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10/7/2009 1 Fisiologia Sensorial - Introdução - Prof. Dr. Claudio Andre Barbosa de Lira Universidade Federal de Goiás O papel da divisão aferente do SN Prover-nos com informações sobre o meio externo e interno do nosso corpo. 10/7/2009 2 Os sentidos permitem situar o individuo no espaço, localizar e identificar as diferentes fontes de estímulos Ei meninas! Propriedades dos Sentidos LOCALIZAÇAO ESPACIAL - Detectar a origem do estimulo sensorial - O grau de resolução espacial varia com a modalidade DETERMINAÇAO DE INTENSIDADE - Diferenciar a quantidade de energia contida no estimulo DETERMINAÇAO DA DURAÇAO - Detectar o momento que iniciou e termina um estimulo SENSAÇÃO: capacidade de decodificação dos estímulos físicos e químicos do ambiente. SENTIDOS: diversidade das sensações (visão, audição, olfato, etc). Modalidades sensoriais (que se tornam conscientemente perceptíveis).Cada modalidade (gustação) apresenta aspectos qualitativos particulares (doce, salgado, azedo e amargo) conhecidos como submodalidades sensoriais. SISTEMAS SENSORIAIS: regiões do sistema nervoso que possibilitam os sentidos. PERCEPÇAO SENSORIAL: capacidade de associar as informações sensoriais à memória, à cognição e gerar conceitos sobre o mundo, sobre nós mesmos e os outros. FUNÇÕES DO SN SENSORIAL • Manutenção do estado consciente • Percepção sensorial e interpretação dos estímulos • Controle dos movimentos somáticos • Regulação de funções de órgãos internos As sensações causam expressões comportamentais que indicam conforto/desconforto. 10/7/2009 3 Os estímulos sensoriais evocam não só percepções objetivas mas também evocam reações afetivas. Processamento da informação pela divisão sensitiva do SN Consciência Subconsciência Sentidos Especiais Estímulos Somáticos Visão Audição Gustação Olfação Equilíbrio Extensão e tensão muscular Sentidos Somáticos Pressão ao toque Temperatura Dor Propriocepção Estímulos Viscerais Pressão arterial pH e oxigênio do sangue pH do fluido cerebroespinal Insuflação pulmonar Osmolaridade dos fluidos corporais Temperatura Glicose no sangue Distensão do trato gastrointestinal Objetivos da aula • Estudar as propriedades gerais dos sistemas sensoriais que são compartilhadas pelos sentidos especiais e somáticos; • Observar como o estímulo sensitivo chega no nível da percepção consciente; • Estudar os receptores específicos e as vias que distinguem os diferentes sistemas sensitivos uns dos outros. Propriedades gerais dos sistemas sensoriais Todas as vias sensitivas possuem certos elementos em comum. 10/7/2009 4 Elementos gerais dos sistemas sensoriais • Estímulo (interno ou externo); • Receptor sensitivo (nada mais é do que um transdutor); • Neurônio sensitivo aferente; • SNC. Receptores sensitivos Os receptores são transdutores que convertem estímulos em sinais elétricos. Complexidade Neurônio sensitivo Órgãos sensitivos multicelulares Cóclea: 16 mil receptores Olho: 126 milhões de receptores Tipos de receptores sensitivos Classificacão em função da complexidade Tipos de receptores sensitivos Classificacão em função da complexidade • Receptor neural simples; • Receptor neural complexo; • Receptor sensitivo especial. 10/7/2009 5 Tipos de receptores sensitivos Classificação em função do estímulo detectado Tipo de receptor Estímulo Quimiorreceptores O2, pH, várias moléculas orgânicas tais como a glicose Mecanorreceptores Pressão (barorreceptores), estiramento celular, vibração, acleração, som Fotorreceptores Luz Termorreceptores Graus variados de calor Nociceptores Dano tecidual interpretado como dor Tipos de receptores sensitivos •Quimiorreceptores: respondem a moléculas ligantes químicas que se associam ao receptor; •Mecanorreceptores: respondem a várias formas de energia mecânica, incluindo pressão, vibração, gravidade, aceleração e som; •Termorreceptores: respondem à temperatura; •Fotorreceptores: respondem à luz; •Nociceptores: respondem à estímulos nocivos (nocere, lesionar). Modalidade Sensorial Estímulo Tipo de receptor (natureza do estimulo) Célula Receptora/ Estrutura OLFATO Subst. químicas voláteis QUIMIORRECEPTOR Epitélio olfativo VISÃO Luz FOTORRECEPTOR Cones e bastonetes (retina) PALADAR Subst. químicas