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Verbos Impessoais Os verbos impessoais da língua portuguesa, ou seja, aqueles que, por não possuir sujeito, permanecem na terceira pessoa do singular em qualquer situação. Veremos que esses verbos são "fazer" e "haver" e outros em determinadas acepções, mais especificamente, no caso desse último, com o sentido de (1) tempo decorrido ou (2) existência. Também comentaremos que, quando expressa existência, "haver" é sinônimo de "existir". Contudo, embora esses dois termos apresentem o mesmo significado, suas estruturas sintáticas são diversas e esse aspecto deve ser considerado para evitar equívocos. Veja: • O verbo "haver" com o sentido de existir exige um elemento que, semanticamente, represente "algo ou alguém que há ou existe" e esse elemento atua, sintaticamente, como objeto direto da sentença, não estabelecendo, como qualquer objeto, concordância com o verbo. Exemplo: "Há (verbo na terceira pessoa do singular) muitos problemas para resolver (objeto direto)." • O verbo "existir" (regular) também exige um elemento que, semanticamente, represente "algo ou alguém que há ou existe", mas, por sua vez, esse elemento atua, sintaticamente, como sujeito da sentença, estabelecendo, como qualquer sujeito, concordância com o verbo. Exemplo: "Existem (concordância: verbo na terceira pessoa do plural) muitos problemas para resolver (sujeito)." Assim, é necessário tomar cuidado para não cruzar erroneamente as estruturas dos dois verbos. Além disso, outros verbos que por vezes são empregados como impessoais, embora segundo a tradição sejam sim pessoais e assim tenham sujeito e apresentem as respectivas flexões de pessoa, são "bastar", "faltar", "restar" e "sobrar". Dessa forma, a norma predica, por exemplo, "Bastam alguns minutos de ginástica por dia." e não "Basta alguns minutos de ginástica por dia."; "Só faltavam João e Roberto" e não "Só faltava João e Roberto"; "Não restam convidados na festa." e não "Não resta convidados na festa"; e assim por diante. Na última lição, introduzimos o tema dos verbos impessoais em língua portuguesa e vimos o uso do primeiro deles, "haver". Hoje vamos estudar sua morfologia nas diversas pessoas e tempos que o idioma apresenta. Porém, antes de seguir, é importante ressaltar mais uma vez que, com o sentido de existir, esse verbo não apresenta sujeito e, portanto, segundo a norma deve permanecer sempre na forma da terceira pessoa do singular (marcado em negrito na lista abaixo) do tempo correspondente, independente de seu objeto direto, que, como qualquer objeto direto, não exige concordância verbal. Exemplos: "Houve muitos gritos durante a briga."; " Vai haver doces e salgadinhos na festa de Rosa.". Por outro lado, quando for usado em outras acepções (pouco comuns atualmente) ou como verbo auxiliar de formas compostas, "haver" será flexionado em todas as pessoas. Exemplos: "Quando Márcio chegar, (nós) já haveremos saído."; "Eles não me haviam explicado nada."; "(Eu) hei de vencer.". 1. Haver Modo Indicativo: presente - hei, hás, há, havemos, haveis, hão; pretérito perfeito simples - houve, houveste, houve, houvemos, houvestes, houveram; pretérito imperfeito - havia, havias, havia, havíamos, havíeis, haviam; pretérito mais-que-perfeito simples - houvera, houveras, houvera, houvéramos, houvéreis, houveram; futuro do presente simples - haverei, haverás, haverá, haveremos, havereis, haverão; futuro do pretérito simples - haveria, haverias, haveria, haveríamos, haveríeis, haveriam. Modo Subjuntivo: presente - haja, hajas, haja, hajamos, hajais, hajam; pretérito imperfeito - houvesse, houvesses, houvesse, houvéssemos, houvésseis, houvessem; futuro - houver, houveres, houver, houvermos, houverdes, houverem. Modo Imperativo: forma afirmativa - há, haja, hajamos, havei, hajam; forma negativo - não hajas, não haja, não hajamos, não hajais, não hajam. Formas nominais: infinitivo impessoal - haver; infinitivo pessoal - haver, haveres, haver, havermos, haverdes, haverem; gerúndio - havendo; particípio - havido. Os verbos da língua portuguesa "haver" e "fazer" podem ser usados como impessoais. Isso significa que, em determinadas acepções, eles não têm sujeito e, portanto, adotam sempre a flexão da terceira pessoa do singular, variando apenas quanto ao tempo. I. Verbo "haver" Basicamente, "haver" é impessoal nos seguintes casos: 1. Quando expressa existência, acontecimento e/ou realização e, desse modo, pode ser substituído por "existir" ou "ocorrer" sem alteração de significado. Exemplos: Para mim nunca haverá um momento mais feliz que este. Houve um problema na empresa durante a noite. Pensou se haveria uma cerimônia em sua homenagem. 2. Quando expressa tempo decorrido e, assim, pode ser substituído por "fazer". Exemplo: Estava de dieta havia vários dias. Note que "haver" permanece invariável inclusive no caso de formar uma locução com um verbo auxiliar. Exemplos: Deve haver muita gente presa no trânsito neste horário. Vai haver uma festa hoje à noite em minha casa. Lembre-se também de que, em outras ocorrências, o próprio "haver" pode ser usado como auxiliar e então será flexionado normalmente, de acordo com o sujeito gramatical. Exemplos: Ainda não haviam sido feitos os ajustes necessários. Se houvéssemos chegado antes, não haveríamos perdido o início da sessão. Nas próximas lições, vamos aprofundar o estudo de "haver" como impessoal, ver o verbo "fazer" na mesma situação e praticar um pouco com exercícios. Nas duas últimas aulas, iniciamos e desenvolvemos o estudo dos verbos impessoais em língua portuguesa, ou seja, daqueles que não apresentam sujeito e, portanto, permanecem na terceira pessoa do singular, flexionando-se apenas quanto ao modo e ao tempo. Agora vamos ver o segundo caso, o do verbo "fazer". II. Verbo "fazer" O verbo "fazer" é impessoal nos seguintes casos: 1. Quando expressa determinado estado atmosférico ou fenômeno meteorológico. Exemplos: Fez muito frio nesta manhã e até nevou. Segundo a previsão do tempo, amanhã fará sol. Normalmente, faz dias muito bonitos na primavera. 