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LEG COM AD1 2016 2 Gabarito

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1. Sumidouro Alimentos em Conserva Ltda. é titular da marca de produto 
Areal registrada, em 2004, no Instituto Nacional da Propriedade Industrial 
(INPI), nas classes 29 (cogumelos em conserva) e 31 (cogumelos frescos) da 
Classificação Internacional de Marcas de Nice. O registro da marca expirou 
em 30 de setembro de 2014, mas a sociedade empresária continuou 
empregando a marca nos produtos indicados nas classes acima, tendo 
solicitado a prorrogação ao INPI, em 28 de novembro de 2014, com 
pagamento de retribuição adicional. Sobre a hipótese apresentada, responda 
aos itens a seguir. 
A) Considerando-se que o pedido de prorrogação foi feito após a expiração 
do registro da marca, o titular da marca poderia ainda requerer a prorrogação 
do registro? 
B) Como administrador de uma sociedade que recebeu por instrumento 
particular a cessão de registro da marca Areal, em 20 de outubro de 2014, 
como opinaria sobre a validade desse negócio jurídico? 
 
 
O objetivo da questão é verificar o conhecimento pelo examinando das regras 
que norteiam a vigência do registro de marcas e a possibilidade de 
prorrogação mesmo após a expiração do termo final da vigência do registro, 
desde que seja feita nos seis meses subsequentes e mediante pagamento de 
retribuição adicional, nos termos do Art. 133, § 2º, da Lei nº 9.279/96. Com 
isso, as cessões feitas no interregno de seis meses entre a expiração do 
prazo de registro e o pedido de prorrogação são válidas, pois o direito de 
propriedade sobre a marca é assegurado ao titular. 
Com essas considerações, a resposta é positiva, porque, antes do decurso 
de 6 meses da extinção da vigência do registro (em 28/11/2014), foi 
requerida a prorrogação deste. 
A) Sim, é possível o requerimento de prorrogação mesmo após a expiração 
do termo final da vigência do registro da marca, porque foi feito nos seis 
meses subsequentes e mediante pagamento de retribuição adicional, nos 
termos do Art. 133, § 2º, da Lei nº 9.279/96. 
B) O negócio jurídico é válido porque é admissível a cessão do registro de 
marca e o cedente atendeu ao prazo legal para a prorrogação do registro, 
com base no Art. 134 da Lei nº 9.279/96. 	
  2.	
   	
  A	
   sociedade	
  empresária	
  Princesa	
  Comércio	
  de	
  Veículos	
  Ltda.	
   foi	
   constituída	
  com	
   os	
   sócios	
   Treviso	
   e	
   Passos	
   Maia.	
   Por	
   sugestão	
   de	
   Passos	
   Maia,	
   os	
   sócios	
  resolveram	
  admitir	
  na	
  sociedade	
  Celso	
  Ramos,	
  detentor	
  de	
  larga	
  experiência	
  no	
  mercado	
  de	
  veículos.	
  Como	
  o	
  sócio	
  Celso	
  Ramos	
  não	
  dispõe	
  de	
  bens	
  ou	
  dinheiro	
  para	
  integralizar	
  a	
  sua	
  quota,	
  consultou-­‐se	
  o	
  advogado	
  da	
  sociedade	
  para	
  saber	
  se	
   poderia	
   ser	
   permitido	
   que	
   Celso	
   Ramos	
   ingressasse	
   somente	
   com	
   o	
   seu	
  trabalho,	
   a	
   título	
   de	
   integralização	
   de	
   quota,	
   ou,	
   alternativamente,	
   que	
   ele	
   não	
  tivesse	
  quota,	
  apenas	
  participando	
  com	
  a	
  contribuição	
  em	
  serviços,	
  como	
  prevê	
  o	
  Art.	
  981	
  do	
  Código	
  Civil.	
  	
  Com	
  base	
   nas	
   informações	
   do	
   enunciado	
   e	
   nas	
   disposições	
   legais	
   sobre	
   o	
   tipo	
  societário,	
  responda	
  aos	
  itens	
  a	
  seguir.	
  	
  
A)	
   A	
   primeira	
   solução	
   apresentada,	
   isto	
   é,	
   a	
   integralização	
   da	
   quota	
   com	
  trabalho,	
  é	
  viável?	
  	
  B)	
   É	
   viável	
   a	
   segunda	
   solução	
   apresentada,	
   ou	
   seja,	
   a	
   participação	
   de	
   Celso	
  Ramos	
  na	
  sociedade	
  sem	
  titularidade	
  de	
  quota?	
  	
