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verbos impessoais

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Verbos Impessoais
Os verbos impessoais da língua portuguesa, ou 
seja, aqueles que, por não possuir sujeito, permanecem na terceira pessoa do 
singular em qualquer situação.
Veremos que esses verbos são "fazer" e "haver" e 
outros em determinadas acepções, mais especificamente, no caso desse último, com 
o sentido de (1) tempo decorrido ou (2) existência. 
Também comentaremos que, quando expressa 
existência, "haver" é sinônimo de "existir". Contudo, embora esses dois termos 
apresentem o mesmo significado, suas estruturas sintáticas são diversas e esse 
aspecto deve ser considerado para evitar equívocos. Veja:
• O verbo "haver" com o sentido de existir exige 
um elemento que, semanticamente, represente "algo ou alguém que há ou existe" e 
esse elemento atua, sintaticamente, como objeto direto da sentença, não 
estabelecendo, como qualquer objeto, concordância com o verbo. Exemplo: "Há 
(verbo na terceira pessoa do singular) muitos problemas para resolver (objeto 
direto)."
• O verbo "existir" (regular) também exige um 
elemento que, semanticamente, represente "algo ou alguém que há ou existe", mas, 
por sua vez, esse elemento atua, sintaticamente, como sujeito da sentença, 
estabelecendo, como qualquer sujeito, concordância com o verbo. Exemplo: 
"Existem (concordância: verbo na terceira pessoa do plural) muitos problemas 
para resolver (sujeito)."
Assim, é necessário tomar cuidado para não 
cruzar erroneamente as estruturas dos dois verbos.
Além disso, outros verbos que por vezes são 
empregados como impessoais, embora segundo a tradição sejam sim pessoais e assim 
tenham sujeito e apresentem as respectivas flexões de pessoa, são "bastar", 
"faltar", "restar" e "sobrar". Dessa forma, a norma predica, por exemplo, 
"Bastam alguns minutos de ginástica por dia." e não "Basta alguns minutos de 
ginástica por dia."; "Só faltavam João e Roberto" e não "Só faltava João e 
Roberto"; "Não restam convidados na festa." e não "Não resta convidados na 
festa"; e assim por diante.
Na última lição, introduzimos o tema dos verbos 
impessoais em língua portuguesa e vimos o uso do primeiro deles, "haver". Hoje 
vamos estudar sua morfologia nas diversas pessoas e tempos que o idioma 
apresenta. 
Porém, antes de seguir, é importante ressaltar 
mais uma vez que, com o sentido de existir, esse verbo não apresenta sujeito e, 
portanto, segundo a norma deve permanecer sempre na forma da terceira pessoa do 
singular (marcado em negrito na lista abaixo) do tempo correspondente, 
independente de seu objeto direto, que, como qualquer objeto direto, não exige 
concordância verbal. Exemplos: "Houve muitos gritos durante a briga."; " Vai 
haver doces e salgadinhos na festa de Rosa.".
Por outro lado, quando for usado em outras 
acepções (pouco comuns atualmente) ou como verbo auxiliar de formas compostas, 
"haver" será flexionado em todas as pessoas. Exemplos: "Quando Márcio chegar, 
(nós) já haveremos saído."; "Eles não me haviam explicado nada."; "(Eu) hei de 
vencer.".
1. Haver
Modo Indicativo:
presente - hei, hás, há, havemos, haveis, 
hão;
pretérito perfeito simples - houve, houveste, houve, houvemos, 
houvestes, houveram; 
pretérito imperfeito - havia, havias, havia, havíamos, 
havíeis, haviam;
pretérito mais-que-perfeito 
simples - houvera, 
houveras, houvera, houvéramos, houvéreis, houveram;
futuro do presente simples - haverei, haverás, haverá, 
haveremos, havereis, haverão;
futuro do pretérito simples - haveria, haverias, haveria, 
haveríamos, haveríeis, haveriam.
Modo Subjuntivo:
presente 
- haja, hajas, haja, hajamos, 
hajais, hajam;
pretérito imperfeito - houvesse, houvesses, houvesse, 
houvéssemos, houvésseis, houvessem;
futuro - houver, houveres, houver, 
houvermos, houverdes, houverem.
Modo Imperativo:
forma afirmativa - há, haja, hajamos, havei, hajam;
forma negativo - não hajas, não haja, não hajamos, 
não hajais, não hajam.
Formas nominais:
infinitivo impessoal - haver;
infinitivo pessoal - haver, haveres, haver, havermos, 
haverdes, haverem;
gerúndio - havendo;
particípio - havido.
 
Os verbos da língua portuguesa 
"haver" e "fazer" podem ser usados como impessoais. Isso significa que, em 
determinadas acepções, eles não têm sujeito e, portanto, adotam sempre a flexão 
da terceira pessoa do singular, variando apenas quanto ao tempo.
I. Verbo "haver"
Basicamente, "haver" é 
impessoal nos seguintes casos:
1. Quando expressa existência, 
acontecimento e/ou realização e, desse modo, pode ser substituído por "existir" 
ou "ocorrer" sem alteração de significado.
Exemplos:
Para mim nunca haverá um 
momento mais feliz que este.
Houve um problema na empresa 
durante a noite.
Pensou se haveria uma cerimônia 
em sua homenagem.
2. Quando expressa tempo 
decorrido e, assim, pode ser substituído por "fazer".
Exemplo:
Estava de dieta havia vários 
dias.
Note que "haver" permanece 
invariável inclusive no caso de formar uma locução com um verbo auxiliar.
Exemplos:
Deve haver muita gente presa no 
trânsito neste horário.
Vai haver uma festa hoje à 
noite em minha casa.
Lembre-se também de que, em 
outras ocorrências, o próprio "haver" pode ser usado como auxiliar e então será 
flexionado normalmente, de acordo com o sujeito gramatical.
Exemplos:
Ainda não haviam sido feitos os 
ajustes necessários.
Se houvéssemos chegado antes, 
não haveríamos perdido o início da sessão.
Nas próximas lições, vamos 
aprofundar o estudo de "haver" como impessoal, ver o verbo "fazer" na mesma 
situação e praticar um pouco com exercícios.
 