2. Quando expressa tempo decorrido e, assim, pode ser substituído por "haver". Exemplo: Fazia três meses que estava de dieta. Note que "fazer" permanece invariável inclusive no caso de formar uma locução com um verbo auxiliar. Exemplos: Deve fazer muitas semanas de sol neste verão. Já vai fazer dois anos que não vejo Cátia. Em outras acepções "fazer" será flexionado normalmente, de acordo com seu respectivo sujeito gramatical. Exemplo: Amanda e eu fizemos aqueles bolo. Na próxima lição, vamos ver todas as formas simples de "fazer", em seus diversos tempos e modos e em todas as pessoas, para os casos em que não é impessoal. Como vimos, o verbo "fazer" pode ser impessoal em duas acepções: quando expressa fenômenos climáticos e quando expressa tempo decorrido. Contudo há diversos outros sentidos que esse termo pode assumir. Neste último caso, ele deverá ser flexionado em todas as pessoas gramaticais, de acordo com seu sujeito; naquele, a oração não tem sujeito e o verbo assumirá a forma da terceira pessoa do singular (em negrito na lista abaixo). Veja suas formas: 1. Fazer Modo Indicativo: presente - faço, fazes, faz, fazemos, fazeis, fazem; pretérito perfeito simples - fiz, fizeste, fez, fizemos, fizestes, fizeram; pretérito imperfeito - fazia, fazias, fazia, fazíamos, fazíeis, faziam; pretérito mais-que-perfeito simples - fizera, fizeras, fizera, fizéramos, fizéreis, fizeram; futuro do presente simples - farei, farás, fará, faremos, fareis, farão; futuro do pretérito simples - faria, farias, faria, faríamos, faríeis, fariam. Modo Subjuntivo: presente - faça, faças, faça, façamos, façais, façam; pretérito imperfeito - fizesse, fizesses, fizesse, fizéssemos, fizésseis, fizessem; futuro - fizer, fizeres, fizer, fizermos, fizerdes, fizerem. Modo Imperativo: forma afirmativa - faze, faça, façamos, fazei, façam; forma negativo - não faças, não faça, não façamos, não façais, não façam. Formas nominais: infinitivo impessoal - fazer; infinitivo pessoal - fazer, fazeres, fazer, fazermos, fazerdes, fazerem; gerúndio - fazendo; particípio - feito. Temos estudado os verbos impessoais da língua portuguesa, ou seja, aqueles que, por não possuir sujeito, permanecem na terceira pessoa do singular em qualquer situação. Vimos que esses verbos são "fazer" e "haver" em determinadas acepções, mais especificamente, no caso desse último, com o sentido de (1) tempo decorrido ou (2) existência. Também comentamos que, quando expressa existência, "haver" é sinônimo de "existir". Contudo, embora esses dois termos apresentem o mesmo significado, suas estruturas sintáticas são diversas e esse aspecto deve ser considerado para evitar equívocos. Veja: • O verbo "haver" com o sentido de existir exige um elemento que, semanticamente, represente "algo ou alguém que há ou existe" e esse elemento atua, sintaticamente, como objeto direto da sentença, não estabelecendo, como qualquer objeto, concordância com o verbo. Exemplo: "Há (verbo na terceira pessoa do singular) muitos problemas para resolver (objeto direto)." • O verbo "existir" (regular) também exige um elemento que, semanticamente, represente "algo ou alguém que há ou existe", mas, por sua vez, esse elemento atua, sintaticamente, como sujeito da sentença, estabelecendo, como qualquer sujeito, concordância com o verbo. Exemplo: "Existem (concordância: verbo na terceira pessoa do plural) muitos problemas para resolver (sujeito)." Assim, é necessário tomar cuidado para não cruzar erroneamente as estruturas dos dois verbos. Além disso, outros verbos que por vezes são empregados como impessoais, embora segundo a tradição sejam sim pessoais e assim tenham sujeito e apresentem as respectivas flexões de pessoa, são "bastar", "faltar", "restar" e "sobrar". Dessa forma, a norma predica, por exemplo, "Bastam alguns minutos de ginástica por dia." e não "Basta alguns minutos de ginástica por dia."; "Só faltavam João e Roberto" e não "Só faltava João e Roberto"; "Não restam convidados na festa." e não "Não resta convidados na festa"; e assim por diante. Verbos Impessoais I Orações sem sujeito são as que trazem verbo impessoal. Verbo impessoal é o que não tem sujeito e se apresenta na terceira pessoa do singular. Os principais verbos impessoais são:haver e ser. Os verbos impessoais ficam sempre na terceira pessoa do singular, já que não possuem sujeito. Quando o verbo haver funcionar como auxiliar de outro verbo, deve concordar normalmente com o respectivo sujeito. Para um brasileiro, a frase (1) "não havia dinheiro no cofre" é sinônima de (2) "não existia dinheiro no cofre" e de (3) "não tinha dinheiro no cofre". Se trocarmos dinheiro por cheques, no entanto, está armada a confusão: em (1), vamos ter "não havia cheques"; em (2), "não existiam cheques"; em (3) , embora o uso de ter com valor existencial seja classificado como pouco adequado para a escrita culta formal, se quisermos assim mesmo empregá-lo, vamos ter de escolher qual dos dois modelos (o de haver, impessoal, ou o de existir) ele vai seguir. Minha intuição aponta para a primeira hipótese: "não tinha cheques". Todos os falantes sabem que a regra de ouro de nossa sintaxe é a de que todo verbo concorda com o SUJEITO da frase. O que devemos fazer, contudo, com aqueles verbos que não são atribuídos a sujeito algum, os chamados verbos impessoais? O uso culto prefere deixá-los imobilizados na 3a. pessoa do singular. Felizmente esses verbos formam um grupo extremamente reduzido: Exemplos: Haverá sóis mais