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DEVERES DAS PARTES E DOS PROCURADORES E MINISTÉRIO PÚBLICO

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CENTRO UNIVERSITÁRIO NEWTON PAIVA
DEVERES DAS PARTES E DOS PROCURADORES E MINISTÉRIO PÚBLICO
Belo Horizonte - MG
2016
ANA LUA SILVA SILVEIRA, 11621057
 ANNA KAROLYNA ANDRADE VIEIRA, 11621536
 LARISSA LORENA GOMEZ CRUZ, 11620316
 NAGAHIRA FERNANDES DA SILVA SANTOS, 11620044
DEVERES DAS PARTES E DOS PROCURADORES E MINISTÉRIO PÚBLICO
Atividade apresentada ao Curso de Direito do Centro Universitário Newton Paiva para a disciplina de Teoria Geral do Processo, como forma de conhecer os deveres das partes e dos procuradores, e o ministério público. Poderá ser avaliado em cinco pontos. 
Professora: Adélia Procópio
 
Belo Horizonte – MG
2016
PARTE I – DEVERES DAS PARTES E DOS PROCURADORES
1. Cite e explique os deveres processuais das partes e dos procuradores.
Segundo o artigo 77 do CPC, são deveres das partes e dos seus procuradores qualquer um que de alguma forma participam do ato processual, ou seja, esse artigo impõe obrigações que superam aqueles que participam do processo. De acordo com o artigo então, os deveres das partes e dos procuradores são:
I - expor os fatos em juízo conforme a verdade, ou seja, expor ao processo somente o que for verdade. II – não formular pretensões, nem alegar defesa, cientes de que são destituídas de fundamento, ou seja, não estabelecer ações sobre algo que não é certo, algo que se deseja conquistar e nem alegar defesa quanto a isso sem nenhum fundamento. III – não produzir provas, nem praticar atos inúteis ou desnecessários à declaração ou defesa do direito, ou seja, não poderá alegar provas que não se sabe se são verdadeiras a fim de usá-las como defesa. IV – cumprir com exatidão os provimentos mandamentais e não criar embaraços à efetivação de provimentos judiciais, de natureza antecipatória ou final, ou seja, cumprir de forma legal todos os passos do processo até que ele se finalize.
V – Declinar, no primeiro momento que lhes couber falar nos autos, o endereço residencial ou profissional onde receberão intimações, atualizando essa informação sempre que ocorrer qualquer modificação temporária ou definitiva, ou seja, no momento certo expor um endereço na qual possa receber informações importantes sobre o que ocorre no processo.
VI – Não praticar inovação ilegal no estado de fato de bem ou direito litigioso, ou seja, não violar o fato de bem ou o direito litigioso enquanto o processo estivar em andamento.
Parágrafo único. Ressalvados os advogados que se sujeitam exclusivamente aos estatutos da OAB, a violação do disposto no inciso V deste artigo constitui ato atentatório ao exercício da jurisdição, podendo o juiz, sem prejuízo das sanções criminais, civis e processuais cabíveis, aplicar ao responsável multa em montante a ser fixado de acordo com a gravidade da conduta e não superior a 20% (vinte por cento) do valor da causa; não sendo paga no prazo estabelecido, contado do trânsito em julgado da decisão final da causa, a multa será inscrita sempre como dívida ativa da União ou do Estado.
2 . Em que consiste o ato atentatório à dignidade da justiça? Qual consequência?
 Com as inovações trazidas ao processo de Execução, através da Lei nº 11.382/2006, sobreveio a figura da punição ao devedor que, intimado a indicar bens passíveis de constrição, no prazo determinado pelo Juiz, não o faz.
A punição é de rigor, no sentido de que, se deve respeitar as decisões judiciais, não permitindo que o devedor de má-fé, assista dos bastidores o desespero do credor, o qual, está obrigado a diligenciar em busca de bens que satisfaçam sua pretensão legítima. Bens estes, que quase sempre são desviados da titularidade do devedor e transferidos para terceiros, a fim de conservar os bens existentes da parte, bem como para alienação futura, sem riscos.
Tal conduta se apresenta reprovável, pois afeta diretamente o patrimônio alheio, bem como a própria ordem jurídica. É a sociedade quem perde com isso.