Nas duas últimas aulas, 
iniciamos e desenvolvemos o estudo dos verbos impessoais em língua portuguesa, 
ou seja, daqueles que não apresentam sujeito e, portanto, permanecem na terceira 
pessoa do singular, flexionando-se apenas quanto ao modo e ao tempo. Agora vamos 
ver o segundo caso, o do verbo "fazer".
II. Verbo "fazer"
O verbo "fazer" é impessoal nos 
seguintes casos:
1. Quando expressa determinado 
estado atmosférico ou fenômeno meteorológico.
Exemplos:
Fez muito frio nesta manhã e 
até nevou. 
Segundo a previsão do tempo, 
amanhã fará sol.
Normalmente, faz dias muito 
bonitos na primavera.
2. Quando expressa tempo 
decorrido e, assim, pode ser substituído por "haver".
Exemplo:
Fazia três meses que estava de 
dieta.
Note que "fazer" permanece 
invariável inclusive no caso de formar uma locução com um verbo auxiliar.
Exemplos:
Deve fazer muitas semanas de 
sol neste verão.
Já vai fazer dois anos que não 
vejo Cátia.
Em outras acepções "fazer" será 
flexionado normalmente, de acordo com seu respectivo sujeito gramatical.
Exemplo:
Amanda e eu fizemos aqueles 
bolo.
Na próxima lição, vamos ver 
todas as formas simples de "fazer", em seus diversos tempos e modos e em todas 
as pessoas, para os casos em que não é impessoal.
 
Como vimos, o verbo "fazer" 
pode ser impessoal em duas acepções: quando expressa fenômenos climáticos e 
quando expressa tempo decorrido. Contudo há diversos outros sentidos que esse 
termo pode assumir. Neste último caso, ele deverá ser flexionado em todas as 
pessoas gramaticais, de acordo com seu sujeito; naquele, a oração não tem 
sujeito e o verbo assumirá a forma da terceira pessoa do singular (em negrito 
na lista abaixo). Veja suas formas:
1. Fazer
Modo Indicativo:
presente 
- faço, fazes, faz, 
fazemos, fazeis, fazem;
pretérito perfeito simples
- fiz, fizeste, 
fez, fizemos, fizestes, fizeram; 
pretérito imperfeito - fazia, fazias, fazia, 
fazíamos, fazíeis, faziam; 
pretérito mais-que-perfeito 
simples - fizera, 
fizeras, fizera, fizéramos, fizéreis, fizeram;
futuro do presente simples
- farei, farás, fará, 
faremos, fareis, farão;
futuro do pretérito simples
- faria, farias, 
faria, faríamos, faríeis, fariam.
Modo Subjuntivo:
presente - faça, faças, faça, façamos, 
façais, façam;
pretérito imperfeito - fizesse, fizesses, fizesse, 
fizéssemos, fizésseis, fizessem;
futuro 
- fizer, fizeres, fizer, 
fizermos, fizerdes, fizerem.
Modo Imperativo:
forma afirmativa - faze, faça, façamos, fazei, 
façam;
forma negativo 
- não faças, não faça, 
não façamos, não façais, não façam.
Formas nominais:
infinitivo impessoal - fazer; 
infinitivo pessoal - fazer, fazeres, fazer, fazermos, 
fazerdes, fazerem; 
gerúndio 
- fazendo; 
particípio - feito.
Temos estudado os verbos 
impessoais da língua portuguesa, ou seja, aqueles que, por não possuir sujeito, 
permanecem na terceira pessoa do singular em qualquer situação.
Vimos que esses verbos são 
"fazer" e "haver" em determinadas acepções, mais especificamente, no caso desse 
último, com o sentido de (1) tempo decorrido ou (2) existência. 
Também comentamos que, quando 
expressa existência, "haver" é sinônimo de "existir". Contudo, embora esses dois 
termos apresentem o mesmo significado, suas estruturas sintáticas são diversas e 
esse aspecto deve ser considerado para evitar equívocos. Veja:
• O verbo "haver" com o sentido 
de existir exige um elemento que, semanticamente, represente "algo ou alguém que 
há ou existe" e esse elemento atua, sintaticamente, como objeto direto da 
sentença, não estabelecendo, como qualquer objeto, concordância com o verbo. 
Exemplo: "Há (verbo na terceira pessoa do singular) muitos problemas para 
resolver (objeto direto)."
• O verbo "existir" (regular) 
também exige um elemento que, semanticamente, represente "algo ou alguém que há 
ou existe", mas, por sua vez, esse elemento atua, sintaticamente, como sujeito 
da sentença, estabelecendo, como qualquer sujeito, concordância com o verbo. 
Exemplo: "Existem (concordância: verbo na terceira pessoa do plural) muitos 
problemas para resolver (sujeito)."
Assim, é necessário tomar 
cuidado para não cruzar erroneamente as estruturas dos dois verbos.
Além disso, outros verbos que 
por vezes são empregados como impessoais, embora segundo a tradição sejam sim 
pessoais e assim tenham sujeito e apresentem as respectivas flexões de pessoa, 
são "bastar", "faltar", "restar" e "sobrar". Dessa forma, a norma predica, por 
exemplo, "Bastam alguns minutos de ginástica por dia." e não "Basta alguns 
minutos de ginástica por dia."; "Só faltavam João e Roberto" e não "Só faltava 
João e Roberto"; "Não restam convidados na festa." e não "Não resta convidados 
na festa"; e assim por diante.
 
Verbos Impessoais I
Orações sem sujeito são as que trazem verbo impessoal. Verbo 
impessoal é o que não tem sujeito e se apresenta na terceira pessoa do singular. 
Os principais verbos impessoais são:haver e ser.
Os verbos impessoais ficam sempre na terceira pessoa do 
singular, já que não possuem sujeito.
Quando o verbo haver funcionar como auxiliar de 
outro verbo, deve concordar normalmente com o respectivo sujeito.
Para um brasileiro, a frase (1) "não havia dinheiro no 
cofre" é sinônima de (2) "não existia dinheiro no cofre" e de (3) "não 
tinha dinheiro no cofre". Se trocarmos dinheiro por cheques, 
no entanto, está armada a confusão: em (1), vamos ter "não havia 
cheques"; em (2), "não existiam cheques"; em (3) , embora o uso de ter 
com valor existencial seja classificado como pouco adequado para a escrita culta 
formal, se quisermos assim mesmo empregá-lo, vamos ter de escolher qual dos dois 
modelos (o de haver, impessoal, ou o de existir) ele vai seguir. 
Minha intuição aponta para a primeira hipótese: "não tinha cheques".
Todos os falantes sabem que a regra de ouro de nossa sintaxe 
é a de que todo verbo concorda com o SUJEITO da frase. O que devemos 
fazer, contudo, com aqueles verbos que não são atribuídos a sujeito algum, os 
chamados verbos impessoais? O uso culto prefere deixá-los imobilizados na
3a. pessoa do singular. Felizmente esses verbos formam um grupo 
extremamente reduzido: 
 
Exemplos: 
Haverá sóis mais brilhantes.
Fará invernos rigorosos. 
Também não se flexiona o verbo auxiliar que se põe junto a um 
verbo impessoal, formando uma locução verbal. 
Exemplos: 
Deverá fazer umas cinco horas.
Costuma haver casos mais 
significativos. 
Poderá fazer invernos menos 
rigorosos. 
Observação: O verbo haver no sentido de existir e o verbo 
fazer na indicação de tempo transcorrido ou fenômeno da natureza são impessoais.
Observação: O verbo existir nunca é impessoal: tem sempre 
sujeito com o qual concorda normalmente. 
Exemplos:
Existirão dúvidas. 
Poderão existir dúvidas. 
Observação: Quando o verbo haver funciona como auxiliar de 
outro verbo, deve concordar normalmente com o respectivo sujeito. 
Exemplo: 
Os garotos já haviam almoçado.
 