brilhantes. Fará invernos rigorosos. Também não se flexiona o verbo auxiliar que se põe junto a um verbo impessoal, formando uma locução verbal. Exemplos: Deverá fazer umas cinco horas. Costuma haver casos mais significativos. Poderá fazer invernos menos rigorosos. Observação: O verbo haver no sentido de existir e o verbo fazer na indicação de tempo transcorrido ou fenômeno da natureza são impessoais. Observação: O verbo existir nunca é impessoal: tem sempre sujeito com o qual concorda normalmente. Exemplos: Existirão dúvidas. Poderão existir dúvidas. Observação: Quando o verbo haver funciona como auxiliar de outro verbo, deve concordar normalmente com o respectivo sujeito. Exemplo: Os garotos já haviam almoçado. a)haver, quando sinônimo de existir, acontecer, realizar-se ou fazer (em orações temporais). Obs. Também podemos ter no sentido de ocorrer. Ex.: Havia poucos ingressos à venda. (Havia = Existiam) Houve duas guerras mundiais. (Houve = Aconteceram) Haverá reuniões aqui. (Haverá = Realizar-se-ão) Deixei de fumar há muitos anos. (há = faz) b) fazer, ser e estar (quando indicam tempo) ex.: Faz invernos rigorosos no Sul do Brasil. Era primavera quando a conheci. Estava frio naquele dia. c) Todos os verbos que indicam fenômenos da natureza são impessoais: chover, ventar, nevar, gear, trovejar, amanhecer, escurecer, etc. Quando, porém, se constrói, "Amanheci mal-humorado", usa-se o verbo amanhecer em sentido figurado. Qualquer verbo impessoal, empregado em sentido figurado, deixa de ser impessoal para ser pessoal. Se não vejamos: Amanheci mal-humorado. (Sujeito desinencial: eu) Choveram candidatos ao cargo. (Sujeito: candidatos) Fiz quinze anos ontem. (sujeito desinencial: eu) d) São impessoais, ainda: 1. o verbo passar (seguido de preposição), indicando tempo. Ex.: Já passa das seis. 2. os verbos bastar e chegar, seguidos da preposição de, indicando suficiência. Ex.: Basta de tolices. Chega de blasfêmias. 3. os verbos estar e ficar em orações tais como Está bem, Está muito bem assim, Não fica bem, Fica mal, sem referência a sujeito expresso anteriormente. Podemos, ainda, nesse caso, classificar o sujeito como hipotético, tornando-se, tais verbos, então, pessoais. 4. o verbo deu + para da língua popular, equivalente de ser possível. Ex.: Não deu para chegar mais cedo. Dá para me arrumar uns trocados? VERBOS IMPESSOAIS II(haver, fazer, etc.) Quando o sujeito é um verbo impessoal O português tem alguns verbos que não possuem sujeito e, por isso, são usados na 3ª pessoa do singular. Entre eles, estão os famosos verbos que indicam fenômeno da natureza, como "chover", "ventar" e "trovejar". São muito raros os problemas de concordância com estes verbos. Porém, verbos como "haver" e "fazer" freqüentemente são empregados em desacordo com a norma culta. Vamos tratar especificamente dessas duas fontes - involuntárias - de problemas. Verbos impessoais (verbo haver no sentido de existir; verbo fazer indicando tempo; verbos que indicam fenômenos da natureza): ficam sempre na 3a pessoa do singular. Os verbos impessoais ficam sempre na 3º pessoa do singular. Já fazia umas cinco horas que haviam saído. Haverá lindos modelos no desfile. Faz muito calor. O verbo "haver" pode ser impessoal ou não. Será impessoal em situações como estas: a) quando significa "existir" ou "ocorrer": Naquela cidade, havia dois cinemas.("haver" com sentido de "existir") Houve inúmeras festas naquele ano.("haver" com sentido de "ocorrer") b) quando indica tempo decorrido, ou seja, indica um período de tempo que já passou: Havia muitos anos que ele morava na cidade. O verbo "fazer" também pode ser impessoal, mas apenas nestes casos: a) quando indica tempo decorrido: Faz três dias que recebi o convite. b) quando indica fenômeno meteorológico: Em julho, fez dias muito frios nesta cidade. Nos casos acima, os verbos "haver" e "fazer" ficam na 3ª pessoa do singular, pois não têm sujeito. Isso não significa que em todas as ocasiões em que forem usados esses verbos, eles serão impessoais. Verifique que, no exemplo (1), o verbo "haver" é simplesmente um verbo auxiliar de "fugir" e concorda normalmente com o sujeito "eles": (1) Eles haviam fugido no meio da noite. Também é importante observar que, nas expressões verbais cujo elemento principal é um verbo impessoal, o verbo que o acompanha também se mantém na 3ª pessoa do singular. É o que se pode verificar no exemplo (2), em que o verbo "costumar" auxilia o impessoal "haver" (impessoal porque significa "ocorrer"): (2) Os vizinhos me garantiram que não costuma haver assaltos neste bairro. Veja agora se você compreendeu esta unidade. Clique aqui para fazer novo exercício sobre concordância verbal. Ex: Faz 5 anos... Havia crianças na fila. Obs.:- Também fica na 3º pessoa de singular o verbo auxiliar que se põe junto a um verbo impessoal formando uma locução verbal. Ex: Deve haver crianças na fila. - O verbo existir não é impessoal. Ex: Existiam crianças na fila. Devem existir crianças na fila. (O verbo auxiliar de um verbo pessoal concordará com o sujeito). VERBO HAVER. I Um dos empregos do verbo haver é aquele que aponta para a noção de tempo decorrido. Quando expressa esse sentido, o verbo haver torna-se um verbo impessoal. É importante anotar a grafia correta do verbo haver na construção de orações com as quais se pretenda expressar essa noção de tempo decorrido. Não raro, confunde-se a grafia da forma verbal HÁ com a preposição ou artigo A. Emprega-se a preposição "a", em oposição a "há", quando quer-se expressar a noção de tempo futuro. Dessa forma, o "a" anuncia um acontecimento vindouro, ao passo que "há" remete a um acontecimento passado. Exemplos: 1. O mensageiro procurava por seu endereço a meses. [Inadequado] O mensageiro procurava por seu endereço há