QUIMIORRECEPTOR Células dos Botões gustativos (cavidade oral) AUDIÇÃO Ondas de pressão sonora MECANORRECEPTOR Células ciliadas da Cóclea (ouvido interno) EQUILÍBRIO Movimento da cabeça MECANORRECEPTOR Células ciliadas dos canais semicirculares, utrículo e sáculo (ouvido interno) TATO Pressão/Vibraçao MECANORRECEPTOR Corpúsculos de Pacini, Corpúsculos de Merkel, etc. (pele) TEMPERATURA Quantidade de calor TERMORRECEPTOR Terminações livres dos neurônios aferentes (pele) DOR Estímulos intensos e lesões teciduais NOCICEPTOR Terminações livres dos neurônios aferentes (pele e tecidos profundos) PROPRIOCEPÇÃO (CINESTESIA) Estímulos mecânicos MECANORRECEPTOR Órgãos Tendinosos de Golgi, Fusos musculares, receptores articulares, etc (músculos e tendões) Modalidade Sensorial: sensações evocadas por um mesmo órgão sensorial Submodalidade Sensorial: diferentes qualidades de uma mesma modalidade sensorial Portinari Órgãos sensoriais situados na cabeça Sentidos Especiais Energia mecânica na forma de pressão e vibração Energia térmica dos objetos em contato com a pele Estímulos lesivos e potencialmente lesivos Posição e movimento do corpo e dos membros Órgãos sensoriais situados em todo o corpo Sentido somestésico Estímulos originados nos receptores viscerais gerais Órgãos sensoriais situados nos órgãos viscerais Sentido visceral Imagens dos objetos situados no meio ambiente Substâncias voláteis dispersas no ambiente Substâncias químicas que se solubilizam na saliva Ondas mecânicas sonoras Aceleração da cabeça 10/7/2009 6 Vias sensitivas Mesencéfalo Tálamo Bulbo Vias sensitivas Terminação sensitiva Local de transdução do estimulo sensorial (detecção do estímulo) Neurônio sensorial de 1ª ordem Conduz o impulso sensorial para o SNC Neurônio sensorial de 2ª ordem Coluna posterior da medula e núcleos dos nervos cranianos (exceto as vias olfatória e visual) Neurônio sensorial de 3ª ordem Tálamo (exceto a via olfatória) O número de neurônios de via sensorial depende da modalidade. Ao longo da cadeia, os sinais são integrados possibilitando a analise dos diferentes atributos do estímulo. Neurônio sensorial de 4ª ordem Córtex Sensorial (área de projeção sensorial primária) VIA SENSORIAL cadeia de neurônios relacionada a um determinado receptor sensorial: VIA ROTULADA 10/7/2009 7 Limiar de Percepção Limiar de Percepção É o nível de intensidade de estímulo necessário para que nós tenhamos consciência de uma sensação particular. Campos de Recepção Uma região dentro da qual um neurônio sensitivo pode sentir um estímulo. Campos de recepção dos neurônios sensitivos Neurônio sensitivo secundário Neurônio sensitivo primário Campo de recepção de um neurônio sensitivo primário 10/7/2009 8 Campos de recepção Características • Forma irregular; • Frequentemente se sobrepõem aos campos de recepção vizinhos; • Se os neurônios primários vizinhos convergem para um único neurônio secundário, seus campos de recepção individuais passam para um único maior campo de recepção. Campos de recepção dos neurônios sensitivos Neurônio sensitivo secundário Neurônio sensitivo primário Campo de recepção de um neurônio sensitivo primário Campo de recepção de um neurônio sensitivo secundário Qual a vantagemde uma via convergente? A convergência de neurônios sensitivos permite que estímulos sublimiares múltiplos se somem ao neurônio sensitivo secundário. 10/7/2009 9 Discriminação entre dois pontos Discriminação entre dois pontos O menor limiar de resolução espacial se encontra nas pontas dos dedos (da língua e da face). Há uma maior densidade de receptores nas pontas dos dedos (da língua e da face) Luís Braille (1809-1852) Inventor da leitura tátil O Braille é uma escrita em relevo (0,04cm de largura x 0,06 de altura) para leitura táctil, inventado por Luís Braille (1809-1852). - 63 sinais formados por pontos, a partir de um conjunto matricial. Distância mínima entre dois pontos: 2mm 10/7/2009 10 Como os receptores convertem estímulos físicos diversos em sinais elétricos? Energia •Mecânica •Química; •Térmica; •Luminosa. Alteração do potencial de membrana Transdução Os receptores sensoriais (terminações nervosas ou células sensoriais secundárias) apresentam especificidade de resposta aos estímulos naturais: Limiar