Assim, determina a Lei:
Dispõe o artigo 600 do Código de Processo Civil:
“Art. 600 – Considera-se atentatório à dignidade da justiça o ato do devedor que:
I – frauda a execução;
II – se opõe maliciosamente à execução, empregando ardis e meios artificiosos;
III – resiste injustificadamente às ordens judiciais;
IV – intimado, não indica ao juiz em 5 (cinco dias), quais são e onde encontram os bens sujeitos à penhora e seus respectivos valores. ”
Por seu turno, dispõe o artigo 601 do Código de Processo Civil:
“Art. 601 – Nos casos previstos no artigo anterior, o devedor incidirá em multa fixada pelo juiz, em montante não superior a 20% (vinte por cento) do valor atualizado do débito em execução, sem prejuízo de outras sanções de natureza processual ou material, multa essa que reverterá em proveito do credor, exigível na própria execução. ”
Relevante destacar que a regra elencada no Artigo 601 do CPC, confere ao magistrado, poderes para comandar o cumprimento da obrigação pelo devedor, através da aplicação de multa, na eventualidade de o devedor não indicar ao Juízo, nem disser onde se encontram os bens que garantam a execução.
O juiz é responsável pela igualdade das partes no processo, por isso deve penalizar o devedor que praticar ato atentatório à dignidade da justiça. Assim, caracterizada tal prática de ato atentatório à dignidade da justiça, aplica-se, no limite legal, a multa prevista no artigo 600 do CPC.
Atitudes procrastinatórias diuturnamente são adotadas pela parte devedora, durante o curso do feito, principalmente com relação ao descumprimento da ordem judicial de indicação de bens.
3. Em que consiste a litigância de má-fé? Qual a consequência?
A litigância de má-fé deve ser considerada como aquela atitude tomada por alguma das partes ou por terceiro (assistente, amicus curiae e entre outros), que se posiciona contrariamente ao que seria a boa-fé. A relação do artigo 17 do CPC é um excelente instrumental de referência. DOTTI DORIA diz que “a litigância de má-fé se caracteriza pelo agir em desconformidade com o dever jurídico de lealdade processual. ”
A convivência entre seres humanos só poderá, pois, ser considerada bem constituída, fecunda e conforme a dignidade humana, quando fundada sobre a verdade, como adverte o Propagador: “Renunciais a mentira e falei a verdade cada um com o seu próximo. ”
Em epítome, tudo que contrariar a boa-fé, é má-fé e, se isso se dá dentro do processo, caracteriza-se a litigância de má-fé, que deve ser punida. Enfim, qualquer comportamento da parte no sentido de dificultar ou retardar a aplicação da lei é litigância de má-fé.
Do litigante resulta o dever legal de indenizar as perdas e danos causados a parte prejudicada artigo 79, esse dever alcançar tanto o autor como os intervenientes.
A responsabilidade, in casu, pressupõe o elemento objetivo dano e o subjetivo culpa, mas esta não se confunde necessariamente com o dolo e, pelo casuísmo legal, pode ás vezes se limitar-se a culpa em sentido estrito, mas de natureza grave (artigo 80, I e VI).
Assim, o artigo 80 considera litigante de má-fé aquele que:
I-Deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso;
II-alterar a verdade dos fatos;
III-usar o processo para conseguir objetivo ilegal;
IV-opuser resistência injustificada ao andamento do processo;
V-proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo;
VI-provocar incidente manifestamente infundado;
VII-interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório.
O reconhecimento e condenação por litigância de má-fé pode ser de ofício ou a requerimento do interessado, o mesmo tem poderes para tomar todas as providências necessárias, para impedir atos que possam macular o processo ou o procedimento.
Ocorrendo a litigância de má-fé, a previsão legal é de dupla consequência: sujeição a multa de 1 a 10% do valor da causa corrigido; e indenização dos prejuízos sofridos pela parte contrária (artigo 81, caput).
No caso de pluralidadede litigantes de má-fé, o juiz condenará cada um na proporção de seu respectivo interesse na causa. Mas se os litigantes se unirem para lesar a parte contrária, a condenação atingirá, solidariamente, aqueles que se coligaram para prejudicar o adversário (artigo 81, §1º).
O conteúdo da indenização compreenderá segundo ao artigo 81, in fine:
- os prejuízos da parte;
-os honorários advocatícios;
-as despesas efetuadas pelo lesado.