a)haver, quando sinônimo de existir, acontecer, realizar-se 
ou fazer (em orações temporais).
Obs. Também podemos ter no sentido de 
ocorrer.
 Ex.:
Havia poucos ingressos à venda. (Havia = Existiam)
Houve duas guerras mundiais. (Houve = Aconteceram)
Haverá reuniões aqui. (Haverá = Realizar-se-ão)
Deixei de fumar há muitos anos. (há = faz)
 
b) fazer, ser e estar (quando indicam tempo) ex.:
Faz invernos rigorosos no Sul do Brasil.
Era primavera quando a conheci.
Estava frio naquele dia.
 
c) Todos os verbos que indicam fenômenos da natureza são 
impessoais: chover, ventar, nevar, gear, trovejar, amanhecer, escurecer, etc. 
Quando, porém, se constrói, "Amanheci mal-humorado", usa-se o verbo amanhecer em 
sentido figurado. Qualquer verbo impessoal, empregado em sentido figurado, deixa 
de ser impessoal para ser pessoal. Se não vejamos:
Amanheci mal-humorado. (Sujeito desinencial: eu)
Choveram candidatos ao cargo. (Sujeito: candidatos)
Fiz quinze anos ontem. (sujeito desinencial: eu)
 
d) São impessoais, ainda:
1. o verbo passar (seguido de preposição), indicando tempo. 
Ex.: Já passa das seis.
2. os verbos bastar e chegar, seguidos da preposição de, 
indicando suficiência. Ex.: 
Basta de tolices. Chega de blasfêmias.
3. os verbos estar e ficar em orações tais como Está bem, 
Está muito bem assim, Não fica bem, Fica mal, sem referência a sujeito expresso 
anteriormente. Podemos, ainda, nesse caso, classificar o sujeito como 
hipotético, tornando-se, tais verbos, então, pessoais.
4. o verbo deu + para da língua popular, equivalente de ser 
possível. Ex.: 
Não deu para chegar mais cedo.
Dá para me arrumar uns trocados?
 
VERBOS IMPESSOAIS II(haver, fazer, etc.)
Quando o sujeito é um verbo 
impessoal 
O português tem alguns verbos 
que não possuem sujeito e, por isso, são usados na 3ª pessoa do singular. Entre 
eles, estão os famosos verbos que indicam fenômeno da natureza, como "chover", 
"ventar" e "trovejar". São muito raros os problemas de concordância com estes 
verbos. Porém, verbos como "haver" e "fazer" freqüentemente são empregados em 
desacordo com a norma culta. Vamos tratar especificamente dessas duas fontes - 
involuntárias - de problemas. Verbos impessoais (verbo haver no sentido 
de existir; verbo fazer indicando tempo; verbos que indicam 
fenômenos da natureza): ficam sempre na 3a pessoa do singular. Os 
verbos impessoais ficam sempre na 3º pessoa do singular.
Já fazia umas cinco horas que 
haviam saído.
Haverá lindos modelos no 
desfile.
Faz muito calor.
O verbo "haver" pode ser 
impessoal ou não. Será impessoal em situações como estas:  
a) quando significa "existir" 
ou "ocorrer":  
Naquela cidade, havia 
dois cinemas.("haver" com sentido de
"existir")  
Houve inúmeras festas naquele ano.("haver" 
com sentido de "ocorrer")  
b) quando indica tempo 
decorrido, ou seja, indica um período de tempo que já passou:  
Havia muitos anos que ele morava na 
cidade.  
 
O verbo "fazer" também pode ser 
impessoal, mas apenas nestes casos:  
a) quando indica tempo 
decorrido:  
Faz 
três dias que recebi o 
convite.  
b) quando indica fenômeno 
meteorológico:  
Em julho, fez dias muito 
frios nesta cidade.  
Nos casos acima, os verbos 
"haver" e "fazer" ficam na 3ª pessoa do singular, pois não têm sujeito. Isso não 
significa que em todas as ocasiões em que forem usados esses verbos, eles serão 
impessoais. Verifique que, no exemplo (1), o verbo "haver" é simplesmente um 
verbo auxiliar de "fugir" e concorda normalmente com o sujeito "eles":  
(1) Eles haviam fugido 
no meio da noite.  
Também é importante observar 
que, nas expressões verbais cujo elemento principal é um verbo impessoal, o 
verbo que o acompanha também se mantém na 3ª pessoa do singular. É o que se pode 
verificar no exemplo (2), em que o verbo "costumar" auxilia o impessoal "haver" 
(impessoal porque significa "ocorrer"):  
(2) Os vizinhos me garantiram 
que não costuma haver assaltos neste bairro.  
Veja agora se você compreendeu 
esta unidade.  
Clique
aqui para fazer novo exercício sobre 
concordância verbal.  
                        Ex: Faz 
5 anos...
                        Havia 
crianças na fila.
Obs.:- Também fica na 3º pessoa 
de singular o verbo auxiliar que se põe junto a um verbo impessoal formando uma 
locução verbal.
                        Ex: 
Deve haver crianças na fila.
- O verbo existir não é 
impessoal.
                        Ex: 
Existiam crianças na fila.
                        Devem 
existir crianças na fila. (O verbo auxiliar de um verbo pessoal concordará com o 
sujeito). 
VERBO HAVER. I
Um dos empregos do verbo 
haver é aquele que aponta para a noção de tempo decorrido. Quando expressa esse 
sentido, o verbo haver torna-se um verbo impessoal.
 
É importante anotar a grafia 
correta do verbo haver na construção de orações com as quais se pretenda 
expressar essa noção de tempo decorrido. Não raro, confunde-se a grafia da forma 
verbal HÁ com a preposição ou artigo A. Emprega-se a preposição "a", em oposição 
a "há", quando quer-se expressar a noção de tempo futuro. Dessa forma, o "a" 
anuncia um acontecimento vindouro, ao passo que "há" remete a um acontecimento 
passado.
 
Exemplos:
 
1. O mensageiro procurava 
por seu endereço a meses. [Inadequado]
    O mensageiro procurava 
por seu endereço há meses. [Adequado]
2. Posto de serviços há 
vinte minutos. [Inadequado]
    Posto de serviços a 
vinte minutos. [Adequado]
 
Os verbos impessoais – 
aqueles que apresentam sujeito nulo na oração – não se flexionam em número e 
pessoa verbal.
O verbo haver torna-se 
impessoal quando exprime o sentido de:
 
v existir. Exemplo: Há 
momentos de solidão necessária.
v acontecer/ocorrer. 
Exemplo: Há inaugurações mensais nessa galeria.
 
v fazer (indicando tempo 
decorrido). Exemplo: Há anos ambiciono essa vaga.
 