muito baixo ou sensibilidade máxima para o estimulo natural Os receptores sensoriais possuem localização estratégica no corpo onde melhor captam os estímulos sensoriais. Os órgãos sensoriais funcionam como filtros altamente específicos às diferentes formas de energia do ambiente. Propriedade dos Receptores Especificidade aos estímulos sensoriais Especificidade dos receptores Cada tipo de receptor possui um estímulo adequado, uma forma de energia para a qual ele é mais responsivo. Entretanto, eles podem responder a muitas formas se a intensidade for suficientemente alta. Decodificam vários aspectos relacionados aos estímulos: intensidade, duração, etc. A amplitude do PR é graduável; responde proporcionalmente a intensidade do estimulo As fibras decodificam a intensidade em função da freqüência dos PA A quantidade de NT liberado é proporcional a freqüência e duração do PA Fraco e rápido Forte e duradouro Propriedade dos Receptores 10/7/2009 11 Adaptação ao estimulo Alguns receptores cutâneos se adaptam rapidamente à presença de estímulos inofensivos (roupa). Outros receptores não se adaptam (peso da mochila). Meissner Merkel Pressão mecânica Propriedade dos Receptores Como é que um estímulo físico ou químico pode ser convertido em uma mudança no potencial de membrana? PEPS Numa sinapse nervosa química, na membrana pós-sinaptica o NT causa ... Na membrana de uma CÉLULA SENSORIAL olfatória, os estímulos químicos denominados ODORANTES causam... Potencial Receptor 10/7/2009 12 Nos FOTORRECEPTORES, a LUZ causa, indiretamente, a abertura de canais iônicos. Nos MECANORRECEPTORES, uma FORCA MECANICA causa abertura de canais iônicos. Se todos os estímulos são convertidos em potencial de ação nos neurônios sensitivos primários, como o corpo pode dizer a diferença entre calor e pressão ou entre uma agulhada no dedo do pé ou da mão? O SN deve distinguir quatro propriedades do estímulo: •Natureza (ou modalidade) do estímulo; •Localização; •Intensidade; •Duração. 10/7/2009 13 Natureza (ou modalidade) do estímulo • Indicada pelo tipo de neurônio sensitivo que é ativado; • Cada tipo de receptor é mais sensível a um tipo particular de estímulo → o encéfalo associa um sinal vindo de um grupo específico de receptores com uma modalidade específica; • Esta associação de um receptor a uma sensação é denominada marcação codificadora. Natureza (ou modalidade) do estímulo Localização do estímulo • As regiões sensitivas são altamente arranjadas quanto à proveniência dos sinais.; • Exemplo 1: a estimulação experimental da área do córtex representativa da mão durante uma cirurgia é interpretada como um toque na mão; • Exemplo 2: dor no membro fantasma. Localização do estímulo 10/7/2009 14 Localização do estímulo Inibição lateral Intensidade do estímulo • Número de receptores ativados; • Frequência com que os potenciais de ação chegam ao SNC; • Nem todos os receptores têm o mesmo limiar de estímulo → somente os receptores mais sensíveis com limiares baixos irão responder a estímulos de baixa intensidade → quando um estímulo aumenta de intensidade → receptores adicionais serão ativados; Codificação sensitiva para a intensidade e duração do estímulo Duração do estímulo • Dada pela duração dos potenciais de ação no neurônio sensitivo; • Quanto mais persistente o estímulo, mais séries de PAs são gerados; • Entretanto, quando um estímulo persiste, alguns receptores podem ser desligados e cessar sua resposta. • Os receptores dividem-se em duas classes, dependendo de como eles reagem em resposta a um estímulo contínuo. 10/7/2009 15 Os receptores dividem-se em duas classes, dependendo de como eles reagem em resposta a um estímulo contínuo. • Receptores tônicos: são receptores que se adaptam lentamente e que continuam a transmitir sinais para o SNC durante todo o tempo que o estímulo persiste; • Receptores fásicos: são receptores que rapidamente disparam na presença do primeiro estímulo recebido, mas se o estímulo permanece constante eles cessam a sua resposta. Receptores fásicos Qual a vantagem dos receptores fásicos? 