Tal reparação deve decorrer de ato ilícito processual, será devida, qualquer que seja o resultado da causa, ainda que o litigante de má-fé consiga, ao final, sentença favorável.
Não há necessidade de ação própria para reclamar a indenização. O prejudicado, demostrando a má-fé do outro litigante, poderá pedir sua condenação, incidentemente, nos próprios autos do processo em que o ilícito foi cometido. Apenas o valor da indenização é que poderá ser relegado para o procedimento separado da liquidação por arbitramento, segundo o rito próprio previsto no artigo 510 ou pelo procedimento comum, quando o juiz não dispuser de elementos para fixá-lo de plano (artigo 511).
Umas das dificuldades de punir-se a litigância de má-fé residia na necessidade de a vítima quantificar comprovadamente o dano que lhe havia sido acarretado pelo litigante temerário.
Na maioria das vezes, portanto, o juiz mesmo arbitrará a sanção tornando-a de aplicação imediata ao infrator. A liquidação, será recomendável apenas quando houver indícios de danos efetivos de grande de grande monta, que não permitam a imediata e razoável qualificação. Havendo então a necessidade de uma perícia para determinar o prejuízo real sofrido pela parte que suportou as consequências da litigância temerária.
Aplicação do §3º do artigo 81 facilita a condenação do litigante de má-fé, independentemente de prova quantitativa do dano suportado pelo adversário. Não quer dizer que a sanção será aplicada mesmo sem ter havido dano algum. A litigância de má-fé pressupõe sempre dano sério ao processo e aos interesses da contraparte. Esse dano tem de ser demonstrado, ainda que nem sempre se exija prova exata de seu montante. O juiz pode, com prudência, arbitrar imediatamente a indenização, sem exigir prova exata de seu quantum. Contudo, terá de ser inequivocamente provada, ou deduzida, dos fatos e elementos concretos dos autos. Em nenhuma hipótese se admitirá a imposição do dever de indenizar, na ausência de dano efetivo derivado da conduta censurada do litigante.
O conteúdo da multa consiste em: além do ressarcimento dos prejuízos, o litigante de má-fé sujeita-se a pagar multa do valor superior a um por cento e inferior a dez por cento do valor corrigido da cauda (art. 81), vereda essa que, também, reverterá em benefício da parte prejudicada (art. 96). Se o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa poderá ser fixada em até dez vezes o valor do salário mínimo (art. 81, §2º).
A multa, que se acresce ás perdas e danos, também é aplicável de oficio ou a requerimento da parte, independentemente de demonstração de efetivo prejuízo (art. 81 caput).
As sanções dos arts. 79 e 81 (multa e perdas e danos por litigância de má-fé) pode ser cumulada a multa de até 20% do valor da causa, por ato atentatório a dignidade da justiça (contempt of court) (art. 77, §2º), com a ressalva de que esta última penalidade será revertida em favor da Fazenda Pública, e não da parte prejudicada.
4. As penalidades citadas nas questões 2 e 3 são aplicáveis aos advogados?
Consiste em ato atentatório à dignidade da justiça o que concerne ao descumprimento do dever de “cumprir com exatidão as decisões jurisdicionais, de natureza provisória ou final, e não criar embaraços à sua efetivação. ” (Art. 77, IV, CPC) e de “praticar inovação ilegal no estado de fato de bem ou direito litigioso. ” (Art. 77, VI, CPC).
“Art. 77, § 1º Nas hipóteses dos incisos IV e VI, o juiz advertirá qualquer das pessoas mencionadas no caput de que sua conduta poderá ser punida como ato atentatório à dignidade da justiça. ”
Em conformidade com o parágrafo 6º, do Artigo 77 do Novo Código de Processo Civil, as penalidades de multa aplicadas pela violação aos dispostos nos incisos IV e VI não se aplicam aos advogados públicos ou privados. A estes, a supervisão de corrigir deverá ser averiguada pelo tocante órgão de classe ou corregedoria determinado sob as ordens do juiz.