Sempre que o verbo haver for 
empregado com algum dos sentidos apontados acima, não ocorrerá a flexão verbal, 
já que não existe um sujeito gramatical na oração. Nesse caso, o verbo haver 
deve ser empregado sempre na terceira pessoa do singular.
 
Exemplos:
 
1. Haverão surpresas na 
festa. [Inadequado]
 
    Haverá surpresas na 
festa. [Adequado]
 
2. Houveram brigas durante o 
carnaval. [Inadequado]
 
Houve reclamações junto à 
secretaria. [Adequado]
 
3. Hão dias que não te vejo! 
[Inadequado]
 
    Há dias que não te vejo! 
[Adequado]
 
Verbo Haver II
no dicionário 
do Lat. habere, ter v. tr., 
ter; possuir; obter, conseguir; receber, tomar; julgar; conceber, entender; 
existir; acontecer; ter passado, ter decorrido; v. refletir., proceder, 
comportar-se; s. m., em escrituração mercantil, o lado das contas onde se lançam 
os pagamentos ou as saídas dos valores; contrapartida do Deve; crédito; (no pl.) 
bens; (no pl.) fazendas; (no pl.) riquezas;  - por bem: dignar-se; — mister: 
necessitar. 
Na gramática de Celso Cunha
O verbo haver, conforme o seu 
significado, pode empregar-se em todas as pessoas ou apenas na 3ª pessoa do 
singular. 
1. Emprega-se em todas as 
pessoas: 
a) Quando é auxiliar (com 
sentido equivalente a ter) verbo pessoal, quer junto a particípio, quer junto a 
infinitivo antecedido da preposição de.  
 “O tempo que hei sonhado/ 
Quantos anos foi de vida!” (Fernando Pessoa) 
“Haviam decorrido cinco anos 
sem nos vermos.” (Camilo Castelo Branco) 
“Deixe: amanhã hei de acordá-lo 
a pau de vassoura!” (Machado de Assis) 
b) quando é verbo principal, 
com os significações de “conseguir”, “obter”, “alcançar”,  
“adquirir”. 
 “Donde houveste, ó pélago 
revolto,/Esse rugido teu?” (Gonçalves Dias) 
“Tão nobre és, como os 
melhores, e rico; porque a ninguém mais que a ti devem de pertencer as terras 
que teu avô Digo Álvares conquistou ao gentio para El-Rei, de quem as houvemos 
nós e nossos pais.” (José de Alencar)  
c) quando é verbo principal, 
com a forma reflexa, nas acepções de “portar-se”, “proceder”, “comportar-se”, 
“conduzir-se”. Exemplos 
“Soares houve-se como pôde na 
singular situação em que se achava.” (Machado de Assis) 
“Não vão crer que era pesar nem 
dor; por ocasião do casamento, houve-se com grande discrição, cuidou do enxoval 
da noiva e despediu-se dela com muitos beijos chorados.” (Machado de Assis)
d) quando é verbo principal, 
também com a forma reflexa, no sentido de “entender-se”, “ajustar contas”:
“Dava Belmiro passagem de graça 
a gente pobre, e se por acaso aparecia valentão no seu trem, teria que se haver 
com ele.” (José Lins do Rego) 
e) quando é verbo principal, 
acompanhado de infinitivo sem preposição, com sentido equivalente a “ser 
possível”: 
 “Não há negá-lo, o apito é de 
uso geral e comum.” (Machado de Assis) 
    “Não havia contê-los,” 
(Euclides da Cunha) 
2. É raro nos escritores 
modernos, mas muito freqüente nos do português antigo e médio, o uso pessoal do 
verbo haver, como verbo principal, na acepção de: 
a) “ter”, “possuir”: 
“Hei medo de deixar nome de 
injusto.” (A. Ferreira) 
b) “julgar”, “pensar”, 
“considerar”, “ter para si”: 
“Por bom hei guardar o gado.” 
(C. Falcão) 
3. Comparem-se as expressões:
a) haver por bem = dignar-se, 
resolver assentar, julgar oportuno ou conveniente: 
“Havemos por bem decretar.” 
(Caldas Aulete) 
b) haver mister = precisar, 
necessitar: 
“Ora, o soldado, entre nós, há 
mister de três benefícios urgentes.”  
4. Emprega-se como impessoal, 
isto é, sem sujeito, quando significa “existir”, ou quando indica tempo 
decorrido. Nesses casos, em qualquer tempo, conjuga-se tão-somente na 3ª pessoa 
do singular:  
“Havia pitangueiras na praia.” 
(A. F., Schimidt)  
“Há três anos vivemos uma vida 
horrível.” (Graciliano Ramos) 
5. Quando o verbo haver exprime 
existência e vem acompanhado dos auxiliares ir, dever, poder, etc., a locução 
assim formada é, naturalmente, impessoal: 
“Lá e acolá devia haver 
terríveis cabeças humanas apontando da água, como repolhos de um canteiro, como 
moscas grudadas no papel-de-cola.” (Guimarães Rosa)  
Distinção essencial 
O verbo haver, quando sinônimo 
de existir, constrói-se de modo diverso deste. Nesta acepção, haver não tem 
sujeito e é transitivo direto, sendo o seu objeto o nome da coisa existente ou, 
a substituí-lo, o pronome pessoal
o (a, os, as). Existir, ao contrário, é 
intransitivo e possui sujeito, expresso pelo nome da coisa existente. 
Dir-se-á, pois: 
Outrora, havia amendoeiras no 
parque. 
Outrora, existiam amendoeiras 
no parque. 
Construção do tipo: 
“Houveram muitas lágrimas de 
alegria.” (Camilo Castelo Branco) 
“Ali haviam vários deputados 
que conversavam de política, e os quais se reuniram a Meneses.” (Machado de 
Assis) 
embora se documentem em alguns 
dos melhores escritores da língua, especialmente do século passado, não devem 
ser hoje imitadas. 
Há que se votar para presidente
Essa frase não traz nenhum 
impedimento – ao menos do ponto de vista lingüístico. Muitos evitam o uso do 
verbo haver com o que, por considerarem espanholismo. Espanholismo que Frei Luís 
de Sousa usou, que Padre Antônio Vieira usou, que Alexandre Herculano usou, que 
nós – portanto – podemos também usar: 
Uso correto - Sacconi 
Há que se promover com urgência 
o retorno da democracia. 
Há que se retomar urgentemente 
o caminho da competência. 
Há que se voltar cereleramente 
aos quartéis 
(Sacconi)
Verbo Haver III
Haver é um... 
verbo, palavra variável que 
exprime ação, estado, mudança de estado e fenômeno, situando-os no tempo. 
E significa... 
ter, possuir, existir, 
fazer, ocorrer, acontecer.
1. O verbo haver... 
flexiona-se regularmente nos seguintes casos:
a) quando é empregado como 
auxiliar do verbo pessoal. 
Ex.: Eles hão de vencer este 
jogo.
b) quando é empregado com o 
sentido de comportar-se ou ajustar as contas:
Ex.: Eles se houveram muito 
bem durante os debates.
2. O verbo haver conjuga-se 
apenas na terceira pessoa do singular quando é impessoal, isto é, quando não tem 
sujeito. Isso ocorre quando significa existir ou quando é empregado em sentido 
temporal:
Ex.: Há vários livros na 
mesa.
Observação: nesse caso, se o 
verbo haver fizer parte de uma locução, seu auxiliar deve ficar sempre na 
terceira pessoa do singular.
Ex.: Deve haver vários 
acidentes nessa estrada.
Verbo HAVER 
IV 
Este verbo, quando usado nos 
sentidos de EXISTIR ou OCORRER, fica sempre na 3ª do singular (o elemento em 
destaque é analisado como objeto direto): 
	