meses. [Adequado] 2. Posto de serviços há vinte minutos. [Inadequado] Posto de serviços a vinte minutos. [Adequado] Os verbos impessoais – aqueles que apresentam sujeito nulo na oração – não se flexionam em número e pessoa verbal. O verbo haver torna-se impessoal quando exprime o sentido de: v existir. Exemplo: Há momentos de solidão necessária. v acontecer/ocorrer. Exemplo: Há inaugurações mensais nessa galeria. v fazer (indicando tempo decorrido). Exemplo: Há anos ambiciono essa vaga. Sempre que o verbo haver for empregado com algum dos sentidos apontados acima, não ocorrerá a flexão verbal, já que não existe um sujeito gramatical na oração. Nesse caso, o verbo haver deve ser empregado sempre na terceira pessoa do singular. Exemplos: 1. Haverão surpresas na festa. [Inadequado] Haverá surpresas na festa. [Adequado] 2. Houveram brigas durante o carnaval. [Inadequado] Houve reclamações junto à secretaria. [Adequado] 3. Hão dias que não te vejo! [Inadequado] Há dias que não te vejo! [Adequado] Verbo Haver II no dicionário do Lat. habere, ter v. tr., ter; possuir; obter, conseguir; receber, tomar; julgar; conceber, entender; existir; acontecer; ter passado, ter decorrido; v. refletir., proceder, comportar-se; s. m., em escrituração mercantil, o lado das contas onde se lançam os pagamentos ou as saídas dos valores; contrapartida do Deve; crédito; (no pl.) bens; (no pl.) fazendas; (no pl.) riquezas; - por bem: dignar-se; — mister: necessitar. Na gramática de Celso Cunha O verbo haver, conforme o seu significado, pode empregar-se em todas as pessoas ou apenas na 3ª pessoa do singular. 1. Emprega-se em todas as pessoas: a) Quando é auxiliar (com sentido equivalente a ter) verbo pessoal, quer junto a particípio, quer junto a infinitivo antecedido da preposição de. “O tempo que hei sonhado/ Quantos anos foi de vida!” (Fernando Pessoa) “Haviam decorrido cinco anos sem nos vermos.” (Camilo Castelo Branco) “Deixe: amanhã hei de acordá-lo a pau de vassoura!” (Machado de Assis) b) quando é verbo principal, com os significações de “conseguir”, “obter”, “alcançar”, “adquirir”. “Donde houveste, ó pélago revolto,/Esse rugido teu?” (Gonçalves Dias) “Tão nobre és, como os melhores, e rico; porque a ninguém mais que a ti devem de pertencer as terras que teu avô Digo Álvares conquistou ao gentio para El-Rei, de quem as houvemos nós e nossos pais.” (José de Alencar) c) quando é verbo principal, com a forma reflexa, nas acepções de “portar-se”, “proceder”, “comportar-se”, “conduzir-se”. Exemplos “Soares houve-se como pôde na singular situação em que se achava.” (Machado de Assis) “Não vão crer que era pesar nem dor; por ocasião do casamento, houve-se com grande discrição, cuidou do enxoval da noiva e despediu-se dela com muitos beijos chorados.” (Machado de Assis) d) quando é verbo principal, também com a forma reflexa, no sentido de “entender-se”, “ajustar contas”: “Dava Belmiro passagem de graça a gente pobre, e se por acaso aparecia valentão no seu trem, teria que se haver com ele.” (José Lins do Rego) e) quando é verbo principal, acompanhado de infinitivo sem preposição, com sentido equivalente a “ser possível”: “Não há negá-lo, o apito é de uso geral e comum.” (Machado de Assis) “Não havia contê-los,” (Euclides da Cunha) 2. É raro nos escritores modernos, mas muito freqüente nos do português antigo e médio, o uso pessoal do verbo haver, como verbo principal, na acepção de: a) “ter”, “possuir”: “Hei medo de deixar nome de injusto.” (A. Ferreira) b) “julgar”, “pensar”, “considerar”, “ter para si”: “Por bom hei guardar o gado.” (C. Falcão) 3. Comparem-se as expressões: a) haver por bem = dignar-se, resolver assentar, julgar oportuno ou conveniente: “Havemos por bem decretar.” (Caldas Aulete) b) haver mister = precisar, necessitar: “Ora, o soldado, entre nós, há mister de três benefícios urgentes.” 4. Emprega-se como impessoal, isto é, sem sujeito, quando significa “existir”, ou quando indica tempo decorrido. Nesses casos, em qualquer tempo, conjuga-se tão-somente na 3ª pessoa do singular: “Havia pitangueiras na praia.” (A. F., Schimidt) “Há três anos vivemos uma vida horrível.” (Graciliano Ramos) 5. Quando o verbo haver exprime existência e vem acompanhado dos auxiliares ir, dever, poder, etc., a locução assim formada é, naturalmente, impessoal: “Lá e acolá devia haver terríveis cabeças humanas apontando da água, como repolhos de um canteiro, como moscas grudadas no papel-de-cola.” (Guimarães Rosa) Distinção essencial O verbo haver, quando sinônimo de existir, constrói-se de modo diverso deste. Nesta acepção, haver não tem sujeito e é transitivo direto, sendo o seu objeto o nome da coisa existente ou, a substituí-lo, o pronome pessoal o (a, os, as). Existir, ao contrário, é intransitivo e possui sujeito, expresso pelo nome da coisa existente. Dir-se-á, pois: Outrora, havia amendoeiras no parque. Outrora, existiam amendoeiras no parque. Construção do tipo: “Houveram muitas lágrimas de alegria.” (Camilo Castelo Branco) “Ali haviam vários deputados que conversavam de política, e os quais se reuniram a Meneses.” (Machado de Assis) embora se documentem em alguns dos melhores escritores da língua, especialmente do século passado, não devem ser hoje imitadas. Há que se votar para presidente Essa frase não traz nenhum impedimento – ao menos do ponto de vista lingüístico. Muitos evitam o uso do verbo haver com o que, por considerarem espanholismo. Espanholismo que Frei Luís de Sousa usou, que Padre Antônio Vieira usou, que Alexandre Herculano usou, que nós – portanto – podemos também usar: Uso correto - Sacconi Há que se promover com urgência o retorno da democracia. Há que se retomar urgentemente o caminho da competência. Há que se voltar cereleramente aos quartéis (Sacconi) Verbo Haver III Haver é um... verbo, palavra variável que exprime ação, estado, mudança de estado e fenômeno, situando-os no tempo. E significa... ter, possuir, existir, fazer, ocorrer, acontecer. 