“§ 6º Artigo 77, Aos advogados públicos ou privados e aos membros da Defensoria Pública e do Ministério Público não se aplica o disposto nos §§ 2o a 5o, devendo eventual responsabilidade disciplinar ser apurada pelo respectivo órgão de classe ou corregedoria, ao qual o juiz oficiará. ”
O Novo CPC, em relação ao antigo, é mais compreensível e abrangente por estabelecer que aos advogados públicos ou privados, aos membros da Defensoria Pública e do Ministério Público, não se aplica multas por ato atentatório à dignidade da justiça. Segundo Braz Martins Neto:
“É no Estatuto da Advocacia que encontramos as disposições que normatizam as prerrogativas. Veja-se que ao definir a indispensabilidade na administração da justiça, o Estatuto prevê que o Advogado presta serviço público e exerce função social, e que, no seu mister, é inviolável por seus atos e manifestações. É, pois, necessário, para que possa exercer livremente sua atividade profissional, que tenha instrumentos vigorosos para o desempenho intransigente da defesa de seu constituinte. Não se trata de conferir ao advogado privilégios, de conotação tipicamente corporativa, mas, isto sim, de lhe dar meios de atuação, em que não haja lugar para a hesitação ou temor na defesa intransigente dos direitos de seu cliente. A inviolabilidade do escritório, dos arquivos, dos dados de correspondências e comunicações, inclusive telefônicas, garante ao cliente a privacidade na relação com aquele que recebe a incumbência de tratar de seus interesses, tanto na esfera negocial quanto nas lides forenses. A proteção, portanto, não é para o Advogado, mas, sim, para o seu constituinte, que nele deposita confiança, munindo-o de informações sigilosas, necessárias para a adequada e eficaz atuação de seu defensor, que não é o titular do segredo, mas, tão só, o mais fiel depositário dele”.
PARTE II- MINISTÉRIO PÚBLICO
Conceito
O Ministério Público é uma instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa de ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis (Artigo 127, CRFB), ou seja, é um organismo institucional independente, responsável por defender a ordem jurídica do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis. Sua organização não se encontra junta com nenhum dos três poderes (executivo, judiciário e legislativo), e por essa razão, o ministério Público não pode ser abolido ou ter as suas responsabilidades aderidas a outras instituições.
Forma de atuação no processo
O Ministério Público, como órgão do Estado, exerce junto ao Poder Judiciário, a tutela dos interesses sociais e individuais indisponíveis (art. 127 CF). No tocante ao processo civil, exerce o direito de ação, seja como parte principal, seja como substituto processual (art. 81 CPC).
Neste estudo, focaliza-se atuação do Ministério Público como órgão interveniente. Destaca-se o art. 82 do Código de Processo Civil, segundo o qual a intervenção se dá em razão do interesse público evidenciado pela natureza da lide ou qualidade da parte.
Tendo em conta o objeto imediato do pedido, ou seja, a tutela jurisdicional, qualquer processo civil tem natureza pública, a evidenciar interesse para nele intervir o Parquet. A intervenção ministerial, porém, não se opera sempre, porquanto relaciona-se com a natureza da lide e, por consequência, com o objeto mediato do pedido. Relaciona-se ainda com a qualidade da pessoa, tendo em vista aqui a titularidade do interesse material juridicamente protegido.
Em certas questões, de cunho eminentemente processual, determina-se a intervenção ministerial, tais como nos conflitosde competência (art. 116, parágrafo único, do CPC) ou no caso de colusão, ensejando até propositura de ação rescisória (arts. 129 e 487,III, b, CPC).
Hipótese de intervenção obrigatória
Os casos de intervenção do Ministério Público no processo como fiscal da lei estão previstos no art. 82 do Código de Processo Civil e em outros dispositivos esparsos da legislação vigente. 
Os casos de intervenção obrigatória do Ministério Público, como fiscal da lei, estão arrolados nos incisos I, II e III do artigo 82 do Código de Processo Civil, que determina que se fará a intervenção sempre que a questão em juízo versar sobre interesse de incapaz (I), estado das pessoas, pátrio poder, tutela, curatela, interdição, casamento, declaração de ausência, disposições de última vontade (II) ou demais casos em que haja interesse público (III). 
A atuação Ministerial na defesa do interesse dos incapazes se dá independente da natureza da causa ou valor envolvido, vez que se funda além do zelo – como em todos os casos de intervenção – pela correta aplicação da lei, na observância e avaliação da dos tutores e curadores, por vezes reprimindo ou prevenindo atos omissivos, abusivos e de má-fé que possam lesar os incapazes em questão. Analisando os casos de intervenção do inciso II do artigo sob comento, percebe-se que o legislador deu especial ênfase às causas concernentes ao “estado da pessoa”, ou seja, à família, ao casamento e à filiação. Esta expressão, por definição engloba todas as demais ações especificadas ao longo do inciso. 