 
 CORRETO: 
	
 
 ERRADO:
	
 
 Havia dez interessados. 
	
 
 Haviam dez interessados.
	
 
 Aqui houve alterações. 
	
 
 Aqui houveram alterações.
	
 
 Haverá sessões contínuas.
	
 
 Haverão sessões contínuas.
Você já deve ter-se acostumado a ouvir *haviam pessoas, 
*haverão dúvidas - construções provavelmente inspiradas, por analogia, em
existiam pessoas e existirão dúvidas, mas com certeza ficaria 
surpreso se soubesse o quanto se discute, entre os estudiosos, a conveniência de 
considerar, de uma vez por todas, o verbo haver como um verbo comum com 
sujeito posposto. Há bons argumentos contra e bons argumentos a favor desse "reenquadramento" 
de haver, e tanto um quanto o outro lado têm a defendê-los jovens e 
velhos gramáticos. Aqui se trata, porém, de definir um item do uso culto 
escrito; portanto, se você quer se sentir seguro, não invente moda e opte 
por deixar o verbo sempre no SINGULAR. Em outras palavras: se você não 
quer chamar a atenção de todos durante a cerimônia, use gravata (e, de 
preferência, com um nó clássico). 
 
Quando significa "existir, 
ocorrer", o verbo haver fica na terceira pessoa do singular, já que ele se torna 
impessoal, não tendo sujeito. 
Exemplos: 
Houve fatos marcantes em nossa 
vida. 
Havia milhares de candidatos 
naquele concurso. 
Sempre houve graves problemas 
sociais no país. 
Deve ter havido muitas vítimas 
naquele acidente. 
No entanto, se empregarmos no 
lugar de haver os verbos existir ou ocorrer, eles concordarão com os seus 
respectivos sujeitos. 
Exemplos: 
Existiam milhares de candidatos 
naquele concurso. ("milhares de candidatos" = sujeito de existir) 
Ocorreram fatos marcantes em 
nossa vida. ("fatos marcantes" = sujeito de ocorrer) 
 