1. O verbo haver... flexiona-se regularmente nos seguintes casos: a) quando é empregado como auxiliar do verbo pessoal. Ex.: Eles hão de vencer este jogo. b) quando é empregado com o sentido de comportar-se ou ajustar as contas: Ex.: Eles se houveram muito bem durante os debates. 2. O verbo haver conjuga-se apenas na terceira pessoa do singular quando é impessoal, isto é, quando não tem sujeito. Isso ocorre quando significa existir ou quando é empregado em sentido temporal: Ex.: Há vários livros na mesa. Observação: nesse caso, se o verbo haver fizer parte de uma locução, seu auxiliar deve ficar sempre na terceira pessoa do singular. Ex.: Deve haver vários acidentes nessa estrada. Verbo HAVER IV Este verbo, quando usado nos sentidos de EXISTIR ou OCORRER, fica sempre na 3ª do singular (o elemento em destaque é analisado como objeto direto): CORRETO: ERRADO: Havia dez interessados. Haviam dez interessados. Aqui houve alterações. Aqui houveram alterações. Haverá sessões contínuas. Haverão sessões contínuas. Você já deve ter-se acostumado a ouvir *haviam pessoas, *haverão dúvidas - construções provavelmente inspiradas, por analogia, em existiam pessoas e existirão dúvidas, mas com certeza ficaria surpreso se soubesse o quanto se discute, entre os estudiosos, a conveniência de considerar, de uma vez por todas, o verbo haver como um verbo comum com sujeito posposto. Há bons argumentos contra e bons argumentos a favor desse "reenquadramento" de haver, e tanto um quanto o outro lado têm a defendê-los jovens e velhos gramáticos. Aqui se trata, porém, de definir um item do uso culto escrito; portanto, se você quer se sentir seguro, não invente moda e opte por deixar o verbo sempre no SINGULAR. Em outras palavras: se você não quer chamar a atenção de todos durante a cerimônia, use gravata (e, de preferência, com um nó clássico). Quando significa "existir, ocorrer", o verbo haver fica na terceira pessoa do singular, já que ele se torna impessoal, não tendo sujeito. Exemplos: Houve fatos marcantes em nossa vida. Havia milhares de candidatos naquele concurso. Sempre houve graves problemas sociais no país. Deve ter havido muitas vítimas naquele acidente. No entanto, se empregarmos no lugar de haver os verbos existir ou ocorrer, eles concordarão com os seus respectivos sujeitos. Exemplos: Existiam milhares de candidatos naquele concurso. ("milhares de candidatos" = sujeito de existir) Ocorreram fatos marcantes em nossa vida. ("fatos marcantes" = sujeito de ocorrer) O brasileiro é resistente ao plural. Ouve-se muito dois real, dez real... Para ilustrar o professor propõe à rua a seguinte questão: "Faz vinte anos que estive aqui ou fazem vinte anos que eu estive aqui." As opiniões ficam divididas. O correto é " Faz vinte anos que estive aqui." O verbo fazer indicando tempo não tem sujeito. Pode-se e deve-se dizer: "passaram dez anos". De fato, os anos passam. Mas, nunca falar " fazem dez anos ". O mesmo acontece na locução verbal quando o verbo fazer é associado a outro na indicação de tempo: " Já deve fazer vinte anos que ela foi embora ". Nunca dizer : "Já devem fazer vinte anos ...". Nesses casos o verbo fazer vem sempre no singular. Outro caso é levantado: "Quando conheci sua prima, eu morava lá há dez anos" ou "... morava lá havia dez anos". A dica é muito simples. Usando o verbo fazer a forma correta de falar é ".... morava lá fazia dez anos". Logo, "... eu morava lá havia dez anos". Neste caso, o verbo haver equivale a fazer, indica tempo. Os tempos verbais também devem se casar: se eu morava..., morava fazia ..., morava havia.... É assim que exige o padrão formal da língua. "Haja paciência!" Todos já ouvimos essa expressão. Esse "haja" é o verbo haver no presente do subjuntivo. Esse verbo talvez seja o mais desconhecido quanto às suas flexões. Muitas vezes é usado sem que o usuário tenha consciência de que o está usando. "Estive aqui há dez anos". O "há" presente na oração é o verbo haver e pode ser trocado por outro verbo: "Estive aqui faz dez anos". Existem deslizes típicos de quem não conhece as características do verbo haver. Quando se diz "Há muitas pessoas na sala", conjuga-se o verbo haver na terceira pessoa do singular do presente do indicativo. Note que não foi feita a concordância do verbo haver com a palavra pessoas. Não se poderia dizer "Hão pessoas". O verbo haver, quando usado com o sentido de existir, fica no singular. Se fosse usado o verbo existir, este sim iria para o plural:"Existem muitas pessoas na sala" A confusão tende a aumentar quando o verbo haver é usado no passado ou no futuro. Em certo trecho, a versão feita pelo conjunto "Os incríveis" da canção "Era um garoto que como eu amava os Beatles e os Rolling Stones", diz: "... Não era belo mas, mesmo assim, havia mil garotas a fim...." Nesta canção o verbo haver foi empregado com o sentido de existir. Logo, está correta a versão, o verbo no passado e no singular. No Brasil, fala-se "cabe dez", "sobrou 30", "falta 30". Geralmente não se faz concordância. Mas, quando não é necessário fazer, erra-se. "Houveram muitos acidentes naquela rodovia". Errado. O correto é "Houve muitos acidentes naquela rodovia". Haverá acidentes, houve acidentes, há pessoas, havia pessoas, houve pessoas. Vale repetir: "O verbo haver quando empregado com o sentido de existir, ocorrer, acontecer, fica no singular, independentemente do tempo verbal." Verbo haver V Veja este trecho da canção "Tudo vale a pena", gravada por Fernanda Abreu: "Quem foi que disse que a miséria não sorri? Quem tá falando que não se chora miséria no Japão? Quem tá pensando que