  	
  A	
  questão	
  está	
  relacionada	
  à	
  sociedade	
  limitada.	
  O	
  examinando	
  deverá	
  ser	
  capaz	
  de	
  conhecer	
  o	
   tipo	
  societário	
  a	
  partir	
  do	
  nome	
  empresarial	
  e	
  a	
   legislação	
  a	
  ele	
  pertinente,	
  no	
  caso	
  o	
  Código	
  Civil,	
  bem	
  como	
  as	
  exigências	
  para	
  a	
   formação	
  do	
  capital	
   e	
   a	
   proibição	
   da	
   contribuição	
   em	
   prestação	
   de	
   serviços	
   a	
   título	
   de	
  integralização	
  da	
  quota.	
  Nenhuma	
  das	
  soluções	
  apresentadas	
  pelos	
  clientes	
  para	
  o	
   ingresso	
   de	
   Celso	
   Ramos	
   na	
   sociedade	
   é	
   viável,	
   sendo	
   compulsória	
   a	
  integralização	
  da	
  quota	
  em	
  bens,	
  materiais	
  ou	
  imateriais,	
  numerário	
  ou	
  crédito.	
  	
  A)	
   Não.	
   Na	
   sociedade	
   limitada	
   as	
   quotas	
   deverão	
   ser	
   integralizadas	
   com	
   bens	
  suscetíveis	
  de	
  avaliação	
  pecuniária,	
  sendo	
  vedada	
  a	
  integralização	
  com	
  serviços	
  (trabalho),	
  com	
  fundamento	
  no	
  Art.	
  1.054	
  c/c	
  o	
  Art.	
  997,	
  III,	
  doCódigo	
  Civil,	
  e	
  Art.	
  1.055,	
  §	
  2º,	
  do	
  Código	
  Civil.	
  	
  B)	
  Não.	
  O	
  contrato	
  de	
  sociedade	
  limitada	
  deverá	
  conter	
  cláusula	
  que	
  estabeleça	
  a	
  quota	
   de	
   cada	
   sócio	
   no	
   capital	
   social,	
   sendo	
   a	
   responsabilidade	
   dos	
   sócios	
  limitada	
  ao	
  valor	
  da	
  quota	
  de	
  cada	
  um,	
  com	
  fundamento	
  no	
  Art.	
  1.054	
  c/c	
  o	
  Art.	
  997,	
   IV,	
  do	
  Código	
  Civil,	
  e	
  no	
  Art.	
  1.052	
  do	
  Código	
  Civil.	
  Portanto,	
  Celso	
  Ramos	
  não	
  poderá	
  participar	
  da	
  sociedade	
  sem	
  titularizar	
  quota.	
  	
  	
  	
  
3. Os administradores das sociedades Bragança Veículos Ltda. e Chaves, 
Colares & Cia Ltda. acordaram que ambas participarão de operação na qual 
as sociedades unirão seus patrimônios para formar sociedade nova, que a 
elas sucederá nos direitos e obrigações em razão da extinção simultânea, 
sem liquidação, de Bragança Veículos Ltda. e Chaves, Colares & Cia Ltda. O 
contrato das sociedades tem cláusula de regência supletiva pelas normas 
das sociedades simples. Com base nas informações contidas no enunciado, 
responda aos itens a seguir. 
A) Indique o nomen juris da operação, o órgão competente para deliberar 
sobre ela, o quorum para aprová-la e o procedimento a ser adotado, de 
acordo com a legislação aplicável às sociedades em questão. 
B) Caso os administradores de cada sociedade não elaborem um protocolo 
com as condições da operação societária, haverá irregularidade na 
operação? Justifique. 	
  