O brasileiro é resistente ao 
plural. Ouve-se muito dois real, dez real...
Para ilustrar o professor propõe 
à rua a seguinte questão: 
"Faz vinte anos que estive aqui 
ou fazem vinte anos que eu estive aqui."
As opiniões ficam divididas. O 
correto é 
" Faz vinte anos que 
estive aqui."
O verbo fazer indicando tempo 
não tem sujeito. Pode-se e deve-se dizer: "passaram dez anos".
De fato, os anos passam. Mas, 
nunca falar " fazem dez anos ".
O mesmo acontece na locução 
verbal quando o verbo fazer é associado a outro na indicação de tempo: 
"               
Já deve fazer vinte anos que ela foi embora ".
 Nunca dizer :     "Já devem 
fazer vinte anos ...". 
Nesses casos o verbo fazer vem 
sempre no singular.
Outro caso é levantado: "Quando 
conheci sua prima, eu morava lá há dez anos" ou "... morava lá havia dez anos".
A dica é muito simples. Usando o 
verbo fazer a forma correta de falar é ".... morava lá fazia dez anos". Logo,
"... eu morava lá havia dez 
anos".
Neste caso, o verbo haver 
equivale a fazer, indica tempo. Os tempos verbais também devem se casar: se eu 
morava..., morava fazia ..., morava havia.... É assim que exige o padrão formal 
da língua. 
"Haja paciência!" Todos já 
ouvimos essa expressão. Esse "haja" é o verbo haver no presente do subjuntivo. 
Esse verbo talvez seja o mais desconhecido quanto às suas flexões. Muitas vezes 
é usado sem que o usuário tenha consciência de que o está usando.
"Estive aqui
há dez anos". 
O "há" presente na oração 
é o verbo haver e pode ser trocado por outro verbo: "Estive aqui faz dez 
anos".
Existem deslizes típicos de quem 
não conhece as características do verbo haver. Quando se diz "Há muitas pessoas 
na sala", conjuga-se o verbo haver na terceira pessoa do singular do presente do 
indicativo. Note que não foi feita a concordância do verbo haver com a palavra 
pessoas. Não se poderia dizer "Hão pessoas".
O verbo haver, quando usado com 
o sentido de existir, fica no singular. Se fosse usado o verbo existir, este sim 
iria para o plural:"Existem muitas pessoas na sala"
A confusão tende a aumentar 
quando o verbo haver é usado no passado ou no futuro. Em certo trecho, a versão 
feita pelo conjunto "Os incríveis" da canção "Era um garoto que como eu amava os 
Beatles e os Rolling Stones", diz:
"... Não era belo mas, mesmo 
assim, havia mil garotas a fim...."
Nesta canção o verbo haver foi 
empregado com o sentido de existir. Logo, está correta a versão, o 
verbo no passado e no singular. 
No Brasil, fala-se "cabe dez", 
"sobrou 30", "falta 30". Geralmente não se faz concordância. Mas, quando não é 
necessário fazer, erra-se. "Houveram muitos acidentes naquela rodovia". Errado.
O correto é "Houve muitos 
acidentes naquela rodovia". Haverá acidentes, houve acidentes, há pessoas, havia 
pessoas, houve pessoas.
Vale repetir: "O verbo haver 
quando empregado com o sentido de existir, ocorrer, acontecer, fica no singular, 
independentemente do tempo verbal."
Verbo haver V
Veja este trecho da canção "Tudo 
vale a pena", gravada por Fernanda Abreu:
"Quem foi que disse que a 
miséria não sorri?
Quem tá falando que não se chora 
miséria no Japão?
Quem tá pensando que não 
existem tesouros na favela?
Então tudo vale a pena se a alma 
não é pequena...".
Num dos versos, a letra traz o 
verbo "existir" no plural da 3ª pessoa do presente do indicativo, concordando 
com o sujeito, no caso "tesouros", que também está no plural. Essa concordância 
do verbo "existir" deixa algumas pessoas atrapalhadas, porque um sinônimo dele, 
o verbo "haver", adota outro procedimento.
Quando usamos o verbo "haver" no
mesmo sentido de "existir", nunca devemos empregá-lo no plural.
Verbo haver, com sentido de 
existir, acontecer e ocorrer, é invariável.
Vamos ver um trecho da letra da 
canção "Marcha da quarta-feira de cinzas", de Carlos Lyra e Vinícius de Moraes:
"...Porque são tantas coisas 
azuis, há tão grandes promessas de luz,tanto amor para amar de que a 
gente nem sabe...".
Vinícius de Moraes, autor da 
letra, usou a palavra "há", que é a 3ª pessoa do singular do presente do 
indicativo do verbo "haver". E está concordando com o sujeito "grandes", no 
plural. A concordância está correta! Mas, se trocássemos "haver" por "existir", 
o verbo iria para o plural: "Existem tão grandes promessas".
É importante lembrar que o verbo 
"haver" (sempre com o sentido de existir, ocorrer, acontecer) permanece 
invariavelmente no singular não só no presente, mas também no pretérito e no 
futuro.
Há pessoas
Havia pessoas
Houve pessoas
Haverá pessoas
Verbo Haver VI
Um dos graves problemas da nossa língua é a confusão entre os 
verbos HAVER, FAZER, EXISTIR, ACONTECER, OCORRER e DECORRER no que se refere à 
concordância. Observe alguns casos de erros bem comuns..
a) Houveram muitas reclamações durante o processo eleitoral.
b) Haviam alguns dias do recurso apresentado pelos candidatos
c) Fazem muitos anos da imposição de tais normas nas 
eleições.
d) Deve existir certas atitudes básicas em nome do bom senso 
e justiça.
e) Pode acontecer oportunidades mais claras de melhorar o 
sistema de voto.
f) Vai ocorrer outras ocasiões em que o voto será um 
diferencial bem importante.
g) Tem de decorrer menos décadas entre o fato inicial e os 
eventos atuais e definitivos.
    Na verdade, tudo se resume a um conhecimento gramatical 
bastante simples. Veja só.
CASO 1: HAVER e FAZER, nos sentidos de existir, acontecer, 
ocorrer e decorrer, são verbos impessoais, isto é, que não têm sujeito; 
portanto, não variam, ou seja, permanecem na 3a. pessoa do singular. Assim:
a) Houve muitas reclamações durante o processo eleitoral.
b) Havia alguns dias do recurso apresentado pelos candidatos
c) Faz muitos anos da imposição de tais normas nas eleições.
    O mesmo ocorreria nas formas compostas ou locuções 
verbais:
a) Tem havido muitas reclamações durante o processo 
eleitoral.
b) Devia haver alguns dias do recurso apresentado pelos 
candidatos
c) Há de fazer muitos anos da imposição de tais normas nas 
eleições.
HOUVE, HAVIA e FAZ ficam na forma singular, exatamente como 
ficaria HÁ, isto é: NINGUÉM USARIA A FORMA HÃO.
CASO 2: EXISTIR, ACONTECER, OCORRER e DECORRER são verbos 
normais, isto é, têm sujeito e concordam com ele; podem, portanto, ficar no 
singular ou plural, sempre dependendo do sujeito, que, normalmente, vem depois 
do verbo.
d) Devem existir certas atitudes básicas (suj.) em nome do 
bom senso e justiça.
e) Podem acontecer oportunidades mais claras de melhorar o 
sistema de voto (suj.).
f) Vão ocorrer outras ocasiões (suj.) em que o voto será um 
diferencial bem importante.
g) Têm de decorrer menos décadas (suj.) entre o fato inicial 
e os eventos atuais e definitivos.
    Só se poderiam usar as formas Deve existir, Pode 
acontecer, Vai ocorrer e Tem de decorrer se os 
sujeitos fossem singulares. 
    Nas frases acima, com formas simples, os verbos também 
concordariam com os seus sujeitos: Existem, Acontecem, Ocorrem e Decorrem.
HOUVERAM FATOS HORRÍVEIS...
            
Isso aí foi 
falado por uma vetusta apresentadora  de televisão, no dia 16/7/01, pelo SBT. É 
o tipo de erro que diríamos bárbaro na pior das acepções. 
         O verbo 
H A V E R  pode ser flexionado em todas as pessoas (é pessoal, portanto), 
como ser flexionado apenas na 3a. pessoa do singular de qualquer tempo e modo 
(é impessoal, portanto). 
         1.HAVER 
PESSOAL significa TER e pode aparecer em duas funções:
         * como 
núcleo do predicado verbal, hoje em dia não mais usado, mas que se encontra 
classicamente: eu hei livros = eu tenho livros; todos 
haviam esperança de que papai se recuperasse = todos tinham esperança 
de que papai se recuperasse;
         * como 
auxiliar da voz ativa, substituído normalmente por TER: os desempregados 
haviam / tinham subscritado um pedido ao presidente; 
havemos / temos de chegar no horário, como foi combinado.
USO DO HAVIA E HAVIAM
O verbo haver é impessoal (e, portanto, deve ficar na 3ª pessoa do singular) 
quando significa:a- EXISTIR: "Não HAVIA elementos suficientes para o orçamento 
pedido".b- OCORRER, ACONTECER: "Se não HOUVER imprevistos, o prazo será 
mantido."c- FAZER (indicando tempo decorrido): "Espero o material pedido HÁ duas 
semanas".OBS: O verbo haver, quando significa existir, é impessoal, mas o verbo 
existir, ele próprio, é pessoal e, portanto, deve concordar com o sujeito.
HÁ momentos em que... / EXISTEM momentos em que ...
Eu estou esperando o pedido HÁ / A / Á muito tempo:a- 
Na indicação de tempo passado, usa-se impessoalmente o verbo haver. 
O recurso prático que ajuda a evitar erros é muito simples: na indicação de 
tempo, usa-se sempre HÁ quando puder ser substituído por FAZ.
Ele saiu há instantes (faz instantes). 
Ela partiu há uma hora (faz uma hora). 
Há séculos que não se vê uma coisa dessas (Faz séculos...). 
De há muito ele desistiu dessa idéia (De faz muito...). 
Empregando assim, o verbo haver indica tempo decorrido. Seria, portanto, 
redundância acrescentar o advérbio ATRÁS.Correto: 
HÁ alguns anos. Alguns anos ATRÁS Errado:  HÁ alguns anos ATRÁS.
b- na indicação de tempo futuro, ou de espaços entre épocas, já não se trata do 
verbo HAVER, mas da simples preposição A. 
Ela chegará daqui A instantes. 
Daqui A dois anos estarei casado. 
Estamos A três dias do natal. 
As inscrições ficarão abertas de janeiro A março. 
De segunda A sexta estarei em Brasília. 
OBS.: Não existe, em português, a letra A sozinha com o acento gráfico.
 