não existem tesouros na favela? Então tudo vale a pena se a alma não é pequena...". Num dos versos, a letra traz o verbo "existir" no plural da 3ª pessoa do presente do indicativo, concordando com o sujeito, no caso "tesouros", que também está no plural. Essa concordância do verbo "existir" deixa algumas pessoas atrapalhadas, porque um sinônimo dele, o verbo "haver", adota outro procedimento. Quando usamos o verbo "haver" no mesmo sentido de "existir", nunca devemos empregá-lo no plural. Verbo haver, com sentido de existir, acontecer e ocorrer, é invariável. Vamos ver um trecho da letra da canção "Marcha da quarta-feira de cinzas", de Carlos Lyra e Vinícius de Moraes: "...Porque são tantas coisas azuis, há tão grandes promessas de luz,tanto amor para amar de que a gente nem sabe...". Vinícius de Moraes, autor da letra, usou a palavra "há", que é a 3ª pessoa do singular do presente do indicativo do verbo "haver". E está concordando com o sujeito "grandes", no plural. A concordância está correta! Mas, se trocássemos "haver" por "existir", o verbo iria para o plural: "Existem tão grandes promessas". É importante lembrar que o verbo "haver" (sempre com o sentido de existir, ocorrer, acontecer) permanece invariavelmente no singular não só no presente, mas também no pretérito e no futuro. Há pessoas Havia pessoas Houve pessoas Haverá pessoas Verbo Haver VI Um dos graves problemas da nossa língua é a confusão entre os verbos HAVER, FAZER, EXISTIR, ACONTECER, OCORRER e DECORRER no que se refere à concordância. Observe alguns casos de erros bem comuns.. a) Houveram muitas reclamações durante o processo eleitoral. b) Haviam alguns dias do recurso apresentado pelos candidatos c) Fazem muitos anos da imposição de tais normas nas eleições. d) Deve existir certas atitudes básicas em nome do bom senso e justiça. e) Pode acontecer oportunidades mais claras de melhorar o sistema de voto. f) Vai ocorrer outras ocasiões em que o voto será um diferencial bem importante. g) Tem de decorrer menos décadas entre o fato inicial e os eventos atuais e definitivos. Na verdade, tudo se resume a um conhecimento gramatical bastante simples. Veja só. CASO 1: HAVER e FAZER, nos sentidos de existir, acontecer, ocorrer e decorrer, são verbos impessoais, isto é, que não têm sujeito; portanto, não variam, ou seja, permanecem na 3a. pessoa do singular. Assim: a) Houve muitas reclamações durante o processo eleitoral. b) Havia alguns dias do recurso apresentado pelos candidatos c) Faz muitos anos da imposição de tais normas nas eleições. O mesmo ocorreria nas formas compostas ou locuções verbais: a) Tem havido muitas reclamações durante o processo eleitoral. b) Devia haver alguns dias do recurso apresentado pelos candidatos c) Há de fazer muitos anos da imposição de tais normas nas eleições. HOUVE, HAVIA e FAZ ficam na forma singular, exatamente como ficaria HÁ, isto é: NINGUÉM USARIA A FORMA HÃO. CASO 2: EXISTIR, ACONTECER, OCORRER e DECORRER são verbos normais, isto é, têm sujeito e concordam com ele; podem, portanto, ficar no singular ou plural, sempre dependendo do sujeito, que, normalmente, vem depois do verbo. d) Devem existir certas atitudes básicas (suj.) em nome do bom senso e justiça. e) Podem acontecer oportunidades mais claras de melhorar o sistema de voto (suj.). f) Vão ocorrer outras ocasiões (suj.) em que o voto será um diferencial bem importante. g) Têm de decorrer menos décadas (suj.) entre o fato inicial e os eventos atuais e definitivos. Só se poderiam usar as formas Deve existir, Pode acontecer, Vai ocorrer e Tem de decorrer se os sujeitos fossem singulares. Nas frases acima, com formas simples, os verbos também concordariam com os seus sujeitos: Existem, Acontecem, Ocorrem e Decorrem. HOUVERAM FATOS HORRÍVEIS... Isso aí foi falado por uma vetusta apresentadora de televisão, no dia 16/7/01, pelo SBT. É o tipo de erro que diríamos bárbaro na pior das acepções. O verbo H A V E R pode ser flexionado em todas as pessoas (é pessoal, portanto), como ser flexionado apenas na 3a. pessoa do singular de qualquer tempo e modo (é impessoal, portanto). 1.HAVER PESSOAL significa TER e pode aparecer em duas funções: * como núcleo do predicado verbal, hoje em dia não mais usado, mas que se encontra classicamente: eu hei livros = eu tenho livros; todos haviam esperança de que papai se recuperasse = todos tinham esperança de que papai se recuperasse; * como auxiliar da voz ativa, substituído normalmente por TER: os desempregados haviam / tinham subscritado um pedido ao presidente; havemos / temos de chegar no horário, como foi combinado. USO DO HAVIA E HAVIAM O verbo haver é impessoal (e, portanto, deve ficar na 3ª pessoa do singular) quando significa:a- EXISTIR: "Não HAVIA elementos suficientes para o orçamento pedido".b- OCORRER, ACONTECER: "Se não HOUVER imprevistos, o prazo será mantido."c- FAZER (indicando tempo decorrido): "Espero o material pedido HÁ duas semanas".OBS: O verbo haver, quando significa existir, é impessoal, mas o verbo existir, ele próprio, é pessoal e, portanto, deve concordar com o sujeito. HÁ momentos em que... / EXISTEM momentos em que ... Eu estou esperando o pedido HÁ / A / Á muito tempo:a- Na indicação de tempo passado, usa-se impessoalmente o verbo haver. O recurso prático que ajuda a evitar erros é muito simples: na indicação de tempo, usa-se sempre HÁ quando puder ser substituído por FAZ. Ele saiu há instantes (faz instantes). Ela partiu há uma hora (faz uma hora). Há séculos que não se vê uma coisa dessas (Faz séculos...). De há muito ele desistiu dessa idéia (De faz muito...). Empregando assim, o verbo haver indica tempo decorrido. Seria, portanto, redundância acrescentar o advérbio ATRÁS.Correto: HÁ alguns anos. Alguns anos ATRÁS Errado: HÁ alguns anos ATRÁS. b- na