Como exemplo de causas que versam sobre “estado das pessoas”, temos as ações de investigação de paternidade, de anulação de casamento, de separação judicial e de divórcio, negatória de paternidade,  de interdição, de anulação de registro civil da pessoa natural,  de suspensão, remoção ou destituição de tutores e curadores, as que discutem a validade ou cumprimento de testamento, de decretação de ausência entre outras. A utilização da expressão, ampliou de forma genérica a previsão legal, visto que o rol de ações que versam sobre estado de pessoas não é taxativo. 
Inciso III do artigo 82 do diploma processual, impõe ao Ministério Público o dever de intervir em “todas as demais causas em que há interesse público”, no entanto não há um rol fechado de hipóteses em que tal interesse se verifique, se mostrando uma regra extremamente vaga e imprecisa, que se vale de um termo de conceito muito amplo. 
Assim, a verificação da ocorrência do interesse público dependerá da interpretação do Juiz, que remeterá ou não o processo para manifestação do Ministério Público, de acordo com sua convicção pessoal ou com a corrente doutrinaria e jurisprudencial que adotar, e do entendimento do Promotor e Procurador de Justiça que com igual variável subjetiva pode intervir ou não. 
A imprecisão deste inciso III, pode gerar insegurança as partes, vez que a falta de participação do Ministério Público em causas desta natureza pode implicar prejuízo direto a parte não assistida e a nulidade processual.
A vagueza e amplitude do conceito de “interesse público” dão chance a diferentes interpretações do dispositivo frente ao caso concreto, podendo o órgão Ministerial, em qualquer grau de jurisdição e tempo, entender a ocorrência de interesse público até então não visto como tal por outro representante Ministerial ou pelo Juiz da causa. 
Se assim ocorrer, o feito estará sujeito à anulação, o que implica em prejuízo a economia e a efetividade processual.
Na esteira da discussão acerca do “interesse público”, podemos perceber, ainda, que a expressão não é exclusividade do último inciso do artigo sob enfoque. Todas as situações previstas pelos outros incisos I e II do mesmo artigo 82 do Código de Processo Civil, possuem essa característica comum, razão pela qual a participação do órgão como fiscal se mostra igualmente imprescindível. Em todas as hipóteses vistas, o interesse público está envolvido, de forma implícita ou explícita. Os incisos I e II tratam-se de hipóteses de explicitação legislativa frente à indeterminação da noção de “interesse público, o qual carece de maior determinação. 
Na tentativa de dirimir os impasses acerca de qual o interesse público que exige a intervenção do Ministério Público, a doutrina e a jurisprudência firmou que há caráter obrigatório na ocorrência das hipóteses enumeradas nos incisos I e II e demais casos da legislação esparsa, nos demais casos há facultatividade de intervenção, cabendo ao Ministério Público e ao Juiz decidirem, diante do caso concreto, se há interesse público em juízo ou não. Em relação ao tema, o Supremo Tribunal de Justiça consolidou o entendimento de que “não se confunde interesse público com interesse da Fazenda Pública."
Prazos processuais
Em conformidade com o Novo Código de Processo Civil, o Ministério Público usufruirá de prazo em dobro para todas as manifestações processuais e, a contagem se iniciará a partir da intimação pessoal, salvo quando a lei determinar prazo próprio para o ente público.
Artigo 183, do Novo Código de Processo Civil:
“A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais, cuja contagem terá início a partir da intimação pessoal.
§ 1o A intimação pessoal far-se-á por carga, remessa ou meio eletrônico.
§ 2o Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de forma expressa, prazo próprio para o ente público. ”
Segundo Humberto Theodoro Júnior: “a Fazenda Pública e o Ministério Público possuem prazos diferenciados tendo em vista as notórias dificuldades de ordem burocrática que se notam no funcionamento dos serviços jurídicos da Administração Pública. ”
BIBLIOGRAFIA
http://www.viajus.com.br/viajus.php?pagina=artigos&id=2355&idAreaSel=15&seeArt=yes
http://www.mpam.mp.br/centros-de-apoio-sp-947110907/civel/artigos/fazenda-publica-estadual/3849-o-ministerio-publico-no-processo-civil
Livro Curso de Direito Processual Civil - Vol.1 - Humberto Theodoro Júnior

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