Haviam ou havia muitas 
crianças na creche?
A segunda. Empregado no sentido de “existir”, o verbo haver é impessoal, isto é, 
não tem sujeito e permanece invariável na terceira pessoa do singular, como em 
“Não houve um único aluno ausente”, “Havia policiais disfarçados no salão” e 
“Haverá muitas pessoas que reclamarão”. Ao integrar conjugação composta – a 
formada por verbo principal e
auxiliar –, o verbo haver, no caso de que se trata, torna impessoal também o 
auxiliar: “Devia haver irregularidades ali” e “Apesar dos prejuízos que possa 
ter havido, a loja continuou aberta”. Se “haver” for substituído por existir, a 
concordância processar-se-á normalmente: “Existem vários casos de falha 
mecânica”  
 
Concordância especial do verbo ser 
A concordância do verbo ser é muito rica em detalhes. Em 
muitas situações, esse verbo deixa de concordar com o sujeito para concordar com 
o predicativo. Em outras, pode concordar com um ou com outro, de acordo com o 
termo que se quer enfatizar:
entre substantivo comum no singular e substantivo 
comum no plural: tende a ir para o plural
No meio da chuva, o coração do seu carro são 
as palhetas e os limpadores do pára-brisa.
A cama são algumas tábuas retorcidas.
Concordância do verbo ser: em alguns casos, o verbo ser
pode concordar com o predicativo.
1o caso: sujeito formado por pronome interrogativo
que ou quem.
Quem são eles?
Que são esses objetos?
2o caso: verbo ser impessoal, indicando 
hora, dia, distância ou período de tempo.
São nove horas.
De Maringá a Londrina são cem 
quilômetros.
3o caso: quando o sujeito e o predicativo são 
nomes de coisa, o verbo ser deve concordar com o que está no plural.
Esses monumentos são o patrimônio da cidade.
Essa
vida são momentos de felicidade.
4o caso: quando o sujeito ou o predicativo é um 
pronome pessoal do caso reto, o verbo ser deve concordar com esse 
pronome.
O chefe sou eu.
Eu sou o chefe.
Observação:
Se os dois termos (sujeito e 
predicativo) forem pronomes, a concordância será com o que aparece primeiro, 
considerando o sujeito da oração.
Ex.: Eu não sou tu
e-  Se o sujeito for pessoa, 
a concordância nunca se fará com o predicativo.
Ex.: O menino era as 
esperanças da família. 
5o caso: quando o sujeito é formado por um dos 
pronomes a seguir: isto, isso, tudo, aquilo, o verbo
ser deve concordar com o predicativo.
Tudo isto são segredos.
 
a) quando é colocado entre um substantivo comum no singular e 
outro no plural, o verbo ser tende a ir para o plural. Poderá ficar no singular 
por motivo de ênfase:
 
Ex.: 
A sua paixão eram os filmes de 
terror.
Aquele amor é apenas cacos de 
um passado.
 
b) quando colocado entre um nome próprio e um substantivo 
comum, o verbo ser tende a concordar com o nome próprio. Entre um pronome 
pessoal e um substantivo comum ou próprio, o verbo concorda com o pronome:
no primeiro caso concorda com o nome próprio; no 
segundo com o pronome.
Ex.:
            Garrincha foi as mais incríveis diabruras 
com a bola.
O professor sou 
eu.
Eu sou Pedro 
das Neves.
Pedro das Neves 
sou eu.
            Garrincha foi as maravilhas do drible.
O responsável pela expedição 
sou eu.
José da Silva sou eu.
 
c) quando colocado entre um pronome não-pessoal e um 
substantivo, o verbo ser tende a concordar com o substantivo:
Ex.: 
Tudo eram alegrias naquela 
noite.
Isso são manias de um ocioso.
Que são idéias?
Tudo eram 
sorrisos naquele ambiente hipócrita.
Isso são 
manias de quem não tem o que fazer.
Quem são os 
escolhidos?
 
Nos dois primeiros casos, há gramáticos que consideram 
possível também a concordância com o pronome.
 
d) nas expressões que indicam quantidade (medida, peso, 
preço, valor), o verbo ser é invariável:
Ex.:
Dois quilos é pouco.
Vinte mil reais é muito. 
Cinco quilos é 
muito.
Mil reais é 
pouco para uma família viver em São Paulo.
Dez minutos é 
muito tempo.
Com você, duas 
horas é pouco.
 
e) nas indicações de tempo, o verbo ser concorda com a 
expressão numérica que o acompanha:
Ex.:
 É uma hora.
São duas horas.
Já é mais de uma hora.
São cinco para uma.
Hoje são vinte de setembro.
Ou
Hoje é dia vinte de setembro.
É uma légua 
            É primeiro de maio. 
            São duas horas. 
            São duas léguas. 
            São quinze de maio. 
 
A concordância do verbo ser oscila freqüentemente entre o 
sujeito e o predicativo. Entre tantos casos, podemos ressaltar: 
quando o sujeito e o predicativo são nomes de coisa e 
pertencem a números diferentes, o verbo concorda, de preferência, com o que está 
no plural. 
Exemplos: 
Tua vida são ilusões. 
Essas vaidades são o seu 
segredo. 
Observação: Nesse caso, muitas vezes, faz-se a concordância 
com o elemento a que se quer dar destaque. 
Exemplo: 
O mundo é ilusões. 
Quando um dos dois (predicativo ou sujeito) é nome de pessoa, 
a concordância faz com a pessoa. 
Exemplos: 
            Você é suas decisões. 
Seu orgulho eram os velhinhos.
O verbo concorda com o pronome pessoal, seja este sujeito, 
seja predicativo. 
Exemplos:
O professor sou eu. Eu sou o 
professor. 
Nas indicações de hora, dia e distância, o verbo ser, 
impessoal, concorda com o predicativo.
Exemplo: 
É uma hora. 
É uma légua 
É primeiro de maio. 
São duas horas. 
São duas léguas.
            São quinze de maio.
 Observação: Neste último caso, a indicação de dias do mês, o 
verbo ser admite duas construções:  É (dia) treze de maio. São treze (dias) de 
maio. 
Nas expressões estereotipadas indicativas de quantidade (do 
tipo: é muito, é pouco, é bastante) o verbo ser fica invariável. 
Exemplos: Quinze quilos é pouco. Três quilômetros é 
suficiente. Dois cruzeiros é bastante.
Veja outras considerações sobre o verbo ser e a concordância:
Verbo SER: Decerto, se apresentarem a frase "O 
vestibular são as esperanças dos estudantes" a maioria dirá que há inadequação, 
pois "O vestibular são..." parece estar errado, não é mesmo? 
Mas está certo, pois o verbo ser, quando tiver como 
sujeito e como predicativo do sujeito elementos numericamente diferentes (um no 
singular, outro no plural), deverá concordar com o plural, não importando a 
sequência em que os elementos se encontrem na oração. 
Ex.: "O mundo dela são as suas bonecas"; "Nem 
tudo são alegrias na vida". 
Essa concordância só não ocorrerá, se o sujeito for um nome 
próprio ou indicar pessoa; nesse caso, o verbo ser concordará com a pessoa.
Ex.: "O homem é cinzas"; "Mariella é as 
alegrias da família". 
Outro caso especial do verbo ser ocorre em frases que indicam 
quantidade: Qual é o certo? "Trezentos gramas de carne é (ou são) o suficiente 
para esse prato"? A resposta é "Trezentos gramas de carne é o suficiente", 
porque o verbo ser ficará no singular, quando o predicativo for uma expressão 
como "muito, pouco, o bastante, o suficiente, uma fortuna, uma miséria, 
demais...". 
Ex.: "Duzentos mil reais é muito para essa 
casa"; "Quatro voluntários é o bastante para realizar o serviço".
O verbo ser também pode ser impessoal, ou seja, pode 
apresentar-se sem sujeito. Isso ocorrerá quando indicar horas, datas ou 
distâncias. Ao indicar horas ou distâncias, o verbo ser concordará com o 
numeral a que se refere; ao indicar datas, tanto poderá ficar no singular, 
quanto no plural, com exceção do primeiro dia do mês; nesse caso, ser ficará no 
singular. 
Ex.: "É uma hora"; São duas horas"; "É um 
quilômetro daqui até lá"; "São dois quilômetros daqui até lá"; "É vinte e nove 
de agosto"; "São vinte e nove de agosto". 
 