indicação de tempo futuro, ou de espaços entre épocas, já não se trata do verbo HAVER, mas da simples preposição A. Ela chegará daqui A instantes. Daqui A dois anos estarei casado. Estamos A três dias do natal. As inscrições ficarão abertas de janeiro A março. De segunda A sexta estarei em Brasília. OBS.: Não existe, em português, a letra A sozinha com o acento gráfico. Haviam ou havia muitas crianças na creche? A segunda. Empregado no sentido de “existir”, o verbo haver é impessoal, isto é, não tem sujeito e permanece invariável na terceira pessoa do singular, como em “Não houve um único aluno ausente”, “Havia policiais disfarçados no salão” e “Haverá muitas pessoas que reclamarão”. Ao integrar conjugação composta – a formada por verbo principal e auxiliar –, o verbo haver, no caso de que se trata, torna impessoal também o auxiliar: “Devia haver irregularidades ali” e “Apesar dos prejuízos que possa ter havido, a loja continuou aberta”. Se “haver” for substituído por existir, a concordância processar-se-á normalmente: “Existem vários casos de falha mecânica” Concordância especial do verbo ser A concordância do verbo ser é muito rica em detalhes. Em muitas situações, esse verbo deixa de concordar com o sujeito para concordar com o predicativo. Em outras, pode concordar com um ou com outro, de acordo com o termo que se quer enfatizar: entre substantivo comum no singular e substantivo comum no plural: tende a ir para o plural No meio da chuva, o coração do seu carro são as palhetas e os limpadores do pára-brisa. A cama são algumas tábuas retorcidas. Concordância do verbo ser: em alguns casos, o verbo ser pode concordar com o predicativo. 1o caso: sujeito formado por pronome interrogativo que ou quem. Quem são eles? Que são esses objetos? 2o caso: verbo ser impessoal, indicando hora, dia, distância ou período de tempo. São nove horas. De Maringá a Londrina são cem quilômetros. 3o caso: quando o sujeito e o predicativo são nomes de coisa, o verbo ser deve concordar com o que está no plural. Esses monumentos são o patrimônio da cidade. Essa vida são momentos de felicidade. 4o caso: quando o sujeito ou o predicativo é um pronome pessoal do caso reto, o verbo ser deve concordar com esse pronome. O chefe sou eu. Eu sou o chefe. Observação: Se os dois termos (sujeito e predicativo) forem pronomes, a concordância será com o que aparece primeiro, considerando o sujeito da oração. Ex.: Eu não sou tu e- Se o sujeito for pessoa, a concordância nunca se fará com o predicativo. Ex.: O menino era as esperanças da família. 5o caso: quando o sujeito é formado por um dos pronomes a seguir: isto, isso, tudo, aquilo, o verbo ser deve concordar com o predicativo. Tudo isto são segredos. a) quando é colocado entre um substantivo comum no singular e outro no plural, o verbo ser tende a ir para o plural. Poderá ficar no singular por motivo de ênfase: Ex.: A sua paixão eram os filmes de terror. Aquele amor é apenas cacos de um passado. b) quando colocado entre um nome próprio e um substantivo comum, o verbo ser tende a concordar com o nome próprio. Entre um pronome pessoal e um substantivo comum ou próprio, o verbo concorda com o pronome: no primeiro caso concorda com o nome próprio; no segundo com o pronome. Ex.: Garrincha foi as mais incríveis diabruras com a bola. O professor sou eu. Eu sou Pedro das Neves. Pedro das Neves sou eu. Garrincha foi as maravilhas do drible. O responsável pela expedição sou eu. José da Silva sou eu. c) quando colocado entre um pronome não-pessoal e um substantivo, o verbo ser tende a concordar com o substantivo: Ex.: Tudo eram alegrias naquela noite. Isso são manias de um ocioso. Que são idéias? Tudo eram sorrisos naquele ambiente hipócrita. Isso são manias de quem não tem o que fazer. Quem são os escolhidos? Nos dois primeiros casos, há gramáticos que consideram possível também a concordância com o pronome. d) nas expressões que indicam quantidade (medida, peso, preço, valor), o verbo ser é invariável: Ex.: Dois quilos é pouco. Vinte mil reais é muito. Cinco quilos é muito. Mil reais é pouco para uma família viver em São Paulo. Dez minutos é muito tempo. Com você, duas horas é pouco. e) nas indicações de tempo, o verbo ser concorda com a expressão numérica que o acompanha: Ex.: É uma hora. São duas horas. Já é mais de uma hora. São cinco para uma. Hoje são vinte de setembro. Ou Hoje é dia vinte de setembro. É uma légua É primeiro de maio. São duas horas. São duas léguas. São quinze de maio. A concordância do verbo ser oscila freqüentemente entre o sujeito e o predicativo. Entre tantos casos, podemos ressaltar: quando o sujeito e o predicativo são nomes de coisa e pertencem a números diferentes, o verbo concorda, de preferência, com o que está no plural. Exemplos: Tua vida são ilusões. Essas vaidades são o seu segredo. Observação: Nesse caso, muitas vezes, faz-se a concordância com o elemento a que se quer dar destaque. Exemplo: O mundo é ilusões. Quando um dos dois (predicativo ou sujeito) é nome de pessoa, a concordância faz com a pessoa. Exemplos: Você é suas decisões. Seu orgulho eram os velhinhos. O verbo concorda com o pronome pessoal, seja este sujeito, seja predicativo. Exemplos: O professor sou eu. Eu sou o professor. Nas indicações de hora, dia e distância, o verbo ser, impessoal, concorda com o predicativo. Exemplo: É uma hora. É uma légua É primeiro de maio. São duas horas. São duas léguas. São quinze de maio. Observação: Neste último caso, a indicação de dias do mês, o verbo ser admite duas construções: É (dia) treze de maio. São treze (dias) de maio. Nas expressões estereotipadas indicativas de quantidade (do tipo: é muito, é pouco, é bastante) o verbo ser fica invariável. Exemplos: Quinze quilos é pouco. Três quilômetros é suficiente. Dois