10/7/2009 16 Os receptores fásicos permite-nos filtrar ou ignorar informações sensitivas externas e nos concentrar em informações novas, diferentes ou essenciais. Adaptação ao estimulo Alguns receptores cutâneos se adaptam rapidamente à presença de estímulos inofensivos (roupa). Outros receptores não se adaptam (peso da mochila). Meissner Merkel Pressão mecânica Propriedade dos Receptores Processamento da informação pela divisão sensitiva do SN Consciência Subconsciência Sentidos Especiais Estímulos Somáticos Visão Audição Gustação Olfação Equilíbrio Extensão e tensão muscular Sentidos Somáticos Pressão ao toque Temperatura Dor Propriocepção Estímulos Viscerais Pressão arterial pH e oxigênio do sangue pH do fluido cerebroespinal Insuflação pulmonar Osmolaridade dos fluidos corporais Temperatura Glicose no sangue Distensão do trato gastrointestinal Sensibilidade somática Pressão ao toque Propriocepção Temperatura Nocicepção 10/7/2009 17 Terminação sensitiva Local de transdução do estimulo sensorial (detecção do estímulo) Neurônio sensorial de 1ª ordem Conduz o impulso sensorial para o SNC Neurônio sensorial de 2ª ordem Coluna posterior da medula e núcleos dos nervos cranianos (exceto as vias olfatória e visual) Neurônio sensorial de 3ª ordem Tálamo (exceto a via olfatória) O número de neurônios de via sensorial depende da modalidade. Ao longo da cadeia, os sinais são integrados possibilitando a analise dos diferentes atributos do estímulo. Neurônio sensorial de 4ª ordem Córtex Sensorial (área de projeção sensorial primária) VIA SENSORIAL cadeia de neurônios relacionada a um determinado receptor sensorial: VIA ROTULADA Localização das sinapses das vias sensitivas Estímulo Tato fino e propriocepção Irritantes, temperatura e tato grosseiro Terminais dos neurônios sensitivos primários Bulbo Parte dorsal da medula espinal Terminais dos neurônios sensitivos secundários Tálamo Tálamo Terminais dos neurônios sensitivos terciários Córtex somatossensitivo Córtex somatossensitivo Todos os neurônios sensitivos secundários cruzam a linha mediana do corpo → sensações provenientes do lado esquerdo do corpo são processadas no hemisfério encefálico direito e vice-versa. ANTERO – LATERAL (Espino-talamico) Tato protopático Dor e TemperaturaCOLUNA – DORSAL (Lemnisco medial) Tato epicrítico, Proprioceçâo, Vibração Cruzamento na MEDULA Cruzamento no BULBO Vias somestésicas Córtex somatossensitivo É a parte do encéfalo que reconhece a origem dos tratos sensitivos ascendentes. Cada região possui uma região correspondente do córtex. Assim, todas as vias sensitivas para a mão direita terminam em uma área no hemisfério esquerdo e assim por diante. 10/7/2009 18 Córtex somatossensitivo Quanto mais sensível é uma região do corpo ao tato e a outros estímulos, maior a região correspondente no córtex. Entretanto, o tamanho das regiões não é fixo. Se uma parte do corpo é intensamente utilizada, sua região topográfica no córtex irá expandir. Isto demonstra o quanto o SNC é plástico e compensatório!!! Que tal um desafio??? Quem da turma consegue encontrar o banheiro de olhos vendados? A distorção é proporcional à densidade de receptores sensoriais e de tecido nervoso dedicado ao processamento das respectivas informações . Por que a representação é distorcida? 10/7/2009 19 Receptores para tato e pressão ao toque Receptores para tato e pressão Encontrados nas camadas superficiais da pele e nas regiões mais profundas do corpo Receptores para e pressão Receptor Estímulo Localização Estrutura Adaptação Terminações nervosas livres Vários estímulos de tato e pressão Ao redor das raízes dos cabelos e pêlos e sob a superfície da pele Terminações nervosas desmielinizadas Variável Corpúsculo de Meissner Agitação Camadas superficiais da pele Encapsulado por tecido conjuntivo Rápida Corpúsculo de Pacini Vibração Camadas profundas da pele Encapsulado por tecido conjuntivo Rápida Corpúsculo de Ruffini Pressão constante na pele Camadas profundas da pele Terminações nervosas aumentadas Lenta Receptores de Merkel Pressão constante na pele Camadas superficiais da pele Terminações nervosas aumentadas Lenta Corpúsculo de Pacini • Encontrados em camadas subcutâneas da pele, músculos, articulações e órgãos internos; • As camadas concêntricas de tecido conjuntivo criam uma grande área de recepção. 