Veja o link sobre o 
verbo ser. 
_ VERBO FAZER. 
2. FAZER (e HAVER, 
também), indicando TEMPO DECORRIDO 
	
 
 CORRETO:
	
 
 ERRADO (bem errado):
	
 
 Faz três meses.
	
 
 Fazem três meses.
	
 
 Amanhã fará dois anos.
	
 
 Amanhã farão dois anos.
	
 
 Fazia duas horas que esperava. 
	
 
 Faziam duas horas que esperava.
	
 
 Havia dois dias que não comia.
	
 
 Haviam dois dias que não comia.
3. FAZER, indicando 
CONDIÇÕES METEOROLÓGICAS: 
	
 
 CORRETO:
	
 
 ERRADO:
	
 
 Fez dias belíssimos.
	
 
 Fizeram dias belíssimos.
	
 
 No século XXI fará verões rigorosos.
	
 
 No século XXI farão verões rigorosos.
	
 
 Ali fazia 40° à sombra. 
	
 
 Ali faziam 40° à sombra.
 
Vamos falar sobre concordância 
verbal. Vamos tratar de um caso delicado que deixa muita gente atrapalhada. O 
programa foi às ruas para ouvir a população: Qual a forma correta? 
"Vai fazer 5 semanas que 
ela foi embora." ou "Vão fazer 5 semanas que ela foi embora."
De sete pessoas ouvidas, três 
acertaram. A forma correta é: "Vai fazer 5 semanas que ela foi embora." O 
verbo "fazer" é um caso específico da nossa língua. Quando este verbo é usado 
para indicar tempo transcorrido, não deve ser flexionado.... Verbo "fazer" 
indicando tempo não é flexionado: 
"Faz dez anos..."
"Faz vinte dias..."
"Faz duas horas..."
"Já fazia dois meses..."
Quando usamos o verbo fazer 
associado a outro verbo, e indicando tempo, este também fica no singular: 
"Vai 
fazer vinte anos..."
"Deve 
fazer vinte anos..."
Vamos a outro exemplo de 
concordância, a partir da canção "O Poeta Está Vivo", com o Barão Vermelho:
"Se você não pode ser forte, 
seja pelo menos humana.
Quando o papa e seu rebanho 
chegar, não tenha pena:todo mundo é parecido quando sente dor"
Se no caso do verbo "fazer" 
muitas pessoas usam indevidamente o plural, neste exemplo ocorre o contrário: a 
letra usa indevidamente o verbo no singular. "Papa e rebanho" chegam, 
portanto "quando o papa e seu rebanho chegarem". Houve, na letra da 
música, um escorregão na concordância. Como se trata de uma regra básica da 
língua, procure respeitá-la na fala e na escrita. 
Verbo fazer, continuando:
Este verbo, assim como o verbo 
haver, indicando tempo decorrido ou fenômeno meteorológico, também são 
impessoais e, por isso, ficam na 3ª pessoa do singular. 
Exemplos: 
Faz dois anos que estive em 
Portugal. ("dois anos" = objeto direto) 
Faz invernos terríveis na 
Europa. ("invernos terríveis" = objeto direto) 
Há anos não procuro meu primo.
Havia anos que não nos 
encontrávamos. 
Observação: A impessoalidade 
também ocorre com todos os verbos que expressam fenômenos da natureza como 
chover, ventar, nevar etc. Contudo, se empregarmos qualquer um desses verbos em 
seu sentido figurado, eles passam a fazer a concordância com a regra geral.
Exemplos: 
Choveu vários dias em São Paulo 
no mês passado. 
Quando eu era jovem, choviam 
convites para festas. (Aqui, "choviam" tem como sujeito "convites", por isso a 
razão da concordância.)
4. PASSAR DE, em 
expressões de tempo: 
	
 
 CORRETO: 
	
 
 ERRADO:
	
 
 Passava 
 das duas horas. 
	
 
 Passavam 
 das duas horas.
	
 
 Passa 
 das três da tarde.
	
 
 Passam 
 das três da tarde.
Não confunda esta estrutura, que é considerada SEM SUJEITO 
(note que duas horas, três horas, etc., vêm precedidos da 
preposição DE), com o verbo PASSAR que aparece nos exemplos abaixo:
Passam três horas do meio-dia.
Passavam três minutos das duas. 
(Aqui, três horas e 
três minutos são o SUJEITO do verbo.) 
5. BASTAR DE e CHEGAR DE: 
basta de reclamações (e não *bastam 
de)chega de pedidos (e não *chegam de) 
1.                             
TRATAR-SE DE, 
com referência a uma afirmação anterior. CORRETO: O clube dispensou Jari e Adão.
Trata-se de dois jogadores sem função na atual equipe.
2.                             
ERRADO: O clube 
dispensou Jari e Adão. *tratam-se de dois jogadores sem função na atual 
equipe 
CORRETO: Lá vêm as duas moças. 
Não esqueça: trata-se das filhas do prefeito.
ERRADO: Lá vêm as duas moças. 
Não esqueça: *tratam-se das filhas do prefeito. 
[O asterisco antes de uma palavra ou expressão indica 
que se trata de uma forma agramatical]

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