A questão tem por objetivo aferir se o examinando identifica a operação 
descrita no enunciado como fusão de sociedades e conhece as principais 
regras do Código Civil sobre o instituto. De plano devem ser afastadas as 
regras da Lei nº 6.404/76 – Lei de Sociedades por Ações – em razão de 
serem as sociedades envolvidas do tipo limitada (Bragança Veículos Ltda. e 
Chaves, Colares & Cia Ltda.) e os contratos terem regência supletiva pelas 
normas da sociedade simples. 
A) Nomen juris da operação: Fusão, porque haverá extinção das sociedades, 
que se unirão para formar sociedade nova, que a elas sucederá nos direitos e 
obrigações (Art. 1.119, do Código Civil). Órgão competente para a 
deliberação: a operação deverá ser aprovada pela assembleia ou reunião de 
sócios de cada sociedade envolvida (Art. 1.071, VI, do Código Civil). Quorum 
para aprovação: por se tratarem de sociedades limitadas, é de ¾ (três 
quartos), no mínimo, do capital social (Art. 1.076, I, do Código Civil). 
Procedimento: na assembleia ou reunião dos sócios de cada sociedade, após 
a aprovação da operação, do projeto do ato constitutivoda nova sociedade, 
bem como o plano de distribuição do capital social, serão nomeados os 
peritos para a avaliação do patrimônio da sociedade. Apresentados os 
laudos, os administradores de cada sociedade convocarão reunião ou 
assembleia dos sócios para tomar conhecimento deles, decidindo sobre a 
constituição definitiva da nova sociedade. 
B) Não haverá irregularidade na operação caso não tenha sido elaborado o 
protocolo. Em razão da inexistência de sociedade por ações na operação e 
da cláusula de regência supletiva pelas normas da sociedade simples nos 
contratos das duas sociedades, é facultativa a elaboração de protocolo 
firmado pelos administradores, pois o Código Civil não exige tal documento, 
com fundamento no artigo 1.120 do Código Civil. 	
  4.	
   	
   Natanael	
   constituiu	
   uma	
   Empresa	
   Individual	
   de	
   Responsabilidade	
   Limitada	
  (EIRELI)	
   com	
   o	
   capital	
   mínimo	
   legal	
   e	
   procedeu	
   ao	
   arquivamento	
   do	
   ato	
  constitutivo	
  na	
  Junta	
  Comercial.	
  Nove	
  meses	
  após	
  a	
  constituição,	
  o	
   instituidor	
  decidiu	
  dobrar	
  o	
  valor	
  do	
  capital	
  para	
   atender	
   às	
   exigências	
   de	
   um	
   edital	
   de	
   licitação.	
   Para	
   tanto,	
   fez	
   uma	
  declaração	
   de	
   aumento	
   do	
   capital	
   e	
   deu	
   publicidade	
   no	
   registro	
   de	
   títulos	
   e	
  documentos.	
   O	
   ato	
   constitutivo	
   da	
   EIRELI	
   não	
   foi	
   alterado	
   porque,	
   segundo	
  Natanael,	
   tal	
   procedimento	
   é	
   obrigatório	
   apenas	
  para	
   contratos	
  plurilaterais	
   e,	
  como	
  a	
  EIRELI	
  não	
  tem	
  contrato	
  e	
  sim	
  ato	
  unilateral	
  de	
  constituição,	
  a	
  forma	
  por	
  ele	
   adotada	
   foi	
   correta.	
  Natanael	
   também	
  pretende	
   associar	
   seu	
   irmão	
  Hélio	
   à	
  sua	
   quota	
   única,	
   estabelecendo	
   um	
   condomínio	
   entre	
   eles,	
   já	
   que	
   a	
   quota	
   é	
  indivisa.	
  Com	
  base	
  no	
  caso	
  apresentado,	
  responda	
  aos	
  itens	
  a	
  seguir.	
  A)	
  O	
  aumento	
  do	
  capital	
  social	
  da	
  EIRELI	
  pode	
  ser	
  realizado	
  independentemente	
  de	
  alteração	
  do	
  ato	
  de	
  constituição?	
  	
  B)	
   É	
   possível	
   acatar	
   a	
   solução	
   proposta	
   por	
   Natanael	
   de	
   associar	
   Hélio	
   à	
   sua	
  quota?	
  	
  	
  	
  A	
  questão	
  trata	
  da	
  aplicação	
  das	
  normas	
  da	
  sociedade	
  limitada,	
  no	
  que	
  couber,	
  a	
  EIRELI,	
   em	
   especial	
   a	
   necessidade	
   de	
   arquivamento	
   do	
   ato	
   que	
   instituir	
   o	
  aumento	
   do	
   capital	
   e	
   da	
   impossibilidade	
   de	
   condomínio	
   sobre	
   a	
   quota.	
   O	
  examinando	
   deve	
   deixar	
   claro	
   na	
   resposta	
   ao	
   item	
   A	
   da	
   possibilidade	
   de	
  aplicação	
   do	
   art.	
   1.081	
   do	
   Código	
   Civil,	
   inserido	
   no	
   capítulo	
   da	
   sociedade	
  limitada,	
   por	
   não	
   haver	
   incompatibilidade	
   com	
   as	
   disposições	
   referentes	
   a	
  EIRELI.	
  Sobre	
   o	
   aumento	
   do	
   capital	
   da	
   EIRELI	
   com	
   a	
   necessária	
   alteração	
   do	
   ato	
   de	
  constituição,	
   trata-­‐se	
   de	
   aplicação,	
   do	
   Art.	
   1.081,	
   caput,	
   do	
   CC,	
   em	
   razão	
   da	
  disposição	
   contida	
   no	
   Art.	
   980-­‐A,	
   §	
   6º,	
   do	
   CC.	
   O	
   dispositivo	
   determina	
   que	
   o	
  capital	
   da	
   sociedade	
   limitada	
   pode	
   ser	
   aumentado,	
   após	
   sua	
   integralização,	
  sendo	
  feita	
  a	
  correspondente	
  modificação	
  do	
  contrato	
  social.	
  No	
  caso	
  de	
  EIRELI	
  não	
  se	
  aplica	
  a	
  exigência	
  de	
   integralização	
  em	
  virtude	
  da	
  determinação	
  contida	
  