10/7/2009 20 Receptores para dor Reneé Descartes (400 anos atrás) “A chama que queima a mão é transmitida ao longo do sistema nervoso para o cérebro como um estimulo onde atormenta o homem com uma pequena chama”. 1 Estimulo nocivo 1 = calor 2 Ativação do nociceptor 2 3 Transmissão para o cérebro 3 4 Percepção como dor 4 Mas o que é dor ? Traduzindo... DOR: sensação desagradável cuja experiência emocional está associada com estímulos de lesão tecidual real ou potencial. É uma resposta adaptativa e protetora ao estresse ambiental. Anuncia um estado de emergência e urgência para o organismo. Apesar de causar desconforto é uma modalidade sensorial de grande valor adaptativo (“protege nosso corpo de lesões”). Clinicamente é parte integrante dos sintomas de muitas doenças e auxilia no diagnóstico. DOR Somática Visceral Rápida e bem localizada Lenta e difusa Lenta e difusa Cutânea Lenta e difusaTecidosprofundos CLASSIFICAÇÃO DA DOR Dor nociceptiva Dor neuropática Dor aguda Dor crônica 10/7/2009 21 Dor neuropática Dor neuropática é uma das duas principais condições dolorosas crônicas. Na dor neuropática geralmente não há nenhum dano tecidual. O que ocorre é uma disfunção das vias que transmitem dor, levando a uma transmissão crônica dos sinais dolorosos. A dor neuropática se manifesta de várias formas, como sensação de queimação, peso, agulhadas, ferroadas, choques. Pode ser acompanhada ou não de formigamento ou adormecimento (sensações chamadas de parestesias) de uma determinada parte do corpo. Dor nociceptiva Compreende a dor somática e visceral e ocorre diretamente por estimulação química ou física de terminações nervosas normais. Ela é resultado de danos teciduais e a mensagem de dor viaja dos receptores de dor (nociceptores), nos tecidos periféricos, através de neurônios intactos, até a medula espinhal e estruturas corticais e sub- corticais. NOCICEPÇÃO: conjunto de eventos neurais através do qual os estímulos nocivos são detectados, convertidos em impulsos nervosos e transmitidos da periferia para o SNC. No encéfalo, particularmente no cérebro, os estímulos associados à lesão real ou potencial são interpretados como dor. RESPOSTA MOTORA Somáticas reflexo de retirada vocalização expressão facial posição anti-algica choro Viscerais sudorese vasoconstriçâo periférica náuseas vômitos, etc EXPERIÊNCIA SENSORIAL Dor rápida (percepção objetiva) Dor lenta (percepção subjetiva) EXPERIÊNCIA PSICOLOGICA Ansiedade, Depressão (dor crônica) Sofrimento Alterações de comportamento A dor evoca experiências e reações múltiplas 10/7/2009 22 Calibre dos axônios Dor lenta Dor rápida Dor lenta Em queimação, mal localizada e difusa Fibras C Condução lenta (0.5 - 2 m/s) Receptores mecânicos, térmicos e químicos Dor rápida Em pontada e bem localizada Fibras Aδ Condução rápida (12-30 m/s) mecanorreceptores de alto limiar Tempo In te n sid a de da do r Vias ascendentes da dor Projeções para o sistema límbico, hipotálamo, áreas sensitivas do córtex. A dor pode ser acompanhada por estresse emocional e por uma variedade de reações autônomas como náuseas, vômitos ou sudorese. Dor e a Psicologia • A dor pode ser ampliada por experiências anteriores ou suprimidas em situações de emergência quando a sobrevivência depende de ignorar a lesão; • Vias descendentes viajam através do tálamo e inibem os neurônios sensitivos na medula espinal. 10/7/2009 23 Teoria do Portão da Dor Mecanismos de analgesia periféricos Táteis Dor lenta - Portão da Dor Impulsos Nociceptivos+ - Glu Opiáceos endógenos Glu Impulsos Mecanoceptivos A ββββ Coçar local afetado + + Dor Referida Referência à dor de origem visceral na pele Convergência de fibras aferentes viscerais sobre os neurônios de 2a ordem provenientes da pele Dor do membro fantasma Referência à dor do membro ausente Percepção da estimulação espontânea nos cotos nervosos remanescentes da via nociceptiva Dor referida Ocorre devido aos neurônios sensitivos primários múltiplos que convergem para um trato ascendente simples. Quando o estímulo doloroso se origina nos receptores viscerais, o encéfalo não é hábil em distinguir sinais viscerais de sinais mais comuns originado nos receptores somáticos. A dor é interpretada como proveniente mais das regiões somáticas do que das viscerais. 10/7/2009 24 Dor referida
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