cruzeiros é bastante. Veja outras considerações sobre o verbo ser e a concordância: Verbo SER: Decerto, se apresentarem a frase "O vestibular são as esperanças dos estudantes" a maioria dirá que há inadequação, pois "O vestibular são..." parece estar errado, não é mesmo? Mas está certo, pois o verbo ser, quando tiver como sujeito e como predicativo do sujeito elementos numericamente diferentes (um no singular, outro no plural), deverá concordar com o plural, não importando a sequência em que os elementos se encontrem na oração. Ex.: "O mundo dela são as suas bonecas"; "Nem tudo são alegrias na vida". Essa concordância só não ocorrerá, se o sujeito for um nome próprio ou indicar pessoa; nesse caso, o verbo ser concordará com a pessoa. Ex.: "O homem é cinzas"; "Mariella é as alegrias da família". Outro caso especial do verbo ser ocorre em frases que indicam quantidade: Qual é o certo? "Trezentos gramas de carne é (ou são) o suficiente para esse prato"? A resposta é "Trezentos gramas de carne é o suficiente", porque o verbo ser ficará no singular, quando o predicativo for uma expressão como "muito, pouco, o bastante, o suficiente, uma fortuna, uma miséria, demais...". Ex.: "Duzentos mil reais é muito para essa casa"; "Quatro voluntários é o bastante para realizar o serviço". O verbo ser também pode ser impessoal, ou seja, pode apresentar-se sem sujeito. Isso ocorrerá quando indicar horas, datas ou distâncias. Ao indicar horas ou distâncias, o verbo ser concordará com o numeral a que se refere; ao indicar datas, tanto poderá ficar no singular, quanto no plural, com exceção do primeiro dia do mês; nesse caso, ser ficará no singular. Ex.: "É uma hora"; São duas horas"; "É um quilômetro daqui até lá"; "São dois quilômetros daqui até lá"; "É vinte e nove de agosto"; "São vinte e nove de agosto". Veja o link sobre o verbo ser. _ VERBO FAZER. 2. FAZER (e HAVER, também), indicando TEMPO DECORRIDO CORRETO: ERRADO (bem errado): Faz três meses. Fazem três meses. Amanhã fará dois anos. Amanhã farão dois anos. Fazia duas horas que esperava. Faziam duas horas que esperava. Havia dois dias que não comia. Haviam dois dias que não comia. 3. FAZER, indicando CONDIÇÕES METEOROLÓGICAS: CORRETO: ERRADO: Fez dias belíssimos. Fizeram dias belíssimos. No século XXI fará verões rigorosos. No século XXI farão verões rigorosos. Ali fazia 40° à sombra. Ali faziam 40° à sombra. Vamos falar sobre concordância verbal. Vamos tratar de um caso delicado que deixa muita gente atrapalhada. O programa foi às ruas para ouvir a população: Qual a forma correta? "Vai fazer 5 semanas que ela foi embora." ou "Vão fazer 5 semanas que ela foi embora." De sete pessoas ouvidas, três acertaram. A forma correta é: "Vai fazer 5 semanas que ela foi embora." O verbo "fazer" é um caso específico da nossa língua. Quando este verbo é usado para indicar tempo transcorrido, não deve ser flexionado.... Verbo "fazer" indicando tempo não é flexionado: "Faz dez anos..." "Faz vinte dias..." "Faz duas horas..." "Já fazia dois meses..." Quando usamos o verbo fazer associado a outro verbo, e indicando tempo, este também fica no singular: "Vai fazer vinte anos..." "Deve fazer vinte anos..." Vamos a outro exemplo de concordância, a partir da canção "O Poeta Está Vivo", com o Barão Vermelho: "Se você não pode ser forte, seja pelo menos humana. Quando o papa e seu rebanho chegar, não tenha pena:todo mundo é parecido quando sente dor" Se no caso do verbo "fazer" muitas pessoas usam indevidamente o plural, neste exemplo ocorre o contrário: a letra usa indevidamente o verbo no singular. "Papa e rebanho" chegam, portanto "quando o papa e seu rebanho chegarem". Houve, na letra da música, um escorregão na concordância. Como se trata de uma regra básica da língua, procure respeitá-la na fala e na escrita. Verbo fazer, continuando: Este verbo, assim como o verbo haver, indicando tempo decorrido ou fenômeno meteorológico, também são impessoais e, por isso, ficam na 3ª pessoa do singular. Exemplos: Faz dois anos que estive em Portugal. ("dois anos" = objeto direto) Faz invernos terríveis na Europa. ("invernos terríveis" = objeto direto) Há anos não procuro meu primo. Havia anos que não nos encontrávamos. Observação: A impessoalidade também ocorre com todos os verbos que expressam fenômenos da natureza como chover, ventar, nevar etc. Contudo, se empregarmos qualquer um desses verbos em seu sentido figurado, eles passam a fazer a concordância com a regra geral. Exemplos: Choveu vários dias em São Paulo no mês passado. Quando eu era jovem, choviam convites para festas. (Aqui, "choviam" tem como sujeito "convites", por isso a razão da concordância.) 4. PASSAR DE, em expressões de tempo: CORRETO: ERRADO: Passava das duas horas. Passavam das duas horas. Passa das três da tarde. Passam das três da tarde. Não confunda esta estrutura, que é considerada SEM SUJEITO (note que duas horas, três horas, etc., vêm precedidos da preposição DE), com o verbo PASSAR que aparece nos exemplos abaixo: Passam três horas do meio-dia. Passavam três minutos das duas. (Aqui, três horas e três minutos são o SUJEITO do verbo.) 5. BASTAR DE e CHEGAR DE: basta de reclamações (e não *bastam de)chega de pedidos (e não *chegam de) 1. TRATAR-SE DE, com referência a uma afirmação anterior. CORRETO: O clube dispensou Jari e Adão. Trata-se de dois jogadores sem função na atual equipe. 2. ERRADO: O clube dispensou Jari e Adão. *tratam-se de dois jogadores sem função na atual equipe CORRETO: Lá vêm as duas moças. Não esqueça: trata-se das filhas do prefeito. ERRADO: Lá vêm as duas moças. Não esqueça: *tratam-se das filhas do prefeito. [O asterisco antes de uma palavra ou expressão indica que se trata de uma forma agramatical]
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