no	
  Art.	
  980-­‐A,	
  caput,	
  do	
  CC;	
  todavia,	
  persiste	
  a	
  exigência	
  da	
  modificação	
  do	
  ato	
  de	
   constituição	
   (que	
   não	
   será	
   o	
   contrato	
   plurilateral	
   e	
   sim	
   um	
   ato	
   unilateral).	
  	
  Por	
  sua	
  vez,	
  na	
  resposta	
  ao	
  item	
  B,	
  o	
  examinando	
  deverá	
  afirmar	
  que	
  não	
  pode	
  ser	
   aplicada	
   a	
   disposição	
   do	
  Código	
   Civil,	
   que	
   autoriza	
   o	
   condomínio	
   de	
   quota	
  (Art.	
   1.056,	
   §	
   1º),	
   porque	
   embora	
   seja	
   compatível	
   com	
   a	
   sociedade	
   limitada,	
   é	
  incompatível	
   com	
   a	
   unipessoalidade	
   permanente,	
   característica	
   essencial	
   da	
  EIRELI.	
  Assim,	
   a	
   proposta	
   de	
   associar	
   o	
   irmão	
   Hélio	
   na	
   quota	
   única	
   da	
   EIRELI	
   não	
   é	
  possível,	
   porque	
   a	
   copropriedade	
   da	
   quota	
   relevaria	
   uma	
   pluralidade,	
   pois	
  seriam	
  duas	
  pessoas	
  participando	
  da	
  EIRELI	
  e	
  exercendo	
  direitos	
  em	
  comum.	
  A)	
  Não.	
  É	
  necessário	
  que	
  o	
  aumento	
  do	
   capital	
  da	
  EIRELI	
   seja	
   realizado	
  com	
  a	
  correspondente	
  modificação	
  do	
  ato	
  de	
  constituição,	
  ainda	
  que	
  esse	
  não	
  seja	
  um	
  contrato	
  plurilateral,	
   em	
   face	
  da	
  determinação	
   contida	
  no	
  Art.	
   1.081,	
   caput,	
  do	
  CC,	
  aplicável	
  à	
  EIRELI	
  em	
  razão	
  da	
  disposição	
  contida	
  no	
  Art.	
  980-­‐A,	
  §	
  6º,	
  do	
  CC.	
  B)	
   Não.	
   A	
   solução	
   proposta	
   por	
   Natanael	
   de	
   associar	
   seu	
   irmão	
  Hélio	
   à	
   quota	
  única	
  da	
  EIRELI,	
   criando	
  um	
  condomínio	
  sobre	
  a	
  quota	
   indivisa,	
  embora	
   tenha	
  previsão	
  para	
  a	
   sociedade	
   limitada	
   (Art.	
   1.056,	
   §	
  1º,	
  do	
  CC)	
  não	
  é	
  possível	
   sua	
  aplicação	
  à	
  EIRELI.	
  Assim,	
  aplicam-­‐se	
  à	
  empresa	
  individual	
  de	
  responsabilidade	
  limitada,	
   no	
   que	
   couber,	
   as	
   regras	
   previstas	
   para	
   as	
   sociedades	
   limitadas.	
   A	
  copropriedade	
   da	
   quota	
   viola	
   a	
   unipessoalidade	
   permanente,	
   característica	
  essencial	
  dessa	
  pessoa	
   jurídica(“será	
  constituída	
  por	
  uma	
  única	
  pessoa”),	
  como	
  está	
  disposto	
  no	
  Art.	
  980-­‐A,	
  caput,	
  do	
  CC.