “Dignidade da Pessoa Humana e sua Liberdade”:
“Toda nova lei que venha causar um dano nos direitos estabelecidos por estas leis Básicas, ou que contradiz os valores do Estado Judeu Democrático, serão possíveis de serem declaradas pelo tribunal como lei, ou norma inconstitucional, e, portanto, inválidas. ”
Chega-se a um estágio em que pudesse denominar os direitos e valores defendidos por estas “Leis Básicas” de princípios constitucionais: norma jurídica acima da norma da lei.
Deixado para trás o tempo da “Constituição oral” em que juízes eram obrigados a identificar os valores sobre os quais o Estado foi edificado, para o novo tempo da “Constituição Escrita”, em que os valores caracterizadores do Estado encontram-se expressos em lei.
É isto que vêm afirmar estas duas “Leis Básicas”, aprovadas pelo parlamento israelense, e interpretadas de forma brilhante pelos sábios juízes da Suprema Corte de Israel: “somos um Estado judeu e também um Estado democrático, concedendo a todos os cidadãos direitos e garantias fundamentais através de uma lei superior. ”
Desta forma, protege aquilo de que mais se orgulham – a existência de um Estado Judeu essencialmente livre e democrático – unindo eternamente o judaísmo à democracia, e esperando o dia em que estes dois pilares possam se tornar apenas um.
No entanto, uma Constituição deve ser feita em breve. Segundo o ministro da Suprema Corte de Israel Salim Joubran, deverão ser criadas mais duas leis, uma sobre direitos humanos e outra sobre direitos sociais, e então todas serão unificadas em uma Constituição.6
Direito comparado: “Constituição” Israelense e Constituição Brasileira 
Em Israel não há uma Constituição formal. Há 14 leis básicas que tratam do funcionamento do país e dos direitos civis. Mesmo não sendo uma Constituição formal, essas leis são a base para os julgamentos. Israel é definido como um "Estado Judeu e Democrático" em suas Leis Básicas e é uma democracia representativa em um sistema parlamentar, representação proporcional e sufrágio universal. O primeiro-ministro serve como chefe de governo e o Knesset como o corpo legislativo unicameral do país. Diferentemente do Brasil, que possui uma República Federativa, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado democrático de direito. São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. A República Federativa do Brasil busca a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.
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6 Texto completo: http://www.conjur.com.br/2012-out-27/israel-constituicao-breve-ministro-suprema-corte
Referências
GROSS, Aeyal M. The PoliticsofRights in IsraeliConstitutional Law. Israel Studies - 1998, Volume 3, Number 2, Fall pg. 80-118
http://www.conexaoisrael.org/estado-judeu-democratico-e-revolucao-constitucional-uma-analise-juridica-parte-ii-final/2014-02-07/marcelo
DAVID, René. Os Grandes Sistemas do Direito Contemporâneo. Martins Fontes. 4 edições. São Paulo. 2002
http://www.conjur.com.br/2010-nov-08/modelo-constitucional-israelense-pulverizado-varios-textos
BRASIL. Constituição Federal de 1988. Promulgada em 5 de outubro de 1988.

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